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E-book de Trabalho em Equipe

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COMPETÊNCIAS PESSOAIS: TRABALHO EM EQUIPE
Daiane Predebon
SUMÁRIO
Esta é uma obra coletiva organizada por iniciativa e direção do CENTRO SU-
PERIOR DE TECNOLOGIA TECBRASIL LTDA – Faculdades Ftec que, na for-
ma do art. 5º, VIII, h, da Lei nº 9.610/98, a publica sob sua marca e detém os 
direitos de exploração comercial e todos os demais previstos em contrato. É 
proibida a reprodução parcial ou integral sem autorização expressa e escrita.
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTEC
Rua Gustavo Ramos Sehbe n.º 107. Caxias do Sul/ RS 
REITOR
Claudino José Meneguzzi Júnior
PRÓ-REITORA ACADÊMICA
Débora Frizzo
PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO
Altair Ruzzarin
DIRETORA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD)
Lígia Futterleib
Desenvolvido pela equipe de Criações para o ensino a distância (CREAD)
Coordenadora e Designer Instrucional 
Sabrina Maciel
Diagramação, Ilustração e Alteração de Imagem
Igor Zattera, Jaqueline Boeira, Júlia Oliveira, Leonardo Ribeiro 
Revisora
Luana dos Reis
EQUIPE 4
GRUPO X EQUIPE 6
TRABALHO EM EQUIPE 8
PROCESSO DE FORMAÇÃO DE UMA EQUIPE 10
FUNCIONANDO COMO UMA VERDADEIRA EQUIPE 13
LIDERANÇA E TRABALHO EM EQUIPE 13
SÍNTESE 16
3COMPETÊNCIAS PESSOAIS: TRABALHO EM EQUIPE
APRESENTAÇÃO
Estimados alunos!
Para que um GRUPO de pessoas seja de fato eficiente, conquistando resultados positi-
vos, as organizações têm um grande desafio: transformá-lo em uma EQUIPE de trabalho. Con-
venhamos, isso não está longe de ser uma tarefa fácil!
Trabalhar em equipe requer que as pessoas estejam maduras ao ponto de assumir suas 
diferenças pessoais e conviver com elas, reconhecendo as habilidades individuais e congre-
gando-as para a realização de algo maior, um objetivo comum.
No verdadeiro trabalho em equipe, todos se sentem corresponsáveis pelos resultados, 
sejam eles positivos ou negativos, e trabalham em prol do bem-comum, o qual colocam à 
frente de seus interesses e necessidades pessoais.
As organizações de alto desempenho são formadas, necessariamente, por pessoas que 
efetivamente conseguem trabalhar em equipe, razão pela qual os profissionais com esta com-
petência são tão valorizados no mundo do trabalho (atualmente e sempre).
Com base nas considerações acima, elaboramos este material com o propósito de au-
xiliá-los na compreensão do conceito de equipe e do processo de formação de uma equipe, 
bem como, contribuir ao desenvolvimento desta competência tão importante para o mundo 
do trabalho.
4
EQUIPE
Compreendendo o seu conceito
5COMPETÊNCIAS PESSOAIS: TRABALHO EM EQUIPE
 SUMÁRIO
A palavra equipe tem origem francesa, derivando do termo esquif, o qual, talvez não por 
acaso, significa “uma fila de barcos amarrados uns aos outros junto ao cais, puxados por um 
grupo de homens e cavalos”.
A propósito, essa visão de um grupo investindo esforço em conjunto para alcançar um 
objetivo foi uma das ideias precursoras do que hoje chamamos de trabalho em equipe. 
O escritor e jogador de futebol americano Glenn Parker (2006) diz que “quando um gru-
po de pessoas com alto grau de interdependência está direcionado para a realização de uma 
meta ou para a conclusão de uma tarefa, cria-se o conceito de equipe.” Em outras palavras, 
podemos dizer que os membros de uma equipe concordam com uma meta e que a única 
maneira de alcançar essa meta é trabalhar em conjunto.
Em acréscimo a isso, a psicóloga Fela Moscovici (2012) coloca que “um grupo se trans-
forma em equipe quando passa a prestar atenção à sua própria forma de operar e procura 
resolver os problemas que afetam o seu funcionamento”. 
Em seu livro, De Volta ao Mosteiro, o escritor e consultor James Hunter (2014) descreve 
uma equipe (ou o que ele chama de comunidade) como um ambiente em que as pessoas 
aprenderam a superar suas diferenças, a resolver seus conflitos ao invés de evitá-los, a assumir 
responsabilidades pelo grupo, a se comunicar de forma eficiente e a criar um lugar onde pos-
sam ser elas mesmas.
A palavra equipe atingiu o seu auge no campo esportivo. Depois disso, passou a ser utili-
zada com frequência no contexto organizacional, mais precisamente, no empresarial.
Em uma equipe, o contato e a troca entre as pessoas têm por objetivo promover a co-
operação, para que essa cooperação direcione os membros do grupo na busca de objetivos, 
metas ou resultados comuns a eles. Em uma equipe, as pessoas estão cientes da importância 
e assumem a responsabilidade por suas funções, além de conhecer as atividades desempe-
nhadas pelos outros, podendo substituí-los se houver necessidade.
esquif
6COMPETÊNCIAS PESSOAIS: TRABALHO EM EQUIPE
 SUMÁRIO
GRUPO X EQUIPE
Apesar de apresentar composições semelhantes, grupos e equipes são elementos diferentes. 
Vamos compreender suas peculiaridades para diferenciá-los.
Um grupo consiste na reunião de duas ou mais pessoas que se juntam para a concretização 
de um objetivo. Por vezes, os indivíduos usam o grupo e as suas relações sociais como meios para sa-
tisfazer suas necessidades pessoais. Contudo, eles não veem motivos para se engajar num trabalho 
coletivo que requeira de um esforço conjunto. O que existe em um grupo é um compartilhamento 
de informações para ajudar cada membro com sua própria responsabilidade. Não existe no grupo o 
sentimento e comportamento de colaboração mútua, capaz de elevar o nível de desempenho geral.
Em uma equipe, as pessoas se unem em um esforço ordenado. Um membro ajuda o outro e a 
responsabilidade é compartilhada por todos, de forma que todos se sentem parte da vitória e tam-
bém do fracasso do grupo. Na equipe, os esforços individuais resultam em um nível de desempenho 
maior do que a entrega das contribuições individuais.
Equipes são capazes de melhorar o desempenho dos indivíduos quando a tarefa requer ha-
bilidades, julgamentos e experiências múltiplas. Pela interação que existe nelas, tendem também a 
aumentar a motivação de seus componentes.
Percebemos, que toda equipe é necessariamente um grupo. Porém, nem todo grupo é uma 
equipe. Quais são as diferenças que caracterizam um e outro?
No grupo:
• A responsabilidade dos membros é individual.
• Cada membro trabalha para alcançar um determinado resultado (individual).
• As relações interpessoais são neutras e, por vezes, inexistentes.
• Há um sentimento de individualismo entre os integrantes, os quais podem vir a se tornar 
competidores ou rivais, dependendo dos objetivos de cada um.
• Cada indivíduo tem suas próprias habilidades e talentos e, como as pessoas não depen-
dem umas das outras, os talentos não se somam, nem se multiplicam.
• O slogan seria: “Cada um por si e salve-se quem puder”.
7COMPETÊNCIAS PESSOAIS: TRABALHO EM EQUIPE
 SUMÁRIO
Na equipe:
• A responsabilidade é compartilhada, de modo que o resultado é corresponsabilidade de 
todos.
• Os trabalhos se complementam com o objetivo de alcançar um resultado único (coletivo).
• As relações interpessoais são positivas e agregam valores aos indivíduos.
• Existe sinergia entre os membros, os quais trabalham cooperativa e colaborativamente.
• As habilidades de cada um são testadas e aperfeiçoadas a partir dos relacionamentos 
construídos entre os integrantes, de forma que as pessoas melhoram a partir das relações 
que constroem entre si.
• O slogan seria: “Unidos venceremos”.
8COMPETÊNCIAS PESSOAIS: TRABALHO EM EQUIPE
 SUMÁRIO
Se tivéssemos que diferenciar um grupo de uma equipe através de um único indicador, 
diríamos que o que os diferencia é o “propósito dos indivíduos.” Se cada um tiver um propósito 
diferente, será cada um por si e teremos um grupo. Porém, se existir um propósito em comum, 
compartilhado e aspirado por todos, teremos uma equipe.
Vale acrescentarmos que, dentro das organizações existem diversos tipos de grupos e 
de equipes que diferem de maneiras importantes. Essas diferenças costumam afetar o modo 
como o grupo ou a equipe é formado, os valores e as atitudes que são desenvolvidas e cultiva-
das, e os tipos de comportamentos que podem resultardelas.
Em uma organização, podemos encontrar, por exemplo, grupos formais e grupos infor-
mais. As pessoas tornam-se membros de grupos formais por serem designadas para isso (se-
tor de trabalho, projeto organizacional, etc.). Com base nesse conceito, as equipes são grupos 
formais. Para concluir suas tarefas, os membros dessas equipes precisam interagir. De modo 
geral, eles compartilham atividades, competências e metas semelhantes. Eles reconhecem 
que são parte de uma equipe, e a equipe existe enquanto perdurar as metas relacionadas às 
atribuições de cada um. Os grupos formais podem ser temporários ou permanentes.
Percebe-se que o conceito de equipe é muito maior que as formas de gestão tradicional-
mente utilizadas pelas organizações, porque exige uma grande dose de esforço inicial, além 
de apoio incondicional da cúpula organizacional e tempo para que o processo se solidifique.
TRABALHO EM EQUIPE
A denominação trabalho em equipe surgiu após a Primeira Guerra Mundial. Podemos 
dizer que ele acontece quando um grupo ou uma sociedade decide criar um esforço coletivo 
para resolver determinado problema. Dessa forma, o trabalho em equipe pode ser descrito 
como um conjunto ou grupo de pessoas que se dedicam a realizar uma tarefa ou determina-
do trabalho, seja por obrigação ou não.
Sendo assim, uma equipe se caracteriza por um conjunto de pessoas com habilidades 
complementares, atuando juntas numa mesma direção, com propósitos e objetivos comuns, 
comprometidas umas com as outras e com a qualidade dos relacionamentos e dos resultados.
No trabalho em equipe, cada membro sabe o que os outros estão fazendo e reconhece 
sua importância individual para o sucesso da tarefa, de forma que essa união possibilita a tro-
ca de conhecimento e promove agilidade no cumprimento de metas e objetivos comparti-
lhados, uma vez que otimiza o tempo de cada pessoa e ainda contribui para conhecer outros 
indivíduos e aprender novas tarefas.
Apesar das inúmeras vantagens e benefícios do trabalho em equipe, a escolha imprópria 
ou equivocada de seus integrantes, e/ou a definição inadequada dos propósitos, pode levar a 
equipe ao fracasso.
9COMPETÊNCIAS PESSOAIS: TRABALHO EM EQUIPE
 SUMÁRIO
Robbins e Finley (1997) apontam alguns obstáculos ao bom funcionamento das 
equipes, entre os quais se destacam:
• necessidades mal combinadas;
• metas confusas;
• indefinição de papéis;
• conflitos de personalidade;
• falta de confiança; 
• liderança ruim;
• insuficiência de feedback, etc.
Considerando-se aqui o contexto organizacional, compreendemos que existem ca-
racterísticas essenciais ao bom desempenho das equipes, dentre as quais se destacam:
• gestão participativa;
• flexibilidade e adaptação;
• canal aberto de comunicação;
• capacidade de ouvir;
• educação e aprendizado;
• motivação;
• criatividade;
• crescimento pessoal.
10COMPETÊNCIAS PESSOAIS: TRABALHO EM EQUIPE
 SUMÁRIO
PROCESSO DE FORMAÇÃO DE UMA EQUIPE
As equipes são grupos que evoluíram. A partir de sua constituição e ao longo de toda a 
sua existência, o grupo sofre a influência direta de três fatores: o ambiente; o próprio grupo e 
o indivíduo.
Para um grupo evoluir até transformar-se em uma equipe, ele precisa subir alguns de-
graus na direção da evolução. São eles:
• 1º. Reunião de pessoas: as pessoas re-
únem-se para definir e dividir uma ta-
refa. Nesse degrau, cada um faz a sua 
parte, sem se preocupar com o desem-
penho dos demais.
• 2º. Processo de formação do grupo: as 
pessoas reúnem-se para definir e divi-
dir uma tarefa. Porém, nesse degrau, de-
terminam-se as diversas funções e cada 
membro do grupo faz a sua parte, poden-
do-se, inclusive, dividir e otimizar recursos 
e informações. Os ganhos, normalmente 
individuais, podem ser distribuídos, mas 
ainda não há, por parte dos integrantes, 
uma preocupação com o desempenho 
coletivo.
• 3º. Transformação do grupo em 
equipe: as pessoas estão compro-
metidas com uma missão e objeti-
vo comuns, de modo que seus inte-
grantes cooperam mutuamente nas 
ações que requer habilidades gerais 
e específicas, havendo uma forte re-
lação de confiança e parceria entre 
eles.
• 4º. Evolução para uma equipe de alto desempenho: 
nesse degrau, ocorre o fortalecimento da equipe, 
de forma que, além das características do degrau 
anterior, observa-se o interesse de cada indivíduo 
pelo seu desenvolvimento e pelo crescimento de 
todos os demais. Aqui, o ponto alto é o empenho 
de todos os integrantes para superar os resultados 
da equipe como um todo.
11COMPETÊNCIAS PESSOAIS: TRABALHO EM EQUIPE
 SUMÁRIO
Na equipe, o que agrega valor é o resultado do conjun-
to. Conseguir trabalhar em equipe é uma tarefa árdua, lenta 
e progressiva, que demanda muito esforço, paciência, persis-
tência e tolerância por parte de todos os seus membros.
Um bom exemplo, que demonstra a força de uma verda-
deira equipe, são as formigas. Cada qual tem sua função, mas 
todas elas estão instintivamente preocupadas com o bem-
-comum. A união de todas elas gera muita força, uma força 
muitas vezes maior do que a sua capacidade individualizada.
No livro De Volta ao Mosteiro, James Hunter (2014) apre-
senta os quatro estágios para construção da cultura e do sen-
timento de uma verdadeira equipe (comunidade) nas organi-
zações. São eles:
1º estágio: Fingimento - os membros fingem ser um 
grupo unido, sem diferenças reais de opiniões, ideias ou 
crenças. Nesse estágio, as pessoas evitam conflitos; conversam 
sobre generalidades e experimentam um tédio generalizado.
2º estágio: Fricção - o fingimento começa a cair por terra e as 
diferenças individuais no grupo começam a vir à tona. Há acentuada 
disputa de poder entre os integrantes e a briga é improdutiva, caótica 
e não costuma levar a nada. As pessoas querem impor a sua vontade e 
fazem pouco ou nenhum esforço para compreender o ponto de vista 
do outro, apresentando um comportamento egocêntrico e egoísta.
3º estágio: Formação – aqui começa o trabalho 
de transformação do grupo numa equipe saudável. 
As pessoas empenham-se para ser bons membros de 
uma equipe, param de tentar consertar e modificar 
umas às outras e passam a olhar para dentro de si, em 
busca do que elas mesmas podem levar para o grupo.
4º estágio: Funcionamento – o 
grupo passa a funcionar de forma 
saudável. As pessoas aprenderam a 
abrir mão de suas barreiras pessoais, 
de suas intenções veladas, de seus 
motivos egoístas e de suas ambições, 
passando a funcionar em um nível 
mais alto, produzindo sinergia. Nesse 
estágio, o respeito, a honestidade, 
a confiança e a franqueza se 
fortalecem e os membros do 
grupo não descartam facilmente as 
sugestões uns dos outros, de modo 
que todos refletem sobre o que é 
dito, independente de quem diz, 
e trabalham para construir algo a 
partir dali.
1º
2º 4º
3º
12COMPETÊNCIAS PESSOAIS: TRABALHO EM EQUIPE
 SUMÁRIO
Com relação aos quatro estágios de formação de uma equipe, referenciados por Hunter, 
vale destacar alguns aspectos importantes, os quais seguem:
1. A maioria das organizações, inclusive dos casamentos, não ultrapassa os dois primeiros 
estágios do desenvolvimento de grupos. Muitas, aliás, nunca vão além do fingimento, 
enquanto que outras passam ano após ano indo do fingimento à fricção. As pessoas fin-
gem que está tudo bem, e passam a se atacar disputando o poder, alguém joga “panos 
quentes” para abafar a situação e volta-se a fingir que está tudo bem, até que alguém 
voltar a atacar, e assim, as relações vão e voltam do primeiro ao segundo estágio, sem 
que o relacionamento amadureça e, portanto, sem que se construa uma relação de con-
fiança que leve à formação e funcionamento de equipe.
2. Especialmente no 3º estágio, as pessoas podem apresentar diversas barreiras pessoais, 
que dificultam a construção de relacionamentos e, consequentemente, a formação de 
uma equipe. Algumas dessas barreiras são: arrogância; incapacidadede ouvir; excesso 
de controle e dominação; falta de sinceridade; preconceitos; incapacidade de lidar com 
críticas; falta de respeito; evitação de conflitos/confrontos; dificuldade de ser autêntico 
com os outros; necessidade de ter todas as respostas; falta de paciência e autocontrole. 
Essas barreiras são inerentes a nós, seres humanos, mas somente quando os membros 
do grupo reconhecem em si a presença das mesmas e decidem mudar, o grupo começa 
a se transformar em uma equipe, funcionando de modo mais saudável.
3. Muitas vezes, para reagir a situações de crise, os grupos saltam todas as etapas e se unem 
numa equipe de alto nível de desempenho. Isso pode ocorrer, por exemplo, em uma 
situação de catástrofe da natureza ou quando a organização está à beira da falência. To-
dos se unem em torno de uma única causa, esquecem suas diferenças e trabalham co-
operativamente para resolver o problema. Porém, resolvida a situação, o grupo se desfaz 
ou se dispersa, justamente porque não passou pelas etapas anteriores, não amadureceu 
efetivamente até chegar no quarto estágio, atalhou caminho, o que não consolida a sua 
estrutura como uma verdadeira equipe.
13COMPETÊNCIAS PESSOAIS: TRABALHO EM EQUIPE
 SUMÁRIO
FUNCIONANDO COMO UMA VERDADEIRA EQUIPE
Um dos maiores sinais de que existe uma equipe, é quan-
do os integrantes dizem sentir-se seguros no grupo, ficando livres 
para ser eles mesmos, sem temer o ridículo, a condenação, os jul-
gamentos. Contudo, é normal que no quarto estágio também exis-
tam conflitos. Mas é um tipo diferente de conflito, pois existe uma 
confiança de que a crise será superada e de que, juntos, encontra-
rão uma boa solução para os problemas.
Para funcionar como uma verdadeira equipe é fundamental 
que as pessoas aprendam a se unir para o trabalho, a discutir com 
respeito, sem querer impor suas verdades, mas ouvindo uns aos 
outros para conhecer pontos de vista diferentes, considerando-os 
para a tomada de decisão.
Funcionando dessa forma, as pessoas passam a formar liga-
ções afetivas e laços profundos de confiança entre si e, a partir dis-
so, podemos dizer que temos, de fato, uma equipe.
“A vida é feita de relacionamentos, 
e a confiança é a cola que une as relações entre as pessoas.” 
James Hunter
LIDERANÇA E TRABALHO EM EQUIPE
Ocupar um cargo de liderança em uma organização é algo desejado por muitos profissionais. Contudo, a posição 
vem recheada de inúmeros desafios e o primeiro deles é conseguir formar uma equipe e, depois disso, promover o 
trabalho em equipe e manter o espírito colaborativo entre os seus integrantes. Dessa forma, o líder precisa estar atento 
às suas atitudes junto às pessoas, pois elas serão determinantes para a construção (ou destruição) de uma equipe.
Algumas atitudes que podem auxiliar o líder a fomentar o espírito de equipe entre seus subordinados são:
1. Conhecer e desenvolver a si mesmo. O líder precisa buscar constantemente conhecer-se mais e mais, pois somente 
dessa forma tem condições de mapear suas forças e identificar seus pontos fracos, os quais devem ser trabalhados 
através do aperfeiçoamento constante.
2. Mostrar o que é uma equipe, orientando as pessoas sobre a importância de trabalhar em conjunto para a realização 
de um objetivo comum, e não apenas “dividindo o mesmo espaço”.
3. Manter o entusiasmo, primeiro o seu, para depois contagiar aos outros. Para isso, o líder deve identificar o que motiva a 
ele mesmo, a fim de ser capaz de incentivar sua equipe e criar meios que potencializem a positividade e a mantenham 
sempre presente.
4. Fortalecer a confiança do grupo. Confiança é uma construção e não uma decisão. Dessa forma, o líder deve encorajar 
os seus subordinados a confiar uns nos outros. Porém, para que isso aconteça, ele precisa potencializar-lhes o conheci-
mento, a fim de que se sintam seguros em “passar adiante” trabalhos iniciados, confiando que estarão em “boas mãos”.
14COMPETÊNCIAS PESSOAIS: TRABALHO EM EQUIPE
 SUMÁRIO
5. Comunicar-se com habilidade. É do líder que as pessoas esperam receber as informações 
“oficiais” da organização, de forma que o líder precisa criar meios de fazer as informações 
circularem entre os seus subordinados, reduzindo, assim, o surgimento de fofocas e boatos, 
e fortalecendo a relação de confiança entre eles.
6. Reconhecer a importância de cada um. Um grupo só trabalha verdadeiramente em equipe 
se cada integrante compreende o seu papel e a sua importância para o conjunto. Se alguém 
achar que o seu trabalho é o mais importante ou, ao contrário, insignificante, o trabalho em 
equipe não acontece. Dessa forma, é vital que o líder reconheça, para si e para o grupo, o 
valor e os talentos de cada integrante.
7. Reconhecer o mérito e celebrar as conquistas. O reforço positivo tem mais poder do que se 
pode imaginar. Portanto, é vital que o líder identifique a entrega feita por cada integrante 
do grupo, reconhecendo o seu valor (feedback positivo). Nesse sentido, é de suma importân-
cia que o líder reconheça e celebre as conquistas de sua equipe, comemorando-as com ela.
8. Conhecer e desenvolver as pessoas. Reconhecer os talentos é importante, mas identificar 
os gaps de desenvolvimento é igualmente necessário. Para construir uma equipe de alta 
performance, o líder precisa criar estratégias de desenvolvimento de seus integrantes, que 
podem ser feedbacks ou treinamentos e qualificações, dentre outras.
9. Metas desafiadoras, mas realizáveis. Metas são vitais para que as pessoas saibam a entrega 
que é esperada delas e motivem-se a trabalhar para o seu alcance. Dessa forma, o líder deve 
comunicar as metas à sua equipe, quando definidas pela organização ou construí-las em 
conjunto com ela. Contudo, elas precisam ser realizáveis, pois metas inalcançáveis exercem 
um efeito contrário: desmotivam a equipe.
10. Fomentar relações saudáveis. Nenhuma liderança se sustenta sem que haja confiança e res-
peito entre as partes. Dessa forma, para fomentar o trabalho em equipe, o líder deve primar 
e incentivar um relacionamento saudável entre ele e seus subordinados e deles para com 
eles, o qual deve estar apoiado sobre os pilares da confiança e do respeito mútuo.
“Eu sou parte de uma equipe. 
Então, quando venço, não sou eu apenas quem venço. 
De certa forma, termino o trabalho de um grupo enorme de pessoas.” 
Ayrton Senna
15COMPETÊNCIAS PESSOAIS: TRABALHO EM EQUIPE
 SUMÁRIO
Por sua vez, existem atitudes que podem levar o líder a nunca levar seu grupo a transfor-
mar-se em uma equipe ou mesmo destruí-la, caso ela já exista. Algumas delas são:
1. Criticar incisiva e constantemente a equipe (com foco nas pessoas, e não nos comportamentos), 
apontando apenas os erros, sem reconhecer seus méritos.
2. Dizer o que e como tudo deve ser feito, sem deixar espaço para que as pessoas sugiram alternati-
vas de atuação.
3. Focar nos problemas e dedicar grande parte do tempo em resolvê-los, sem empoderar as pessoas 
para que participem da construção da solução.
4. Dificultar o trabalho, ao invés de facilitá-lo, pedindo que as pessoas realizem coisas difíceis, uma 
atrás da outra e sempre em prazo de urgência.
5. Ser insubstituível e extremamente necessário, de forma que apenas a sua presença mantenha a 
ordem e que, na sua ausência, as pessoas não saibam o que fazer.
6. Não desenvolver as pessoas e, ao invés de promover membros da equipe, contratar profissionais do 
mercado, justificando que ninguém do grupo está realmente preparado à oportunidade aberta. 
7. Estabelecer metas inalcançáveis e intangíveis, desmotivando as pessoas para com o alcance dos 
objetivos.
8. Culpar alguém da equipe sempre que algo der errado, terceirizando a responsabilidade, e tomar 
para si o louvor pelas conquistas.
9. Falar uma coisa e fazer outra, pregando comportamentos e atitudes que não são praticados, não 
sendo exemplo à equipe.
10. Incentivar a competição, ao invés da colaboração, fomentando a rivalidade entre os integrantesda 
equipe.
Na prática, muitos líderes e profissionais acreditam trabalhar em equipe, quando, na verdade, 
pensam e agem da seguinte forma:
Então..? 
Vamos a
juda-los?
Não se p
reocupe
.
O furo é 
do lado d
eles!
Na verdade, deveriam pensar como o escritor e filósofo Gilbert Chesterton:
“Estamos todos num mesmo barco em mar tempestuoso 
e devemos uns aos outros uma terrível lealdade”.
16COMPETÊNCIAS PESSOAIS: TRABALHO EM EQUIPE
 SUMÁRIO
SíNT
SÍNTESE
Neste ebook vimos que...
A palavra equipe tem origem francesa, derivando do termo esquif, o qual, talvez não por acaso, significa “uma fila de barcos amarra-
dos uns aos outros junto ao cais, puxados por um grupo de homens e cavalos”.
Um grupo consiste na reunião de duas ou mais pessoas que se juntam para a concretização de um objetivo. Por vezes, os indivíduos 
usam o grupo e as suas relações sociais como meios para satisfazer suas necessidades pessoais. Contudo, eles não veem motivos para se 
engajar num trabalho coletivo que requeira de um esforço conjunto. O que existe em um grupo é um compartilhamento de informações 
para ajudar cada membro com sua própria responsabilidade. Não existe no grupo o sentimento e comportamento de colaboração mútua, 
capaz de elevar o nível de desempenho geral.
Em uma equipe, as pessoas se unem em um esforço ordenado. Um membro ajuda o outro e a responsabilidade é compartilhada por 
todos, de forma que todos se sentem parte da vitória e também do fracasso do grupo. Na equipe, os esforços individuais resultam em um 
nível de desempenho maior do que a entrega das contribuições individuais.
Trabalhar em equipe requer que as pessoas estejam maduras ao ponto de assumir suas diferenças pessoais e conviver com elas, re-
conhecendo as habilidades individuais e congregando-as para a realização de algo maior, um objetivo comum.
Se tivéssemos que diferenciar um grupo de uma equipe através de um único indicador, diríamos que o que os diferencia é o “propó-
sito dos indivíduos”. Se cada um tiver um propósito diferente, será cada um por si e teremos um grupo. Porém, se existir um propósito em 
comum, compartilhado e aspirado por todos, teremos uma equipe.
17COMPETÊNCIAS PESSOAIS: TRABALHO EM EQUIPE
 SUMÁRIO
Em uma organização, encontramos grupos formais e grupos informais. As pessoas tornam-se membros de grupos formais por serem 
designadas para isso (setor de trabalho, projeto organizacional, etc.). Com base nesse conceito, as equipes são grupos formais. Para concluir 
suas tarefas, os membros dessas equipes precisam interagir. De modo geral, eles compartilham atividades, competências e metas seme-
lhantes. Eles reconhecem que são parte de uma equipe. A equipe existe enquanto perdurarem as metas relacionadas às atribuições de 
cada um. Os grupos formais podem ser temporários ou permanentes.
A denominação trabalho em equipe surgiu após a Primeira Guerra Mundial. Podemos dizer que ele acontece quando um grupo ou 
uma sociedade decide criar um esforço coletivo para resolver determinado problema. Dessa forma, o trabalho em equipe pode ser descrito 
como um conjunto ou grupo de pessoas que se dedicam a realizar uma tarefa ou determinado trabalho, seja por obrigação ou não.
No trabalho em equipe, cada membro sabe o que os outros estão fazendo e reconhece sua importância individual para o sucesso da 
tarefa, de forma que essa união possibilita a troca de conhecimento e promove agilidade no cumprimento de metas e objetivos compar-
tilhados, uma vez que otimiza o tempo de cada pessoa e ainda contribui para conhecer outros indivíduos e aprender novas tarefas.
Ocupar um cargo de liderança em uma organização é algo desejado por muitos profissionais. Contudo, a posição vem recheada de 
inúmeros desafios e o primeiro deles é conseguir formar uma equipe e, depois disso, promover o trabalho em equipe e manter o espírito 
colaborativo entre os seus integrantes. Dessa forma, o líder precisa estar atento às suas atitudes junto às pessoas, pois elas serão determi-
nantes para a construção (ou destruição) de uma equipe.
18COMPETÊNCIAS PESSOAIS: TRABALHO EM EQUIPE
REFERÊNCIAS SUMÁRIO
GLENN PARKER. Trabalhando em Equipe Jogando em Equipe. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006.
HARDINGHAM, Alison. Você S.A. – Trabalho em Equipe. São Paulo: Nobel, 2000.
HUNTER, James. De Volta ao Mosteiro: O Monge e o Executivo Falam de Liderança e Trabalho em Equipe. Rio de Janeiro: Sextante, 2014.
MAGINN, Michael D. Eficiência no Trabalho em Equipe. São Paulo, Nobel, 1996.
MAXWELL, John C. 17 Princípios do Trabalho em Equipe. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2012.
MAXWELL, John C. As 17 Incontestáveis Leis do Trabalho em Equipe. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2008.
MITCHELL, Jack. Abrace sua Equipe. Rio de Janeiro: Sextante, 2010.
MOSCOVICI, Fela. Equipes Dão Certo: A Multiplicação. São Paulo: José Olympio, 2012.

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