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ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL E FUNCIONAL DO HOSPITAL AULA 3 Prof. Cristiano Caveião A luno: JE F F E R S O N G O N Ç A LV E S LO P E S E m ail: jefferson.g.lopes@ gm ail.com 2 CONVERSA INICIAL O Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (CNES) é uma base que apresenta todos os estabelecimentos de saúde do Brasil e pode ser acessada por meio do link: <http://cnes.datasus.gov.br/> (Brasil, [S.d.]). Com base nos registros do número de leitos disponibilizados no CNES, é possível realizar a classificação do hospital conforme o seu porte, além de ele apresentar os tipos de estabelecimentos. O modelo estrutural do hospital, segundo o porte, está organizado em três estruturas: de pequeno porte, de médio porte e de grande porte. Além disso, a sua classificação pode ser baseada no perfil assistencial (se hospital geral, hospital especializado, hospital universitário); no nível de complexidade; e no papel do estabelecimento ou zoneamento (local, regional, se de referência estadual, nacional ou internacional). Nosso objetivo é conhecer um pouco de cada uma dessas estruturas, para compreender melhor a dinâmica de funcionamento de um hospital. TEMA 1 – ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE O CNES objetiva favorecer a coleta dos dados estaduais e municipais referentes à capacidade física dos estabelecimentos de saúde, aos profissionais que estão vinculados a eles, aos seus equipamentos, fornecendo assim maior subsídio aos gestores, nesse caso o Ministério da Saúde, as Secretarias Estaduais de Saúde e as Secretarias Municipais de Saúde. O CNES foi instituído pelo Ministério da Saúde pela Portaria n. 511/2000 (Brasil, 2001), a qual determina que todos os estabelecimentos de saúde que prestam assistência, públicos e privados, existentes no território nacional necessitam estar cadastrados. O número do CNES identifica cada um dos estabelecimentos de saúde perante o Ministério da Saúde e, conforme Resolução Normativa ANS n. 71/2004 (Brasil, 2004), passou a ser requisito dos instrumentos jurídicos a serem firmados entre as operadoras e os prestadores de saúde. A Portaria n. 115/2003 e a Portaria n. 186/2016, da Secretaria de Assistência à Saúde do Ministério da Saúde (Brasil, 2003, 2016), classificam os tipos, subtipos e definições de estabelecimentos de saúde e criam possibilidade A luno: JE F F E R S O N G O N Ç A LV E S LO P E S E m ail: jefferson.g.lopes@ gm ail.com 3 de cadastramento de sedes de operadoras de planos de saúde no CNES, conforme descrito no Quadro 1. Quadro 1 – Tipos de estabelecimentos de saúde Código Tipos 01 Posto de Saúde 02 Centro de Saúde/Unidade Básica 04 Policlínica 05 Hospital Geral 07 Hospital Especializado 15 Unidade Mista 20 Pronto-Socorro Geral 21 Pronto-Socorro Especializado 22 Consultório Isolado 32 Unidade Móvel Fluvial 36 Clínica Especializada/Ambulatório de Especialidades 39 Unidade de Sadt – Isolada 40 Unidade Móvel Terrestre 42 Unidade Móvel para Atendimento de Nível Pré-hospitalar 43 Farmácia Isolada – Excepcionais 45 Unidade de Saúde da Família 50 Unidade de Vigilância Sanitária/Epidemiológica Isolada 60 Cooperativa de Profissionais 61 Centro de Parto Isolado 62 Hospital-Dia – Isolado 63 Unidade Autorizadora de Tratamento Fora de Domicílio (TFD) Isolada Fonte: Adaptado de Brasil, 2003, 2016. Observa-se a ampla classificação dos estabelecimentos de saúde existentes, segundo o Ministério da Saúde. Nesta disciplina, enfatizaremos os estabelecimentos hospitalares. TEMA 2 – CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO PORTE, TIPOS DE PACIENTES E CUIDADOS PRESTADOS Os estabelecimentos hospitalares estão classificados conforme o seu porte, ou seja, o número de leitos cadastrados por esses estabelecimentos, no CNES. São eles: Hospital de pequeno porte (HPP): até 50 leitos; Hospital de médio porte (HMP): de 51 a 150 leitos; Hospital de grande porte (HGP): de 151 a 500 leitos. Os hospitais que possuem mais de 500 leitos são considerados de porte extra. Importante destacar que os termos citados se referem somente ao número A luno: JE F F E R S O N G O N Ç A LV E S LO P E S E m ail: jefferson.g.lopes@ gm ail.com 4 de leitos e não apresentam relação com a qualidade e a complexidade da assistência prestada. Essa classificação dos estabelecimentos hospitalares permite compreender e entender a disponibilidade dos serviços prestados à população, sendo o seu critério o indicador leitos/população. Com isso, é possível comparar essa proporção entre municípios, regiões, estados e até mesmo mundialmente. Além dessa classificação por porte, tem-se a Portaria n. 2.224/2002 (Brasil, 2002), que norteia também a classificação hospitalar do Sistema Único de Saúde (SUS), que define os estabelecimentos hospitalares conforme sua estrutura técnico-administrativa, conforme descrito em seu art. 1º: A – Hospital de Porte I 01 (um) responsável pela Direção Geral – Profissional com nível superior, com curso de aperfeiçoamento em Administração Hospitalar, com no mínimo 180 horas/aula, realizado em instituição de ensino superior legalmente reconhecida; 01 (um) responsável pela Direção Técnica - Profissional médico, a quem compete zelar pela qualidade da assistência prestada; Obs – Se o responsável pela Direção Geral for profissional médico, o mesmo poderá acumular as funções de responsável pela Direção Técnica. B – Hospital de Porte II 01 (um) responsável pela Direção Geral – Profissional de nível superior, com curso de aperfeiçoamento em Administração Hospitalar, com no mínimo 180 horas/aula, realizado em instituição de ensino superior legalmente reconhecida; 01 (um) responsável pela Direção Técnica - Profissional médico, a quem compete zelar pela qualidade da assistência prestada; 01 (um) responsável pela Direção Administrativa – Profissional de nível superior, preferencialmente com formação em: administração hospitalar ou administração, com curso de aperfeiçoamento em Administração Hospitalar, com no mínimo 180 horas/aula em instituição de ensino legalmente reconhecida, observada o disposto no § 2º deste artigo. C – Hospital de Porte III 01 (um) responsável pela Direção Geral – Profissional com nível superior, experiência comprovada de 02 (dois) anos na função gerencial em unidade hospitalar e curso de especialização em Administração Hospitalar com no mínimo 360 horas/aula, realizado em instituição de ensino superior legalmente reconhecida; 01 (um) responsável pela Direção Técnica – Profissional médico, a quem compete zelar pela qualidade da assistência prestada, com curso aperfeiçoamento em Administração Hospitalar, com no mínimo 180 horas/aula, realizado em instituição de ensino superior legalmente reconhecida; 01 (um) responsável pela Direção Administrativa – Profissional de nível superior, preferencialmente com formação em: administração hospitalar ou administração, com experiência comprovada de 02 (dois) anos na função gerencial em unidade hospitalar e com curso de aperfeiçoamento em Administração Hospitalar, com no mínimo 180 horas/aula, realizado em instituição de ensino legalmente reconhecida, observado o disposto no § 2º deste artigo. D – Hospital de Porte IV 01 (um) responsável pela Direção Geral – Profissional de nível superior, com 02 (dois) anos de experiência comprovada na função gerencial em unidade hospitalar, com curso de especialização em Administração A luno: JE F F E R S O N G O N Ç A LV E S LO P E S E m ail: jefferson.g.lopes@ gm ail.com 5 Hospitalar, com no mínimo 360 horas/aula, realizado em instituição de ensino superior legalmente reconhecida; 01 (um) responsável pela Direção Técnica – Profissional médico, a quem compete zelar pela qualidade da assistência prestada, com experiência de 01 (um) ano na função gerencialem unidade hospitalar e com curso de especialização em Administração Hospitalar, com no mínimo 360 horas/aula, realizado em instituição de ensino superior legalmente reconhecida; 01 (um) responsável pela Direção Administrativa – Profissional de nível superior, preferencialmente com formação em: administração hospitalar, ou administração, com experiência de 02 (dois) dois anos na função gerencial em unidade hospitalar e com curso de especialização em Administração Hospitalar, com no mínimo 360 horas/aula, realizado em instituição de ensino superior legalmente reconhecida, observado o disposto no § 2º deste artigo. (Brasil, 2002) Além da classificação pela estrutura administrativa do seu porte, o hospital pode ser classificado conforme os níveis de atendimento médico (I, II, III e IV), por exemplo: Nível I: instituições pequenas, de atendimento ambulatorial e hospitalar, com consultas externas, emergências e internamentos de curta duração para cuidado de patologias de baixa complexidade. Nível II: instituições maiores do que as de nível I, com serviços de medicina interna, cirurgia, pediatria, gineco-obstetrícia, ortopedia e psiquiatria. Nível III: instituições que apresentam especialistas em medicina interna (cardiologia, nefrologia, pneumologia, dermatologia, cirurgia cardiovascular...). Nível IV: instituições com atendimentos de máxima complexidade nas ações cirúrgicas, de diagnósticos por imagem e laboratório clínico. Por exemplo: com realização de microcirurgias, transplantes, ressonâncias magnéticas, técnicas de radioimunoensaio. Após conhecermos um pouco sobre a classificação dos estabelecimentos hospitalares, é necessário também compreender quais os tipos de pacientes a que os hospitais atendem. Essa clientela atendida relaciona- se às características dos próprios pacientes, sendo eles, por exemplo: Agudos; Eletivos; Crônicos; Sob cuidados terminais; Convalescentes. A luno: JE F F E R S O N G O N Ç A LV E S LO P E S E m ail: jefferson.g.lopes@ gm ail.com 6 Com base nos cuidados prestados e considerando as características citadas, o atendimento pode ser de emergência, de diagnóstico, cirúrgico, de internamento, de obstetrícia e de pediatria. TEMA 3 – CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO PERFIL ASSISTENCIAL 3.1 Hospital geral O hospital geral é o hospital para atendimento de portadores de doenças das várias especialidades médicas, integrais, curativas e preventivas. Os hospitais gerais ofertam atendimento de várias especialidades médicas, ainda podendo haver limitação a um grupo etário (hospital infantil) ou a uma camada populacional específica (hospital previdenciário, hospital militar). Poderão dispor de serviços de urgência e emergência e deverão apresentar serviço de diagnose terapêutica de média complexidade. Pela sua característica de atendimento, o seu pronto-socorro será destinado à prestação de assistência aos pacientes com ou sem risco de vida, cujos agravos requeiram atendimento imediato. Nesses hospitais encontra-se tratamento clínico e/ou cirúrgico das principais especialidades: bucomaxilofacial, cardiologia, endocrinologia, gastroenterologia, ginecologia, nefrologia, neurologia, oftalmologia, oncologia, ortopedia, otorrinolaringologia, plástica, torácica, dermatologia, geriatria, hematologia, neonatologia, pediatria, pneumologia, queimados, ginecologia, obstetrícia. 3.2 Hospital especializado O hospital especializado possui por característica o atendimento exclusivo a uma determinada especialidade médica. Poderá dispor de serviço de urgência e emergência e serviço de diagnose terapêutica. Com essa característica de hospital especializado, consequentemente o seu pronto-socorro também será voltado para o atendimento de uma ou mais especialidades, a pacientes com ou sem risco de vida cujas situações necessitem de atendimento imediato. Dentre os hospitais especializados, tem- se também as maternidades, que prestam serviços da internação ao pós-parto, com unidade de terapia semi-intensiva ou intensiva. A luno: JE F F E R S O N G O N Ç A LV E S LO P E S E m ail: jefferson.g.lopes@ gm ail.com 7 3.3 Hospital universitário ou de ensino Nos hospitais universitários ou de ensino o atendimento ocorre pela utilização das escolas que ofertam cursos de graduação na área da saúde, servindo como um centro de formação de recursos humanos e desenvolvimento de tecnologia para a saúde. Eles podem ser públicos ou privados, porém isso requer que sejam de propriedade de instituição de ensino superior ou a ela conveniados. Suas premissas são baseadas no ensino, pesquisa e extensão e, consequentemente, com a prestação de serviços alicerçada nesses três eixos, ocorre o aprimoramento contínuo do atendimento e a elaboração de novos protocolos técnicos em várias áreas, contribuindo assim com a melhoria da assistência. Hoje, tem-se hospitais universitários mantidos pelos recursos do governo federal (a relação desses hospitais pode ser acessada em: <http://portal.mec.gov.br/hospitais-universitarios?id=13808>) e também pelas instituições estaduais ou privadas de ensino (Brasil, [201-]). Portanto, a nomenclatura de hospital universitário ou de ensino é designada aos hospitais que possuem ensino universitário, sendo que estes precisam atender a determinados requisitos em cada um dos seus departamentos, serviços e unidades funcionais. Além disso, é necessário um maior número de profissionais, preferencialmente com grau de doutor e uma capacidade assistencial de referência. 3.4 Outras classificações Como já mencionado em outra aula, sobre a classificação dos hospitais de natureza assistencial, ainda podemos apresentar outras duas, que se relacionam com o tempo de hospitalização: Hospital-dia ou de internação parcial: local onde o paciente permanece sob cuidados por no máximo 12 horas. Ele é considerado um serviço de internação parcial, em que o paciente pode realizar pequenos procedimentos cirúrgicos ou, também, tratamento psiquiátrico. Hospital de longa permanência: local onde a média de permanência excede 60 dias, podendo ser para tratamento psiquiátrico, continuidade A luno: JE F F E R S O N G O N Ç A LV E S LO P E S E m ail: jefferson.g.lopes@ gm ail.com 8 da internação realizada de forma integral, manutenção de procedimento ambulatorial ou reabilitação. TEMA 4 – CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO NÍVEL DE COMPLEXIDADE Sem objetivar discutir conceitos relacionados à atenção primária ou básica, é necessário apresentarmos definições do Ministério da Saúde para uma melhor compreensão dos serviços por nível de complexidade. Esse modelo recentemente foi abrangido em algumas estratégias de gestão de operadoras de saúde. No modelo público, o Brasil é organizado em três níveis de atenção: primário, secundário e terciário, com o objetivo de promover, restaurar e realizar a manutenção da saúde. No nível primário estão as unidades básicas de saúde; no nível secundário, as unidades de pronto-atendimento, as unidades de atendimento especializado ou de média complexidade – incluindo urgência e emergência; no nível terciário, os hospitais de grande porte, que atendem à alta complexidade. A atenção básica em saúde, primeiramente segundo a Portaria n. 648/2006 (Brasil, 2006b), que aprovou a Política Nacional de Atenção Básica, depois conforme a Portaria n. 2.488/2011 (Brasil, 2011), é assim definida: A atenção básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte na situação de saúde e autonomia das pessoas nos determinantes e condicionantes de saúde das coletividades. [...]Deve ser o contato preferencial dos usuários, a principal porta de entrada e centro de comunicação da Rede de Atenção à Saúde. Orienta-se pelos princípios da universalidade, da acessibilidade, do vínculo, da continuidade do cuidado, da integralidade da tenção, da responsabilização, da humanização, da equidade e da participação social. (Brasil, 2011) Consequentemente, a atenção básica é o primeiro nível da atenção à saúde no SUS, no qual ocorre preferencialmente o primeiro contato e o usuário é orientado sobre a rede de serviços. O mesmo ocorre com as operadoras de saúde, que replicam esse modelo, para complementar as ações já realizadas na medicina preventiva, e executam nas suas clínicas e pronto-atendimentos próprios a triagem, antes de encaminhar o paciente aos hospitais especializados, executando ações de prevenção e baixa complexidade. A luno: JE F F E R S O N G O N Ç A LV E S LO P E S E m ail: jefferson.g.lopes@ gm ail.com 9 Por ser uma base ordenadora do sistema público de saúde e de algumas operadoras, é a sua porta de entrada preferencial, porém os procedimentos nela realizados ainda não atendem a todas as demandas dos pacientes, havendo a necessidade de fornecimento de outros serviços de maior complexidade, realizados na atenção hospitalar, que representa uma série de ações e serviços de promoção, prevenção e restabelecimento da saúde. Assim, os serviços de baixa, média e alta complexidade em saúde tornam- se necessários para complementar a atenção primária ou básica. A Secretaria de Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde, apresenta os seguintes conceitos para a média e alta complexidade (Brasil, 2005): A média complexidade ambulatorial é composta por ações e serviços que visam atender aos principais problemas e agravos de saúde da população, cuja complexidade da assistência na prática clínica demande a disponibilidade de profissionais especializados e a utilização de recursos tecnológicos, para o apoio diagnóstico e tratamento. [...] Conjunto de procedimentos que, no contexto do SUS, envolve alta tecnologia e alto custo, objetivando propiciar à população acesso a serviços qualificados, integrando-os aos demais níveis de atenção à saúde (atenção básica e de média complexidade). Para melhor elucidar a classificação dos hospitais pelo nível de complexidade, o Quadro 2 apresenta os serviços prestados, facilitando assim a compreensão. Quadro 2 – Nível de complexidade dos serviços hospitalares BAIXA Hospitais com baixa densidade tecnológica Atendimento predominante nas quatro clínicas básicas MÉDIA Procedimentos que demandam especialização, por profissionais médicos, outros profissionais de nível superior e nível médio Cirurgias ambulatoriais especializadas Traumato-ortopédico Odontologia Patologia clínica Anatomopatologia e citopatologia Radiodiagnóstico Exames ultrassonográficos Diagnose Fisioterapia Terapias especializadas Próteses e órteses Anestesia (continua) A luno: JE F F E R S O N G O N Ç A LV E S LO P E S E m ail: jefferson.g.lopes@ gm ail.com 10 (continuação do Quadro 2) ALTA Assistência ao paciente portador de doença renal crônica (por meio dos procedimentos de diálise) Oncologia Cardiovascular Cirurgia cardiovascular pediátrica Procedimentos da cardiologia intervencionista Procedimentos endovasculares extracardíacos Laboratório de eletrofisiologia Traumato-ortopedia Neurocirurgia Otologia Implante coclear Cirurgia da calota craniana, da face e do sistema estomatognático Procedimentos em fissuras labiopalatais Reabilitação protética e funcional das doenças da calota craniana, da face e do sistema estomatognático Procedimentos para a avaliação e tratamento dos transtornos respiratórios do sono Pacientes queimados Cirurgia bariátrica Cirurgia reprodutiva Genética clínica Terapia nutricional Distrofia muscular progressiva Osteogênese imperfeita Fibrose cística Reprodução assistida Fonte: Brasil, 2007. Portanto, a capacidade de um estabelecimento de saúde atender às demandas assistenciais dos usuários do serviço, da menos à mais complexa, requer disponibilização de recursos tecnológicos e competências assistenciais específicas. TEMA 5 – CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO PAPEL DO ESTABELECIMENTO OU ZONEAMENTO 5.1 Hospital local A característica do hospital local é o atendimento à população de uma área geográfica determinada, com atendimento em áreas básicas como clínica médica, pediatria, clínica cirúrgica, obstetrícia e emergência. 5.2 Hospital regional No hospital regional, além de ocorrer a assistência à população local de uma determinada região, ainda se prestam serviços especializados a A luno: JE F F E R S O N G O N Ç A LV E S LO P E S E m ail: jefferson.g.lopes@ gm ail.com 11 encaminhamentos oriundos da sua e de outras localidades. Podem integrar esse tipo de hospital os serviços de média complexidade, que tem como objetivo abranger uma população de até 35 mil habitantes, com média de 1,5 leito para cada 1 mil habitantes. O atendimento versa sobre as especialidades que necessitam de internamento, como: clínica geral/cirúrgica, obstetrícia e ginecologia, cuidados diferenciados de pediatria, traumatologia, psiquiatria (com foco na ação ambulatorial e internamento de curta duração); e especialidades que não requerem internamento, como: oftalmologia, otorrinolaringologia, imaginologia e laboratório regional de análises clínicas. Possui atendimento permanente de urgência e emergência, atendimento de referência a doenças crônicas transmissíveis e não transmissíveis. 5.3 Hospital de referência O hospital de referência também é conhecido como hospital de base e tem como objetivo constituir-se em um espaço de coordenação e integração dos serviços médico-hospitalares de uma determinada área geográfica. Ou seja, é o local mais elevado de competência para os cuidados de saúde e de elevada qualidade em situações que necessitam de recursos técnicos e tecnológicos altamente diferenciados. Portanto, os hospitais de referência são estabelecimentos de alta complexidade e, no SUS, servem também como referência e contrarreferência. Como exemplo de hospitais de referência hoje no Brasil, tem-se algumas especialidades: saúde da mulher, doenças renais, doenças da tireoide, câncer, traumatologia e ortopedia. A referência pode ser regional, estadual, nacional e até mesmo internacional. NA PRÁTICA Para melhor compreensão de todo o conteúdo estudado nesta aula e de sua aplicação prática, acesse o Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (CNES), no link: <http://cnes.datasus.gov.br/> (Brasil, [S.d.]). (O portal é autoexplicativo e de fácil manuseio). Depois disso, escolha um hospital e realize a busca das seguintes informações: A luno: JE F F E R S O N G O N Ç A LV E S LO P E S E m ail: jefferson.g.lopes@ gm ail.com 12 CNES do estabelecimento; Tipo de estabelecimento; Gestão; Equipamentos; Informações ambulatoriais; Informações hospitalares (número de leitos por área e por especialidade). Com base nessas informações, classifique o porte do hospital (se pequeno, médio, grande), o seu perfil assistencial, nível de complexidade e o papel do estabelecimento ou zoneamento (se local, regional, de referência estadual, nacional ou internacional). FINALIZANDO Nesta aula estudamos a estrutura dos estabelecimentos de saúde em relação às seguintes classificações: Porte: pequeno (50 leitos), médio (de 51 a 150 leitos) e grande (de 151 a 500 leitos). Perfil assistencial: hospital geral, hospital especializado, hospital universitário. Nível de complexidade: média e alta. Papel do estabelecimento ou zoneamento: local, regional, de referênciaestadual, nacional ou internacional. A luno: JE F F E R S O N G O N Ç A LV E S LO P E S E m ail: jefferson.g.lopes@ gm ail.com 13 REFERÊNCIAS BRASIL. Agência Nacional de Saúde Suplementar. Resolução Normativa n. 71, de 17 de março de 2004. Brasília, 17 mar. 2004. Disponível em: <http://www.ans.gov.br/component/legislacao/?view=legislacao&task=TextoLei &format=raw&id=NzY2>. Acesso em: 5 jun. 2019. BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Assistência de média e alta complexidade no SUS. Brasília, 2007. BRASIL. Datasus. Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde. Brasília, [S.d.]. Disponível em: <http://cnes.datasus.gov.br/>. Acesso em: 5 jun. 2019. BRASIL. Ministério da Educação. Relação dos hospitais universitários. Brasília, [201-]. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/hospitais- universitarios?id=13808>. Acesso em: 5 jun. 2019. BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria n. 252, de 6 de fevereiro de 2006. Brasília, 2006a. _____. Portaria n. 648, de 28 de março de 2006. Brasília, 28 mar. 2006b. Disponível em: <http://189.28.128.100/dab/docs/legislacao/portaria_648_28_03 _2006.pdf>. Acesso em: 5 jun. 2019. _____. Portaria n. 2.224, de 5 de dezembro de 2002. Brasília, 5 dez. 2002. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2002/prt2225_05 _12_2002.html>. Acesso em: 5 jun. 2019. _____. Portaria n. 2.488, de 21 de outubro de 2011. Brasília, 21 out. 2011. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2488_21 _10_2011.html>. Acesso em: 5 jun. 2019. BRASIL. Ministério da Saúde. O SUS de A a Z: garantindo saúde nos municípios. Brasília, 2005. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Portaria n. 115, de 19 de maio de 2003. Brasília, 19 maio 2003. Disponível em: <ftp://ftp.datasus.gov.br/cnes/portarias/PT%20SAS-115.doc>. Acesso em: 5 jun. 2019. A luno: JE F F E R S O N G O N Ç A LV E S LO P E S E m ail: jefferson.g.lopes@ gm ail.com 14 _____. Portaria n. 186, de 2 de março de 2016. Diário Oficial da União, Brasília, 3 mar. 2016. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/20 16/prt0186_02_03_2016.html>. Acesso em: 5 jun. 2016. _____. Portaria n. 511, de 29 de dezembro de 2000. Diário Oficial da União, Brasília, 4 jan. 2001. Disponível em: <sna.saude.gov.br/legisla/legisla/control_a v/SAS_P511_01control_av_g.doc>. Acesso em: 5 jun. 2019. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Nacional de Ações Básicas de Saúde. Coordenação de Assistência Médica e Hospitalar. Conceitos e definições em saúde. Brasília, 1977. A luno: JE F F E R S O N G O N Ç A LV E S LO P E S E m ail: jefferson.g.lopes@ gm ail.com
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