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BREVE RESUMO SOBRE FENOMENOLOGIA

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Fenomenologia
 
 A fenomenologia é uma corrente filosófica que busca compreender a essência das coisas partindo da experiência imediata da consciência. Para isso, utiliza conceitos e um método próprio, que permitem uma análise mais aprofundada das vivências subjetivas. Embora tenha surgido no início do século XX, na Alemanha, como uma resposta à crise da filosofia tradicional e à ascensão do positivismo e do cientificismo, ela foi influenciada por correntes filosóficas, como o Idealismo Alemão, o Empirismo e o Existencialismo e por vários pensadores da filosofia ocidental, como Descartes, Kant e Hegel.
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· René Descartes é conhecido por ter defendido a importância da dúvida metódica como forma de alcançar a verdade. Segundo ele, ao duvidar de tudo, conseguiu chegar a uma certeza indubitável: a existência da própria consciência. A fenomenologia retoma essa ideia ao buscar uma compreensão da realidade a partir da experiência subjetiva do sujeito.
· Immanuel Kant, por sua vez, desenvolveu uma filosofia crítica que buscava entender os limites do conhecimento humano. Para ele, nosso conhecimento é limitado pelos nossos sentidos e pela 
nossa capacidade de compreender a realidade. 
· Georg Wilhelm Friedrich Hegel desenvolveu uma filosofia que buscava compreender a dinâmica do pensamento humano e da história. Para ele, o processo dialético ocorre por meio da contraposição de ideias opostas, ou tese e antítese, que se encontram em conflito e resultam em uma síntese que engloba as duas primeiras. Essa síntese, por sua vez, se torna a nova tese e inicia um novo ciclo de contraposição e superação.
 
 Um dos principais conceitos da fenomenologia é intencionalidade, que se refere ao fato de que toda a consciência é intencional, ou seja, está sempre voltada para algo. Segundo a fenomenologia, a experiência não é uma simples percepção de objetos externos, mas uma vivência que envolve uma relação entre o sujeito e o objeto. Outro conceito importante é o de redução fenomenológica, que consiste em suspender momentaneamente as crenças e orçamentos prévios e focar exclusivamente na experiência vivida. Essa redução permite uma análise mais objetiva e rigorosa das vivências subjetivas, evitando que as interpretações sejam influenciadas por crenças ou preconceitos.
 O método fenomenológico, consiste em descrever e analisar as experiências subjetivas a partir de uma perspectiva imparcial e objetiva. Para isso, utiliza-se a redução fenomenológica e a reflexão crítica sobre as vivências, buscando compreender a essência da experiência vivida. Um dos principais métodos utilizados é a época, que consiste em suspender temporariamente os julgamentos e crenças prévias para focar na experiência imediata. A partir da época, a fenomenologia busca descrever e analisar a vivência de forma neutra e imparcial, sem pré-julgamentos ou influências externas. Outro método utilizado é a variação aidética, que consiste em analisar as diferentes possibilidades que uma experiência pode ter, explorando suas variações e modalidades possíveis. Através desse método, é possível compreender a essência da experiência em si, independentemente das circunstâncias concretas em que ocorreram.
· Edmund Husserl e a crítica ao positivismo
 Husserl se opôs ao positivismo, uma corrente filosófica que teve seu auge no século XIX e que buscava reduzir todo conhecimento válido a dados empíricos obtidos por meio da observação e experimentação. O positivismo acreditava que somente aquilo que poderia ser influenciado por meio dos sentidos ou da lógica formal considerada verdadeira.
 A crítica de Husserl ao positivismo se dava em diversos níveis. Em primeiro lugar, ele argumentava que o positivismo falhava em reconhecer a importância da subjetividade na produção do conhecimento. Segundo Husserl, a experiência é sempre mediada pela nossa consciência, e é impossível separar o sujeito que conhece do objeto que é conhecido. Portanto, para Husserl, o conhecimento não pode ser reduzido apenas a dados empíricos, mas também envolve uma dimensão subjetiva. Além disso, Husserl também criticou o positivismo por seu reducionismo. Para ele, o positivismo se preocupava apenas com a descrição de fenômenos, mas não com a sua essência. Husserl acreditava que a filosofia deveria ir além da descrição dos fatos empíricos e buscar compreender a estrutura subjacente à realidade. Para isso, ele propôs o uso de um método fenomenológico que permitiria a análise da estrutura da consciência e dos fenômenos que nela aparecem.
 Por fim, Husserl também criticou o positivismo por seu ceticismo em relação a questões metafísicas. Para o positivismo, questões como a existência de Deus ou a imortalidade da alma não poderiam ser resolvidas pela ciência, e, portanto, deveriam ser descartadas como objeto de estudo. Husserl, por outro lado, acreditava que questões metafísicas eram essenciais para a compreensão da realidade e deveriam ser abordadas pela filosofia.

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