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Gestalt-terapia (2)

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Gestalt-terapia
Principais Conceitos
autossuporte e
heterosuporte
teoria paradoxal da
mudança
ajustamento neurótico
ajustamento psicótico
Principais Conceitos
Awareness
Contato
Fronteiras de
Contato
Self
ciclo do contato 
Autorregulação organísmica e
homeostase
hierarquia de necessidades
ajustamento criativo
Awareness
Awareness
Conhecimento imediato e
implícito do campo
(ROBINE, 2006, p. 73)
Awareness
"A tradução do termo do inglês para o português remete de imediato
à palavra “consciência”, devendo-se notar, entretanto, que
awareness distingue-se da acepção de consciência como
representação, reflexão, conhecimento ou juízo e assume, no
vocabulário da Gestalt-terapia, um sentido próprio – que aqui
sintetizamos como saber da experiência". 
(ALVIM, 2014, p. 12)
Awareness
A awareness possibilita ao cliente dar-se conta do que se passa consigo. 
Awarenees refere-se à capacidade de aperceber-se do que se passa dentro de si e
fora de si no momento presente, em nível:
Corporal, mental e emocional
 “Awareness é uma forma de experienciar. E o processo de estar em
contato vigilante com o evento de maior importância no campo
indivíduo/meio, com total suporte sensório- motor, emocional,
cognitivo e energético”.
(PERLS, GOODMAN, HEFERLINE, 1997, p. 33)
Awareness
Awareness
É mais que uma recordação ou reflexão sobre o problema, é uma integração
criativa do problema.
Awareness
“inconsciente” x fenomenologia da awareness
 
"A awareness caracteriza-se pelo contato, pelo sentir
(sensação/percepção), pelo excitamento e pela formação de gestalten. O seu
funcionamento adequado é o reino da psicologia normal; qualquer
perturbação cai na categoria da Psicopatologia. O contato, como tal, é
possível sem awareness, mas para a awareness o contato é indispensável". 
(PERLS, GOODMAN, HEFERLINE, 1997, p. 33)
Awareness
"O sentir determina a natureza da awareness, quer ela seja distante (p. ex., acústica),
próxima (p. ex., tátil) ou dentro da pele (proprioceptiva). Na última expressão está
incluída a percepção de nossos sonhos e pensamentos.
(PERLS, GOODMAN, HEFERLINE, 1997, p. 33)
Awareness
"A formação de gestalten sempre acompanha a
awareness. Não enxergamos três pontos
isolados; fazemos um triângulo com eles. A
formação de gestalten completas e
abrangentes é a condição da saúde mental e
do crescimento. Só a gestalt completada pode
ser organizada como uma unidade de
funcionamento no organismo total. 
(PERLS, GOODMAN, HEFERLINE, 1997, p. 33)
Exercício de
awareness
Contato
Contato
"a experiência ocorre na fronteira entre o organismo e seu
ambiente".
o fenômeno que se manifesta nessa fronteira constitui o que se
chama de contato. Falamos do organismo contatando o
ambiente, mas é o contato que é a realidade mais simples e
primeira.”
(PERLS, GOODMAN, HEFERLINE, 1997, p. 23)
Contato
organismo
ambiente
fronteira
Campo
Contato
O contato é uma das principais necessidades psicológicas do ser humano.
Através do contato cada ser humano tem a possibilidade de se nutrir no mundo
exterior.
o organismo realiza uma incorporação ou intercâmbio de alimento, água, afeto, etc.
(angeles, 2008)
Contato
entramos em contato pelos nossos órgãos: olhos, ouvidos, boca, pele, estômago,
pulmão...
esse intercÂmbio se dá por essa troca que é o contato.
(angeles, 2008)
Contato
O ser humano se conecta e desconecta continuamente do meio.
o encontro e a retirada fazem parte do contato.
quando retiro o contato fico sozinho. 
O ritmo contato-retirada é necessário para o bom funcionamento do organismo. 
(angeles, 2008)
Contato
"Cada pessoa tem seu espaço vital dentro do qual, e dependendo do
momento, pode receber ou abrir-se a determinadas pessoas; mas ninguém
deve invadir este espaço. se isto acontece, sentimo-nos ameaçados em
nossa integridade e individualidade. o espaço vital é um conceito
psicofisiológico, um espaço territorial imaginário que nos serve para
definir a quantidade de contato, a qualidade, o tempo de duração desse
contato e a proximidade de que cada qual necessita para sentir-se seguro
sem correr o perigo de sentir-se invadido pelo outro ou pelos outros."
(angeles, 2008, p. 58)
Contato
"No contato, no momento da união, eu não sou somente eu, nem você é
somente você: você e eu somos agora nós. E quando me conecto com
você e entro em contato, exponho minha vida independente e posso
ficar enganchado nessa relação. o contato é um perigo, mas também é
a base do crescimento e da maturação. Assim, um contato adequado e
sadio é a seiva vital do crescimento. [...] A mudança é o produto
inevitável do contato. Através do contato se realiza um tipo de
aprendizagem que surge do intercâmbio de experiências, do que você
pensa e sente, e do que eu Penso e sinto."
(angeles, 2008, p. 58-59)
Contato
Consigo mesmo
Com o ambiente
Com outras pessoas
1.
2.
3.
Tipos de
Contato
(angeles, 2008, p. 60)
Fronteiras de 
Contato
Fronteiras de Contato
A fronteira é o que une e o
que diferencia o organismo e
o ambiente.
Fronteiras de Contato
"A experiência se dá na fronteira entre o organismo e seu ambiente,
primordialmente a superfície da pele e os outros órgãos de resposta
sensorial e motora. A experiência é função dessa fronteira, e
psicologicamente o que é real são as configurações “inteiras” desse
funcionar, com a obtenção de algum significado e a conclusão de
alguma ação". 
(PERLS, GOODMAN, HEFERLINE, 1997, p. 41)
Fronteiras de Contato
A noção de fronteira de contato é uma das pedras angulares da Gestalt-terapia
(PERLS, GOODMAN, HEFERLINE, 1997, p. 33)
Fronteiras de Contato
"Quando dizemos “fronteira” pensamos em uma “fronteira entre”; mas a
fronteira de contato, onde a experiência tem lugar, não separa o
organismo e seu ambiente; em vez disso limita o organismo, o contém e
protege, ao mesmo tempo que contata o ambiente. Isto é, expressando-o
de maneira que deve parecer estranha, a fronteira de contato – por
exemplo, a pele sensível – não é tão parte do “organismo” como é
essencialmente o órgão de uma relação específica entre o organismo e
o ambiente. Primordialmente, como tentaremos mostrar mais adiante,
essa relação específica é crescimento".
(PERLS, GOODMAN, HEFERLINE, 1997, p. 41)
Fronteiras de Contato
Fronteiras do eu
Fronteiras do corpo
Fronteiras de valores
Fronteiras de
familiaridade 
Fronteiras expressivas
 Fronteiras de exposição
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Seis tipos
de
fronteiras: 
A fronteira do eu envolve todas as outras fronteiras e diz respeito às experiências de
vida e à capacidade que a pessoa tem de assimilar novas experiências. Nesse sentido, o
contato será mais ou menos permissível, próximo e íntimo. A fronteira do eu envolve
lembranças, imagens, valores, ações, ideias; a depender de sua permeabilidade ou não,
possibilitará maior ou menor grau de envolvimento com o novo e com o diferente. Quanto
mais rígida for a fronteira do eu, menos a pessoa tenderá a aceitar correr algum tipo de
risco, o que é necessário – e quiçá inevitável – para os processos de crescimento e
desenvolvimento. 
Fronteiras do eu
(FRAZÃO; FUKUMTSU, 2014, p. 48)
têm relação com nossos limites e possibilidades corporais; dito de
outra maneira, até que ponto somos permissivos ou não no que
concerne ao contato corporal.
Fronteiras do corpo
(FRAZÃO; FUKUMTSU, 2014, p. 49)
 referem-se às crenças e aos valores que nortearão nossas ações e
comportamentos. Quando excessivamente rígidas, dificultam ou até
impedem o contato e, portanto, as trocas entre o organismo e seu
ambiente – ou seja, interferem nos processos de crescimento e
desenvolvimento, tão caros à Gestalt-terapia.
Fronteiras de valores
(FRAZÃO; FUKUMTSU, 2014, p. 50)
 estão relacionadas ao que é conhecido, familiar. Alguns clientes
apresentam dificuldade para sair do âmbito do conhecido, não se
arriscando a experimentar algo novo, desconhecido ou diferente do
usual, o que também interfere nos processos de troca com o ambiente.
Fora da fronteira defamiliaridade está o novo, porém também o
desconhecido. 
Fronteiras de familiaridade 
(FRAZÃO; FUKUMTSU, 2014, p. 50)
Elas se referem a como expressamos nossos sentimentos para além
das palavras: como é o tom de voz, a energia, o olhar, a postura
corporal etc. e afetam o modo como as necessidades são expressas,
sejam elas de natureza afetiva, fisiológica ou social, entre outras. Se
a expressão das necessidades não for adequada e clara, a satisfação
delas na interação com o meio apresentará dificuldades. 
Fronteiras expressivas 
(FRAZÃO; FUKUMTSU, 2014, p. 50)
se relacionam com as possibilidades e temores e/ou limitações de nos
expormos, de sermos observados e reconhecidos. As fronteiras de
exposição podem ter ligação com o temor de críticas, julgamentos e
avaliações, fenômeno em geral observado no início do processo
terapêutico, quando ainda não se estabeleceu uma relação
suficientemente sólida e confiável entre cliente e terapeuta.
Fronteiras de exposição 
(FRAZÃO; FUKUMTSU, 2014, p. 50)
Formas de bloquear o
contato
ver - ouvir - sentir
Self
Self
Self no dicionário de língua inglesa remete a: “a personalidade de alguém; a
natureza-base de alguém” (Oxford, 1978, p. 788) 
na psicologia e psicoterapia como conceito remete a: “si mesmo”
em Gestalt-terapia o conceito se diferencia pois se relaciona aos
conceitos de “campo” e de “ajustamento criativo”.
Self
O Self é contato
Self
O Self não é parte do organismo como um todo.
o self é função do campo.
o self é o modo como o campo inclui o organismo.
A GT estuda o "self como função" do campo - organismo/ambiente -
em contato.
o self não é uma estrutura ou instância.
Self
Não é o self que contata o ambiente.
o self existe, onde existe contato.
pouco contato - pouco self.
contato total - self total.
Psicologia sem
"psiquê"
Self
A função do self é
contactar o
ambiente
Selfing
processo contínuo de estar com...
pr
ocesso 
estr utur
a
e não...
desestruturação - reconstrução - assimilação
Self
O conceito de self gestáltico não precede o contato e as relações,
tampouco existe fora delas (TÁVORA, 2014, p.72).
"não faz sentido definir um ser que respira, sem ar"
(PERLS et al, 1994, p.35)
Self
A visão de self tradicional, atrelada ao eu, é uma construção
conceitual que faz que cada um seja jogado de volta sobre si mesmo e
sozinho. A noção de self associada ao eu individual ou a autenticidade
como necessariamente internalizada pode ser adequada para outras
linhas teórico-práticas em psicoterapia que trabalham com um visão de
subjetividade centrada na questão da personalidade em torno de um
núcleo individual e único e determinado (TÁVORA, 2014, p.67)
Reinterpretação das funções
psicanalíticas sendo
chamadas de função id, função
ego e função personalidade.
Funções do Self
Funções do Self
Função id como fundo em que se manifestam as experiências,
ou seja, o próprio corpo;
 
Função ego relaciona-se ao ato, processo de identificação e
de alienação do contato;
 
Função Personalidade é a tentativa do self de se definir.
Funções do Self
A função “id” é concernente às pulsões internas, às
necessidades vitais e, especialmente, sua tradução
corporal [...] a função ‘eu’, pelo contrário, é uma função
ativa, de escolha ou rejeição deliberada [...] a função
‘personalidade’ é a representação que o sujeito faz de si
mesmo, sua autoimagem, que lhe permite se reconhecer como
responsável pelo que sente ou pelo que faz (GINGER e GINGER,
1998, p.128);
"Num primeiro momento, aquilo que opera no self
é a função id, entendendo-se por isso a relação
de homeostase ou distribuição equitativa de
energia entre as partes envolvidas, a saber, o
meio e os meus tecidos celulares. Aqui, na função
id, o self não é diferente de minhas vivências
proprioceptivas, interoceptivas e
exteroceptivas. Todas as sensações que
experimento, “ao mesmo tempo” que são minhas,
são inseparáveis do meio em que ocorrem, de
modo que minha vivência, de fato, está diluída ou
absolutamente integrada ao meio circundante."
GRANZOTTO & GRANZOTTO, 2004.
"Já a função ego [...] a função de individuação do self
enquanto tal. Trata-se do momento em que as trocas
energéticas se polarizam em uma extremidade da
relação, que são meus tecidos celulares, junto aos
quais o self se faz “ação”, “decisão”, “deliberação” em
favor de uma certa direção ou modo de troca
energética. [...] que é a minha deliberação (seja ela
motora ou da ordem da linguagem). Enquanto ego, sou
um self que não simplesmente “sente”, mas que, a
despeito ou em favor da minha sensibilidade, toma
decisões, age segundo uma certa direção que não
necessariamente preciso me representar."
GRANZOTTO & GRANZOTTO, 2004.
[...] Já o terceira função, chamada de personalidade, trata de
uma certa generalidade não perceptiva, na qual o self se
sedimenta, tornando-se uma identidade histórica, representada,
construída por meio de atos simbólico.
Ciclo do
Contato
4) Pós-Contato ou retração
Assimilação da novidade faz
parte da experiência. A
Gestalt se completou.
Integração da experiência
da pessoa
(Função Personalidade)
1) Pré-Contato
Fase das Sensações 
O corpo é o fundo e a figura;
Excitações orgânicas
(Função Id)
2) Contatando ou Processo
de Contato
Fundo são as excitações.
Fase de encontro com as
possibilidades do meio
(Função Ego)
3) Contato Final ou Contato
Pleno
Momento de confluência
saudável
Unidade figura-fundo
(Função Ego ainda atuante)
(Ginger; Ginger, 1995, p. 132)
Sensação
Contato
Retirada
Equilíbrio homeostático
Reconhecimento
Mobilização
Ação
Assimilação
Tem vários nomes...
ciclo da awareness
Ciclo do contato
ciclo contato-regressão
ciclo das necessidades organísmicas
(Ginger; Ginger, 1995, p. 142)
(Ginger; Ginger, 1995, p. 142)
Autorregulação
organísmica e
homeostase
Autorregulação organísmica e homeostase
Teoria heradada do pensamento de Goldstein;
Goldstein equiparava a autorregulação organísmica ao princípio
homeostático da biologia. 
Nessa ciência, o termo “homeostase” é utilizado para designar a manutenção
das condições estáveis ou constantes no meio interno do corpo humano. 
meio interno é uma teoria das ciências biológicas para descrever que, diante
das mudanças que ocorrem no meio, os organismos vivos sempre buscam
manter uma constância, ou seja, uma forma de equilíbrio. 
 autorregulação
ou
autoatualização
do organismo 
“Homeostase”
"De acordo com a teoria organísmica, é a autorregulação que
permite que o organismo se organize para buscar modos
eficientes de satisfazer no meio suas necessidades prementes.
O processo da autorregulação organísmica é, na realidade,
uma grande forma de interação e negociação entre aquele ser
que busca o fechamento e a resolução de uma situação de
desequilíbrio – uma situação inacabada – por meio de uma ação
no ambiente do qual o organismo é parte". (TICHA, 2014)
Autorregulação organísmica e homeostase
“Sendo um princípio
geral, se aplica a
qualquer sistema,
qualquer órgão, tecido
e a cada célula. [...] o
princípio que governa
nossas relações com o
meio externo é o mesmo
princípio
intraorganísmico de
busca de equilíbrio”
(Perls, 1969, p. 86).
Autorregulação como um princípio
homeostático de busca de equilíbrio que
rege todos os processos de funcionamento
do organismo.
As potencialidades do organismo não são biologicamente
determinadas, só podem ser entendidas de modo holístico. 
Uma destas potencialidades apresenta-se como uma tendência do
indivíduo de completar ações incompletas, ou seja, finalizar
situações inacabadas.
O ser humano pode experimentar a frustração diante do
impedimento da resolução de modo ideal de sua necessidade sem
que se paralise por essa experiência.
ele poderá criar outros recursos e alternativas para tentar se
autorregular. frustração -> ajustamento criativo.
Autorregulação organísmica e homeostase
Hierarquia de necessidades
Hierarquia de necessidades
Satisfazer a todas as necessidades é uma tarefa inexequível,logo é premente a
capacidade de discriminar e escolher aquilo que se torna mais importante e
prioritário a cada momento. A essa capacidade organizativa de escolha daquilo
que é mais importante resolver a cada situação a Gestalt-terapia chamará de
discriminação de “hierarquia de necessidades”.
(TICHA, 2014).
Hierarquia de necessidades
"Por necessidades Perls nomeava tudo aquilo de que precisamos para nos
satisfazer, fechar nossos ciclos organísmicos, levando em consideração desde
as demandas biológicas mais básicas, como aquelas que se vinculam aos afetos e
às emoções que nos atingem. Perls (1977, p. 33) descreveu o organismo “como um
sistema que está em equilíbrio e que deve funcionar adequadamente. Qualquer
desequilíbrio é experimentado como necessidade a ser corrigida”."
(TICHA, 2014).
Hierarquia de necessidades
figura
fundo
Hierarquia de necessidades
"Desse modo, o adequado funcionamento da autorregulação se dá como um fluxo,
um ciclo vital no qual a reversibilidade de figura/fundo é fundamental. A
interrupção ou fixidez desse fluxo é compreendida na Gestalt-terapia como um
processo não saudável ou não funcional, no qual não se dá o fechamento da
situação."
(TICHA, 2014).
Ajustamento criativo
Ajustamento criativo
O atendimento de necessidades ocorre por intermédio do ajustamento
criativo, que é a capacidade de satisfazer às nossas necessidades de
acordo, simultaneamente, com nossa hierarquia de necessidades e com as
possibilidades no campo organismo/meio. Ou seja: é a capacidade de
interagir de modo ativo com o ambiente na fronteira de contato,
adaptando, quando necessário, a demanda das necessidades às
possibilidades de atendimento do ambiente.
Ajustamento criativo
FUNCIONAL DISFUNCIONAL
Hierarquia de necessidades
“respostas adaptativas necessárias à
sobrevivência” podem ocorrer em outras
situações relacionais significativas difíceis
ao longo da vida - cristalização de
gestaltens.
NEURÓTICO PSICÓTICO
Mecanismos de interrupção
do contato
Mecanismos de interrupção do contato
Interrupções
Modificações
Descontinuações
Bloqueios
Resistências
do contato
(Ponciano, 1997, p. 28)
(Pinto, 2015)
Dessensibilização
Dessensibilização, como o próprio termo diz, é
um processo pelo qual a pessoa se esfria, se
atonia, diminui sua percepção sensorial com o
fim de descontinuar um contato vivido como
arriscado ou perturbador. 
A dessensibilização como ato aparece como defesa quando andamos por
uma cidade grande: se não nos dessensibilizássemos, se estivéssemos
atentos a tudo que poderia ser percebido, rapidamente entraríamos em
colapso; então, nos dessensibilizamos para a maioria dos estímulos que
nos atingem, abrindo-nos para aqueles que podem ser importantes ou
atraentes. 
Como estado, a dessensibilização aparece como certa negação do corpo
quando precisa enfrentar angústias mais profundas. 
Como estilo de personalidade, a dessensibilização se caracteriza, entre
outras peculiaridades, por evitação ao contato mais efusivo, preferência
pelo isolamento e certo distanciamento do próprio corpo e do corpo do
outro.
1.
2.
3.
Deflexão
é a capacidade de sair pela tangente,
desviando -se do perigoso ou do muito
frustrante de maneira indireta, a fim de evitar
um confronto mais franco ou profundo.
Como ato, uma das deflexões mais comuns se dá pelo olhar: quando
estamos próximos de alguém, de tempos em tempos precisamos defletir e
olhar para dentro ou para os lados, para podermos retornar mais
inteiros ao contato. Essa é a deflexão sadia, uma tomada de fôlego para
continuar o contato. 
Como estado, a deflexão se caracteriza por um desvio repetido por
algum tempo, como na vergonha (saudável) que ganha tempo para a
elaboração da culpa ou para a energização para uma atitude ousada. Se
essa vergonha permanece influente por mais tempo que o necessário
para a elaboração, podemos falar em deflexão cristalizada. 
Como estilo de personalidade, a deflexão se caracteriza pela
horizontalidade, por certa prodigalidade de contatos interpessoais
que amplia o número e diminui a profundidade destes.
1.
2.
3.
Introjeção
A introjeção aparece quando a pessoa incorpora normas, atitudes,
modos de agir e pensar que não são, a princípio, verdadeiramente dela. É
nossa maneira mais comum de aprender qualquer lição ou atividade.
Quando saudável, a introjeção é seguida pela assimilação, ou seja,
aquilo que estava introjetado é perpassado por uma atividade crítica e
agressiva, a qual aceita algumas partes do aprendido e rejeita outras,
até que haja uma incorporação e a parte assimilada se torne integrante
daquela pessoa. 
Como ato, por exemplo, a introjeção aparece quando estamos aprendendo certa
dança: a princípio prestamos atenção aos passos a fim de fazê-los como nos
ensinaram, o que nos deixa até meio desajeitados. Com a prática, o movimento é
incorporado, assimilado, o que torna nossa dança graciosa e única, mesmo que
submetida a passos convencionados. 
Como estado, a introjeção se caracteriza pela dificuldade de realizar um ajustamento
crítico e de usar a agressividade para separar o que é do outro do que é próprio – de
modo que a pessoa acaba por engolir sapos, por manter em si comportamentos,
atitudes, valores que não são exatamente seus, mas tomados de outros e não
digeridos. É o caso, por exemplo, de denições sobre nós mesmos que ouvimos de nossos
pais e seguimos repetindo pela vida afora como se fossem verdades inquestionáveis. 
Como estrutura, a introjeção favorece uma vida marcada por hesitações, pela
ansiedade, pela diculdade em ousar, pelo medo de ser ridicularizado. Ao mesmo tempo,
a introjeção como estilo de ser possibilita uma postura diante da vida marcada pela
evitação de riscos exagerados para a pessoa.
1.
2.
3.
Projeção
Na projeção há uma confusão entre o que é de fato da pessoa, de modo
que ela atribui ao externo algo que é na verdade dela, ou, como dizem os
Ginger (1995, p. 135), ela “transborda e invade o mundo externo”. A arte
pode ser um bom exemplo de boa projeção – assim como o amor, quando
vejo no outro o belo que em verdade sinto entre nós. Já a projeção
patológica caracteriza-se pela falta de percepção e de aceitação da
responsabilidade por atos, desejos, atitudes, valores, os quais são, por
isso, atribuídos ao outro. 
Como ato, o exemplo mais sonoro de projeção é o da fofoca, quando
alguém atribui ao outro o pecado que gostaria de cometer, mas não
consegue assumir a responsabilidade pelo próprio desejo. Se o
introjetor diz eu quando quer dizer eles, o projetor diz eles quando
quer dizer eu (Ribeiro, 2007, p. 62). 
Como estado, a projeção favorece certa alienação, uma
desresponsabilização existencial tão necessária em momentos de
laisser-aller. 
Como estilo de personalidade, ela facilita na pessoa uma atitude mais
constante de vigilância e até de suspeita quanto ao mundo, lugar do
que não cabe nela.
1.
2.
3.
Proflexão
A proflexão, de certa forma, é uma união entre a projeção e a
retroexão, compondo um meio de defesa pelo qual a pessoa faz ao outro
aquilo que gostaria que esse outro fizesse a ela. Essa descontinuação
se caracteriza por um fluxo energético voltado para fora do
organismo. Dessa forma, quando a proflexão é patológica, a pessoa
praticamente passa a existir no outro; sua identidade depende do outro,
sendo o autossuporte substituído pelo suporte externo. Isso gera
sentimentos de isolamento e de abandono, além de vivência de
comportamentos impulsivos derivados da insuciência de um senso de
realidade. 
Como ato, a proflexão pode, por exemplo, apoiar uma
conduta delicada, respeitadora para com o outro. 
Como estado, facilita certa insegurança, sobretudo
diante de escolhas mais importantes existencialmente. 
Como estilo de personalidade, encontramos uma tendência
à impulsividade, uma dificuldade de coesão interna com os
afetos, podendo, em situações extremas, propiciar a
autoagressão.
1.
2.
3.
Retroflexão
Retroflexão é a capacidade de fazer voltar para dentro a
energia que potencialmente deveriair para o exterior. Trata-se
de autocontrole por meio da vontade. É um fazer a si o que
gostaria que os outros lhe fizessem, como na masturbação. Na
retroflexão, é comum uma luta interna, um conflito entre
entregar-se às situações ou manter-se atento e autocontrolado:
“Uma retroflexão genuína está sempre baseada nessa cisão da
personalidade e é composta de uma parte ativa e uma parte
passiva” (Perls, 2002, p. 309). 
 
Como ato, a retroflexão propicia o
autocontrole e o bom comportamento; 
como estado, pode ser sinal de luta com o
corpo e seus desejos; 
como estilo de personalidade, fundamenta
uma vida conscienciosa e metódica, de poucas
ousadias.
1.
2.
3.
Egotismo
O egotismo pode ser descrito como a forma pela
qual a pessoa desenvolve um eu tão controlado
e autossuciente que pode anular o contato com
os sentimentos e seu potencial transformador. A
hipertrofiado eu e as condutas narcísicas têm
relação com o egotismo. 
Como ato, o egotismo pode aparecer numa conduta
arrogante. Como estado cristalizado, é geralmente
ligado à presença de um dos pais sexualmente sedutor (...); 
como estado saudável, aparece no orgulho e na
competição que permite sustentar e saborear posições
alcançadas. 
Como estilo de personalidade, fundamenta, de um lado,
grande parte do empreendedorismo e, de outro, grande
parte da competitividade e da falta de solidariedade de
nossos tempos.
1.
2.
3.
Confluência
Confluência é a capacidade de união com o outro.
Possibilita a empatia, quando saudável, ou o
fanatismo/dependência mórbida, quando patológica.
Caracteriza-se, basicamente, pela capacidade de compor o
“nós”, que se contrapõe ao “eu”. Espera-se que a pessoa,
depois de compor o nós, possa voltar ao eu. Quando tal
possibilidade está deficiente ou ausente, a pessoa se
mantém no nós de maneira patológica, vivendo uma
dependência do grupo ou do outro. 
 
Como ato, a confluência é um agregamento
momentâneo, a entrega a outro(s), pessoas ou
coisas ou entidades. Como estado cristalizado,
caracteriza-se por um medo da solidão ou da
individuação; 
como estado saudável, permite a vivência
comunitária; 
como estilo de personalidade, se manifesta em
serviço, controle e dependência.
1.
2.
3.
ANGELES, M. Manual prático de Psicoterapia gestalt. PetróPolis,
RJ : Vozes, 2008.
Lilian Meyer Frazão e Karina Okajima Fukumitsu (org.). Gestalt-
terapia: conceitos fundamentais. 1. ed. – São Paulo : Summus, 2014. 
PERLS, F. S.; HEFFERLINE, R.; GOODMAN, P. (1951) Gestalt-terapia. São
Paulo: Summus, 1997. 
ROBINE, J-M. O self desdobrado: perspectiva de campo em Gestalt-
terapia. São Paulo: Summus, 2006.

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