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ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL E FUNCIONAL DO HOSPITAL - LIVRO 03

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ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL E 
FUNCIONAL DO HOSPITAL 
AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Cristiano Caveião 
 
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CONVERSA INICIAL 
O Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (CNES) é uma base 
que apresenta todos os estabelecimentos de saúde do Brasil e pode ser 
acessada por meio do link: <http://cnes.datasus.gov.br/> (Brasil, [S.d.]). Com 
base nos registros do número de leitos disponibilizados no CNES, é possível 
realizar a classificação do hospital conforme o seu porte, além de ele apresentar 
os tipos de estabelecimentos. 
O modelo estrutural do hospital, segundo o porte, está organizado em três 
estruturas: de pequeno porte, de médio porte e de grande porte. Além disso, a 
sua classificação pode ser baseada no perfil assistencial (se hospital geral, 
hospital especializado, hospital universitário); no nível de complexidade; e no 
papel do estabelecimento ou zoneamento (local, regional, se de referência 
estadual, nacional ou internacional). 
Nosso objetivo é conhecer um pouco de cada uma dessas estruturas, para 
compreender melhor a dinâmica de funcionamento de um hospital. 
TEMA 1 – ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE 
O CNES objetiva favorecer a coleta dos dados estaduais e municipais 
referentes à capacidade física dos estabelecimentos de saúde, aos profissionais 
que estão vinculados a eles, aos seus equipamentos, fornecendo assim maior 
subsídio aos gestores, nesse caso o Ministério da Saúde, as Secretarias 
Estaduais de Saúde e as Secretarias Municipais de Saúde. 
O CNES foi instituído pelo Ministério da Saúde pela Portaria n. 511/2000 
(Brasil, 2001), a qual determina que todos os estabelecimentos de saúde que 
prestam assistência, públicos e privados, existentes no território nacional 
necessitam estar cadastrados. O número do CNES identifica cada um dos 
estabelecimentos de saúde perante o Ministério da Saúde e, conforme 
Resolução Normativa ANS n. 71/2004 (Brasil, 2004), passou a ser requisito dos 
instrumentos jurídicos a serem firmados entre as operadoras e os prestadores 
de saúde. 
A Portaria n. 115/2003 e a Portaria n. 186/2016, da Secretaria de 
Assistência à Saúde do Ministério da Saúde (Brasil, 2003, 2016), classificam os 
tipos, subtipos e definições de estabelecimentos de saúde e criam possibilidade 
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de cadastramento de sedes de operadoras de planos de saúde no CNES, 
conforme descrito no Quadro 1. 
Quadro 1 – Tipos de estabelecimentos de saúde 
Código Tipos 
01 Posto de Saúde 
02 Centro de Saúde/Unidade Básica 
04 Policlínica 
05 Hospital Geral 
07 Hospital Especializado 
15 Unidade Mista 
20 Pronto-Socorro Geral 
21 Pronto-Socorro Especializado 
22 Consultório Isolado 
32 Unidade Móvel Fluvial 
36 Clínica Especializada/Ambulatório de Especialidades 
39 Unidade de Sadt – Isolada 
40 Unidade Móvel Terrestre 
42 Unidade Móvel para Atendimento de Nível Pré-hospitalar 
43 Farmácia Isolada – Excepcionais 
45 Unidade de Saúde da Família 
50 Unidade de Vigilância Sanitária/Epidemiológica Isolada 
60 Cooperativa de Profissionais 
61 Centro de Parto Isolado 
62 Hospital-Dia – Isolado 
63 Unidade Autorizadora de Tratamento Fora de Domicílio (TFD) Isolada 
Fonte: Adaptado de Brasil, 2003, 2016. 
Observa-se a ampla classificação dos estabelecimentos de saúde 
existentes, segundo o Ministério da Saúde. Nesta disciplina, enfatizaremos os 
estabelecimentos hospitalares. 
TEMA 2 – CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO PORTE, TIPOS DE PACIENTES E 
CUIDADOS PRESTADOS 
Os estabelecimentos hospitalares estão classificados conforme o seu 
porte, ou seja, o número de leitos cadastrados por esses estabelecimentos, no 
CNES. São eles: 
 Hospital de pequeno porte (HPP): até 50 leitos; 
 Hospital de médio porte (HMP): de 51 a 150 leitos; 
 Hospital de grande porte (HGP): de 151 a 500 leitos. 
Os hospitais que possuem mais de 500 leitos são considerados de porte 
extra. Importante destacar que os termos citados se referem somente ao número 
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de leitos e não apresentam relação com a qualidade e a complexidade da 
assistência prestada. 
Essa classificação dos estabelecimentos hospitalares permite 
compreender e entender a disponibilidade dos serviços prestados à população, 
sendo o seu critério o indicador leitos/população. Com isso, é possível comparar 
essa proporção entre municípios, regiões, estados e até mesmo mundialmente. 
Além dessa classificação por porte, tem-se a Portaria n. 2.224/2002 
(Brasil, 2002), que norteia também a classificação hospitalar do Sistema Único 
de Saúde (SUS), que define os estabelecimentos hospitalares conforme sua 
estrutura técnico-administrativa, conforme descrito em seu art. 1º: 
A – Hospital de Porte I 
01 (um) responsável pela Direção Geral – Profissional com nível superior, 
com curso de aperfeiçoamento em Administração Hospitalar, com no 
mínimo 180 horas/aula, realizado em instituição de ensino superior 
legalmente reconhecida; 
01 (um) responsável pela Direção Técnica - Profissional médico, a quem 
compete zelar pela qualidade da assistência prestada; 
Obs – Se o responsável pela Direção Geral for profissional médico, o 
mesmo poderá acumular as funções de responsável pela Direção 
Técnica. 
B – Hospital de Porte II 
01 (um) responsável pela Direção Geral – Profissional de nível superior, 
com curso de aperfeiçoamento em Administração Hospitalar, com no 
mínimo 180 horas/aula, realizado em instituição de ensino superior 
legalmente reconhecida; 
01 (um) responsável pela Direção Técnica - Profissional médico, a quem 
compete zelar pela qualidade da assistência prestada; 
01 (um) responsável pela Direção Administrativa – Profissional de nível 
superior, preferencialmente com formação em: administração hospitalar 
ou administração, com curso de aperfeiçoamento em Administração 
Hospitalar, com no mínimo 180 horas/aula em instituição de ensino 
legalmente reconhecida, observada o disposto no § 2º deste artigo. 
C – Hospital de Porte III 
01 (um) responsável pela Direção Geral – Profissional com nível superior, 
experiência comprovada de 02 (dois) anos na função gerencial em 
unidade hospitalar e curso de especialização em Administração Hospitalar 
com no mínimo 360 horas/aula, realizado em instituição de ensino superior 
legalmente reconhecida; 
01 (um) responsável pela Direção Técnica – Profissional médico, a quem 
compete zelar pela qualidade da assistência prestada, com curso 
aperfeiçoamento em Administração Hospitalar, com no mínimo 180 
horas/aula, realizado em instituição de ensino superior legalmente 
reconhecida; 
01 (um) responsável pela Direção Administrativa – Profissional de nível 
superior, preferencialmente com formação em: administração hospitalar 
ou administração, com experiência comprovada de 02 (dois) anos na 
função gerencial em unidade hospitalar e com curso de aperfeiçoamento 
em Administração Hospitalar, com no mínimo 180 horas/aula, realizado 
em instituição de ensino legalmente reconhecida, observado o disposto no 
§ 2º deste artigo. 
D – Hospital de Porte IV 
01 (um) responsável pela Direção Geral – Profissional de nível superior, 
com 02 (dois) anos de experiência comprovada na função gerencial em 
unidade hospitalar, com curso de especialização em Administração 
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Hospitalar, com no mínimo 360 horas/aula, realizado em instituição de 
ensino superior legalmente reconhecida; 
01 (um) responsável pela Direção Técnica – Profissional médico, a quem 
compete zelar pela qualidade da assistência prestada, com experiência de 
01 (um) ano na função gerencialem unidade hospitalar e com curso de 
especialização em Administração Hospitalar, com no mínimo 360 
horas/aula, realizado em instituição de ensino superior legalmente 
reconhecida; 
01 (um) responsável pela Direção Administrativa – Profissional de nível 
superior, preferencialmente com formação em: administração hospitalar, 
ou administração, com experiência de 02 (dois) dois anos na função 
gerencial em unidade hospitalar e com curso de especialização em 
Administração Hospitalar, com no mínimo 360 horas/aula, realizado em 
instituição de ensino superior legalmente reconhecida, observado o 
disposto no § 2º deste artigo. (Brasil, 2002) 
Além da classificação pela estrutura administrativa do seu porte, o hospital 
pode ser classificado conforme os níveis de atendimento médico (I, II, III e IV), 
por exemplo: 
 Nível I: instituições pequenas, de atendimento ambulatorial e hospitalar, 
com consultas externas, emergências e internamentos de curta duração 
para cuidado de patologias de baixa complexidade. 
 Nível II: instituições maiores do que as de nível I, com serviços de 
medicina interna, cirurgia, pediatria, gineco-obstetrícia, ortopedia e 
psiquiatria. 
 Nível III: instituições que apresentam especialistas em medicina interna 
(cardiologia, nefrologia, pneumologia, dermatologia, cirurgia 
cardiovascular...). 
 Nível IV: instituições com atendimentos de máxima complexidade nas 
ações cirúrgicas, de diagnósticos por imagem e laboratório clínico. Por 
exemplo: com realização de microcirurgias, transplantes, ressonâncias 
magnéticas, técnicas de radioimunoensaio. 
Após conhecermos um pouco sobre a classificação dos 
estabelecimentos hospitalares, é necessário também compreender quais os 
tipos de pacientes a que os hospitais atendem. Essa clientela atendida relaciona-
se às características dos próprios pacientes, sendo eles, por exemplo: 
 Agudos; 
 Eletivos; 
 Crônicos; 
 Sob cuidados terminais; 
 Convalescentes. 
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Com base nos cuidados prestados e considerando as características 
citadas, o atendimento pode ser de emergência, de diagnóstico, cirúrgico, de 
internamento, de obstetrícia e de pediatria. 
TEMA 3 – CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO PERFIL ASSISTENCIAL 
3.1 Hospital geral 
O hospital geral é o hospital para atendimento de portadores de doenças 
das várias especialidades médicas, integrais, curativas e preventivas. 
Os hospitais gerais ofertam atendimento de várias especialidades 
médicas, ainda podendo haver limitação a um grupo etário (hospital infantil) ou 
a uma camada populacional específica (hospital previdenciário, hospital militar). 
Poderão dispor de serviços de urgência e emergência e deverão apresentar 
serviço de diagnose terapêutica de média complexidade. 
Pela sua característica de atendimento, o seu pronto-socorro será 
destinado à prestação de assistência aos pacientes com ou sem risco de vida, 
cujos agravos requeiram atendimento imediato. 
Nesses hospitais encontra-se tratamento clínico e/ou cirúrgico das 
principais especialidades: bucomaxilofacial, cardiologia, endocrinologia, 
gastroenterologia, ginecologia, nefrologia, neurologia, oftalmologia, oncologia, 
ortopedia, otorrinolaringologia, plástica, torácica, dermatologia, geriatria, 
hematologia, neonatologia, pediatria, pneumologia, queimados, ginecologia, 
obstetrícia. 
3.2 Hospital especializado 
O hospital especializado possui por característica o atendimento exclusivo 
a uma determinada especialidade médica. Poderá dispor de serviço de urgência 
e emergência e serviço de diagnose terapêutica. 
Com essa característica de hospital especializado, consequentemente o 
seu pronto-socorro também será voltado para o atendimento de uma ou mais 
especialidades, a pacientes com ou sem risco de vida cujas situações 
necessitem de atendimento imediato. Dentre os hospitais especializados, tem-
se também as maternidades, que prestam serviços da internação ao pós-parto, 
com unidade de terapia semi-intensiva ou intensiva. 
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3.3 Hospital universitário ou de ensino 
Nos hospitais universitários ou de ensino o atendimento ocorre pela 
utilização das escolas que ofertam cursos de graduação na área da saúde, 
servindo como um centro de formação de recursos humanos e desenvolvimento 
de tecnologia para a saúde. Eles podem ser públicos ou privados, porém isso 
requer que sejam de propriedade de instituição de ensino superior ou a ela 
conveniados. 
Suas premissas são baseadas no ensino, pesquisa e extensão e, 
consequentemente, com a prestação de serviços alicerçada nesses três eixos, 
ocorre o aprimoramento contínuo do atendimento e a elaboração de novos 
protocolos técnicos em várias áreas, contribuindo assim com a melhoria da 
assistência. 
Hoje, tem-se hospitais universitários mantidos pelos recursos do governo 
federal (a relação desses hospitais pode ser acessada em: 
<http://portal.mec.gov.br/hospitais-universitarios?id=13808>) e também pelas 
instituições estaduais ou privadas de ensino (Brasil, [201-]). 
Portanto, a nomenclatura de hospital universitário ou de ensino é 
designada aos hospitais que possuem ensino universitário, sendo que estes 
precisam atender a determinados requisitos em cada um dos seus 
departamentos, serviços e unidades funcionais. Além disso, é necessário um 
maior número de profissionais, preferencialmente com grau de doutor e uma 
capacidade assistencial de referência. 
3.4 Outras classificações 
Como já mencionado em outra aula, sobre a classificação dos hospitais 
de natureza assistencial, ainda podemos apresentar outras duas, que se 
relacionam com o tempo de hospitalização: 
 Hospital-dia ou de internação parcial: local onde o paciente permanece 
sob cuidados por no máximo 12 horas. Ele é considerado um serviço de 
internação parcial, em que o paciente pode realizar pequenos 
procedimentos cirúrgicos ou, também, tratamento psiquiátrico. 
 Hospital de longa permanência: local onde a média de permanência 
excede 60 dias, podendo ser para tratamento psiquiátrico, continuidade 
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da internação realizada de forma integral, manutenção de procedimento 
ambulatorial ou reabilitação. 
TEMA 4 – CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO NÍVEL DE COMPLEXIDADE 
Sem objetivar discutir conceitos relacionados à atenção primária ou 
básica, é necessário apresentarmos definições do Ministério da Saúde para uma 
melhor compreensão dos serviços por nível de complexidade. Esse modelo 
recentemente foi abrangido em algumas estratégias de gestão de operadoras de 
saúde. 
No modelo público, o Brasil é organizado em três níveis de atenção: 
primário, secundário e terciário, com o objetivo de promover, restaurar e realizar 
a manutenção da saúde. No nível primário estão as unidades básicas de saúde; 
no nível secundário, as unidades de pronto-atendimento, as unidades de 
atendimento especializado ou de média complexidade – incluindo urgência e 
emergência; no nível terciário, os hospitais de grande porte, que atendem à alta 
complexidade. 
A atenção básica em saúde, primeiramente segundo a Portaria n. 
648/2006 (Brasil, 2006b), que aprovou a Política Nacional de Atenção Básica, 
depois conforme a Portaria n. 2.488/2011 (Brasil, 2011), é assim definida: 
A atenção básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, 
no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção 
da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a 
reabilitação, redução de danos e a manutenção da saúde com o 
objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte na situação 
de saúde e autonomia das pessoas nos determinantes e 
condicionantes de saúde das coletividades. 
[...]Deve ser o contato preferencial dos usuários, a principal porta de 
entrada e centro de comunicação da Rede de Atenção à Saúde. 
Orienta-se pelos princípios da universalidade, da acessibilidade, do 
vínculo, da continuidade do cuidado, da integralidade da tenção, da 
responsabilização, da humanização, da equidade e da participação 
social. (Brasil, 2011) 
Consequentemente, a atenção básica é o primeiro nível da atenção à 
saúde no SUS, no qual ocorre preferencialmente o primeiro contato e o usuário 
é orientado sobre a rede de serviços. O mesmo ocorre com as operadoras de 
saúde, que replicam esse modelo, para complementar as ações já realizadas na 
medicina preventiva, e executam nas suas clínicas e pronto-atendimentos 
próprios a triagem, antes de encaminhar o paciente aos hospitais especializados, 
executando ações de prevenção e baixa complexidade. 
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Por ser uma base ordenadora do sistema público de saúde e de algumas 
operadoras, é a sua porta de entrada preferencial, porém os procedimentos nela 
realizados ainda não atendem a todas as demandas dos pacientes, havendo a 
necessidade de fornecimento de outros serviços de maior complexidade, 
realizados na atenção hospitalar, que representa uma série de ações e serviços 
de promoção, prevenção e restabelecimento da saúde. 
Assim, os serviços de baixa, média e alta complexidade em saúde tornam-
se necessários para complementar a atenção primária ou básica. A Secretaria 
de Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde, apresenta os seguintes conceitos 
para a média e alta complexidade (Brasil, 2005): 
A média complexidade ambulatorial é composta por ações e serviços 
que visam atender aos principais problemas e agravos de saúde da 
população, cuja complexidade da assistência na prática clínica 
demande a disponibilidade de profissionais especializados e a 
utilização de recursos tecnológicos, para o apoio diagnóstico e 
tratamento. 
[...] 
Conjunto de procedimentos que, no contexto do SUS, envolve alta 
tecnologia e alto custo, objetivando propiciar à população acesso a 
serviços qualificados, integrando-os aos demais níveis de atenção à 
saúde (atenção básica e de média complexidade). 
Para melhor elucidar a classificação dos hospitais pelo nível de 
complexidade, o Quadro 2 apresenta os serviços prestados, facilitando assim a 
compreensão. 
Quadro 2 – Nível de complexidade dos serviços hospitalares 
BAIXA 
 Hospitais com baixa densidade tecnológica 
 Atendimento predominante nas quatro clínicas básicas 
MÉDIA 
 Procedimentos que demandam especialização, por profissionais médicos, outros 
profissionais de nível superior e nível médio 
 Cirurgias ambulatoriais especializadas 
 Traumato-ortopédico 
 Odontologia 
 Patologia clínica 
 Anatomopatologia e citopatologia 
 Radiodiagnóstico 
 Exames ultrassonográficos 
 Diagnose 
 Fisioterapia 
 Terapias especializadas 
 Próteses e órteses 
 Anestesia 
(continua) 
 
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(continuação do Quadro 2) 
ALTA 
 Assistência ao paciente portador de doença renal crônica (por meio dos procedimentos de 
diálise) 
 Oncologia 
 Cardiovascular 
 Cirurgia cardiovascular pediátrica 
 Procedimentos da cardiologia intervencionista 
 Procedimentos endovasculares extracardíacos 
 Laboratório de eletrofisiologia 
 Traumato-ortopedia 
 Neurocirurgia 
 Otologia 
 Implante coclear 
 Cirurgia da calota craniana, da face e do sistema estomatognático 
 Procedimentos em fissuras labiopalatais 
 Reabilitação protética e funcional das doenças da calota craniana, da face e do sistema 
estomatognático 
 Procedimentos para a avaliação e tratamento dos transtornos respiratórios do sono 
 Pacientes queimados 
 Cirurgia bariátrica 
 Cirurgia reprodutiva 
 Genética clínica 
 Terapia nutricional 
 Distrofia muscular progressiva 
 Osteogênese imperfeita 
 Fibrose cística 
 Reprodução assistida 
Fonte: Brasil, 2007. 
Portanto, a capacidade de um estabelecimento de saúde atender às 
demandas assistenciais dos usuários do serviço, da menos à mais complexa, 
requer disponibilização de recursos tecnológicos e competências assistenciais 
específicas. 
TEMA 5 – CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO PAPEL DO ESTABELECIMENTO OU 
ZONEAMENTO 
5.1 Hospital local 
A característica do hospital local é o atendimento à população de uma 
área geográfica determinada, com atendimento em áreas básicas como clínica 
médica, pediatria, clínica cirúrgica, obstetrícia e emergência. 
5.2 Hospital regional 
No hospital regional, além de ocorrer a assistência à população local de 
uma determinada região, ainda se prestam serviços especializados a 
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encaminhamentos oriundos da sua e de outras localidades. Podem integrar esse 
tipo de hospital os serviços de média complexidade, que tem como objetivo 
abranger uma população de até 35 mil habitantes, com média de 1,5 leito para 
cada 1 mil habitantes. 
O atendimento versa sobre as especialidades que necessitam de 
internamento, como: clínica geral/cirúrgica, obstetrícia e ginecologia, cuidados 
diferenciados de pediatria, traumatologia, psiquiatria (com foco na ação 
ambulatorial e internamento de curta duração); e especialidades que não 
requerem internamento, como: oftalmologia, otorrinolaringologia, imaginologia e 
laboratório regional de análises clínicas. 
Possui atendimento permanente de urgência e emergência, atendimento 
de referência a doenças crônicas transmissíveis e não transmissíveis. 
5.3 Hospital de referência 
O hospital de referência também é conhecido como hospital de base e 
tem como objetivo constituir-se em um espaço de coordenação e integração dos 
serviços médico-hospitalares de uma determinada área geográfica. Ou seja, é o 
local mais elevado de competência para os cuidados de saúde e de elevada 
qualidade em situações que necessitam de recursos técnicos e tecnológicos 
altamente diferenciados. Portanto, os hospitais de referência são 
estabelecimentos de alta complexidade e, no SUS, servem também como 
referência e contrarreferência. 
Como exemplo de hospitais de referência hoje no Brasil, tem-se algumas 
especialidades: saúde da mulher, doenças renais, doenças da tireoide, câncer, 
traumatologia e ortopedia. A referência pode ser regional, estadual, nacional e 
até mesmo internacional. 
NA PRÁTICA 
Para melhor compreensão de todo o conteúdo estudado nesta aula e de 
sua aplicação prática, acesse o Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de 
Saúde (CNES), no link: <http://cnes.datasus.gov.br/> (Brasil, [S.d.]). (O portal é 
autoexplicativo e de fácil manuseio). Depois disso, escolha um hospital e realize 
a busca das seguintes informações: 
 
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 CNES do estabelecimento; 
 Tipo de estabelecimento; 
 Gestão; 
 Equipamentos; 
 Informações ambulatoriais; 
 Informações hospitalares (número de leitos por área e por especialidade). 
Com base nessas informações, classifique o porte do hospital (se 
pequeno, médio, grande), o seu perfil assistencial, nível de complexidade e o 
papel do estabelecimento ou zoneamento (se local, regional, de referência 
estadual, nacional ou internacional). 
FINALIZANDO 
Nesta aula estudamos a estrutura dos estabelecimentos de saúde em 
relação às seguintes classificações: 
 Porte: pequeno (50 leitos), médio (de 51 a 150 leitos) e grande (de 151 a 
500 leitos). 
 Perfil assistencial: hospital geral, hospital especializado, hospital 
universitário. 
 Nível de complexidade: média e alta. 
 Papel do estabelecimento ou zoneamento: local, regional, de referênciaestadual, nacional ou internacional. 
 
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REFERÊNCIAS 
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