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Direito Civil – Direito das Sucessões
Prof. Rogerio Soares de Souza
rogerio.souza@projecao.br
@soaresdesouza.rogerio
	
DIREITO DAS SUCESSÕES – BASES NORMATIVAS E CONCEITUAIS
BASES NORMATIVAS
CF: artigo 5º, incisos XXII, XXIII (propriedade e função social) e XXX (direito à sucessão).
CC: artigos 1.784/2027
IDEIA GERAL
 A morte é a razão de existir do Direito das Sucessões, uma vez que, é a partir dela que aquele arcabouço normativo – previsto nos arts. 1784/2027 – passa a ser aplicado e a regular as questões dela decorrentes.
QUAL É A NATUREZA JURÍDICA DA MORTE?
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
A MORTE PODE SER ENQUADRADA COMO ELEMENTO ACIDENTAL DE UM NEGÓCIO JURÍDICO?
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MORTE, REFLEXOS E REFLEXÕES NO CAMPO DA FILOSOFIA, BIODIREITO E BIOÉTICA.
A morte marca o fim da vida da pessoa natural (art. 6, CC) e seu registro é regulamentado pela LRP nos artigos 77/88.
MORTE PRESUMIDA (Espécies):
- Com decretação de ausência (arts. 22/39, CC)
- Sem decretação de ausência (art. 7º, CC) – segue o procedimento normal – inventário ou arrolamento – próprio do direito das sucessões.
DIREITO DAS SUCESSÕES (CONCEITO)
Conjunto de normas que disciplina a transferência patrimonial de uma pessoa, em função de sua morte e importa na modificação da titularidade desses bens (Stolze)
Tem por finalidade alinhar o direito de família ao direito de propriedade (Hironaka). Para ela, o fundamento da transmissão causa mortis estaria não apenas na continuidade patrimonial, na manutenção pura e simples de bens na família, de acumulação de capital, mas precipuamente no fator de proteção, coesão e perpetuidade da família. 
SISTEMAS SUCESSÓRIOS
a) SISTEMA DA LIBERDADE TESTAMENTÁRIA: o direito é manifestação pura da autonomia privada, de modo que o autor da herança tem plena liberdade de dispor, como bem entender, de seu patrimônio (ainda que existam herdeiros próximos) sem a interferência de terceiros.
b) SISTEMA DA CONCENTRAÇÃO ABSOLUTA OU OBRIGATÓRIA: é o oposto do anterior. Prevê que toda a herança seja deferida a apenas um sucessor (normalmente o filho mais velho). Tem relevância histórica e é citado em várias passagens bíblicas.
c) SISTEMA DA DIVISÃO NECESSÁRIA: Aqui, o autor da herança tem relativa margem de disponibilidade e discricionariedade sobre seus bens, caso existam herdeiros necessários, hipótese em que parte de seu patrimônio fica reservado.
QUAL DOS SISTEMAS FOI ADOTADO PELO BRASIL? A resposta se encontra nos artigos 1.789 e 1.846:
Art. 1.789. Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da metade da herança.
Art. 1.846. Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos bens da herança, constituindo a legítima.
O ordenamento jurídico brasileiro adotou o sistema da _____________________________________ 
CONCEITOS PRELIMINARES EM DIREITO DAS SUCESSÕES
I) HERANÇA: é o patrimônio deixado pelo falecido. Mas o que é patrimônio?
Patrimônio é o conjunto de relações jurídicas de uma pessoa, valoráveis economicamente. Por essa razão, não integra a herança o “patrimônio moral” de uma pessoa (o direito à vida, honra, privacidade, etc).
II) QUAL É A NATUREZA JURÍDICA DO DIREITO À HERANÇA?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
III) SUCESSÃO HEREDITÁRIA (OU CAUSA MORTIS)
É aquela que ocorre em virtude do falecimento de alguém (autor da herança), ocasião em que seu patrimônio é transferido a determinadas pessoas, legitimadas a recebe-lo (sucessores), substituindo-o na titularidade desses bens e direitos, seja por presunção legal ou por disposição de última vontade do falecido. E quais são os tipos de sucessão hereditária previstos no Código Civil?
a) SUCESSÃO HEREDITÁRIA LEGÍTIMA
É a que decorre da lei, que prevê a ordem de vocação hereditária, presumindo que o falecido, caso pudesse manifestar vontade, o faria naquela ordem. É também denominada sucessão ab intestato (sem testamento) e é regulamentada nos artigos 1.829/1.856, do Código Civil.
b) SUCESSÃO HEREDITÁRIA TESTAMENTÁRIA
Tem origem em ato de última vontade do de cujus, por testamento, legado ou codicilo (que são mecanismos sucessórios para o exercício da autonomia privada do falecido). Está regulada nos artigos 1.857/1.990, do Código Civil.
IV) CLASSIFICAÇÃO DA SUCESSÃO HEREDITÁRIA
a) SUCESSÃO HEREDITÁRIA UNIVERSAL: O herdeiro recebe uma fração (quota-parte) do patrimônio deixado. Aqui a ótica, ou ponto de vista de análise sobre a fração recebida é global, universal. Ex. 1/3 da herança.
b) SUCESSÃO HEREDITÁRIA SINGULAR: O herdeiro sucede a título singular, recebendo bem ou direito determinado, particularizado. Assim, ainda que tenha recebido o equivalente a 1/3 da herança, se o recebeu representada por um carro, se diz que a sucessão foi a título singular.
PRINCÍPIOS NORTEADORES DO DIREITO DAS SUCESSÕES
	
	
Princípios Gerais
	- Dignidade da pessoa humana
- Igualdade
- Função social da propriedade
- Boa-fé
- Autonomia da vontade
	Princípios aplicáveis ao Direito das Sucessões
	
	
	
	
Princípios Especiais (ou Específicos)
	- Saisine
- (Non) Ultra vires hereditatis
- Territorialidade
- Intertemporalidade
- Respeito à vontade manifestada
I) PRINCÍPIOS GERAIS APLICÁVEIS AO DIREITO DAS SUCESSÕES
1) PRINCÍPÍO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
É o mais importante dos princípios constitucionais e respalda todo o ordenamento jurídico, enquanto valor que disciplina sua aplicação. Deve ser, contudo, enquadrado ou aplicado com cuidado, de modo a evitar sua banalização.
Mas, em que consiste?
Traduz-se em valor fundamental de respeito à existência humana, segundo as suas possibilidades e expectativas, patrimoniais e afetivas, indispensáveis à sua realização pessoal e à busca da felicidade (Stolze). Além de garantir a sobrevivência, assegura o direito de viver plenamente, sem intervenções nesse direito. Tutela o indivíduo contra terceiros e contra ele próprio (ex. anões de Paris). É previsto no artigo 1º, inciso III, como um dos valores fundamentais da CF.
2) PRINCÍPIO DA IGUALDADE
Em relação ao direito das sucessões, busca, além de inserir-se no texto da lei (formal), principalmente fazer-se materialmente aplicável (prática), regulando soluções solidárias, justas e democráticas. Daí, concluímos ser inconstitucional qualquer determinação legal que trate de forma discriminatória, pessoas que se encontrem em mesma categoria de interesses. 
É com base nesse princípio que se confere a possibilidade sucessória tanto aos filhos consanguíneos quanto aos adotivos.
Também com base nele o STF declarou a inconstitucionalidade do artigo 1790/CC, que conferia tratamento desigual aos companheiros, se comparados aos cônjuges.
3) PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE
Como já foi dito, o direito das sucessões tem intima ligação com o direito de propriedade e sua função social, sendo decorrência, segundo Hironaka e Stolze, do princípio da sociabilidade (um dos princípios gerais do CC/02).
Por essa razão, traduz a ideia de que a propriedade demanda titularidade, ou seja, de que os bens não podem ficar sem dono. Por outro lado,e sob um viés de natureza socialista (Montesquieu, Augusto Comte, Stuart Mill), esse princípio permitiria a titularidade de bens sem qualquer esforço próprio, “não socializando” o processo de aquisição e estimulando o comodismo por parte dos herdeiros.
4) PRINCÍPIO DA BOA-FÉ (bona fides)
Traduz a ideia de lealdade e retidão nas relações sucessórias. Cuida-se de diretriz principiológica de fundo ético e moral, absorvida pelo direito civil como premissa das relações privadas.
No direito das sucessões é fundamental para a interpretação das disposições de última vontade, bem como na análise dos temas relacionados aos efeitos sucessórios do regime de bens adotado, da indignidade e seus reflexos na ética das relações familiares. É deste princípio e de sua transgressão que decorrem vedações e “penalidades” em matéria sucessória.
5) PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE
Fundamenta a existência e validade dos negócios jurídicos em geral, tendo especial aplicação no direito das sucessões no que diz respeito à modalidade testamentária, em que o autor da herança, antes de sua morte, manifesta vontade no sentido da destinação de alguns bens ou direitos.
Tem íntima ligação com o princípio do respeito à vontade manifestada.
II) PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS APLICÁVEIS AO DIREITO DAS SUCESSÕES
1) PRINCÍPIO DA SAISINE
Consiste no reconhecimento, ainda que fictício, da transmissão imediata e automática do domínio e posse da herança aos herdeiros legítimos e testamentários, no exato instante da abertura da sucessão.
É a regra fundamental do direito das sucessões, pela qual a morte opera a imediata transferência da herança aos herdeiros legítimos e testamentários.
A palavra saisine, de origem francesa, é derivada do verbo saisir, que significa colher, apreender, confiscar, capturar, apanhar, apoderar-se. No âmbito do direito sucessório, traduz a ideia de posse, ou posse imediata dos bens do falecido.
O droit de saisine tem origem no direito medieval. Naquele período, toda vez que morria um servo, seus herdeiros, para se emitirem na posse dos bens deixados pelo morto, eram obrigados a pagar uma taxa ao senhor feudal, que exigia deles o pagamento. Esse direito veio da insatisfação em relação ao pagamento dessa taxa, bem como para defender os herdeiros do servo dessa imposição, consagrando o direito à uma transmissão imediata da herança, resistente a eventuais abusos, para a aquisição da propriedade ou posse da herança.
O droit de saisine foi incorporado ao sistema luso-brasileiro no século XVIII, por meio do alvará de 9/11/1754.
Tem por finalidade evitar que o acervo hereditário seja considerado res nullius ou res derelicta.
É previsto expressamente no direito brasileiro, no artigo 1784, do CC, abrindo o livro do direito das sucessões.
Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários
Ressalte-se, por importante, que referido princípio não dá ao herdeiro ou legatário, direito imediato a bem exclusivo da herança, mas apenas direito abstrato, calculado em fração do patrimônio transferível, não podendo, por essa razão, alienar bens exclusivos da herança enquanto não autorizado pelo juiz, mesmo que seja herdeiro único.
HERDEIRO QUE EXERCE POSSE EXCLUSIVA DE BEM DA HERANÇA, ENQUANTO NÃO PARTILHADA, PRECISA PAGAR ALUGUEL PARA OS DEMAIS HERDEIROS?
REsp 570.723/RJ
DIREITO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. COBRANÇA DE ALUGUEL. HERDEIROS. UTILIZAÇÃO EXCLUSIVA DO IMÓVEL. OPOSIÇÃO NECESSÁRIA. TERMO INICIAL.
- Aquele que ocupa exclusivamente imóvel deixado pelo falecido deverá pagar aos demais herdeiros valores a título de aluguel proporcional, quando demonstrada oposição à sua ocupação exclusiva. 
- Nesta hipótese, o termo inicial para o pagamento dos valores deve coincidir com a efetiva oposição, judicial ou extrajudicial, dos demais herdeiros.
Recurso especial parcialmente conhecido e provido.
TJDFT
DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. COBRANÇA DE ALUGUEL. HERDEIRO. UTILIZAÇÃO EXCLUSIVA DO BEM IMÓVEL EM COMUM. CITAÇÃO DE COPROPRIETÁRIO. LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO. INEXISTÊNCIA. DEVER DE INDENIZAÇÃO. VALOR. APURAÇÃO.
I - Não há litisconsórcio necessário se a eficácia da sentença não depende da citação de todos os supostos coproprietários ocupantes do imóvel. Inteligência do art. 114 do CPC.
II - Os frutos da coisa comum, não havendo estipulação em contrário, devem ser divididos na proporção dos quinhões. Assim, não é lícito que apenas parte dos condôminos extraia os frutos e as utilidades do bem, devendo cada condômino responder ao outro pelos benefícios que perceber da coisa.
III - Para se manter a equidade, o valor indenizatório correspondente a parte do aluguel da casa comum deve ser apurado em liquidação de sentença, quando se poderá aferir as variações do aluguel ao longo do tempo, da oposição da ocupação exclusiva até a efetiva desocupação.
IV - Deu-se parcial provimento ao recurso.
(Acórdão n. 1031603, 20140111792685APC, Relator: JOSÉ DIVINO 6ª TURMA CÍVEL, Data de Julgamento: 12/07/2017, Publicado no DJE: 18/07/2017. Pág.: 253/268)
2) PRINCÍPIO DA (NON) ULTRA VIRES HEREDITATIS (além do conteúdo da herança)
Trata-se de regra protetiva do herdeiro, traduzindo-se na ideia de que este, com a aceitação da herança, não será obrigado ao pagamento de dívidas e obrigações que extrapolem o patrimônio transferido pelo de cujus, tendo que responder, assim, com seus próprios bens pessoais.
Tem previsão expressa no artigo 1.792, do Código Civil:
Art. 1.792. O herdeiro não responde por encargos superiores às forças da herança; incumbe-lhe, porém, a prova do excesso, salvo se houver inventário que a escuse, demostrando o valor dos bens herdados.
Antes do Código Civil de 1916, o herdeiro respondia por dívidas de seu antecessor, ultra vires hereditatis, ou seja, além do conteúdo da herança (que recebia o nome de herança maldita ou danosa). Entretanto, era possível ao herdeiro deixar de responder pelo encargo deixado, por meio da utilização da cláusula “sob benefício do inventário”, que o resguardava de saldo negativo.
O Código Civil de 1916 incorporou a cláusula, passando a adotar a regra da non ultra vires, de modo implícito, tornando a cláusula “a benefício do inventário” desnecessária, uma vez que passou a ser um preceito legal, o que foi seguido pela atual codificação, que repetiu de forma expressa a regra, de modo que o herdeiro não responde por dívidas que extrapolem as forças da herança.
3) PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DA HERANÇA
Traz a ideia de que a herança possui uma função social, pois permite a redistribuição de riqueza do falecido, transmitida aos herdeiros deste. É deste princípio que decorre o instituto do direito de representação (artigos 1.851/1.856, do CC).
4) PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE
Princípio com previsão expressa no Código Civil:
Art. 1.785. A sucessão abre-se no lugar do último domicílio do falecido.
Tem por finalidade delimitar a competência territorial relativa às questões sucessórias. Ou seja, o processo de inventário e disposições de última vontade tramitam no foro do último domicílio do falecido, fato que deve ser examinado, a depender das circunstâncias, à luz das regras e informações inerentes ao domicílio reguladas pelo CPC.
E SE O FALECIDO NÃO POSSUIA DOMICÍLIO ALGUM? E SE POSSUÍSSE MAIS DE UM DOMICÍLIO?
A solução, nestes casos, passa pela regulamentação disposta no artigo 48, do CPC:
Art. 48.  O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.
Parágrafo único.  Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente:
I - o foro de situação dos bens imóveis;
II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes;
III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio.
E EM SE TRATANDO DE FALECIDO ESTRANGEIRO?
A solução, neste caso, é regulada pelo artigo 10 do Decreto-leinº 4.567/42 (LINDB):
Art.  10.  A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.
§ 2o A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder.
TRATA-SE DE COMPETÊNCIA ABSOLUTA OU RELATIVA?
É hipótese de competência territorial, portanto relativa. Cuida-se de interesses privados dos herdeiros, de natureza patrimonial, que admite prorrogação.
5) PRINCÍPIO DA TEMPORARIEDADE
Também contém previsão expressa no Código Civil (artigo 1.787):
Art. 1.787. Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da abertura daquela.
Visa garantir segurança jurídica às relações consolidadas no momento da abertura da sucessão. Assim, eventual demora no ajuizamento do inventário e consequente mudança nas regras não tem aplicação retroativa.
O Código Civil, em seu artigo 2.041, previu a aplicação desse princípio:
Art. 2.041. As disposições deste Código relativas à ordem da vocação hereditária (arts. 1.829 a 1.844) não se aplicam à sucessão aberta antes de sua vigência, prevalecendo o disposto na lei anterior (Lei no 3.071, de 1o de janeiro de 1916).
PORTANTO, VALE A LEI DO MOMENTO DA MORTE DO AUTOR OU A LEI DO MOMENTO DO AJUIZAMENTO DO INVENTÁRIO?
Vale a lei do momento da morte, sendo este princípio uma decorrência do princípio da saisine.
E, ATÉ QUANTO TEMPO APÓS A ABERTURA DA SUCESSÃO, DEVE SER INSTAURADO O INVENTÁRIO?
Perceba-se que há uma divergência entre CC/02 e CPC/15 no tocante ao prazo: 
CC
Art. 1.796. No prazo de trinta dias, a contar da abertura da sucessão, instaurar-se-á inventário do patrimônio hereditário, perante o juízo competente no lugar da sucessão, para fins de liquidação e, quando for o caso, de partilha da herança.
CPC
Art. 611.  O processo de inventário e de partilha deve ser instaurado dentro de 2 (dois) meses, a contar da abertura da sucessão, ultimando-se nos 12 (doze) meses subsequentes, podendo o juiz prorrogar esses prazos, de ofício ou a requerimento de parte.
Qual norma prevalece, diante do conflito de normas no tempo?
6) PRINCÍPIO DO RESPEITO À VONTADE MANIFESTADA
 Também conhecido como princípio favor testamenti, expressa-se na ideia do respeito à manifestação de vontade do autor da herança, que deve produzir efeitos post mortem. Se apresenta como a própria essência do direito das sucessões e regula de forma muito peculiar a herança testamentária, uma vez que por meio do testamento se busca dar eficácia às disposições de vontade feitas pelo falecido.
Deve prevalecer, inclusive, no caso de simples irregularidades testamentárias formais ou modificações supervenientes de situação de fato, de modo a se investigar a real intenção do testador no momento da elaboração do documento.

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