Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

Indaial – 2021
Portuguesa
Profª. Rosangela Marçolla
3a Edição
Morfologia da 
língua
Elaboração:
Profª. Rosangela Marçolla
Copyright © UNIASSELVI 2021
 Revisão, Diagramação e Produção:
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
 Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
Impresso por:
M321m
 Marçolla, Rosangela
 
 Morfologia da língua portuguesa. / Rosangela Marçolla – 
Indaial: UNIASSELVI, 2021.
 
 214 p.; il.
 ISBN 978-65-5663-685-6
 ISBN Digital 978-65-5663-684-9 
 
 1. Língua portuguesa. - Brasil. II. Centro Universitário 
Leonardo da Vinci.
 CDD 469
Caro acadêmico! Estamos iniciando os estudos de Morfologia da Língua 
Portuguesa, na modalidade de ensino a distância, em nível de graduação. É uma ótima 
oportunidade para você ter uma formação acadêmica de alta qualidade, dominando os 
conteúdos necessários para o seu campo de aprendizagem.
O estudo traz os conceitos fundamentais para a compreensão dos aspectos 
morfológicos da Língua Portuguesa, com leituras e atividades que auxiliarão na fixação 
do conteúdo.
O material será apresentado em três unidades, contendo três tópicos em 
cada uma delas e ainda as divisões por assunto. Todos os pontos serão explicados, 
exemplificados para que você entenda de modo fácil, principalmente, na hora de resolver 
as questões relativas ao conteúdo.
A Unidade 1 apresenta os conceitos de Morfologia, o significado dos termos 
palavra e vocábulo, os estudos de morfologia gerativa, que alterou a forma que se 
conhecia tradicionalmente e encerramos essa parte com os neologismos, a dinâmica 
da nossa língua sempre se atualizando.
A Unidade 2 aborda as classes gramaticais: substantivo, adjetivo, verbo e 
advérbio, seus conceitos, flexões, gênero, número e grau. É de suma importância, nessa 
parte, o conhecimento detalhado dessas classes de palavras e o acompanhamento de 
leituras e práticas para o melhor entendimento.
A Unidade 3 traz mais classes gramaticais: numeral, artigo, pronome, preposi-
ção, conjunção e interjeição e, da mesma forma, o estudo minucioso de cada elemento, 
seus conceitos, tipos, formas, flexões e classificações. Mais uma vez, lembramos que 
fazem parte do aprendizado as práticas e as leituras para a fixação do conteúdo.
Temos a certeza de que vamos caminhar muito bem, lado a lado. Aproveite a leitura!
Bons estudos!
Profª. Rosangela Marçolla
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e 
dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes 
completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você 
acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar 
essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só 
aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
GIO
Olá, eu sou a Gio!
No livro didático, você encontrará blocos com informações 
adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento 
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender 
melhor o que são essas informações adicionais e por que você 
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações 
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais 
e outras fontes de conhecimento que complementam o 
assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos 
os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. 
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um 
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na 
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada 
também digital, em que você pode acompanhar os recursos 
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo 
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura 
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no 
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que 
também contribui para diminuir a extração de árvores para 
produção de folhas de papel, por exemplo.
Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, 
apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, 
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com 
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
Preparamos também um novo layout. Diante disso, você 
verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses 
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos 
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, 
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os 
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.
QR CODE
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
SUMÁRIO
UNIDADE 1 - ESTRUTURA DAS PALAVRAS: PROCESSOS DE FORMAÇÃO
DE PALAVRAS ........................................................................................................................ 1
TÓPICO 1 - ESTUDOS DE MORFOLOGIA ...............................................................................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3
2 CONCEITOS DE MORFOLOGIA ............................................................................................3
2.1 PALAVRA E VOCÁBULO .......................................................................................................................8
3 MORFOLOGIA GERATIVA E TEORIA GERATIVA TRANSFORMACIONAL ..........................11
4 NEOLOGISMO .................................................................................................................... 15
RESUMO DO TÓPICO 1 ......................................................................................................... 17
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................. 19
TÓPICO 2 - APORTES TEÓRICOS DE MORFOLOGIA .......................................................... 23
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 23
2 FORMAÇÃO DE PALAVRAS ............................................................................................. 23
3 MORFEMA ......................................................................................................................... 24
3.1 TIPOS DE MORFEMAS ....................................................................................................................... 27
3.2 MORFEMA, MORFE E ALOMORFE ...................................................................................................28
4 FORMAS LIVRES, FORMAS PRESAS E FORMAS DEPENDENTES ................................. 29
5 ELEMENTOS MORFOLÓGICOS ........................................................................................32
5.1 RADICAL E RAIZ ...................................................................................................................................32
5.1.1 Radicais gregos e latinos ..........................................................................................................32
5.2 VOGAIS TEMÁTICAS ...........................................................................................................................34
5.3 DESINÊNCIAS ......................................................................................................................................35
5.4 VOGAIS E CONSOANTES DE LIGAÇÃO (INFIXOS) ......................................................................36
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................ 38
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 40
TÓPICO 3 - PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS ................................................. 43
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 43
2 COMPOSIÇÃO ................................................................................................................... 44
2.1 OUTROS PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS ...............................................................44
2.1.1 Hibridismo ....................................................................................................................................44
2.1.2 Onomatopeias ............................................................................................................................45
2.1.3 Sigla ..............................................................................................................................................46
3 DERIVAÇÃO .......................................................................................................................47
3.1 TIPOS DE DERIVAÇÃO ........................................................................................................................49
3.1.1 Afixos: prefixos e sufixos ...........................................................................................................49
3.1.2 Parassíntese ...............................................................................................................................52
3.1.3 Derivação regressiva ................................................................................................................53
3.1.4 Derivação imprópria .................................................................................................................53
LEITURA COMPLEMENTAR .................................................................................................57
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................................ 58
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................59
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 62
UNIDADE 2 — CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO, ADJETIVO,
VERBO E ADVÉRBIO .............................................................................................................67
TÓPICO 1 — SUBSTANTIVO E ADJETIVO ........................................................................... 69
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 69
2 FLEXÃO NOMINAL ............................................................................................................ 69
2.1 MORFEMAS FLEXIONAIS (DESINÊNCIAS) ...................................................................................... 72
3 SUBSTANTIVO...................................................................................................................75
3.1 CONCEITO DE SUBSTANTIVO ........................................................................................................... 75
3. 2 FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS ....................................................................................................... 76
3.3 GRAU DOS SUBSTANTIVOS .............................................................................................................78
4 ADJETIVO ..........................................................................................................................79
4.1 CONCEITO DE ADJETIVO .................................................................................................................. 80
4.2 FLEXÃO DOS ADJETIVOS .................................................................................................................82
4.3 GRAU DOS ADJETIVOS .....................................................................................................................83
RESUMO DO TÓPICO 1 .........................................................................................................87
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 88
TÓPICO 2 - VERBO: ESTRUTURA, FLEXÃO E CONJUGAÇÃO ............................................ 91
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 91
2 ASPECTO VERBAL ............................................................................................................ 91
3 ESTRUTURA VERBAL ...................................................................................................... 94
4 FLEXÃO VERBAL ...............................................................................................................96
5 PADRÃO GERAL DE FLEXÃO VERBAL ........................................................................... 101
6 FORMAS NOMINAIS DOS VERBOS .................................................................................103
7 CONJUGAÇÃO VERBAL ..................................................................................................105
 7.1 VERBOS REGULARES ...................................................................................................................... 107
8 MODO INDICATIVO ..........................................................................................................109
9 MODO SUBJUNTIVO ....................................................................................................... 110
10 VERBOS IRREGULARES ................................................................................................ 113
11 VERBOS REGULARES E IRREGULARES: TEMPOS COMPOSTOS ................................ 114
12 MODO IMPERATIVO ....................................................................................................... 116
RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................................120
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................122
TÓPICO 3 - ADVÉRBIO: VALORES MORFOLÓGICOS E SEMÂNTICOS .............................125
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................125
2 CONCEITO DE ADVÉRBIO ...............................................................................................125
3 CLASSIFICAÇÃO DOS ADVÉRBIOS ................................................................................129
4 O GRAU DO ADVÉRBIO ................................................................................................... 131
5 LOCUÇÃO ADVERBIAL ...................................................................................................132
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................134RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................135
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................136
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................138
UNIDADE 3 — CLASSES DE PALAVRAS: NUMERAL, ARTIGO, PRONOME,
PREPOSIÇÃO, CONJUNÇÃO E INTERJEIÇÃO .................................................................. 141
TÓPICO 1 — NUMERAL E ARTIGO ......................................................................................143
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................143
2 NUMERAL ........................................................................................................................143
2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS NUMERAIS ..................................................................................................146
2.2 FLEXÃO DOS NUMERAIS ................................................................................................................ 147
2.3 UTILIZAÇÃO DOS NUMERAIS .........................................................................................................148
3 ARTIGOS ..........................................................................................................................150
3.1 ARTIGOS DEFINIDOS ..........................................................................................................................151
3.2 ARTIGOS INDEFINIDOS .................................................................................................................... 152
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................... 157
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................158
TÓPICO 2 - PRONOMES ..................................................................................................... 161
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 161
2 CLASSIFICAÇÃO DOS PRONOMES ................................................................................ 161
2.1 PRONOMES INDEFINIDOS ...............................................................................................................167
2.2 PRONOMES PESSOAIS ....................................................................................................................168
2.3 PRONOMES POSSESSIVOS ............................................................................................................ 171
2.4 PRONOMES DEMONSTRATIVOS .................................................................................................... 172
2.5 PRONOMES DE TRATAMENTO ....................................................................................................... 175
2.6 PRONOMES INTERROGATIVOS .......................................................................................................177
2.7 PRONOMES RELATIVOS ................................................................................................................... 178
3 PRONOMES ADJETIVOS E PRONOMES SUBSTANTIVOS ............................................. 179
RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................................182
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................183
TÓPICO 3 - PREPOSIÇÃO, CONJUNÇÃO E INTERJEIÇÃO ...............................................187
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................187
2 VALORES SEMÂNTICOS DAS PREPOSIÇÕES ...............................................................187
2.1 TIPOS DE PREPOSIÇÕES ................................................................................................................188
2.2 LOCUÇÕES PREPOSITIVAS .............................................................................................................191
2.3 USO DAS PREPOSIÇÕES ................................................................................................................. 192
3 CONJUNÇÕES .................................................................................................................195
3.1 CONCEITO DE CONJUNÇÕES ......................................................................................................... 195
3.2 TIPOS DE CONJUNÇÕES ................................................................................................................ 197
3.2.1 Conjunções coordenativas e subordinativas ................................................................... 197
4 INTERJEIÇÕES ...............................................................................................................201
4.1 CONCEITO ............................................................................................................................................201
4.2 TIPOS DE INTERJEIÇÕES............................................................................................................... 202
4.3 UTILIZAÇÃO DE INTERJEIÇÕES NO TEXTO ............................................................................... 203
4.4 INTERJEIÇÕES COMO MARCADORES ORAIS ........................................................................... 204
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................. 206
RESUMO DO TÓPICO 3 ...................................................................................................... 207
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 208
REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 211
1
UNIDADE 1 - 
ESTRUTURA DAS PALAVRAS: 
PROCESSOS DE FORMAÇÃO 
DE PALAVRAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer o significado da Morfologia e sua evolução dentro do campo científico;
• aprender a estrutura de palavras da Língua Portuguesa, diferenciando os processos 
de flexão, composição e derivação;
• entender os fundamentos da classificação de palavras, formação de palavras e dos 
morfemas e conseguir analisar morfologicamente as palavras;
• dominar o conteúdo para utilizá-los em atividades práticas. 
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de 
reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – ESTUDOS DE MORFOLOGIA
TÓPICO 2 – APORTES TEÓRICOS DE MORFOLOGIA
TÓPICO 3 – PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
QR Code abaixo:
3
ESTUDOS DE MORFOLOGIA
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico! Iniciaremos nossos estudos de morfologia para que você 
entenda a dinâmica de nossa língua, perceba a evolução das pesquisas nessa área do 
conhecimento, partindo de apontamentos tradicionais até chegar à morfologia gerativa.
Para cumprir a proposta deste tópico, vamos conhecer as características dos 
termos “palavra” e “vocábulo”, mostrando suas diferenças e suas especificidades e, em 
seguida, mostrar a atualização do modo de expressão da língua portuguesa por meio de 
neologismos.
Esperamos que você perceba a importância desses estudos de Morfologia da 
Língua Portuguesa e aproveite ao máximo as indicações de leituras para complementar 
os conceitos, além de refletir sobre eles por meio dos exercíciospropostos.
TÓPICO 1 - UNIDADE 1
2 CONCEITOS DE MORFOLOGIA
FIGURA 1 – ESCRITA ANTIGA
FONTE: <https://bit.ly/38Eqi4A>. Acesso em: 2 fev. 2021.
4
A língua portuguesa é dinâmica e se modifica de tempos em tempos. A lín-
gua falada tem uma evolução mais rápida, atualiza-se por meio de expressões novas 
com o intuito de comunicar-se com seu público determinado, ao passo que a língua 
escrita permanece mais arraigada às suas origens, apesar de também sofrer algumas 
mudanças.
É importante lembrar, caro acadêmico, que conhecer o passado das estruturas 
formais da língua faz parte da compreensão da forma como nos expressamos hoje. Com 
isso, vamos dar início aos nossos estudos.
A morfologia é um campo diferente na área da Linguística porque seu estudo 
deriva não só dos fatos da morfologia em si mesma, mas da maneira como ocorre a 
interação com os outros ramos da Linguística como o Léxico, a Fonologia e a Sintaxe.
O estudo da morfologia e sua relação com outras áreas da Gramática, como 
a Fonologia, a Sintaxe e a Semântica tem sido o principal motivador pelos estudos 
morfológicos nos últimos anos. Isso se deve ao fato de não entender o morfema como 
elemento isolado sem relacioná-lo a outros termos de diversas naturezas.
Pesquisadores se debruçam sobre os estudos para facilitar a compreensão 
dessa interação de áreas, o que faz que surjam controvérsias. Como consequência, 
ressalta-se a questão da existência da morfologia como componente autônomo ou 
dependente de outros componentes gramaticais. Vamos entender a morfologia como 
uma área de estudos da Linguística, com suas ideias tradicionais e, posteriormente, 
suas mudanças de concepções.
Morfologia significa morphe, ‘forma’ (do grego) e logos, ‘estudo’, ‘tratado’. 
Morfologia é o estudo da forma e, no campo linguístico, a forma das palavras. O termo 
morfologia tem registro no século XIX, apesar de a palavra sempre se posicionar no 
centro da gramática, principalmente nos estudos tradicionais.
A Morfologia tem uma história recente no Brasil. A sua relevância se dá pela 
influência do Estruturalismo, que coloca a morfologia como objeto de estudo de 
forma sistêmica, valorizando sua importância na compreensão da língua portuguesa.
5
Para entender o estruturalismo: O Estruturalismo surge nas primeiras décadas do século 
XX como uma teoria que interpreta os elementos da cultura humana como unidades que 
se relacionam entre si em uma estrutura sistêmica. Uma característica que distingue o 
estruturalismo de outras propostas teóricas está em ter sido utilizado em vários campos 
das ciências humanas, tais como a antropologia e a sociologia, além, naturalmente, da 
linguística. Ademais, a concepção estruturalista do mundo e dos fenômenos atinentes à 
vida humana deu oportunidade para que suas teses também fossem agasalhadas 
nas artes visuais, de tal sorte que hoje se pode entender o estruturalismo como 
um efetivo movimento filosófico que integra a episteme do século XX. Embora 
as bases do estruturalismo linguístico tenham-se fundado nas primeiras 
décadas do século, sobretudo com as teses de Ferdinand de Saussure (1857-
1913) e os trabalhos subsequentes da Escola de Praga – notadamente 
Roman Jakobson (1896- 1982) e Nikolai Trubetzkoy (1890-1938) –, o 
estruturalismo somente chegou ao Brasil nos últimos anos da década 
de 1930, mais especificamente em 1938, quando Joaquim Mattoso 
Câmara Júnior (1904-1970) ministra o primeiro curso de linguística 
geral na universidade brasileira – Universidade do Distrito Federal. 
Com a publicação do volume Princípios de linguística geral (1941), 
Mattoso Câmara consolida em órbita bibliográfica a inserção das teses 
estruturalistas no cenário acadêmico brasileiro, inspirado, sobretudo, 
em Roman Jakobson e em Leonard Blomfield (1887-1949). A partir desse 
momento, os estudos linguísticos brasileiros cingem-se em uma bifurcação que 
põe em caminhos distintos, de um lado, os estudos histórico-comparativos, de 
base diacrônica e caráter empírico, que vinham predominando na descrição 
do português desde as últimas décadas do século XIX, e, de outro, os estudos 
estruturalistas, de base sincrônica e caráter formal, pautados na concepção 
sistêmica da língua. Ao longo de pelo menos três décadas, vários textos 
sobre linguística geral e descrição do português, inspirados nas teses 
estruturalistas, multiplicaram-se de maneira tão avassaladora que muitos 
linguistas contemporâneos chegam a afirmar equivocadamente que se 
deve a Joaquim Mattoso Câmara Jr. a introdução da ciência linguística no 
Brasil (CAVALIERE, 2018, p. 1-2).
NOTA
A morfologia ganhou espaços nos estudos formais, em termos linguísticos, e 
passou a ser estudada com mais afinco. Para se entender melhor, é o momento de se 
conceituar as denominações que serão utilizadas ao longo deste material didático.
Os estudos da língua portuguesa evoluíram ao longo das décadas, mostrando 
caminhos diferentes de entendimento em todos os níveis. Aprendemos que a língua 
escrita é diferente da falada, pois segue preceitos rígidos aprendidos principalmente 
nas escolas.
Apesar da mudança de pensamento dos linguistas e de suas pesquisas mais 
atuais, ainda se preserva certo engessamento no ensino da língua. A norma culta aos 
poucos vai dividindo seu espaço com outras formas de expressão.
6
No campo da morfologia, as classes de palavras são estudadas e utilizadas 
para fins didáticos para facilitar a classificação dos vocábulos. Hoje, sabe-se que essa 
classificação não é mais tão hermética assim, verificando-se termos em deslocamento: 
verbos, adjetivos que ocupam o lugar de substantivos, por exemplo.
O pesquisador Marcos Bagno (2013) partilha seus conhecimentos dizendo que 
o professor deve ser um profundo conhecedor da gramática normativa para poder 
mediar a análise linguística de maneira apropriada. Verifica que: 
É essa necessidade semântico-pragmática o motor de tudo quanto 
fazemos com a linguagem. Por esse caráter, é que as classificações 
gramaticais da língua não devem ser tomadas como fixas e defini-
tivas. ‘Teorias linguísticas contemporâneas tentam mostrar que as 
palavras navegam pela nebulosa da língua sem respeitar frontei-
ras rígidas, sem se encaixar nessa ou naquela classe gramatical’. 
[...] As classes gramaticais não são mesmo campos fechados, ‘mas, 
sim, domínios conceituais com um centro definido e bordas fluidas, 
por onde as palavras podem entrar e sair sem dificuldade’ (BAGNO, 
2013, p. 108-109).
Essa ideia mostra que há abertura para entendermos as palavras não apenas 
a partir de classificações como se dá em outras áreas de estudos. As ciências naturais 
definem as classificações de animais, vegetais e minerais, por exemplo.
Nos estudos de língua portuguesa, percebemos mobilidade nos termos já 
classificados morfologicamente, que podem ser utilizados pelos seus sentidos, pela sua 
função em uma frase etc.
Quando se trata do ensino da gramática nas escolas, principalmente para os 
alunos de educação básica, que estão recebendo as primeiras noções, é importante 
prestar atenção nas palavras do pesquisador Fábio Araújo Oliveira (2021, p. 3).
Para um ensino de morfologia bem-sucedido, é necessário considerar 
vários fatores, e um deles diz respeito à formação do professor 
e ao seu letramento profissional, ou seja, as práticas de leitura e 
escrita que o auxiliam no exercício profissional. Ensinar morfologia 
é ensinar gramática, e para ensinar gramática é necessário tanto um 
conhecimento de mundo e interdisciplinar, quanto ter acesso a teorias 
e documentos que orientam ou regulam o ensino de língua. Além 
disso, é preciso ter acesso a conhecimentos específicos, a saber: a 
gramática normativa; teorias linguísticas que descrevem a língua e o 
seu uso, e que normalmente contribuem para aprimorar o conteúdo 
da gramática normativa; teorias linguísticas sobre a construção do 
sentido etc. Tais conhecimentos devem ser mobilizados para orientar 
o aluno no uso da língua oral ou escrita, em suas práticas de escuta, 
leiturae produção, bem como de reflexão gramatical propriamente 
dita, considerando o nível de aprendizagem do aluno.
 
E, ainda, nas palavras de Oliveira (2021, p. 8), os alunos devem ter mais 
informações sobre todos os fatos que o cercam, ler, buscar saber, pesquisar, pois:
7
saber gramática normativa não garante que se saiba trabalhar a 
gramática funcionando no texto em sala de aula. É preciso mais. É 
preciso conhecimento de mundo, de análise de textos, de análise de 
discursos etc. É preciso conhecimento de Literatura, Artes em geral, 
História, Antropologia, Sociologia etc. É preciso ter um letramento 
profissional realmente amplo, elástico, com circuito em várias áreas. 
A perspectiva da gramática funcionando no texto também se aplica 
para a produção de textos, pelos mesmos motivos que abordamos 
quanto à interpretação textual.
A morfologia antes ensinada de maneira desvinculada das outras áreas ganhou 
enfoques mais amplos. Partiremos da base, das conceituações necessárias para o 
entendimento da estrutura da língua portuguesa. Vamos conferir o que diz o pesquisador 
Coneglian (2020, p. 6) sobre os estudos de gramática numa abordagem mais atual.
As definições das classes, como observam Croft (2001) e Neves 
(2016), são, em sua maioria, nocionais, fundamentadas em critérios 
de ordem semântica e não em seu comportamento morfossintático, 
fato do qual decorrem a impropriedade e a inadequação desse tipo 
de definição na caracterização das classes.
Um exemplo de definição nocional das classes de palavras é oferecido 
em: 
(01)
Substantivos denotam pessoas, coisas ou lugares.
Adjetivos denotam propriedades.
Verbos denotam ações. 
Guiando-se pelos critérios em (01), uma palavra como sonegação 
não denota nenhuma das propriedades que lá vêm postas, no 
entanto seria errôneo afirmar que essa palavra não pertence à classe 
dos substantivos. De semelhante modo, um verbo como considerar, 
que não expressa nem uma ação nem um evento, não pertenceria à 
classe dos verbos. No caso de palavras como cadeira e correr, que, 
respectivamente, denotam uma coisa e uma ação, elas pertencem às 
classes dos substantivos e dos verbos. Ora, as definições nocionais 
geralmente captam as propriedades dos membros prototípicos 
de uma determinada classe, isto é, aqueles membros que melhor 
representam uma determinada classe de palavras, e, a todos os 
membros da classe são atribuídas as propriedades dos protótipos. 
[ ...]
Ainda que dominantes na caracterização das classes de palavras, 
as definições nocionais podem ser acompanhadas por definições 
funcionais, que privilegiam justamente o papel que as palavras 
desempenham na construção da oração. 
Os estudos de gramática têm sido direcionados para uma nova visão dos 
termos que compõem uma frase. Trata-se de análise e de reflexão das palavras para a 
compreensão das mensagens. Assim, autores se debruçam em pesquisas que tentam 
explanar conceitos, principalmente para os profissionais que se encaminham para a 
docência da língua portuguesa.
Uma ideia para quem ensina língua portuguesa é trabalhar todos os conceitos 
utilizando textos próprios para cada faixa etária, principalmente estabelecendo 
comunicação com os alunos a partir do grau de interesse que se pode oferecer a eles.
8
Os textos eleitos para o trabalho em sala de aula devem ser textos 
autênticos, falados ou escritos. Textos produzidos para uma dada 
finalidade. Textos funcionais. Textos facilmente encontrados em 
diversificados suportes porque “toda manifestação real da língua se 
dá na forma de textos” (BAGNO, 2012, p. 78), que se apresentam de 
diferentes formas e estilos e que passamos a tomar consciência deles 
na educação básica como gêneros textuais, uns mais monitorados 
que outros porque assim exige o gênero. São esses textos que devem 
servir de base para as reflexões, levantadas pelo professor nas aulas 
de português (GOMES, 2019, p. 48).
Oferecemos aqui as classificações das palavras, que partem dos estudos da 
gramática normativa, para o encontro de outras linhas de pensamento, pois facilitam 
o trabalho se partirmos de um ponto já determinado outrora para entendermos os 
novos caminhos. 
A ideia é fazer com que não nos apeguemos exclusivamente ao ensino das 
classes de palavras, percebendo a sua fruição livre dentro do texto. E que você possa 
conhecer a língua portuguesa e transformar os seus ensinamentos em atividades 
dinâmicas e interessantes para seus alunos. 
Como sugestão, indicamos o texto Como as palavras se organizam 
em classes, de Maria Helena de Moura Neves, resultado de palestra 
proferida no Museu da Língua Portuguesa. Acesse em: <https://bit.
ly/3zIbi1r>. 
Sugerimos, também, assistir à entrevista com a pesquisadora Maria 
Helena de Moura Neves sobre sua atuação nos estudos linguísticos do 
Brasil, incluindo seu papel como funcionalista e suas contribuições para 
o ensino e a pesquisa. Acesse em: <https://www.youtube.com/watch?v=_
O9CW7fSmDk>.
DICAS
Para avançar nos conhecimentos linguísticos é importante resgatar os estudos 
que deram sustentação a novos conceitos. Vamos ver como se definem palavra e 
vocábulo, essenciais para a compreensão da análise morfológica.
2.1 PALAVRA E VOCÁBULO
Segundo o dicionário Michaelis (PALAVRA..., 2021, s.p.), a definição de palavra:
https://www.youtube.com/watch?v=_O9CW7fSmDk
https://www.youtube.com/watch?v=_O9CW7fSmDk
9
1 LING. Unidade mínima com som e significado que, sozinha, pode 
constituir um enunciado; vocábulo.
2 Unidade da língua composta de um ou mais fonemas que, em 
língua escrita, se transcreve entre dois espaços em branco, ou entre 
um espaço em branco e o sinal de pontuação.
3 GRAM. Unidade que pertence a uma das grandes classes 
gramaticais, como substantivo (quando expressa um objeto), verbo 
(quando expressa uma ação), adjetivo (quando expressa uma 
qualidade), preposição (quando expressa relação) etc. Considerando 
apenas seu significado, sem levar em conta as modificações que nela 
ocorrem com as marcações flexionais; vocábulo. 
A palavra serve para expressar uma ideia. Pensamos em uma mesa. Aí vem a 
imagem desse objeto imediatamente.
FIGURA 2 – MESA
FONTE: <https://bit.ly/3kUHjx0>. Acesso em: 2 fev. 2021.
Então, podemos entender que a palavra nomeia os objetos e as pessoas. É uma 
forma de facilitar o entendimento das conversas e a comunicação entre as pessoas. E, 
mais importante que isso, permite o reconhecimento dos objetos, das pessoas e assim 
por diante.
A palavra é o primeiro sentido da evolução humana. Não apenas emitimos sons, 
mas pronunciamos palavras e nos comunicamos por meio delas, o que nos difere dos 
outros animais. Está muito fácil de entender até agora. E quando definimos vocábulo?
 
Vocábulo é a palavra considerada apenas quanto à sua forma, 
independentemente da significação que nela se encerra.
[Gramática] Cada uma das partes átonas que fazem referência ao 
léxico, nomeadamente as conjunções, as preposições, os pronomes 
oblíquos e os artigos que, não possuindo a capacidade de formar um 
enunciado, se juntam a outros dando origem a um termo fonético.
Gramática] Unidade linguística com significado; palavra.
[Linguística] Entrada de dicionário; termo, verbete (VOCÁBULO..., 
2021, s.p.). 
10
O vocábulo é a palavra usada para demonstrar objetos, pessoas, sentimentos. 
O ato de atribuir um nome é o que significa etimologicamente um vocábulo. Vem do 
latim vocare e quer dizer chamar ou dar um nome. Melhor dizendo, o vocábulo equivale 
a uma palavra. 
Os dois termos têm semelhanças e causam dúvidas sempre. Podemos dizer 
que toda palavra é um vocábulo, mas nem todo vocábulo é uma palavra, isto é, só são 
palavras os vocábulos que apresentam significação lexical. O vocábulo é neutro e a 
palavra pode ser flexionada.
O vocábulo é uma palavra que pode ser nome ou verbo. Quando acrescentamos 
uma desinência, nem que seja apenas “s” formador de plural, criamos uma nova palavra, 
mas não um novo vocábulo.
Quando consultamos o dicionário não o fazemos por palavras, e sim porvocábulos. Não procuramos a palavra “cantassem” e sim o vocábulo "cantar”.
Vocabulário seria, então, o conjunto de vocábulos. E dizemos que conhecer 
uma quantidade razoável de vocábulos facilita a dinâmica da comunicação 
entre as pessoas, enriquecendo o diálogo.
IMPORTANTE 
Há dois tipos de vocábulos, o lexical e o gramatical. Vocábulos lexicais são 
aqueles que representam ideias e vocábulos gramaticais os que não traduzem ideias, 
mas, servem para estabelecer relações entre as palavras, o que chamamos também 
de funções dentro de um contexto. Temos o seguinte exemplo: O copo é de cristal. 
Entendemos o que significa copo, cristais separadamente, mas o, de não carregam 
significados por si só. Eles ligam os termos para a compreensão da mensagem. No 
caso, o artigo o é definido e significa que estou falando de um determinado copo e a 
preposição de leva a pensar no material de que o copo é feito.
 
 Vamos ainda esclarecer mais alguns pontos. A  palavra  é constituída de 
elementos materiais (vogais, consoantes, semivogais, sílabas, acento tônico) a que se 
dá um sentido e que se permite uma classificação.
Representamos graficamente cada palavra separada por um espaço. Exemplo: 
“o menino ganhou uma bola”, temos cinco palavras, ou seja, o, menino, ganhou, uma, 
bola, mas, podemos ver outro exemplo: meu guarda-chuva é preto. Nesse caso, temos 
cinco palavras, porém com o sentido de quatro. Assim: meu, guarda-chuva, é, preto. 
Portanto, se estudarmos as palavras apenas no seu sentido morfológico não teremos a 
clara noção do contexto. O direcionamento para que se entenda essa questão é agregar 
a função da palavra à morfologia.
11
Outro ponto importante diz respeito à fonologia. Ao dizer detergente (produto) e 
deter gente (prender gente), molho (de tomate), molho (de molhar), os sons ou as grafias 
podem ser iguais ou parecidos restando entender o contexto em que se inserem para 
que percebam a diferenças entre elas.
Vamos avançar mais, entendendo os meandros da nossa língua portuguesa, 
passando para o estudo da morfologia gerativa e teoria gerativa transformacional, que 
vai nos mostrar como se reformulam as ideias dentro do campo científico.
3 MORFOLOGIA GERATIVA E TEORIA GERATIVA 
TRANSFORMACIONAL
Dando início aos estudos de gramática, que por definição tratam de um 
sistema de regras, unidades e estruturas de que o falante de uma língua (emissor) tem 
conhecimento e a utiliza para expressar suas ideias. A partir da leitura do artigo de Lima 
e Neves (2019), podemos conceituar os tipos de gramática: 
• Normativa: tem como regra algo que deve ser seguido como norma geral. Não se 
admite variações linguísticas, pois serão consideradas como erros gramaticais. 
São regras ensinadas nas escolas de uma forma geral e encontradas nos textos 
acadêmicos, científicos e etc.
• Descritiva: a sua utilização deve corresponder à fala dentro de um grupo específico. 
A forma como as pessoas se expressam são variáveis, específicas que devem 
ser respeitadas dentro desses limites, pois o que não faz parte do vocabulário da 
comunidade transforma-se em erro. Aqui podemos realçar os regionalismos, a 
forma de expressão e as palavras utilizadas em locais diferentes, como mandioca, 
macaxeira, aipim, que são conhecidas por seus nomes em cada região determinada.
• Internalizada: considerada a forma nata de linguagem, a forma inicial de expressão 
que se aprende e se consolida com o passar do tempo. É a forma como o indivíduo, 
principalmente a criança, se comunica com as pessoas em seu entorno apenas 
pelo conhecimento básico de sua língua materna. Exemplo: eu cabo no carrinho, eu 
sabo... Esse tipo de conhecimento deve ser ampliado por meio da aprendizagem de 
outros vocábulos, sua construção dentro de um pensamento lógico e o domínio da 
expressão de seu próprio idioma.
QUADRO 1 – TIPOS DE GRAMÁTICA
12
FONTE: <https://bit.ly/3td8abo>. Acesso em: 14 jun. 2021.
Vamos, em primeiro lugar, falar de gramática normativa: aquela que prescreve as 
regras, normas gramaticais de uma língua. Serve-se das regras gramaticais tradicionais 
e o uso da língua utilizando termos considerados clássicos e formais, encontrados em 
obras literárias mais antigas, textos científicos, discursos de autoridades etc.
 
A gramática normativa é um conjunto de conhecimentos, para 
construir e interpretar unidades como, frases, orações e períodos. 
Entretanto, essas instruções, isto é, as regras são distinguidas em 
quatro tipos tais como: regras fonológicas, é que descrevem a pro-
núncia das formas da língua; regras morfológicas, que descrevem a 
estrutura das palavras; regras sintáticas, que descrevem a organiza-
ção das sentenças; regras semânticas (ou regras de interpretação), 
que relacionam as formas descritas pelas regras morfológicas e sin-
táticas com seus respectivos significados (BEZERRA, 2013, p. 5-6).
Dentro dessa linha de raciocínio, tudo o que foge das regras da gramática 
normativa se considera forma errada. Sabemos hoje que evoluímos nossa maneira 
de ver a comunicação entre pessoas e passamos a aceitar formas diferentes de fala, 
expressões regionais, neologismos. A escrita é mais inflexível, pois exige de quem 
escreve certos conhecimentos da norma tradicional, mesmo que informal. Essas 
concepções relacionam-se aos estudos do que denominamos de gramática funcional, 
a que tem por finalidade facilitar o intercâmbio de ideias entre os interlocutores.
Com o avanço dos estudos nessa linha, podemos observar que a simples 
classificação das palavras de maneira definida perde o sentido para as novas descobertas 
nessa área de conhecimento. Temos, então, as  gramáticas descritivas que surgiram, 
principalmente, pela limitação da  gramática normativa  em descrever a realidade de 
um idioma, uma vez que as pessoas se comunicam de forma diferente da tradicional, 
da normativa e, ainda, a internalizada, que nasce com o indivíduo como forma de 
comunicação natural de sua língua materna.
13
E, assim, as pesquisas evoluem e se direcionam para outros caminhos. Os es-
tudos linguísticos ditos tradicionais realizados até o século XVIII mantêm o foco na gra-
mática tradicional. Já no século XIX, a novidade passa a ser com a fonologia, por conta 
da similaridade entre as línguas e isso terá continuidade com os estudos estruturalistas 
(da primeira metade deste século). 
As pesquisas relacionadas à linguística moderna foram muito importantes e 
decisivas para o estudo dos conceitos de gramática e apresentaram novos métodos 
de análise dentro da ciência da linguística, discutindo ideias, buscando a interpretação 
em pontos ainda incompreensíveis. É o caso dos estudos da linguagem que passam a 
contribuir para o entendimento da gramática gerativa.
A aquisição da linguagem, bastante estudada por pesquisadores de vários 
campos do conhecimento, é o fator importante nessa linha de entendimento. Um dos 
estudiosos dessa área e defensor da linguagem como instinto humano foi o linguista 
Noam Chomsky. Na década de 1950 criou a Teoria Gerativa, afirmando que a aquisição 
da língua vem de um órgão mental, tal qual uma faculdade psicológica já existente 
nas pessoas. A ideia da gramática gerativa era mesmo a de gerar frases com inúmeras 
possibilidades de sentidos e entendimentos de acordo com a criatividade de cada um. 
 
A proposta de Chomsky era entender uma gramática universal como o fun-
cionamento das estruturas linguísticas da aquisição e a capacidade de uso da língua 
através do estudo das faculdades mentais. A partir desse pensamento, nasce a ideia 
do gerativismo, que se define como um modelo teórico capaz de descrever e explicar a 
natureza e o funcionamento da construção de sentidos por meio das palavras. 
A gramática gerativa pressupõe dois pilares: a competência e o desempenho 
dos indivíduos. Por competência, entende-se a habilidade inata do ser humano, o saber 
interiorizado e o desempenho, o desenvolvimento de uma habilidade e armazenamento 
desses conhecimentos em sua memória ao longo do tempo.A pesquisa de Chomsky ainda pressupõe a existência de uma Gramática 
Universal (GU), inata no ser humano, possibilitando a aquisição de uma ou mais línguas. 
Para ele, seria possível investigar esse estado inicial, geneticamente determinado, com 
o objetivo de descobrir a base sobre a qual a língua se desenvolve, para entender como 
se dá o processo de aquisição de língua.
Para Chomsky e sua gramática universal, a atividade do linguista 
é descrever a competência do falante. Com esse foco, o mesmo 
considera que a língua é um conjunto infinito de frases e que se 
define não só por essas já existentes, mas também pelas possíveis, 
ou aquelas que se podem criar a partir da interiorização das regras da 
língua, tornando os falantes aptos a produzir frases que até mesmo 
nunca foram ouvidas por ele. 
14
Isso significa que, para ele, o termo gramática é usado de forma dupla: 
é o sistema de regras possuído pelo falante e, ao mesmo tempo, é o 
artefato que o linguista constrói para caracterizar esse sistema. As-
sim, a gramática é ao mesmo tempo, um modelo psicológico da ativi-
dade do falante e uma máquina de produzir frases (SILVA, 2020, p. 37).
A gramática transformacional  é uma teoria da gramática  que explica as 
construções de uma  língua  por meio de  transformações  linguísticas  e estruturas de 
frases. Também conhecida como gramática geradora transformacional.  
Para Chomsky, todas as línguas apresentam uma estrutura superficial ou 
aparente, representando a forma em que aparece a oração, e outra estrutura profunda 
ou latente, que vai de encontro ao conteúdo semântico da oração e, a partir daí, forma 
o corpo gramatical básico pertencente ao falante de uma língua.
Nada mais interessante que saber do próprio pesquisador o que realmente ele 
pensa em relação à morfologia gerativa e à teoria gerativa transformacional. Com você, 
Noam Chomsky, em texto compilado de entrevista e publicado por Adriano e Corôa 
(2010, s.p.) no blog #Linguística:
Como aprendemos uma língua? A grande pergunta de Noam 
Chomsky. Você provavelmente já passou anos lendo livros ou tendo 
aulas sobre como aprender uma língua estrangeira. Morar num país 
estrangeiro ajuda, mas ainda assim o processo de organização 
mental das palavras e estruturas da língua é bem demorado. Mas e 
as crianças? Você já parou para se perguntar como elas conseguem 
organizar mentalmente o funcionamento de sua língua de maneira 
tão rápida e inconsciente? Reparem que elas não têm ainda uma 
primeira língua pra se basear e que, por não estarem em um curso de 
línguas com evidências e instruções concretas, elas têm evidências 
bem limitadas de como funciona a estrutura das línguas que as 
pessoas falam a sua volta. Assim, surge o argumento da pobreza 
de estímulo, que, basicamente, afirma que os dados disponíveis à 
criança na língua que a rodeia não são suficientes o bastante para 
definir uma gramática.
Por muitos anos, Noam Chomsky, linguista americano nascido em 7 
de dezembro de 1928, na Filadélfia, tentou responder a tal pergunta, 
conhecida como Problema lógico da aquisição da linguagem 
(também chamado de problema de Platão). Esse problema é baseado 
no  diálogo Ménon, de Platão, na qual o personagem Sócrates 
demonstra para Ménon que, se desafiado de maneira correta, mesmo 
um escravo sem instrução possui noções inatas de matemática. 
Esses conhecimentos permitiriam que o escravo fizesse, de maneira 
intuitiva, alguns cálculos geométricos. Essa pergunta continua sendo 
o elemento norteador das investigações científicas assumidas por 
Chomsky desde a sua graduação na Universidade de Pennsylvania. 
A contribuição de Noam Chomsky foi fundamental para a mudança de 
pensamento dos estudiosos, pois ao iniciar as pesquisas sobre a Teoria Gerativa, 
mostra a pertinência dos símbolos e regras para a análise das estruturas de frases. Para 
Chomsky, segundo Adriano e Corôa (2020), as regras dividem as sentenças em partes 
menores e, quando se combinam essas partes por meio de transformações (nome dado 
15
às regras), é possível gerar todas e apenas as sentenças gramaticais (válidas) de uma 
dada língua, que são ilimitadas em número. Esse estudo denominou-se Gramática 
Gerativo-Transformacional.
 
Os estudos de gramática evoluem em cada pesquisa em que a inserem como 
objeto, mostrando a sua versatilidade nas formas de comunicação contemporâneas. A 
evolução das pesquisas desde a utilização das normas cultas às novas possibilidades de 
expressão se tornou presente neste momento dos nossos estudos.
Vimos, também, por meio desta abordagem, o processo dinâmico da língua 
falada e escrita. É claro que a falada permite maior agilidade e formação de palavras 
novas de acordo com o cotidiano e isso explica a importância e a funcionalidade dos 
estudos que permitem a compreensão dessas atualizações linguísticas sem ficar 
aprisionado aos modelos tradicionais. 
Indicamos a leitura de textos para ampliar o conhecimento a respeito 
do assunto: Gramática normativa: movimentos e funcionamentos do 
“diferente” e “do mesmo”, de autoria de Márcia Ione Surdi. Acesse em: 
<https://bit.ly/38G9Px0 e Gramática normativa: ensino, consciência 
e liberdade, artigo das pesquisadoras Neusa Maria Oliveira Barbosa 
Bastos e Regina Pires de Brito, publicado em 2018. Acesse em: 
<file:///D:/Meus%20Documentos/Downloads/274-931-1-PB%20(1).
pdf>. Além desses, temos A gramática gerativa na escola: o pensar 
linguisticamente, de Ronald Taveira da Cruz, publicado em 2017. Acesse 
em: file:///D:/Meus%20Documentos/Downloads/51981-Texto%20do%20
Artigo-184235-1-10-20180109%20(1).pdf.
DICA
Vamos aos neologismos; criação de palavras novas ou nova roupagem para pala-
vras antigas, com alteração de sentido. O dinamismo da língua traz novidades a todo ins-
tante, principalmente, nos dias de hoje, com o vocabulário próprio das tecnologias digitais. 
4 NEOLOGISMO
Neologismo
Beijo pouco, falo menos ainda.
Mas invento palavras
Que traduzem a ternura mais funda
E mais cotidiana.
Inventei, por exemplo, o verbo teadorar.
Intransitivo:
Teadoro, Teodora (BANDEIRA, 2002)
16
Você se lembra de termos falado sobre a língua ser dinâmica? Principalmente 
a língua falada? Agora, nós veremos isso mais a fundo conhecendo os estudos sobre o 
neologismo.
Para começar, neologismo pode ser uma palavra nova, criada ou uma palavra 
que já existe com significado diferente, adaptado. E aí vem a pergunta: por que usamos 
neologismos durante as nossas conversas? Principalmente para melhorar o nível de 
diálogo, para simplificar ideias etc. Um primeiro exemplo: vossa mercê – vosmeçê – você 
– cê – vc...
Na figura a seguir, você pode ver um exemplo de neologismo, quer por meio de 
palavras ou por interpretação de símbolos, que percebemos como a nossa língua vai se 
alterando a todo instante.
FIGURA 3 – NEOLOGISMO
FONTE: <https://bit.ly/3sL9Rgj>. Acesso em: 5 fev. 2021.
O neologismo pode ser comparado à informalidade da língua, em que as palavras 
não são as mesmas que encontramos nos dicionários, ou se as encontramos podem ter 
significados diferentes. 
Exemplos de neologismos: dar um google, deletar, escanear, clicar, linkar, site 
(esses termos são conhecidos por pessoas que utilizam computadores, notebooks, 
celulares) petista, mensalão, panelaço, showmício, mimimi, lacração, cancelamento da 
pessoa, bioterrorismo, skate, shopping, arara (ficar uma arara). 
Neste tópico, nós apresentamos os conceitos básicos da morfologia e sua 
evolução considerando-se novos aspectos na redefinição das ideias iniciais, a partir 
dos estudos de morfologia gerativa, que nos explica as mudanças de abordagens e 
classificações das palavras. 
 
É importante também entender as definições de palavra e vocábulo, além 
de saber como a nossa língua se altera com o tempo, principalmente em grupos 
específicos da sociedade. O neologismo tem seu espaço aqui por ser uma das formas 
de transformação da nossa língua. 
RESUMO DO TÓPICO 1
17
Neste tópico, você aprendeu:
RESUMO DO TÓPICO 1
• Morfologia define-secomo: o estudo da forma e, no caso da linguística, a forma das 
palavras; o estudo da estrutura, da formação e da classificação das palavras. A palavra 
fica em evidência por si mesma, sem que se analise as suas funções em períodos.
• A palavra serve para expressar uma ideia; nomeia os objetos e as pessoas. É uma 
forma de facilitar o entendimento das conversas e a comunicação entre as pessoas. 
E, mais importante que isso, permite o reconhecimento dos objetos, das pessoas e 
assim por diante.
• O vocábulo é neutro e a palavra pode ser flexionada; é a palavra usada para demons-
trar objetos, pessoas, sentimentos.  O ato de atribuir um nome é o que significa eti-
mologicamente um vocábulo. 
• Há dois tipos de vocábulos: o lexical e o gramatical. Vocábulos lexicais representam 
ideias e vocábulos gramaticais os que não traduzem ideias.
• A gramática normativa tem como regra algo que deve ser seguido como norma geral. 
Não se admite variações linguísticas, pois serão consideradas como erros gramaticais.
• A utilização da gramática descritiva deve corresponder à fala dentro de um grupo 
específico. A forma como as pessoas se expressam são variáveis específicas e devem 
ser respeitadas dentro desses limites.
• A gramática internalizada: considerada a forma nata de linguagem, a forma inicial de 
expressão que se aprende e se consolida com o passar do tempo.
• A Teoria Gerativa compreende que a aquisição da língua vem de um órgão mental, 
tal qual uma faculdade psicológica já existente nas pessoas. A ideia da gramática 
gerativa era mesmo a de gerar frases com inúmeras possibilidades de sentidos e 
entendimentos de acordo com a criatividade de cada um.
• A gramática gerativa apresenta dois pilares: competência: a habilidade inata do ser 
humano e desempenho: o desenvolvimento de uma habilidade. 
18
• A gramática universal compreende o funcionamento das estruturas linguísticas da 
aquisição e a capacidade de uso da língua através do estudo das faculdades mentais. 
• A Gramática transformacional é uma teoria da gramática que explica as construções 
de uma língua por meio de transformações linguísticas e estruturas de frases.  
• Neologismo é criação de palavras ou expressões novas ou a atribuição de um novo 
sentido a uma palavra já existente. É um exemplo do dinamismo de nossa língua, 
sobretudo a falada.
19
1 (ENADE, 2010) Para preservar a língua, é preciso o cuidado de falar de acordo com 
a norma padrão. Uma dica para o bom desempenho linguístico é seguir o modelo 
de escrita dos clássicos. Isso não significa negar o papel da gramática normativa; 
trata-se apenas de ilustrar o modelo dado por ela. A escola é um lugar privilegiado 
de limpeza dos vícios de fala, pois oferece inúmeros recursos para o domínio da 
norma padrão e consequente distância da não-padrão. Esse domínio é o que levará 
o sujeito a desempenhar competentemente as práticas sociais; trata-se do legado 
mais importante da humanidade.
PORQUE
 A linguagem dá ao homem uma possibilidade de criar mundos, de criar realidades, de 
evocar realidades não presentes. E a língua é uma forma particular dessa faculdade 
[a linguagem] de criar mundos. A língua, nesse sentido, é a concretização de uma 
experiência histórica. Ela está radicalmente presa à sociedade.
XAVIER, A. C.; CORTEZ, S. (Orgs.). Conversas com Linguistas: 
virtudes e controvérsias da Linguística. Rio de Janeiro: 
Parábola Editorial, 2005, p. 72-73 (com adaptações).
Analisando a relação proposta entre as duas asserções acima, assinale a opção 
CORRETA:
a) ( ) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa 
correta da primeira.
b) ( ) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma 
justificativa correta da primeira.
c) ( ) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposi-
ção falsa.
d) ( ) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição 
verdadeira.
e) ( ) As duas asserções são proposições falsas.
2 Leia o trecho a seguir:
[...] Mas D. Pequitibota bancava milionários trens de vida ante a crise começada para 
fazendeiros comprometidos [...] Enquanto nos casarões ramazevedos das avenidas, 
despeitadas solitárias metiam ronca nas de morfino viver que parisiavam aventuras com 
velhos meninos domésticos e outros. [...]
ANDRADE, O. Memórias Sentimentais de João Miramar, 2001.
AUTOATIVIDADE
20
O autor utilizou a palavra “parisiavam” no texto. Essa palavra corresponde a um(a):
a) ( ) Estrangeirismo: uso de termos emprestados de outra língua para designar 
termos que não existem na nossa própria língua, como exemplo: parisiar.
b) ( ) Neologismo: criação de termos novos na língua, usando o verbo “parisiar”, que 
deriva do nome próprio “Paris”, para dar a ideia desse cenário rico e luxuoso.
c) ( ) Gíria: uma forma de colocar termos falados em uma comunidade para o enten-
dimento da mensagem, como no caso de “parisiar”.
d) ( ) Regionalismo: uso de termos próprios de uma região geográfica, como por 
exemplo “parisiar”, utilizados apenas por essa população determinada. 
e) ( ) Termo técnico: uso de palavras definidas por determinada área específica de 
conhecimento, como exemplo: “parisiar”.
3 Nos estudos da linguagem, a morfologia destaca-se como uma das áreas da 
linguística que se detém mais especificamente sobre o estudo da forma das palavras. 
A partir dessa reflexão, é correto afirmar que:
a) ( ) Embora seja um campo de estudos da linguística, a morfologia prescinde de 
qualquer relação com outras áreas da linguagem.
b) ( ) Tendo sua origem etimológica no verbete grego "morphe", tal fato confere 
à morfologia um viés filosófico que a torna autônoma em relação aos outros 
estudos gramaticais.
c) ( ) Por ser uma área da linguística, a morfologia deve se relacionar com a dinâmica 
da própria língua que se modifica continuamente, embora jamais se modifiquem 
as estruturas das palavras.
d) ( ) Ao refletir sobre as estruturas das palavras, os estudos de morfologia devem 
observar as modificações da linguagem relacionando a dinâmica das estruturas 
das palavras com outras áreas da linguística, como a sintaxe, a semântica e a 
fonologia.
4 (ENADE, 2017) Esteticar (Estética do Plágio)
 Tom Zé
 Pense que eu sou um caboclo tolo boboca
 Um tipo de mico cabeça-oca
 Raquítico típico jeca-tatu
 Um mero número zero um zé à esquerda
 Pateta patético lesma lerda
 Autômato pato panaca jacu
 Penso dispenso a mula da sua ótica
 Ora vá me lamber tradução interssemiótica
21
 Se segura milord aí que o mulato baião
 (tá se blacktaiando)
 Smoka-se todo na estética do arrastão
 [...]
Com base no trecho da letra da música, faça o que se pede nos itens a seguir.
a) Explique a formação dos neologismos “esteticar¨, ¨blacktaiando¨ e ¨smoka-se¨.
b) Explique o modo como a formação dos neologismos contribui para a construção de 
sentidos na letra da música. 
5 Leia o texto a seguir, explique a evolução dos estudos de morfologia, a partir dos 
estudos do estruturalismo em face das novas abordagens sobre a morfologia gerativa.
 
 “No início do século XX, surge uma nova corrente linguística – o estruturalismo. As 
bases sistemáticas e objetivas dessa nova corrente foram fornecidas por Saussure 
(1916), que rejeita a precedência da língua escrita sobre a língua falada e a relação 
língua/pensamento, distingue a gramática normativa da gramática descritiva e 
assume a primazia da Linguística sincrônica sobre a diacrônica. Apesar da ampla 
aceitação desses princípios defendidos no âmbito da obra saussuriana, surgem 
várias escolas estruturalistas (ou, como tem sido referido na literatura mais recente, 
vários estruturalismos), entre as quais se destaca o descritivismo americano – a 
escola contra a qual surge, então, na década de 50, a Gramática Gerativa” (NICOLAU; 
LEE, 2004, p. 122-123).
22
23
APORTES TEÓRICOS DE MORFOLOGIA
1 INTRODUÇÃO
Vimos, no Tópico 1, os conceitos básicos de morfologia, sua evolução de pen-
samentos críticos,até chegar aos estudos de morfologia gerativa e, por fim, o uso de 
neologismo na nossa língua.
Agora, você vai conhecer um pouco mais sobre a palavra, sua formação, os 
conceitos de morfema, como unidade mínima da palavra, seus tipos e classificações, 
além das definições de morfe, alomorfe e as formas livres, presas e dependentes. 
Vamos, por fim, conhecer os elementos morfológicos, raiz e radical, para a 
compreensão do processo de formação das palavras e sua utilização no sentido prático.
UNIDADE 1 TÓPICO 2 - 
2 FORMAÇÃO DE PALAVRAS
Para Evanildo Bechara (2000, p. 333), “toda palavra deve ser classificada: 
a) pelo seu aspecto material, fônico; b) pela sua significação gramatical; c) pela sua 
significação lexical”.
Há palavras primitivas, palavras derivadas, palavras simples e palavras compostas.
Entendemos palavras primitivas como aquelas que não vêm de outra palavra. 
Ex.: flor, dor, pedra.
Palavras derivadas são as que vêm de outra palavra. Ex.: floricultura, dolorido, 
pedreiro.
Palavras simples são as que possuem um só radical. Ex.: cavalo.
Palavras compostas são as que possuem mais de um radical. Ex.: beija-flor, 
aguardente.
24
A palavra não pode ser observada apenas pela sua constituição formal, melhor 
dizendo, somente as letras ou os fonemas que a formam. Faz-se necessário entender 
as unidades mínimas significativas para o estudo do vocábulo. Essas unidades são 
denominadas de morfemas.  Isso significa que ele é a menor unidade de sentido que 
constitui a estrutura de uma palavra. 
As palavras são formadas e estruturadas por elementos mórficos: radical, raiz, 
tema, afixos (prefixos e sufixos), desinências (nominais e verbais), vogal e/ou consoante 
de ligação e vogal temática.
Cada elemento ou partícula é importante para a compreensão das palavras, 
uma vez que representa uma unidade mínima de significação chamada de morfema.
3 MORFEMA
Radical é o elemento comum às palavras da mesma família, as palavras 
cognatas. É o radical a parte que dá o significado básico da palavra. O radical é a parte 
fixa, para fins de conjugação, de um verbo, ou seja, não há radical em formas nominais: 
substantivo, adjetivos etc.
A vogal temática é uma das partes que formam as palavras e tem a função de 
ligar o radical às desinências, constituindo o tema. A vogal temática é um morfema que 
liga o radical às desinências que formam as palavras. Essa união constitui o tema (radical 
+ vogal temática), ao qual são acrescentadas as desinências.  
Tanto os verbos quanto os nomes apresentam vogais temáticas. Por isso, elas 
podem ser classificadas em nominais e verbais.
Vogais temáticas nominais: quando são átonas e se encontram no final das 
palavras, as vogais /A/, /E/ e /O/ são consideradas nominais. As  vogais temáticas 
nominais juntam-se à desinência indicadora de plural.
Vogais temáticas verbais: há três grupos de  conjugações verbais, sendo 
a primeira marcada pela Vogal Temática –A, a segunda é marcada pela Vogal Temática –E, 
e a terceira, pela Vogal Temática –I. 
No campo da morfologia, os vocábulos são decomponíveis em morfemas. 
Vamos ver esse exemplo: criança pula.
Exemplos:
25
Os morfemas se organizam e cumprem papel importante no processo de 
formação de um vocábulo. Assim, a palavra, aqui com a ideia de vocábulo:
a) deve ser observada como significante ou expressão material da língua (falada ou 
escrita);
b) apresenta-se sob o seu aspecto formal, isto é, deve ser observada segundo uma 
classificação morfológica;
c) deve ser observada em relação a outra.
Vamos conhecer outras formas de definição de morfema: 
LING Unidade linguística mínima que tem significado.
EXPRESSÕES 
Morfema derivacional, LING: elemento que modifica, de modo preciso, 
o sentido do radical ao qual se une, criando uma nova palavra. São 
morfemas derivacionais os prefixos, como, por exemplo,  re-  na 
palavra renovar, e os sufixos -eria, em leiteria, e -oso, em leitoso.
Morfema flexional,  LING: morfema empregado na flexão dos 
substantivos, adjetivos e verbos, não alterando a classe da palavra, 
como, por exemplo, o sufixo -mos, nos verbos estudamos e visitamos, 
que indicam apenas a primeira pessoa do plural.
Morfema gramatical,  LING: morfema que tem significação interna, 
porque se origina nas relações e categorias gramaticais que fazem 
parte da língua. São morfemas gramaticais o -a, como marca de 
feminino, em palavras como bela, e o -s, como marca de plural, em 
palavras como pás e dias.
Morfema lexical,  LING: elemento invariável, que é responsável pela 
base do significado. A significação do morfema lexical diz respeito 
aos fatos do mundo extralinguístico; radical.
Morfema livre, LING: aquele que tem existência autônoma, figurando 
sozinho como um vocábulo, como, por exemplo, as palavras pá e dia.
Morfema preso, LING: aquele que não tem existência independente, 
como o -s nas palavras pás e dias (MORFEMA..., 2021, s.p.).
Morfema é a menor partícula com significado existente de uma palavra e, que se 
acoplada a um radical lhe confere outro sentido. Os morfemas podem ser classificados 
em dois grupos: morfemas gramaticais e morfemas lexicais. 
Morfemas lexicais: os substantivos, os adjetivos, os verbos e os advérbios de 
modo. São aqueles cuja significação nos remete a noções do mundo objetivo e subjetivo 
(ações, estados, qualidades, seres). Representam a própria significação externa dos 
vocábulos e é encontrado no seu núcleo de significação, denominado radical. Exemplos: 
26
o verbo beber apresenta o morfema lexical (beb-): beb-er, beb-ida, beb-errão. Todas as 
derivações do vocábulo recorrem a um mesmo morfema lexical, e diz-se então que o 
radical da palavra beber é sua parte invariável (beb-).
Morfemas gramaticais: os artigos, os pronomes, os numerais, as preposições, 
as conjunções e os advérbios, bem como os elementos mórficos que indicam número, 
gênero, modo, tempo e aspecto verbal. São aqueles que só possuem significação no 
universo da língua. Representam um contexto semântico específico interno à enunciação. 
Exemplo: o morfema lexical do vocábulo “casa”, independentemente de suas variações, 
é cas-: cas-a, cas-arão, cas-ebre, cas-inha. Enquanto o morfema lexical permanece o 
mesmo, os morfemas gramaticais variam de acordo com a significação específica que 
atribuem ao vocábulo.
Morfemas, por definição, são as unidades mínimas de significação, sendo 
elementos constituintes dos vocábulos. São os elementos que compõem a estrutura 
lexical e gramatical dos vocábulos. 
As palavras são constituídas de morfemas que, por sua vez, possuem 
classificações distintas. Os morfemas são a unidade mínima de significação, ou seja, o 
elemento significativo que não pode ser decomposto. Vamos apresentar os conceitos 
de morfema, morfe e alomorfe, que, apesar da estreita relação de sentido, representam 
noções distintas.
Sabemos que a morfologia estuda a forma ou a estrutura dos vocábulos. A 
estrutura é constituída de unidades formais menores reunidas e com significados que 
se denominam morfemas.
Os morfemas são formados por um ou mais fonemas, mas se diferenciam 
deles por apresentarem significado. Os fonemas, quando pronunciados isoladamente, 
não possuem significado. Por fonema entende-se o menor elemento sonoro capaz de 
estabelecer uma distinção de significado entre as palavras. 
QUADRO 2 – FONEMA, LETRAS E MORFEMAS
FONTE: <https://bit.ly/3zObVGU>. Acesso em: 3 fev. 2021.
27
3.1 TIPOS DE MORFEMAS 
Há duas unidades distintas que compõem o centro de interesse dos estudos da 
Morfologia: o morfema ou a palavra. A noção de morfema relaciona-se com o estudo das 
técnicas de apresentação de palavras em unidades constitutivas mínimas, enquanto os 
estudos que destacam a conceituação da palavra preocupam-se com o modo pelo qual 
a forma das palavras reflete suas interações com outras palavras dentro de contextos 
mais complexos. Os morfemas são as unidades de significação que formam as palavras. 
Podemos entender os morfemas sob dois modos: os gramaticais que só apresentamsignificação no universo da língua ao passo que os lexicais apresentam significação no 
contexto objetivo e subjetivo, que envolve ações, estados, qualidades etc. São eles:
• Morfemas gramaticais: são aqueles que possuem um significado interno à sua 
estrutura gramatical. Exemplo: s é o morfema gramatical que dá a ideia de plural. Os 
morfemas gramaticais também podem ter a função de reunir, nas frases, os vocábulos 
constituintes. Exemplo: cadeira de rodas. Os morfemas gramaticais relacionam-se às 
funções gramaticais dos vocábulos e podem ser divididos em três grupos:
 ◦ morfemas derivacionais: são os afixos (prefixos e sufixos) que permitem a forma-
ção de novas palavras. Exemplos: (gato) gatinho, (casa) casarão, (responsável) 
irresponsável.
 ◦ morfemas flexionais: são os que carregam as flexões (gênero e número nos nomes; 
modo/tempo e número/pessoa nos verbos). Exemplos: menino (masculino), meni-
na (feminino), comprei (verbo no pretérito perfeito do indicativo, 1ª pessoa do sin-
gular), andariam (verbo no pretérito imperfeito do indicativo, 3ª pessoa do plural).
 ◦ morfemas classificatórios: são as vogais temáticas dos verbos e dos nomes. 
Exemplos: cadeira (substantivo), sair (verbo).
• Morfemas lexicais: apresentam o sentido básico da palavra e gramaticais: quando 
indicam noções gramaticais. Expressam uma significação diferente, com um contexto 
de mundo fora do eixo linguístico. Exemplo: amor, flor. Podemos, ainda, exemplificar 
com o vocábulo livro, livr é o morfema lexical que traz a significação do vocábulo livro. 
As formas se relacionam ao sentido transmitido em uma mensagem, tanto externo 
à língua (morfemas lexicais), quanto interno (morfemas gramaticais). Por léxico, 
entendemos o sentido básico que se repete em todas as palavras a partir de um 
mesmo radical. Temos, por exemplo: belo, bela, belos, belas, embelezar, embelezo, 
embelezas, embeleza, embelezamento, beleza, beldade, belamente etc., dependendo 
do sentido modificado pelos prefixos e sufixos. Por forma gramatical, compreendemos 
o sentido que distingue os diversos termos, como o número: singular e plural, gênero: 
masculino e feminino, além das pessoas e os tempos, no caso dos verbos.
28
3.2 MORFEMA, MORFE E ALOMORFE
Vamos ver agora os três conceitos básicos e fundamentais em Morfologia: 
morfema, morfe e alomorfe.
 
Morfema, como já dissemos, é a unidade básica da Morfologia, sendo uma forma 
significativa recorrente mínima abstrata, melhor dizendo, apresenta um traço semântico 
que se repete em outras estruturas e não pode ser dividida em formas menores. É abstrato 
porque é representado por um morfe, o segmento mínimo significativo recorrente. 
Morfe constitui a concretização do morfema. Muitos morfemas são resultados 
de um único  morfe; por exemplo, na palavra  comer, temos o  morfe  {com-} que se 
mantém ao longo da conjugação: como, comi, comia; na palavra cantar, temos o morfe 
{cant-}, que se desenvolve assim: canto, cantei, cantava.
Alomorfe seria, então, a ocorrência de dois morfes que indicam um único mor-
fema – duas formas para um único significado. Define-se alomorfia como a alteração na 
forma de um morfema, conservando-se o seu significado. Alomorfes seriam, então, as di-
ferentes formas que um morfema pode apresentar quando sofre o processo de alomorfia.
Veja o exemplo citando o caso dos prefixos IN-infeliz e I-irresponsável. São 
palavras que começam com “in” e “i” indicando negação. Uma observação a ser feita nos 
casos de “i” no início da palavra que só ocorrem diante de determinadas consoantes (l-, 
m- ,r-, como nas palavras ilegítimo, imoral e irresponsável), portanto, “in” é considerada 
a forma básica. Assim sendo, “i” é alomorfe da forma básica (morfema) “in”. Outro 
exemplo: as variadas formas de plural, como mesa/mesas e “raiz/raízes”, em que há 
alomorfes do plural, sendo um -s e o outro -es.
Vamos conhecer outros casos de alomorfia:
Alomorfia na raiz. Os morfemas lexicais. Exemplos: ordem, orden- , ordin- têm 
a mesma significação em ordem, ordenar e ordinário; ouro / áureo: our ~ aur são duas 
formas para um significado da palavra ouro; cabra / caprino: [cabr] ~ [capr].
 
Alomorfia no prefixo. O prefixo / in / passa a / i / em inapto / ilegal ou injusto / 
ilegal: [in] ~ [i] → duas formas para um significado (algo negativo).
Alomorfia no sufixo. Aqui temos casinha / xícara: [inha] ~ [zinha] duas formas 
para um significado que indica algo que é menor. Casarão / vidraça: [arão] ~ [aça] são 
duas formas para representar objetos de tamanho grande.
Alomorfia na vogal temática. Em pão / pães, a vogal temática /o /transforma-se 
em/ e /; em mar / mares:  as duas formas são distintas, mas não modificam a definição 
da palavra  mar. Oferecimento / oferecer:  temos as duas formas distintas, mas não 
modificam a definição da palavra oferecer.
29
Alomorfia na desinência de gênero. Em avô ≠ avó, os traços distintivos / ô / e / ó 
/ podem ser considerados alomorfes das desinências: masculino e feminino.
Alomorfia na desinência modo-temporal. Em faláramos / faláreis, a desinência 
modo-temporal / ra / passa a/ re /. Alomorfia na desinência verbal. Temos canto / 
sou: [o] ~ [ou]: duas formas para indicar a primeira pessoa do singular.
 
Vamos passar para os conceitos das formas livres, presas e dependentes que 
possibilitam acrescentar informações para os estudos da análise morfológica.
4 FORMAS LIVRES, FORMAS PRESAS E FORMAS 
DEPENDENTES
Para dar início a essas definições de formas devemos saber que unidades 
formais de uma língua são livres e presas. Definem-se livres as unidades formais que 
podem funcionar isoladamente como meio de comunicação eficiente. São formas 
independentes que podem constituir frase sem precisar de outros elementos.
A ideia de forma diretamente nos leva à ideia de estrutura das palavras, isto é, 
um leque de interações que fornece a cada elemento sua função e sentido. Nos estudos 
de Morfologia, temos as formas livres, presas e dependentes.
FIGURA 4 – FORMAS
FONTE: <https://bit.ly/3kV4ozK>. Acesso em: 2 fev. 2021.
30
• Formas livres são vocábulos formais que podem ser pronunciados isoladamente 
e mesmo assim expressam ideias são considerados palavras. Elas têm autonomia 
semântica. Podem ser utilizadas de forma isolada, pois mesmo assim estabelecem 
comunicação entre as pessoas. Podemos dizer, ainda, que se encaixam nessa 
classificação os substantivos, adjetivos, verbos, advérbios e numerais. Exemplos: Se 
alguém disser em voz alta a palavra bala, as pessoas entenderão a palavra por si só, 
apesar de seus significados. Ou ainda, a palavra fogo, que sabemos o que significa: 
incêndio, tiroteio, e assim por diante.
• Formas presas  só têm valor quando combinadas com outras formas livres ou 
presas. Não têm sentido sozinhas. Formas que se apresentam fixas a um vocábulo, 
pois não existem isoladamente em enunciados. São também chamadas de não-
vocábulo. São os afixos, os radicais, as desinências, as vogais temáticas. Exemplo: O 
prefixo “re”, que precisa de palavras como: fazer, criar, agir para adquirir sentido e criar 
outras palavras como: refazer, recriar, reagir, que traz um sentido de repetição. 
Então, nos lembramos da música Refazenda, de Gilberto Gil.
Refazenda (Gilberto Gil)
Abacateiro acataremos teu ato
Nós também somos do mato como o pato e o leão
Aguardaremos brincaremos no regato
Até que nos tragam frutos teu amor, teu coração
Abacateiro teu recolhimento é justamente 
O significado da palavra temporão
Enquanto o tempo não trouxer teu abacate
Amanhecerá tomate e anoitecerá mamão
Abacateiro sabes ao que estou me referindo
Porque todo tamarindo tem o seu agosto azedo
Cedo, antes que o janeiro doce manga venha ser também
Abacateiro serás meu parceiro solitário
Nesse itinerário da leveza pelo ar
Abacateiro saiba que na refazenda
Tu me ensina a fazer renda que eu te ensino a namorar
Refazendo tudo
Refazenda
Refazenda toda
Guariroba
FONTE: <https://www.letras.mus.br/gilberto-gil/16131/>. Acesso em: 28 jun.2021.
https://www.letras.mus.br/gilberto-gil/16131/
31
Podemos constatar na música Refazenda o recorrente prefixo [re] classificado 
como formas presas. Vamos ver esses exemplos: [re]colhimento – "colher novamente", 
pois se refere ao pé de abacate; [re]fazenda "fazenda nova" covas propostas, novo tipo 
de vida; [re]fazendo – fazer novamente. 
Temos, então, o prefixo [re] + /colhimento/ do verbo "colher"; o prefixo [re] + /
fazenda/ e o prefixo [re] + /fazendo/ do verbo "fazer".
• Formas dependentes são definidas por aquelas que não são livres, porque não podem 
funcionar isoladamente como comunicação autônoma, mas não são presas, uma vez 
que entre ela e a forma livre com a qual ela constitui o vocábulo fonológico podem-se 
intercalar novas formas. E, ainda, são relativas ao vocábulo com os quais se relacio-
nam dentro do contexto sintático. Exemplos: Artigos, preposições, algumas conjun-
ções e pronomes oblíquos átonos que, por si só, não podem constituir um enunciado.
Para reforçar os conceitos: exemplos de formas livres, dependentes e presas, 
veja o quadro a seguir.
QUADRO 3 – EXEMPLO DE FORMAS
E as vinte palavras recolhidas
nas águas salgadas do poeta
e de que se servirá o poeta
em sua máquina útil”
(João Cabral de Melo Neto, Auto do Frade)
LIVRES: palavras, recolhidas, águas, salgadas, poetas, servirá, máquina e útil.
PRESAS: que marca o plural de nomes, substantivos e adjetivos (morfema de plural 
nos nomes), e - a, vogal temática nominal nos nomes poeta e máquina.
DEPENDENTES: e, as, de, que, se, o.
FONTE: <https://bit.ly/3n2kB8T>. Acesso em: 1 fev. 2021.
Destacamos que não se deve confundir morfema com palavra, uma vez 
que pode haver coincidência entre essas duas noções. Vamos deixar 
mais claro: 
As palavras: sol, lei, pé, lua, rei são formadas por um único morfema, 
mas quando utilizamos os seus plurais verificamos a existência de dois 
morfemas, sendo um deles o “s”. Nota-se, então, que nem sempre o “s” 
é um morfema, pois há casos em que já se encontra junto ao morfema, 
sem alguma significação. Na palavra lápis, outro exemplo, o “s” não 
representa plural, uma vez que não existe a palavra “lápi”.
IMPORTANTE
32
5 ELEMENTOS MORFOLÓGICOS 
Dando sequência aos nossos estudos, passamos agora para os radicais gregos 
e latinos, com as listas de apoio para que você possa conhecer a origem das palavras. E 
daremos início a essa parte lembrando as definições de raiz e de radical e suas diferenças 
para que as possíveis dúvidas sejam dissipadas. Sendo assim, vamos aprender mais 
sobre os radicais.
5.1 RADICAL E RAIZ
Radical é o elemento comum às palavras da mesma família, as palavras 
cognatas. É o radical a parte que dá o significado básico da palavra. É a parte fixa, para 
fins de conjugação de um verbo, ou seja, não há radical em formas nominais: substantivo, 
adjetivos etc. É o elemento básico e significativo das palavras, de acordo com o aspecto 
gramatical e prático. Exemplo: am- (verbo amar): amarás, amei, amaria, amava etc.
Raiz é a parte básica, a origem de uma palavra. Essa palavra tanto pode ser um 
verbo, como um substantivo, adjetivo etc. É um elemento irredutível comum a todos 
os vocábulos da mesma família. É o morfema que contém a significação lexical básica. 
Também é conhecido por radical primário, ou forma primitiva. Em cas-a-s, por exemplo, 
observamos três morfemas: raiz, vogal temática, desinência de número. Um exemplo 
de um conjunto de palavras que partem de uma mesma raiz: terra, terreno, terrestre, 
aterrar, aterrissagem, aterramento, terrário, enterrar.
 É importante observar que um radical pode ser primário e ser confundido com 
a raiz da palavra, por não conter nenhum elemento mórfico unido a ele. Exemplos: sol, 
lua, paz. 
Nem sempre palavras de mesmo radical, pertencem à mesma família de 
significação. Temos que buscar a raiz etimológica da palavra para perceber a diferença. 
Exemplo: casa e caso.
5.1.1 Radicais gregos e latinos
Vamos conhecer alguns radicais gregos e latinos para entendermos o signifi-
cado de cada palavra.
Radicais gregos:
aero (aér = ar): aeroporto;
astro (áster = estrela): astronomia;
biblio (bibl-íon = livro): biblioteca;
bio (bi-os = vida): biografia;
cardio (kard-ia = coração): cardíaco;
33
crono (chron-os = tempo): cronômetro;
deca (deka = dez): década;
derme (derm-a = pele): dermatologista;
di (dis = dois): dissílabo;
etno (ethn-os = raça): etnia;
gastro (gáster = estômago): gástrico;
hetero (héter-os = diferente): heterogêneo;
hidro (hyd-ro = água): hidrografia;
macro (makr-ós = grande): macróbio;
micro (mikrós = pequeno): micróbio;
mono (mónos = um): monólogo;
neo (né-os = novo): neologismo;
oftalmo (ophthálmos = olho): oftalmologia;
poli (polys = muito): poligamia;
pseudo (pseudos = falsidade): pseudônimo;
psico (psiqué = alma): psicologia;
tele (têle = longe): telefone;
termo (termós = calor): termômetro;
tri (triás = três): tríade;
zoo (zô-on = animal): zoológico.
Radicais latinos:
agri (agri = campo): agricultura;
alter (alter = outro): alternativa;
ambi (ambi = ambos): ambidestro;
audio (audire = ouvir): auditório;
beli (bellum = guerra): bélico;
bi (bis = duas vezes): bisavó;
cídio (cidio = matar): suicídio;
clar (clarus = claro): claridade;
cruci (crux = cruz): crucificar;
curv (curvus = curvo): curvilíneo:
duo (duo = dois): dueto;
equi (aequus = igual): equilátero;
escri (scríbere = escrever): escrita;
lac (lactis = leite): lácteo;
loco (locus = lugar): locomover;
loquo (lóquor = fala): ventríloquo;
ludo (ludis = jogo): lúdico;
mort (mortis = morte): mortandade;
oni (omni = todo): onipresente;
ped (pedis = pé): pedal;
pisci (piscis = peixe): piscicultura;
quadru (quattuor = quatro): quádruplo;
34
tri (tres = três): tripé;
uni (unus = um): uniforme;
verm (vermis = merme): vermicida.
O conhecimento da raiz e do radical das palavras faz com que possamos 
enriquecer o nosso vocabulário e compreender seus significados de uma maneira mais 
ampla. Cabe ressaltar a importância de se conseguir reconhecer cada elemento que 
compõe os estudos de Morfologia. Passamos, agora, para as vogais temáticas. 
5.2 VOGAIS TEMÁTICAS
São vogais que se juntam ao radical com a função de receber outros elementos 
localizando-se, então, entre dois morfemas. 
Há vogais temáticas tanto em verbos quanto em nomes. Quando está no verbo, 
a vogal temática indica a sua conjugação: 1ª, 2ª ou 3ª. Exemplo: amar – indica o verbo 
da 1ª conjugação, beber– indica o verbo da 2ª conjugação e sumir – indica o verbo da 
3ª conjugação. O tema é o radical acrescido da vogal temática de modo a receber as 
desinências.
Os vocábulos com vogal temática são temáticos; os que não contêm vogal 
temática são atemáticos. Em geral, são atemáticos os nomes que têm na posição final 
uma vogal tônica ou uma consoante.
Os temas são classificados em nominais e verbais. Os temas nominais sempre 
terminam em vogal átona; os verbais podem apresentar vogais temáticas tônicas, 
portanto, as palavras terminadas em vogais tônicas não apresentam vogal temática, 
por exemplo: café, sofá etc. Elas representam as formas atemáticas. Assim, as vogais 
temáticas nominais estão presentes somente nos nomes átonos. Os temas nominais 
predominantes na língua portuguesa são:
a) temas em /a/: mesa, casa, toada
b) temas em /o/: livro, cachorro, cavalo
c) temas em /e/: alface, pote, mestre, 
Os temas verbais dividem-se em três grupos, a saber:
a) temas em /a/: cantar, falar, passear
b) temas em /e/: beber, saber, correr
c) temas em /i/: dirigir, sair, pedir
35
QUADRO 4 – VOGAL TEMÁTICA
FONTE: <https://bit.ly/3yhA0UT>. Acesso em: 8 fev. 2021.
Vimos, por meio desses conceitos, que nos vocábulos primitivos, raiz e radical 
podem se confundir. É bom lembrar que muitas vezes o radical (primário ou derivado) 
vem acompanhado de uma vogal átona, que se denomina vogal temática. E o tema é 
constituído por esse conjunto formado por radical e vogal temática.
Aprendemos, também, que os vocábulos com vogal temática são temáticos; os 
que não contêm vogal temáticasão atemáticos. Em geral, são atemáticos os nomes que 
têm na posição final uma vogal tônica ou uma consoante.
5.3 DESINÊNCIAS
São os morfemas colocados no final das palavras com a função de indicar as fle-
xões nominais ou verbais. Observe que é diferente da vogal temática por marcar flexões. 
As desinências podem ser: 
• Nominais: indicam as flexões de gênero (masculino e feminino) e de número (singular 
e plural) dos nomes.
 ◦ Exemplos: gênero – menino – menina 
 número – meninos – meninas. 
36
• Verbais quando indicam o número, pessoa, tempo e modo dos verbos.
 ◦ Exemplos: número pessoal – indica o número e a pessoa a qual se refere a ação 
verbal:
-o: desinência número pessoal indicativa da 1ª pessoa do singular: eu canto, eu 
bebo, eu saio;
-s: desinência número pessoal indicativa da 2ª pessoa do singular: tu cantas, tu 
bebes, tu sais;
-mos: desinência número pessoal indicativa da 1ª pessoa do plural: nós cantamos, 
nós
bebemos, nós saímos;
-m: desinência número pessoal indicativa da 3ª pessoa do plural: eles cantam, eles 
bebem, eles saem.
• Modo temporal: indica em que modo e em que tempo ocorre a ação verbal.
 ◦ Exemplos:
-va: desinência modo temporal indicativa do pretérito imperfeito do indicativo (1ª 
conjugação): eu cantava, tu cantavas, ele cantava;
-ia: desinência modo temporal indicativa do pretérito imperfeito do indicativo (2ª e 
3ª conjugações): eu bebia, tu bebias, ele bebia;
-ra: desinência modo temporal indicativa do pretérito mais-que-perfeito do 
indicativo: eu dançara, tu dançaras, ele dançara;
-ria: desinência modo temporal indicativa do futuro do pretérito do indicativo: eu 
sairia, tu sairias, ele sairia;
-sse: desinência modo temporal indicativa do pretérito imperfeito do subjuntivo: 
se eu falasse, se tu falasses, se ele falasse.
• verbo-nominais, quando indicam as formas nominais do verbo, ou seja, infinitivo (ar, 
er, ir), gerúndio (ando, endo, indo), ou particípio (ado, edo, ido).
 ◦ Exemplos:
-r: desinência verbo nominal indicativa do infinitivo: cantar.
-ndo: desinência verbo nominal indicativa do gerúndio: cantando.
-do: desinência verbo nominal indicativa do particípio: cantado.
5.4 VOGAIS E CONSOANTES DE LIGAÇÃO (INFIXOS) 
São elementos que facilitam a pronúncia das palavras ao serem inseridas na 
função de ligação. A sua presença nesses vocábulos se dá por necessidade fonética. 
Como não são significativos, não podem ser considerados como morfemas. Exemplos: 
café - cafeteira, leite - leiteira. E, ainda, avo-z-inha, flor-z-inha, cafe-t-eira, desenvolv-
i-mento, árvor-e-s, gas-ô-metro, cana-i-s, alv-i-negro, paris-i-ense, inset-i-cida, 
37
pe-z-inho. O Tópico 2 abordou os conteúdos referentes à conceituação de palavra e 
suas classificações. Em seguida, aprendemos o significado de morfema, de morfe, de 
alomorfe, apresentando suas características.
As formas livres, presas e dependentes também foram apresentadas como parte 
dos estudos seguidas dos conceitos de radicais, os gregos e os latinos, principalmente, 
as vogais temáticas, as desinências e, por fim, as vogais e consoantes de ligação.
Para fins de ampliar os conhecimentos sobre os tipos de morfemas, 
vamos apresentar um texto que mostra essas várias modalidades, 
com base nos conceitos de Mattoso Câmara Jr., em seu Dicionário 
de Linguística e Gramática (verbete morfema). Segundo o autor, os 
morfemas, do ponto de vista do significante, podem ser: aditivos, 
subtrativos, alternativos, reduplicativos, de posição e zero. O texto Tipos 
de morfemas, de Priscila Brügger de Mattos, pode ser encontrado no 
seguinte endereço: https://bit.ly/3bS9QTL.
DICA
A proposta desse tópico é a assimilação de conceitos dos elementos que 
formam as palavras, para que você reconheça a importância de cada um deles no 
contexto da língua portuguesa e, sobretudo entender os conceitos ensinados para, no 
caso de atividade de docência, conseguir passar esses conhecimentos.
Então vamos mostrar uns caminhos para isso: no ensino fundamental, 
podemos apresentar os elementos: morfema, radical, prefixo, sufixo etc. A partir disso, 
elaborar pesquisas sobre as palavras conhecidas pelos próprios alunos para entender 
a sua formação. Além disso, eles poderão constatar a criação de palavras novas, os 
neologismos, algumas gírias e os tipos de palavras utilizadas em meios diferentes 
(popular e social) mostrando a eles a função das palavras como forma de comunicação 
efetiva e a importância do estudo da Morfologia.
38
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu:
• As palavras podem ser simples, compostas, primitivas e derivadas, são constituídas 
de morfemas e possuem classificações distintas. 
• Morfema é a menor unidade de sentido que constitui a estrutura de uma palavra. Os 
morfemas são a unidade mínima de significação, ou seja, o elemento significativo que 
não pode ser decomposto.
• Os morfemas gramaticais são aqueles que possuem um significado interno à sua 
estrutura gramatical. Morfemas lexicais apresentam o sentido básico da palavra e 
gramaticais quando indicam noções gramaticais. 
• Morfema é a unidade básica da Morfologia, sendo uma forma significativa recorrente 
mínima.
• Morfe constitui a concretização do morfema. Muitos morfemas são resultados de um 
único morfe.
• Alomorfe é a ocorrência de dois morfes que indicam um único morfema – duas 
formas para um único significado.
• Formas livres são vocábulos formais que podem ser pronunciados isoladamente e 
mesmo assim expressam ideias.
• Formas presas só têm valor quando combinadas com outras formas livres ou presas. 
Não têm sentido sozinhas e se apresentam fixas a um vocábulo.
• Formas dependentes são definidas por aquelas que não são livres, porque não podem 
funcionar isoladamente como comunicação autônoma, mas não são presas.
• Os elementos morfológicos se constituem de radical e raiz. Radical é a parte fixa, 
para fins de conjugação, de um verbo, ou seja, não há radical em formas nominais: 
substantivo, adjetivos etc. Raiz é a parte básica, a origem de uma palavra. Essa palavra 
tanto pode ser um verbo, como um substantivo, adjetivo etc.
39
RESUMO DO TÓPICO 2 • Vogais temáticas são vogais que se juntam ao radical com a função de receber outros elementos localizando-se, então, entre dois morfemas. Há vogais temáticas tanto em 
verbos quanto em nomes.
• Desinências são os morfemas colocados no final das palavras com a função de indicar 
as flexões nominais ou verbais.
• Vogais e consoantes de ligação (infixos) são elementos que facilitam a pronúncia 
das palavras ao serem inseridas na função de ligação; a sua presença nesses 
vocábulos se dá por necessidade fonética.
40
1 A morfologia, antes de se debruçar sobre o estudo das dez classes gramaticais, 
dedica-se sobretudo ao estudo das menores unidades de sentido, que vão gerar as 
palavras e as classes gramaticais. A partir dessa reflexão, é correto afirmar que:
a) ( ) Para a morfologia, a menor unidade de sentido é a palavra, visto que as frases 
são compostas pelo agrupamento de diversas palavras.
b) ( ) Para a morfologia, a menor unidade de sentido é o morfema, que constitui a 
estrutura de todas as palavras.
c) ( ) Para a morfologia, as menores unidades de sentido são o substantivo e o verbo, 
em torno dos quais gravitam as outras classes gramaticais.
d) ( ) Para a morfologia, a menor unidade de sentido é o poema, que constitui a 
estrutura de todas as palavras literárias.
2 Quanto à estrutura mórfica, indicando as afirmações que se relacionam ao verbo 
desdobrar, assinale a alternativa CORRETA: 
I- Desdobravam decompõe em:
 des + dobr + a + va + m.
II- Esses elementos mórficos são:
 prefixo + radical + vogal temática + desinência modo-temporal + desinência número-
pessoal.
III- É, pois, um verbo da primeira conjugação, flexionado no pretérito imperfeito do 
indicativo, terceira pessoa do plural.
a) ( ) Estão corretas I e II.
b) ( ) Estão corretas II e III.
c) ( ) Estão corretas I e III.
d) ( ) Todas estão corretas.
3 A alternativa que apresentaos elementos mórficos, destacados na palavra, com 
correção gramatical, é:
a) ( ) pareciam: parec-: radical; -ia: vogal temática; parecia-: tema; -m: desinência 
modo-temporal.
b) ( ) sopravam: sopr-: radical; -a: vogal temática; sopra-: tema; -va-: desinência 
modo-temporal; -m: desinência número-pessoal.
c) ( ) mergulhando: mergulha-: radical; -n-: consoante de ligação; -do: desinência 
modo-temporal.
d) ( ) caía: caí-: radical; -a: vogal temática; caía: tema.
e) ( ) estava: est-: radical; -a: vogal de ligação; -va: desinência modo-temporal.
AUTOATIVIDADE
41
4 Há elementos da Morfologia da língua portuguesa que estudamos para o conheci-
mento e a compreensão das palavras. Defina esses termos:
a) Radical: 
b) Afixos: 
c) Vogal temática: 
d) Vogais e consoantes de ligação (infixos): 
 
5 Observe os versos de Cecília Meireles (1986) e indique as formas livres, formas presas 
e dependentes, lembrando que entendemos por forma livre: morfema que, por si só, 
pode constituir uma palavra; forma presa: morfema que, por si só, não pode constituir 
uma palavra, sendo apenas um constituinte de palavra e forma dependente: forma 
não autônoma cujo significante se associa a outras formas dependentes ou livres.
 “Eu vi a rosa do deserto 
 Ainda de estrelas orvalhada
 Era a alvorada” 
42
43
TÓPICO 3 - 
PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS
1 INTRODUÇÃO
Você aprendeu, nos tópicos anteriores, os conceitos iniciais de Morfologia, 
incluindo o estudo das palavras. Agora, você vai ver como se dá essa formação de 
vocábulos, por composição e por derivação.
Lembrando mais uma vez que se faz necessária para a fixação do conteúdo, 
a leitura de todo o material apresentado, o que facilitará a sua vivência com os termos 
utilizados e a análise de cada um em um contexto gramatical.
Neste Tópico apresentaremos o processo de formação de palavras, o qual se 
dá por derivação ou por composição, que por sua vez apresentam subdivisões. Veja a 
figura a seguir:
UNIDADE 1
FIGURA 5 – FORMAÇÃO DE PALAVRAS
FONTE: <https://bit.ly/3BIdmr8>. Acesso em: 2 fev. 2021.
44
2 COMPOSIÇÃO
A composição ocorre quando duas ou mais palavras formam uma nova. No 
entanto, as palavras originais já são dotadas de significados e funções próprias na 
língua. A formação de palavras por composição pode se dar por:
• Aglutinação – quando as palavras se integram passando a ter um acento tônico só. 
Ademais, tem a sua forma alterada. Exemplos:
 ◦ água + ardente= aguardente
 ◦ Rosa + Ângela= Rosângela
 ◦ plano + alto = planalto
 ◦ perna + alta = pernalta
 ◦ vinho + acre = vinagre
• Justaposição – quando as palavras são colocadas lado a lado, podendo ou não 
receber hífen. Nesse caso, não levam alteração fonética. Exemplos: 
 ◦ passa + tempo = passatempo
 ◦ guarda + chuva = guarda-chuva 
 ◦ beija + flor = beija-flor 
 ◦ guarda + roupa = guarda-roupa
 ◦ gira + sol = girassol
 
Observação: note que em girassol houve duplicação do s ao juntar-se à palavra, 
sem que houvesse junção e perda de vogal. Em passatempo, apenas junção sem hífen.
2.1 OUTROS PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS
Há outros processos de formação de palavras que serão estudados agora, 
como o hibridismo, onomatopeia e sigla. Estão presentes nas conversas, na redação de 
textos, quer seja de informação ou de entretenimento. 
2.1.1 Hibridismo
A língua portuguesa é formada por palavras deixadas por outras línguas mais 
antigas. Às vezes, pensamos que somente o latim nos deixou um legado, mas o grego e 
algumas outras línguas também o fizeram. 
O resultado da combinação ou reunião de palavras ou morfemas que vieram de 
idiomas diferentes chama-se hibridismo. As pessoas pronunciam diariamente palavras 
que não temos a menor noção de sua procedência, como reportagem (inglês + latim), 
surfista (inglês + grego), sambódromo (africano + grego).
45
Exemplos de hibridismos mais comuns:
Alcoômetro – Álcool (árabe) + metro (grego)
Autoclave – Auto (grego) + clave (latim)
Burocracia – Buro (francês) + cracia (grego)
Endovenoso – Endo (grego) + venoso (latim)
Hiperacidez – Hiper (grego) + acidez (português)
Monocultura – Mono (grego) + Cultura (latim)
Psicomotor – Psico (grego) + motor (latim)
Romanista – Romano (latim) + -ista (grego)
Sociologia – Socio (latim) + -logia (grego)
Zincografia – Zinco (alemão) + grafia (grego)
Outros casos notáveis são os seguintes:
Grego e latim
Astronauta (estrela + navegante)
Automóvel (por si mesmo + móvel)
Monóculo (um + olho)
Televisão (longe + visão)
Latim e grego
Altímetro (alto + medida)
Decímetro (dez + medida)
Árabe e grego
Alcaloide (soda + forma)
2.1.2 Onomatopeias
São  palavras que reproduzem os sons existentes, como os barulhos das 
máquinas e objetos, os ruídos dos animais, os sons produzidos pelo ser humano e os 
ruídos da natureza. São muito utilizadas nas histórias em quadrinhos. E, ainda, em 
poesias e peças publicitárias.
Onomatopeias de sons de instrumentos, máquinas e objetos:
tic-tac ou tique-taque (relógio);
blem blem (badaladas de sinos);
ding dong (campainha);
plim (magia);
boom (bomba);
crash (batida);
tum-tum (bater do coração);
46
triiimm (telefone);
biii biii (buzina);
vroooom (motor de veículos);
ploft (objeto caindo);
toc toc (batida na porta);
bum (explosão);
bang bang (tiros).
Onomatopeias de sons de animais:
miau miau (gato);
cócórócócó (galo);
cri cri (grilo);
au au (cachorro);
bzzz (abelha);
ssssss (cobra);
piu-piu (passarinho).
Onomatopeias de sons humanos:
buááá (choro);
hahaha (gargalhadas);
chuac (beijo);
fiu fiu (assobio);
nhac (mordida);
atchim (espirro);
sniff sniff (choro);
aaai (dor);
psst (chamada);
burp (arroto);
ic (soluço).
Onomatopeias de sons de fenômenos da natureza:
vuuuuu (vento);
ping ping (chuvisco);
cabrum (trovão);
chuá-chuá (cachoeira).
2.1.3 Sigla
Representa, na escrita, parte da palavra como equivalente de um todo, reduzindo 
determinados vocábulos. Denomina-se sigla o conjunto de letras iniciais dos vocábulos 
que compõem o nome de uma organização, uma instituição, um programa, um tratado. 
Exemplos: USP, Unesp, CPF etc.
47
Inserimos as regras de utilização das siglas com o objetivo de facilitar o entendi-
mento e a consequente prática na hora de usar algumas delas. Essas formas de apresenta-
ção de siglas devem ser respeitadas, principalmente em redação de documentos, por isso 
são amplamente divulgadas por órgãos responsáveis pelas normas técnicas brasileiras. 
Na utilização de siglas, observam-se os seguintes critérios:
a) Devem-se citar apenas siglas já existentes, de acordo com a convenção ou desig-
nação oficial. Exemplo: Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT (e não EBCT).
b) Quando mencionadas pela primeira vez no texto, deve-se escrever a forma por 
extenso, seguida da sigla entre parênteses, ou separada por hífen. Depois da sigla se 
tornar conhecida, dispensa-se o nome. Exemplo: A Universidade de São Paulo (USP) 
é uma conceituada universidade brasileira. A Universidade de São Paulo – USP é 
uma conceituada universidade brasileira. Pode ser apenas a USP é uma conceituada 
universidade brasileira.
c) Não são colocados pontos intermediários e ponto final nas siglas. Exemplo: Associação 
de Pais e Amigos dos Excepcionais – Apae (e não A.P.A.E ou A.p.a.e.).
d) Siglas com até três letras são escritas com todas as letras maiúsculas. Exemplo: ONU 
– Organização das Nações Unidas; IML – Instituto Médico Legal.
e) Siglas com quatro letras ou mais devem ser escritas com todas as letras maiúsculas 
quando cada uma de suas letras ou parte delas é pronunciada separadamente, ou 
somente com a inicial maiúscula, quando formam uma palavra pronunciável. Exemplos: 
Masp – Museu de Arte de São Paulo, Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa 
Agropecuária, Mercosul – Mercado Comum do Sul. 
f) Deve-se manter com maiúsculas e minúsculas as siglas que originalmente foram cria-
das dessa forma para se diferenciarem de outras similares. Exemplo: CNPq – Conselho 
Nacional de Pesquisa (para diferenciá-lo de CNP – Conselho Nacional doPetróleo).
g) No caso de se utilizar sigla de origem estrangeira, deve-se adotar a sigla e seu nome 
em português quando houver forma traduzida, ou adotar a forma original da sigla 
estrangeira quando esta não tiver correspondente em português, mesmo que o seu 
nome por extenso em português não corresponda perfeitamente à sigla. Exemplos: 
ONU – Organização das Nações Unidas. ISBN- (internacional standard book number ou 
padrão internacional para livro).
h) Deve-se adicionar a letra s (sempre minúscula) para indicar o plural das siglas 
somente quando a concordância gramatical exigir. Exemplos: O trabalho das ONGs vem 
repercutindo cada vez mais na sociedade. Serão sugeridas novas PECs pelo governo. 
(PEC = Proposta de Emenda Constitucional).
FONTE: Adaptado de <https://bit.ly/3ti1wAL>. Acesso em: 25 ago. 2021.
3 DERIVAÇÃO
A derivação é um processo de formação de novas palavras pelo acréscimo de 
afixos (prefixos e sufixos) ao radical da palavra primitiva para originar outras palavras na 
língua portuguesa. 
48
Chuva, Chuvisco, Chuvarada
Cocoricó – Composição: Hélio Ziskind 
Chove, mas como chove
Chuva, chuvisco, chuvarada
Por que é que chove tanto assim?
A terra gosta da chuva
E eu gosto da chuva também
Ela lá e eu aqui
Cocoricó
Quiquiriqui
Chove, mas como chove
Chuva, chuvisco, chuvarada
Por que é que chove tanto assim?
Lararáaa
Quando chove
A terra fica molinha
A planta fica verdinha
E eu fico todo molhado
Com o pé na lama e nariz tapado
Minha vó me chama:
"Menino vem cá, vem tomar chá
Vem comer bolo de cenoura
Com cobertura de chocolate quente"
Bom muito bom, muito mais do que bom
É excelente
Oh que tarde tão bela
Banana quente no forno com açúcar e canela
Chove, chove, chove deixa chover
Enquanto tiver bolo de cenoura a gente nem vai perceber
Chove, chove, chove, deixa chover
Comendo banana quente a gente nem vai perceber
Bom muito bom, muito mais do que bom
É excelente
Enquanto tiver bolo de cenoura
A gente nem vai perceber
Chove, chove, chove deixa chover
Comendo banana quente
A gente nem vai perceber.
FONTE: <https://www.letras.mus.br/cocorico/969907/>. Acesso em: 7 fev. 2021.
49
Na música Chuva, Chuvisco, Chuvarada há várias palavras com o mesmo radical 
chuv-, mas com sufixos diferentes. Isso acarreta em mudança de ideia, de sentido, entre 
outras observações. Denominamos, então, derivação o processo de formação de uma 
palavra pelo acréscimo de afixos (que pode ser prefixo ou sufixo).
O som de ch, como você pôde observar na letra de música acima, aparece em 
vários momentos, principalmente no refrão, o que permite uma interpretação rítmica, 
com a repetição de palavras derivadas de chuva.
3.1 TIPOS DE DERIVAÇÃO
Vamos estudar agora os tipos de derivação que as palavras sofrem. Começamos 
pelos afixos: prefixos e sufixos, depois parassíntese, a derivação regressiva e a imprópria.
3.1.1 Afixos: prefixos e sufixos
São elementos adicionados ao radical para a constituição das palavras. Os afixos 
são classificados em dois tipos, sendo eles: PREFIXOS: quando vêm antes do radical e 
SUFIXOS: quando vêm depois do radical. 
• Prefixos
◦ Prefixos de origem grega:
a-, an-: afastamento, privação, negação, insuficiência, carência
ana-: inversão, mudança, repetição
anfi-: em redor, em torno, de um e outro lado 
anti-: oposição, ação contrária 
apo-: afastamento, separação 
arqui-, arce-: superioridade hierárquica, excesso 
cata-: movimento de cima para baixo 
di-: duplicidade 
dia- : movimento através de, afastamento 
dis-: dificuldade, privação 
ec-, ex-, exo-, ecto-: movimento para fora 
en-, em-, e-: posição interior, movimento para dentro 
endo-: movimento para dentro
epi-: posição superior 
eu-: excelência, perfeição, bondade 
hemi-: metade, meio
hiper-: posição superior, excesso 
hipo-: posição inferior, escassez 
meta-: mudança, sucessão 
50
para-: proximidade, semelhança, intensidade 
peri-: movimento ou posição em torno de
pro-: posição em frente, anterioridade
pros-: adjunção, em adição a
proto-: início, começo, anterioridade
poli-: multiplicidade
sin-, sim-: simultaneidade, companhia
tele-: distância, afastamento
 ◦ Prefixos de origem latina:
a-, ab-, abs-: afastamento, separação
a-, ad-: aproximação, movimento para junto
ante-: anterioridade, procedência
ambi-: duplicidade
ben(e)-, bem-: bem, excelência de fato ou ação
bis-, bi-: repetição, duas vezes
circu(m)-: movimento em torno
cis-: posição aquém
co-, con-, com-: companhia, concomitância 
contra-: oposição
de-: movimento de cima para baixo, separação, negação
de(s)-, di(s)-: negação, ação contrária, separação
e-, es-, ex-: movimento para fora
en-, em-, in-: movimento para dentro, passagem para um estado ou forma 
extra-: posição exterior, excesso
i-, in-, im-: sentido contrário, privação, negação 
inter-, entre-: posição intermediária
intra-: posição interior
intro-: movimento para dentro
justa-: posição ao lado
ob-, o-: posição em frente, oposição
per-: movimento através
pos-: posterioridade
pre-: anterioridade 
pro-: movimento para frente
re-: repetição, reciprocidade
retro-: movimento para trás
so-, sob-, sub-, su-: movimento de baixo para cima, inferioridade
super-, supra-, sobre-: posição superior, excesso
soto-, sota-: posição inferior
trans-, tras-, tres-, tra-: movimento para além, movimento através
ultra-: posição além do limite, excesso
vice-, vis-: em lugar de
51
 ◦ Correspondência entre Prefixos Gregos e Latinos
a, na/des, in: privação, negação
anti/contra: oposição, ação contrária
anfi/ambi: duplicidade
apo/ab: afastamento, separação
di/bi(s): duplicidade
dia, meta/trans: movimento através
e(n)(m)/i(n)(m)(r): movimento para dentro
endo/intra: movimento para dentro
e(c)(x)/e(s)(x): movimento para fora, mudança de estado 
epi, super, hiper/supra: posição superior, excesso 
eu/bene: excelência, perfeição, bondade
hemi/semi: divisão em duas partes
hipo/sub: posição inferior
para/ad: proximidade, adjunção
peri/circum: em torno de
si(n)(m)/cum simultaneidade, companhia
• Sufixos
 ◦ Sufixos que formam nomes de ação, estado, movimento:
-ada -dão -mento
-ança -ença -são
-ância -ez(a) -tude
-ção -ismo -ura
-ário(a) -ista -nte 
-eiro(a) -or 
 ◦ Sufixos que formam nomes de agente, profissão:
 ◦ Sufixos que dão nomes a locais:
-aria -eiro -tério 
-ário -or -tório
52
 ◦ Sufixos que formam nomes com significado de abundância, aglomeração, coleção:
-aço -ario(a) -io
-ada -edo
-agem -eria
-ite -ina -ito
-oma -ol -ema 
-ato, eto, ito -ite -io 
 ◦ Sufixos que formam termos científicos:
 ◦ Sufixo que forma nomes de religião, doutrinas filosóficas, sistemas políticos:
-ismo
Apresentamos os afixos como processo de derivação e, também, percebemos 
a necessidade de colocarmos as formas prefixais e sufixais assim como os exemplos 
respectivos de cada um para facilitar a consulta e a utilização dessas palavras derivadas.
3.1.2 Parassíntese
Trata-se uma forma de derivação, que ocorre pela junção de afixos a uma 
palavra simples ou radical, formando uma nova palavra com significação própria. Na 
derivação parassintética ocorre a junção simultânea de um prefixo e de um sufixo a 
um adjetivo ou substantivo para a formação de um verbo. Agora veremos exemplos de 
palavras formadas por parassíntese:
abençoar (a- + bênção + -ar); engordar (en- + gordo + -ar)
ajoelhar (a- + joelho + -ar); enlouquecer (en- + louco + -ecer)
amanhecer (a- + manhã + -ecer); entristecer (en- + triste + -ecer)
anoitecer (a- + noite + -ecer); envelhecer (en - + velho + -ecer)
emagrecer (em- + magro + -ecer) envergonhar (en- + vergonha + -ar)
53
ataque (do verbo atacar) compra (do verbo comprar)
atraso (do verbo atrasar) consumo (do verbo consumir)
caça (do verbo caçar) denúncia (do verbo denunciar)
embarque (do verbo embarcar) pesca (do verbo pescar)
erro (do verbo errar) renúncia (do verbo renunciar)
mergulho (do verbo mergulhar) venda (do verbo vender)
É importante saber que a derivação parassintética ocorre com prefixo e sufixo 
ao mesmo tempo para ter sentido próprio, ao contrário da prefixaçãoou da sufixação 
que se pode tirar um dos afixos e continua a palavra tendo significado. Exemplo: in – feliz 
– mente; des-leal-mente.
3.1.3 Derivação regressiva
Na derivação regressiva, também chamada de formação deverbal, ocorre 
redução da palavra primitiva e não acréscimo. Diferente de outras formas de derivação, 
que ocorrem por acréscimo, sendo a palavra derivada uma ampliação da palavra 
primitiva, na derivação regressiva, ocorre a redução da palavra primitiva para a formação 
da palavra derivada. 
A forma mais habitual de derivação regressiva é a formação de substantivos a 
partir de verbos, pela supressão do -r final dos verbos. Esses substantivos são chama-
dos de substantivos deverbais.
 
Vamos mostrar alguns exemplos de substantivos formados por derivação 
regressiva:
Podemos ter a formação de substantivos a partir de outros substantivos: boteco 
(de botequim), comuna (de comunista).
3.1.4 Derivação imprópria 
Na derivação imprópria ou de conversão não há alteração da palavra primitiva, 
que permanece igual. Há mudança de classe gramatical com mudança de significado: 
verbos passam a substantivos, adjetivos passam a advérbios, substantivos passam a 
adjetivos etc. Cabe dizer aqui que esse tipo de derivação tem conotação semântica, pois 
mostra alteração de sentido. Exemplos: jantar (verbo para substantivo), andar (verbo 
para substantivo), prodígio (substantivo para adjetivo), baixo (adjetivo para advérbio).
54
Observam-se vários casos de derivação imprópria. Vamos aqui mostrar alguns:
• Os adjetivos passam a substantivos. Exemplo: Os maus serão punidos.
• Os verbos podem passar a substantivos ou adjetivos. Exemplo: Os democratas con-
seguiram um feito histórico.
• Os  verbos no infinitivo  passam a  substantivos. Exemplo: O andar da bailarina era 
delicado.
• Os adjetivos passam a advérbios. Exemplo: Chorei baixo para que ninguém percebesse. 
• Substantivos próprios tornam-se comuns. Exemplo: João nunca falta. É um caxias 
mesmo!
• Palavras invariáveis passam a substantivos. Exemplo: Expliquei o porquê da situação.
Para entender o processo de formação de palavras é importante observar 
como os vocábulos se apresentam nos textos de uma maneira geral. Torna-se uma 
atividade interessante buscar exemplos nas letras de músicas, nas obras literárias. Aqui, 
mostramos uma música com vários exemplos do que estudamos e que servirá como 
base em práticas em sala de aula.
Vamos ver a letra da música Mama África, de Chico César:
Mama África
Chico César
Mama África
A minha mãe
É mãe solteira
E tem que
Fazer mamadeira
Todo dia
Além de trabalhar
Como empacotadeira
Nas Casas Bahia...(2x)
Mama África, tem
Tanto o que fazer
Além de cuidar neném
Além de fazer denguim
Filhinho tem que entender
Mama África vai e vem
Mas não se afasta de você...
Filhinho dá um tempo
É tanto contratempo
No ritmo de vida de mama...
Mama África
A minha mãe
É mãe solteira
E tem que
Fazer mamadeira
Todo dia
Além de trabalhar
Como empacotadeira
Nas Casas Bahia...(2x)
É do Senegal
Ser negão, Senegal...
55
Mama África
A minha mãe
É mãe solteira
E tem que
Fazer mamadeira
Todo dia
Além de trabalhar
Como empacotadeira
Nas Casas Bahia...
Quando Mama sai de casa
Seus filhos de olodunzam
Rola o maior jazz
Mama tem calo nos pés
Mama precisa de paz...
Mama não quer brincar mais
Deve ser legal
Ser negão, Senegal...(3x)
Mama África
A minha mãe
É mãe solteira
E tem que
Fazer mamadeira
Todo o dia
Além de trabalhar
Como empacotadeira
Nas Casas Bahia...(2x)
Mama África
A minha mãe
Mama África
A minha mãe
Mama África...
FONTE: <https://www.letras.mus.br/chico-cesar/45197/>. Acesso em: 20 jul. 2021.
Podemos observar várias palavras como mama (abreviação de mamãe); 
derivadas como mamadeira (sufixo), empacotadeira (prefixo e sufixo), filhinho (sufixo); 
contratempo (justaposição); negão, denguim, neném, olodunzam, rola (verbo) como 
palavras recriadas com o objetivo de aproximar quem fala de quem ouve. Esse é o 
dinamismo da nossa língua e a importância de conhecê-la de uma forma ampla.
Os professores devem ficar atentos a essas atividades com textos, pois ajudam 
na compreensão da língua e incentivam a buscar o sentido das palavras e a intenção 
do comunicador. Para quem o autor/compositor dirige a mensagem? Há palavras que 
poderiam ser substituídas por outras? Por que ele escolheu determinadas palavras? 
Lembre-se da música Cálice, de Chico Buarque, que dá duplo sentido à palavra (cálice/
cale-se).
Há muitas outras letras de músicas que podem exemplificar as variações 
linguísticas, as palavras e sua formação, a função dos vocábulos em inúmeros contextos. 
Mais uma dica: a música Drão, do Gilberto Gil e em várias canções de Caetano Veloso e 
de Chico Buarque que se valem de várias maneiras de compor dando sentidos diferentes 
às palavras.
https://www.letras.mus.br/chico-cesar/45197/
56
Como sugestão de leitura e de ideias para atividades em sala de aula, indicamos o trabalho 
de Helena Pacheco de Amorim, com o título Morfologimusicalizar: uma análise da criação 
de novas palavras na música brasileira, apresentado à Universidade de Brasília, em 2018. 
Acesse em: https://bit.ly/3l5ddHp.
Há, também, o trabalho Formação de palavras neológicas em músicas de Gilberto Gil e 
Caetano Veloso, de autoria de Thalita Angelucci, apresentado à Universidade Nacional de 
Rosario (Argentina), em 2018. Você pode ler o texto em: <https://bit.ly/3jRbTbN>.
Sugerimos, também, como contribuição à reflexão sobre o tema, a leitura do Trabalho 
de Conclusão de Curso de Ingrid Bruna Pasquali, intitulado: Gramática 
normativa e gramática funcional: uma proposta para o ensino de língua 
na educação básica, apresentado na Universidade Caxias do Sul, em 2019. 
Trata-se de uma discussão acerca da gramática normativa associada 
à funcional, tendo como recorte a educação básica e, em especial, o 
ensino dos verbos transitivos diretos. A pesquisa foi feita utilizando-se os 
Parâmetros Curriculares Nacionais e a Base Nacional Comum Curricular, 
como base para os estudos indicadores do ensino da língua portuguesa 
no nível da educação básica.
Você poderá ler o texto na íntegra, que se encontra disponível em: 
<https://bit.ly/3zXDYnj>.
DICA
O Tópico 3 apresentou os processos de formação de palavras, incluindo a 
composição por aglutinação e justaposição, principalmente. Em seguida, as palavras 
alteradas por derivação, por meio de afixos e, ainda, as derivações regressivas e 
impróprias.
Nesse momento encerramos a Unidade 1, que tratou exclusivamente dos 
primeiros contatos com os estudos de Morfologia, trazendo conceitos básicos para 
a compreensão da disciplina e avançou para os conteúdos que englobam todos os 
elementos necessários para entender os processos pelos quais as palavras passam e 
se apresentam na nossa língua.
57
Sugerimos como leitura complementar o texto, cujo resumo está a seguir. Ele 
reflete os princípios da gramática normativa, explicitando o caso dos sujeitos e suas 
questões de adequação aos estudos atuais. Essa pesquisa foi publicada em 20 de ja-
neiro de 2020, na Revista Gestão Universitária.
SOBRE OS CONCEITOS DE SUJEITO DA GRAMÁTICA NORMATIVA: UMA QUESTÃO 
MUITO MAIS AMPLA DO QUE PARECE
Marinho Celestino de Souza Filho
Resumo: Pressupondo que a Gramática Normativa não ensina a alguém de modo algum 
a “ler e escrever corretamente”, o autor do presente trabalho procura analisar algumas 
das definições de sujeito dadas por esta Gramática e tenta mostrar suas relações/
implicações com o ensino-aprendizagem da nossa língua materna, sugerindo que há 
uma necessidade urgente de reformulação, redefinição, renovação nos objetivos do 
ensino aprendizagem da Gramática citada anteriormente,
Palavras-chave: Gramática Normativa, ensino-aprendizagem, conceitos de sujeito.
 
Deixamos aqui apenas uma parte do artigo, mas é importante que você leia o 
texto na íntegra, que está disponível em: <http://www.gestaouniversitaria.com.br/artigos/
sobre-os-conceitos-de-sujeito-da-gramatica-normativa-uma-questao-muito-mais-ampla-do-que-parece>. Acesso em: 14 jun. 2021.
LEITURA
COMPLEMENTAR
http://www.gestaouniversitaria.com.br/artigos/sobre-os-conceitos-de-sujeito-da-gramatica-normativa-uma-questao-muito-mais-ampla-do-que-parece
http://www.gestaouniversitaria.com.br/artigos/sobre-os-conceitos-de-sujeito-da-gramatica-normativa-uma-questao-muito-mais-ampla-do-que-parece
http://www.gestaouniversitaria.com.br/artigos/sobre-os-conceitos-de-sujeito-da-gramatica-normativa-uma-questao-muito-mais-ampla-do-que-parece
58
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu:
• A composição ocorre quando duas ou mais palavras formam uma nova. 
• As palavras originais já são dotadas de significados e funções próprias na língua.
• Aglutinação é quando as palavras se integram passando a ter um acento tônico só e 
têm a sua forma alterada. 
• Justaposição é quando as palavras são colocadas lado a lado, podendo ou não 
receber hífen.
• Hibridismo é resultado da combinação ou reunião de palavras ou morfemas que 
vieram de idiomas diferentes.
• Onomatopeias são palavras que reproduzem os sons existentes, como os barulhos 
das máquinas e objetos, os ruídos dos animais, os sons produzidos pelo ser humano 
e os ruídos da natureza.
• Sigla é o conjunto de letras iniciais dos vocábulos que compõem o nome de uma 
organização, uma instituição, um programa, um tratado etc.
• Derivação se refere a elementos adicionados ao radical para a constituição das 
palavras. 
• Os afixos são divididos em prefixos e sufixos. Prefixos: quando vêm antes do radical. 
Sufixos: quando vêm depois do radical.
• A parassíntese ocorre pela junção de afixos a uma palavra simples ou radical, 
formando uma nova palavra com significação própria.
• Na derivação regressiva ocorre redução da palavra primitiva e não acréscimo. 
• Na derivação imprópria não há alteração da palavra primitiva, que permanece igual. 
Há mudança de classe gramatical com mudança de significado: verbos passam a 
substantivos, adjetivos passam a advérbios, substantivos passam a adjetivos etc.
59
1 (ENADE, 2011) Quero pedir permissão à língua portuguesa para usar duas palavras 
que, na verdade, são inexistentes oficialmente, quais sejam: crackudo e vacilão. 
Crackudo é originário do termo crack.
 A palavra foi recentemente criada para identificar o indivíduo que é usuário dessa 
droga, ou seja, crackudo nada mais é do que o consumidor do crack. Quanto a vacilão, 
tal palavra é originada do verbo vacilar, que significa não estar firme, cambalear, 
enfraquecer, oscilar. Vacilão, na linguagem popular, nada mais é do que o indivíduo 
que não mede as consequências dos seus atos e sempre ingressa em algo que não 
é bom para si e que só lhe traz malefícios ou aborrecimentos. E, em assim sendo, o 
crackudo é um vacilão!
FONTE: <www2.forumseguranca.org.br/node/22783>. Acesso 
em: 12 ago. 2011. 
 O sufixo [-ão] opera como uma desinência formadora de aumentativos, superlativos 
e agentivos em português, como indicado no exemplo apresentado no texto acima. 
Tem-se, também, o sufixo [-udo], que indica grande quantidade de X; em seu uso 
mais típico, X é igual à parte aumentada (orelhudo, narigudo, beiçudo, barrigudo etc). 
Considerando essas informações e o texto acima, conclui-se que o vocábulo “vacilão” 
possui um sufixo:
a) ( ) Agentivo, como o que se observa em “caminhão”, e que, no caso do sufixo [-udo] 
em “crackudo”, ocorre a mesma motivação semântica existente em “beiçudo”.
b) ( ) Agentivo, como o que se observa em “mijão”, e que o sufixo [-udo] em “crackudo” 
apresenta a mesma motivação semântica existente em “orelhudo” e “narigudo”.
c) ( ) Agentivo, assim como o vocábulo “resmungão”, e que o uso do sufixo [-udo] em 
“crackudo” resulta em uma formação vocabular incomum na língua portuguesa.
d) ( ) Aumentativo, como o que se observa em “macarrão”, e que, no caso do sufixo 
[-udo] em “crackudo”, se observa a mesma motivação semântica existente nos 
vocábulos “orelhudo” e “sisudo”.
e) ( ) Aumentativo, como o observado em “panelão”, e que, no caso do sufixo [-udo] 
em “crackudo”, se observa uma construção incomum na língua portuguesa, 
dada a produtividade baixa do referido sufixo.
2 Indique as mudanças ocorridas nas classes gramaticais das palavras destacadas 
formadas por derivação imprópria.
AUTOATIVIDADE
60
I. O conceito de belo é objeto de estudo da história da arte. 
II. O Museu de Paris é muito belo. 
III. O jantar de ontem estava ótimo. 
IV. Quero jantar em um restaurante italiano. 
V. Mário é o mais alto dos alunos. 
VI. Minha vizinha falava muito alto. 
a) ( ) I e II: adjetivo e substantivo; III e IV: substantivo e verbo; V e VI: adjetivo e 
advérbio.
b) ( ) I e II: substantivo e adjetivo; III e IV: verbo e substantivo; V e VI: adjetivo e 
advérbio.
c) ( ) I e II: substantivo e adjetivo; III e IV: verbo e substantivo; V e VI: advérbio e 
adjetivo.
d) ( ) I e II: adjetivo e substantivo; III e IV: verbo e substantivo; V e VI: advérbio e 
adjetivo.
e) ( ) I e II: substantivo e adjetivo; III e IV: substantivo e verbo; V e VI: adjetivo e 
advérbio.
3 Indique os processos de formação das palavras destacadas:
“Vou-me embora para Pasárgada”
“Ela tem um quê misterioso” 
Como você conseguiu emagrecer assim tanto? 
Gosto de pular de paraquedas aos sábados. 
Estou muito orgulhoso do meu desempenho acadêmico. 
a) ( ) derivação sufixal, aglutinação, justaposição, derivação imprópria, parassíntese.
b) ( ) Aglutinação, parassíntese, justaposição, derivação sufixal, derivação imprópria.
c) ( ) Aglutinação, derivação imprópria, parassíntese, justaposição, derivação sufixal.
d) ( ) Derivação imprópria, derivação sufixal, aglutinação, justaposição, parassíntese.
e) ( ) Parassíntese, justaposição, derivação sufixal, derivação imprópria, aglutinação.
4 Defina os tipos de derivação:
Prefixal: 
 
Sufixal: 
Parassintética: 
61
Prefixal e sufixal: 
Regressiva: 
Imprópria: 
5 Qual é o processo de formação das palavras: engordar, espairecer, desalmado e 
descamisado.
62
REFERÊNCIAS
ADRIANO, P. Â. A; CORÔA W. Noam Chomsky e o funcionamento da linguagem: menos é 
mais! Blog #Linguística. [S.l.], 10 jan. 2020. Disponível em: https://www.blogs.unicamp.
br/linguistica/2020/01/10/noam-chomsky-e-o-funcionamento-da-linguagem-
menos-e-mais/. Acesso em: 2 fev. 2021.
AMORIM, H. P. de. Morfologimusicalizar: uma análise da criação de novas palavras 
na música brasileira. 2018. 29f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em 
Letras Português) – Universidade de Brasília, Brasília, 2018. Disponível em: <https://bit.
ly/3l5ddHp>. Acesso em: 20 jul. 2021.
ANGELUCCI. T. C. Formação de palavras neológicas em músicas de Gilberto Gil e 
Caetano Veloso. JORNADAS INTERNACIONALES “DESCOBRINDO CULTURAS EM LÍNGUA 
PORTUGUESA”. 3., 2018, Córdoba. Anais [...] Universidad Nacional de Córdoba, 2018. 
Disponível em: <https://bit.ly/3Pzvv0y>. Acesso em: 20 jul. 2021.
BAGNO, M. Gramática de bolso do português brasileiro. São Paulo: Parábola 
Editorial, 2013.
BAGNO, M. Gramática pedagógica do português brasileiro. São Paulo: Parábola 
Editorial, 2012.
BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: José Olympio, 1970.
BASTOS, N.; BRITO, R. Gramática normativa: ensino, consciência e liberdade. Rio de 
Janeiro, 2º semestre de 2018. Disponível em: <http://llp.bibliopolis.info/confluencia/rc/
index.php/rc/article/view/274. Acesso em: 5 fev. 2021.
BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2000.
BEZERRA, F. A. Os diferentes conceitos de gramática nos estudos linguísticos. Revista 
Letra Magna, [s.l.], ano 9, n. 17, 2013. Disponível em: http://www.letramagna.com/17_5.
pdf. Acesso em: 14 jun. 2021.
CAVALIERE, R. O estruturalismo chega ao Brasil: Manuel Said Ali e Joaquim M. Câmara Jr 
In: BASTOS, N. (Org.). Língua portuguesa: história, memória, e interseções lusófonas. 
São Paulo: EDUC, IP-PUC-SP, 2018, p. 103-120. Disponível em: https://bit.ly/3l2woBL. 
Acesso em: 27 jan. 2021.
https://www.blogs.unicamp.br/linguistica/2020/01/10/noam-chomsky-e-o-funcionamento-da-linguagem-menos-e-mais/
https://www.blogs.unicamp.br/linguistica/2020/01/10/noam-chomsky-e-o-funcionamento -da-linguagem-menos-e-mais/
https://www.blogs.unicamp.br/linguistica/2020/01/10/noam-chomsky-e-o-funcionamento -da-linguagem-menos-e-mais/
http://llp.bibliopolis.info/confluencia/rc/index.php/rc/article/view/274
http://llp.bibliopolis.info/confluencia/rc/index.php/rc/article/view/274
63
REFERÊNCIAS CONEGLIAN, A. V. L. O tratamento conferido à classe das conjunções em gramáti-cas antigas de língua portuguesa. Revista Domínios de Linguagem, [s.l.], v. 14, 1, 
2020. Disponível em: http://www.seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/article/
view/47667. Acesso em: 23 jul. 2021.
CRUZ, R. T. A gramática gerativa na escola: o pensar linguisticamente. Work. Pap. 
Linguíst., v. 18, n. 2, p. 111-128, Florianópolis, ago./dez., 2017. Disponível em: http://
dx.doi.org/10.5007/1984-8420.2017v18n2p111. Acesso em: 14. jun. 2021.
FREIRE, A. et al. Estrutura e formação de vocábulos em português. Disponível em: 
http://www.filologia.org.br/monografias/caderno_de_pos_graduacao_ufac/estrutu-
ra_e_formacao_de_vocabulos.htm. Acesso em: 20 jan. 2021.
GOMES, M. S. A gramática pedagógica do português brasileiro (Bagno, 2012) e o 
ensino de gramática. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em 
Educação (PPGE) Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Instituto de Ciências 
da Educação (ICED), 2019. Disponível em http://www.ufopa.edu.br/ppge/images/
dissertacoes/turma_2017/MARLISON_SOARES_GOMES.pdf. Acesso em 19 jul. 2021.
LIMA, E.; NEVES, H. Concepções de gramática no caderno Pontos de Vista da 
Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro: orientações para atividades 
com gramática normativa e internalizada. Revista Eutomia, Recife, 23(1): 129-146, 
jul. 2019. Disponível em: file:///D:/Meus%20Documentos/Downloads/240305-155747-
1-PB.pdf. Acesso em: 20 jul. 2021.
MATTOS, P. B. Tipos de morfemas. Disponível em: http://www.filologia.org.br/
monografias/caderno_de_pos_graduacao_ufac/tipos_de_morfemas.htm. Acesso em: 
5 fev. 2021.
MORFEMA. In: DICIONÁRIO Michaelis. São Paulo: Ed. Melhoramentos, c2021. Disponí-
vel em: https://michaelis.uol.com.br/busca?id=7mM4D. Acesso em: 24 ago. 2021.
NICOLAU, E.; LEE, S. H. O estatuto da morfologia nos estudos gramaticais. Revista 
Organon. Porto Alegre, v. 18 n. 36 p. 121-129, 2004.
OLIVEIRA, F. A. O ensino de morfologia na educação básica: algumas reflexões e 
propostas. Revista do GELNE, v. 23, n. 1, 2021. Disponível em: https://periodicos.ufrn.
br/gelne/article/view/20850. Acesso em: 28 jun. 2021.
PALAVRA. In: DICIONÁRIO Michaelis. São Paulo: Ed. Melhoramentos, c2021. Disponível 
em: https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/pa-
lavra/. Acesso em: 1 jan. 2021.
http://www.filologia.org.br/monografias/caderno_de_pos_graduacao_ufac/estrutura_e_formacao_de_vocabulos.htm
http://www.filologia.org.br/monografias/caderno_de_pos_graduacao_ufac/estrutura_e_formacao_de_vocabulos.htm
http://www.ufopa.edu.br/ppge/images/dissertacoes/turma_2017/MARLISON_SOARES_GOMES.pdf
http://www.ufopa.edu.br/ppge/images/dissertacoes/turma_2017/MARLISON_SOARES_GOMES.pdf
file:///D:/Meus Documentos/Downloads/240305-155747-1-PB.pdf
file:///D:/Meus Documentos/Downloads/240305-155747-1-PB.pdf
http://www.filologia.org.br/monografias/caderno_de_pos_graduacao_ufac/tipos_de_morfemas.htm. 
http://www.filologia.org.br/monografias/caderno_de_pos_graduacao_ufac/tipos_de_morfemas.htm. 
https://periodicos.ufrn.br/gelne/article/view/20850
https://periodicos.ufrn.br/gelne/article/view/20850
64
SILVA, S. R. C. A atualidade da teoria da linguagem chomskiana e o aprendizado 
linguístico de crianças de 2 a 5 anos. 2020, 43f. Monografia (Bacharelado em Curso de 
Filosofia) – Universidade Federal do Tocantins, Palmas, TO, 2020. Disponível em: https://
bit.ly/3c1UJHj. Acesso em: 14 jun. 2021.
SOUZA FILHO, M. C. Sobre os conceitos de sujeito da gramática normativa: uma questão 
muito mais ampla do que parece. Revista Gestão Universitária, [s.l.], dez. 2020. 
Disponível em: http://www.gestaouniversitaria.com.br/artigos/sobre-os-conceitos-de-
sujeito-da-gramatica-normativa-uma-questao-muito-mais-ampla-do-que-parece. 
Acesso em: 14 jun. 2021.
SURDI, M. Gramática normativa: movimentos e funcionamentos do “diferente” e “do 
mesmo”. 2010, 132f. Dissertação (Pós-graduação em Letras) – Universidade Federal de 
Santa Maria, Santa Maria, RS, 2010. Disponível em: https://bit.ly/3BdccU5. Acesso em: 
25 ago. 2021.
VOCÁBULO. In: DICIO, Dicionário on-line de Português. Porto: 7 Graus, 2021. Disponível 
em: https://www.dicio.com.br/vocabulo/. Acesso em: 24 ago. 2021.
65
ANOTAÇÕES
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6667
CLASSES DE PALAVRAS: 
SUBSTANTIVO, ADJETIVO, 
VERBO E ADVÉRBIO
UNIDADE 2 — 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer o estudo dos vocábulos a partir das classes de palavras;
• aprender os conceitos e características dos substantivos e adjetivos; 
• assimilar a estrutura, as flexões e as conjugações dos verbos;
• entender as características dos advérbios.
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de 
reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – SUBSTANTIVO E ADJETIVO
TÓPICO 2 – VERBO: ESTRUTURA, FLEXÃO E CONJUGAÇÃO
TÓPICO 3 – ADVÉRBIO: VALORES MORFOLÓGICOS E SEMÂNTICOS
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
68
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 2!
Acesse o 
QR Code abaixo:
69
TÓPICO 1 — 
SUBSTANTIVO E ADJETIVO
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Estudaremos, a partir de agora, os substantivos e os adjetivos como parte dos 
estudos da morfologia da língua portuguesa. Pretendemos levar aos acadêmicos o 
conhecimento de regras e, por conseguinte, as classificações para fins didáticos, pois é 
uma forma de compreendermos a dinâmica das palavras e suas posições gramaticais.
As classes de palavras, estudadas com base na gramática normativa, são 
mostradas aqui como base para que se compreendam as funções exercidas no contexto 
e, também, a produção de sentidos. Primeiramente, deve-se aprender a classificação 
das palavras, as formas e posteriormente entender os outros níveis. 
Uma maneira de entender melhor os conceitos é por meio de textos literários 
cotidianos, que encontramos nos meios de comunicação, assim como em letras de 
música, receitas, quadrinhos entre outros.
O Tópico 1 traz os substantivos e adjetivos, as formas nominais, dentro do 
espectro dos estudos morfológicos. A proposta é apresentar o conteúdo de maneira 
simples, propor a leitura complementar e exercícios como autoatividades de fixação 
desses conhecimentos. Vamos ao trabalho!
2 FLEXÃO NOMINAL
Segundo Basílio (2009, p. 21), as classes de palavras são muito importantes 
na descrição de uma língua porque expressam propriedades gerais das palavras: “é 
impossível descrever os mecanismos gramaticais mais óbvios, como a concordância 
de gênero e número do artigo com o substantivo, se não determinarmos o que é 
substantivo e artigo”.
As palavras podem ser classificadas de muitas formas. Denominamos classes 
de palavras uma classificação específica, a partir de critérios lexicais ou gramaticais.
 
Vamos esclarecer a diferença entre classe e função, visto que, nas palavras de 
Perini (2010, p. 290), “o problema se manifesta com frequência em afirmações de que 
elementos de determinada classe ‘funcionam’ como se pertencessem a outra classe em 
determinado contexto”. 
70
Na gramática tradicional ou normativa, compreende-se que as classes se 
definem fora de qualquer contexto, entendidas como imutáveis na maioria das vezes. 
Mais recentemente, porém, vários estudos abrem-se para o entendimento de uma 
gramática funcional, ou seja, aquela que objetiva analisar a língua em uso. Dessa 
forma, é possível perceber que uma mesma palavra pode exercer diferentes funções 
gramaticais, conforme o contexto. 
Uma classe se caracteriza pelo potencial funcional das palavras que 
a formam, ou seja, pelo que as palavras podem ser – as funções que 
elas podem ocupar nas estruturas da língua. Uma palavra que esteja, 
em determinado contexto, ocupando uma dessas funções continua 
podendo ocupar outras (o que pode acontecer em outros contextos) 
(PERINI, 2010, p. 290).
Além de entendermos as classes de palavras, devemos saber que as palavras 
também carregam suas funções sintáticas. Muitas vezes ouvimos a palavra para, que 
pode ser verbo ou preposição, dê (verbo) e de (preposição) e seu entendimento será pela 
análise de função, descartando-se a questão fonológica (sons iguais) ou simplesmente 
a classe a que a palavra pertence.
Vamos a outro caso: temos a palavra eles, que pode ser pronome ou substantivo 
de acordo com a relação que tem com outras formas na mesma frase. Quando se trata 
de pronome, devemos observar ainda o tipo em que se enquadra, pois pode ser prono-
me pessoal do caso reto ou pronome pessoal do caso oblíquo. Sendo assim, a classifica-
ção da palavra eles se altera por causa da função que ocupa na frase. Exemplos: 
• Eles ganharam muito dinheiro (pronome pessoal do caso reto); 
• O som de “eles” se confunde com a letra l no plural (substantivo);
• Eu li vários livros para eles (pronome oblíquo).
As classes de palavras, então, indicam a forma inicial de uma palavra, mas 
dependendo do contexto, a análise deverá ser feita respeitando-se as funções sintáticas, 
pois a língua portuguesa oferece possibilidades múltiplas de compreensão. A forma 
sintática auxilia na compreensão do sentido das palavras. É possível estabelecer se uma 
palavra recebe a denominação de substantivo, de verbo, de pronome, do adjetivo, de 
advérbio etc.
As construções formais da língua portuguesa englobam muitas variáveis. 
Reúnem uma variedade considerável se pensarmos nas flexões e nos casos de 
derivações. Temos, por exemplo: a palavra amor e as variantes a partir de seu radical: 
amado, amores, amável, amar; a palavra pedra: pedrada, pedrinha, pedregulho, 
empedrar, pedras, pedreira.
Além do fator morfológico e do fator sintático, a classificação dos vocábulos 
pode, ainda, utilizar-se do fator semântico, isto é, da produção de sentido em um 
contexto. Exemplo: manga, uma fruta (substantivo) e manga, parte de uma camisa 
71
(substantivo), canto (de parede, de mesa) e canto (verbo cantar), jantar (substantivo) e 
jantar (verbo), saia (substantivo) e saia (verbo), colar (substantivo) e colar (verbo), bom 
(adjetivo) e bom (substantivo) e assim por diante.
Apesar de entendermos a importância do estudo das classes gramaticais, tam-
bém devemos saber que essas categorias não são herméticas. As palavras ocupam vá-
rias posições dentro de uma frase e têm sentidos diferentes em cada texto ou conversa.
 
Para exemplificar: a palavra meio/meia pode ser classificada como substantivo (o 
meio é a mensagem), como advérbio de modo ou de intensidade (estou meio cansada), 
como numeral (comprei uma dúzia e meia de laranjas) ou como adjetivo (não gosto de 
dizer meias palavras), e não necessariamente em uma classe de palavras apenas.
Perceba que há mobilidade das palavras, desde a classificação morfológica até 
a ideia de produção de sentidos daquilo que queremos expressar, tanto na linguagem 
falada como na escrita, porém para que fiquem claras essas variações devemos recorrer 
às características de cada elemento que pertence às classes de palavras de modo como 
foram determinadas. 
De acordo com Monteiro (2002, p. 235), temos uma noção geral dos estudos de 
Morfologia, onde as palavras não se limitam apenas às suas classificações determinadas:
- Sob o enfoque estritamente morfológico, é impossível explicar as 
classes de palavras. 
- Há duas classes fundamentais, a dos nomes e a dos verbos, 
que se opõem pelos paradigmas flexionais. Semanticamente, os 
nomes correspondem a uma visão estática da realidade, enquanto 
os verbos traduzem representações dinâmicas. 
- Os pronomes distinguem-se dos nomes porque aqueles expres-
sam um significado dêitico ou anafórico. (Nota da autora: o dêitico 
representa algo previamente mencionado no discurso. Anáfora é 
o termo usado para relembrar ou retomar algo que já foi dito).
- Substantivos, adjetivos e advérbios não são classes gramaticais. 
São, na verdade, funções que os nomes e pronomes exercem em 
contextos frasais. 
- Os numerais fazem parte da classe dos nomes e, sendo assim, 
podem ser substantivos ou adjetivos. 
- Os artigos são pronomes, sempre em função adjetiva.
- Os conectivos subordinam palavras (preposições) ou orações 
(conjunções subordinativas). Tambémpodem relacionar elementos 
da mesma função (conjunções coordenativas).
São inúmeras as possibilidades de análise dos vocábulos. Serão mostradas as 
classes de palavras, como ponto de partida para a compreensão de tudo o que significa 
a Morfologia. De uma maneira didática, as classificações ordenam a forma de pensar e 
por isso ainda são utilizadas em várias áreas do conhecimento.
72
FIGURA 1 – CLASSES DE PALAVRAS
FONTE: <https://bit.ly/3BZKsT8>. Acesso em: 8 mar. 2021.
A ilustração da Figura 1 mostra a classificação das palavras de acordo com 
suas características. São dez classes de palavras: substantivo, adjetivo, verbo, artigo, 
pronome, numeral, advérbio, conjunção, preposição e interjeição. Essa é uma maneira 
didática de aprender e de ensinar a morfologia. Devemos lembrar que os estudos têm 
evoluído significativamente nessa área do conhecimento e os pesquisadores sugerem 
uma amplitude nos estudos, interseccionando os termos gramaticais às suas funções 
dentro dos textos.
2.1 MORFEMAS FLEXIONAIS (DESINÊNCIAS)
Os morfemas flexionais são os elementos que se unem às palavras para apon-
tar as flexões gramaticais, que podem ser nominais e verbais. As desinências nominais 
indicam gênero e número, enquanto as verbais, as conjugações dos verbos (desinên-
cias modo-temporais e desinências número-pessoais).
As classes de palavras englobam os nomes: substantivos, adjetivos, numerais, 
pronomes que são termos que apresentam declinação, enquanto os verbos têm 
conjugação. Ainda, os nomes e os verbos têm flexão. Os advérbios, as preposições, as 
conjugações e as interjeições não têm flexão.
Os substantivos nomeiam as coisas, objetos, pessoas, sentimentos entre ou-
tros e sempre concordam com o verbo em uma frase. Assim como os adjetivos acom-
panham os substantivos e concordam em gênero e número. Em nível sintático, deve 
ocorrer dessa forma.
73
Morfologicamente, as pessoas podem modificar as palavras, inserindo prefixos e 
sufixos, criando novos vocábulos. A liberdade de se lidar com a língua é maior enquanto 
que o esquema sintático é mais previsível. Exemplo: Os alunos terminaram a prova de 
matemática. Os termos devem concordar em todos os tipos: gênero, número etc. 
Podemos afirmar, de maneira simples, que os nomes se caracterizam com 
base na morfologia por apresentar desinências de gênero e de número, o que acontece 
com substantivos e adjetivos, uma vez que pronomes, artigos e numerais podem ser 
substantivos, podem ser adjetivos, de acordo com o sentido e a função que exercem na 
frase. É importante ressaltar que qualquer palavra pode substantivar-se e, a partir desse 
processo, submeter-se aos critérios flexionais e derivacionais específicos dos nomes. 
Exemplos: o falar, o não, o andar, um alô, a jovem etc. 
E, ainda, devemos observar que nem todo nome possui as subcategorias de 
gênero e número. Explicando melhor, só poderá haver uma palavra no gênero feminino 
(desinência a) se houver o oposto no masculino, assim também no singular e no plural 
(s). Exemplos; o planalto (só no masculino, não tem feminino), ônibus (singular e plural).
Vamos ver como os nomes, substantivos e adjetivos, se apresentam de uma 
forma solta no texto escrito por Eliane Brum:
História de um olhar
O mundo é salvo todos os dias por pequenos gestos. Diminutos, invisíveis. O 
mundo é salvo pelo avesso da importância. Pelo antônimo da evidência. O mundo é 
salvo por um olhar. Que envolve e afaga. Abarca. Resgata. Reconhece. Salva. 
Inclui.
Esta é a história de um olhar. Um olhar que enxerga. E por enxergar, 
reconhece. E por reconhecer, salva.
Esta é a história do olhar de uma professora chamada Eliane Vanti e de um 
andarilho chamado Israel Pires. 
Um olhar que nasceu na Vila Kephas. Dizem que, em grego, kephas significa 
pedra. Por isso um nome tão singular para uma vila de Novo Hamburgo. Kephas foi 
inventada mais de uma década atrás pedra sobre pedra. Em regime de mutirão. Eram 
operários da indústria naqueles tempos nada longínquos. Hoje, desempregados da 
indústria. Biscateiros, papeleiros. Excluídos. 
Nesta Kephas cheia de presságios e de misérias vagava um rapaz de 
29 anos com o nome de Israel. Porque em todo lugar, por mais cinzento, trágico 
e desesperançado que seja, há sempre alguém ainda mais cinzento, trágico e 
desesperançado. Há sempre alguém para ser chutado por expressar a imagem-
síntese, renegada e assustadora, do grupo. Israel, para a Vila Kephas, era esse ícone. 
O enjeitado da vila enjeitada. A imagem indesejada no espelho.
74
Imundo, meio abilolado, malcheiroso, Israel vivia atirado num canto ou 
noutro da vila. Filho de pai pedreiro e de mãe morta, vivendo em uma casa cheia de 
fome com a madrasta e uma irmã doente. Desregulado das ideias, segundo o senso 
comum. Nascido prematuro, mas sem dinheiro para diagnóstico. Escorraçado como 
um cão, torturado pelos garotos maus. Amarrado, quase violado. Israel era cuspido. 
Era apedrejado. Israel era a escória da escória.
Um dia Israel se aproximou de um menino. De nove anos, chamado Lucas. 
Olhos de amêndoa, rosto de esconderijo. Bom de bola. Bom de rua. De tanto gostar 
do menino que lhe sorriu, Israel o seguiu até a escola. Até a porta onde Lucas 
desaparecia todas as tardes, tragado sabe-se lá por qual magia. Até a porta onde as 
crianças recebiam cucas e leite. Israel chegou até lá por fome. De comida, de afago, 
de lápis de cor. Fome de olhar.
[...]
FONTE: BRUM, E. A vida que ninguém vê. Porto Alegre: Arquipélago Editorial, 2012, p. 10.
Observe no título a palavra olhar. A princípio já nos remete a um verbo, o que 
não ocorre aqui, pois se trata de um substantivo: um olhar. Os nomes, denominados 
adjetivos, estão em todo o texto o que faz fluir a linguagem, transmite os sentidos e 
oferece a nítida expressão dos sentimentos.
Esse texto pode servir para vários exemplos e exercícios. Uma sugestão para 
quem leciona a língua portuguesa seria retirar todos os adjetivos do texto para perceber 
a importância de cada um deles no contexto. Outra ideia; reescrever o texto de forma 
que a construção das frases não ficasse solta. O estilo da autora, a jornalista Eliane 
Brum, é muito claro. Ela trabalha com nomes e expressões livres, sem seguir por várias 
vezes o esquema sintático e mesmo assim há sentido e compreensão do texto. 
Como já dissemos, a liberdade da morfologia proporciona a criação de palavras, 
a disposição em uma frase sem seguir, necessariamente, um esquema rígido de posição 
dos termos em um texto. Percebemos isso nas músicas em que os compositores ousam 
em suas letras, soltam palavras com sentido sem ligação com outras, sem perder o 
sentido e o entendimento da mensagem.
Agora é o momento de estudarmos o substantivo e entender o seu papel dentro 
do contexto morfológico. O substantivo e o adjetivo são partes definidas das classes 
de palavras. O substantivo assume a posição dentro de uma frase de denominador, 
enquanto o adjetivo tem o papel de determinante do substantivo.
75
3 SUBSTANTIVO
O substantivo faz parte do grupo das dez classes de palavras que vamos estudar 
a partir desse Tópico. Por meio dele aprendemos a nomear as coisas e as pessoas, de 
um modo geral. É a primeira classe de palavras que aprendemos a falar, por isso tem 
uma importância fundamental na nossa língua. 
As classes de palavras que estudaremos em morfologia seguem os princípios 
da gramática tradicional. Segundo estudos mais recentes, substantivos e adjetivos 
poderiam ser estudados como formas nominais, pois têm uma qualificação bastante 
próxima, uma vez que a questão de gênero aparece apenas nas formas nominais: 
menina, menino, meninas, meninos, alto, alta, altos, altas, diferente de verbos, advérbios 
e assim por diante. 
3.1 CONCEITO DE SUBSTANTIVO
Segundo Bagno (2012), os substantivos não poderiam ser estudados separada-
mente dos sujeitos para entender o seu sentido e conseguir entender o seu papel em 
um contexto. 
Podemos dizer que o critério sintático, ao contrário do semântico, 
analisa a palavra a partirde sua relação com outra(s) palavra(s), 
constituindo uma unidade linguística superior chamada de sintagma. 
No caso do substantivo, estaremos diante de um sintagma nominal, 
construção sintática que tem por núcleo um nome (substantivo 
ou palavra funcionando como tal) e que poderá vir acompanhado 
de especificadores (determinantes) e complementadores (ROCHA; 
MESCKA, 2012, p. 94).
Assim, devemos conhecer o substantivo e suas definições, lembrando sem-
pre que ele faz parte da produção de sentido daquilo que se quer expressar, tanto 
em comunicação falada ou escrita. E, assim, vamos dar início a essas conceituações, 
que vêm dos pesquisadores da gramática tradicional e seguem para as atualizações 
desses estudos.
Substantivo é uma classe de palavras que nomeia seres, objetos, fenômenos, 
lugares, qualidades, ações, sentimentos. E serve para nomear pessoas, também.
Os substantivos podem ser classificados em simples, composto, primitivo, 
derivado, próprio, comum, concreto, abstrato e coletivo. Vamos conhecer seus tipos e 
suas características:
• Primitivos: são compostos por palavras que não se originaram de outras palavras 
que existem presentes na língua. Na verdade, a partir deles é que se podem formar 
novas palavras. Exemplos: laranja, casa, rua, sol.
76
• Derivados: são palavras que provêm de outras, sendo que o termo original pode ser um:
 ◦ substantivo: bruxa, que origina bruxaria;
 ◦ adjetivo  (classe gramatical cuja função é caracterizar, evidenciar qualidades ou 
estados dos seres): célebre, que cria celebridade; 
 ◦ verbo (exprime uma ação, um estado ou um fenômeno situado no tempo): casar, 
que gera casamento.
• Simples: são constituídos por apenas um radical (parte da palavra que carrega o 
sentido principal dela). Exemplos: flor, chuva, mar.
• Compostos: apresentam mais de um radical em sua estrutura. Formam-se por 
justaposição ou por aglutinação. Em vista disso, formalmente, eles podem aparecer 
como uma palavra. Exemplos: cachorro-quente, passatempo, guarda-chuva.
• Próprios: dão nomes específicos às pessoas, seres, sobrenomes, países, rios, 
oceanos, cidades etc. Exemplos: Maria, Eduardo, Silva, Brasil, Amazonas. 
• Comuns:  nomeiam um ser, porém de forma generalizada. Representam o maior 
número de substantivos. Exemplos: mesa, sol, árvore, menino, professora, estudante, 
cachorro, flor.
• Concretos: denominam as pessoas, lugares, objetos, reais ou imaginários. Definiam-
se como um nome de objetos palpáveis, que podemos ver ou tocar, mas com o 
tempo, a definição passou a denominar tudo o que podemos ver, tocar ou imaginar. 
Exemplos: casa, janela, duende, saci.
• Abstratos: nomeiam qualidades, defeitos, ações, sentimentos. Dependem de outros 
seres para existirem, pois não têm sentido independente. Exemplos: felicidade, 
tristeza, pensamento, frio, calor, sede, solidão. 
• Coletivos: nomeiam um conjunto de seres, objetos, coisas de uma mesma espécie. 
Exemplos: arquipélago = coletivo de ilhas, atlas= conjunto de mapas, fauna = animais 
de determinada região, orquestra = coletivo de instrumentistas, buquê ou ramalhete 
= coletivo de flores, ninhada = coletivo de filhotes.
Vamos conhecer como esses substantivos se flexionam e como são utilizados em 
um contexto, concordando em gênero, número e grau com os elementos de uma frase.
3. 2 FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS 
Os substantivos são palavras variáveis. Sofrem flexão em gênero, número e 
grau. Denominamos, então: flexão em gênero: masculino e feminino; flexão em número: 
singular e plural e flexão em grau: normal, diminutivo e aumentativo.
• Flexão em gênero
 Os substantivos são classificados pelo seu gênero: masculinos ou femininos. A 
regra é que todo substantivo masculino é caracterizado pela desinência “o” e o feminino 
pela desinência “a”. 
https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/adjetivo.htm
https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/verbo.htm
77
Cabe uma ressalva: nem todos os substantivos masculinos terminam em “o” 
(líder, telefonema, amor, sol, trator). Podemos definir, então, o substantivo como do 
gênero masculino se vier precedido pelo artigo “o”: o sol, o homem, o trator, o amor, o 
líder, o telefonema. 
Assim também ocorre com os substantivos femininos caracterizados pela 
desinência “a”: a mulher, a menina, a gata, a vaca, a escada, a mesa. Contudo, há 
exceções, pois nem sempre a palavra termina com a desinência “a” e mesmo assim é 
feminina: a dor, a flor, a morte, a árvore.
Quanto às formas podem ser: biformes, heterônimos e uniformes. Vamos 
conhecer as suas características:
a) Biformes: possuem duas formas de um mesmo radical, bastando acrescentar “o” ou 
“a”, como menino-menina, moço-moça, tio-tia, gato-gata.
b) Heterônimos:  possuem radicais diferentes, um para o feminino e outro para o 
masculino e não necessitam do artigo para flexioná-los. Ex.: vaca-boi, rei-rainha, 
juiz-juíza, bispo-episcopisa, carneiro-ovelha.
c) Uniformes: são os substantivos que possuem a mesma forma, tanto para o feminino, 
como para o masculino. Os substantivos uniformes podem ser: 
 ◦ Epicenos:  são os que designam animais ou plantas e são invariáveis no artigo 
precedente. Quando se faz necessário dizer qual o sexo do animal, usa-se a palavra 
macho ou fêmea. Assim: águia fêmea – águia macho, papagaio fêmea – papagaio 
macho, cobra macho – cobra fêmea.
 ◦ Comum de dois gêneros: usa-se o artigo “o” ou “a”, ou “um”, “uma”, antecedendo o 
substantivo para designar o gênero. Exemplos: o médico, a médica, o jornalista, a 
jornalista, o repórter, a repórter, um comentarista, uma comentarista.
 ◦ Sobrecomuns:  são os substantivos invariáveis, independente do artigo que o 
antecede. Exemplos: a criança, o parque, o chinelo, a caneta, a diversão, uma 
dança, a bicicleta. 
Cabe ressaltar que os substantivos de origem grega terminados em "ema" e 
"oma" são masculinos, por exemplo: lema, teorema, poema. Há, também, os que causam 
dúvida quanto ao gênero, isto é, aqueles utilizados para os dois gêneros sem alteração do 
significado. Exemplo: o personagem e a personagem. E, há, ainda, alguns substantivos, 
como exemplo: "o cabeça" (líder), "a cabeça" (parte do corpo humano), que variando de 
gênero, mudam seu significado. 
• Flexão em número
De acordo com o número dos substantivos, eles são classificados em:
 ◦ singular: palavra que designa uma única coisa, pessoa ou um grupo. Por exemplo: 
mesa, homem, bola.
78
 ◦ plural: palavra que designa várias coisas, pessoas ou grupos. Por exemplo: mesas, 
homens, bolas.
Quanto ao número, os substantivos podem ser flexionados em: singular ou 
plural. O indicativo de um substantivo no plural é a terminação “s”. Exemplos: o colega > 
os colegas; a menina > as meninas.
Há algumas particularidades no que diz respeito ao plural dos substantivos. Vamos 
conhecer alguns casos:
a) Nos substantivos terminados em al, el, ol, ul, altera-se o “l” por “is”. Exemplos: jornal - 
jornais; papel - papéis.
b) Os substantivos terminados em “r” e “z” são acrescidos de “es” para o plural. Exemplos: 
amor - amores; luz - luzes.
c) Caso o substantivo terminado em “s” for paroxítono, o plural será 
invariável e se for oxítono, acrescenta-se “es”. Exemplos: país - países.
d) Os substantivos terminados em “n” formam o plural em “es” ou “s”. 
Exemplos: abdômen - abdomens; pólen - polens.
e) Os substantivos terminados em “m” formam o plural em “ens”. 
Exemplos: homem - homens; viagem - viagens.
f) Os substantivos terminados em “x” são invariáveis no plural. Exemplos: 
tórax - tórax; xérox - xérox.
g) Para os substantivos terminados em “ão” há três variações para o 
plural: “ões”, “ães” e “ãos”. Exemplos: mansão – mansões; pão – pães; 
cidadão –cidadãos.
NOTA
3.3 GRAU DOS SUBSTANTIVOS
De acordo com o grau dos substantivos, eles são classificados em aumentati-
vo e diminutivo:
• Aumentativo: indica o aumento do tamanho de algum ser ou alguma coisa. Divide-
se em:
 ◦ Analítico: substantivo acompanhado de um adjetivo que indica grandeza, por 
exemplo: casa grande.
 ◦ Sintético:substantivo com acréscimo de um sufixo indicador de aumento, por 
exemplo: casarão.
• Diminutivo: indica a diminuição do tamanho de algum ser ou alguma coisa. Divide-
se em:
79
 ◦ Analítico: substantivo acompanhado de um adjetivo que indica pequenez, por 
exemplo: casa pequena.
 ◦ Sintético: substantivo com acréscimo de um sufixo indicador de diminuição, por 
exemplo: casinha.
Uma observação quanto ao grau: as terminações inha, inho são comumente 
atribuídas aos substantivos diminutivos, mas veja as palavras farinha e linha. Elas não 
estão no diminutivo, apesar de sua terminação. Assim como pão, limão, caminhão, 
irmão não têm o sentido de aumentativo como em palavras como cadernão, cachorrão. 
Há que perceber que as denominações que as palavras recebem não estão rigidamente 
definidas, portanto cabem reflexões sempre.
Quanto ao grau, Bagno concorda com Castilho (2012), os substanti-
vos, sendo referenciais, não admitem gradação, eles admitem sufixos 
de aumentativo e diminutivo, mas informam o tamanho, a dimensão 
do objeto referido. O sufixo -vel traz a ideia de particípio passado, 
como em dirigível = que pode ser dirigido. O sufixo -oso é aplicado a 
substantivo para a formação de adjetivos que expressam abundân-
cia e intensidade, como em formoso, formosa, formosos, formosas. 
O sufixo -ês e -ense é usado para a formação de gentílicos: língua 
portuguesa (adj.), o português (subst.); o povo amapaense (adj.), 
as amapaenses (subst.). A modalização dos adjetivos, por meio do 
advérbio, se dá quando o adjetivo modifica o substantivo, como em 
'muito feliz, menos alegre etc., as palavras mais, muito e menos ocor-
re diante de um substantivo, pois não é advérbio, é um quantificador 
indefinido, conforme a tradição, um pronome indefinido (SILVA NETO; 
OLIVEIRA, 2014, p. 5-6).
Essa forma de pensamento traduz a maneira como vamos entender a língua 
portuguesa, inclusive como vamos ensiná-la, partindo dos princípios da norma padrão 
e respeitando as novas formas de expressão. Agora, passaremos para outro elemento 
que compõe as classes de palavras: o adjetivo.
4 ADJETIVO
Vamos conhecer as peculiaridades de mais um elemento que compõe a lista de 
classes de palavras: o adjetivo, e entender a diferença dessa classe e o substantivo, pois 
pertencem ao mesmo grupo, formas nominais. 
Entende-se por adjetivo o termo que acompanha um substantivo e, conse-
quentemente, segue-o em gênero, número e grau. Vimos, portanto, que o adjetivo tem 
outras funções e, também, pode se apresentar como substantivo ou ser descrito de 
forma separada, sem estar reduzido a um esquema sintático.
80
4.1 CONCEITO DE ADJETIVO
Sabemos que a característica do adjetivo é dar qualidade, defeito, condição, 
estado ou modo de ser ao substantivo. Os adjetivos acompanham os nomes, com o 
objetivo de modificar o seu sentido. São utilizados para dar uma ideia precisa do que 
quer falar, especificando ou realçando características.
Nas palavras de Castilho (2012, p. 511):
1. O adjetivo aceita flexão de grau, expressa por sufixos produtivos, 
como em branquíssimo, ou por terminações que são vestígios do 
latim, como em maior, menor, melhor, pior, ou por Especificadores 
e Complementadores: [mais Adj. do que X], [tão Adj como X], [o 
mais Adj dos X], como em "mais branco do que neve", "tão branco 
como a neve", "a mais branca das neves". 
2. Adjetivos podem ser criados por derivação de modo, expressa 
por {-vel}, como em amável (o que pode ser amado), provável 
(o que pode ser provado). Já os substantivos não aceitam esse 
sufixo, como 'mesável', salvo quando se quer transformá-lo 
em adjetivo, como em 'reitorável, papável, exemplos vindos de 
Rodolfo Ilari, segundo Castilho. 
3. O adjetivo aceita a derivação por {-mente}, transformando-
se em advérbios como em 'facilmente', que não ocorre com os 
substantivos, como em 'mesamente', salvo quando se pretende 
adverbializá-lo, em que o autor se utiliza de exemplo de Basílio, 
"Morfologia e Castilhamente, um estudo das construções X-mente 
no português do Brasil". 
4. O adjetivo aceita a derivação de quantificação, expressa por {-oso, 
-al}, como em estudioso (o que estuda muito), sensacional (o que 
causa muita sensação), e que não ocorre com os substantivos, 
como 'mesosa, mesal'.
Exemplo:
Menino bom
substantivo + adjetivo
Bom menino
adjetivo + substantivo
Devemos observar que o conceito de qualidade que se atribui ao substantivo 
é discutível quando se trata de certos adjetivos. E, também, precisamos mostrar que 
algumas palavras podem ser substantivos ou adjetivos como referência à qualidade ou 
estado. Não podemos simplesmente entender os adjetivos como termos que acompa-
nham os substantivos, como se eles tivessem uma identidade definitiva.
 Exemplos: A arte mostra o belo e não o feio. Belo e feio são substantivos, 
precedidos de artigo definido o. “Gosto de comprar frutas maduras e não frutas verdes. 
Maduras e verdes são adjetivos”.
81
Vamos ver mais esse exemplo: “Conheço um jovem argentino que gosta do 
Brasil”. E, ainda: “Conheço um argentino jovem que gosta do Brasil”. No primeiro caso, 
temos jovem como substantivo e argentino como adjetivo e no segundo caso, argentino 
como substantivo e jovem como adjetivo.
Assim, devemos nos atentar para essas situações de mobilidade de posições 
dos termos de uma frase como forma de entender seu significado dentro do contexto. 
No caso dos adjetivos são considerados como modalizadores e qualificadores.
Os adjetivos modalizadores recobrem três subclasses: epistêmicos 
(envolvendo graus de certeza do falante), deônticos (envolvendo 
necessidade) e discursivos (envolvendo um juízo do falante sobre o 
sentido do substantivo e sobre um participante). Exemplificando: “A 
causa real da crise política são as elites” – adjetivo modalizador epis-
têmico; “Temos uma decisão obrigatória a tomar no caso da crise po-
lítica” – adjetivo modalizador deôntico; “Esse aí é um caso espantoso” 
– adjetivo modalizador discursivo (CASTILHO, 2014, p. 524-525). 
Os adjetivos qualificadores agregam ao substantivo traços de 
dimensão e de graduação, entre outros. Por exemplo: em “porque 
às vezes eu vejo assim pontes enormes [...]” (CASTILHO, 2014, p. 
527), o adjetivo é dimensionador. Em “ele tinha um poder de previsão 
incrível” (p. 527), o adjetivo é graduador. Os graduadores, de acordo 
com o autor “predicam substantivos /+graduáveis/, /-concretos/, 
/-contáveis/, de processo, estado, relação, cujas propriedades eles 
graduam para mais (graduadores intensificadores) ou para menos 
(graduadores atenuadores)” (p. 527). Outros exemplos de graduadores 
intensificadores estão nas frases “os musicais fazem um sucesso 
tremendo” e “outras peças ao contrário fazem um sucesso enorme” 
(CASTILHO, 2014, p. 527 apud CARVALHO, 2020, p. 29).
Agora veremos as características dos adjetivos no nível morfológico. Os adjeti-
vos podem ser simples, sendo formados por apenas um radical, ou compostos, sendo 
formados por dois ou mais radicais.
Exemplos de adjetivos simples: 
A menina é inteligente. Pedro está triste.
Exemplos de adjetivos compostos: 
Meu sapato azul-escuro é o meu preferido. 
A torcida rubro-negra está triste.
• Adjetivos primitivos e derivados: os adjetivos primitivos possuem o seu próprio 
radical, não sendo formados a partir de outras palavras. Exemplos de adjetivos 
primitivos: feliz, bom, azul, triste, grande, forte. 
 Os adjetivos derivados são formados a partir de outras palavras, que podem ser 
adjetivos primitivos, substantivos ou verbos. Exemplos de adjetivos derivados: 
bondoso, apaixonado, angustiado, raivoso, dengoso. 
82
• Adjetivos biformes e uniformes: os adjetivos biformes apresentam duas formas, 
uma para o gênero masculino e outra para o gênero feminino. Exemplos de adjetivos 
biformes:
Joana é uma mulher bonita. O mar está calmo.
Os adjetivos uniformes, também chamados de adjetivos comuns de dois gêneros, apre-
sentam sempre a mesma forma, quer no gênero feminino, quer no gênero masculino.
Exemplos de adjetivosuniformes: A minha calça é verde. O casaco dele é verde. Lúcia 
está triste. Paulo está triste.
4.2 FLEXÃO DOS ADJETIVOS
Vamos estudar agora a flexão dos adjetivos, ou seja, a forma como se apresen-
tam nos textos, mostrando suas variações em gênero, que podem ser masculinos ou 
femininos e em número, singulares ou plurais.
a) Flexão dos adjetivos em gênero: masculino e feminino
Os adjetivos apresentam flexão em gênero. Os adjetivos biformes podem estar 
no masculino ou no feminino e os adjetivos uniformes são comuns desses dois gêneros.
Exemplos de adjetivos no masculino: simpático, bonito, velho, curioso.
Exemplos de adjetivos no feminino: simpática, bonita, velha, curiosa.
Exemplos de adjetivos comuns de dois gêneros: útil, capaz, inteligente, verde, 
feliz, azul, forte, ruim, especial, leal, difícil, fácil, marrom, triste.
Observação: geralmente, os adjetivos terminados em -e, -z, -m e -l são adjetivos 
uniformes.
b) Flexão dos adjetivos em número: singular e plural
Os adjetivos apresentam flexão em número: singular ou plural. Há regras 
específicas para a formação do plural dos adjetivos simples e para a formação do plural 
dos adjetivos compostos. Vamos ver:
Plural dos adjetivos simples: são utilizadas as mesmas regras de formação do 
plural dos substantivos. Exemplo: A roupa velha. As roupas velhas.
Plural dos adjetivos compostos: a regra indica que apenas o último elemento 
varia em número, indo para o plural. Contudo, o adjetivo composto se mantém invariável 
se for formado por um substantivo no último elemento.
Exemplos com flexão do último elemento:
Minha amiga é afro-brasileira.
Minhas amigas são afro-brasileiras.
83
Exemplos com adjetivos compostos invariáveis:
O tapete é amarelo-canário.
Os tapetes são amarelo-canário.
O vestido é azul-piscina.
Os tecidos são azul-piscina.
4.3 GRAU DOS ADJETIVOS
Os adjetivos flexionam-se também em grau. Eles se apresentam no grau nor-
mal, no grau comparativo ou no grau superlativo. Os graus dos adjetivos indicam a 
intensidade com que um adjetivo pode caracterizar um substantivo. A mudança de 
grau pode ser realizada por meio de dois processos: sintético ou analítico.
• Sintético:  feita pelo acréscimo de sufixos aos adjetivos. Exemplo: Paula é belíssima.
• Analítico:  feita pelo acréscimo de alguma palavra que modifique o adjetivo. Exemplo: 
Paula é muito bela. 
Para melhor compreensão, vamos detalhar melhor a flexão de grau. Começare-
mos pelo grau comparativo que pode ser de igualdade, superioridade ou inferioridade. 
• Grau comparativo
 ◦ Comparativo de igualdade: utiliza-se a combinação de palavras como: “tão…
quanto”, para comparar em nível de igualdade duas pessoas, situações ou coisas. 
Veja um exemplo: João é tão rico quanto José.
 ◦ Comparativo de superioridade: usa-se a combinação “mais … que” ou “mais … do 
que” será possível comparar dois termos em um nível de superioridade. Exemplo: 
Maria é mais organizada que Luíza.
 ◦ Comparativo de inferioridade: utiliza-se a combinação “menos…que” ou “menos…
do que” é possível comparar termos em um patamar de inferioridade, como no 
exemplo: Mário é menos organizado que Luiz.
• Grau superlativo 
 ◦ Absoluto: quando o adjetivo atribui uma característica sem fazer relação com 
outros elementos. Geralmente, o grau superlativo absoluto analítico é feito pelo 
acréscimo dos sufixos -íssimo, -ílimo ou -érrimo. Exemplo: Cláudia ficou muito triste 
com sua nota (superlativo absoluto analítico). Cláudia ficou tristíssima com sua 
nota. (superlativo absoluto sintético).
 ◦ Relativo: o adjetivo atribui características em relação a outros elementos. O 
superlativo relativo pode ser feito com os graus comparativos de igualdade, 
superioridade e inferioridade. Exemplo: Esta prova é a mais difícil do ano (superlativo 
relativo de superioridade). 
84
FIGURA 2 – FLEXÃO DOS ADJETIVOS
FONTE: <https://bit.ly/3AmVul4>. Acesso em: 10 mar. 2021.
A ilustração da Figura 2 mostra a flexão de grau do adjetivo de forma didática 
para a fixação do conteúdo. Como podemos ver, o grau comparativo pode ser de 
igualdade, superioridade e de inferioridade e o grau superlativo, em modo absoluto 
(analítico e sintético) e relativo, por sua vez de inferioridade e de superioridade. Dessa 
forma, podemos visualizar melhor as possíveis flexões dos adjetivos, inclusive por ter 
várias especificidades.
Na Nova gramática do português contemporâneo, de Cunha e Cintra 
(2013), o grau é apresentado nos capítulos referentes a substantivo, 
adjetivo e advérbio. No substantivo, o grau é exposto de três formas: 
i) normal, como chapéu e boca; ii) com sua significação exagerada, ou 
intensificada para o grau aumentativo, como em chapelão e bocarra 
(processo sintético – com acréscimo de sufixos) ou chapéu grande e 
boca enorme (processo analítico – com acréscimo de um adjetivo); 
iii) com sua significação atenuada, ou valorizada afetivamente para o 
grau diminutivo, como em chapeuzinho e boquinha (processo sinté-
tico); chapéu pequeno, boca minúscula (processo analítico). O grau é 
usado para indicar aumento ou diminuição de tamanho, ou “aspectos 
relacionados com essas noções” (CUNHA; CINTRA, 2013, p. 212). 
Segundo os autores, o processo usado para assinalar o grau está 
associado a diferentes valores: o grau analítico expressa a noção 
de tamanho (pela junção dos adjetivos pequeno e grande, ou 
sinônimos, a substantivos); e o grau sintético pode expressar outros 
significados, como valorização ou depreciação (pelo acréscimo 
de sufixos aumentativos), ou como afetividade (pelo acréscimo de 
sufixos diminutivos). O grau do adjetivo, segundo Cunha e Cintra 
(2013), pode ser expresso de forma comparativa ou superlativa. O 
grau comparativo pode indicar a qualidade de um ser em relação 
a outro ser ou, num mesmo ser, uma qualidade em relação a outra 
qualidade – superior, igual ou inferior (CARVALHO, 2020, p. 19).
85
Sugerimos a leitura da dissertação de mestrado de Heliene Arantes 
Carvalho com o título Expressão da gradação aumentativa na fala 
manauara, apresentada à Universidade federal de Santa Catarina, 
em 2020. A autora discute a questão do grau nas formas nominais, 
contrapondo a visão de renomados pesquisadores. O texto está 
disponível em: https://bit.ly/3PvM3Xi.
DICA
Quando utilizamos mais de uma palavra para dar um significado, denominamos 
de locuções. Nesse momento, vamos conhecer a junção da preposição “de” com um 
substantivo com a equivalência de um adjetivo.
• Locução adjetiva
Locução adjetiva é um conjunto de duas ou mais palavras que atuam como 
um adjetivo, caracterizando um substantivo. As locuções adjetivas são formadas 
maioritariamente pela preposição “de” mais um substantivo: Exemplos: amor de mãe 
(relativa ao adjetivo materno); doença de criança (relativa ao adjetivo infantil), dor de 
estômago (estomacal), tratamento de cabelo (capilar).
Segundo Bechara (2009, p. 123), locução adverbial é “a expressão formada de 
preposição + substantivo ou equivalente com função de adjetivo: homem de coragem = 
homem corajoso, livro sem capa = livro desencapado [...].” E continua a discorrer sobre 
as locuções adjetivas, chamando a atenção para o seu emprego nas frases:
Apresentamos a seguir algumas locuções adjetivas para que você reconheça 
esses termos ao se apresentarem em uma frase. 
de abelha - apícola;
de água - hídrico;
de alma - anímico;
de dinheiro - pecuniário;
de erva - herbáceo;
de paixão - passional;
de quadril - ciático:
de serpente - ofídico;
de fogo - ígneo;
de ilha - insular;
de olhos - ocular, ótico ou oftálmico;
de orelha - auricular;
de sonho - onírico;
de velho – senil.
86
Há, também, outros tipos de adjetivos que merecem ser mencionados:
• Adjetivos explicativos: expressam uma qualidade própria do ser: céu  azul, 
fogo quente, mar salgado. 
• Adjetivos restritivos: expressam uma qualidade que não é própria do ser, tornando-o 
único no grupo de referência: casa bonita, homem elegante, menina triste.
• Adjetivos pátrios: nomeiam as pessoas ou objetosconforme o local de origem: inglês, 
paulista, carioca, alemão, francês. Uma observação: são sempre palavras derivadas.
• Adjetivos adverbializados: assumem a função de advérbio na oração, permane-
cendo invariáveis. Substituem advérbios de modo terminados em -mente, produzin-
do um discurso mais rápido, acessível e enfático: Coma rápido esse lanche! (rápido 
= rapidamente). 
• Pronomes adjetivos: são os pronomes que alteram os substantivos. São pronomes, 
mas atuam como se fossem adjetivos porque atribuem particularidades e caracterís-
ticas ao substantivo: Eu adoro visitar a minha prima.
 
O Tópico 1 abordou as duas classes de palavras: o substantivo e o adjetivo. 
Vimos que tanto o substantivo como o adjetivo possuem flexões de gênero e de número 
e carregam algumas exceções, que precisam ser entendidas. Conhecer as locuções 
adjetivas também faz parte desse conteúdo. Depois desses conceitos apresentados, 
você encontra o resumo do tópico e algumas questões de autoatividade.
87
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu:
• Flexão nominal: o substantivo e o adjetivo são partes definidas das classes de 
palavras.
• Substantivo: uma classe de palavras que nomeia seres, objetos, fenômenos, lugares, 
qualidades, ações, sentimentos. E serve para nomear pessoas também.
• Os substantivos podem ser classificados em primitivo, derivado, simples, composto, 
próprio, comum, concreto, abstrato e coletivo. 
• Os substantivos são palavras variáveis. Sofrem flexão em gênero, número e grau: 
flexão em gênero: masculinos ou femininos; flexão em número: singular e plural; 
flexão em grau: aumentativo (analítico e sintético) e diminutivo (analítico e sintético).
• Quanto às formas podem ser: biformes, heterônimos e uniformes (epicenos, comum 
de dois gêneros e sobrecomuns). 
• Adjetivo: acompanha os nomes com o objetivo de modificar o seu sentido. Os adjetivos 
podem ser simples, sendo formados por apenas um radical, ou compostos, sendo 
formados por dois ou mais radicais. Temos: adjetivos primitivos e derivados, adjetivos 
biformes e uniformes.
• Flexão dos adjetivos: gênero, número e grau: em gênero: masculino e feminino; 
em número: singular e plural. Temos o plural dos adjetivos simples e dos adjetivos 
compostos.
• Grau dos adjetivos: grau comparativo: igualdade, superioridade e igualdade. 
Grau superlativo: absoluto (sintético e analítico) e relativo (de superioridade e de 
inferioridade).
• Locução adjetiva: um conjunto de duas ou mais palavras que atuam como um adjetivo, 
caracterizando um substantivo. As locuções adjetivas são formadas maioritariamente 
pela preposição “de” mais um substantivo.
88
1 Observe as frases e assinale a alternativa correta em relação à análise morfológica e 
sintática da palavra doce, quanto à classificação e função que exercem:
I. O doce de goiaba está muito bom. (substantivo e sujeito).
II. Este café está muito doce. (adjetivo e predicativo do sujeito).
III. Essa moça é um doce. (substantivo e predicativo do sujeito).
IV. A fruta doce é ótima para digestão. (adjetivo e adjunto adnominal).
a) ( ) I e II erradas.
b) ( ) II e IV erradas.
c) ( ) III correta e IV errada.
d) ( ) I correta e II errada.
e) ( ) Todas estão corretas.
2 Leia as frases e assinale a alternativa que aponta o que ocorre com os termos subli-
nhados, no que diz respeito ao sentido que expressam e suas respectivas funções.
 Maria chegou rápido, foi direto à reunião e falou macio com todos. Foram comemorar 
em um bar e pediram Skol, “a cerveja que desce redondo”.
a) ( ) Adjetivo substantivado.
b) ( ) Adjetivo adverbializado.
c) ( ) Substantivo adjetivado.
d) ( ) Advérbio substantivado.
e) ( ) Substantivo adverbializado.
3 (ENADE – 2011) Nos excertos I e II a seguir, encontram-se algumas atividades 
propostas em livros didáticos de língua portuguesa. 
Excerto I 
Atividade com trecho do poema O operário em construção, de Vinícius de Moraes. 
Proposta: 
[...] 
2. Aponte todos os substantivos presentes no texto. 
3. Aponte um substantivo abstrato presente no texto. 
4. Aponte um substantivo concreto presente no texto. 
5. Qual é o único substantivo presente no texto que admite uma forma para o masculino 
e outra para o feminino? 
6. Há, no texto, algum substantivo próprio? Em caso afirmativo, aponte-o.
AUTOATIVIDADE
89
Excerto II 
Atividade com o poema Os dias felizes, de Cecília Meireles. 
Proposta: 
1. Reescreva os versos substituindo as palavras destacadas por suas formas plurais. 
a) “A doçura maior da vida/flui na luz do sol” b) “formigas ávidas devoram/ a albumina 
do pássaro frustrado”. 
FONTE: AZEVEDO, D. G. Palavra e criação: língua portuguesa. 
São Paulo: FTD, 1996. v. 8, p. 102 (com adaptações). 
As atividades em I e II:
a) ( ) Enfatizam a relação lúdica do leitor com o poema, o que permite o aprofundamento 
da leitura. 
b) ( ) Usam os poemas como recurso e pretexto para trabalhar com os alunos tópicos 
de gramática, ignorando aspectos mais relevantes. 
c) ( ) São coerentes com os Parâmetros Curriculares Nacionais, principalmente 
por obedecerem ao princípio de que não se formam bons leitores oferecendo 
materiais de leitura empobrecidos. 
d) ( ) Exploram o sentido dos poemas, a partir de tópicos de gramática, o que está em 
consonância com os Parâmetros Curriculares Nacionais, que propõem, para o 
ensino fundamental, o desenvolvimento das habilidades linguísticas básicas. 
e) ( ) Permitem a aproximação do aluno com a linguagem de poema, atendendo, 
assim, a um dos objetivos dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino 
Fundamental, o de conhecer e analisar criticamente os usos da língua como 
veículo de valores e preconceitos de classe, credo, gênero ou etnia.
 
4 A palavra “velho” aparece três vezes no texto. Identifique-os morfológica (classificação) 
e sintaticamente (funções), de acordo como se expressam no texto a seguir:
 Era um velho que estava na família há noventa e nove anos, há mais tempo que os 
velhos móveis, há mais tempo que o velho relógio de pêndulo (Mário Quintana).
5 Explique o que ocorre, morfológica (classificações) e sintaticamente (funções), nas 
frases a seguir em relação aos termos fator – inflação – índice – desemprego. Perceba 
que se trata de substantivos completos e incompletos.
 O fator inflação preocupa os brasileiros.
 O índice de desemprego aumentou assustadoramente.
90
91
VERBO: ESTRUTURA, FLEXÃO E 
CONJUGAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Iniciamos o Tópico 2 com os estudos sobre os verbos: aspecto, flexão e estrutura 
e, por fim, a conjugação verbal. Os verbos são uma classe de palavras de muito destaque, 
pois dão vida à frase, por meio da indicação de ação, estado ou fenômeno da natureza. 
Usamos os verbos em todos os momentos, justamente por serem importantes 
para a compreensão de uma fala ou de um texto escrito, mas não percebemos a sua 
estrutura e suas peculiaridades. 
É por meio do verbo que podemos analisar a relação com os termos de uma 
frase, pois ele concentra a informação de todo o texto. Importante sempre reconhecer o 
verbo para que se consiga compreender o sentido da mensagem que se quer transmitir. 
UNIDADE 2 TÓPICO 2 - 
2 ASPECTO VERBAL
O estudo dos verbos é primordial para a compreensão do processo sintático, 
porque eles centralizam as funções dos termos nas orações. Todos os termos, 
numa perspectiva sintática, giram em torno do verbo, identificando o sujeito e os 
complementos. Segundo Bagno (2012, p. 508), o verbo é “o núcleo de todo e qualquer 
enunciado significativo”. 
Voltando ao assunto das classes de palavras, vamos reforçar que os 
substantivos denominam as pessoas, os objetos, os sentimentos, entre outros, e são 
muito importantes para a compreensão do que se quer comunicar. Em termos mais 
amplos, exercem várias funções nos estudos de análise sintática. Cabe aqui fazer 
uma colocação sobre o avanço das pesquisas dos linguistas em relação às classes de 
palavras com sentido restrito de entendimento. 
Vamos ver uma situação relacionada ao verbo.A sintaxe também mostra 
flexibilidade para as suas análises. Podemos exemplificar com a frase: O leite ferveu. 
Antes, aprendíamos que leite é o sujeito, ferveu é o verbo e estão na voz ativa. Entende-
se sujeito aquele que pratica a ação. No entanto, se pensarmos um pouco o leite não 
praticou qualquer ação, e sim sofreu ação. Então temos um caso de um sujeito agente 
92
(voz ativa), mas que tem o sentido de sujeito paciente (voz passiva). Então, temos: leite 
como sujeito paciente, ferveu (verbo em 3 ª pessoa do singular, pretérito perfeito do 
indicativo, na voz ativa). 
O verbo traz a força de uma ação ou a reação sofrida por essa. Importante notar, 
por meio de exemplos diferentes, a presença do verbo:
O cio da terra
Chico Buarque
Debulhar o trigo
Recolher cada bago do trigo
Forjar no trigo o milagre do pão
E se fartar de pão
Decepar a cana
Recolher a garapa da cana
Roubar da cana a doçura do mel
Se lambuzar de mel
Afagar a terra
Conhecer os desejos da terra
Cio da terra, propícia estação
E fecundar o chão...
Composição: Chico Buarque / Milton Nascimento
FONTE: <https://www.letras.mus.br/milton-nascimento/47414/>. Acesso em: 20 jun. 2021.
Uma sequência de ações que retrata uma situação específica. Um exemplo 
de como se pode trabalhar os verbos em um texto e o sentido que eles oferecem à 
mensagem. Uma opção para os professores que precisam reforçar esse conteúdo. E, 
mais uma ideia: se você pedisse para substantivar o verbo? Ou sugerisse para mudar o 
tempo dos verbos, ou ainda transformar a letra da música em texto corrido, em prosa, 
ou até uma série de desenhos para retratar as cenas?
 
Mais um exemplo: uma receita culinária. Você já percebeu quantas palavras 
temos em uma simples receita? Substantivo, adjetivo, pronome, preposição, conjunção, 
advérbio, artigo e verbo. Sim, os verbos estão aí para orientar as ações do confeiteiro.
https://www.google.com/search?rlz=1C1GCEA_enBR895BR895&biw=1366&bih=625&q=Chico+Buarque&stick=H4sIAAAAAAAAAONgVuLSz9U3MCw3zcjJWsTK65yRmZyv4FSaWFRYmgoAtFcydh4AAAA&sa=X&ved=2ahUKEwi9ofzxyOrxAhWcGbkGHWj0BykQMTAAegQIBRAD
https://www.letras.mus.br/milton-nascimento/47414/
93
Brigadeiro
Ingredientes
1 lata de leite condensado
½ medida de lata de leite
1 colher (sopa) de manteiga
3 colheres (sopa) de chocolate em pó
2 xícaras (chá) de chocolate granulado
Modo de preparo
Você vai precisar de 30 forminhas de brigadeiro
Com um pincel, unte um prato com um pouco de manteiga. Reserve. 
Separe as forminhas umas das outras com cuidado e disponha numa travessa pequena. 
Reserve. 
Numa panela, misture o leite e o chocolate em pó. Leve ao fogo baixo e mexa bem, até 
dissolver o chocolate. 
Junte o leite condensado, a manteiga e, quando ferver, calcule 15 minutos cozinhando, 
sem parar de mexer, ou até aparecer o fundo da panela. Retire a panela do fogo e 
transfira o brigadeiro para o prato untado. Deixe esfriar. 
Numa tigela, coloque o chocolate granulado e deixe ao lado do prato com a massa de 
brigadeiro. 
Espalhe um pouco de manteiga na palma das mãos e, com a ajuda de 1 colher de chá, 
faça bolinhas E passe-as pela tigela com o chocolate granulado. 
Em seguida, coloque as bolinhas nas forminhas. Sirva a seguir.
FONTE: A autora
Exemplos não faltam para podermos analisar os termos das frases. Textos 
literários são fartos. Até bula de remédio traz muitas palavras. É importante saber que 
as palavras são flexíveis quanto às suas funções. Sabemos que o verbo pode ter o valor 
de um adjetivo também, como por exemplo: O documento foi anexo ao requerimento. 
Anexo = verbo no particípio passado com o valor de adjetivo, pois se refere a documento. 
Ou, ainda: Ela foi a mulher escolhida para representar a cidade. Nesse caso, escolhida 
(verbo no particípio passado) está relacionada ao substantivo mulher.
Os verbos apresentam uma grande complexidade de classificações. Vamos 
começar pela estrutura, mostrando o seu significado e sua importância no contexto de 
fala e de escrita. 
Vamos falar da composição do verbo, em que os radicais, as vogais temáticas e 
as desinências são itens imprescindíveis para entendermos a forma como os verbos se 
flexionam e se conjugam.
94
3 ESTRUTURA VERBAL 
Define-se verbo como um indicador de uma ação, um estado, um processo ou 
um fenômeno. O verbo é uma palavra variável e flexiona-se em número, pessoa, modo, 
tempo, aspecto e voz. É um termo muito importante dentro das classes de palavras, 
fazendo com que as orações e os períodos se desenvolvam em torno dele. Aqui podemos 
elencar alguns itens que indicam o verbo em uma frase: 
• ação (andar, correr, pular); 
• estado ou mudança de estado (ser, ficar); 
• fenômeno natural (chover, nevar); 
• ocorrência (acontecer, suceder); 
• desejo (querer, desejar), entre outros processos.
FIGURA 3 – VERBOS
FONTE: <https://www.xmind.net/m/88nb/>. Acesso em: 20 maio 2021.
https://www.xmind.net/m/88nb/%3e.
95
Os verbos apresentam muitas possibilidades de flexão, e estudamos os tempos 
verbais, nos modos indicativo e subjuntivo e formas nominais, e, entre categorias de 
número e pessoa, referem-se a três pessoas no singular e três pessoas no plural. 
Ele se flexiona em número (singular ou plural), pessoal (primeira, segunda ou 
terceira), modo (indicativo, subjuntivo ou imperativo), tempo (presente, pretérito ou fu-
turo) e voz (ativa, passiva ou reflexiva). 
Do ponto de vista morfológico tempos do imperativo afirmativo e do imperativo 
negativo não se incluem nessa categoria porque não são considerados tempos verbais, 
mas verbos de situação. 
As suas formas são emprestadas pelo presente do subjuntivo e presente do 
indicativo. A estrutura básica dos verbos é simples: R + VT + DMT + DNP (radical, mais 
vogal temática, mais desinência modo-temporal, mais desinência número-pessoal), 
sempre nessa ordem:
TEMA DESINÊNCIAS
verbo R VT DMT DNP
cantávamos cant- -a- -va- -mos
escrever escrev- -e- -r -
brotam brot- -a- - -m
Observe que nos verbos, a vogal temática é geralmente tônica, ao contrário dos 
nomes, nos quais é átona e tem a função de distribuir os verbos em conjugações:
a) primeira conjugação: fal-a-r, brinc-a-r, jog-a-r.
b) segunda conjugação: beb-e-r, faz-e-r, mord-e-r.
c) terceira conjugação: fug-i-r, ouv-i-r, sorr-i-r.
96
FIGURA 4 – ESTRUTURA VERBAL
FONTE: <https://br.pinterest.com/pin/810859107900273458/>. Acesso em: 13 mar. 2021.
Como podemos ver, os verbos possuem sua estrutura composta e, quando 
conjugados, são compostos por um radical, uma vogal temática, uma desinência 
modo-temporal e uma desinência número-pessoal. Para que os verbos possam exercer 
sua função, devem ser flexionados de várias maneiras, de acordo com o que se quer 
expressar nas frases, orações ou períodos.
Mais uma vez, as desinências verbais são morfemas que indicam nas conju-
gações verbais, o modo, que pode ser: indicativo ou subjuntivo, o tempo – presente, 
passado, futuro –, o número (singular ou plural) e a pessoa (o sujeito da ação acompa-
nhado dos pronomes pessoais do caso reto: eu, tu, ele, nós, vós, eles).
Explicando melhor, as desinências são as terminações dos verbos por meio de 
suas flexões. As desinências são assim classificadas:
• Desinência modo temporal: indica o modo e o tempo em que a ação ocorre, por 
exemplo: "estuda-vas" (pretérito imperfeito do modo indicativo).
• Desinência número pessoal: indica o número e a pessoa do verbo, por exemplo: 
“estud-o" (primeira pessoa do singular “eu”).
Vamos passar para as flexões verbais, momento em que aprenderemos a ver que 
o verbo é a classe que mais oferece flexões: de pessoa, de número, voz, tempo e modo.
4 FLEXÃO VERBAL
Agora vamos estudar as formas flexionadas dos verbos, que se apresentam em 
pessoa, número, tempo, modo e voz. É muito importante conhecer a maneira como 
ocorrem as flexões para entendermos o sentido da frase e estabelecer as relações do 
verbo com os termos com os outros termos.
97
FIGURA 5 – FLEXÃO VERBAL
FONTE: <https://www.xmind.net/m/88nb/>.Acesso em: 20 maio 2021.
A flexão verbal pode ser em número, pessoa, modo, tempo e voz.
a. Flexão em número:  singular (um sujeito) e plural (vários sujeitos). O verbo pode se 
referir a uma pessoa ou mais e deve concordar, formando o singular ou o plural.
b. Flexão em pessoa:  refere-se às três pessoas relacionadas ao discurso, represen-
tadas tanto no modo singular, quanto no plural. São elas:
1ª (quem fala: eu e nós); 
2ª (com quem se fala: tu e vós); 
3ª (de quem se fala: ele e eles). 
A indicação de número (singular ou plural) acompanha a pessoa gramatical a 
que o verbo se refere.
Vamos fazer uma observação importante: usamos você e vocês na nossa fala e 
escrita cotidiana no lugar de tu e de vós na maior parte do país. E, ainda, usamos a gente 
para dizer nós. Assim, devemos considerar essas pessoas na hora de conjugar os verbos 
da seguinte forma: Eu falo, tu falas/você fala, ele/ela fala/ a gente fala, nós falamos, 
vós falais (aqui, como já dissemos, é uma maneira utilizada em textos sacros, arcaicos, 
literários)/vocês falam e eles/elas/falam.
Não tem cabimento, por exemplo, apresentar o paradigma da 
conjugação verbal com as seis pessoas do português clássico – eu, 
tu, ele(a), nós vós, eles(as) –, já que essa conjugação não corresponde 
a absolutamente nenhum uso real de nenhuma das variedades do 
português brasileiro falado ou escrito, nem do português europeu, 
angolano, moçambicano etc. É imperioso que se apresente os 
diferentes paradigmas verbais em vigor no PB contemporâneo, com 
você, com a gente, com tu foste e com tu foi etc., porque são esses 
paradigmas variáveis que de fato estão vivos na nossa sociedade 
(BAGNO, 2012, p. 32).
98
A questão é que se trata dos ensinamentos de gramática baseados nas normas 
e que não é uma realidade em todas as escolas e cursos, pois sabemos que a exigência 
da chamada norma culta existe em muitos segmentos da sociedade e, como toda 
mudança, tem que ser gradual. Ainda utilizamos princípios da gramática normativa e, a 
partir de noções já adquiridas podemos avançar para outras discussões.
Sugerimos a leitura do texto de Marlison Soares Gomes, publicado em 
2019, com o título A gramática pedagógica do português brasileiro 
(BAGNO, 2012) e o Ensino de Gramática, que faz uma análise da 
gramática a que se refere o título, de autoria do linguista Marcos Bagno. 
Acesse em: https://bit.ly/3QDeuEc.
DICA
c. Flexão em modo:  indicativo (indica realidade); subjuntivo (indica possibilidade); 
imperativo (indica ordem); formas nominais (infinitivo, particípio e gerúndio). 
O modo infinitivo expressa ação direta. A pessoa que fala (o emissor) mostra 
uma ideia de certeza e segurança, exprimindo a ação com precisão. Utiliza os tempos 
verbais: presente, passado ou pretérito e futuro. 
Exemplos:
Eu estudo todos dias.
Comprarei um celular amanhã. 
Ontem fiz um bolo de cenoura.
O modo subjuntivo expressa uma ação possível, mas incerta, que ainda não foi 
realizada e que depende de outra ação. A pessoa que fala (o emissor) apresenta uma 
ideia de dúvida, expondo a ação com imprecisão ou uma possibilidade. Exemplos: Se 
você chegasse na hora certa, começaríamos a aula. Quando você sair, feche a porta. Os 
tempos verbais do modo subjuntivo são constantes nas orações subordinadas, pois são 
ações não concluídas e necessitam de ações complementares.
O pesquisador Marcos Bagno chama atenção para o ensino do subjuntivo:
[...], o subjuntivo ainda apresenta grande vitalidade nos gêneros 
textuais mais monitorados, servindo mesmo como marca de 
avaliação do uso eficiente da língua, sobretudo da escrita mais 
monitorada. Por isso, é importante ensinar as formas e os empregos 
do subjuntivo para um aluno que, em sua ampla maioria, não domina 
com segurança esse modo verbal. Esse ensino, evidentemente, 
não se faz pela memorização de paradigmas de conjugação mas, 
sempre, pela reflexão sobre o uso que se faz desse modo em textos 
99
autênticos. Cabe dar ênfase sobretudo aos verbos irregulares – ser, 
ter, fazer, dizer, saber, haver, ver, ir, vir, dar, querer, poder, estar –, que 
são irregulares justamente por serem os mais empregados da língua 
(BAGNO, 2012, p. 566). 
O modo imperativo mostra uma ordem, um pedido, um apelo ou um conselho. 
O emissor exige algo, exprimindo o que quer que outra pessoa faça. Temos o imperativo 
afirmativo: Volte cedo para casa e imperativo negativo: Não grite!
 
d. Flexão em tempo:  passado (acontecimento anterior ao momento em que se fala); 
presente (acontecimento simultâneo ao momento em que se fala); futuro (acontecimento 
posterior ao momento em que se fala). Quando se utiliza verbo em uma frase, temos que 
observar o tempo do acontecimento – presente, passado ou futuro – e o modo que se 
utiliza para expressar a ideia – indicativo, subjuntivo ou imperativo.
O modo indicativo possui os seguintes tempos verbais:
→ Presente.
→ Pretérito perfeito.
→ Pretérito imperfeito.
→ Pretérito mais-que-perfeito.
→ Futuro do presente.
→ Futuro do pretérito.
O modo subjuntivo possui os seguintes tempos verbais:
→ Presente.
→ Pretérito imperfeito.
→ Futuro.
O modo imperativo possui duas formas distintas:
→ Imperativo afirmativo.
→ Imperativo negativo.
e. Flexão em voz:  ativa (sujeito gramatical é o agente da ação); passiva (sujeito gra-
matical é o paciente da ação); reflexiva (sujeito gramatical é agente e paciente da ação). 
 
A voz verbal está relacionada com o ser a que o verbo se refere e o processo que 
esse verbo exprime. Temos três tipos de vozes verbais:
• voz ativa: o ser a que o verbo se refere é o agente verbal, ou agente da ação. Exemplo: 
Maria comprou um vestido de festa. Nesse caso, o verbo comprou refere-se à ação 
de Maria, pois é o agente da ação. 
100
• voz passiva: o ser a que o verbo se refere é o paciente da ação, aquele que recebe a 
ação. Exemplo: A menina foi sequestrada. Observamos, aqui, que a menina sofreu a 
ação, sendo, portanto, paciente da ação verbal.
 Conforme o seu processo de formação, a voz passiva pode ser classificada em voz 
passiva analítica e voz passiva sintética. Voz passiva analítica: as frases apresentam 
a seguinte estrutura: sujeito paciente + verbo auxiliar + particípio + preposição + 
agente da passiva. Exemplos: O doce foi comido pela minha neta. Os móveis foram 
consertados pelo marceneiro.
 Na voz passiva sintética as frases apresentam a seguinte estrutura: 
verbo transitivo + pronome se + sujeito paciente. Exemplos: Comeu-se o doce. 
Consertaram-se os móveis.
• voz reflexiva: o ser a que o verbo se refere é o agente e o paciente ao mesmo tempo, 
pois age sobre si mesmo. Exemplo: João se cortou durante o almoço. Nesse caso, 
o verbo cortar indica que João praticou e sofreu a ação ao mesmo tempo, sendo 
agente e paciente da ação verbal, processo que leva o nome de ação reflexiva.
Conversão da voz ativa na voz passiva
Podemos observar que na passagem da voz ativa para a voz passiva ocorrem algumas 
mudanças:
Conversão da voz ativa na voz passiva analítica
O sujeito se transforma em agente da passiva.
O objeto direto se transforma no sujeito da passiva.
O verbo transitivo se transforma em locução verbal.
Exemplo de conversão da voz ativa na voz passiva analítica:
Na voz ativa temos: O aluno leu o livro de poesias.
O sujeito (o aluno) passa para agente da passiva (pelo aluno).
 
O objeto direto passa para sujeito da passiva (o livro de poesias).
 
O verbo transitivo (leu) passa para locução verbal (foi lido).
Na voz passiva analítica fica assim: O livro de poesias foi lido pelo aluno.
Conversão da voz ativa na voz passiva sintética
O objeto direto se transforma no sujeito da passiva.
O sujeito se transforma na partícula apassivadora se.
Não há agente da passiva e o verbo transitivo mantém-se.
Exemplo de conversão da voz ativa na voz passiva sintética:
NOTA
101
Na voz ativa temos: O aluno leu o livro de poesias.
O objeto direto passa para sujeito da passiva (o livro de poesias).
O sujeito (o aluno)passa para partícula apassivadora (se).
Não há agente da passiva e o verbo transitivo mantém-se da 
mesma forma.
 
Na voz passiva sintética fica assim: Leu-se o livro de poesias.
Conhecendo a estrutura que os verbos e a maneira como eles se apresentam 
e se relacionam com os termos de uma frase, faz-se necessário entender como se 
conjugam. Esse é o próximo ponto que abordaremos.
5 PADRÃO GERAL DE FLEXÃO VERBAL 
Vamos conhecer como se classificam os verbos, de acordo com um padrão 
estabelecido. A partir desse ponto, poderemos nos aprofundar nos verbos regulares e 
irregulares que apresentam variedade de conjugações. Temos que saber reconhecer os 
tipos de verbos e como eles se comportam nas falas e em textos escritos para evitar 
erros crassos. 
FIGURA 6 – CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS
FONTE: <https://www.xmind.net/m/88nb/>. Acesso em: 20 maio 2021.
https://www.xmind.net/m/88nb/%3e.
102
Os verbos classificam-se em:
a) Regulares: quando segue o modelo da conjugação, ou seja, radical igual em todas 
as pessoas. Uma dica: experimente conjugá-lo no presente do indicativo e no 
pretérito perfeito do indicativo, se ele for regular nesses dois tempos, será regular 
nas demais formas.
b) Irregulares: quando se afasta do modelo da conjugação, ou seja, há terminações 
diferentes em todas as conjugações. Uma dica: experimente conjugá-lo no presente 
do indicativo e no pretérito perfeito do indicativo e se houver qualquer irregularidade, 
nesses dois tempos, será considerado irregular.
c) Verbos anômalos: são aqueles que sofrem grandes alterações no radical. 
Exemplos: ser: sou, é, fui, era, serei, seria.
d) Verbos Defectivos: são aqueles que não possuem conjugação completa. 
Exemplos: falir, reaver, precaver não possuem as 1ª, 2ª e 3ª pessoas do presente do 
indicativo e do presente do subjuntivo inteiro.
e) Verbos Abundantes: são aqueles que apresentam duas formas de mesmo valor. 
Exemplos de verbos abundantes:
aceitar: aceitado e aceito 
acender: acendido e aceso 
eleger: elegido e eleito 
entregar: entregado e entregue 
enxugar: enxugado e enxuto 
expulsar: expulsado e expulso 
imprimir: imprimido e impresso 
limpar: limpado e limpo 
murchar: murchado e murcho 
suspender: suspendido e suspenso 
tingir: tingido e tinto
Observações: 
Ocorrem geralmente no particípio: particípio regular, terminado em  -ado ou -ido, 
usado na voz ativa, com o auxiliar  ter  ou  haver; particípio irregular, com  outra 
terminação diferente, usado na voz passiva, com o auxiliar ser ou estar.
Os verbos abrir, cobrir, dizer, escrever, fazer, pôr, ver e vir só possuem o particí-
pio irregular: aberto, coberto, dito, escrito, feito, posto, visto e vindo.
f) Auxiliar: quando se junta a outro verbo, denominado principal, com o sentido de am-
pliar ou legitimar uma ideia. O verbo auxiliar + verbo principal recebe o nome de locu-
ção verbal. Exemplos: Daqui a pouco poderá chover. Tínhamos estudado bastante.
103
6 FORMAS NOMINAIS DOS VERBOS
As formas nominais do verbo são representadas pelo infinitivo, pelo particípio 
e pelo gerúndio. Não fazem parte de nenhum tempo ou modo verbal. São chamadas de 
formas nominais porque desempenham tanto função de verbo, como função de nome. 
É isso que veremos agora.
FIGURA 7 – FORMAS NOMINAIS DOS VERBOS
FONTE: <https://www.xmind.net/m/88nb/>. Acesso em: 20 maio 2021.
Para entender as formas nominais, é importante ressaltar que os verbos se 
apresentam de várias maneiras, ou melhor, na conjugação de um verbo, encontramos 
algumas formas (ou tempos) que dão origem a outras, e assim distinguimos formas 
primitivas e derivadas.
Formas primitivas referem-se aos verbos cujos radicais ou temas são usados 
na formação de outros tempos. Os tempos (ou formas) primitivos são: presente do 
indicativo, pretérito perfeito do indicativo e infinitivo impessoal. Formas derivadas são 
aquelas cujos radicais ou temas verbais são obtidos de um dos tempos primitivos ou do 
infinitivo impessoal. São eles:
• tempos derivados do presente do indicativo: presente do subjuntivo, imperativo 
afirmativo e imperativo negativo.
• tempos derivados do pretérito perfeito do indicativo: pretérito mais-que-perfeito do 
indicativo, pretérito imperfeito do subjuntivo e futuro do subjuntivo.
• tempos derivados do infinitivo impessoal: futuro do presente, futuro do pretérito e 
pretérito imperfeito do indicativo.
O infinitivo impessoal dá origem às três formas nominais que são: infinitivo 
pessoal, gerúndio e particípio. Não fazem parte de nenhum tempo ou modo verbal. São 
chamadas de formas nominais porque desempenham tanto função de verbo, como 
função de nome.
https://www.xmind.net/m/88nb/%3e.
104
Explicando melhor, os verbos podem ainda se apresentar em suas formas no-
minais. Isso se deve ao fato de assumirem a função de substantivos, adjetivos ou ainda 
advérbios. As formas nominais são classificadas em infinitivo (pessoal ou impessoal) – 
terminação -r, gerúndio – terminação –ndo, ou particípio – terminação –do.
a) Infinitivo
O infinitivo pode atuar como um substantivo, o particípio pode atuar como um 
adjetivo, e o gerúndio, como um advérbio. 
Exemplos:
Infinitivo como substantivo: Lutar é sofrer! 
Particípio como adjetivo: O aluno é dedicado aos estudos. 
Particípio como adjetivo: Saindo, bata a porta. 
O infinitivo representa o DNA do verbo, ou melhor dizendo, a sua identidade. 
Ele se apresenta em sua forma natural. O infinitivo transmite a ideia de uma ação ou 
estado, sem ideia de tempo e pode assumir uma função semelhante a um substantivo. 
O infinitivo pode ser classificado em infinitivo pessoal (flexionado) e infinitivo impessoal 
(não flexionado):
• Infinitivo pessoal: apresenta as terminações iguais às do futuro do subjuntivo nos ver-
bos regulares e é usado em situações em que há um sujeito definido ou em que se pre-
tende definir esse sujeito. Exemplos: verbo dar: dar, dares, dar, darmos, dardes, darem; 
verbo saber: saber, saberes, saber, sabermos, saberdes, saberem;
verbo medir: medir, medires, medir, medirmos, medirdes, medirem.
• Infinitivo impessoal: apresenta as terminações do infinitivo impessoal, que são -ar 
para os verbos da 1ª conjugação, -er para os verbos da 2ª conjugação e -ir para 
os verbos da 3ª conjugação e usado geralmente em locuções verbais, em verbos 
preposicionados ou quando não há um sujeito definido. Exemplos: verbo dar: dar; 
verbo saber: saber; verbo medir: medir.
b) Particípio
Indica o estado da ação depois de finalizada, transmitindo assim uma noção 
de conclusão de ação verbal. O particípio é usado na formação de tempos verbais 
compostos. A maioria dos verbos mostra um particípio regular, terminado em -ado 
na 1ª conjugação e em -ido na 2ª e na 3ª conjugação. Exemplos:  falar: falado, amar: 
amado, estar: estado, ter: tido, partir: partido.
É importante observar que há verbos que se apresentam tanto no particípio 
regular como no particípio irregular, geralmente, terminados em -to ou -so. Exemplos: 
pagar: pagado e pago; extinguir: extinguido e extinto; eleger: elegido e eleito; ganhar: 
ganhado e ganho; exprimido e expresso. 
105
O particípio regular é usado preferencialmente na voz ativa, com os verbos 
auxiliares ter e haver. O particípio irregular é usado preferencialmente na voz passiva, 
com os verbos auxiliares ser e estar. Exemplo: Ele pensou que tivesse imprimido o 
documento (voz passiva) e você prefere o documento impresso? (voz ativa).
c) Gerúndio
Mostra o estado de uma ação prolongada, que ainda está acontecendo, com 
uma noção de continuidade de ação verbal. Os verbos da 1ª conjugação terminam 
em -ando, os da 2ª conjugação terminam em -endo e os da 3ª conjugação terminam 
em -indo. Exemplos de gerúndios: estudar: estudando; comprar: comprando, sentir: 
sentindo; fazer: fazendo. Os alunos estão saindo da aula mais cedo.
Além dos tempos compostos do indicativo e do subjuntivo, existem também 
três formas nominais compostas. São eles:
Forma nominal composta Formação Exemplo
Infinitivo pessoal composto: 
indica um fato passadojá 
concluído. 
Acompanha o modelo de uso do 
infinitivo pessoal simples.
Verbo auxiliar ter: 
infinitivo pessoal
Verbo principal: 
particípio.
(Eu) ter falado 
(Tu) teres falado 
(Ele) ter falado 
(Nós) termos falado 
(Vós) terdes falado  
(Eles) terem falado.
Infinitivo impessoal composto:
indica um fato passado já 
concluído. Igual ao uso do 
infinitivo impessoal simples.
Verbo auxiliar ter: 
infinitivo impessoal
Verbo principal: 
particípio.
ter falado.
Gerúndio composto: indica uma 
ação prolongada que terminou 
antes da ação da oração principal. 
Verbo auxiliar ter: 
gerúndio
Verbo principal: 
particípio.
tendo falado.
Vimos até agora as formas como os verbos se flexionam, como se classificam 
e suas formas nominais. A partir desses conhecimentos é possível compreender a 
maneira como conjugamos os verbos regulares e irregulares.
7 CONJUGAÇÃO VERBAL
As conjugações são agrupadas com base nas suas três terminações, de acordo 
com as vogais temáticas: -a, -e/o e -i. Para cada uma dessas conjugações há um 
modelo que indica as formas verbais. 
 
106
Quanto à classificação, os verbos podem ser regulares e irregulares. Os verbos 
regulares são aqueles verbos que seguem o modelo de sua conjugação de acordo com 
os modelos de 1ª, 2ª e 3ª. Então, vamos saber as peculiaridades desses verbos.
FIGURA 8 – TEMPOS VERBAIS
FONTE: <https://www.xmind.net/m/88nb/>. Acesso em: 20 maio 2021.
Os verbos podem ser:  regulares, pois obedecem a um modelo próprio da 
respectiva conjugação e irregulares, pois não seguem nenhum modelo de conjugação e 
podem apresentar irregularidades no radical ou nas terminações. 
Apresentamos aqui um esquema com os modos e tempos dos verbos, que 
utilizaremos para entender as conjugações de verbos regulares e irregulares. Note que 
são as formas simples desses verbos. Depois mostraremos as formas compostas e seus 
modelos de conjugação.
QUADRO 1 – MODOS E TEMPOS DOS VERBOS
MODO INDICATIVO
Exprime uma ação, um fato, a 
certeza de um acontecimento, 
quer no presente, no passado 
ou no futuro.
Presente
Passado ou pretérito
Futuro
perfeito
imperfeito
mais-que-perfeito
do presente
do pretérito
futuro
do presente
do pretérito
107
MODO SUBJUNTIVO
Exprime uma ação incerta, duvidosa, um 
fato que pode não acontecer.
Presente
Pretérito imperfeito
Futuro
MODO IMPERATIVO
Exprime uma ordem, um convite, 
um conselho ou um pedido.
Presente
afirmativo
negativo
FONTE: A autora
Os verbos regulares, aqueles que obedecem à risca o seu modelo de conjuga-
ção. São três terminações e para conjugar um verbo regular, é só substituir o radical do 
verbo usado pelo radical do verbo pretendido, uma vez que a vogal temática e as desi-
nências não se alteram.
Os verbos irregulares são aqueles que não seguem um modelo de conjugação. 
Apresenta variações de forma nos radicais ou nas desinências. Para que se consiga 
entender esse tipo de conjugação, é importante seguir o esquema de formação dos 
tempos simples, uma vez que as irregularidades dos tempos primitivos geralmente 
correspondem aos tempos derivados. Vamos estudar os dois tipos: os regulares e os 
irregulares e alguns exemplos de conjugações.
7.1 VERBOS REGULARES 
Definem-se como os verbos com modelos fixos de conjugação verbal, não 
apresentando alterações nos radicais e nas terminações quando conjugados. Exemplos 
de verbos regulares da 1ª conjugação: estudar, falar, amar, cantar. Exemplos de verbos 
regulares da 2ª conjugação: viver, beber, comer. Exemplos de verbos regulares da 3ª 
conjugação: partir, dividir, assistir.
Veremos a seguir alguns exemplos de verbos em seus modos indicativo e 
subjuntivo. Vale mostrar, também, o modo imperativo, ele se apresenta na forma 
afirmativa e na forma negativa. Como se dá a conjugação dos verbos? Vamos ver esse 
modelo de verbo regular.
108
QUADRO 2 – CONJUGAÇÃO VERBAL
FONTE: A autora
Lembrando que radical é a parte da palavra que se mantém igual nas diferentes 
conjugações do verbo, porque é a raiz da palavra (ou seja, a base dela). Desinência é 
a parte da palavra que se altera de acordo com a conjugação. E, ainda, os verbos têm 
uma vogal temática, que define a conjugação da qual o verbo pertence.
 
Os verbos regulares, de forma simples, configuram-se seguindo o mesmo 
modelo. Vamos conjugar os verbos regulares, em suas três terminações (-ar, -er, -ir), 
nos modos indicativo e subjuntivo, nos tempos presente, passado ou pretérito e futuro 
e as pessoas do singular e do plural.
Exemplos de emprego de verbos no modo indicativo:
FONTE: MEIRELES, C. Retrato. Disponível em: <https://www.escritas.org/pt/t/1505/retrato>. Acesso 
em: 10 set. 2021. 
Retrato 
 Cecília Meireles
Eu não tinha este rosto de hoje, 
Assim calmo, assim triste, assim magro, 
Nem estes olhos tão vazios, 
Nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força, 
Tão paradas e frias e mortas; modo indicativo 
Eu não tinha este coração 
Que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança, 
Tão simples, tão certa, tão fácil: 
— Em que espelho ficou perdida 
a minha face?
https://www.escritas.org/pt/t/1505/retrato
109
Exemplos de emprego de verbos no modo subjuntivo:
FONTE: <https://www.letras.mus.br/alcione/44027/>. Acesso em: 30 jun. 2021.
8 MODO INDICATIVO
Não deixe o samba morrer
 Aloísio Silva / Edson Conceição
Não deixe o samba morrer
Não deixe o samba acabar
O morro foi feito de samba
De samba pra gente sambar
Quando eu não puder
Pisar mais na avenida
Quando as minhas pernas modo subjuntivo
Não puderem aguentar
Levar meu corpo
Junto com meu samba
O meu anel de bamba
Entrego a quem mereça usar [...]
O modo indicativo dos verbos indica certezas, fatos, algo que acontece 
realmente.
 
Presente: indica um fato que está acontecendo no momento. 
Pretérito perfeito: indica um fato encerrado no passado, algo que aconteceu.
Pretérito imperfeito: indica fatos que já ocorreram, mas que se repetiam no passado.
Pretérito mais-que-perfeito: indica um fato que terminado antes que outro no passado.
Futuro do presente: indica um fato futuro em relação ao tempo que se fala.
Futuro do pretérito: indica um fato futuro em relação a outro fato ocorrido no passado.
Vamos ver a matéria jornalística a seguir:
Pesquisador fez experimento em que passou um mês
comendo alimentos ultraprocessados.
https://www.letras.mus.br/alcione/44027/%3e.
110
Desde que a humanidade descobriu o fogo e as especiarias, não olhamos 
mais para trás: continuamos inventando novas maneiras de desconstruir os alimentos 
para depois reformulá-los. 
O que fazemos com a comida para criar novos sabores e experiências é 
incrivelmente criativo. Mas o que os alimentos que consumimos fazem com a 
gente talvez seja ainda mais fascinante, sobretudo quando se trata de alimentos 
ultraprocessados.
[...]
FONTE: <https://bit.ly/3QXINoU>. Acesso em: 29 jul. 2021.
Temos exemplos de verbos nesse texto, mas observe que o que predomina são 
os verbos no pretérito perfeito para mostrar algo que aconteceu. O jornalismo trabalha 
essencialmente com fatos, o que já houve (com exceção de agendas culturais que 
trazem eventos que se realizarão ainda), portanto sempre usa verbos no passado.
Para se trabalhar em sala de aula é interessante apresentar 
textos aos alunos que estejam próximos de sua realidade para 
que eles percebam a presença dos termos de uma frase, os 
verbos em especial nesse momento, e entendam os tempos em 
que inserem.
Matérias jornalísticas, anúncios publicitários, histórias em 
quadrinhos trazem muitos elementos para serem trabalhados 
e que permitem análise e reflexão, sem ter a necessidade de 
apenas decorar conjugação de verbos sem entender o sentido 
da mensagem que o texto quer passar para seus receptores.
IMPORTANTE
9 MODO SUBJUNTIVO
O modo subjuntivo indica incertezas, hipóteses, dúvidas e possibilidades.
Presente: indica uma possibilidade ou uma vontade que algo aconteça no presente ou 
no futuro.
Pretéritoimperfeito: indica uma ação condicionante a outra ideia ou oração.
Futuro: indica expectativa de ação que pode acontecer.
Veja o exemplo da figura a seguir:
111
FIGURA 9 – PAINEL
FONTE: <https://bit.ly/3njRxdw>. Acesso em: 22 jul. 2021.
O verbo no futuro do subjetivo (quando) dá a ideia de expectativa, de algo que 
pode acontecer e se torce para isso. Não se trata de fato ocorrido, que está acontecendo 
e nem que vai acontecer com certeza, mas uma possibilidade apenas.
Vamos mostrar como os verbos são conjugados a partir de uma estrutura:
a) Conjugação de verbos regulares da 1ª conjugação: andar
 Aqui está um modelo da conjugação do verbo andar. Observe o que ocorre.
Conjugamos, nesse exemplo, o verbo andar unindo o radical and- às desinências 
modo-temporal e número-pessoal. O radical permaneceu igual, mas as desinências 
se alteram conforme o modo (indicativo), tempo (presente). Apresentamos, ainda, as 
terminações referentes às desinências de número (singular e plural) e as de pessoas 
(eu, tu/você/a gente, ele, nós, vós/vocês, eles).
112
  Radical Vogal temática Desinência da 1ª conjugação
Eu and- ------- -o
Tu and- -a- -s
Ele/Ela and- -a ------
Nós and- -a- -mos
Vós and- -a- -is
Eles/Elas and- -a- -m
b) Conjugação de verbos regulares da 2ª conjugação: escrever
Radical Vogal temática Desinência da 2ª conjugação
Eu escrev- -e- -rei
Tu escrev- -e- -rás
Ele/Ela escrev- -e -rá
Nós escrev- -e- -remos
Vós escrev- -e- -reis
Eles/Elas escrev- -e- -rão
c) Conjugação de verbos regulares da 3ª conjugação: dividir
Radical
Vogal 
temática
Desinência da 3ª conjugação
eu divid- -i- -ria
tu divid- -i- -rias
ele/ela divid- -i- -ria
nós divid- -i- -ríamos
vós divid- -i- -ríeis
eles/elas divid- -i- -riam
113
A Conjugação dos verbos regulares, no modo indicativo e no modo subjuntivo, 
segue a mesma estrutura nas três terminações: -ar, -er, e –ir.
Lembrando mais uma vez que há variações de pessoas: você, a gente e vocês. 
No caso de você e a gente, conjugamos o verbo em terceira pessoa do singular, mas 
vocês acompanham a conjugação de terceira pessoa do plural.
Verbos foneticamente regulares 
Há alguns verbos que são foneticamente regulares, mas que apresentam pequenas 
irregularidades na sua estrutura formal, para preservar a pronúncia.
Nos verbos terminados em -gir e -ger, como agir, dirigir, fingir, eleger e ranger, acontece a 
alteração da consoante g para a consoante j antes da vogal a e da vogal o: eu ajo, eu dirijo, 
que eu finja, que nós elejamos, que ele ranja, ... 
Nos verbos terminados em -guir e -guer, como distinguir, prosseguir e erguer, há a alteração 
do dígrafo gu para a consoante g antes da vogal a e da vogal o: eu 
distingo, que eu prossiga, que ele erga, ...
Nos  verbos terminados em -gar, como desligar, apagar e carregar, 
ocorre a alteração da consoante g para o dígrafo gu antes da vogal e: 
eu desliguei, que eles apaguem, que eu carregue, ...
Nos verbos terminados em -cer e -cir, como nascer, descer e ressarcir, 
ocorre a alteração da consoante c para a consoante ç antes da vogal a 
e da vogal o: eu desço, que ele nasça, que eles ressarçam, ...
Nos verbos terminados em -çar, como dançar, caçar e atiçar, ocorre 
a alteração da consoante ç para a consoante c antes da vogal e: eu 
dancei, que eles cacem, que eu atice, ...
Nos verbos terminados em -car, como brincar, ficar e pescar, ocorre 
a alteração da consoante c para o dígrafo qu antes da vogal e: eu 
brinquei, que eu fique, que eles pesquem...
NOTA
Depois dos verbos regulares, veremos agora como se conjugam os verbos 
irregulares. Sabemos que eles não seguem o mesmo modelo dos regulares, alternando 
os radicais em situações diferentes.
10 VERBOS IRREGULARES
Os verbos são formados por um radical mais uma terminação, porém as 
terminações são diferentes, de acordo com as flexões em número, pessoa, modo e 
tempo verbal que apresentam. Há três estruturas definidas de conjugação verbal:
 
• a 1ª conjugação para verbos terminados em –ar; 
• a 2ª conjugação para verbos terminados em –er; 
• a 3ª conjugação para verbos terminados em –ir; 
114
Entretanto, há verbos que não se enquadram nesses modelos fixos de conjuga-
ção verbal. Apresentam alterações nos radicais e nas terminações quando conjugados. 
São chamados de verbos irregulares. Exemplos de alguns verbos irregulares: ser, estar, 
haver, por, saber, poder, medir, fazer, vir, trazer, dizer, ouvir, caber, pedir.
Não há regra definida para a conjugação de um verbo irregular. Em alguns verbos 
irregulares, as alterações ocorrem nos radicais e em outros, as alterações ocorrem 
apenas nas terminações. Em alguns casos, as alterações ocorrem tanto nos radicais 
como nas terminações. É importante lembrar que não significa que o verbo irregular 
tenha todas as suas formas conjugadas irregulares, sendo possível que haja formas 
conjugadas de verbos irregulares que se encaixam nos modelos de conjugação regular.
Exemplos de verbos irregulares com alterações nos radicais: medir: eu meço (o 
radical é med-); pedir: eu peço (o radical é ped-); trazer: eu trago (o radical é traz-); ouvir: 
eu ouço (o radical é ouv-).
Exemplos de verbos irregulares com alterações nas terminações:
 
• dar: eu dou (a terminação regular é –o); 
• estar: eu estou (a terminação regular é –o); 
• querer: ele quer (a terminação regular é –e); 
• dizer: ele diz (a terminação regular é –e); 
• fazer: ele faz (a terminação regular é –e).
11 VERBOS REGULARES E IRREGULARES: TEMPOS 
COMPOSTOS
Os tempos verbais compostos são formados por um verbo auxiliar e um verbo 
principal. O verbo auxiliar sofre flexão em tempo e pessoa, enquanto o verbo principal 
permanece sempre no particípio. O verbo ter é o verbo auxiliar mais usado, embora 
possa ser usado também o verbo haver como verbo auxiliar.
Há quatro tempos compostos no modo indicativo. São eles: o pretérito perfeito 
composto do indicativo; o pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo; o futuro 
do presente composto do indicativo; o futuro do pretérito composto do indicativo. Como 
se dá a conjugação dos tempos compostos do modo indicativo.
a) Modo indicativo
Vamos conhecer o modo indicativo dos verbos, tempo composto. Observe suas 
formações e os exemplos decorrentes do verbo falar.
115
Tempo composto 
Pretérito perfeito 
composto do indicativo: indica 
uma ação que ocorreu no 
passado que se repete e dura 
até o presente.
Formação
Verbo auxiliar ter: 
presente do indicativo
Verbo principal: 
particípio.
Exemplo
(Eu) tenho falado 
(Tu) tens falado 
(Ele) tem falado 
(Nós) temos falado 
(Vós) tendes falado 
(Eles) têm falado
Pretérito mais-que-perfeito 
composto do indicativo: indica 
uma ação que ocorreu no 
passado, antes de outra ação 
que já ocorreu.
Verbo auxiliar ter: 
pretérito imperfeito
do indicativo 
Verbo principal: 
particípio.
(Eu) tinha falado 
(Tu) tinhas falado 
(Ele) tinha falado 
(Nós) tínhamos 
falado 
(Vós) tínheis falado 
(Eles) tinham falado
Futuro do presente 
composto do indicativo: indica 
uma ação que ocorrerá no futuro, 
mas que estará terminada antes 
de outra ação futura.
Verbo auxiliar ter: 
futuro do presente 
simples do indicativo
Verbo principal: 
particípio.
(Eu) terei falado 
(Tu) terás falado 
(Ele) terá falado 
(Nós) teremos falado 
(Vós) tereis falado 
(Eles) terão falado
Futuro do pretérito 
composto do indicativo:
indica uma ação que poderia ter 
acontecido, mas condiciona-se 
a outra ação passada.
Verbo auxiliar ter: 
futuro do pretérito 
simples 
do indicativo
Verbo principal: 
particípio.
(Eu) teria falado 
(Tu) terias falado 
(Ele) teria falado 
(Nós) teríamos falado 
(Vós) teríeis falado 
(Eles) teriam falado
Tempo composto 
Pretérito perfeito 
composto do subjuntivo:
indica uma ação que já 
está concluída e que se 
posiciona anterior a outra.
Formação
Verbo auxiliar ter: 
presente do 
subjuntivo
Verbo principal: 
particípio.
Exemplo
(Que eu) tenha falado 
(Que tu) tenhas falado 
(Que ele) tenha falado 
(Que nós) tenhamos falado 
(Que vós)tenhais falado 
(Que eles) tenham falado
Pretérito mais-que-perfeito 
composto do subjuntivo:
indica uma ação que ocorreu 
no passado, antes de outra 
ação também ocorrida no 
passado.
Verbo auxiliar ter: 
pretérito imperfeito 
do subjuntivo
Verbo principal: 
particípio.
(Se eu) tivesse falado
(Se tu) tivesses falado 
(Se ele) tivesse falado 
(Se nós) tivéssemos falado 
(Se vós) tivésseis falado 
(Se eles) tivessem falado
116
Futuro composto 
do subjuntivo: 
indica uma ação que 
estará terminada no futuro, 
antes de outra ação que 
ocorrerá também no futuro.
Verbo auxiliar ter: 
futuro simples do 
subjuntivo
Verbo principal: 
particípio.
(Quando eu) tiver falado 
(Quando tu) tiveres falado 
(Quando ele) tiver falado 
(Quando nós) tivermos falado 
(Quando vós) tiverdes falado 
(Quando eles) tiverem falado
FONTE: <https://www.conjugacao.com.br/tempos-verbais-compostos/>. Adaptada. Acesso em: 10 set. 2021.
12 MODO IMPERATIVO
E, por fim, veremos o modo imperativo. A ideia é de ordem, conselho, pedido e 
centraliza-se no interlocutor ou emissor da mensagem para que seu receptor execute 
a ação. O imperativo se divide em imperativo afirmativo e imperativo negativo, sendo 
conjugados de forma diferente.
Esse modo é utilizado em campanhas publicitárias, quando se deseja que o públi-
co-receptor assimile o conteúdo e aceite a mensagem. Hoje, os comerciais fazem uso do 
imperativo de forma bastante discreta, diferente do que já se viu em um passado remoto.
A conjugação do imperativo se dá da mesma forma que a conjunção do presente 
do subjuntivo, com algumas alterações no imperativo afirmativo. Não se usa a primeira 
pessoa, porque o emissor do comando não envia ordem para ele mesmo.
Vamos ver o caso do imperativo negativo: na 2ª pessoa do singular e do plural 
(tu e vós) a conjugação é praticamente a mesma do presente do indicativo, mas retira-
se o -S do final. Nas outras pessoas, a conjugação é idêntica à conjugação do presente 
do subjuntivo. 
• Imperativo afirmativo
No imperativo afirmativo, a ordem (pedido, convite, conselho) é feita através de 
uma afirmação.
A formação do imperativo afirmativo se dá da seguinte forma: a 2.ª pessoa do 
singular (tu) e a 2.ª pessoa do plural (vós) derivam do presente do indicativo, sendo 
retirado o -s final das formas conjugadas no presente.
Vamos ver esses exemplos com verbos bem conhecidos e utilizados no modo 
imperativo. Os verbos são parar (1ª conjugação), trazer (2ª conjugação) e sair (3ª 
conjugação):
https://www.conjugacao.com.br/tempos-verbais-compostos/
117
verbo parar
 
 --- (eu) 
para (tu) 
pare (você) 
paremos (nós) 
parai (vós) 
parem (vocês) 
verbo trazer
 
 --- (eu) 
traz (tu) 
traga (você) 
tragamos (nós) 
trazei (vós) 
tragam (vocês) 
verbo sair
-- (eu) 
sai (tu) 
saia (você) 
saiamos (nós) 
saí (vós) 
saiam (vocês)
Detalhamos as formas de construções do modo imperativo. Como já dissemos, 
a 2ª pessoa do singular e a segunda do plural no presente do indicativo:
Presente do indicativo: Imperativo afirmativo:
Tu falas Fala tu
Vós falais Falai vós
Presente do subjuntivo: Imperativo afirmativo:
Que ele estude Estude ele
Que nós estudemos Estudemos nós
Que eles estudem Estudem eles
Agora, veremos que a 3.ª pessoa do singular (ele), a 1.ª pessoa do plural (nós) e 
a 3.ª pessoa do plural (eles) derivam do presente do subjuntivo, sendo conjugadas da 
mesma forma.
• Imperativo negativo
No imperativo negativo, temos ordem, pedido, convite, conselho feitos através 
de uma negação. A formação do imperativo negativo se dá a partir da conjugação do 
presente do subjuntivo.
verbo parar
--- (eu) 
não pares (tu) 
não pare (você) 
não paremos (nós) 
não pareis (vós) 
não parem (vocês)
verbo trazer
--- (eu) 
não tragas (tu) 
não traga (você) 
não tragamos (nós) 
não tragais (vós) 
não tragam (vocês)
verbo sair
--- (eu) 
não saias (tu) 
não saia (você) 
não saiamos (nós) 
não saiais (vós) 
não saiam (vocês)
 
118
Presente do subjuntivo:
 
Que tu estudes 
Que ele estude 
Que nós estudemos 
Que vós estudeis 
Que eles estudem
Imperativo negativo:
 
Não estudes tu 
Não estude ele 
Não estudemos nós 
Não estudeis vós 
Não estudem eles
Vamos ver a letra da música, a seguir, para perceber a presença dos verbos no 
modo imperativo:
Tente outra vez
Marcelo Ramos Motta / Paulo Coelho De Souza / Raul Santos Seixas
Veja 
Não diga que a canção está perdida 
Tenha em fé em Deus, tenha fé na vida 
Tente outra vez
Beba (beba) 
Pois a água viva ainda 'tá na fonte (tente outra vez) 
Você tem dois pés para cruzar a ponte 
Nada acabou, não não não
Oh oh oh oh tente 
Levante sua mão sedenta e recomece a andar 
Não pense que a cabeça aguenta se você parar 
Não não não não não não 
Há uma voz que canta, uma voz que dança 
Uma voz que gira (gira) 
Bailando no ar
Oh queira 
Basta ser sincero e desejar profundo 
Você será capaz de sacudir o mundo, vai 
Tente outra vez
Tente (tente) 
E não diga que a vitória está perdida 
Se é de batalhas que se vive a vida 
Tente outra vez
FONTE: <https://www.letras.com.br/raul-seixas/tente-outra-vez>. Acesso em: 30 jun. 2021.
Quando se lida com alunos é mais fácil explicar por meio de textos. Nesse caso, 
usamos a letra de uma música que traz diretamente a ideia de mandar, de ordenar, de 
clamar para que se realize uma ação. O importante é entender para que serve o verbo no 
imperativo e sugerir uma pesquisa com o objetivo de elencar outros exemplos.
https://www.letras.com.br/raul-seixas/tente-outra-vez
119
Alguns verbos possuem um imperativo abundante, ou seja, há mais de 
uma forma correta de conjugar o verbo no imperativo: 
Terminados em –zer/-zir.    Exemplo: Faze tu ou Faz  tu;  Conduze ou 
Conduz tu.  
Com o verbo ser temos: Sê tu/Sede vós.  
Obs.: Para todas as pessoas: Exemplo: Faz o que você quiser! Essa 
forma está gramaticalmente errada, pois, faz está conjugado na 2ª 
pessoa do singular, então a pessoa usada deveria ser o “tu”, e não 
o “você” (3ª pessoa do singular).
Sugerimos a leitura do texto: Verbo: uma abordagem morfossintática, 
Anderson Alves Pereira, Joyce Sthephany Fonseca Moreira e outros, que 
aborda os estudos dos verbos, sob uma visão funcional da gramática. 
Acesse em: https://bit.ly/3T5G4M3.
IMPORTANTE
DICA
Nesse tópico, nós estudamos os verbos e sua complexidade de classificações 
e variedade de flexões. Como o verbo é um termo em destaque dentro das classes 
de palavras, justamente por concentrar o poder da mensagem, exige mais cuidado e 
atenção. Para tanto, faz-se necessário rever os conceitos por meio do resumo e resolver 
as autoatividades como fixação dos conteúdos apresentados.
120
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu:
• Define-se verbo como um indicador de uma ação, um estado, um processo ou um 
fenômeno. O verbo é uma palavra variável e flexiona-se em número, pessoa, modo, 
tempo, aspecto e voz. 
• Flexão em número: singular (um sujeito) e plural (vários sujeitos).
• Flexão em pessoa: 1ª (quem fala: eu e nós); 2ª (com quem se fala: tu e vós); 3ª (de 
quem se fala: ele e eles).
• Flexão em modo: indicativo (indica realidade); subjuntivo (indica possibilidade); impe-
rativo (indica ordem); formas nominais (infinitivo, particípio e gerúndio).
• Flexão em tempo: passado (acontecimento anterior ao momento em que se fala); 
presente (acontecimento simultâneo ao momento em que se fala); futuro (aconteci-
mento posterior ao momento em que se fala).
• Flexão em aspecto: sentido incoativo (começo da ação); sentido cursivo (desenvolvi-
mento da ação); sentido conclusivo (conclusão da ação).
• Flexão em voz: ativa (sujeito gramatical é o agente da ação); passiva (sujeito grama-
tical é o paciente da ação); reflexiva (sujeito gramatical é agente e paciente da ação).
• Padrão geral de flexão dos verbos – a) Regular:  quando segue o modelo da con-
jugação, ou seja, radical igual em todas as pessoas. b)  Irregular:  quando se afas-
ta do modelo da conjugação, ou seja, radical, terminações diferentes em todas as 
conjugações.c) Verbos anômalos: são aqueles que sofrem grandes alterações no 
radical. d) Verbos Defectivos: são aqueles que não possuem conjugação completa. 
e) Verbos Abundantes: são aqueles que apresentam duas formas de mesmo valor. 
Auxiliar: quando se junta a um outro verbo, denominado principal, com o sentido de 
ampliar ou legitimar uma ideia.
• Formas nominais dos verbos – a) Infinitivo: forma original do verbo. Pode ser 
classificado como infinitivo pessoal e infinitivo impessoal. Terminação em –r. b) 
Particípio: indica o estado da ação depois de finalizada, transmitindo assim uma 
noção de conclusão de ação verbal. O particípio é usado na formação de tempos 
verbais compostos. Terminação em -ado, -edo, -ido. Gerúndio: mostra o estado de 
uma ação prolongada, que ainda está acontecendo, com uma noção de continuidade 
de ação verbal. Os verbos da 1ª conjugação terminam em -ando, os da 2ª conjugação 
terminam em -endo e os da 3.ª conjugação terminam em -indo.
121
• Conjugação dos verbos – os verbos são formados por um radical mais uma termi-
nação. As terminações são variáveis, de acordo com as flexões em número, pessoa, 
modo e tempo verbal. 
• Verbos regulares do modo indicativo e do modo subjuntivo: definem-se como os 
verbos com modelos fixos de conjugação verbal, não apresentando alterações nos 
radicais e nas terminações quando conjugados.
• Verbos irregulares do modo indicativo e do modo subjuntivo: os verbos são formados 
por um radical mais uma terminação, porém as terminações são diferentes, de acordo 
com as flexões em número, pessoa, modo e tempo verbal que apresentam. 
• Modo imperativo: traz a ideia de ordem, conselho, pedido e centraliza-se no interlo-
cutor ou emissor da mensagem para que seu receptor execute a ação. O imperativo 
se divide em imperativo afirmativo e imperativo negativo, sendo conjugados de forma 
diferente.
• Imperativo afirmativo: a ordem (pedido, convite, conselho) é feita através de uma 
afirmação. A formação do imperativo afirmativo se dá da seguinte forma: a 2ª pessoa 
do singular (tu) e a 2ª pessoa do plural (vós) derivam do presente do indicativo, sendo 
retirado o -s final das formas conjugadas no presente.
• Imperativo negativo: temos ordem, pedido, convite, conselho feitos através de uma 
negação. A formação do imperativo negativo se dá a partir da conjugação do presente 
do subjuntivo.
122
1 (ENADE 2011) No meio do meu descanso, toca o telefone: “Boa tarde, senhor. Aqui 
é da Mega Plus International, que, por sua boa relação como cliente, vai estar 
disponibilizando, totalmente grátis, sem nenhum custo adicional, o Ultra Mega Plus 
Card, com todas as vantagens do programa especial Mega Plus Services. Vai estar 
também oferecendo...” Pronto, já me perdi no gerúndio desnecessário dela. Respondo: 
“Obrigado pela oferta, mas não vou estar querendo, já tenho outro” “Mas, senhor...”, 
insiste a atendente, “que vantagens o seu cartão já oferece?” Respondo: “Não oferece 
vantagem nenhuma, mas o que rola entre a gente é uma relação sem interesse, é só 
amor mesmo...sabe aquele não querer mais que bem querer de Camões. A atendente 
de telemarketing se despede, mas não sem antes rir do outro lado da linha.
FONTE: Adaptado de <www.sacodefilo.com>. Acesso em: 3 
ago. 2011.
Em casos como o do texto citado, o uso do gerúndio constitui mais o que a descrição 
tradicional chamaria de vício de linguagem do que propriamente uso incorreto do 
ponto de vista da norma padrão. Dessa forma, esse uso fere mais aspectos estilísticos 
que estruturais da norma. Nessa perspectiva, assinale a opção em que o enunciado 
apresenta o mesmo tipo de inadequação linguística. 
a) ( ) O Mário, ele vive dizendo que não gosta de ir ao cinema. 
b) ( ) Você sabe que tenho ainda todas as tuas anotações do caso. 
c) ( ) Eu, naquele momento de susto, se senti confuso e atordoado. 
d) ( ) Pediu para que seje visto o caso com maior atenção possível. 
e) ( ) A vítima do estrupo deu queixas na delegacia de sua cidade.
2 (ENADE 2011) Atendente: Vou passar seu pedido ao gerente. Assim que ele dispuser 
de tempo e poder tratar do seu caso, faremos contato com o senhor. Nessa fala:
a) ( ) verifica-se uma regra de variação sintática. 
b) ( ) o atendente demonstra familiaridade com seu interlocutor. 
c) ( ) a alternância no uso da primeira pessoa do singular e da primeira do plural deve-
se a questão de referência. 
d) ( ) ocorre paralelismo sintático, pois a segunda forma verbal subjuntiva sofre 
influência da anterior no que diz respeito à prescrição gramatical. 
e) ( ) constata-se adequação às exigências do estilo monitorado que o atendente 
adquiriu por força de suas tarefas comunicativas.
AUTOATIVIDADE
123
3 Leia a letra da música com atenção:
Super Homem
Um dia 
Vivi a ilusão de que ser homem bastaria 
Que o mundo masculino tudo me daria 
Do que eu quisesse ter
Que nada 
Minha porção mulher, que até então se resguardara 
É a porção melhor que trago em mim agora 
É que me faz viver
Quem dera 
Pudesse todo homem compreender, oh mãe, quem dera 
Ser o verão o apogeu da primavera 
E só por ela ser
Quem sabe 
O super-homem venha nos restituir a glória 
Mudando como um deus o curso da história 
Por causa da mulher
Na música de Gilberto Gil, o emprego da forma verbal grifada denota, considerando-se 
o contexto:
a) ( ) Ação real, a ser obtida no futuro, em relação a outra, no presente. 
b) ( ) Condição passível de ser realizada, até mesmo no presente. 
c) ( ) Incerteza da realização de uma ação num futuro próximo. 
d) ( ) Possibilidade futura, que depende de uma condição anterior. 
e) ( ) Fato passado em relação a outro, também passado.
4 Às vezes, a forma de particípio funciona como nome (substantivo ou adjetivo). Ob-
serve como se apresentam as palavras em destaque e explique, morfologicamente, 
cada uma delas.
A criança tem amado sua mãe cada dia mais. 
A pessoa mais amada do mundo é a mãe. 
A amada foi embora de uma vez.
5 Note a conjugação do verbo no subjuntivo da seguinte frase: Você quer que eu te 
ajude nessa resposta? Esse modo verbal é comum nas orações coordenadas ou 
subordinadas. Por quê?
124
125
TÓPICO 3 - 
ADVÉRBIO: VALORES MORFOLÓGICOS E 
SEMÂNTICOS
1 INTRODUÇÃO
Depois de conhecermos substantivos, adjetivos e verbos, passaremos, neste 
tópico, a estudar mais um elemento que compõe as classes de palavras: o advérbio. É 
importante conhecer suas características e onde os advérbios se encaixam dentro dos 
textos, dando mais sentido ao que quer dizer.
Começaremos com os conceitos dos advérbios, modificadores de verbos, 
adjetivos ou outros advérbios e seus tipos que os diferenciam, além da maneira como 
os utilizamos e as suas devidas flexões. As locuções adverbiais também fazem parte 
desse estudo.
Com esses conhecimentos, será possível identificar os advérbios em uma frase, 
pois são muito presentes e, como se apresentam com sentidos diversos, saber utilizá-
los de forma correta, diferenciando seus tipos para cada situação.
UNIDADE 2
2 CONCEITO DE ADVÉRBIO
Advérbios são palavras invariáveis que se unem aos verbos, indicando as 
circunstâncias da ação verbal e, também, são considerados modificadores dos verbos. 
Segundo Castilho e Elias (2012), a etimologia da palavra advérbio (lat. ad + verbium, 
sendo que verbium deriva de verbum = palavra) não teve a compreensão adequada em 
relação a sua definição. 
Muitos elementos pertencentes ao grande grupo denominado “Ad-
vérbios” apresentam, em relação a aspectos sintáticos e semân-
ticos, comportamentos tão diferenciados que podem configurar, 
na verdade, grupos de palavras diferentes, devido a suas diversas 
naturezas e origens. Por outro lado, uma minuciosa distinção de 
subtipos ou mesmo de tipos diferenciados na classe dos advérbios 
provoca consequentemente um significativo aumento no grupo das 
“palavras denotativas”, gerando impasses e contradições difíceis de 
serem solucionados (NASCIMENTO, 2008, p. 321-322).
Os advérbios também são classificados conforme a sua funçãona frase, ofe-
recendo sentido mais amplo ao verbo. Os estudiosos tiveram dificuldade de definir o 
termo por si só, anteriormente nomeado apenas como a palavra que fica “junto do ver-
bo”, depois a palavra que termina com –mente. O único ponto em comum com que os 
gramáticos sempre concordaram era que o advérbio sempre foi uma palavra invariável.
126
Há, também, a referência à palavra circunstância, que explicaria a atuação do 
advérbio em uma frase, mas poderia causar mais problemas, pois definir circunstância 
traria embates em relação ao seu real significado. 
A noção de advérbio estudada pela gramática normativa recebe modificações 
quanto ao seu sentido. Não basta defini-lo como termo correspondente ao verbo, mas 
entender qual o sentido ele oferece à frase. Vamos ver o que dizem os pesquisadores 
Santana e Damasceno (2020, p. 12):
Outra noção importante e que deve ser considerada para o estudo 
semântico-discursivo desses circunstanciadores é a noção de rela-
ção (CASTILHO et al., 2014). Para os autores, os advérbios e adverbiais 
operam sobre o tempo através das relações que tecem. Essas relações 
são tecidas a partir dos usos que os indivíduos fazem dos elementos 
adverbiais temporais e aspectuais. Esses usos refletem a diversidade 
de modos pelos quais os indivíduos constroem linguisticamente suas 
experiências acerca do domínio temporal, revelando heterogeneidade 
conceptual onde o PTG (Paradigma Tradicional de Gramatização) com-
preende homogeneidade conceptual. Observando os exemplos a se-
guir (apresentados pelos autores), pode-se compreender essa noção:
(1) saiu depois das oito (CASTILHO et al., 2014, p. 268). 
(2) uns vinte anos atrás, no Belas Artes, então tinha concertos todos 
os meses (CASTILHO et al., 2014, p. 268). 
No primeiro exemplo, a relação tecida é cronológica, especificamente, 
expressa anterioridade. Já no segundo, a relação tecida, segundo os 
autores, é de precedência temporal.
Os advérbios têm como função caracterizar com mais precisão o processo ou 
o estado indicado pelo verbo, sendo que podemos dizer que os advérbios funcionam 
como modificadores dos verbos. Exemplos: 
Ana viajou ontem para Paris.
João cozinha bem.
Adriana estuda muito.
O advérbio é um elemento importante para se entender a extensão do significado 
que se quer impor às ações, estados e tudo o mais que pode ser indicado pelo verbo.
Vamos ver o advérbio na música Sutilmente, cantada pelo grupo Skank. Uma 
letra que traz advérbios diferentes, mas que terminam em –mente.
Sutilmente
Skank
E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
E quando eu estiver louco
127
Subitamente se afaste
E quando eu estiver fogo
Suavemente se encaixe
Ah, ahn
E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
E quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
E quando eu estiver bobo
Sutilmente disfarce, é
Mas quando eu estiver morto
Suplico que não me mate (não)
Dentro de ti
Dentro de ti
Mesmo que o mundo acabe enfim
Dentro de tudo que cabe em ti
Mesmo que o mundo acabe enfim
Dentro de tudo que cabe em ti
E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
E quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
 [...]
Composição: Nando Reis / Samuel Rosa.
FONTE: <https://www.letras.mus.br/skank/1342038/>. Acesso em: 10. jun. 2021.
Note que é o advérbio que dá o tom dessa letra. Ele indica um movimento, 
ideia de modo, mas também poderia ser de tempo (subitamente), de intensidade 
(sutilmente)? Estamos falando em sentido, em nível semântico. E se substituirmos por 
outros advérbios? Uma sugestão para uma discussão em sala de aula. 
Contudo, no meio do caminho tinha uma pedra... Nem sempre é tão fácil assim 
classificar os advérbios. Podemos dizer que são termos invariáveis, não flexionam em 
gênero, número ou grau, porém há algumas pedrinhas no caminho que temos que 
esclarecer nesse momento. Estudar a classe dos advérbios é, segundo Bagno (2012), 
um território visado por processos de gramaticalização pela amplitude de seu campo 
semântico, que seria o mais amplo que existe.
https://www.letras.mus.br/skank/1342038/
128
Gramatização é um processo linguístico, que ocorre com a mu-
dança de termos dentro de uma frase, podendo ser mudança de 
posição gramatical ou de categoria sintática. Ás vezes, apresentam 
mudanças fonológicas, semânticas entre outras.
Segundo Sousa e Alvares (2015, p. 1), “a gramatização diz respeito 
à abrangência da relação entre a escrita e a oralidade. Isso se dá 
na elaboração de uma gramática a partir de um corpus específico, 
definindo a própria regularização de uso da língua”. 
Esse processo ocorre mais explicitamente na língua falada. Por 
exemplo: troca-se o verbo por um substantivo durante uma fala, 
sem que essa seja a nova regra. Pode ser situação momentânea 
apenas, uma vez que a nossa língua é dinâmica.
Sugerimos a leitura do texto: A gramatização do português no Brasil: 
a posição sujeito-gramático e a questão da língua nacional, de 
Joelma Aparecida Bressanin e Amilton Flávio Coleta Leal, publicado em 
2017. Acesse em: http://www.revistalinguas.com/edicao39/artigo1.pdf. 
E, também, a leitura do texto A modalização no processo de 
gramatização no Brasil, de Sergio Casimiro, publicado em 2018. 
Acesse em: https://bit.ly/3AlrZ4C.
NOTA
DICA
Na língua portuguesa, usamos quatro critérios para classificar as palavras: 
morfológico, semântico, sintático e discursivo. Classificamos as palavras de variáveis e 
invariáveis. O advérbio é classificado como termo invariável, pois não se modifica para 
concordar com outros elementos do texto. 
Podemos, ainda, reconhecer um advérbio pela terminação (sufixo) –mente, 
como simplesmente, calmamente, rapidamente, entre outros. Contudo, as palavras não, 
sim, ainda, aqui, aí não terminam em –mente e ainda assim são advérbios. 
Os advérbios, apesar de classificados como tal, muitas vezes extrapolam seu 
conceito, principalmente se levarmos para outras maneiras de pensar como a sintaxe, 
a semântica. Vamos ver esse exemplo: o professor é alto e o professor fala alto. A 
palavra alto traz dois significados diferentes: no primeiro caso trata-se de um adjetivo 
e, sintaticamente, age como predicativo do sujeito. No segundo caso, a palavra alto 
refere-se ao modo como o professor fala, portanto um advérbio.
129
Isso prova que é difícil classificar a palavra por si só sem saber em que contexto 
se insere.
Com relação aos advérbios, sua invariabilidade (critério morfológico) 
e mobilidade considerável dentro das estruturas frasais (critério 
sintático) permitem que um dos critérios mais adotados para 
sua classificação seja o semântico ("de modo", "de negação", "de 
intensidade"), embora não se excluam os outros critérios, como o 
morfológico, exemplificado anteriormente pelo sufixo  -mente, e o 
sintático, quando se evidenciam a proximidade espacial do advérbio 
ao seu escopo ou sua conexidade ao verbo da oração (SALGADO, 
2012, p. 5).
Os advérbios, sintaticamente falando, podem se relacionar ao verbo, ao adjeti-
vo ou a outro advérbio, quanto a um substantivo e, discursivamente, eles podem ligar 
ideias dando relevância ou reforçando os elementos do contexto. Exemplo: João correu 
muito e está cansado demais. Ele é muito atleta!
Vamos às classificações dos advérbios para conhecer o sentido que tentam 
expressar em um texto. A partir das classificações devemos analisar a sua função e 
utilidade junto aos outros elementos da frase.
3 CLASSIFICAÇÃO DOS ADVÉRBIOS
Classificam-se os advérbios da seguinte forma:
Advérbios de lugar são usados para demarcar lugares no espaço. São eles: 
aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás, além,  lá, detrás, aquém, cá, acima, 
onde,  perto,  aí, abaixo, aonde,  longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, 
afora, alhures, embaixo, externamente, a distância, à distância de, de longe, de perto, 
em cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta.
Advérbios de tempo são usados para marcar o tempo dentro do contexto. 
São eles: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora, amanhã,cedo, depois,  ainda, 
antigamente, antes, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim, afinal, amiúde, 
breve, constantemente, entrementes, imediatamente, primeiramente, provisoriamente, 
sucessivamente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de 
quando em quando, a qualquer momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia
Advérbios de modo  definem o modo da ação, a forma como ocorre o fato. 
São eles: bem, mal, assim, melhor, pior, depressa, acinte, devagar, às pressas, às claras, 
às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse jeito, desse modo, dessa 
maneira, em geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão.
130
Observe que a maior parte dos que terminam em "-mente": calmamente, triste-
mente, propositadamente, pacientemente, amorosamente, docemente, escandalosa-
mente, bondosamente, generosamente são advérbios de modo. Quando ocorrem dois 
ou mais advérbios em -mente, em geral sufixamos apenas o último: Exemplo: O aluno 
respondeu calma e respeitosamente.
Advérbios de afirmação têm unicamente a função de afirmar, de reforçar 
uma ideia. São eles: sim, certamente, realmente, decerto, efetivamente, certo, decidi-
damente, deveras, indubitavelmente.
Advérbios de negação dão ideia de negação ou reforçam essa ideia. São 
eles: não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de forma nenhuma, tampouco, de jeito 
nenhum.
Advérbios de dúvida trazem a ideia de incerteza. São eles: acaso, porventura, 
por certo, possivelmente, provavelmente, quiçá, talvez, casualmente, quem sabe.
Advérbios de intensidade são utilizados para expressar a ideia de intensidade 
a uma situação. São eles: muito, demais, pouco, tão, em excesso, bastante, mais, menos, 
demasiado, quanto, quão, tanto, assaz, que (equivale a quão), tudo, por completo, nada, 
todo, quase, de todo, de muito, extremamente,  intensamente,  grandemente, bem 
(propriedades graduáveis).
Advérbios de exclusão trazem a ideia de exclusão de um fato, ligada a um 
verbo, adjetivo ou advérbio. São eles: apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente, 
simplesmente, só, unicamente.
Advérbios de inclusão são aqueles que dão a ideia de inclusão, ou melhor, 
de inserir um fato ou mais de um dentro de uma frase. São eles: ainda, até, mesmo, 
inclusivamente, também.
Advérbios de ordem são os que exprimem a ideia de ordem de fatos dentro de 
um contexto. São eles: depois, primeiramente, ultimamente.
Há, também, os advérbios interrogativos que são aqueles que propõem a ideia 
de questionamento, de pergunta, de um modo geral. São eles: onde?  aonde?  don-
de? quando? como? por quê? 
Nas interrogações diretas ou indiretas, referentes às circunstâncias de lugar, 
tempo, modo e causa. Exemplos: Aonde vai? (interrogação direta) ou Perguntei aonde 
ia. (interrogação indireta).
131
Para quem pretende se aprofundar em advérbios, sua utilização em 
frases ou buscar subsídios para trabalhar em sala de aula sugerimos 
o texto O ensino do advérbio no livro didático de língua 
portuguesa “diálogo”: algumas reflexões, de autoria dos 
pesquisadores Andréa Cavalcante Monteiro Alves e Juarez 
Nogueira Lins, apresentado no Conedu e publicado em 2017. 
Acesse em:
https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/37700.
Distinção entre advérbio e pronome indefinido
Há palavras como muito, bastante etc. que podem aparecer como 
advérbio e como pronome indefinido.
Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro advérbio e não sofre 
flexões. Por exemplo: Ele come muito.
Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo e sofre flexões. Por 
exemplo: Ele come muitos doces.
DICA
IMPORTANTE
Conhecendo-se os tipos de advérbios, torna-se imprescindível aprender as 
flexões possíveis dentro de um texto. O objetivo é saber como utilizar as palavras de 
maneira correta, reforçando o sentido que se pretende expressar.
4 O GRAU DO ADVÉRBIO
Advérbios  são as palavras que exprimem circunstância de um fato ou 
intensificam, exprimem a qualidade de um adjetivo e, até mesmo, de um advérbio. Os 
advérbios são palavras invariáveis, isto é, não apresentam variação em gênero e número, 
apenas de grau. Os advérbios flexionam em dois graus: o comparativo e o superlativo.
• Grau Comparativo
O grau comparativo dos advérbios é dividido em: igualdade, superioridade e 
inferioridade. 
132
O comparativo de igualdade é formado com o uso da palavra "tão" antes do ad-
vérbio e "como" ou quanto "depois". Então, lembre-se: tão + advérbio + quanto (como). 
Exemplo: João fala tão bem quanto Antônio.
O comparativo de superioridade é formado com a anteposição de mais ao 
advérbio e acrescentando-se “que” ou “do que”. Há duas maneiras: o modo analítico e 
o modo sintético.
 
- Analítico:  mais + advérbio + que (do que). Exemplo: João fala mais que (do que) 
Antônio.
- Sintético:  melhor ou pior que (do que). Exemplo: João fala melhor que (do que) 
Antônio.
Cabe aqui uma observação sobre o bem e mal. Esses advérbios recebem o 
grau comparativo de superioridade irregular quando é expresso respectivamente pelas 
formas melhor e pior. Exemplo: Os resultados dos seus exames são melhores que os 
meus. Quando antecedem um verbo no particípio, o uso dos advérbios bem e mal, no 
grau comparativo, altera-se para “mais bem” e “mais mal”. Exemplo: Minha casa está 
mais bem construída que a dele. 
O grau comparativo de inferioridade é formado com o acréscimo antes do 
advérbio da palavra "menos" e "que" ou "do que" depois do advérbio. Lembre-se: menos 
+ advérbio + que (do que). Exemplo: João fala menos que (do que) Antônio.
• Grau Superlativo
O superlativo pode ser analítico ou sintético:
- Analítico:  acompanhado de outro advérbio. Exemplo: João fala muito alto. Temos 
nesse exemplo: muito = advérbio de intensidade e alto = advérbio de modo.
- Sintético: formado com sufixos. Exemplo: João fala altíssimo.
5 LOCUÇÃO ADVERBIAL 
Denominamos locução adverbial o encontro de duas ou mais palavras que 
exercem função de advérbio, que pode expressar as mesmas noções dos advérbios. 
Iniciam ordinariamente por uma preposição. São locuções adverbias de:
- lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto, para dentro, por aqui etc.
- afirmação: por certo, sem dúvida etc.
- modo: às pressas, passo a passo, de cor, em vão, em geral, frente a frente etc.
- tempo: de noite, de dia, de vez em quando, à tarde, hoje em dia, nunca mais etc.
133
É importante ressaltar que tanto a locução adverbial como o advérbio modifi-
cam o verbo, o adjetivo e outro advérbio. Exemplos: Ana chegou muito cedo para a aula. 
Luiz é muito inteligente.
 
 Locuções adverbiais mais usadas na língua portuguesa: às vezes, às claras, às 
cegas, à esquerda, à direita, à distância, ao lado, ao fundo, ao longo, a cavalo, a pé, às 
pressas, ao vivo, a esmo, à toa, de repente, de súbito, de vez em quando, por fora, por 
dentro, por perto, por trás, por ali, por ora, com certeza, sem dúvida, de propósito, lado a 
lado, passo a passo, o mais das vezes.
O advérbio foi o elemento estudado neste tópico. Pertence às classes de 
palavras, que denominam os termos separadamente para se compreender o papel de 
cada um deles dentro de um contexto. 
Com o objetivo de ampliar os conhecimentos acerca do assunto, sugerimos 
a leitura de um artigo científico e, logo após, o resumo e os exercícios para fixação e 
reflexão do conteúdo apresentado.
134
OS VERDADEIROS ADVÉRBIOS: MODO, TEMPO E LUGAR
Solange Nascimento 
Resumo: Este trabalho apresenta conceitos, delimitações e classificações a respeito 
da descrição da classe dos advérbios, por meio de análise e comparação dos vários 
enfoques dados ao tema pelas gramáticas normativas, anteriores e posteriores à N.G.B., 
e pelas pesquisas mais recentes. Defende como elementos fundamentais a serem 
considerados na descrição a modificação verbal e/ou a noção de circunstância. Por 
fim, trata das especificidades de cada grupo, buscando um posicionamento reflexivo e 
crítico sobre os pontos mais problemáticos na teoria da classe. 
Palavras-chave:Língua portuguesa. Gramática. Advérbio. 
Deixamos aqui apenas uma parte do artigo, mas é importante que você leia 
o texto na íntegra, que está disponível em: <https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.
php/cadernoseminal/article/view/12695>. Acesso em 12 mar. 2021. 
LEITURA
COMPLEMENTAR
https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/cadernoseminal/ article/view/12695
https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/cadernoseminal/ article/view/12695
135
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu:
• Advérbios são palavras invariáveis que se unem aos verbos, indicando as circuns-
tâncias da ação verbal. Em alguns casos, os advérbios associam-se aos adjetivos, 
especificando as suas qualidades e a outros advérbios intensificando seu sentido.
• Os advérbios se classificam em:
lugar
tempo
modo
afirmação
negação
dúvida
intensidade
exclusão
inclusão
ordem
• São advérbios Interrogativos: onde?  aonde?  donde? quando? como? por quê? 
• Quanto à flexão, os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não apresentam variação 
em gênero e número, apenas de grau.
• Quanto ao grau, os advérbios se flexionam em dois graus: o comparativo e o superlativo. 
O Grau Comparativo é dividido em: igualdade, superioridade e inferioridade. O Grau 
Superlativo pode ser analítico ou sintético.
• Locução adverbial é o encontro de duas ou mais palavras que exercem função de 
advérbio, que podem expressar as mesmas noções dos advérbios.
136
1 A palavra meio pode ter vários sentidos e isso depende do contexto em que se 
apresenta. Assinale a alternativa em que o termo destacado tem valor de advérbio. 
a) ( ) Achei-o meio triste, com o ar abatido. 
b) ( ) Não há meio mais fácil de estudar. 
c) ( ) Só preciso de meio metro dessa renda. 
d) ( ) Encarou-nos, esboçando um meio sorriso. 
e) ( ) Ela caiu bem no meio do jardim.
2 Leia a frase: “Mais de cem anos depois, graças aos avanços nas pesquisas 
arqueológicas, foram encontradas múmias no Egito”.
 A vírgula que vem depois de “Mais de cem anos depois...” justifica-se por que é: 
a) ( ) Um adjunto adverbial intercalado. 
b) ( ) Um adjunto adverbial deslocado. 
c) ( ) Uma oração adverbial temporal deslocada. 
d) ( ) Um adjunto adnominal com valor de advérbio e está deslocado. 
e) ( ) Um advérbio em forma de oração e está deslocado.
3 Indique o sentido das palavras ou expressões destacadas em cada frase, apesar 
de sua classificação. A resposta deve apontar para a ideia que as palavras grifadas 
expressam nas frases a seguir:
I. Certamente Maria passará na prova. 
II. Dançar conforme a música. 
III. Possivelmente, ele nos encontrará amanhã. 
IV. Só andamos a pé. 
a) ( ) afirmação, conformidade, dúvida, meio.
b) ( ) certeza, modo, dúvida, exclusão.
c) ( ) modo, afirmação, modo, instrumento.
d) ( ) afirmação, tempo, lugar, modo.
e) ( ) modo, modo, tempo, conformidade.
4 Na frase: “O músico toca seu instrumento incessantemente”, qual seria a classifica-
ção correta do advérbio incessantemente? Justifique sua resposta.
AUTOATIVIDADE
137
5 Explique: “Estudar a classe dos advérbios é, segundo Bagno (2012), um território 
visado por processos de gramaticalização pela amplitude de seu campo semântico, 
que seria o mais amplo que existe”.
138
REFERÊNCIAS
AZEREDO, J. C. Gramática Houaiss da língua portuguesa. 3. ed. São Paulo: 
Publifolha, 2014.
BAGNO, M. Gramática pedagógica do português brasileiro. São Paulo: Parábola 
Editorial, 2012.
BASÍLIO, M. Formação e classes de palavras no português do Brasil. 2. ed. São 
Paulo: Contexto, 2009.
BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira 
& Lucerna, 2009.
BRESSANIN, J. A.; LEAL, A. F.C. A gramatização do português no Brasil: a posição 
sujeito-gramático e a questão da língua nacional. Revista Línguas e Instrumentos 
linguísticos, [s.l.], n. 39, jan./jun. 2017. Disponível em: http://www.revistalinguas.com/
edicao39/artigo1.pdf. Acesso em: 27 jul. 2021.
CARVALHO, H. Expressão da gradação aumentativa na fala manauara. 2020,134f. 
Dissertação (Pós-graduação em Linguística) – Universidade Federal de Santa 
Catarina, Florianópolis, 2020. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/
handle/123456789/215827/PLLG0805-D.pdf?sequence=1. Acesso em: 28 jun. 2021.
CASIMIRO, S. A modalização no processo de gramatização no Brasil, Revista Inter-
texto, [s.l.], v. 10, n. 2, 2017. Disponível em: http://seer.uftm.edu.br/revistaeletronica/
index.php/intertexto/article/view/2040. Acesso em: 27 jul. 2021.
CASTILHO, A. T. de. Nova gramática do português brasileiro. 1. ed., 2. reimp. São 
Paulo: Contexto, 2012. 
CASTILHO, A. T. de. ELIAS, V. M. Pequena gramática do português brasileiro. São 
Paulo: Contexto, 2012.
CUNHA, C.; CINTRA, L.  Nova gramática do português contemporâneo. Rio de 
Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
GOMES, M. S. A gramática pedagógica do português brasileiro (Bagno, 2012) 
e o ensino de gramática. 2019, 86f. Dissertação (Pós-Graduação em Educação) – 
Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Instituto de Ciências da Educação 
(ICED), Santarém, PA, 2019. Disponível em: http://www.ufopa.edu.br/ppge/images/
dissertacoes/turma_2017/MARLISON_SOARES_GOMES.pdf. Acesso em: 19 jul. 2021.
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/215827/PLLG0805-D.pdf?sequence=1.
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/215827/PLLG0805-D.pdf?sequence=1.
http://seer.uftm.edu.br/revistaeletronica/index.php/intertexto/issue/view/148
http://seer.uftm.edu.br/revistaeletronica/index.php/intertexto/article/view/2040
http://seer.uftm.edu.br/revistaeletronica/index.php/intertexto/article/view/2040
http://www.ufopa.edu.br/ppge/images/dissertacoes/turma_2017/MARLISON_SOARES_GOMES.pdf
http://www.ufopa.edu.br/ppge/images/dissertacoes/turma_2017/MARLISON_SOARES_GOMES.pdf
139
REFERÊNCIAS MONTEIRO, J. L. Morfologia portuguesa. Campinas: Pontes, 2002.
NASCIMENTO, S. Os verdadeiros advérbios: modo, tempo e lugar. Caderno Seminal 
Digital, Rio de Janeiro, ano 14, n. 10, v. 10, jul./dez. 2008. Disponível em: https://
www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/cadernoseminal/article/view/12695. Acesso 
em: 12 mar. 2021.
PERINI, M. A. Gramática do português brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2010. 
ROCHA, T. MESCKA, P. M. Análise comparativa das definições de substantivos e verbos 
nos compêndios de gramática normativa. Perspectiva, Erechim, v. 36, n. 136, p.89-99, 
dez./2012. Disponível em: https://www.uricer.edu.br/site/pdfs/perspectiva/136_310.
pdf. Acesso em: 30 jun. 2021.
SALGADO, J. L. Advérbios modalizadores discursivos, advérbios de comentário 
avaliativos ou palavras modais? Revista Pandaemonium, São Paulo, v. 
15, n. 19, jul. 2012, p. 154-184. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pg/a/
FNSmnZS8RHS6dmk85dXTkty/?lang=pt. Acesso em: 21 jul. 2021.
SANTANA, J. L. R. F.; DAMASCENO, G. L. N. Uma abordagem funcional dos advérbios 
e adverbiais de tempo e aspecto em relatos. Revista (Con)Textos Linguísticos, 
Vitória, v. 14, n. 28, p. 18-37, 2020. Disponível em: https://periodicos.ufes.br/
contextoslinguisticos/article/view/31227. Acesso em: 22 jul. 2021.
SILVA NETO, A. C., OLIVEIRA, L. R. P. F. Uso e sistematização das classes de pala-
vras – substantivo e adjetivo: a teoria e análise linguístico-gramatical aplicada aos 
estudos morfológicos – proposta de criação de material didático, 2014. Disponível em: 
http://www.ileel.ufu.br/anaisdosielp/wp-content/uploads/2014/11/1495.pdf. Acesso 
em: 30 jun. 2021.
SOUSA, C. C.; ALVARES, L. A. S. P. A gramática e a gramatização: o ensino da gramática e 
o processo de gramatização brasileiro. Revista Ecos, [s.l.], v. 19, n. 2, 2015. Disponível em: 
https://periodicos.unemat.br/index.php/ecos/article/view/1163. Acesso em 27 jul. 2021.
SOUZA, A. B. P. Flexão verbal: um novo olhar para o estudo dos verbos irregulares. 
2016, 22f. TCC (Curso de Pós-graduação Lato Sensu em Revisão de Texto) – Centro 
Universitário de Brasília (UniCEUB/ICPD), Brasília, 2016.
https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/cadernoseminal/article/view/12695https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/cadernoseminal/article/view/12695
https://www.scielo.br/j/pg/a/FNSmnZS8RHS6dmk85dXTkty/?lang=pt
https://www.scielo.br/j/pg/a/FNSmnZS8RHS6dmk85dXTkty/?lang=pt
http://www.ileel.ufu.br/anaisdosielp/wp-content/uploads/2014/11/1495.pdf. 
https://uniasselvi01-my.sharepoint.com/personal/elaine_machado_uniasselvi_com_br/Documents/Área de Trabalho/v. 19, n. 2, 2015
https://periodicos.unemat.br/index.php/ecos/article/view/1163
140
141
CLASSES DE PALAVRAS: 
NUMERAL, ARTIGO, 
PRONOME, PREPOSIÇÃO, 
CONJUNÇÃO E INTERJEIÇÃO
UNIDADE 3 — 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer o estudo dos vocábulos a partir das classes e funções das palavras;
• aprender os conceitos e características dos numerais, artigos, pronomes, 
preposições, conjunções e interjeições;
• aprender, por meio de exemplos, a utilização desses termos;
• entender a forma de diferenciá-los em contextos diferentes.
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de 
reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – NUMERAL E ARTIGO
TÓPICO 2 – PRONOMES
TÓPICO 3 – PREPOSIÇÃO, CONJUNÇÃO E INTERJEIÇÃO
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
142
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 3!
Acesse o 
QR Code abaixo:
143
TÓPICO 1 — 
NUMERAL E ARTIGO
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
O Tópico 1 aborda os numerais e os artigos, seus conceitos e classificações. 
Apresentaremos as formas corretas dos numerais por extenso, com a intenção de 
facilitar no momento de escrevê-los. E quanto aos artigos, a proposta é entender o seu 
sentido nas frases, sabendo diferenciá-los dos numerais. 
A gramática normativa traz os princípios dos termos, mas não podemos nos ater 
só a essa visão. Sabemos, hoje, que o trabalho de ensinar a gramática aos alunos deve 
despertar neles o interesse pela língua e não conhecimento hermético encerrado nas 
classes de palavras.
A orientação é que você, como docente, trabalhe os textos, de todas as 
maneiras, estilos e gêneros, como o literário, o jornalístico, por exemplo, como forma de 
compreensão da língua portuguesa e, ainda, utilizando recursos como charges, tirinhas, 
anúncios publicitários etc. 
Bons estudos!
2 NUMERAL
Estudos recentes apresentados pela NGB (Nomenclatura da Gramática Bra-
sileira) têm questionado a presença dos numerais como elementos pertencentes às 
classes de palavras, uma vez que têm concepção semântica e servem como quanti-
ficadores. Seriam os numerais elementos que permeiam as classes dos nomes, dos 
pronomes, com funções atribuídas ao substantivo, ao adjetivo e ao advérbio?
Vamos definir os numerais para os nossos estudos. São palavras de ”função 
quantificadora que denotam valor definido” (BECHARA, 2009, p. 167). Pode-se dizer, 
também, que indicam quantidades de pessoas ou coisas. E, ainda, o numeral “é a classe 
de palavras que denota um número exato de coisas, seres ou conceitos ou indica a 
posição que ocupam numa determinada ordem” (CIPRO NETO; INFANTE, 2008, p. 304). 
Temos aqui alguns exemplos:
Amanhã completarei vinte anos.
O bimestre letivo está começando.
144
Comi só a metade da maçã.
Tivemos o dobro de prejuízo com essa compra.
Essa é a segunda vez que venho a Paris.
Os numerais podem ser classificados quanto ao seu critério: 
• funcional: palavra que atua como elemento específico de um núcleo ou de uma 
expressão ou como substituto desse mesmo núcleo (substantivo, adjetivo); 
• mórfico: palavra formada unicamente por um morfema gramatical; 
• semântico: palavra que indica a quantidade dos seres, sua ordenação ou proporção 
(cardinal, ordinal, múltiplo, fracionário, coletivo).
Podemos conceituar os numerais de uma forma mais ampla. Estariam no grupo 
dos quantificadores. Veja o que diz Gomes, amparado nos estudos de Bagno:
Para Bagno (2012), a classe dos quantificadores corresponde aquilo 
que a tradição gramatical chama de numerais e pronomes indefinidos. 
A partir de Azeredo (2008, p. 173), Bagno diz que “os chamados 
numerais ordinais são, de fato, quantificadores definidos”. Já os 
pronomes indefinidos, são de fato “quantificadores indefinidos” 
(BAGNO, 2012, p. 826 apud GOMES, 2019, p. 71).
Os numerais dão sentido aos números, quantificam. São muito utilizados e 
permitem dimensão dos fatos. Hoje, inclusive, muitos pesquisadores se dedicam aos 
estudos de dados, quantificadores que revelam uma situação comparativa e mostram a 
interpretação dos fatos. Bagno (2012, p. 829) diz que:
[...] a quantificação não é simplesmente uma ‘classe gramatical’, mas 
sim uma função que pode ser exercida não só pelos quantificadores 
indefinidos [...], como também por uma série de locuções nominais e 
preposicionais muito usuais, dentre as quais, cite-se: a maior parte 
de e qualquer coisa.
Para fins pedagógicos, utilizamos os numerais como um dos termos das classes 
de palavras e é importante conhecê-los dessa forma para poder entender sua função 
dentro de um contexto e sua importância como indicadores de quantidades.
 
O que significa saber que 15% da população brasileira foi vacinada? Qual é a 
população brasileira? O que esse valor corresponde em relação aos outros países? Os 
números sugerem uma infinidade de interpretações possíveis em todas as áreas. Isso 
apenas para exemplificar. Aqui uma mensagem enviada por Twitter: Secretaria da Saúde 
SP #VacinaParaTodos.
Mais de 500 mil doses da vacina contra a COVID-19 foram aplicadas em SP. 
Batemos mais um recorde, nas últimas 24 horas, desde o início da imunização no 
estado. Isso significa que foi o dia que protegemos mais vidas com mais de cinco vacinas 
aplicadas por segundo.
https://twitter.com/hashtag/VacinaParaTodos?src=hashtag_click
145
FIGURA 1 – ANÚNCIO
FONTE: <https://bit.ly/3k2xwpM>. Acesso em: 10 set. 2021.
Observe quantos números aparecem nesse texto e sua importância na 
compreensão da mensagem. Podemos ir mais longe dizendo que nos dias atuais os 
números são informações a serem interpretadas. Exemplo: o que esses números citados 
na mensagem mostram dentro de um contexto nacional? 
Um exercício interessante seria equacionar os números apresentados à 
população do Estado de São Paulo para termos a noção real da situação. Os números 
servem como dados para interpretação da realidade. 
Veja outro exemplo de utilização dos numerais. Aqui cabe uma sugestão para 
se trabalhar com os alunos: um estudo dos quantificadores resultando em análise dos 
fatos. A partir desses dados é possível redigir um texto mostrando a situação retratada.
146
QUADRO 1 – UTILIZAÇÃO DE NUMERAIS
FONTE: <https://bit.ly/39mJJ2n>. Acesso em: 11 set. 2021.
Vamos ver como os numerais se classificam e qual é a utilização de cada um em 
diferentes contextos.
2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS NUMERAIS
Os numerais são classificados em:
 
• Cardinais: são os numerais que  indicam quantidade, contagem, medida. É o 
número básico. Exemplo: um, dois, cem, mil etc.
• Ordinais: são os numerais que indicam a ordem ou lugar do ser numa série dada. 
Exemplo: primeiro, segundo, centésimo, milésimo etc.
• Fracionários: são os numerais que indicam parte de um inteiro, ou seja, a divisão 
dos seres. Exemplo: meio, terço, quinto, vinte e cinco avos etc.
• Multiplicativos: são os numerais que  têm a ideia de multiplicação dos seres e 
indicam aumento proporcional dessa mesma quantidade. Exemplo: dobro, triplo, 
quíntuplo etc.
• Coletivos: se referem ao conjunto de algo, indicando o número exato de seres que 
compõem esse conjunto. Exemplo: dezena, dúzia, milheiro, novena, biênio, dueto, 
quinzena etc.
147
A classificação dos numerais em cardinais, ordinais, multiplicativos e fracioná-
rios está relacionada ao significado e não às características mórficas apenas, pois os 
números ordinais são essencialmente adjetivos, enquanto os fracionários são substan-
tivos. E ainda resta a dúvida parase definir se milhão, dezena, dúzia, entre outros, estão 
mais para substantivos ou para numerais.
Exemplos de numerais substantivos: 
- Os alunos fizeram o dobro da lição e conseguiram o triplo da nota. 
- Um quinto da sala faltou hoje.
Exemplos de numerais adjetivos: 
- Ela vai viajar de primeira classe (local privilegiado e mais caro). 
- O cozinheiro usou carne de segunda (tipo de carne mais barata).
2.2 FLEXÃO DOS NUMERAIS
Os numerais podem ser variáveis, pois são flexionados em gênero (masculino e 
feminino) e número (singular e plural) e invariáveis, não apresentando flexão.
Na expressão alusiva a um número não conhecido ou que não se 
queira explicitar (o número tanto), pode-se também usar o plural: o 
número tantos, a folhas tantas, a páginas tantas. Cabe ainda lembrar 
que o numeral cardinal pode às vezes ser empregado para indicar 
número indeterminado:
Peço-lhe um minuto de sua atenção (= alguns poucos minutos).
Contou-lhe o fato em duas palavras (= poucas palavras).
F. tem mil e um defeitos (por: muitos defeitos).
Ela anda com mil perguntas (por: muitas perguntas) (BECHARA, 
2009, p. 170).
a) Flexão dos numerais cardinais
Alguns numerais cardinais variam em gênero: um e uma, dois e duas apenas. E 
as centenas: duzentos e duzentas, trezentos e trezentas, quatrocentos e quatrocentas 
etc. Alguns numerais cardinais variam em número: milhão e milhões, bilhão e bilhões, 
trilhão e trilhões. Numerais invariáveis: três, quatro, cinco etc.
b) Flexão dos numerais ordinais
Os numerais ordinais variam em gênero e número. Exemplos: João foi o pri-
meiro a sair. Maria foi a primeira a sair. Eles foram os primeiros a sair. Elas foram as 
primeiras a sair.
148
c) Flexão dos numerais multiplicativos
Os numerais multiplicativos são invariáveis quando estão na posição de 
substantivos, mas variam em gênero e número quando se apresentam como adjetivos.
Exemplos: Aquele ator apresenta o triplo da experiência em relação aos outros. 
(substantivo).
As mulheres reclamam por exercer dupla jornada de trabalho. (adjetivo)
d) Flexão dos numerais fracionários
Os numerais fracionários variam em gênero e número conforme o numeral 
cardinal que os antecedem.
Exemplos: Fiz uma terça parte da lição. Tomamos meio litro de vinho.
e) Flexão dos numerais coletivos
Os numerais coletivos variam apenas em número. 
Exemplos: Comprei uma dúzia de bananas. Comprei três dúzias de bananas.
2.3 UTILIZAÇÃO DOS NUMERAIS
Vamos às formas de utilização dos numerais em que eles se encontram:
• Pospostos ao substantivo, referindo-se a reis, papas, séculos e capítulos de obras: 
na escrita, os números romanos; e na leitura, os numerais ordinais. Isso somente vale 
se a ordenação indicar até o décimo elemento. Exemplos: Capítulo IV (quarto); Papa 
João Paulo II (segundo); Século III (terceiro). Quando a ordenação se referir ao décimo 
primeiro em diante, a leitura se dará por meio dos números cardinais. Exemplos: João 
XXIII (vinte e três); Capítulo XXX (trinta;) Canto XV (quinze).
• Anteposto ao substantivo, usamos os números ordinais. Exemplos: 15º andar (décimo 
quinto); 5ª estrofe (quinta); 20ª nota (vigésima).
• Para indicar o primeiro dia de cada mês, utilizamos sempre numeral ordinal. Exemplo: 
primeiro de abril, primeiro de maio etc.
• Na numeração de casas, apartamentos, páginas, blocos etc. utilizam-se os cardinais. 
Exemplos: casa 4 (quatro); página 80 (oitenta); apartamento 51 (cinquenta e um). 
Caso o numeral venha antes do substantivo, usamos os ordinais. Exemplos: 21º andar 
(vigésimo primeiro); 3ª casa (terceira).
• Em decretos, portarias, leis, artigos e outros textos considerados oficiais empregam-
se os ordinais até o nono, e os cardinais a partir do número dez.
• Exemplos: artigo 5º (quinto); parágrafo 3º (terceiro); parágrafo 11 (onze).
149
• Não devemos empregar o cardinal “um” antes de “mil”. Exemplo: As contas do mês 
somaram mil reais.
• Ao nos referirmos aos termos “milhão” e “milhar”, empregamos o artigo masculino, de 
modo a adequá-lo ao gênero de ambos (masculino). Exemplo:
• Os nove milhões foram pagos ao ganhador. 
• O numeral cardinal representado por “um” e o artigo indefinido “um” geram dúvidas. 
Então utilizamos o “um” quando ele representar quantidade exata, obtendo como 
plural o numeral dois. O uso do artigo refere-se à indicação de um ser indeterminado, 
cujo plural é uns. 
• Exemplos: 
- Só um aluno fez a lição (numeral). 
- Encontraram um menino perdido na rua (artigo indefinido).
Ambos/ambas  são considerados numerais e significam "um 
e outro", "os dois" (ou "uma e outra", "as duas") e são sempre 
empregados para referenciar pares de seres aos quais já foram 
citados. Por exemplo: Maria e João parecem ter se entendido 
melhor. Ambos agora estão convivendo bem.
NOTA
Como você pode observar, o estudo de classes de palavras é questionado por 
alguns autores como inadequado, tendo em vista que tendem rotular as palavras como 
pertencentes à determinada classe como se fosse uma situação fixa. Daí o perigo de 
se estudar listas de palavras pertencentes à determinada classe, pois uma mesma 
palavra pode exercer diferentes funções gramaticais conforme o contexto. Por isso, 
observamos que palavras tidas como numerais, ora funcionam como substantivos, ora 
como adjetivos, por exemplo. Nesse sentido, é vital que o ensino da gramática esteja 
sempre atrelado à análise dos contextos de enunciação. 
Sobre os numerais, pode-se afirmar que:
Numeral é uma propriedade semântica de uma subclasse dos nomes. 
Do ponto de vista gramatical, não há nenhuma razão para conferir 
uma classe à parte a essas palavras que expressam quantidade 
exata. Na definição proposta, os numerais são substantivos ou 
adjetivos, segundo a posição que ocupam no sintagma (AZEVEDO, 
2008 apud BAGNO, 2011, p. 825-826). 
Para Bagno (2011), a criação de uma classe gramatical para palavras que têm 
simplesmente função de substantivo ou adjetivo é uma incoerência. Por isso, o ensino 
de língua...
150
antes centrado no domínio das regras em atividades de reconheci-
mento e de classificação, agora se direciona para o uso social que 
dela fazemos e nos faz atentar também para o caráter reflexivo do 
qual a linguagem se reveste. [...] Sendo assim, não há mais espaço 
para o ensino de língua que priorize o estudo dos aspectos norma-
tivos, mas para o estudo da língua que passa a ser tomada como 
um fenômeno social de interação (BASTOS; LIMA; SANTOS, 2012, 
p. 113-114).
Por isso, esperamos que, ao longo desta unidade você possa compreender que 
precisamos tecer um estudo a partir de nomenclaturas de classes ou funções gramaticais, 
mas que esses conceitos não são estáveis/imutáveis, tampouco inquestionáveis. Há a 
necessidade de analisarmos os contextos comunicativos, observando que ao falarmos 
de funções em detrimento do termo “classes de palavras” é justamente por entender 
que uma mesma palavra pode assumir diferentes funções na interação social. 
Dito isso, vamos agora passar para o estudo da função dos artigos, que são 
tradicionalmente identificados como definidos e indefinidos, buscando compreender 
sua finalidade dentro dos textos. 
3 ARTIGOS
Artigos são palavras que acompanham os substantivos, indicando o seu 
número (singular ou plural) e o seu gênero (masculino ou feminino). São classificados em 
artigos definidos, que determinam os substantivos, como exemplo: o menino e artigos 
indefinidos que indeterminam os substantivos, exemplo: um menino.
Canção Mínima
No mistério do Sem-Fim,
equilibra-se um planeta.
E, no planeta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro;
no canteiro, uma violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,
entre o planeta e o Sem-Fim,
a asa de uma borboleta.
FONTE: MEIRELES, Cecília. Obra poética. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983, p. 163.
O poema de Cecília Meireles é um bom exemplo para se tratar artigo definido e 
indefinido com os alunos. A ideia é fazer com que entendam a diferença entre um termo 
que mostra definição e indefinição (o planeta/um planeta), o queimporta para o emissor 
da mensagem e o que está distante dele.
151
Observe que, anteriormente, ao falarmos de numerais, comentamos que as 
mesmas palavras podem assumir diferentes funções gramaticais, conforme o contexto. 
Nesse sentido as palavras: um, uma, uns, umas, identificadas aqui como artigos 
indefinidos, foram antes analisadas como numerais. Por isso, no ensino da língua 
portuguesa deve-se atentar à semântica das palavras dentro dos textos. O estudo da 
gramática, mais que reconhecer regras é um exercício de observação, análise e reflexão 
sobre o funcionamento da língua. 
Segundo Bechara (2009, p.130), “chama-se artigo definido ou simplesmente 
artigo: o, a, os, as, antepostos a substantivos, com reduzido valor semântico 
demonstrativo e com função precípua de adjunto desses substantivos”.
Devemos, também, estudar o artigo segundo os critérios:
 
• funcional – funciona como termo determinante do núcleo de uma expressão; 
• mórfico – formada unicamente por um morfema gramatical (palavra variável em 
gênero e número); 
• semântico – define ou indefine o substantivo a que se refere (definido ou indefinido).
A tradição gramatical tem aproximado este verdadeiro artigo de um, 
uns, uma, umas, chamados artigos indefinidos, que se assemelham 
a o, a, os, as pela mera circunstância de também funcionarem como 
adjunto de substantivo, mas que do autêntico artigo diferem pela 
origem, tonicidade, comportamento no discurso, valor semântico e 
papéis gramaticais.
Pela origem, porque o, a, os, as se prendem a antigo demonstrativo 
latino (illum, illa) – o que lhes garante o valor de demonstrativo 
atenuado –, enquanto um, uma, uns, umas representam emprego 
especial de generalização do numeral um. Pela tonicidade, porque, 
sendo um vocábulo eminentemente átono, não pode funcionar 
sozinho na oração, como o faz o chamado artigo indefinido que, neste 
papel, só não se confunde com o pronome indefinido pelo auxílio que 
lhe emprestam os entornos linguísticos (BECHARA, 2009, p. 130-131).
 
O artigo definido e indefinido precisa ser estudado considerando-se a sua 
significação na frase, pois é muito comum confundir, por exemplo, um artigo indefinido 
com numeral ou um artigo definido com pronome, A partir da explicação de Bechara 
(2009), fica mais fácil entender o papel de cada um dentro do contexto que se quer dizer. 
3.1 ARTIGOS DEFINIDOS
Os artigos definidos são o, a, os, as. Determinam os substantivos de forma par-
ticular, objetiva e precisa, individualizando seres e objetos. Conhecemos a pessoa ou 
objetivo a que queremos nos referir. Exemplo: A menina morreu. 
Agora vamos ver como se utilizam os artigos definidos:
152
• Em alguns nomes de cidades, estados, países: a Inglaterra, o Brasil.
• Em nomes de estações do ano: o inverno, o verão, a primavera e o outono.
• Em nomes de pontos cardeais: o norte, o sul, o leste, o oeste, o sudeste.
• Em nomes de feriados e datas comemorativas: o carnaval, o Natal, a Páscoa.
• Em cognomes e títulos: o senhor, a doutora.
• Em nomes próprios, transmitindo conhecimento e familiaridade: a Luísa, o Gabriel.
Seguem, aqui, alguns casos em que o uso do artigo, neste caso, é opcional:
• Com pronomes possessivos: a minha mãe, o meu carro.
• Com a palavra todos, indicando totalidade: todos os dias, todas as alunas.
• Após o numeral ambos: ambos os carros, ambas as provas.
Importante saber que não se usa artigo:
• Depois de pronome relativo: Este autor cuja obra eu conheço.
• Antes do pronome de tratamento: Vossa Excelência é muito inteligente.
• Antes de nomes de lugares em que não se admite esse elemento: São Paulo é uma 
cidade grande. Exceção: Vou visitar a bela São Paulo. Nesse caso, a exceção se dá por 
conta do adjetivo antes do nome do lugar. 
As mesmas palavras (o, a, os, as) que são identificadas como artigos 
definidos, conforme a situação de uso, podem funcionar como pronome. 
Enquanto os artigos têm a função de determinar os substantivos, 
individualizando seres ou coisas; como pronomes, essas palavras fazem 
retomada anafórica, ou seja, retomam palavras já ditas, evitando sua 
repetição. Veja o exemplo: 
Prendi o teu cachorro, mas não o maltratei.
Na primeira vez que aparece na frase, o é um artigo, mas da segunda 
vez funciona como pronome, retomando a palavra cachorro.
NOTA
3.2 ARTIGOS INDEFINIDOS
Os artigos indefinidos são um, uma, uns, umas. Indeterminam os substantivos, 
caracterizando-os de forma imprecisa e generalizada, sem particularizar e individualizar 
seres e objetos. 
Nesse caso, desconhecemos a pessoa ou objeto a que queremos nos referir. 
Exemplo: Mais uma menina morreu.
153
Listamos aqui as formas de utilização dos pronomes indefinidos:
• Com números quando indicam aproximação numérica: uns duzentos.
• Para dar ênfase a uma palavra, um sentimento: uma raiva, um amor.
• Para comparar alguém com uma figura conhecida: ela é uma dama.
• Para referir-se a obras de um artista: comprei um Picasso, vendi um Miró.
• Para indicar uma pessoa de uma família, inclusive ressaltando importância ou 
hereditariedade: ele é um Monteiro, ela é uma Albuquerque de Almeida.
Veja o que tem a dizer a pesquisadora Maria Helena de Moura Neves (2017, p. 19) 
sobre os artigos:
O artigo definido, o demonstrativo e o possessivo, aparentemente, 
são apenas internos ao sintagma nominal (são ‘determinantes’, são 
‘adjuntos adnominais’), entretanto só podem ser interpretados, e, 
portanto, também eles, só podem ter sua classe estabelecida, a sua 
gramática resolvida, se considerado o seu papel de referenciação 
textual, e, portanto, a organização semântica textual. 
O mesmo não ocorre com outros elementos estruturalmente internos 
ao sintagma, como os indefinidos e os numerais, já que esses não 
têm papel referenciador na organização discursivo-textual.
Na verdade, o artigo não tem valor significativo nas determinações por classes 
gramaticais. Nem sempre o que pensamos ser um artigo realmente é. Por exemplo, 
quando falamos: “A casa de Maria é boa, mas a de Alice é melhor”. O primeiro a é um 
artigo definido, pois aponta que a casa é determinada, não se trata de qualquer casa, 
mas o segundo a é um pronome demonstrativo, uma vez que substitui a palavra casa. 
Agora, se disséssemos: “A casa de Maria é boa, mas a casa de Alice é melhor”, seriam os 
dois “as” artigos definidos. Portanto, é importante que se dê atenção ao contexto. 
Para saber se  um  é artigo, coloque após o substantivo que ele 
acompanha a palavra qualquer. Exemplo: Eu quero comprar um celular 
(qualquer).
Para saber se um é numeral, coloque antes dele somente ou apenas. 
Exemplo: Eu quero comprar (apenas) um celular, porque está muito 
caro. Outra dica é substituir um por dois, para verificar se “um” expressa 
ideia de quantidade. Exemplo: Eu quero comprar um (dois) celular (es).
NOTA
Outro ponto importante ao que se refere ao emprego dos artigos são as formas 
como se contraem as preposições a, em, de e por. 
154
Artigos definidos contraídos com preposições:
Preposição a
ao (a + o)
à (a + a)
aos (a + os)
às (a + as)
Preposição de
do (de + o)
da (de + a)
dos (de + os)
das (de + a
Preposição em 
no (em + o)
na (em + a)
nos (em + os)
nas (em + as)
Preposição por
pelo (por + o)
pela (por + a)
pelos (por + os)
pelas (por + as)
Artigos indefinidos contraídos com preposições:
Preposição em
num (em + um)
numa (em + uma)
nuns (em + uns)
numas (em + umas)
Preposição de
dum (de + um)
duma (de + uma)
duns (de + uns)
dumas (de + umas)
Os artigos apresentam as seguintes funções em uma frase. Vamos conhecê-las:
• Função de substantivação: os artigos criam substantivos a partir de outras classes 
gramaticais, transformando, por exemplo, adjetivos e verbos em substantivos.
Exemplos. A gata tem um andar silencioso (substantivação de um verbo).
 O azul da blusa da menina é lindíssimo! (substantivação de um adjetivo).
• Função de distinção entre homônimos: é por meio do artigo que se faz a distinção 
entre o feminino e o masculino da palavra e a distinção entre seussignificados, como: 
o cabeça, a cabeça, o praça, a praça etc.
 Exemplos: Lima é a capital do Peru (a capital).
 A nossa empresa está com problemas de capital financeiro (o capital).
No poema de Carlos Drummond de Andrade há artigos definidos e indefinidos: 
No meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
155
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
FONTE: <http://www.algumapoesia.com.br/drummond/drummond04.htm>. Acesso em: 24 jul. 2021.
No meio do meu caminho tinha uma pedra qualquer. Fica bem claro no texto o 
sentido do que está definido (o caminho) e o que é indiferente (uma pedra).
Apresentamos um poema de Manoel de Barros para que possamos encontrar os 
artigos. Separamos apenas o(s) e a(s), desconsiderando as contrações.
O livro sobre nada
É mais fácil fazer da tolice um regalo do que da sensatez.
Tudo que não invento é falso.
Há muitas maneiras sérias de não dizer nada, mas só a poesia é verdadeira.
Tem mais presença em mim o que me falta.
Melhor jeito que achei pra me conhecer foi fazendo o contrário.
Sou muito preparado de conflitos.
Não pode haver ausência de boca nas palavras: nenhuma fique desamparada do ser 
que a revelou.
[...]
FONTE: <https://www.revistabula.com/2680-os-10-melhores-poemas-de-manoel-de-barros/>. Acesso em: 
24 jul. 2021.
Reconhecemos de imediato que são todos artigos pela aparência, mas não é 
isso que ocorre. Observe os seguintes versos: “Há muitas maneiras sérias de não dizer 
nada, mas só a poesia é verdadeira”. Temos, nesse verso, artigo definido, pois o a se 
relaciona à palavra poesia, identificando-a.
“Tem mais presença em mim o que me falta”, temos pronome (=equivale a 
aquilo), podemos entender sintaticamente por meio do verbo faltar (falta o quê? = 
aquilo, que por sua vez substitui um substantivo = sentimento, verdade ou outra coisa). 
“Melhor jeito que achei para me conhecer foi fazendo o contrário”, aí é artigo.
http://www.algumapoesia.com.br/drummond/drummond04.htm
https://www.revistabula.com/2680-os-10-melhores-poemas-de-manoel-de-barros/
156
“Não pode haver ausência de boca nas palavras: nenhuma fique desamparada 
do ser que a revelou”, temos pronome. Veja que aqui podemos entender sintaticamente 
a função do a (revelou quem? = ela).
Uma ideia para quem leciona língua portuguesa é pedir para os alunos 
reescreverem o poema substituindo esses termos comentados anteriormente, para 
que eles percebam a diferença que há entre os elementos e só é possível reconhecer 
analisando-os sintaticamente.
Sugerimos a leitura da dissertação de mestrado de Heitor da Silva 
Campos Júnior, intitulada A variação morfossintática do artigo 
definido na capital capixaba, com várias discussões acerca do papel 
do artigo na fala e na escrita. 
Acesse em: https://bit.ly/3AGNsGA.
DICA
Esperamos que você tenha conseguido compreender as funções que podem 
assumir os numerais e os pronomes. Não se esqueça de sempre analisar os contextos 
de uso, pois as nomenclaturas e a memorização de regras costumam nos colocar em 
armadilhas, pois acabam nos levando a generalizações que nem sempre condizem com 
as funções das palavras na prática textual. Dessa forma, a identificação de funções 
gramaticais está atrelada à semântica, ao uso social da língua. Vamos agora ao resumo 
deste tópico!
157
RESUMO DO TÓPICO 1
 Neste tópico, você aprendeu:
• Numerais denotam um número exato a coisas, seres ou conceitos, ou ainda indicam 
a posição que ocupam numa determinada ordem. São os elementos que permeiam 
as classes dos nomes, dos pronomes, com funções atribuídas ao substantivo, ao 
adjetivo e ao advérbio.
• Os numerais podem ser classificados quanto ao seu critério: funcional – palavra que 
atua como elemento específico de um núcleo ou de uma expressão ou como substituto 
desse mesmo núcleo (substantivo, adjetivo); mórfico – palavra formada unicamente 
por um morfema gramatical e semântico – palavra que indica a quantidade dos seres, 
sua ordenação ou proporção (cardinal, ordinal, múltiplo, fracionário, coletivo).
• Cardinais são os numerais que indicam quantidade, contagem, medida. É o número 
básico.
• Ordinais são os numerais que indicam a ordem ou lugar do ser numa série dada. 
• Fracionários são os numerais que indicam parte de um inteiro, ou seja, a divisão 
dos seres. 
• Multiplicativos são os numerais que têm a ideia de multiplicação dos seres e indicam 
aumento proporcional dessa mesma quantidade. 
• Coletivos se referem ao conjunto de algo, indicando o número exato de seres que 
compõem esse conjunto. 
• Artigos são palavras que acompanham os substantivos, indicando o seu número 
(singular ou plural) e o seu gênero (masculino ou feminino). 
• Artigos definidos determinam os substantivos de forma particular, objetiva e precisa, 
individualizando seres e objetos. 
• Artigos indefinidos indeterminam os substantivos, caracterizando-os de forma 
imprecisa e generalizada, sem particularizar e individualizar seres e objetos. 
158
1 Em qual das frases a seguir o artigo está substantivando uma palavra, em função do 
sentido dessas palavras consideradas nominais?
a) ( ) Joana não se sentou à mesa.
b) ( ) A saída do cinema está fechada.
c) ( ) A viagem foi adiada por causa da pandemia.
d) ( ) Eu quero entender o porquê da queda dos juros bancários.
e) ( ) Luiz chorou com a morte da amiga porque a queria muito. 
2 Leia o poema de Clarice Lispector:
Abro o jogo!
Só não conto os fatos de minha vida:
sou secreta por natureza.
Há verdades que nem a Deus eu
contei. E nem a mim mesma. Sou
um segredo fechado a sete chaves.
Por favor me poupem.
No poema há palavras com o sentido de artigo definido, em qual das frases abaixo é 
possível reconhecê-lo?
I- No verso “Há verdades que nem a Deus eu contei...” 
II- No verso “Sou um segredo fechado a sete chaves...” 
III- No verso “Só conto os fatos de minha vida...” 
IV- No verso “E nem a mim mesma”
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) As sentenças III e IV estão corretas.
c) ( ) As sentenças I e IV estão corretas.
d) ( ) As sentenças II e III estão corretas.
e) ( ) Todas as sentenças estão corretas.
3 De acordo com o sentido, o numeral que se apresenta no lugar de um substantivo, 
pode exercer a função sintática de:
AUTOATIVIDADE
159
a) ( ) Os dois estavam estudando na sala (sujeito).
b) ( ) Encontramos os três na rua (objeto direto). 
c) ( ) Éramos seis (predicativo do sujeito).
d) ( ) O carro foi empurrado pelos quatro (agente da passiva).
e) ( ) Os dois alunos estavam jogando bola na quadra (adjunto adnominal).
4 Responda como diferenciar o artigo um e o numeral um em uma frase, sendo que 
graficamente são iguais, mas podem ter sentidos e funções diferentes? 
5 Leia os exemplos a seguir e justifique a diferença que entre as frases: uma frase com 
a presença do artigo definido e a outra com a ausência do artigo.
Toda a escola estava arrumada para receber os alunos.
Toda escola deveria estar arrumada e preparada para receber os alunos.
160
161
PRONOMES
1 INTRODUÇÃO
Este tópico está inteiramente voltado ao estudo dos pronomes. Cabe aqui 
mostrar importância do uso dos pronomes na língua portuguesa. Vamos ver os tipos de 
pronomes e qual a sua função para a compreensão das frases e facilitação no processo 
comunicativo. 
Definimos pronomes como palavras que substituem ou determinam os subs-
tantivos. Indicam as pessoas do discurso, expressam formas sociais de tratamento e 
substituem, acompanham ou retomam palavras e orações já expressas. Há vários tipos 
de pronomes: pronomes pessoais, pronomes possessivos, pronomes demonstrativos, 
pronomes interrogativos, pronomes relativos e pronomes indefinidos. Além dessa clas-
sificação principal, os pronomes também podemser adjetivos e substantivos. 
Além disso, sempre é bom lembrar que apresentamos os elementos que 
compõem as classes gramaticais e que devem ser reconhecidos nos textos a partir de 
análises sintáticas e do sentido que expressam.
UNIDADE 3 TÓPICO 2 - 
2 CLASSIFICAÇÃO DOS PRONOMES
Pronomes são palavras que substituem ou determinam os substantivos. São 
eles que indicam as pessoas do discurso, expressam formas sociais de tratamento e 
substituem, acompanham ou retomam palavras e orações já expressas. Contribuem, 
assim, para garantir a síntese, a clareza, a coerência e a coesão do texto.
Pronome é a classe de palavras categoremáticas que reúne unida-
des em número limitado e que se refere a um significado léxico pela 
situação ou por outras palavras do contexto. De modo geral, essa 
referência é feita a um objeto substantivo considerando-o apenas 
como pessoa localizada do discurso.
Pessoas do discurso
Pessoas do discurso – São duas as pessoas determinadas do discur-
so: 1ª eu (a pessoa correspondente ao falante) e 2ª tu (corresponden-
te ao ouvinte). A 3ª pessoa, indeterminada, aponta para outra pessoa 
em relação aos participantes da relação comunicativa (BECHARA, 
2009, p. 130).
162
Para Ulisses Infante (2012, p. 241), o pronome: 
permite identificar o ser como sendo aquele que utiliza a língua no 
momento da comunicação (eu, nós), aquele a que a comunicação é 
dirigida (tu, você, vós, Senhora) ou também como aquele ou aquilo 
que não participa do ato comunicativo, mas é nele mencionado (ele, 
ela, aquilo, outro, qualquer, alguém e etc.).
E continua o pesquisador a definir o pronome, dizendo que: 
também pode se referir a um determinado ser, relacionando-se com 
as pessoas do discurso; pode, por exemplo, estabelecer relações de 
posse ou proximidade com a primeira pessoa (meu livro, este livro, 
isto), com a segunda pessoa (teu livro, esse livro, isso) e com isso a 
terceira pessoa (aquele livro, aquilo) (INFANTE, 2012, p. 241).
Para Bagno (2012, p. 737), os pronomes não são considerados como uma classe 
de palavras, “mas sim como uma função que palavras de diferentes classes podem 
exercer: a função anafórica, isto é, de retomada/substituição de algum elemento 
anteriormente mencionado”. Lembrando que função anafórica é aquela que se refere 
a um pronome demonstrativo usado para lembrar um termo já mencionado no texto. 
Trata-se de um recurso para não deixar um texto muito repetitivo. Ainda, para Bagno 
(2012, p. 462), “Outra razão para tratar os pronomes como uma função é o fato de que 
muitas palavras tradicionalmente chamadas de ‘pronomes’ não só empreendem a 
retomada anafórica, mas também funcionam como determinantes”. 
Nesse sentido, podemos dizer que os pronomes substituem os substantivos ou 
os determinam.
FIGURA 2 – FUNÇÃO DO PRONOMES
FONTE: <https://prezi.com/wzxyseaeqtvb/pronomes/?present=1>. Acesso em: 22 ago. 2021.
Nessa frase o pronome possessivo teu determina o substantivo cachorro e 
atribui a ele uma característica, por isso pode ser definido como um pronome adjetivo. 
O pronome oblíquo o retoma o substantivo cachorro, por isso pode ser denominado 
pronome substantivo. 
Observe o poema a seguir e procure verificar essas funções exercidas pelos 
pronomes, a retomada anafórica e a determinação. 
163
GRAMÁTICA DO AMOR
 
Ricardo Pires Fernandes
Conjuga-me num beijo
interjeita-me nos teus braços
Adjectiva o meu desejo
Personifica os nossos laços.
Imperativa o teu sentimento
Metaforiza-o com a natureza
Exclama-o num momento
Eterno com certeza.
Acentua-o com um sorriso
Transcreve-o num poema
Compõe-no num feitiço
descobrirás que amor é o tema.
Coordena agora tudo,
Para sempre vais lembrar
Que o poeta não fica mudo
e com esta gramática se vai expressar.
FONTE: <https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=64161>. Acesso em: 30 jul. 2021.
Podemos perceber que nos quatro primeiros versos, os pronomes possessivos 
funcionam como determinantes, ou seja, são pronomes adjetivos, atribuem caracterís-
ticas a substantivos. 
Depois, por cinco vezes, a palavra sentimento é retomada a partir do pronome 
oblíquo o, ou seja, trata-se de um pronome substantivo.
 
Ainda observamos o uso dos pronomes demonstrativos a partir de “esta”, no 
último verso, sendo que nesse caso, o pronome demonstrativo “esta” refere-se ao 
próprio texto, ou seja, à “Gramática do Amor” e não à gramática normativa. 
Quando um texto se refere a ele mesmo, usaremos este, esta (Ex.: Esta 
pesquisa objetiva.../ Este texto tem o objetivo de...). Quando um texto se refere a outro 
texto, usa-se esse, essa (Ex.: Marcos Bagno, em Gramática Pedagógica do Português 
Brasileiro, contrasta os termos classe e função. Nesse texto, o autor...)
164
Compreender a função dos pronomes é um recurso poderoso para o ensino 
não apenas da gramática, mas principalmente para o ensino da escrita e da compreen-
são de textos. Compreendendo a função dos pronomes, somos capazes produzir textos 
mais coesos e fluentes, evitando a repetição desnecessária de elementos no texto. 
Além disso, precisamos nos atentar o quanto é complexo o funcionamento da 
língua e como os diferentes conhecimentos gramaticais se complementam para colo-
car em prática o exercício da escrita. 
Você certamente estudou a transitividade verbal ao longo de sua trajetória 
escolar e acadêmica, mas você sabia que esse conhecimento é de suma importância 
para o uso adequado dos pronomes? Vamos retomar sucintamente para entender o 
uso dos pronomes:
 
Quando o verbo não exige preposição para transitar para o complemento, temos 
um objeto direto. 
Ex.: Comprei o pão. 
Quem compra, compra algo, não compra A algo. Logo temos um objeto direto. 
Quando o verbo exige uma preposição para transitar para o complemento, te-
mos um objeto indireto. 
Ex.: Dei a ele um pão. 
Nesse caso, “dei” algo A alguém ou PARA alguém. Logo temos um objeto indireto. 
Assim, na frase: “Comprei um pão e dei a ele”, temos objeto direto e indireto. 
“Comprei” algo (pão = objeto direto) para alguém (ele = objeto indireto). 
Veja a imagem a seguir:
FIGURA 3 – TRANSITIVIDADE VERBAL
FONTE: <https://prezi.com/wzxyseaeqtvb/pronomes/?present=1>. Acesso em: 22 ago. 2021.
165
No exemplo dessa imagem, o verbo pagar é transitivo direto e indireto (VTDI), 
pois entre o verbo paguei e o objeto pão não se exige preposição, logo pão é um objeto 
direto (OD), mas entre o verbo paguei e o objeto padeiro exige-se preposição (ao padeiro/
para o padeiro), logo padeiro é um objeto indireto. Mas qual é a relação disso com o uso 
dos pronomes? Pois bem, observe a próxima imagem:
FIGURA 4 – OBJETO DIRETO E INDIRETO
FONTE: <https://prezi.com/wzxyseaeqtvb/pronomes/?present=1>. Acesso em: 22 ago. 2021.
Quando quisermos retomar no texto uma palavra que funciona como objeto 
direto, usaremos os pronomes oblíquos: o, a, os, as, lo, la, los, las, no, na, nos nas. 
Contudo, quando quisermos retomar uma palavra que funciona como objeto indireto, 
usaremos os pronomes oblíquos lhe ou lhes. 
• Paguei o pão ao padeiro. 
• Paguei-o ao padeiro. (“o” substitui “pão” – OD)
• Paguei-lhe o pão. (“lhe” substitui “padeiro” – OI)
Como você pode ver, o conhecimento gramatical é crucial para uma boa escri-
ta. Com essa perspectiva, podemos buscar um ensino da gramática aplicada a textos, 
ou seja, deixa-se de ensinar a gramática pela gramática e passa-se a esclarecer aos 
estudantes que aprender a gramática é descascar a língua, visualizar suas engrena-
gens e aprender a colocá-las em funcionamento. Dessa forma, dá-se sentido àquilo 
que se estuda. 
O uso de textos é recurso muito importante para o estudo dos pronomes e da 
gramática em geral. Além disso, permite-nos discutir sobre o uso real da língua. Observe 
o poema de Oswald de Andrade.
166
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
FONTE: <https://www.escritas.org/pt/t/7793/pronominais>.Acesso em: 23 jul. 2021.
Quando se fala em pronome, impossível não se lembrar desse poema, pois 
retrata exatamente tudo o que temos falado em relação à mudança de visão do ensino 
da gramática. Oswald de Andrade trouxe para o público, em 1925, a questão da utilização 
do pronome e sua colocação na frase. É notório perceber que as pessoas se distanciam 
cada vez mais do uso da mesóclise (pronome no meio do verbo), como, por exemplo: 
Dar-te-ei um cigarro.
 
O poema traz uma crítica à gramática normativa que considera erro, na língua 
portuguesa, iniciar frases com pronomes oblíquos. Entretanto, na oralidade e, conforme 
o contexto, claro, seguir essa regra da gramática normativa torna a comunicação 
artificial. O brasileiro claramente tem preferência pelo uso da próclise. 
No entanto, é importante que tenhamos claro que, em textos com maior grau 
de formalidade, exige-se o cumprimento da norma padrão da língua portuguesa, que 
considera inadequado iniciar frases com pronomes oblíquos. Para uma boa escrita, 
convém fazer um bom estudo acerca de colocação pronominal. 
FIGURA 5 – ACERTAR O PRONOME
FONTE: <https://www.soportugues.com.br/secoes/humor/8.jpg>. Acesso em: 22 ago. 2021.
167
A tirinha brinca justamente com a problemática levantada por Oswald de 
Andrade no poema Pronominais, destacando o distanciamento entre as regras da 
gramática normativa e o uso coloquial da língua. 
Depois dessa reflexão acerca da complexidade e importância de conhecer as 
funções dos pronomes, veremos que há vários tipos de pronomes: pronomes pessoais, 
pronomes possessivos, pronomes demonstrativos, pronomes interrogativos, pronomes 
relativos e pronomes indefinidos. Vamos conhecer um a um, com suas especificidades 
e emprego nas frases.
2.1 PRONOMES INDEFINIDOS 
Referem-se sempre à 3ª pessoa gramatical, indicando que algo ou alguém é 
considerado de forma indeterminada e imprecisa. Temos os pronomes indefinidos 
variáveis e invariáveis. São eles:
Pronomes indefinidos variáveis
algum, alguns, alguma, algumas;
nenhum, nenhuns, nenhuma (s);
todo, todos, toda, todas;
outro, outros, outra, outras;
muito, muitos, muita, muitas;
pouco, poucos, pouca, poucas;
alguém
tudo
outrem
algo
cada
mais
ninguém
nada
menos
demais
certo, certos, certa, certas;
tanto, tantos, tanta, tantas;
quanto, quantos, quanta, quantas;
um, uns, uma, umas;
bastante, bastantes;
qualquer, quaisquer
Pronomes indefinidos invariáveis
Os pronomes indefinidos invariáveis funcionam como pronomes indefinidos 
substantivos, todos invariáveis: alguém, ninguém, tudo, nada, algo, outrem. Exemplos: 
Ninguém sabe a resposta. Quero alguma coisa para comer.
 
Vamos ver algumas formas de utilização dos pronomes indefinidos nas frases:
 
• o pronome certo, posposto ao substantivo, representa um adjetivo. Exemplo: Você 
está no momento certo para aproveitar a vida.
• o pronome algum (alguma, alguns, algumas), posposto ao substantivo traz um 
sentido negativo. Exemplo: Isso não tem gosto algum, mas quando colocado antes 
representa valor positivo. Exemplo: Ao falar sobre você, algumas emoções voltam.
168
• o pronome qualquer, posposto ao substantivo mostra sentido pejorativo. Exemplo: 
Tenho uma vida qualquer.
• o pronome nada se equivale a alguma coisa, quando empregado em frases 
interrogativas. Exemplo: Não tenho nada para receber?
• o pronome cada, quando não vem antes de um substantivo deve ser precedido de um 
ou qual. Exemplo: Foram muitos candidatos, cada qual mais preparado que o outro.
2.2 PRONOMES PESSOAIS
Os pronomes pessoais designam as pessoas do discurso e subdividem-se em 
pronomes pessoais do caso reto e pronomes pessoais oblíquos.
Pessoas 
do discurso
Pronomes 
pessoais do 
caso reto
Pronomes 
pessoais do caso 
oblíquo (átonos)
Pronomes 
pessoais do caso 
oblíquo (tônicos)
1ª pessoa (singular) eu me mim, comigo
2ª pessoa (singular) tu te ti, contigo
3ª pessoa (singular) ele/ela se, o, a, lhe si, consigo, ele, ela
1ª pessoa (plural) nós nos nós, conosco
2ª pessoa (plural) vós vos vós, convosco
3ª pessoa (plural) eles/elas se, os, as, lhes si, consigo, eles, elas
Os pronomes pessoais do caso reto são aqueles que substituem os substanti-
vos e indicam as pessoas do discurso, assumindo a função de sujeito da oração. São 
eles: eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas. Exemplo: Eu gosto de estudar. Ela comprou um 
celular novo.
Cabe mais uma vez ressaltar que as pessoas do discurso sofrem alteração nos 
dias de hoje. Na maior parte do país não se fala ou se escreve tu, pois você é o mais 
utilizado. Conjugamos o verbo na 3ª pessoa do singular. Exemplos: Você será o campeão. 
Você comprou um carro novo?
Assim como o pronome vós que apenas são utilizados em textos sacros, 
literários, arcaicos. Usamos, sim, vocês, mas conjugamos o verbo igual à 3ª pessoa do 
plural, ficando assim: Vocês contaram uma bonita história. Vocês são inteligentes.
Sem contar o uso de a gente no lugar de nós. Aqui se deve conjugar na 3ª pessoa 
do singular, apesar de dar a ideia de plural. Exemplo: A gente aprova a sua decisão.
169
A respeito dos pronomes pessoais, o linguista Marcos Bagno (2011) traz uma dis-
cussão interessante, propondo uma nova lista de pronomes que deveria ser estudada na 
escola no lugar daquela que conhecemos, composta por: eu, tu, ele, nós, vós, eles. Veja:
FIGURA 6 – PRONOMES PESSOAIS NA ESCOLA
FONTE: Bagno (2011, p. 986)
Essa imagem é um print retirado do livro Gramática Pedagógica do Português 
Brasileiro, no qual Bagno (2011) argumenta que o vós já caiu em desuso e o seu ensino 
não faz muito sentido. Defende a inserção da expressão a gente, pois a utilizamos com 
frequência, a inserção do você e a exclusão do tu. O autor considera que o tu tem uso 
restrito e que, em algumas situações, pode ser tomado como uma forma grosseira e 
agressiva, por indicar excesso de intimidade. 
Convém, no entanto, ressaltarmos que essa proposta de exclusão do pronome 
tu é um tanto quanto delicada, pois no Sul do Brasil, por exemplo, principalmente no 
estado do Rio do Grande do Sul, seu uso é constante, predominando sobre o você. 
O que cabe, todavia, ao ensinarmos os pronomes pessoais, é um estudo linguístico, 
identificando os usos dos pronomes em contextos reais de comunicação. 
Para ilustrar o uso do pronome tu no Rio Grande do Sul, sugerimos que 
você ouça música do Guri de Uruguaiana, intitulada Eu quero falar tu. 
Acesse em:
https://www.youtube.com/watch?v=e_ozwPd6EUA.
DICA
170
Podemos utilizar, sintaticamente, os pronomes pessoais do caso reto (eu, tu/
você, ele/ela, nós, vós/vocês/a gente, eles/elas) em algumas situações:
• Quando exercer a função de predicativo do sujeito. Exemplo: Minha vida é ela.
• Quando exercem a função de sujeito simples ou composto. Exemplos: Eu sou uma 
pessoa estudiosa. Ela e ele formam um casal.
• Os pronomes tu e vós quando exercem a função de vocativo. Exemplo: Vós, que sois 
generoso, ajudai a todos.
• Os pronomes eu e tu não precisam de preposição, pode-se substituí-los pelos 
pronomes mim e ti. Exemplos: Há uma bonita amizade entre mim e ela. Esse vestido 
cabe em ti.
• O pronome vós é encontrado em contextos formais, principalmente em obras literárias 
e textos religiosos. Exemplo: Só Vós sois Santo. 
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser tônicos ou átonos. Quando tônicos, 
são sempre precedidos de uma preposição e substituem um substantivo que tem fun-
ção de objeto indireto. São eles: mim, comigo, ti, contigo, ele, ela, nós, conosco, vós, 
convosco, eles, elas. Exemplo: Ele comprou flores para mim. 
Os pronomes pessoais quando átonos não são precedidos de uma preposição e 
podem substituir um substantivo que tem função de objeto direto ou de objeto indireto. 
São eles: me, te, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes. Exemplos: Ele me comprou flores. Deve-
mos valorizar as coisas que nos pertencem.
Os pronomes oblíquos átonos podem desempenhar a função sintática de 
complemento. São eles: 
• Objeto direto: me, te, o, a, nos, vos, os, as. Exemplo: Aceite-me como sou.• Objeto indireto: me, te, lhe, nos, vos, lhes. Exemplo: Entregou-me bombons.
• Adjunto adnominal: me, te, lhe, nos, vos, lhes, quando indicarem posse (algo de 
alguém). Exemplo: Roubaram-me os anéis.
• Complemento nominal: me, te, lhe, nos, vos, lhes, como complemento de adjetivos, 
advérbios ou substantivos abstratos. Exemplo: Tenho-vos respeito.
• Sujeito acusativo: me, te, o, a, nos, vos, os, as, quando estiverem em um período 
composto formado pelos verbos fazer, mandar, ver, deixar, sentir ou ouvir e um verbo 
no infinitivo ou no gerúndio. Exemplo: Deixem-nos sair!
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre seguidos de preposições e podem 
ter as seguintes funções:
• Complemento nominal – Exemplo: As conversas fazem bem a mim.
• Objeto direto – Exemplo: Eu não a encontrei na escola.
• Objeto indireto – Exemplo: Sua mãe lhe entregou o casaco.
• Adjunto adverbial – Exemplo: Eles farão os passeios conosco. 
• Agente da passiva – Exemplo: O trabalho da escola foi feito por ele.
171
- Se o verbo terminar em: m, ão ou õe, os pronomes oblíquos átonos 
o, a, os, as assumirão as formas no, na, nos, nas. 
- Se o verbo terminar em r, s ou z, as terminações são retiradas e os 
pronomes o, a, os, as assumirão as formas lo, la, los, las. Mas, quando 
seguidos de verbos que terminam em som nasal, os pronomes 
assumem as formas no, na, nos, nas.
- Se o verbo terminar em mos e for seguido de nos ou de vos, 
independente da predicação verbal, a terminação -s será retirada. 
- Se o verbo for transitivo indireto terminado em s e seguido de lhe, 
lhes, a terminação -s não é retirada.
NOTA
2.3 PRONOMES POSSESSIVOS 
Os pronomes possessivos, como o próprio nome diz, indicam uma relação de 
posse, ou seja, mostram que alguma coisa pertence a uma das pessoas do discurso. 
Os pronomes possessivos exercem a função de determinantes, como já 
mencionamos anteriormente, por isso, podemos chamá-los de pronomes adjetivos. 
Exemplo: Minha namorada tem consciência do quanto a amo. O pronome “minha” 
determina um nome/substantivo (namorada), atribuindo-lhe uma característica (função 
de adjetivo).
 São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical (possuidor), acrescentam 
a ela a ideia de posse de algo (coisa possuída). Exemplos: Onde está o meu carro? Maria 
é minha amiga.
Os pronomes possessivos variam em gênero e número, de acordo com as 
pessoas que detêm algo e o número de coisas que elas possuem. 
São pronomes possessivos: meu, minha, meus, minhas, teu, tua, teus, tuas, seu, 
sua, seus, suas, nosso, nossa, nossos, nossas, vosso, vossa, vossos, vossas, seu, sua, 
seus, suas.
Pessoas do discurso Pronomes possessivos
1ª pessoa (singular) meu, minha, meus, minhas
2ª pessoa (singular) teu, tua, teus, tuas
3ª pessoa (singular) seu, sua, seus, suas
172
1ª pessoa (plural) nosso, nossa, nossos, nossas
2ª pessoa (plural) vosso, vossa, vossos, vossas
3ª pessoa (plural) seu, sua, seus, suas
Agora vamos entender como se dá o emprego dos pronomes possessivos: 
• Os pronomes seu/sua (s) podem causar ambiguidade, para desfazê-la, deve-se 
preferir o uso do dele/dela(s). Exemplo: Maria falou com a professora sobre a sua 
blusa / Maria falou com a professora sobre a blusa dela. 
• Podem indicar aproximação numérica assim como também valor de indefinição. 
Exemplos. A minha prima tem lá seus trinta anos. Ele tem lá as suas dúvidas!
• Nem sempre indicam posse. Podem ter outros empregos, como: indicar afetividade. 
Exemplo: Não abandone o trabalho, minha filha!
• Fica na 3ª pessoa em frases onde se usam pronomes de tratamento. Exemplo: Vossa 
Excelência comprou sua passagem?
• Quando há mais de um substantivo, o possessivo concorda com o mais próximo. 
Exemplo: Recebi seu presente e a mensagem.
• Em algumas situações, os pronomes pessoais oblíquos átonos assumem valor de pos-
sessivo. Exemplo: José cumpriu-lhe o acordo (no lugar de José cumpriu seu acordo).
• No caso de seu quando resultar da alteração fonética da palavra  senhor não é 
pronome possessivo. Exemplo: Gosto de conversar com o seu Pedro.
2.4 PRONOMES DEMONSTRATIVOS
Os pronomes demonstrativos indicam a posição (espacial, temporal e no próprio 
discurso) em relação às pessoas do discurso. Eles podem ser variáveis ou invariáveis.
Pessoas do discurso Pronomes demonstrativos variáveis
1ª pessoa (singular) Este, esta, 
2ª pessoa (singular) Esse, essa, 
3ª pessoa (singular) Aquele, aquela, 
1ª pessoa (plural) estes, estas
2ª pessoa (plural) esses, essas
173
3ª pessoa (plural) aqueles, aquelas
1ª pessoa (singular) isto
2ª pessoa (singular) isso
3ª pessoa (singular) Aquilo
Espaço Tempo Variáveis Invariáveis
próximo presente este(s), esta(s) isto
pouco distante passado e futuro próximos esse(s), essa(s) isso
distante passado remoto aquele(s), aquela(s) aquilo
Observe que podem, também, esclarecer o uso dos pronomes demonstrativos 
em relação às pessoas do discurso:
• Os pronomes este, esta, isto se referem à pessoa próxima de quem fala (eu). Exemplo: 
Este caderno é meu. 
Quando um texto se refere a ele mesmo também usamos este/esta. Exemplo: 
Esta pesquisa tem a finalidade de resgatar obras de autoria feminina do século XVIII. 
/ Este artigo objetiva analisar a formação de leitores nas escolas públicas brasileiras. 
Usamos este/esta/isto para nos referirmos ao presente ou ao futuro. Exemplo: 
Este dia (hoje) está lindo! / A formatura de minha filha será dia 13 de dezembro e este 
será um dia especial!
E também vamos utilizar este(s)/esta(s) para indicar, enumerar itens. Exemplo: A 
lista de compras contém estes itens: banana, maçã, leite, margarina e iogurte. 
• Os pronomes esse, essa, isso se referem à pessoa próxima da pessoa a quem se fala 
(você). Exemplo: Esse livro foi escrito por Jorge Amado.
Se, como mencionamos antes, este/esta serve quando um texto se refere a 
ele mesmo, quando um texto menciona outro, o uso adequado é esse/essa. Exemplo: 
Bauman, no livro Modernidade Líquida, trata sobre a fluidez dos sentimentos e das 
relações. Essa obra...
174
Esse/essa/nesse/nessa é utilizado para se referir a tempo passado. Exemplo: 
No dia 13 de outubro, José saíra mais cedo do trabalho, pois nesse dia iria comemorar 
o aniversário da filha. 
• Os pronomes aquele, aquela, aquilo se referem à pessoa afastada de seus 
interlocutores. Exemplo: Quem é aquele rapaz que acaba de chegar?
 Por vezes, a palavra aquilo pode ter um sentido pejorativo. Exemplo: Àquilo chamam 
de homem?!
As palavras aquele/aquele/aquilo, quando craseadas adquirem novo sentido. 
Exemplo: Aquela mulher de vestido azul está olhando para você. / Àquela (para aquela) 
mulher dei meu coração. / Àquele (para aquele) homem dedico meu desprezo. 
Uma informação interessante: pouco se distingue quando se fala esse ou 
este, essa ou esta, isso ou isto. Na língua escrita ainda alguns seguem as regras para a 
utilização desses pronomes, mas, atualmente alguns autores tratam esse tipo de regra 
como inadequada, pois o usual prevalece e o tradicional, aos poucos, sucumbe.
É perda de tempo tentar inculcar nos aprendizes uma diferença entre 
esse e este que não existe mais na língua e que não é rigorosamente 
seguida sequer pelos que produzem gêneros escritos mais monitora-
dos. Mesmo nas gramáticas normativas, o quadro clássico é relativi-
zado. Mais uma vez repetimos: se a função da escola é ensinar o que 
a pessoa não sabe, cabe, sim, apresentar os demonstrativos – mas 
explicando que, muito tempo atrás na língua, eles só eram aplicados 
aos objetos próximos da pessoa que fala e que a repartição clássica 
em três séries de demonstrativos se reduziu – como na maioria das 
línguas – a duas: um para o que está mais próximo, outro para o que 
está distante. Para realçar o que está mais próximo da 1ª pessoa e 
mais próximo da 2ª, usamos os advérbios de lugar aqui e aí. Uma boa 
sugestão é coletar textos escritos, por exemplo, em jornais e revistas 
e ver como se dá ali o uso dos demonstrativos (BAGNO, 2012, p. 795).
A maneira como o pesquisador Marcos Bagno colocaa questão do esse/
este leva-nos a refletir sobre o assunto. Seria interessante excluir todas as formas de 
escrever, igualar as palavras dando-lhe sentido único? Na língua falada não distinguimos 
mesmo muitos termos, mas na escrita pensamos mais para expressar nossas ideias e 
procuramos evitar equívocos facilitando a leitura e o entendimento do receptor. 
Entretanto, se por um lado, por vezes, não se identifica a diferença entre este/
esta e esse/essa, por outro devemos considerar que há sim uma distinção semântica 
e desconsiderá-la pode nos induzir a entendimento equivocado da mensagem. 
Na oralidade e na linguagem coloquial, esses pronomes podem ser tomados como 
sinônimos, mas é preciso estarmos atentos, pois em textos acadêmicos ou com maior 
grau de formalidade, a distinção semântica é importante. Aí está uma boa discussão 
para a sala de aula.
175
Para provocar algumas discussões e levantar questões sobre o assunto, 
sugerimos a leitura de Professor de português x preconceito 
linguístico, publicado em 2019.
Acesse em: https://bit.ly/3z19UpE.
DICA
Vamos aos pronomes de tratamento, dando sequência às classificações dos 
pronomes.
2.5 PRONOMES DE TRATAMENTO
Pronomes de tratamento são palavras e expressões empregadas para tratar 
familiar ou cerimoniosamente o interlocutor. Apesar de designarem o interlocutor, ou 
seja, a pessoa com quem se fala (2ª pessoa), os pronomes de tratamento exigem verbo 
e pronome na 3ª pessoa.
Exemplos:
Você dirigiu seu carro novo?
Vossa Excelência comprou um carro novo?
Conforme Cereja e Magalhães (2005), empregamos alguns pronomes de 
tratamento precedidos de Sua, quando nos referimos à pessoa, e precedidos de Vossa, 
quando nos dirigimos diretamente a nosso interlocutor. 
Em numa situação formal, se uma pessoa se dirigir ao presidente da República, 
dirá, por exemplo: “Vossa excelência assinou os documentos?”, porque está se dirigindo 
diretamente a seu interlocutor, mas em conversa com outra pessoa, diria, por exemplo, 
referindo-se ao presidente: “Sua excelência assinou os documentos”. 
Vamos conhecer os pronomes de tratamento:
Pronomes de 
tratamento
Abreviatura 
singular
Abreviatura 
plural
Como utilizar
Você v vv tratamento íntimo, familiar
Senhor, senhora Sr., srª Srs. Srªs distanciamento mais respeitoso
176
Vossa Senhoria V. Sª V. Sªs
pessoas com prestígio, usamos 
em textos escritos como cor-
respondências oficiais.
Vossa Excelência V. Exª V. Exªs
pessoas com alta autoridade, 
como presidente da República, 
senadores, deputados, etc
Vossa Eminência V. Emª V. Emª cardeais
Vossa Alteza V. A. V A príncipes e duques
Vossa Santidade V S - papa
Vossa 
Reverendíssima
V Revmª V Revmªs
sacerdotes e religiosos em 
geral
Vossa Paternidade V P V P superiores de ordens religiosas
Vossa 
Magnificência
V Mag ª V Mag ªs reitores de universidades
Vossa Majestade V M V M M reis e rainhas
Os pronomes senhor e senhora são empregados no tratamento mais formal, 
enquanto que  você  e  vocês, no âmbito familiar e  são muito empregados na nossa 
língua. Importante lembrar que em algumas regiões, a forma  tu é bastante usada ao 
passo que vós  tem uso restrito à linguagem litúrgica ou literária e não a utilizamos 
corriqueiramente.
Como já dissemos ao falarmos sobre os pronomes pessoais, o pronome tu, 
pode ter um sentido pejorativo ou indicar excesso de intimidade em muitas regiões do 
país. Por isso, BAGNO (2011), inclusive, sugere uma exclusão desse pronome no ensino 
escolar. Contudo, no Sul do Brasil, o uso é constante, cotidiano. Nesse caso, talvez 
coubesse mais uma inserção do você, derivado de vossa mercê, na lista de pronomes 
pessoais e garantir a permanência do tu, estudando o caso a partir do viés das variantes 
linguísticas. Não se pode crer que nos estados do sul brasileiro o pronome caia em 
desuso tão cedo. 
A respeito do uso do tu, leia o seguinte texto: Formalidade e pronomes 
de segunda pessoa do singular no português gaúcho: dados de 
interpretação, de Ronan Pereira, publicado na Revista de Estudos da 
Linguagem. Lisboa, v. 29, n. 3, 2021. Acesse em:
http://periodicos.letras.ufmg.br/index.php/relin/article/view/17957.
DICA
https://uniasselvi01-my.sharepoint.com/personal/elaine_machado_uniasselvi_com_br/Documents/Área de Trabalho/v. 29, n. 3, 2021
177
Passaremos agora para outro tipo de pronomes, os interrogativos.
2.6 PRONOMES INTERROGATIVOS
Pronomes interrogativos referem-se sempre à 3ª pessoa gramatical e são uti-
lizados para interrogar, ou seja, para formular perguntas de modo direto ou indireto. 
Exemplos: Quem pagou a conta? (modo direto). Diga, por favor, quem pagou a conta 
(modo indireto).
Diz-se interrogação direta a pergunta que termina por ponto de 
interrogação e se caracteriza pela entoação ascendente:
Quem veio aqui?
Interrogação indireta é a pergunta que: a) se faz indiretamente e para 
a qual não se pede resposta imediata; b) é proferida com entoação 
normal descendente; c) não termina por ponto de interrogação; 
d) vem depois de verbo que exprime interrogação ou incerteza 
(perguntar, indagar, não saber, ignorar, etc.):
Quero saber quem veio aqui.
Eis outros exemplos de interrogação indireta começados pelos 
pronomes interrogativos já citados:
Ignoro que cabeça, senhora.
Indagaram-me que compraste.
Perguntei-te por que vieste aqui.
Não sei qual autor desconhece.
Desconheço qual consideras melhor.
Indagaram quantos vieram (BECHARA, 2009, p. 144).
Os pronomes interrogativos podem ser variáveis ou invariáveis. São eles:
Pronomes interrogativos variáveis
singular
quanto, quanta
qual
quem
o quê
onde
plural
quantos, quantas
quais
Pronomes interrogativos invariáveis
Agora vamos ver como podemos utilizar o pronome interrogativo:
• Que: pode ser um pronome substantivo quando tem o sentido de: que coisa.
Exemplos: Que aconteceu? Não entendi que falou Luiz com seu pai. E, ainda, pode 
ser um pronome adjetivo, quando tem o sentido de: que espécie de. Exemplos: Que 
dor é essa? Não sei que animal pode ter fugido.
178
• Quem: pode ser um pronome substantivo. Exemplos: Quem será aquele mascarado? 
Não queira saber quem eu encontrei. Pode, também, ser empregado como predicativo 
do sujeito (de um sujeito que esteja no plural) em orações que contenham o verbo 
ser. Exemplos: Quem eram as médicas desse hospital? Você sabe quem são os 
astronautas?
• Qual: geralmente é usado como pronome adjetivo. Exemplos: Qual é o objetivo desse 
trabalho? Diga-me qual desses meninos pegou a caneta.
• Quanto: pode ser tanto um pronome substantivo como um pronome adjetivo. 
Exemplos: Quantos anos você tem? Veja quantas cadeiras estão faltando.
Podemos usar, ainda, os pronomes interrogativos com valor exclamativo. 
Exemplos: Quem diria! Quanta felicidade! 
Vamos ver agora os pronomes relativos e sua função nas frases.
2.7 PRONOMES RELATIVOS
Os pronomes relativos relacionam-se sempre com o termo da oração que está 
antecedente, servindo de elo de subordinação das orações que iniciam. 
São pronomes relativos: que, quem, onde, o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, 
cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.
Com a função de ligar duas frases, geralmente é utilizado no início daquela que 
liga à outra. Exemplos: Essa é a casa onde vivi durante a infância. Esse é o professor 
de quem você falou?
Que quem Onde
pronome muito 
utilizado e refere-se 
a coisas ou pessoas.
refere-se só a pessoas e 
quase sempre é precedido 
de preposição.
refere-se a lugar; pode ser 
usado com preposição.
Qual quanto Cujo
sempre precedido 
de artigo.
usado depois de pronomes 
indefinidos tudo, tanto e todos.
une dois substantivos e dá 
ideia de posse e concorda 
em gênero e número, com o 
que possui.
Vamos saber quando usamos os pronomes relativos nas frases.
179
• Que, o qual e suas formas variáveis: quando possuem função de pronome relativo, 
podem referir-se a pessoas ou a coisas, exercendo o papel de referente do antecedente. 
Quando a regência verbal exigir, os pronomes relativos podem vir antecedidos poruma preposição. Exemplo: Não encontrei o documento que você perdeu.
• Quem: quando possui função de pronome relativo, refere-se apenas  a pessoas 
ou a coisas personificadas. Esse pronome normalmente será antecedido por uma 
preposição. Exemplos: Os amigos de quem você se perdeu no passeio voltaram para 
casa. / Gostei do filme a que assisti hoje.
• Cujo  e  suas formas variáveis: exigem antecedente e consequente na frase, pois 
indicam  relação de posse  (o antecedente possui o consequente). A variação  de 
gênero e de número precisa ocorrer quando houver necessidade de concordância 
com o consequente, pois não se usa artigo após esse pronome: Exemplos: Esse é o 
documento cujo proprietário assinou. / Aquele é o dono do carro cujo pneu estourou.
É importante observar que cujo e suas formas variáveis: cuja, cujos e cujas, não 
são utilizados no cotidiano ou quando são, muitas vezes, de maneira estranha. Vamos 
ver o que diz Bagno sobre esse assunto.
A baixíssima estatística de emprego do cujo e sua ocorrência 
limitada quase exclusivamente a gêneros textuais mais monitorados 
torna obrigatório o ensino das construções com esse pronome, 
uma vez que sua utilização não pode ser aprendida naturalmente, 
no convívio com a família e com outros membros da comunidade, 
como a grande maioria das regras gramaticais que cada indivíduo 
aprende na infância, ouvindo as outras pessoas falarem. Aprender a 
usar o pronome cujo é aprender, na prática, uma regra “estrangeira”, 
que não pertence ao vernáculo, e quem vai ensinar precisa ter 
sempre isso na consciência (BAGNO, 2012, p. 905).
• Quanto: trata-se de pronome relativo que virá  antecedido por um  pronome 
indefinido (tudo, todo, toda, todos, todas, tanto). Exemplos: O médico fez tudo quanto 
podia. / Todos quantos puderam contribuíram com a nossa causa social.
• Onde: equivale a em  que  e sempre fará referência a um lugar: Exemplos: Essa é 
cidade onde vivi. / Ali é a floresta onde os meninos se perderam.
• Quem e onde: geralmente aparecem sem fazer referência a antecedentes. Exemplos: 
Quem nunca come melado, quando come se lambuza. / Fico onde eu quiser.
3 PRONOMES ADJETIVOS E PRONOMES SUBSTANTIVOS
Os pronomes são classificados em pronomes adjetivos e pronomes substanti-
vos, de acordo como seguem ou substituem os substantivos.
Pronomes adjetivos acompanham os substantivos, como se fossem adjetivos, 
determinando e modificando o substantivo. Exemplos: Sua prima é inteligente. Aquelas 
professoras foram vacinadas.
180
Os pronomes substantivos, por sua vez, substituem o substantivo numa frase. 
São utilizados de forma a tornar o discurso menos repetitivo, com um vocabulário 
mais variado. Eles variam em gênero (masculino e feminino), número (plural e singular) 
e pessoa (1ª, 2ª ou 3ª pessoa do discurso), assim como os substantivos que estão 
substituindo na frase. Podem assumir a função de sujeito da oração. Exemplos: Aquilo é 
seu. / Marina gostou do livro e o comprou.
De acordo com a classificação, os pronomes substantivos podem ser do grupo 
de outros tipos de pronomes, como pessoal, possessivo, demonstrativo etc. 
Exemplos: 
Eles gostaram da aula. (pronome pessoal substantivo)
 Aquela casa é a minha. (pronome possessivo substantivo)
O meu carro é aquele. (pronome demonstrativo substantivo)
Qual é a diferença dos pronomes adjetivos dos pronomes substantivos? Depen-
de de saber qual o fator determinante que os classificam.
Os pronomes substantivos substituem o substantivo numa frase e os pronomes 
adjetivos acompanham e atribuem características ao substantivo. 
Exemplos: 
Minha casa é amarela. 
(O pronome adjetivo minha qualifica o substantivo comum casa).
Reformei a casa, mas não a pintei.
(O a é um pronome substantivo, pois substitui o substantivo casa: Reformei a 
casa, mas não pintei a casa).
Pronomes 
substantivos
Pronomes 
adjetivos
Pronomes que podem ser 
substantivos ou adjetivos
Algo, alguém, 
nada, ninguém, 
outrem, quem, 
tudo.
Cada, certo, 
certos, certa, 
certas, meu, 
meus, minha, 
minhas, teu, tua, 
teus, tuas; seu, 
sua, seus, suas, 
vosso, vossa, 
vossos, vossas; 
nosso, nossa, 
nossos, nossas.
algum, alguns, alguma, algumas
bastante, bastantes
muito, muitos, muita, muitas
demais, mais, menos
nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas
outro, outros, outras, outras
pouco, poucos, pouca, poucas
qualquer, quaisquer
qual, que
quanto, quantos, quanta, quantas
tal, tais
tanto, tantos, tanta, tantas
todo, todos, toda, todas
um, uns, uma, umas
vários, várias.
181
Segundo Bechara (2009), o pronome substantivo e pronome adjetivo podem 
aparecer em referência a substantivo claro ou oculto:
Meu livro é melhor que o teu.
Meu e teu são pronomes porque dão ideia de posse em relação à pessoa do 
discurso: meu (1ª pessoa, a que fala), teu (2ª pessoa, a com que se fala). Ambos 
os pronomes estão em referência ao substantivo livro que vem expresso no 
início, mas se cala no fim por estar perfeitamente claro ao falante e ouvinte. 
Essa referência a substantivo caracteriza a função adjetiva ou de adjunto de 
certos pronomes. Muitas vezes, sem que tenha vindo expresso anteriormente, 
dispensa-se o substantivo, como em: Quero o meu e não o seu livro (onde 
ambos os pronomes possessivos são adjetivos).
Já em: Isto é melhor que aquilo, os pronomes isto e aquilo não 
se referem a nenhum substantivo determinado, mas fazem as 
vezes dele. São, por isso, pronomes absolutos ou substantivos.
Há pronomes que são apenas absolutos ou adjuntos, enquanto 
outros podem aparecer nas duas funções.
Sugerimos a leitura do texto de Paulo Roberto Gonçalves-Segundo, 
publicado em 2017, que trata do estudo de pronomes na língua portuguesa 
com o título Caminhos para um ensino funcional de gramática 
orientado ao texto: pronomes pessoais e adjetivos em perspectiva 
intersubjetiva. Acesse em: https://bit.ly/3EOCgaX.
NOTA
DICA
Fechamos aqui o Tópico 2. Esperamos que você tenha conseguido tecer uma 
boa reflexão sobre o uso dos pronomes e sua aplicabilidade na construção textual. 
Vamos agora ao resumo do tópico!
182
RESUMO DO TÓPICO 2
 Neste tópico, você aprendeu:
• Pronomes  são palavras que substituem ou determinam os substantivos. Indicam 
as pessoas do discurso, expressam formas sociais de tratamento e substituem, 
acompanham ou retomam palavras e orações já expressas. 
• Há vários tipos de pronomes: pronomes pessoais, pronomes possessivos, pronomes 
demonstrativos, pronomes interrogativos, pronomes relativos e pronomes indefinidos. 
Além dessa classificação principal, os pronomes também podem ser adjetivos e 
substantivos. 
• Pronomes indefinidos referem-se sempre à 3ª pessoa gramatical, indicando que 
algo ou alguém é considerado de forma indeterminada e imprecisa. 
• Pronomes pessoais designam as pessoas do discurso. Os pronomes pessoais 
subdividem-se em pronomes pessoais do caso reto, pronomes pessoais oblíquos.
• Pronomes possessivos indicam uma relação de posse, ou seja, mostram que alguma 
coisa pertence a uma das pessoas do discurso.
• Pronomes demonstrativos indicam a posição (espacial, temporal e no próprio discur-
so) em relação às pessoas do discurso. Eles podem ser variáveis ou invariáveis.
• Pronomes de tratamento são palavras e expressões empregadas para tratar familiar 
ou cerimoniosamente o interlocutor. 
• Pronomes interrogativos referem-se sempre à 3ª pessoa gramatical e são utilizados 
para interrogar, ou seja, para formular perguntas de modo direto ou indireto.
• Pronomes relativos: relacionam-se sempre com o termo da oração que está 
antecedente, servindo de elo de subordinação das orações que iniciam. 
• Os pronomes adjetivos  acompanham os substantivos, como se fossem adjetivos, 
determinando e modificando o substantivo. Os pronomes substantivos substituem o 
substantivo numa frase.
183
RESUMO DO TÓPICO 2
1 (ENADE – 2011) Comecei a fazer um tratamento com um medicamento muito forte à 
base de corticoide. Para quem nunca tomou medicamento mais forte que uma Aspiri-
na ou um Tilenol, vocês podem imaginarcomo foi difícil para mim tomar esta medida. 
 Considerando o texto apresentado e as restrições naturais ao emprego do pronome 
oblíquo “mim” em português, avalie as asserções que se seguem. 
Neste texto, o pronome oblíquo está colocado antes do verbo e empregado de acordo 
com a norma culta. 
PORQUE
O fato de o pronome “mim” estar em posição imediatamente anterior ao verbo não 
indica, necessariamente, que ele seja o seu sujeito da oração, como ocorre no texto 
apresentado. 
A respeito dessas asserções, assinale a opção CORRETA:
a) ( ) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa 
correta da primeira. 
b) ( ) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma 
justificativa correta da primeira. 
c) ( ) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda, uma 
proposição falsa. 
d) ( ) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda, uma proposição 
verdadeira. 
e) ( ) Tanto a primeira quanto a segunda asserções são proposições falsas.
FONTE: <https://editora.pucrs.br/edipucrs/acessolivre/
Ebooks//Pdf/978-85-397-0301-2.pdf>.
Acesso em: 10 set. 2021.
2 (ENADE – 2011) Alguns estudos sobre fenômenos de mudança no Português brasi-
leiro mostram que a forma “a gente” se originou de um substantivo, “gente”, que, ao 
assumir, em certos contextos discursivos, determinados valores, passou a fazer parte 
de outra classe, a dos pronomes. Trata-se, pois, de um caso de gramaticalização, que, 
grosso modo, ocorre quando um item lexical se torna um item gramatical, ou quando 
itens gramaticais se tornam ainda mais gramaticais. Um desses estudos indica que, 
ao longo do tempo, o substantivo “gente” foi perdendo a especificação de número e 
de certas propriedades sintáticas e ganhando traços de pronome. 
 Considere dois grupos de exemplos relativos aos traços de número e ao arranjo 
sintático. 
AUTOATIVIDADE
184
Grupo A 
1a. Quem viu o mundo como eu vi viu as gentes como eram. 
2a. E sua gente foi com ele. 
3a. Esta gente anda não se sabe para onde. 
4a. Todas as gentes da aldeia ficaram arrasadas. 
Grupo B 
1b. E hoje a gente mora junto, por assim dizer. 
2b. A gente pegou a estrada.
3b. A gente vai mudar as nossas coisas para outro lugar. 
4b. O que a gente comia muito lá é sanduíche e sopa. 
Considerando o texto e os grupos de exemplos apresentados, assinale a opção CORRETA:
a) ( ) Quanto à flexão de número, os exemplos do grupo A não apresentam, com 
nitidez, a distinção pertinente a esse traço. 
b) ( ) Quanto à flexão de número, os dados do grupo B não trazem casos de “gente” 
flexionados. 
c) ( ) Quanto ao arranjo sintático, nos exemplos do grupo A, a expressão “gente” 
ocorre sem modificadores, característica dos pronomes.
d) ( ) Quanto ao arranjo sintático, nos exemplos do grupo B, “a gente” ocorre com 
diferentes modificadores, o que indica seu caráter de substantivo comum. 
e) ( ) De acordo com as informações do texto, a ordem diacrônica do português deve 
ser evolução da gramática do grupo B para a do grupo A.
FONTE: <https://editora.pucrs.br/edipucrs/acessolivre/
Ebooks//Pdf/978-85-397-0301-2.pdf>.
Acesso em: 10 set. 2021.
3 Observe a frase “Vi-o, assim chorando e gritando de dor”. O termo (o) destacado nessa 
frase pode ser classificado, morfológica e sintaticamente, como:
a) ( ) Artigo e adjunto adnominal.
b) ( ) Artigo e objeto direto.
c) ( ) Pronome oblíquo e objeto direto.
d) ( ) Pronome oblíquo e adjunto adnominal.
e) ( ) Pronome oblíquo e objeto indireto.
4 Na frase “Ninguém gosta de frio intenso, nem mesmo os que têm bons agasalhos 
consideram tal situação confortável”, como se classificam, morfologicamente, os 
termos em destaque? Observe o sentido que expressam na frase.
185
5 Observe as frases abaixo e explique a presença dos pronomes substantivos e dos 
pronomes adjetivos em destaque.
a) Minha amiga estuda matemática todos os dias.
b) Comprei o sítio, mas ainda não o visitei.
186
187
TÓPICO 3 - 
PREPOSIÇÃO, CONJUNÇÃO E INTERJEIÇÃO
1 INTRODUÇÃO
O Tópico 3 traz os conceitos e as especificidades dos três últimos elementos 
das classes de palavras: as preposições, as conjunções e as interjeições. Cada um deles 
tem a sua função dentro do contexto linguístico e há a necessidade de se conhecer a 
utilização com o objetivo de promover a comunicação. 
Vamos estudar as preposições, palavras invariáveis que unem palavras e 
orações, estabelecendo ideia de dependência dos termos. O mesmo ocorre com as 
conjunções subordinativas, que unem orações subordinadas. No caso das conjunções 
coordenativas, a função é de ligar as ideias expressas nas orações, mas de forma 
independente.
 
No caso das interjeições será importante perceber a sua presença nas conver-
sas, nas expressões orais e a medida correta para a sua utilização em textos, que ocorre 
especialmente em textos literários, sobretudo nas crônicas.
UNIDADE 3
2 VALORES SEMÂNTICOS DAS PREPOSIÇÕES
As preposições são palavras utilizadas para promover as  relações gramati-
cais que substantivos, adjetivos, verbos e advérbios estabelecem no discurso e, ainda, 
não aparecem sozinhas no discurso e são necessárias para a ligação entre dois termos. 
O valor semântico é o significado atribuído às palavras dentro de um contexto, melhor 
dizendo, essas palavras ganham sentido de acordo com a frase. Exemplos: Gosto de 
livros infantis. / Viajarei para Lisboa.
Nos exemplos citados podemos perceber que as preposições ligam os elemen-
tos da frase. Apesar de parecerem simples e supérfluas, as preposições são fundamen-
tais para a compreensão do sentido e facilitam o que se quer expressar. 
As preposições podem ser consideradas palavras gramaticais, ou seja, que 
não têm sentido sozinhas, mas que são fundamentais para estabelecer a relação 
entre outras palavras. Sintaticamente, as preposições não exercem uma função 
determinada e são denominadas de conectivos, pois têm apenas a função de ligar, 
conectar termos ou frases.
188
As preposições relacionam um termo anterior (antecedente) e um termo 
posterior (consequente). Para Bagno (2012) o termo “preposição” ocorre, principalmente, 
nas línguas da família indo-europeia. “Em outras línguas o que ocorre é “posposição”. 
Por conta disso, os pesquisadores contemporâneos preferem o termo “aposição”, pois 
podem ser “pré-” ou “pós-”: cheguei no Rio ontem; a proposta do Alfredo eu votei 
contra” (BAGNO, 2012, p. 854). 
Vamos ver os exemplos: 
Maria comeu pão com manteiga. Nesse caso, o termo antecedente seria pão, 
a preposição com e o termo consequente seria manteiga. Justamente por se usar a 
preposição, o segundo termo (termo consequente) explica o sentido do primeiro termo 
(termo antecedente), o que faz fluir o entendimento da mensagem. Na frase: Ela é uma 
mulher de coragem. O uso da preposição de liga os termos antecedente e consequente, 
explicando o termo anterior e dando sentido à frase.
2.1 TIPOS DE PREPOSIÇÕES 
As preposições classificam-se em preposições essenciais e preposições aci-
dentais. As preposições essenciais são aquelas que só aparecem na língua propria-
mente como preposições, sem outra função qualquer. 
 
Preposições essenciais: 
a de perante
ante desde sem
após em sob
até entre sobre
com para trás
contra por
Exemplos: 
Comprei um bolo de cenoura com chocolate. 
Trouxe um convite de aniversário a todos.
As preposições acidentais são as que não possuem, à princípio, a função de 
preposição, mas que podem exercê-la em determinadas situações.
Preposições acidentais:
189
afora
como
conforme
consoante
durante
exceto
feito
fora
mediante
menos
salvo
segundo
senão
tirante
visto
Exemplos: 
Durante a reunião, todos choraram. 
Só entrego a mercadoria mediante pagamento.
As preposições são termos invariáveis, não apresentam alterações em gênero, 
número ou grau. Mesmo assim, elas podem sofrer mudanças quando combinadas ou 
contraídas com termos variáveis, como artigos e pronomes, concordando com a frase 
no contexto geral.
Acontração é o que acontece quando há mudanças no sentido da preposição. 
As preposições de e em, por exemplo, formam contrações com os artigos e com diversos 
pronomes. Exemplos: 
Do Dos da Das
Num Nuns numa Numas
Disto Disso daquilo
naquele Naqueles naquela Naquelas
Outros casos:
em + a = na
em + aquilo = naquilo
de + aquela = daquela
de + onde = donde
As formas  pelo,  pela,  pelos,  pelas  resultam da contração da erudita 
preposição per com os artigos definidos. Por exemplo: per + o = pelo.
A combinação é o que acontece quando a preposição permanece alterada, sem 
perda de características fonéticas. Exemplo: preposição a + artigo masculino o = ao; 
preposição a + artigo masculino os = aos.
Vamos ver a lista de contração e combinação de preposições:
190
Preposição de
do = de + o
da = de + a
dum = de + um
duma = de + uma
dele = de + ele
dela = de + ela
deste = de + este
dessa = de + essa
daquilo = de + aquilo
dali = de + ali
Preposição em
no = em + o
na = em + a
num = em + um
numa = em + uma
nele = em + ele
nela = em + ela
neste = em + este
nessa = em + essa
naquilo = em + aquilo
Preposição a
à = a + a
às = a + as
ao = a + o
aos = a + os
àquele = a + aquele
àquilo = a + aquilo
Preste atenção quando se usa a preposição de juntamente com o artigo o ao 
iniciar o sujeito de um verbo. Nesse caso, não existe a contração do, e o correto, pela 
norma culta, é usar de o. 
Exemplo: É a vez do menino jogar bola. Segundo as regras da gramática 
normativa, o correto seria colocar assim: É a vez de o menino jogar bola. A explicação 
seria a questão sintática, pois com o sujeito – menino – seguido pelo verbo jogar, teria 
que se desdobrar o do, ficando de o (preposição e artigo separados).
Outra questão a ser considerada é a utilização da crase, como resultado da 
junção de vogais idênticas. Vamos ver os casos:
à = preposição a com o artigo definido a
às = a + as 
ao = a + o
aos = a + os
àquele = a + aquele 
àquilo = a +aquilo
àquela = a + aquela
191
As preposições são utilizadas, geralmente, na introdução de complementos nominais 
e verbais, de locuções adjetivas, de locuções adverbiais e de orações reduzidas. Elas são 
importantes para a compreensão dos textos. Algumas preposições transmitem a noção de 
movimento, sendo dinâmicas, outras de situação, sendo estáticas.
Preposições de movimento: Eu vou a Portugal.
Preposições de situação: Tenho medo de cobras e de sapos. Estou sem emprego.
As preposições podem estabelecer várias relações e são importantes para o entendimento 
delas. Veja:
Assunto: A prova será sobre a pandemia no Brasil.
Autoria: Este livro de Machado de Assis é ótimo.
Causa: Minha barriga dói de fome.
Companhia: Gosto de viajar com meus filhos.
Conteúdo: Gosto de usar a caneta com tinta azul brilhante.
Destino: Os alunos estão voltando para a escola.
Distância: São Paulo fica a 450 km daqui.
Especialidade: Ele é bom em matemática.
Finalidade: Comprei cadernos e lápis para ensinar as crianças.
Instrumento: João cortou-se com uma faca.
Lugar: A conferência mundial foi em Londres.
Matéria: Meu estojo é de plástico.
Meio: Iremos para o Peru de avião.
Modo: A eleição será decidida por votos dos brasileiros.
Oposição: Os pais são contra a volta das aulas presenciais.
Origem: Lúcia veio de Lisboa.
Posse: Este carro é do meu avô.
Preço: As blusas ficam por R$ 300,00.
Tempo: O avião chegará em uma hora.
NOTA
O próximo item que vamos estudar refere-se às locuções prepositivas, para 
entender melhor como ocorre a junção de termos que as compõem e sua utilização 
nos textos.
2.2 LOCUÇÕES PREPOSITIVAS
Referem-se a um grupo de palavras com valor e emprego de uma preposição. 
As principais locuções prepositivas são constituídas de um advérbio ou de uma locução 
adverbial seguido da preposição de, a e com. 
a fim de ao lado de debaixo de
a respeito de apesar de dentro de
abaixo de atrás de diante de
192
acerca de através de em frente de
acima de de acordo com em lugar de
antes de de cima de em vez de
2.3 USO DAS PREPOSIÇÕES
A importância da preposição se dá pela colocação correta no texto. Lembrando 
que preposição é toda palavra invariável que liga duas outras palavras, estabelecendo 
entre elas uma relação de sentido e de dependência entre os elementos. Observe que o 
termo que antecede a preposição é denominado regente e o termo que sucede chama-
se termo regido.
Vamos ler a seguinte crônica, escrita pelo jornalista João Trindade, que discute 
o uso de para e a, mostrando a colocação correta de cada um como forma equivalente 
do sentido que quer expressar no texto.
O ‘jornalista’ que ‘entendia’ de preposições e amizade
João Trindade
Certa vez, um “jornalista”, de cujo nome confesso que esqueci, pediu, por meio de um 
irmão meu, um poema para publicação na página dele.
Fiquei feliz, porque sempre fico satisfeito quando alguém lembra que sou poeta e de 
minha poesia.
Naquela época, página em internet era uma novidade; eram raras e ainda não 
tinham esse nome de “Portal”.
Selecionei, com todo o cuidado, um poema meu que considero muito bom e é dedica-
do a Sérgio de Castro Pinto, por ser claramente inspirado no estilo dos poemas dele.
Fiquei, no entanto, triste, quando vi o texto publicado. O cara mudou,  sem me 
consultar, a dedicatória.
Minha dedicatória era:
Para Sérgio de Castro Pinto.
O sujeito mudou para:
“A Sérgio de Castro Pinto”.
Realmente, não fiquei satisfeito e mandei um “e-mail”, questionando.
A justificativa dele:
– Mudei sim; você conhece Sérgio de Castro Pinto? Porque você só poderia usar 
“para Sérgio de Castro Pinto” se você conhecesse ele (sic). Sérgio de Castro Pinto é 
um poeta muito famoso… Então, tem que ser a Sérgio de Castro Pinto.'
193
Quer dizer:
De uma “lapada” só, o cara quis me dar uma lição sobre o emprego das preposições 
e, ainda por cima, duvidou de uma das mais caras amizades (da qual tenho muito 
orgulho) que tenho, há décadas. 
FONTE: <https://portalcorreio.com.br/o-jornalista-que-entendia-de-preposicoes-e-amizade/>. Acesso 
em: 23 jul. 2021.
Como já foi dito, a preposição liga os termos de uma oração, dando sentido 
ao texto falado ou escrito, inclusive estreitando o significado decorrente do conectivo 
utilizado.
Podemos perceber, nos dias de hoje, o desaparecimento da preposição a e 
isso se deve ao fato de as pessoas em geral não saberem utilizar o a com crase. O 
pesquisador Bagno (2012, p. 874) fala sobre esse assunto:
[...], ainda é preciso, no trabalho da educação linguística, ensinar 
os empregos da preposição a em textos mais monitorados, sem 
contudo reprimir os usos já consagrados de outras preposições com 
verbos do tipo ir, vir, chegar, dirigir-se, dar etc. E, também, ensinar a 
regra meramente ortográfica do uso do acento indicador de crase.
Com relação a pouca ou nenhuma utilização do a craseado, ao autor da citação 
anterior sugere uma atividade de pesquisa para os alunos, que se encontra no trabalho 
de Gomes (2019, p. 74), que tem os pressupostos de Bagno como seu objeto de estudo:
A pesquisa pode ser empreendida nos textos autênticos disponíveis 
no ambiente escolar. Depois de realizadas atividades ‘para a fruição 
da leitura e para o aprendizado sistemático da leitura’, solicita-se ao 
aluno que assinale ao longo do texto todas as ocorrências de à e às. 
As ocorrências podem ser recolhidas em uma folha de caderno ou no 
computador, se houver a possibilidade. Elas devem ser dispostas no 
papel na ordem em que aparecem no texto. ‘É muito importante que 
recolham não só o a craseado, mas também o contexto em que ele 
aparece’. Por isso, é solicitado aos alunos que copiem tudo o que esti-
ver entre os pontos antes e depois da ocorrência.
Vamos ao exemplo de Bagno (2012, p. 85): “Isabel apareceu à janela do palácio 
e dirigiu um belo sorriso à multidão”. Somente assim podemos levar os alunos a deduzir 
as regras de uso do acento indicador de crase: investigando o contexto sintático maior 
em que o acento vai aparecer.
Observando as respostas dos alunos, o professor pode elencar as respostasdadas por eles, fazendo com que percebam que a crase foi utilizada antes de palavras 
femininas apenas, que se juntavam à preposição a. Chega-se, então, à regra básica: “só 
https://portalcorreio.com.br/o-jornalista-que-entendia-de-preposicoes-e-amizade/
194
se usa à/às diante de palavras femininas”. Segundo Bagno (2012, p. 875), “essa regra 
simples resolve a maior parte dos problemas e das dúvidas quanto ao uso do acento 
indicador de crase”. 
Esse trabalho de pesquisa é a forma mais adequada de promover 
a educação linguística não só dos alunos, mas também a nossa, 
de orientá-los (e orientar-nos) para a construção de seu próprio 
conhecimento e funcionamento da língua e de mostrar a eles que a 
gramática é um objeto de pesquisa científica, tanto quanto qualquer 
outro objeto de qualquer outra ciência (BAGNO, 2012, p. 875).
Colocamos aqui um exemplo de utilização da preposição a quando se une ao 
artigo a e resulta em um a craseado. Isso serve para mostrar como podemos trabalhar 
em sala de aula levando os alunos a entender o uso de conectivos e como se relacionam 
com os elementos de uma frase.
Por falar em crase, vamos elencar casos de sua utilização: 
– Antes de palavras femininas com substantivos e adjetivos que pedem a preposição a e 
com verbos cuja regência é feita com a preposição a, indicando a quem algo se refere, como: 
agradecer a, pedir a, dedicar a, assistir a etc. Exemplo: Assisti ao filme no cinema.
– Em diversas expressões adverbiais, locuções prepositivas e locuções conjuntivas: à noite, 
à direita, à toa, às vezes, à deriva, às avessas, à parte, à luz, à vista, à moda de, à maneira de, 
à exceção de, à frente de, à custa de, à semelhança de, à medida que, à proporção que… 
Exemplo: Quero que faça a pesquisa à luz do cientificismo. 
– Observação: pode ocorrer crase antes de um substantivo masculino desde que haja uma 
palavra feminina que se encontre subentendida, como no caso das locuções à moda de e à 
maneira de. Exemplo: Uso sapato à Luiz XV.
– Antes da indicação exata e determinada de horas: 
Exemplo: Sairemos às seis horas. 
* Nota: Com as preposições para, desde, após e entre, não ocorre 
crase. Exemplos: Estou esperando vocês desde as três horas.
–Em diversas expressões de modo ou circunstância, atuando como 
fator de transmissão de clareza na leitura: Eu faço a lição à mão.
Para indicar locais, deve-se observar a localidade. 
Exemplo: Eu irei a Paris. Sem crase, pois não exige artigo. Confira: 
Eu volto de Paris (preposição de). Outro exemplo: Eu vou à França. 
Com crase, pois exige artigo. Veja: Eu volto da França (preposição 
de + artigo a).
FONTE: Adaptado de <file:///D:/Meus%20Documentos/Downloads/
leia-algumas-paginas-da-obra-gramatica-moderna.pdf>. Acesso em: 
11 set. 2021.
NOTA
A proposta é que se façam atividades para explorar o sentido das preposições e 
não apenas decorar os tipos que foram apresentados, pois servem apenas de norte para 
a compreensão e reconhecimento nos textos.
file:///D:/Meus Documentos/Downloads/leia-algumas-paginas-da-obra-gramatica-moderna.pdf
file:///D:/Meus Documentos/Downloads/leia-algumas-paginas-da-obra-gramatica-moderna.pdf
195
Agora passaremos para outro conectivo, as conjunções. Elas, por sua vez, unem 
orações coordenadas ou subordinadas, que dependem de seu sentido para estabelecer 
a mensagem.
3 CONJUNÇÕES
Estudar as conjunções permite que se tenha conhecimento da forma como os 
termos de uma oração se relacionam. Para Cegalla (2008, p. 289), conjunção “é uma 
palavra invariável que liga orações ou palavras da mesma oração”.
Ampliando esse conceito, é importante entender a função que esses conectivos 
exercem no comando de uma mensagem, pois sua utilização equivocada leva a outros 
entendimentos.
3.1 CONCEITO DE CONJUNÇÕES
As conjunções são conectivos invariáveis que servem para unir os termos 
de uma frase, oração ou período dando-lhes sentido. Para Bechara (2009, p. 268), “a 
língua possui unidades que têm por missão reunir orações num mesmo enunciado. 
Essas unidades são tradicionalmente chamadas conjunções, que se repartem em dois 
tipos: coordenadas e subordinadas”. Ele nomeia, ainda, as conjunções de conectores e 
transpositores.
Veja essa matéria publicada no site da Globo, em Memórias, espaço dedicado a 
grandes profissionais, nesse caso, o jornalista José Hamilton Ribeiro.
[...]
“As grandes mudanças que a Realidade fez foram a forma de tratar a pauta, 
o assunto e as condições de trabalho do repórter”, diz José Hamilton. “As pautas 
eram voltadas para a vivência pessoal. Como se tratava de uma revista mensal, eram 
feitas grandes reportagens, com profundidade ambiciosa. Só escrevíamos depois de 
ter vivenciado uma situação pessoal. Às vezes, o repórter trabalhava três ou quatro 
meses numa pauta, algo que nunca tinha sido feito no Brasil. A empresa oferecia 
as condições para o repórter trabalhar todo aquele tempo”. Para fazer uma matéria 
sobre preconceito racial no Brasil, José Hamilton foi orientado a ficar preto. Bem que 
tentou. Tomou remédio para estimular a produção de melanina, sob a supervisão de 
um professor de dermatologia e banhos de imersão com permanganato de potássio, 
mas continuou branco. Quando sugeriram maquiagem, desistiu: não queria passar 
pelo vexame de ser descoberto na rua como falso negro, nem ir contra a orientação 
da revista.
196
Se a matéria do preconceito quase vira farsa, a tentativa de cobrir a guerra 
do Vietnã se transformou em tragédia: com 20 dias de Vietnã, José Hamilton pisou 
numa mina e teve a perna esquerda estraçalhada. Mas não perdeu a matéria. Uma 
foto dele ferido no campo de batalha foi para a capa da Realidade e entrou para a 
história. Em 1969, escreveu um livro sobre a cobertura, O Gosto da Guerra, e ganhou 
outro Prêmio Esso. Ficou na Realidade por sete anos, chegou a ser editor-chefe e 
por três vezes ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo, em 1967, 1968 e 1973. De 1973 a 
1975, foi repórter da revista Veja.
Em função do governo militar, diz José Hamilton, muitos jornalistas ficaram 
sem espaço em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Rio Grande do Sul e Recife. 
A grande imprensa brasileira, ou por bem ou por mal, se acomodou com a censura. 
Quem tentou reagir por mal levou pancada e se enquadrou. Dessa forma, de 1975 a 
1980, deixei a grande imprensa escrita e fui trabalhar em jornais do interior.
FONTE: RIBEIRO, J. A. José Hamilton Ribeiro. [entrevista concedida ao] Memória Globo – Perfil 
completo, 14 nov. 2006. Disponível em: https://memoriaglobo.globo.com/perfil/jose-hamilton-ribeiro/
perfil-completo/. Acesso em: 10 set. 2021.
Observe que na matéria jornalística há a presença de vários conectivos que 
ligam as ideias. Lendo devagar e atentamente, você vai perceber que o ritmo do texto 
se altera. Quando surge um mas, muda o rumo da história, por exemplo. 
É importante conhecer o sentido que cada conjunção pode expressar para tirar 
proveito de seu uso nos textos. Bagno (2012, p. 881) ressalta que as conjunções “são 
palavras que, tal como os advérbios e as preposições, constituem o que os linguistas 
vêm chamando de classe heterogênea, isto é, uma classe formada por indivíduos muito 
diferentes entre si na forma e na função”.
É inadmissível, portanto, a prática que ainda se perpetua entre 
muitos docentes de aconselhar seus alunos a “evitar a repetição 
do mas” e substituir mecanicamente a conjunção adversativa por 
seus supostos “equivalentes” porém, contudo, todavia, no entanto, 
entretanto... Não existe equivalência alguma, até porque são 
palavras de classes gramaticais diferentes. A conjunção mas é um 
instrumento textual-discursivo indispensável. A produção de textos 
bem construídos não se limita a evitar repetições nem muito menos a 
substituir mecanicamente determinadas palavras por outras (BAGNO, 
2012, p. 892).
A matéria jornalística foi escolhida para exemplificar a situação proposta por 
Bagno quando fala das substituições que aprendemos e ensinamos os alunos a fazer 
em seus textos. O sentido da conjunção em“Mas não perdeu a matéria” dá a perfeita 
ideia da adversidade: apesar de tudo o que passou, virou o jogo a seu favor. Esse é o tipo 
de análise a ser feita quando nos deparamos com as conjunções.
197
Segundo Cunha e Cintra (2008, p. 593), “conjunções são os vocábulos 
gramaticais que servem para relacionar duas orações ou dois termos semelhantes da 
mesma oração. E classificam-se em coordenativas e subordinativas”. 
Devemos notar que os termos que se relacionam na mesma oração possuem a 
mesma função gramatical, que é denominada como conjunção coordenativa e quando 
as conjunções ligam uma oração à outra completando o sentido delas é chamada de 
subordinativa. 
Exemplos: 
Gosto de acordar cedo e tomar café com leite todos os dias. 
A conjunção e liga as orações de forma independente. As ações podem ser 
entendidas separadamente, portanto trata-se de conjunção coordenativa (e). 
Só irei à festa se não chover. 
Nesse caso, uma ideia ou ação está ligada à outra, por meio de uma condição. 
Não se pode pensar em uma oração sem a outra, pois são dependentes e a conjunção 
se é classificada como subordinativa.
3.2 TIPOS DE CONJUNÇÕES
Vamos conhecer as orações coordenadas que são ligadas pelas conjunções 
coordenativas e as orações subordinadas, ligadas pelas conjunções subordinativas, 
mostrando, nesse caso, uma forma de dependência entre elas.
3.2.1 Conjunções coordenativas e subordinativas
As conjunções podem ser subordinativas ou coordenativas, de acordo como se 
apresentam nas frases, orações ou períodos. Considera-se que as coordenativas ligam 
termos independentes, ao contrário das subordinativas. 
a) Conjunções coordenativas
As conjunções coordenativas servem, então, para unir elementos dentro de uma 
frase, oração ou período e recebem o mesmo nome dos tipos de orações coordenadas 
sindéticas. Azeredo (2014, p. 198) denomina “conjunções coordenativas à espécie de 
palavras gramaticais que unem duas ou mais unidades (palavras, sintagmas ou orações) 
da mesma classe formal e mesmo valor sintático”. Elas exprimem sentido aos termos 
dentro do texto, como se pode ver: 
• Conjunções adversativas expressam oposição: contudo, entretanto, mas, não 
obstante, no entanto, porém, todavia. Exemplo: 
 Gosto de escrever, porém não tenho tempo.
198
• Conjunções aditivas expressam soma: e, mas ainda, mas também, nem.
 Exemplo: Os meninos não só estudam, mas também se divertem.
 Observe que a conjunção mas, que mais comumente é tida como adversativa, aqui 
tem sentido aditivo. Por isso, ressaltamos a necessidade de um estudo não mecânico, 
pautado na análise de textos reais. 
• Conjunções alternativas exprimem alternância: já…, já…, ou, ou… ou…, ora… ora…, quer… 
quer. Exemplo: Ou você estuda ou trabalha. 
• Conjunções conclusivas exprimem conclusão: assim, então, logo, pois (depois do 
verbo), por conseguinte, por isso, portanto. Exemplo: Penso, logo existo.
• Conjunções explicativas exprimem explicação: pois (antes do verbo), porquanto, 
porque, que. Exemplo: Choveu muito à noite, porque as ruas estão alagadas.
Note que a conjunção  e  pode apresentar ideia de adversidade também, de 
acordo com o que se quer dizer. Veja esses casos: 
Elas foram reprovadas na escola e (com ideia de mas) não reclamaram. 
João quis sair da festa e (com ideia de mas) não pôde.
Há ainda a locução conjuntiva, quando duas ou mais palavras exercem a 
função de conjunção. Para Cereja e Magalhães (2005, p.191-192) “duas ou mais palavras 
empregadas com valor de conjunção constituem uma locução conjuntiva: já que, 
visto que, se bem que, a fim de que”. Podemos acrescentar também: ainda que, desde 
que, assim que, uma vez que, antes que, logo que. Exemplo: 
Ele pagará a dívida, assim que começar a trabalhar.
b) Conjunções subordinativas
As conjunções subordinativas  são os termos que ligam duas orações 
sintaticamente dependentes. É o contexto da frase o que determina o tipo de relação 
estabelecida pela conjunção, portanto o contexto é fundamental. Azeredo (2014, p. 
198) define “conjunções subordinativas como a palavra invariável que, anteposta a uma 
oração com verbo flexionado em tempo, forma, estabelecendo com ela uma espécie 
sintagma derivado”.
As conjunções subordinativas dividem-se em: causais, concessivas, 
condicionais, comparativas, finais, proporcionais, temporais, comparativas, consecutivas 
e integrantes. Vamos ver cada uma dessas conjunções:
• Conjunções causais ligam as orações subordinadas e expressam a ideia de causa, de 
motivo. São elas: porque, pois, porquanto, como (no sentido de porque), pois que, por 
isso que, a que, uma vez que, visto que, visto como, que. Exemplos: 
199
Não fui à escola porque choveu muito.
Não comprei carro ainda porque não tenho dinheiro.
• Conjunções concessivas iniciam uma oração em que ocorre um fato contrário à ação 
principal, mas sem conseguir impedir que esse fato aconteça. São elas: embora, 
conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, bem que, se bem que, apesar de que, 
nem que, que. Exemplos:
Ainda que não possamos sair de casa, temos que ir à escola.
Embora estivesse muito nervosa, teve que apresentar a pesquisa.
• Conjunções condicionais (ou hipotéticas) iniciam uma oração subordinada em que 
é indicada uma hipótese ou uma condição necessária para que seja realizado ou 
não o fato principal. Segundo Bechara (2009, p. 274), “iniciam oração que em geral 
exprime: a) uma condição necessária para que se realize ou se deixe de realizar o que 
se declara na oração principal; b) um fato – real ou suposto – em contradição com o 
que se exprime na oração principal”. São elas: se, caso, quando, conquanto que, salvo 
se, sem que, dado que, desde que, a menos que, a não ser que. Exemplos: 
Se não chover, irei à praia.
Eu continuarei com minhas ideias a menos que não sejam aceitas. 
• Conjunções conformativas iniciam uma oração subordinada em que se exprime a 
conformidade de um pensamento com o da oração principal. São elas: conforme, 
como (no sentido de conforme), segundo, consoante. Exemplos: 
Iremos ao baile conforme combinamos.
Fizemos as lições segundo as orientações do professor.
• Conjunções finais iniciam uma oração subordinada que exprime a finalidade ou o 
objetivo expresso da oração principal. São elas: para que, a fim de que, porque (no 
sentido de que), que. Exemplos: 
Eu estudei muito a fim de passar de ano.
Haverá isolamento social para que possamos evitar contágio.
• Conjunções proporcionais introduzem uma oração que expressa um fato relacionado 
proporcionalmente à ocorrência da principal, ou detalhando, quando iniciam oração 
que exprime um fato que acontece, aumenta ou diminui na mesma proporção daquilo 
que ocorre na oração principal. São elas: à medida que, ao passo que, à proporção 
que, enquanto, quanto mais... (no sentido de mais), quanto mais... (no sentido de tanto 
mais), quanto mais... (no sentido de menos), quanto menos... (no sentido de menos), 
quanto menos... (no sentido de tanto menos), quanto menos (no sentido de mais), 
quanto menos (tanto mais). Exemplos: 
Não gosto de viajar de avião, quanto mais de navio.
À medida que o tempo passa, mais nos conhecemos.
200
• Conjunções comparativas iniciam uma oração que expressa ideia de comparação 
com referência à oração principal. Essas comparações podem ser feitas da seguinte 
forma: como parâmetro de igualdade, que se apresenta com os termos como ou 
quanto em correlação com o advérbio tanto ou tão da oração principal; superioridade, 
utilizando os termos que ou do que em correlação com o advérbio mais da oração 
principal e inferioridade, termos que ou do que em correlação com o advérbio menos 
da oração principal.
 São conjunções comparativas: que, do que (usado depois de mais, menos, maior, 
menor, melhor, pior), qual (usado depois de tal). Exemplos: 
A vida é tão boa hoje como era nos tempos de infância. 
A prova de hoje será mais difícil que a de ontem.
• Conjunções consecutivas iniciam uma oração na qual é indicada a consequência do 
que foi declaradona oração anterior. São elas: que (precedido de tão, tal, tanto), de 
modo que, de maneira que. Exemplos: 
Os fogos foram tão barulhentos que os cachorros se esconderam.
A alegria era tanta que a menina até chorou.
• Conjunções integrantes são utilizadas para introduzir a oração substantiva, que atua 
como sujeito,  objeto direto,  objeto indireto, predicativo, complemento nominal ou 
aposto de outra oração. São elas: que e se. Exemplos: 
É mentira que ele não comprou o presente. 
Não sei se você viu o meu celular novo.
• Conjunções temporais indicam uma oração subordinada que mostra uma circuns-
tância de tempo. São elas: quando, antes que, depois que, até que, logo que, sempre 
que, assim que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, mal, que (des-
de que). Exemplos: 
Saiu correndo, assim que soube do resultado do exame.
Todos ficaram muito tristes quando ele partiu.
As conjunções devem ser vistas como conectivos que ligam termos ou orações, 
de forma que as deixem dependentes ou independentes, de acordo com o sentido que 
elas expressam.
No caso das conjunções e preposições, bem como os pronomes que estudamos 
no tópico anterior, podemos dizer que funcionam como elementos de coesão textual 
e estabelecem relação entre palavras, expressões, orações, frases ou parágrafos em 
determinado discurso. Ou seja, além de estudarmos esses recursos gramaticais e suas 
regras de uso, é preciso analisar sua funcionalidade dentro de textos que circulam 
socialmente. Assim, de fato, conseguiremos transformar esse conhecimento em 
benefício da produção de uma escrita de qualidade. Esses são, como classifica Bagno 
(2012), os “nós e os nexos” do discurso. 
201
Veremos agora as interjeições e a forma como se apresentam no texto. São 
fáceis de serem reconhecidas pelo seu sinal gráfico, mas importante entender o seu 
significado em contextos diversos.
4 INTERJEIÇÕES
As interjeições são estudadas como um dos elementos que compõem as 
classes de palavras, mas antes de tudo expressam uma forma viva da linguagem, 
principalmente falada. Usamos cada vez mais nas conversas, inclusive gesticulando 
ao mesmo tempo, e nos “bate-papos” nas redes sociais, às vezes acompanhadas de 
figuras ou memes (ilustrações de referência).
Analisamos as interjeições em sua manifestação oral e, 
consequentemente, percebemos que uma mesma interjeição 
pode apresentar sentidos diferentes, e o que vai determinar este 
sentido é a sua aplicação em um determinado contexto, ou seja, a 
interjeição só pode ser classificada a partir da função que exercer 
na situação comunicativa em que ocorre, o que torna a situação de 
uso e a aplicabilidade na interação humana, fatores imprescindíveis 
para a obtenção de sentido e de função exercida pelas interjeições. 
Isso nos leva a entender que a situação discursiva deve ser tomada 
como base para a compreensão das interjeições (ESTEVÃO; AMORIM; 
BEZERRA, 2018, p. 8-9).
As interjeições ganham notoriedade na liberdade de expressão, pois mostram o 
dinamismo da língua com contornos de criatividade e de expressão de sentimentos. Va-
mos ver um pouco dos seus conceitos para reconhecê-los nas diferentes formas de textos.
4.1 CONCEITO
A interjeição é uma palavra invariável (não sofre variação em gênero, número 
e grau) que representa um recurso da linguagem afetiva. E por ser considerada uma 
linguagem afetiva consideramos a interjeição uma forma de expressão, como um 
grito, um suspiro, uma expressão de espanto, um jeito de demonstrar um estado de 
espírito etc. Ela expressa sentimentos, sensações, estados de espírito, sendo sempre 
acompanhadas de um ponto de exclamação (!). 
As interjeições são consideradas “palavras-frases” uma vez que representam 
frases-resumidas, formadas por sons vocálicos (Ah! Oh! Ai!), por palavras (Droga! Psiu! 
Puxa!) ou por um grupo de palavras denominadas de locuções interjetivas (Meu Deus! 
Ora bolas!). Vale lembrar que  as interjeições não possuem função sintática, sendo 
apenas um elemento estilístico.
202
O fenômeno interjetivo, por sua natureza espontânea, emotiva, 
discursiva e léxico-gramatical, deixa, muitas vezes, entender que 
se trata de um recurso comunicativo simples seja do ponto de 
vista da forma, seja de seu aspecto funcional/discursivo. Estudos 
linguísticos mais atuais têm demonstrado que a interjeição apresenta 
propriedades complexas tanto na forma quanto no conteúdo/função 
discursiva. Dentre as propriedades formais, destacam-se: natureza 
lexical primária ou secundária (neste caso, quando derivadas de outras 
formas da língua: nossa!), podem ser simples ou compostas (como 
ocorre com as locuções: meu deus!), de modo geral, são invariáveis 
e, quanto ao aspecto sintático, as interjeições têm autonomia 
semântica e podem ocorrer em diferentes posições na sentença: 
início, meio ou fim. No plano funcional, são comunicativamente 
autônomas, desempenhando várias funções discursivas (conativa, 
fática, cognitiva, interacional), além de explicitarem afetividade e 
conteúdo semântico equivalente a orações [...] (BATISTA; RAMOS, 
2015, p. 16-17).
Algumas interjeições sofrem variação em grau. Como ocorre isso? Não se trata 
de um processo natural da interjeição, apenas uma variação justamente por ser uma 
linguagem afetiva. Exemplos: oizinho, bravíssimo, até loguinho, tchauzinho etc.
4.2 TIPOS DE INTERJEIÇÕES
As interjeições não estão inseridas na classificação normal das palavras, no 
sentido morfológico e sintático, apresentam classificações que se referem à expressão 
de sentimentos ou sensações. Vamos saber quais os tipos de interjeições que usamos 
na nossa língua:
• Advertência: Cuidado!, Olhe!, Atenção!, Fogo!, Olha lá!, Alto lá!, Calma!, Devagar!, 
Sentido!, Alerta!, Vê bem!, Volta aqui!
• Afugentamento: Fora!, Toca!, Xô!, Xô pra lá!, Passa!, Sai!, Roda!, Arreda!, Rua!, Cai fora!, 
Vaza!
• Agradecimento: Graças a Deus!, Obrigado!, Agradecido!, Muito obrigada!, Valeu!, Valeu 
a pena!
• Alegria: Ah!, Eh!, Oh!, Oba!, Eba!, Viva!, Olá!, Olé! Eta!, Eita!, Eia!, Uhu!, Que bom!
• Alívio: Ufa!, Uf!, Arre!, Ah!, Eh!, Puxa!, Ainda bem!, Nossa senhora!
• Ânimo: Coragem!, Força!, Ânimo!, Avante!, Eia!, Vamos!, Firme!, Inteirinho!, Bora!
• Apelo: Socorro!, Ei!, Ô!, Oh!, Alô!, Psiu!, Olá!, Eh!, Psit!, Misericórdia!
• Aplauso: Muito bem!, Bem!, Bravo!, Bis!, É isso aí!, Isso!, Parabéns!, Boa!, Apoiado!, 
Ótimo!, Viva!, Fiufiu!, Hup!, Hurra!
• Chamamento: Alô!, Olá!, Hei!, Psiu!, ô!, oi!, psiu!, psit!, ó!
• Concordância: Claro!, Certo!, Sem dúvida!, Ótimo!, Então!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã!
• Contrariedade: Droga!, Porcaria!, Credo!
• Desculpa: Perdão!, Opa!, Desculpa!, Desculpe!, Foi mal!
• Desejo: Oxalá!, Tomara!, Quisera!, Queira Deus!, Quem me dera!
• Despedida: Adeus!, Até logo!, Tchau!, Até amanhã!
203
• Dor: Ai!, Ui!, Ah!, Oh!, Meu Deus!, Ai de mim!
• Dúvida: Hum?, hem?, hã?, Ué!, Epa!
• Espanto: Oh!, Puxa!, Quê!, Nossa!, Nossa mãe!, Virgem!, Caramba!, Xi!, Meu Deus!, 
Senhor Jesus!, Ui!, Crê em Deus pai!
• Estímulo: Ânimo!, Coragem!, Adiante!, Avante!, Vamos!, Eia!, Firme!, Força!, Toca!, Upa!, 
Vai nessa!
• Medo: Oh!, Credo!, Cruzes!, Ui!, Ai!, Uh!, Barbaridade!, Socorro!, Francamente!, Que 
medo!, Jesus!, Jesus Maria e José!
• Satisfação: Viva!, Oba!, Boa!, Bem!, Bom!, Upa!, Ah!
• Saudação: Alô!, Oi!, Olá!, Adeus!, Tchau!, Salve!, Ave!, Viva!
• Silêncio: Psiu!, Shh!, Silêncio!, Basta!, Chega!, Calado!, Quieto!, Bico fechado!
É importante falar, também, das locuções interjetivas. São formadas por uma 
ou mais palavras que desempenham o papel da interjeição. Tanto a interjeição como a 
locução interjetiva expressa uma ideia, um sentimento, emoção, etc. Exemplos: Valha-
me Deus! Ai de mim! Puxa vida! Virgem Santa! Cruz Credo! Quem me dera!
4.3 UTILIZAÇÃO DE INTERJEIÇÕES NO TEXTO
O poema escolhido para mostrar a utilização das interjeições foi Via-Láctea, 
de Olavo Bilac. Vamos observar a sua força de expressão na leitura e compreensão da 
mensagem. 
Via-Láctea
Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!"E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto
A Via-Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.
FONTE: BILAC, Olavo. Poesias. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves, 1964.
204
O objetivo do poeta é justamente mostrar seu estado de paixão por uma pessoa 
e a consequente conversa com as estrelas, como forma de expressão de seu sentimen-
to. A ideia do oh! está em todo o poema, com o objetivo de reforçar a exaltação do amor 
e a magia e o encantamento de quem passou a noite em conversa com as estrelas.
A presença das interjeições nas histórias em quadrinhos é quase certa. Como 
os diálogos são simples e se dirigem para as crianças, são utilizadas como forma de 
expressão de sentimentos: alegria, raiva, entusiasmo, surpresa, entre outros.
FIGURA 7 – USO DE INTERJEIÇÕES
FONTE: <https://br.pinterest.com/pin/620582023640118681/>. Acesso em: 24 jun. 2021.
Vimos aqui o que são interjeições e qual a sua função nos textos. Vamos agora 
entendê-las como marcadores orais, como reforço na fala e retrato da contemporanei-
dade da nossa língua.
4.4 INTERJEIÇÕES COMO MARCADORES ORAIS
A língua falada difere muito da escrita, pois através da oralidade expressamos 
ideias, sentimentos e sensações que, na maioria das vezes, não podemos expor em um 
texto. E isso faz com que a originalidade e a espontaneidade do falar sejam únicas e não 
devem ser vistas de forma negativa.
 
Por meio da fala expressamos a nacionalidade, as gírias e os vícios de linguagem. 
Utilizamos palavras e expressões de modo bem subjetivo e que, muitas vezes, não podem 
ser compreendidos por quem não mora em determinada região. A esse modo de falar 
damos o nome de marcadores orais ou marcadores discursivos. As interjeições são 
consideradas marcadores orais, também, justamente pelo fato de se definir como o termo 
que exprime as tais ideias, sentimentos e sensações. 
As interjeições são um fenômeno linguístico universal do ponto de 
vista de sua materialidade e do ponto de vista de sua funcionalidade 
comunicativa. Além disso, a interjeição é um signo arbitrário que se 
torna convencional mediante seu uso intencional. Não é apenas uma 
205
simples imitação de sons onomatopeicos, ela se situa no contexto da 
língua de tal modo que os fonemas que constituem as interjeições 
são os mais comuns da língua portuguesa. Interjeições como “ah!”, 
“ih!”, “pô!”, não obedecem ao princípio de dupla articulação e se arti-
culam fonologicamente, permanecendo dessa maneira isoladas do 
ponto de vista morfossintático (TOMAZETTO; BORSTEL, 2012, p. 5).
Com isso, podemos perceber a importância de estudar a interjeição não apenas 
como ruídos, sons ou gírias desconexas, uma vez que representam um conteúdo muito 
interessante para se pesquisar.
Trabalhar com interjeições em sala de aula é muito interessante, porque os 
alunos de certa forma têm o hábito de ler histórias em quadrinhos e/ou usar as mídias 
sociais e podem reconhecer esse elemento com facilidade. É importante realçar o uso 
pontual das interjeições como expressão de sentimentos e pedir atividades que reúnam 
frases para exemplificar as situações apresentadas pelo emissor da mensagem.
Sugerimos a leitura do trabalho O fenômeno interjeição e suas implicações 
para o ensino de língua portuguesa, de Luana J. Estevão (autora); Ana Carolina 
Amorim (coautora); Mizilene Kelly Bezerra (coautora). Segue o resumo para mostrar a 
pertinência da indicação com o assunto tratado há pouco.
206
O FENÔMENO INTERJEIÇÃO E SUAS IMPLICAÇÕES PARA O ENSINO DE LÍNGUA 
PORTUGUESA
Luana Járdila dos Santos Estevão 
Ana Carolina Celino Amorim 
Mizilene Kelly de Souza Bezerra 
 
Resumo: Considerando que o fenômeno interjeição é reconhecidamente vivo, 
efetivo e ativo na linguagem de todos os falantes, e tendo em vista que a linguagem 
é a expressão pela qual o homem consegue se constituir, objetivamos, no presente 
artigo, adotar e entender as interjeições como um fenômeno linguístico, considerando 
que ele possibilita ao homem externalizar suas emoções em diversas situações 
comunicativas. O trabalho em questão assume como orientação teórico metodológica 
principal a Linguística Funcional Centrada no Uso (LFCU). De natureza descritiva, 
com abordagem qualitativa, procedimentos bibliográficos e método dedutivo, este 
trabalho teve como suporte alguns pesquisadores, tais como Keske (2006), Perini 
(1997) e Tomazetto (2012). O corpus de análise se constitui de trechos de conversas 
retirados do Banco Conversacional de Natal (2011), que é constituído de amostras 
de língua em uso. Os dados preliminares apontam para a importância da abordagem 
da interjeição no ensino de língua portuguesa, possibilitando aos alunos entenderem 
sua relevância não apenas como mais uma classe gramatical a ser estudada. Dessa 
forma, constatamos que o fenômeno interjeição se realiza na enunciação, validando 
a capacidade de expressar atitudes afetivas e emocionais dos falantes, ficando 
evidente a importância da situação comunicativa como fator determinante para sua 
interpretação.
Palavras-chave: Interjeição. Ensino. Língua Portuguesa.
Deixamos aqui apenas uma parte do artigo, mas é importante que você leia 
o texto na íntegra, que está disponível em: <https://www.editorarealize.com.br/index.
php/artigo/visualizar/39642>. Acesso em: 24 jul. 2021.
LEITURA
COMPLEMENTAR
207
RESUMO DO TÓPICO 3
 Neste tópico, você aprendeu:
• Preposições são palavras utilizadas para promover as  relações gramaticais  que 
substantivos, adjetivos, verbos e advérbios estabelecem no discurso e, ainda, não 
aparecem sozinhas no discurso e são necessárias para a ligação entre dois termos. 
• Preposições essenciais são aquelas que só aparecem na língua propriamente como 
preposições, sem outra função qualquer. 
• Preposições acidentais são as que não possuem, a princípio, a função de preposição, 
mas que podem exercê-la em determinadas situações.
• Locuções prepositivas são grupos de palavras com valor e emprego de uma 
preposição. As principais locuções prepositivas são constituídas de um advérbio ou 
de uma locução adverbial seguidas da preposição de, a e com. 
• Conjunções são como conectivos invariáveis que servem para unir os termos de uma 
frase, oração ou período dando-lhe sentido. 
• Conjunções coordenativas servem para unir elementos dentro de uma frase, oração 
ou período. São elas: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.
• Conjunções subordinativas são os termos que ligam duas orações sintaticamente 
dependentes. São elas: causais, concessivas, condicionais, conformativas, finais, 
proporcionais, comparativas, consecutivas, integrantes, temporais.
• Interjeição é uma palavra invariável (não sofre variação em gênero, número e grau) que 
representa um recurso da linguagem afetiva. Ela expressa sentimentos, sensações, 
estados de espírito, sendo sempre acompanhadas de um ponto de exclamação (!).
• Locuções interjetivas são formadas por uma ou mais palavras que desempenham o 
papel da interjeição. 
• Interjeições como marcadores orais: utilização de palavras e expressões de modo 
bem subjetivo e que, muitas vezes, não podem ser compreendidos por quem não 
mora em determinada região, com as gírias, os regionalismos etc. A esse modo de 
falar damos o nome de marcadores orais ou marcadores discursivos.
• As interjeições são consideradas marcadores orais, também, justamente pelo fato de 
se definir como o termo que exprime as tais ideias, sentimentos e sensações.
208
1 (ENADE – 2011)
AUTOATIVIDADE
FONTE: <http://www.laerte.com.br/>. Acesso em: 19 ago. 2011.
A conjunção é um fator indicativo da natureza das relaçõesentre orações. Quando se 
trata de conjunções coordenadas, pode-se, então, falar não só de uma classificação 
sintática, mas de um valor semântico subjacente que estabelece o vínculo das orações. 
Dessa forma, é CORRETO afirmar que a conjunção coordenativa presente no quadrinho:
 
a) ( ) funciona com valor de explicação e justifica o sentido tanto da primeira quanto 
da segunda oração. 
b) ( ) tem valor semântico de soma, pois agrega duas orações sem estabelecer 
relações semânticas entre elas. 
c) ( ) funciona com valor adversativo nas ideias expressas na sentença e poderia ser 
substituída por uma conjunção dessa natureza. 
d) ( ) funciona com valor expletivo e pode ser extraída das sentenças sem alteração 
no modo de conexão sintática e semântica do período. 
e) ( ) funciona como elo conclusivo entre as ideias contidas nas orações e expressa a 
conclusão a que chegou um dos personagens do quadrinho.
2 Consideram-se as conjunções coordenativas e subordinativas como conectivos que 
dão sentido à mensagem. Analise as conjunções das orações a seguir e assinale a 
alternativa CORRETA:
I- A chuva foi forte, mas não alagou a rua.
II- Ele estudou muito e foi mal na prova.
a) ( ) I e II têm sentido de adição.
b) ( ) I tem sentido de adversidade e II de adição.
c) ( ) I tem sentido de adição e II de adversidade.
d) ( ) I e II têm sentido de adversidade.
e) ( ) Nenhuma das anteriores.
209
3 As interjeições dão o sentido da frase por meio de palavras ou expressões. Na música 
de Paulino da Viola, encontram-se alguns desses sentimentos:
Sinal fechado
- Olá! Como vai?
- Eu vou indo. E você, tudo bem?
- Tudo bem! Eu vou indo, correndo pegar meu lugar no futuro… E você?
- Tudo bem! Eu vou indo, em busca de um sono tranquilo… Quem sabe?
- Quanto tempo!
- Pois é, quanto tempo!
- Me perdoe a pressa, é a alma dos nossos negócios!
- Qual, não tem de quê! Eu também só ando a cem!
- Quando é que você telefona? Precisamos nos ver por aí!
- Pra semana, prometo, talvez nos vejamos… Quem sabe?
- Quanto tempo!
- Pois é… Quanto tempo!
- Tanta coisa que eu tinha a dizer, mas eu sumi na poeira das ruas...
- Eu também tenho algo a dizer, mas me foge à lembrança!
- Por favor, telefone! Eu preciso beber alguma coisa, rapidamente…
- Pra semana…
- O sinal…
- Eu procuro você…
- Vai abrir, vai abrir…
- Eu prometo, não esqueço, não esqueço…
- Por favor, não esqueça, não esqueça…
- Adeus!
- Adeus!
- Adeus!
Quais sentimentos podemos encontrar na música acima, considerando-se as interjei-
ções presentes?
a) ( ) Agradecimento, espanto, saudação, tristeza.
b) ( ) Chamamento, espanto, pedido, despedida.
c) ( ) Espanto, tristeza, desculpa, despedida.
d) ( ) Contrariedade, alívio, advertência.
e) ( ) Nenhuma das anteriores.
4 O termo “de” é classificado como preposição e serve para estabelecer relações entre 
os elementos de um texto. Determine essas relações que os pronomes indicam nas 
frases a seguir:
210
a) João viajou de navio.
b) Clara morreu de tuberculose. 
c) A casa de Maria é confortável.
5 Analise as duas orações subordinadas a seguir e indique a ideia que as conjunções 
subordinativas expressam em cada uma delas, de acordo com o sentido em cada 
uma delas. 
Desde que se casou não mandou mais notícias. 
Desde que se arrependa do que fez, pode sair de novo. 
REFERÊNCIAS
211
REFERÊNCIAS
AZEREDO, J. C. Gramática Houaiss da língua portuguesa. 3. ed. São Paulo: 
Publifolha, 2014.
BASTOS, D. M.; LIMA, H. K. C.; SANTOS, S. B. C. Ensino de classes de palavras: entre 
a estrutura, o discurso e o texto. In: SILVA, A.; PESSOA, A. C.; LIMA, A. (Org.). Ensino 
de gramática: reflexões sobre a língua portuguesa na escola. Belo Horizonte: 
Autêntica, 2012. 
BATISTA, H.; RAMOS, J. Ensino de interjeições na educação básica: um fenômeno 
linguístico no limbo, 2015. Disponível em: http://www.dialogarts.uerj.br/admin/arquivos_
ecos/ecos5_artigo2.pdf. Acesso em: 14. abr. 2021.
BAGNO, M. Gramática de bolso do português brasileiro. São Paulo: Parábola 
Editorial, 2011.
BAGNO, M. Gramática pedagógica do português brasileiro. São Paulo: Parábola 
Editorial, 2012.
BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira 
& Lucerna, 2009.
BORBA, F. S. Introdução aos estudos linguísticos. 8. ed. Revisada e atualizada. São 
Paulo: Ed. Nacional, 1984.
CASTRO, J.; SILVA, J. S. Pronome: os critérios nas gramáticas, livros didáticos e uma 
visão da corrente funcionalista. Revista de Pesquisa Interdisciplinar. Cajazeiras, n. 
2, p. 444-458, 2017. Disponível em: https://cfp.revistas.ufcg.edu.br  › download › pdf. 
Acesso em: 30 jul. 2021.
CEGALLA, D. P. Novíssima gramática da língua portuguesa. 48. ed. São Paulo: 
Companhia Editora Nacional, 2008.
CEREJA, W. R.; MAGALHÃES, T. C. Gramática reflexiva: texto, semântica e interação. 
São Paulo: Atual, 2005.
CIPRO NETO, P.; INFANTE, U. Gramática da língua portuguesa. São Paulo: 
Scipione, 2008.
http://www.dialogarts.uerj.br/admin/arquivos_ecos/ecos5_artigo2.pdf
http://www.dialogarts.uerj.br/admin/arquivos_ecos/ecos5_artigo2.pdf
https://cfp.revistas.ufcg.edu.br�› download › pdf. Acesso em: 30 jul. 2021.
https://cfp.revistas.ufcg.edu.br�› download › pdf. Acesso em: 30 jul. 2021.
212
CONEGLIAN, A. V. L. O tratamento conferido à classe das conjunções em gramáticas 
antigas de língua portuguesa. Revista Domínios de Linguagem, [s.l.], v. 14, n. 1, 2020. 
Disponível em: http://www.seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/ article/ view/ 
47667/27949. Acesso em: 23 jul. 2021.
CUNHA, C.; CINTRA, L. F. L. Nova gramática do português contemporâneo. 5. ed. Rio 
de Janeiro: Lezikon, 2008.
ESTEVÃO L. J. S; AMORIM, A. C. C.; BEZERRA, M. K. S. O fenômeno interjeição e suas 
implicações para o ensino de língua portuguesa. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE 
ENSINO E CULTURAS AFRO-BRASILEIRAS E LUSITANAS, Pau dos Ferros, RN, 2018. Anais 
[...] Pau dos Ferros, RN, SINAFRO, 2018. Disponível em: https://www.editorarealize.com.
br/index.php/artigo/visualizar/39642. Acesso em: 24 jul. 2021. 
GOMES, M. S. A gramática pedagógica do português brasileiro (Bagno, 2012) 
e o ensino de gramática. 2019, 86f. Dissertação (Pós-Graduação em Educação) – 
Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Instituto de Ciências da Educação 
(ICED), Santarém, PA, 2019. Disponível em: http://www.ufopa.edu.br/ppge/images/
dissertacoes/turma_2017/MARLISON_SOARES_GOMES.pdf. Acesso em: 19 jul. 2021.
GONÇALVES-SEGUNDO, P. R. Caminhos para um ensino funcional de gramática 
orientado ao texto: pronomes pessoais e adjetivos em perspectiva intersubjetiva. 
Disponível em: https://www.scielo.br/j/tla/a/BxFyhFz3NKYdsj7M7zygHjv/?lang=pt. 
Acesso em: 24 jul. 2021.
INFANTE, U. Curso de gramática aplicada aos textos. 7. ed. São Paulo: Scipione, 2012.
LIMA, M. C. Numeral: uma classe à parte? Revista de Letras, v. 18, n. 2, jul./dez. 1996. 
Disponível em: http://www.revistadeletras.ufc.br/rl18Art04.pdf. Acesso em: 5 abr. 2021.
MACAMBIRA, J. R. A estrutura morfossintática do português. 7. ed. São Paulo: 1982.
MATTOS e SILVA, R. V. Tradição gramatical e gramática tradicional. 5. ed. São Paulo: 
Contexto, 2002.
MELO, G. C. Gramática fundamental da língua portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro: Ao 
Livro Técnico, 1978.
NEVES, M. H. M. Como as palavras se organizam em classes. Palestra proferida no 
Museu da Língua Portuguesa. Disponível em: https://www.museudalinguaportuguesa.
org.br/wp-content/uploads/2017/09/Como-as-palavras-se-organizam-em-classes.
pdf. Acesso em: 21 jul. 2021.
http://www.seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/ article/ view/ 47667/27949
http://www.seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/ article/ view/ 47667/27949
https://www.editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/39642
https://www.editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/39642
http://www.ufopa.edu.br/ppge/images/dissertacoes/turma_2017/MARLISON_SOARES_GOMES.pdf
http://www.ufopa.edu.br/ppge/images/dissertacoes/turma_2017/MARLISON_SOARES_GOMES.pdf
https://www.scielo.br/j/tla/a/BxFyhFz3NKYdsj7M7zygHjv/?lang=ptfile:///C:/Users/08256293900/Desktop/Livros%20em%20Andamento/51%20Morfologia%20da%20L%c3%adngua%20Portuguesa/nguaportuguesa.org.br/wp-content/uploads/2017/09/Como-as-palavras-se-organizam-em-classes.pdf
file:///C:/Users/08256293900/Desktop/Livros%20em%20Andamento/51%20Morfologia%20da%20L%c3%adngua%20Portuguesa/nguaportuguesa.org.br/wp-content/uploads/2017/09/Como-as-palavras-se-organizam-em-classes.pdf
file:///C:/Users/08256293900/Desktop/Livros%20em%20Andamento/51%20Morfologia%20da%20L%c3%adngua%20Portuguesa/nguaportuguesa.org.br/wp-content/uploads/2017/09/Como-as-palavras-se-organizam-em-classes.pdf
213
RIBEIRO, J. A. José Hamilton Ribeiro. [entrevista concedida ao] Memória Globo – Perfil 
completo, 14 nov. 2006. Disponível em: https://memoriaglobo.globo.com/perfil/jose-
hamilton-ribeiro/perfil-completo/. Acesso em: 10 set. 2021.
ROCHA LIMA, C. H.  Gramática normativa da língua portuguesa. 28. ed. Rio de 
Janeiro: José Olympio, 1987.
SAID ALI, M.  Gramática secundária da língua portuguesa. São Paulo: 
Melhoramentos, 1964.
TOMAZETTO, S.; BORSTEL, C. As interjeições nas “tiras em quadrinhos”: uma 
reflexão semântico-pragmática. Revista Vozes dos Vales da UFVJM: Publicações 
Acadêmicas, MG, n. 2, ano 1, out./2012. Disponível em: https://bit.ly/3AgAb4V. Acesso 
em: 15 abr. 2021.
214
ANOTAÇÕES

Mais conteúdos dessa disciplina