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Prévia do material em texto

Gestão Escolar e 
Coordenação Pedagógica 
Disciplina: Educação e Diversidade 
Pedagógico do Instituto Souza 
atendimento@institutosouza.com.br 
Modalidade de Curso 
Pós-Graduação 
 
Página 1 de 37 
 
 
 
Educação e Diversidade 
 
 “Não Há prova maior de insanidade do que fazer a mesma 
Coisa dia após dia e esperar resultados diferentes” 
(Albert Einstein) 
 1– O nascimento da Sociologia e a diversidade (ADAPTADO) 
Orson Camargo - Graduado em Sociologia e Política pela Escola de Sociologia e Política de 
São Paulo – FESPSP - Mestre em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas - 
UNICAMP 
 
 
Nessa disciplina iremos articular os conhecimentos já adquiridos em História da 
Educação para avançarmos no pensamento sociológico da educação. Leia as 
indicações de textos e veja os vídeos, eles são de grande valia em sua 
aprendizagem. 
Disponível em: 
http://old.kov.eti.br/ciencias-sociais/ciencias sociais/resenhas/sociologia/resenha-
classicos-da-sociologia.pdf - Texto do Prof. Orson Camargos – Clássicos da 
Sociologia. 
https://www.youtube.com/watch?v=4_Rqjt5QYsk – Vídeo Prof. Gabriel Cohn sobre 
Karl Marx, Max Weber e Émile Durkheim. 
 
São três os principais pensadores clássicos da Sociologia, a saber: Marx, Durkheim 
e Weber. 
http://old.kov.eti.br/ciencias-sociais/ciencias%20sociais/resenhas/sociologia/resenha-classicos-da-sociologia.pdf
http://old.kov.eti.br/ciencias-sociais/ciencias%20sociais/resenhas/sociologia/resenha-classicos-da-sociologia.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=4_Rqjt5QYsk
Página 2 de 37 
 
 
 
O termo Sociologia foi criado por Augusto Comte (1798-1857), sendo considerado o 
pai da Sociologia – provavelmente o primeiro pensador moderno. Comte defendia a 
ideia de que para uma sociedade funcionar corretamente, precisa estar organizada e 
só assim alcançará o progresso. Seu esquema sociológico era tipicamente 
positivista, corrente com grande expressão no século XIX. 
Karl Marx (1818-1883) foi um intelectual e revolucionário alemão, fundador da 
doutrina comunista moderna, atuou como economista, filósofo, historiador, teórico 
político e jornalista e foi o mais revolucionário pensador sociológico. 
Marx concebe a sociedade dividida em duas classes: a dos capitalistas que detêm a 
posse dos meios de produção e o proletariado (ou operariado), cuja única posse é 
sua força de trabalho a qual vendem ao capital. Para Marx, os interesses entre o 
capital e o trabalho são irreconciliáveis, sendo este debate a essência do seu 
pensamento, resultando na concepção de uma sociedade dividida em classes. 
Assim, os meios de produção resultam nas relações de produção, formas como os 
homens se organizam para executar a atividade produtiva. Tudo isso acarreta 
desigualdades, dando origem à luta de classes. 
Marx foi um defensor do comunismo, pois essa seria a fase final da sociedade 
humana, alcançada somente a partir de uma revolução proletária, acreditando assim 
na ideia utópica de uma sociedade igualitária ou socialista. 
Émile Durkheim (1858-1917) foi o fundador da escola francesa de Sociologia, ao 
combinar a pesquisa empírica com a teoria sociológica. Ainda sob influência 
positivista, lutou para fazer das Ciências Sociais uma disciplina rigorosamente 
científica. Durkheim entendia que a sociedade era um organismo que funcionava 
como um corpo, onde cada órgão tem uma função e depende dos outros para 
sobreviver. Ao seu olhar, o que importa é o indivíduo se sentir parte do todo, pois 
caso contrário ocorrerá anomalias sociais, deteriorando o tecido social. 
A diferença entre Comte e Durkheim é que o primeiro crê que se tudo estiver em 
ordem, isto é, organizado, a sociedade viverá bem, enquanto Durkheim entende que 
não se pode receitar os mesmos “remédios” que serviu a uma sociedade para 
resolver os “males” sociais de outras sociedades. 
Página 3 de 37 
 
 
 
Para Durkheim, a Sociologia deve estudar os fatos sociais, os quais possuem três 
características: 1) coerção social; 2) exterioridade; 3) poder de generalização. Os 
fatos sociais apresentam vida própria, sendo exteriores aos indivíduos e introjetados 
neles a ponto de virarem hábitos. 
Pela sua perspectiva, o cientista social deve estudar a sociedade a partir de um 
distanciamento dela, sendo neutro, não se deixando influenciar por seus próprios 
preconceitos, valores, sentimentos etc. 
A diferença básica entre Marx, Comte e Durkheim consiste basicamente em que os 
dois últimos entendem a sociedade como um organismo funcionando, suas partes 
se completando. Por outro lado, Marx afirma que a ordem constituída só é possível 
porque a classe dos trabalhadores é dominada pela classe dos capitalistas e propõe 
que a classe proletária (trabalhadores) deve se organizar, unir-se e inverter a ordem, 
ou seja, passar de dominada a dominante, e assim superar a exploração e as 
desigualdades sociais. 
Max Weber (1864-1920) foi um intelectual alemão, jurista, economista e 
considerado um dos fundadores da Sociologia e é o pensador mais recente dentre 
os três, conhecedor tanto do pensamento de Comte e Durkheim quanto de Marx. 
Assim, ele entende que a sociedade não funciona de forma tão simples e nem pode 
ser harmoniosa como pensam Comte e Durkheim, mas também não propõe uma 
revolução como faz Marx, mas afirma que o papel da Sociologia é observar e 
analisar os fenômenos que ocorrem na sociedade, buscando extrair desses 
fenômenos os ensinamentos e sistematizá-los para uma melhor compreensão, é por 
isso que sua Sociologia recebe o nome de compreensiva. 
Weber valorizava as particularidades, ou seja, a formação específica da sociedade; 
entende a sociedade sob uma perspectiva histórica, diferente dos positivistas. 
Um dos conceitos chaves da obra e da teoria sociológica de Weber é a ação social. 
A ação é um comportamento humano no qual os indivíduos se relacionam de 
maneira subjetiva, cujo sentido é determinado pelo comportamento alheio. Esse 
comportamento só é ação social quando o ator atribui à sua conduta um significado 
Página 4 de 37 
 
 
 
ou sentido próprio, e esse sentido se relaciona com o comportamento de outras 
pessoas. 
Weber também se preocupou com certos instrumentos metodológicos que 
possibilitassem ao cientista uma investigação dos fenômenos particulares sem se 
perder na infinidade disforme dos seus aspectos concretos, sendo que o principal 
instrumento é o tipo ideal, o qual cumpre duas funções principais: primeiro a de 
selecionar explicitamente a dimensão do objeto a ser analisado e, posteriormente, 
apresentar essa dimensão de uma maneira pura, sem suas sutilezas concretas. Em 
suma: a Sociologia de Comte e Durkheim são positivistas; a de Marx é 
revolucionária e a de Max Weber é compreensiva. E nisto talvez esteja a principal 
diferença entre esses quatro grandes pensadores da Sociologia. 
 
 
2 - O campo da Sociologia da Educação e a Diversidade 
 
2.1 - O ENSINO DOS FUNDAMENTOS SOCIOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO: 
PRESSUPOSTOS E METODOLOGIAS1. 
Ileizi Luciana Fiorelli Silva2 
O objetivo deste texto é o de refletir sobre os Fundamentos Sociológicos da 
Educação, tendo como eixo a efetividade do ensino de sociologia da educação ou 
como se chama nessa grade curricular, ensino dos Fundamentos Sociológicos da 
Educação. Começo, então com algumas perguntas que tentaremos discutir ao longo 
do artigo. 
Para que servem os fundamentos sociológicos da educação? Qual sua função na 
formação de professores para a educação infantil e das série iniciais do ensino 
fundamental? Em que sentido se insere na proposta geral do curso? O quê e como 
 
1 Ao longo do texto utilizo as duas denominações, ora Fundamentos Sociológicos da Educação e, ora, Sociologia 
da Educação, estou pensando na mesma disciplina e nos mesmos problemas de ensino. 
2 Professora de Metodologia de Ensino de Sociologia do Depto. Ciências Sociais da UEL.Mestre em Educação 
pela USP e Doutora em Sociologia pela USP. 
Página 5 de 37 
 
 
 
ensinar nessa disciplina “sociologia da educação”? E aí cabe a pergunta: quais são 
os fundamentos sociológicos da educação? 
 
São perguntas pertinentes a todos nós envolvidos com a formação de professores. 
São perguntas que teremos que responder aos alunos, mas que eles só irão 
compreender no final do curso, ou, ainda quando estiverem atuando como 
profissionais; ou, quem sabe se prosseguirem os estudos em nível superior. Mas, o 
fato é que precisamos enfrentar essas questões e, se possível, coletivamente no 
trabalho escolar. O objetivo é problematizar, debater ou ainda alimentar o debate 
nas escolas. 
Não tenho receitas ou fórmulas mágicas para oferecer como nos programas de TV, 
nas palestras midiáticas de colegas da educação que tentam nos iludir com 
diagnósticos simplistas e soluções ainda mais ingênuas. Entretanto, trago reflexões 
que brotaram da minha prática educativa, iniciada exatamente com a disciplina 
Sociologia da Educação, no antigo curso de Magistério, implantando em 1991 e 
extinto na maioria das escolas, em 1996. Acompanhei o processo de formação de 
seis turmas, no Colégio Estadual Maria do Rosário Castaldi, em Londrina, que 
conseguiram concluir o curso: duas em 1994, duas em 1995 e duas em 1996. As 
turmas que concluíram em 1997 e 1998 não tive participação. 
Tive a felicidade de lecionar Sociologia da Educação para a primeira e segunda 
série, o que me oportunizava acompanhar as alunas, muitas com 14 ou 15 anos de 
idade, que na segunda série se transformavam em outras pessoas; em apenas um 
ano, quando elas passavam a ter 15 ou 16 anos, a diferença de comportamento era 
visível. Nesse contexto de início de carreira no magistério público, eu tive a 
satisfação de apreciar alguns resultados do meu trabalho. Considero-me 
privilegiada, pois uma das frustrações do trabalho docente é não poder sempre 
apreciar o resultado de seu trabalho e este lhe parecer vazio e sem sentido. Acho 
que por isso me encantei! Podia ensinar uma disciplina durante dois anos para os 
mesmas/os alunas/os! 
Página 6 de 37 
 
 
 
Na segunda série, as meninas/os estavam intimas de Durkheim, permitindo-se a 
intimidade de chamá-lo de “Durka”; o Marx de “O nosso Barbudo”; e de já ter 
incorporado jargões de nosso discurso, tais como: “a escola reproduz a ideologia 
dominante”; “as classes populares não tem o capital cultural valorizado pela escola 
burguesa”; “a escola deve libertar e emancipar os trabalhadores”; e assim por 
diante... 
Esses sinais me indicavam os limites do meu discurso pedagógico, mas também 
indicavam uma maior socialização das/os alunas/os com as especificidades da 
sociologia da educação. Obviamente, em outros instrumentos mais elaborados pude 
constatar avanços intelectuais e profissionais que decorriam não só da minha 
disciplina, mas do trabalho conjunto que realizávamos com as outras professoras de 
fundamentos, da história da educação, da filosofia da educação, da psicologia da 
educação, das práticas de estágio, entre outras. 
Quando passei a lecionar na Universidade Estadual de Londrina, no Departamento 
de Ciências Sociais, fui designada para dar aulas para o curso de Pedagogia, 
continuando com essa disciplina para formação de professores. Mais tarde, passei a 
ministrar essa disciplina no curso de Ciências Sociais e no curso de Especialização 
em Sociologia e Sociologia da Educação da UEL. Por conta disso, decidi fazer 
mestrado em Educação, na área de concentração Estado, Sociedade e Educação. 
Falo tudo isso para me legitimar como alguém que pode expor alguma reflexão 
sobre esse tema? Não! Faço esse pequeno memorial porque o que discuto sobre o 
ensino de sociologia da educação/fundamentos sociológicos da educação faz parte 
de uma trajetória pessoal que se confunde com o contexto histórico dos cursos de 
formação de professores no nível médio e no nível superior. Falo isso, muito mais, 
para advertir: olha, o que eu estou pensando está no calor da emoção, do 
envolvimento e do compromisso com essa formação de professores na escola 
média e nas licenciaturas na universidade. Isso significa que tem reflexão teórica, 
mas ela está condicionada por essa prática, por essa dimensão concreta de 
professora de sociologia da educação que, por isso resolveu estudar 
Página 7 de 37 
 
 
 
sistematicamente a educação, para buscar subsídios para o ensino, para as lides 
pedagógicas. 
Voltando as perguntas iniciais, as quais pretendo debater: 
Para que servem os fundamentos sociológicos da educação? Qual sua função na 
formação de professores para a educação infantil e das série iniciais do ensino 
fundamental? 
Em que sentido se insere na proposta geral do curso atual? O quê e como ensinar 
de sociologia da educação? Quais são os fundamentos sociológicos da educação? 
 
2.2 - Para Que Servem Os Fundamentos Sociológicos Da Educação? Qual Sua 
Função Na Formação De Professores Para A Educação Infantil E Das Série 
Iniciais Do Ensino Fundamental? 
 
O sociólogo francês Christian Baudelot, tentando responder às questões 
semelhantes a essas propôs que a sociologia da educação servisse para 
instrumentalizar os professores com mapas que os ajudassem a traçar seus 
itinerários, veja o que ele diz: 
No fundo o trabalho do sociólogo da educação se assemelha 
ao trabalho de um cartógrafo. Levantar o mapa escolar, 
proceder ao levantamento topográfico do terreno e do relevo, 
representar uma escala precisa os principais maciços da 
paisagem escolar, medir os caudais dos rios, ter os mapas em 
dia, eis aqui em que o sociólogo da educação pode ajudar o 
professor. Pode ajudá-lo a orientar-se na “floresta” escolar. 
Ajudá-lo a orientar-se e não guiá-lo. Caberá aos professores 
depois traçar, com o mapa na mão, seus próprios itinerários 
em função de suas opções e da natureza do terreno em que 
se encontram. (Baudelot, 1991) 
Página 8 de 37 
 
 
 
 
A sociologia da educação comporia o arsenal teórico que ajudaria os professores a 
se orientarem, juntamente com as outras disciplinas, mas que deveria oferecer aos 
futuros professores instrumentos para olhar a sociedade e a escola, as crianças, as 
famílias, a sua prática docente e o contexto macro social e político. 
Penso que os olhares dos alunos (futuros professores) deverão ser alterados pelos 
“óculos” das teorias sociais. Seus olhares deverão se desprender das imagens já 
construídas sobre a escola, os professores, os pobres, os ricos, as igrejas, as 
religiões, a cidade, os bairros, as favelas, a violência, os políticos, a política, os 
movimentos sociais, os conflitos, as desigualdades, entre outros. 
O que significa alterar os olhares dos nossos alunos? Significa doutriná-los em 
nossas convicções ideológicas, religiosas, políticas? Significa dizer para eles que 
tudo o quê eles pensam é senso comum, não serve para o exercício da profissão? 
Significa afirmar-se com um discurso moralista ou revolucionário? 
Certamente, que não. Mesmo que a neutralidade não exista na elaboração dos 
programas da disciplina e das aulas, um certo rigor é necessário. Como dizia Max 
Weber, sociólogo alemão, o professor não pode usar a docência para panfletar, para 
defender suas posições ideológicas, partidárias, religiosas, etc. Como homem 
público sim, poderá e deverá fazê-lo, mas como professor deve ter um rigor cientifico 
que lhe permita oferecer aos alunos o acúmulo de conhecimento da disciplina. Marx 
também advertia que a caracterização de uma teoria como representando o ponto 
de vista de uma classe determinada não significava, necessariamente, que fosse 
uma visão sem valor cientifico. Por isso, Marx, em sua obra, estudou e discutiu com 
o que havia de mais sofisticado na Filosofia e na Economia dos séculos XVIII e XIX . 
O ensino dos fundamentos sociológicos da educação, muitas vezes, foi direcionado 
comoum mecanismo de inculcação de valores, sejam conservadores, no antigo 
curso Normal, em que imperava o positivismo; sejam progressistas, muito comum 
nos anos de 1980, no Brasil, devido à ansiedade dos professores em romper com o 
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autoritarismo do regime militar, passavam a fazer discursos em favor das mudanças, 
ora mais democráticas, ora mais socialistas-revolucinárias. 
Ainda hoje, encontramos justificativas para o ensino de sociologia geral nas escolas, 
tais como: “essa disciplina deverá ajudar o aluno a entender seus direitos e deveres, 
muita mais seus deveres já que não se comportam adequadamente”; “a sociologia 
deverá ajudar na disciplina dos alunos, no controle da violência, etc”; “essa disciplina 
deverá dar mais civismo para os jovens”, e assim por diante. 
Levar aos alunos o acúmulo de reflexões ou o estado da arte da disciplina não é 
uma tarefa fácil, porque exigirá recortes, escolhas, delimitações de conteúdos, de 
teorias, e parafraseando Weber, aqui nós podemos ser parciais. Até porque o tempo 
das aulas, o número de aulas por semana, por mês e por ano exige que 
selecionemos o que consideramos o melhor desse “acúmulo”. Bem, uma vez feita a 
escolha, a seleção e as divisões dos conteúdos, devemos cuidar para sermos 
“neutros”, fiéis à ciência, ou como diria Marx, sermos comprometidos com a busca 
da essência superando as visões que temos sobre a aparência da vida social. 
O fato de estarmos comprometidos com uma classe social, no caso, a classe 
trabalhadora, exige ainda mais rigor cientifico. É o contrário do que propalam 
algumas versões vulgares de pedagogias liberais, do ensino por competências, do 
“aprender a aprender”, em que os pobres deverão ter um ensino mais leve, mais 
palatável, simplificado e resumido no imediato das experiências cotidianas, 
normalmente tratadas de forma sincrônica (sem história)3. 
Com esses princípios poderemos enriquecer os olhares dos alunos, futuros 
professores. 
 
 
3 Conferir a brilhante reflexão de Newton Duarte em Concepções afirmativas e negativas sobre o ato de ensinar, 
CEDES, Campinas, vol,19, n.º 44, abril 1998. 
 
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2.3 - Em Que Sentido os Fundamentos Sociológicos Inserem-se Na Proposta 
Geral Do Curso Atual de Formação de Docentes? O Quê E Como Ensinar 
Sociologia Da Educação? 
 
Vou tentar pensar o ensino de sociologia da educação, tendo como base duas 
realidades: 1) a primeira é a de que os fundamentos sociológicos da educação não 
são mais dados em dois anos, com 136 horas mais as horas de estágio como era na 
grade de 1991, agora são ministrados em um ano no curso integrado e meio ano 
(quatro meses) no subsequente, perfazendo respectivamente 68 horas e 60 horas; 
2) a segunda realidade é a de que estamos no segundo ano de implantação do 
currículo e que não existem, ainda, as condições ideais para o desenvolvimento do 
ensino coerente com seus pressupostos teóricos anunciados no currículo, além do 
que os professores pedagogos estavam afastados dessas atividades, tendo que 
reaprender sobre essa disciplina. 
O que podemos fazer? 
Em primeiro lugar, compreender o lugar dessa disciplina na proposta geral do curso. 
Lembrando, então, que o currículo tem o trabalho como princípio educativo, a práxis 
como principio curricular e o direito da criança ao atendimento escolar. 
A sociologia da educação deverá ajudar os alunos a perceberem as determinações 
sociais da sua prática profissional, da configuração do sistema educacional no país, 
da sua inserção na estrutura de classes do capitalismo, do significado da educação 
no capitalismo, entre outros. Ou, como diria Baudelot, a sociologia da educação 
deverá fornecer os mapas para orientação dos futuros professores, mapas que 
permitam estabelecer itinerários nas escolas e nos centros de educação infantil. 
Nesse sentido, a disciplina uma existência histórica que coincide com a historicidade 
da educação nas sociedades modernas e que deve ser compreendida dessa forma, 
como um instrumento cientifico que altera os olhares e, conseqentemente, a prática 
pela práxis educativa. Práxis, porque não nega, não escamoteia seu sentido político, 
de transformação. A disciplina, como todo o currículo, intenta transformar os alunos 
Página 11 de 37 
 
 
 
no sentido de um educador comprometido com o direito sagrado das crianças ao 
atendimento escolar de qualidade. Ser comprometido com esse direito pressupõe 
a compreensão da sociedade capitalista, dividida em classes sociais. Pressupõe a 
compreensão da gênese das relações sociais no país, as formações e os modos de 
vida no Brasil em suas manifestações culturais, a escola em relação às religiões, 
aos sem-terra, aos latifundiários, aos negros, aos portadores de necessidades 
especiais, às mulheres, aos índios, aos filhos de trabalhadores, aos filhos da 
pequena burguesia, da burguesia, da classe de renda média, entre outros. 
Em segundo lugar, estabelecer algumas diretrizes para o ensino da disciplina de 
acordo com o seu papel no contexto geral do currículo. E aí vou defender uma forma 
de ensino dessa disciplina, que é para ser debatida. 
Tomando a ementa dos Fundamentos Sociológicos da Educação e a bibliografia 
sugerida no documento da Proposta Curricular de 2003, vamos relembrar: 
 A educação na perspectiva sociológica e antropológica. 
 As teorias clássicas e contemporâneas sobre a sociedade e a educação. 
 Estudos socioantropológicos sobre educação e escola no Brasil (urbano e 
rural). 
 Concepções de criança/infância como construção histórica e social. 
 A Infância no Brasil (urbano e rural) 
 A educação no Campo. 
 Experiências das escolas rurais, do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra 
e das ONGs voltadas para a educação dos Trabalhadores Temporários do 
Campo, dos Jovens e Adultos, entre outras. 
 
Cada um desses itens enseja uma longa bibliografia e inúmeros conteúdos e teorias. 
Podemos olhar para essa ementa e para sua bibliografia e perguntar se está 
coerente com os pressupostos do currículo, se está coerente com a carga horária, 
com a idade e o estágio dos alunos do ensino médio e do curso subseqüente, enfim 
Página 12 de 37 
 
 
 
podemos fazer inúmeros questionamentos e avaliações. E é oportuno que façamos 
nesse momento. 
 
Mas, eu estou ansiosa para propor encaminhamentos para a disciplina e os próprios 
encaminhamentos indicarão minha discordância em relação aos itens 
da ementa (falo disso tranquilamente porque participei da elaboração dessa 
ementa). 
 
 
3 - Fundamentos do pensamento sociológico 
 
Disponível em: 
 https://www.youtube.com/watch?v=9p__jZBzAok-acessoem22/04/2016 - Vídeo 
sobre a Sociologia da educação no Brasil. 
 
3.1- Diretrizes Para Os Fundamentos Sociológicos da Educação e da 
Diversidade. 
 
1. Buscar a coerência com a proposta geral, portanto, na definição das atividades 
lembrar que a disciplina está na segunda série e, que o eixo temático da prática de 
formação é “Pluralidade Cultural, as diversidades, as desigualdades e a educação” 
(pág. 41). 
Esse eixo está proposto para aglutinar as diferentes disciplinas nas atividades de 
estágio. Assim, ao elaborar o programa anual/semestral, a professora responsável 
pela sociologia da educação deverá conversar com as demais professoras, no caso, 
as responsáveis pelas disciplinas: Fundamentos Históricos e Políticos da Educação 
Infantil, Concepções Norteadoras da Educação Especial, Trabalho Pedagógico da 
Educação Infantil, Organização do Trabalho Pedagógico e Estágio Supervisionado. 
https://www.youtube.com/watch?v=9p__jZBzAok-acessoem22/04/2016
Página 13 de 37 
 
 
 
 
2. Participar do esforço coletivo de instrumentalização didática da pedagogia 
histórico-crítica, esforçando-se para organizar os conteúdos e as atividades de 
ensino-aprendizagem a partir desses pressupostos.Assim, os programas deverão 
refletir essa concepção de educação. 
 
3. Associar os pressupostos da sociologia crítica de Florestan Fernandes e da 
Pedagogia Histórico-Crítica de Saviani e outros. 
Compreendemos por sociologia crítica o respeito à tradição teórica clássica, 
portanto, ao ensinar sociologia, as diferentes teorias devem ser acionadas, mas não 
como uma história das ideias sociológicas. Elas devem servir para iluminarmos 
fenômenos sociais que não são inteligíveis num primeiro momento. Dessa forma, 
após “testar” várias teorias pode-se criticá-las e indicar aquelas mais ou menos 
adequadas para determinados fenômenos. Assim, ao estudar educação vamos 
colocá-la sob o holofote de várias “luzes”- teorias, mas, dependendo do contexto 
histórico, determinadas luzes/teorias iluminarão melhor os fenômenos educativos. 
Florestan Fernandes, na fase mais madura, “optou” pelo materialismo histórico, pois 
concordou com Marx, que outras teorias sofisticadas tinham um limite: estavam 
aprisionadas pelo horizonte burguês. 
 
Concluindo, então, sugiro que os pressupostos de ensino dos fundamentos 
sociológicos da educação sejam a sociologia crítica de Florestan Fernandes e a 
pedagogia Histórico-crítica de Dermeval Saviani (e outros). 
 
3.1 QUAIS SÃO OS FUNDAMENTOS SOCIOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO? 
Tentando ser fiel a esses pressupostos poderíamos iniciar o curso com os três 
primeiros itens da ementa. Ressalta-se que, na minha opinião, só esses itens 
tomariam o ano todo, ou seja, desdobrados em diversos problemas e recortes. 
Página 14 de 37 
 
 
 
Penso que a discussão da história da criança poderia ter sido feita na disciplina 
Fundamentos da História da Educação, na primeira série e poderá ser feita, na 
segunda série, nos Fundamentos Históricos e Políticos da Educação Infantil, esta 
tem em sua ementa os seguintes itens: contexto sócio-político e econômico em que 
emerge e se processa a educação infantil e seus aspectos culturais constitutivos; 
concepções de infância; infância e sociedade; infância e cultura. 
Com isso, não estou sugerindo para não cumprirmos a ementa, mas para repensá-
la. De imediato podemos articular com a professora de Fundamentos Históricos e 
Políticos da Educação Infantil, atividades, textos em comum, que somem no trabalho 
pedagógico e enriqueçam um tema tão importante para o currículo. 
No caso dos itens sobre educação no campo e experiências de educação dos 
movimentos sociais, especialmente do movimento dos sem-terra, podemos pensar 
em estudos de caso, ou alguma estratégia que envolva educadores do movimento 
dos sem-terra com palestras e seminários nas escolas. De qualquer maneira, 
adianto que esses itens ficaram meio deslocados no conjunto da ementa, muito 
específicos; outros tópicos mais próximos das escolas formais poderiam contemplar 
a ementa. Mas, isso pode ficar para pensarmos, debatermos e enviarmos à SEED 
nossas sugestões. 
 
3.1.1 A educação na perspectiva sociológica e antropológica. As teorias 
clássicas e contemporâneas sobre a sociedade e a educação. Estudos 
socioantropológicos sobre educação e escola no Brasil (urbano e rural). 
 
Quando pensamos a educação na perspectiva sociológica e antropológica, estamos 
refletindo sobre processos de socialização orientados pelo conjunto de códigos e 
práticas sociais desenvolvidas em sistemas simbólicos, sistemas culturais, ou seja, 
em dimensões das sociedades que organizam os processos de reprodução dos 
Página 15 de 37 
 
 
 
valores, da moral, das regras, dos costumes, dos modos de vidas considerados 
“normais”. 
Os antropólogos, sobretudo, nos estudos etnográficos levantaram inúmeras 
formações sociais, com seus modos de vidas e de produção, em que determinados 
indivíduos se responsabilizavam pela educação dos mais jovens, das crianças. 
Carlos Brandão, no livro O que é Educação, da Editora Brasiliense, traz a carta de 
um índio americano escrita em resposta ao convite do governo americano para 
educar os jovens de sua tribo. A resposta é negativa, pois o cacique avaliava 
infrutífera essa educação, uma vez que os jovens retornariam sem saber caçar, 
resistir ao frio, guerrear, orar, dançar, enfim não teriam identificações com essa 
sociedade. Esse episódio inspira toda a reflexão de Brandão sobre a construção das 
identidades através da educação, mostrando que cada sociedade criará formas de 
educar que garantam a reprodução de indivíduos identificados com os valores e 
práticas sociais hegemônicos. A educação depende da cultura dos povos. Essa é a 
mensagem primária das ciências sociais. 
A diferença da sociologia em relação à filosofia, afirma Durkheim é que a sociologia 
deve identificar como é a educação nas diferentes sociedades ao longo dos tempos. 
Durkheim a vê como um fato social, uma coisa, que existe externamente ao 
individuo e se impõe a ele de modo irresistível. A filosofia se ocupa de pensar como 
a educação deveria ser e propõe modelos de homem, sociedade e de educação, 
portanto. Nesse sentido, a sociologia tende a “incomodar” porque sempre está 
buscando desnaturalizar o que parece natural. Até bem pouco tempo, a maioria dos 
nossos costumes eram vistos como algo natural, com existência mágica. O 
iluminismo traz a razão para a história e propaga que tudo é criação dos homens. 
Quando Giambatista Vico, no século XVIII, afirmou que o homem é sujeito da 
história, provocou uma revolução em termos da compreensão dos fenômenos 
sociais. 
Então, quando nossas alunas chegam no curso de formação para docentes pode ser 
que considerem “naturais” uma variedade de rituais, normas, formas de ensinar, 
avaliar e promover. As frases do tipo: “sempre foi assim e sempre será”; “porque 
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alterar algo se sempre funcionou assim”; “porque desmistificar nossos próprios 
costumes?”. 
Assim, a sociologia da educação nos revela que as mulheres se ocupam, 
primordialmente, da educação dos filhos e, mais tarde, dos filhos dos outros nas 
escolas em função de uma construção sócio-cultural patriarcal e não em função do 
instituo natural de ser mãe. O próprio instinto para maternidade é, hoje, analisado 
como uma “invenção” social e não só como um instinto puramente biológico. 
A ideia durkheiminiana de que a consciência coletiva se impõe ao indivíduo não é de 
toda descartável, como faz a crítica do funcionalismo. As sociedades criam as 
religiões, a moral e o direito que são homogeneizados e internalizados nos 
processos de socialização, sobretudo nos processos educativos implícitos nos 
ambientes sociais e explícitos em ambientes especializados nas artes de ensinar, 
doutrinar e domesticar. 
As diferentes teorias sociológicas pensam a escola e o sistema de ensino a partir de 
projetos sócio-educativos coerentes com seus pressupostos. Dessa forma, a 
sociologia que se inspirou em Durkheim, destacou a educação escolar como fator 
essencial do equilíbrio, da harmonia e do progresso da sociedade capitalista. No 
Brasil, Fernando de Azevedo, Anísio Teixeira e Lourenço Filho defendiam 
arduamente a organização de uma educação republicana, laica, moderna, capaz de 
contribuir com a industrialização e democratização do país. Nos anos de 1930, 
esses intelectuais produziram estudos e elaboraram propostas para a escola e para 
constituição de um sistema de ensino público. 
 
È comum na sociologia da educação essa postura “militante” do cientista, ou seja, 
ao mesmo tempo que analisa a educação, engaja-se em movimentos de defesa de 
suas propostas sócio-educativas. 
 
Max Weber não produziu muitos estudos específicos sobre a educação e a escola 
se comparado com o que produziu Durkheim. Entretanto, nos seus estudos sobre 
racionalização, desencantamento, burocratização do Estado e das empresas, 
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formação dos quadros para as burocracias, problematizou sobre os rumos da 
educação racional e burocratizada das sociedades modernas.Em textos sobre a 
universidade, comparou o modelo alemão e o americano, destacando o quanto o 
modelo americano caminhava para uma pedagogia do treinamento, para uma 
educação em que os princípios administrativos se sobrepunham aos princípios 
pedagógicos. Destacou que a burocratização estava ensejando uma escola baseada 
na pedagogia do treinamento, centrada na busca pelos títulos, na euforia pela 
qualificação cartorial. Diferente da formação dos mandarins chineses, os letrados 
chineses que se formavam na pedagogia do cultivo, centrada no conhecimento 
clássico, em literatura e artes. 
 
Weber era “pessimista” com esses processos de racionalização porque aprisionava 
os indivíduos em processos técnicos sofisticados, mas com o fim em si mesmos. 
Com o tempo os esquemas racionais, como as burocracias, passavam a ter 
autonomia relativa em relação às necessidades sociais, tornando-se máquinas 
centradas em sua própria reprodução. As escolas e os processos pedagógicos 
também passaram pela racionalização/irracionalização. 
 
Quando ouvimos, de todos os lados, a exigência de uma 
adoção de currículos regulares e exames especiais, a 
razão disso é, decerto, não uma ‘sede de educação’ surgida 
subitamente, mas o desejo de restringir a oferta dessas 
posições e sua monopolização pelos donos dos títulos 
educacionais. Hoje, o ‘exame’ é o meio universal desse 
monopólio e, portanto, os exames avançam 
irresistivelmente.(p.279) 
 
Como a educação necessária à aquisição do título exige 
despesas consideráveis e um período de espera de 
remuneração plena, essa luta significa um recuo para o 
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talento (carisma) em favor da riqueza, pois os custos 
‘intelectuais’ dos certificados de educação são sempre 
baixos, e com o crescente volume desses certificados os 
custos intelectuais não aumentam, mas decrescem. (Weber, 
p.279, grifos meus)” 
 
Nos anos de 1920 a 1940, surge outro sociólogo na Alemanha, de origem Húngara, 
K. Mannhein (1893-1947) que se dedicou a estudar a educação. Fugindo ao 
pessimismo weberiano, propõe que a sociologia sirva de embasamento teórico para 
educadores e educandos no objetivo de compreenderem a situação educacional 
moderna. Concordava com Weber que a educação escolar moderna levou a um 
declínio da formação do homem integral, porém, a democratização da educação 
arejou as relações sociais, permitindo a criação de personalidades mais racionais e 
mais democráticas. Se os Estados convocassem intelectuais para organizarem e 
planejarem detalhadamente os serviços sociais, entre eles a educação, a 
racionalização se efetivaria em favor do desenvolvimento da democracia, da paz e 
da prosperidade. A educação seria uma técnica de planejamento social. De certa 
forma, os países que tiveram um Estado de Bem-estar social, baseados na social-
democracia, implementaram esses princípios. 
Nos anos de 1950, no Brasil, Florestan Fernandes, foi muito influenciado por essa 
visão de Mannheim, acho até que isso, foi umas das razões que o impulsionou a se 
engajar na luta, nas campanhas em defesa da escola pública, andando pelo Brasil a 
debater meios de implantarmos essa educação. Seus textos desse período são 
explicitamente inspirados em Mannheim. 
Quais são os limites dessas teorias tão sérias e sofisticadas? 
 
Como diria Marx, talvez o aprisionamento no horizonte burguês. Eu diria que 
pensam a educação sem enfrentar a condição essencial da estrutura da sociedade 
capitalista. Vários limites da educação escolar nas sociedades modernas estão 
precipuamente ligados às desigualdades econômicas e sociais produzidas pelas 
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relações de produção baseadas na acumulação e apropriação privada dos bens 
materiais e espirituais. 
 
K. Marx (1818-1883) não pode ser rotulado como sociólogo, pois, não foi sua 
preocupação o estabelecimento dessa ciência. É um pensador completo, podemos 
afirmar que é um cientista social e produziu no século XIX uma teoria fantástica, 
que marcou as ciências sociais e muitas outras áreas que, mais tarde, beberam na 
fonte do materialismo-histórico. O que pensou sobre educação o fez no interior de 
sua análise sobre a alienação dos trabalhadores no processo de produção, ou seja, 
o trabalho na sociedade capitalista torna o homem um ser unilateral, que não pode 
desenvolver suas potencialidades intelectuais, de criador, de pensador. Nesse 
sentido, perde a possibilidade de se realizar como ser histórico, fica bitolado em 
tarefas repetitivas, na teia complexa do cotidiano de sobrevivência difícil, enfim, 
passa a vida se debatendo com o trabalho para outro e a sobrevivência material, a 
busca do alimento, da moradia e da reprodução enquanto ser humano vivo. 
 
A educação no capitalismo é marcada pelas classes sociais, é dividida. A burguesia 
terá seus métodos e espaços educacionais e aos trabalhadores será ofertada uma 
educação parcial de disciplinamento para as fábricas. No tempo de Marx, o trabalho 
infantil estava sendo regulamentado, e uma das idéias era a de que as fábricas 
oferecessem a educação profissionalizante. Marx defendia a educação nas fábricas. 
Entretanto, indicou a educação politécnica como uma forma de superar a 
unilateralidade dos trabalhadores. Não desenvolveu muito sobre esse tema, que foi 
retomado por Gramsci e sociólogos, filósofos, pedagogos contemporâneos. 
 
Gramsci, socialista e filosofo marxista, viveu na Itália, grande parte de sua juventude 
na prisão de Mussolini. Essa realidade condicionou sua produção intelectual. Por 
viver no país católico, sede do Vaticano, e ter morado no sul da Itália, mais rural e 
“atrasada” pôde perceber o quanto seria complicado o estabelecimento de uma 
sociedade comunista, pois os homens estavam sendo socializados com essas 
ideologias religiosas e semi-feudais. 
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Pensa a educação como uma esfera de constituição de hegemonia e contra-
hegemonia. Seria importante que os socialista se dedicassem a pensar a educação 
do homem socialista, superando a visão de classes predominante. Daí propõe a 
Escola Unitária, acima das diferenças entre as classes. O trabalho como principio 
educativo e o esforço para superação do pensamento do senso comum/folclórico. 
Essa visão de educação influenciou e influencia até hoje a sociologia da educação e 
as ciências sociais voltadas para a educação de modo geral. M. Apple, Henri Giroux, 
Saviani, Frigotto, Kuenzer e a própria elaboração dos currículos para o ensino médio 
e profissionalizante no Paraná. 
 
O eixo crítico da educação e da sociedade capitalista dedicou-se nos anos de 1960 
a 1980 a estudar os condicionantes macro sociais e políticos dos sistemas 
educacionais. A educação é colocada como uma instância de reprodução social, das 
desigualdades sociais, como reprodução da ideologia dominante (Althusser) e a 
escola como Aparelho Ideológico do Estado. Bourdieu e Passeron demonstraram a 
formas de violência simbólicas nas pedagogias dominantes no sistema de ensino 
francês. Violência porque exercida de forma implícita nos comportamentos dos 
professores, nos processos de avaliação dos alunos das classes populares. 
 
Na Alemanha, nos EUA e no Brasil inúmeros pensadores destacaram a relação 
intrínseca e necessária entre a divisão do trabalho, a escola e a preparação da força 
de trabalho para as empresas capitalista. Claus Offe, sociólogo alemão destacou 
como o sistema de ensino alemão estava organizado para produzir mão-de-obra 
para as empresas e para os serviços. Carnoy, Bowlles e Gintis fizeram o mesmo nos 
EUA, destacando que as escolas americanas não estavam interessadas em formar 
trabalhadores que dominassem os atributos cognitivos, mas sim os atributos de 
personalidade e de comportamento adequados às exigências dos mercados, das 
empresas e dos administradores de recursos humanos. No Brasil, vários estudos, 
nos anos de 1970 e 1980 demonstraramesse processo no Brasil, Lucíola Machado, 
Frigotto, Kuenzer, Cunha, Freitag, entre outros. 
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Infelizmente, a popularização e vulgarização dos resultados desses estudos passou 
uma mensagem “pessimista” do papel da escola e da educação, deixando muitos 
professores desanimados com a sua função. Estudar sociologia da educação nos 
levava a saber que nós reproduzimos as desigualdades, somos responsáveis pela 
violência simbólica e pela disseminação da ideologia burguesa, reproduzimos uma 
educação técnica comportamental, enfim somos uns verdadeiros “agentes do mal”. 
 
Talvez, por isso, muitos pesquisadores perceberam que deveriam se ocupar de 
estudar mais a escola em si, os processos pedagógicos locais, os fenômenos de 
sucesso nas classes populares e de fracasso nas classes burguesas; como o 
fracasso escolar é produzido e como pode ser superado, enfim, inspirados nos 
métodos antropológicos, na etnografia e nos estudo de caso, sociólogos da 
educação se voltam para os aspectos micro sociais, do espaço genuíno da escola 
tomada como um “mundo” autônomo. 
Essa vertente traz a tona a possibilidade de transformação nas relações escolares, 
relacionando escola-família, escola-criança, escola-comunidade, escola-pais, 
escola-professores, escola-juventude, e assim por diante. 
 
As críticas são no sentido de que esses estudos correm o risco de perder os 
aspectos macro sociais determinantes, e não raro, muitos estudos, sobretudo, os 
americanos, ingleses e brasileiros, caem nessa armadilha. 
Entretanto, estudos sérios como de Paul Willis, que fez um estudo etnográfico sobre 
a educação de filhos de trabalhadores na Inglaterra, apreendem os aspectos mais 
específicos, micro sociais articulados aos condicionantes macro sociais. Esse 
desafio é o mais instigante na sociologia da educação. O estudo de Acácia Kuenzer 
sobre a pedagogia da fábrica, em que analisa o trabalho na VOLVO, também dá 
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conta dos aspectos específicos, micro sociais articulados aos determinantes do 
capitalismo. 
Há muita produção de pesquisas e teorias sobre a educação moderna e, 
certamente, não daremos conta aqui nessa fala e nas aulas no curso de formação 
docentes aí nas escolas. Entretanto, pode-se pensar em quadros explicativos e 
através de aproximações com a realidade, num primeiro momento de forma mais 
despretensiosa, levar as alunas a se interessarem pelos fundamentos sociológicos 
da educação. 
Propondo pesquisas, no nível de um objeto comum, ainda não cientifico, mas que 
serve como passo didático na aprendizagem de olhar a realidade de forma 
sistemática. Ao longo do curso, as alunas poderão ir formulando objetos científicos, 
já tratados pelas teorias, mas inicialmente precisamos ter paciência, apresentando o 
que for possível, mas o que é essencial para a formulação dos mapas que 
orientarão o trabalho das professoras nas escolas. 
 
Os demais itens da ementa poderão ser inseridos no conjunto de debates até 
mesmo dessa primeira fase de aproximação com os fundamentos teóricos e deverão 
compor as atividades de práticas de ensino em conjunto com as outras disciplinas. 
 
3.1.2 Concepções de criança/infância como construção histórica e social. A 
Infância no Brasil (urbano e rural). 
O texto de Ariès pode ser refletido nas duas disciplinas ou em uma delas. 
A educação no Campo. 
Experiências das escolas rurais, do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra e das 
ONGs voltadas para a educação dos Trabalhadores Temporários do Campo, dos 
Jovens e Adultos, entre outras. 
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As experiências das escolas rurais e do Movimento dos Sem Terra poderão 
ser estudos de casos, em que as alunas irão a campo procurar materiais junto aos 
próprios movimentos, cartilhas, documentos, textos, etc. A Escola Florestan 
Fernandes do MST pode ser pesquisada, verificando sua proposta educativa, como 
funciona, porque esse nome Florestan Fernandes e assim por diante. 
 
Espero que, como socióloga da educação e professora de ensino Médio e nos 
cursos de formação de professores, tenha conseguido fornecer alguns “mapas” para 
nos orientarmos no Ensino dos Fundamentos sociológicos da educação. Com as 
questões de vocês poderei esmiuçar as possibilidades de itinerários. 
 
 
4 - A educação não está deslocada de seu contexto social 
Leia a tirinha de Quino, personagem Mafalda, menina inteligente. 
 
 
Disponível em: 
https://www.google.com.br/search?q=tirinhas+da+mafalda+sobre+sociologia&espv=2&biw=1366&bih
=643&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ved=0ahUKEwjt1t6QrKPMAhXJF5AKHVD4Dp0QsAQIG
w-acessoem22/04/2016 
 
 
Nesse módulo vamos estudar como se deu a institucionalização da disciplina (que 
foi dentro do processo do positivismo), como passou a fazer parte do currículo e por 
quê? Em primeiro lugar aparecem os problemas educacionais, procurando soluções. 
 
No início do século xx se inicia a caminhada da disciplina dentro das instituições 
educacionais, mas alguns problemas continuam até hoje, mas foram tratados desde 
https://www.google.com.br/search?q=tirinhas+da+mafalda+sobre+sociologia&espv=2&biw=1366&bih=643&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ved=0ahUKEwjt1t6QrKPMAhXJF5AKHVD4Dp0QsAQIGw-acessoem22/04/2016
https://www.google.com.br/search?q=tirinhas+da+mafalda+sobre+sociologia&espv=2&biw=1366&bih=643&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ved=0ahUKEwjt1t6QrKPMAhXJF5AKHVD4Dp0QsAQIGw-acessoem22/04/2016
https://www.google.com.br/search?q=tirinhas+da+mafalda+sobre+sociologia&espv=2&biw=1366&bih=643&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ved=0ahUKEwjt1t6QrKPMAhXJF5AKHVD4Dp0QsAQIGw-acessoem22/04/2016
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o início, e de varias maneiras conforme o contexto histórico. O positivismo[1] encara 
todos os fatos como coisas, passíveis de serem analisados. A sociologia enquanto 
disciplina vai aparecer num contexto de inquietação social. 
 
Dentro das transformações que a sociedade passa são momentos de mudanças 
sociais que o mundo do trabalho vai acontecer. A uma distancia entre sociólogo e 
educadores, porque não é objeto dos sociólogos a educação, não buscava esse 
tema como objeto de estudo. Na década de 50 e 60 momentos de industrialização, 
as grandes cidades sofrem transformações. Nessa mesma década já se tem uma 
bagagem, mas nada voltado para os problemas da educação, tudo dentro da ideia 
de que o Brasil tinha de evoluir, se desenvolver. 
 
A formação dos primeiros sociólogos dos anos de 1950 e 1960 vai ser muito 
importante, mas vai discutir muito pouco sobre temas como; repetência, evasão 
escolar. Nesse período vão ser discutidas as diferenças regionais, o Brasil tinha 
muitas particularidades conforme as regiões, e isso tinha de ser resolvido. Com isso 
surgem as superintendências regionais( Sudan, Sudene, Sudeco), que tinha a ideia 
de planejamento ( investigar regiões) 
 
 
Educação e desenvolvimento caminham juntos principalmente a partir de 1960. A 
educação agora é vista como um tema e não mais como objeto. Os primeiros 
sociólogos dessa época vão pensar educação como algo que seja acesso a toda 
educação, como facilitar o acesso a educação. O tema que não fugiu da educação 
era o analfabetismo, pois a preocupação principal ainda era muito pautado na 
economia. Surge o Mobral, momento em que os militares na década de 64 tentam 
resolver esses problemas, mas o objetivo era apenas pra ensinar a ler e escrever, 
não tinha interesse de preparar o cidadão era apenas para instrumento para 
trabalho. 
 
file:///C:/Documents%20and%20Settings/office/Meus%20documentos/Unicid/1-%20Sociologia%20da%20educação/Resumo%20apostila.doc%23_ftn1
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Uma nova preocupação do processo educativo só vai surgir na década de 70, vão 
começar a fazer relação entre nível de renda e reprovação escolar, ou seja, alguma 
coisa esta errada e não é o aluno, isso é revolucionário dentro da sociologia da 
educação. Assim o tema evasãoescolar, etc., vão passar a ser um tema efetivo, e 
vai dentro dessa perspectiva, vai dar um novo tratamento nesse questionamento. 
 
Sociólogos vão ter preocupação com a democratização do estudo. Dois 
franceses Bourdieu e Althusser- ideia de que a educação é um espelho da 
sociedade, se a sociedade é uma forma de inclusão a educação será também. 
Naquele momento era inquietante pensar em educação dessa maneira. É um 
contexto que vai se transformando devagar até chegar em 1985- momento 
importante, período de abertura política, processo de redemocratização do país. 
 
A sociologia adquire corpo, não aceitar mais que a evasão escolar não fosse tema 
que devessem ser tratados pelos governantes. 
 
 
 
Assista ao clipe da banda brasileira Titãs, leia o texto e reflita sobre as 
modalidades de famílias existentes. 
 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=jYdlLuTcgtw 
 
 
 
4 - EDUCAÇÃO E FAMÍLIA 
Educação é o conjunto de normas pedagógicas tendentes ao desenvolvimento geral 
do corpo e do espírito, que produzem instrução, polidez, cortesia. (definição de 
dicionário Priberam da Língua Portuguesa 
Disponível em: 
http://www.priberam.pt/DLPO/default.aspx?pal=educa%C3%A7%C3%A3o) 
https://www.youtube.com/watch?v=jYdlLuTcgtw
http://www.priberam.pt/DLPO/default.aspx?pal=educa%C3%A7%C3%A3o
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Família à a definição de família no mesmo dicionário mencionado acima é muito 
mais complexa, mas em todas as menções, há a palavra “conjunto” ou “grupo” 
Disponível em: 
http://www.priberam.pt/DLPO/default.aspx?pal=fam%C3%ADlia 
 
 
É exatamente essa diferença que propõe o texto. Enquanto se 
define EDUCAÇÂO de uma maneira fácil, a definição de FAMÍLIA é subjetiva, pois 
apesar de haver sempre uma relação entre pessoas, não se pode definir um 
estereótipo, uma vez que com o passar do tempo, a composição da família vem 
mudando. Não é mais somente pai, mãe e filhos, mas pode haver pai, avó, tia e 
filhos; filhos e avós; mãe, avô e filhos, enfim, há muitas variantes nessa composição 
contemporânea. Inclusive, um dos dados que muito chama a atenção é o aumento 
do número de famílias que chefiadas por mulheres. 
A família é uma instituição social fundamental e suas características influenciam em 
todas as demais instâncias da vida social. 
 
Assim, podemos ver que o processo de socialização nunca termina e em cada 
momento da vida, o indivíduo recebe influência maior ou menor de um determinado 
agente desse processo. Sem que se perceba claramente, nesse processo, há 
sempre alguém que ensina e alguém que aprende e esta é a essência da 
socialização; por meio desta, o homem se faz ser social. 
É com a família que se tem a chamada SOCIALIZAÇÃO PRIMÁRIA, 
quando o indivíduo assimila valores, normas e expectativas de seu grupo social. 
Mais tarde, a escola e outras instituições e/ou grupos de relacionamento dividem 
essa tarefa com a família, o que é conhecido pela sociologia como SOCIALIZAÇÃO 
SECUNDÁRIA. É muito considerável lembrar-se da importância da família e da 
escola para a concretude da vida social e sua organização. 
 
http://www.priberam.pt/DLPO/default.aspx?pal=fam%C3%ADlia
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Na história da família vemos que seu objetivo, inicialmente, era satisfazer as 
necessidades básicas do grupo social, mas aos poucos, assumiu outras funções, 
como apoio à velhice, proteção da integridade física e moral do grupo, transmitir 
conhecimento e práticas acumulados pelo grupo aos mais jovens, ensinar, 
principalmente, normas, regras e valores que garantem a manutenção da sociedade. 
A família constitui-se de ideias, comportamentos e relações entre as 
pessoas. organiza-se em torno de objetivos comuns que visam aos interesses do 
grupo, os quais mudam com o tempo. Com o passar do tempo, a família conquistou 
uma coesão, a partir de uma rígida disciplina que respeitava a hierarquia etária e de 
sexo (normalmente o pai). Assim, estruturou-se, garantindo a sobrevivência e 
procriação do grupo, além de consumo, proteção. Atividades religiosas e culturais 
etc. Podemos dizer que, a partir desse complexo de funções, construiu-se o ideal de 
família, hoje designada como “família tradicional”. 
 
Após a Revolução Industrial, dá-se uma nova organização de família, consolidando-
se como lugar da afetividade, aumentando a privacidade com os novos espaços das 
casas, divididas em cômodos privativos. Daí dá-se a nova organização de família, 
acima citada, e uma revisão de suas funções. 
Os historiadores conceituam família como família nuclear e família extensa. 
Família nuclear à é a família tradicional, constituída por pai-mãe-filho, geralmente, 
duas gerações. Família extensa à é a família constituída pelos mesmos elementos 
da família nuclear, acrescida de agregados de vários tipos, como avós, primos, 
empregados e outros. 
Há muito tempo, a família nuclear tem sido o padrão ocidental encontrado. 
Antigamente, as famílias eram compostas por mais de duas gerações. Após a 
Revolução Industrial, o que predominou foram os modelos nucleares patriarcais, 
que agrupava, apenas, duas gerações num mesmo domicílio – pais e filhos, sob a 
chefia do homem / pai. 
Com a consolidação do capitalismo, houveram muitas mudanças na sociedade que 
se refletiram em todos os setores da vida social. A família passa a ver alteradas 
algumas de suas funções; deixa de ser uma unidade de produção. A grande 
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mudança leva a família e ser uma família conjugal, afirmando a vida doméstica, o 
que faz surgir uma disciplina na vida da família. A educação deixa de ser uma 
atribuição exclusiva da família e passa a ser atribuição, também, das escolas e 
outros agentes, de socializar seus membros. 
 
4.1 - EDUCAÇÃO E FAMÍLIA NO BRASIL 
 
No Brasil, segundo alguns estudiosos como Gilberto Freyre, há a predominância da 
família patriarcal, desde o Brasil-Colônia, no Império e até a atualidade. Mas há 
estudiosos que discordam, dizendo que, particularmente São Paulo, assim como em 
outras regiões do Brasil (como a região Sul), havia muito mais famílias nos moldes 
da “família nuclear”. 
*Família Patriarcal à é aquela em que há mais de duas gerações 
convivendo juntas e respeita-se uma hierarquia etária e de sexo (o pai). 
*Família Nuclear à Pai-mãe-filho. Duas gerações convivem juntas, 
apenas. 
As transformações verificadas nos dias atuais denotam que há diferença 
no modelo familiar apresentado por Gilberto Freyre em “Casa-Grande e Senzala”, 
que afirma que o modelo da família brasileira é o patriarcal. 
Outros estudiosos questionam tal afirmação uma vez que em SP e outros 
Estados do Brasil, como mencionado acima, o modelo mais encontrado é o da 
“família nuclear”. 
Assim, essas transformações apontam para mudanças não só na estrutura 
familiar, mas também para novos valores e atitudes que tornam a família mais 
democrática, e em que, também, a figura paterna não é tão imperativa e autoritária 
como antes. 
 
 
 
 
 
Página 29 de 37 
 
 
 
5 - EDUCAÇÃO CONCEPÇÕES DE INFÂNCIA E JUVENTUDE 
Leia a tirinha de Maurício de Souza. 
 
Disponível em 
https://www.google.com.br/search?q=tirinhas+da+mafalda+sobre+sociologia&espv=2&bi
w=1366&bih=643&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ved=0ahUKEwjt1t6QrKPMAhXJ
F5AKHVD4Dp0QsAQIGw#tbm=isch&q=tirinhas+da+m%C3%B4nica+jovem&imgrc=Pc39
XlHqWWzJFM%3A 
 
 
O século XXI trouxe a continuidade da discussão sobre a família, a criança, 
a adolescência e a juventude, e por extensão da educação e do papel da escola no 
processo de socialização e controle social. 
 
As famílias antigamente viviam em ora grandes espaços, ora em casas pequenas 
cheia de gente, não encontravam sentimentos de amor conjugal, amor filial ou a 
valorização dos laços efetivos entre seus membros. Isso refletia na maneira de ver a 
criança, que praticamente não existia, não era vista. 
 
Quando se tem uma nova configuração de espaço das casas,com áreas como sala 
de jantar e o quarto, se criam condições necessárias para o sentimento de 
aconchego e domesticidade que antes não existiam. A partir daí, o modelo 
predominante nas sociedades ocidentais até hoje é o progresso da domesticidade e 
o surgimento da família conjugal. Infância é uma concepção ou representação que 
os adultos fazem sobre os primeiros anos de vida do homem. 
https://www.google.com.br/search?q=tirinhas+da+mafalda+sobre+sociologia&espv=2&biw=1366&bih=643&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ved=0ahUKEwjt1t6QrKPMAhXJF5AKHVD4Dp0QsAQIGw#tbm=isch&q=tirinhas+da+m%C3%B4nica+jovem&imgrc=Pc39XlHqWWzJFM%3A
https://www.google.com.br/search?q=tirinhas+da+mafalda+sobre+sociologia&espv=2&biw=1366&bih=643&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ved=0ahUKEwjt1t6QrKPMAhXJF5AKHVD4Dp0QsAQIGw#tbm=isch&q=tirinhas+da+m%C3%B4nica+jovem&imgrc=Pc39XlHqWWzJFM%3A
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Ariès(1996) trata da descoberta da infância na Renascença e do surgimento de 
sentimento da infância. Ele concluiu que o sentimento de infância só foi expressivo 
no final do século XVII. A infância era vista como um período muito curto, durando 
apenas enquanto a criança era frágil. A criança aprendia as coisas na prática, vendo 
os adultos fazer. 
 
No final do século XVII houve uma mudança, inicio da escolarização, quando a 
escola substitui o aprendizado como meio de educação. Surgem os colégios, onde 
as crianças são mandadas, sendo separadas das famílias. A família começou a se 
organizar e viver em torno da criança e suas necessidades, traços de família 
ocidental dos séculos XIX e XX. 
 
Para Ariès(1996) a juventude é a idade do século XVII, a infância sendo XIX e a 
adolescência XX. A criança deixa de ser brinquedo sexual dos adultos, percebendo 
a inocência da criança, e preservando-as. Passa assim a ter cuidado com a higiene 
e a saúde das crianças. 
 
Compreender o desenvolvimento físico e psicológico da criança passa a ser quase 
que uma exigência para a escola e o professor. O traço marcante da infância é a 
“falta”, onde tudo deve ser ensinado. O processo de socialização além da família 
será a escola. 
 
Com um sistema de ensino rigoroso os colégios assumem uma estrutura que se 
aproxima com a atual, ou seja, a duração da infância equivale à duração da 
escolaridade, que chega ao fim do século XVIII. Os colégios passam a ser a 
moderna expressão de como se deve tratar uma criança; Ao seu lado se tem os 
chamados manuais de boas maneiras, ou de civilidade. Rousseau contribuiu para a 
discussão de concepção de infância e o surgimento de colégio. Ele defende 
ardemente a pureza infantil e o sentimento com um verdadeiro instrumento do 
conhecimento e o mundo inteiro é que deve ser buscado e não o mundo da razão, 
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sempre com o objetivo de transformar a criança em um adulto bom. Para ele a 
criança aprende por meio do exemplo, por palavras e por práticas observadas por 
adultos, daí a necessidade dos pais se preocuparem com as normas de civilidade e 
boas maneiras dos filhos, que são preparados pra viver em sociedade e ser 
civilizados. 
 
No século XIX surge à proteção a infância, da criança e do adolescente, surge 
instituições para cuidar disso e a educação aparece como um fator estruturante na 
sociedade. A infância deve ser entendida como um tempo social, construído 
historicamente de acordo com suas condições materiais e culturais que caracterizam 
determinado tempo e espaço 
 
O desenvolvimento do conceito de família sofreu várias modificações. Esse conceito 
tem relação com a sociedade e sua estrutura econômica e política. 
 
Na idade média as famílias eram mais populosas, compostas por mais de duas 
gerações, e viviam em casas de pequeno espaço e com muita gente, sem qualquer 
privacidade. Em ambientes assim, a criança não “era vista”, e crescia sem encontrar 
afeto, amor conjugal, filial ou qualquer valorização dos laços afetivos. 
 
Reformulada a configuração espacial das casas, surgem condições apropriadas 
para o desenvolvimento de sentimentos como aconchego e domesticidade, antes 
não conhecidos. Com a privacidade, surge uma família conjugal, nuclear e 
doméstica, predominante nas sociedades ocidentais até hoje. 
 
Segundo Philippe Ariès, em seu trabalho sobre a descoberta da infância na 
Renascença, e do surgimento de “sentimento de infância”, conclui que este 
sentimento era desconhecido na Idade Média e que essa fase de infância era o 
tempo de preparação moral do indivíduo. O autor define “sentimento de infância” 
falando em paparicação (como sendo um sentimento superficial ligado à criança em 
seus primeiros anos de vida, quando é “engraçadinha”), e a percepção da inocência 
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e fraqueza da infância. Ele ainda destaca que a infância era vista como um período 
muito curto, durando apenas o tempo em que a criança era mais frágil. Logo se 
misturava aos adultos e aprendia as coisas na prática, ajudando-os. 
 
A mudança veio no final de século XVII, com a escolarização, quando a escola 
substituiu a aprendizagem como meio de educação, surgindo os colégios, para onde 
as crianças eram mandadas, separando-se da família. 
A família começou a se organizar e viver em torno da criança e de suas 
necessidades e em torno da profissão, traço da sociedade ocidental que se estende 
até o século XX. 
 
Já a ideia de adolescência e juventude é mais recente, e as mudanças podem ser 
observadas na forma como as crianças e jovens se vestiam e quais os jogos e 
brincadeiras eram mais comuns. E uma das mudanças mais consideráveis 
relaciona-se com a maneira como as crianças e jovens eram tratados pelos adultos, 
no que tange à sexualidade. Os adultos, percebendo a inocência infantil, procuram 
não mais fazê-los de “brinquedos”, mas procuram sim preservar tal inocência e 
poupá-los das “sujeiras da vida”, assumindo, também, maiores cuidados com a 
higiene a saúde das crianças. 
 
6 - O surgimento das escolas e as visões da infância 
 
Como já mencionado, surgem os colégios a partir da ideia de que a criança 
precisava de formação, uma vez que nascia totalmente despreparada para viver em 
sociedade. A infância é marcada pela dependência para viver, pela falta de valores, 
regras e limites. A criança precisa aprender tudo, ser ensinada. A partir daqui, não 
só na família ocorrerá esse processo de socialização. Na escola será o melhor local, 
impondo hierarquia autoritária, com um regime disciplinar muito severo. 
 
Na análise de Áries sobre o surgimento dos colégios, vemos que no séc. XIII os 
colégios eram asilos para os estudantes pobres, não se ensinava nos colégios. A 
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partir do séc. XV, os colégios tornaram-se institutos de ensino, com respeito à 
hierarquia autoritária, com ensino no local. Essa evolução da instituição escolar está 
ligada a uma evolução paralela do sentimento das idades e da infância. 
 
Com o passar do tempo, as tendências vão mudando e moldando a educação, 
dando o tom do avanço do processo de escolarização. Também, uma nova 
percepção das idades gera a separação das classes por idade. O sistema disciplinar 
fica cada vez mais rígido, e a duração da infância equivale à duração escolar, que 
no fim do séc. XVIII chega a 4 ou 5 anos. 
 
Os colégios passam a ser modelo de como tratar as crianças, com manual de boas 
maneiras ou de civilidade, em âmbito mundial, de modo a haver uma universalização 
dos códigos ocidentais de conduta,que passaram a ser sinônimo de refinamento e o 
padrão a ser seguido por aqueles que almejavam ascender socialmente. 
 
Jean-Jacques Rousseau em muito contribuiu para a discussão das concepções de 
infância e o surgimento dos colégios. Os humanistas do séc. XVI rejeitavam a 
alternativa escolar. Achavam uma violência a imposição de educação formal. Criam 
no caráter incompleto da criança e na agressão à sua natureza pura com a 
imposição da educação formal. 
 
Rousseau destaca a primazia do sentimento sobre a razão, tem como pressuposto 
básico a crença na bondade natural do homem e atribui à civilização a 
responsabilidade pela origem do mal. Diante disso, para ele, a civilização é vista 
como a grande responsável pela degeneração da natureza humana e sua 
substituição pela cultura intelectual. 
 
Podemos ver que, para Rousseau, o processo educativo é visto como algo negativo, 
no sentido do que não deve ser feito. Somente quando a criança está maior, com 
mais consciência de que interage com outras pessoas, é que se torna capaz de ser 
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educada formalmente. Crê que a educação seja um processo contínuo, que se 
prolonga pela vida inteira. 
 
No séc. XIX, a premissa básica é a proteção da infância, da criança e do 
adolescente, inclusive, com o surgimento de instituições para cuidar disso e a 
educação é vista como um fator estruturante para a sociedade. Os cuidados com a 
infância passam a ser um traço das sociedades e do Estado moderno, e a escola 
como um lugar privilegiado para se colocar em prática essa concepção de criança e 
infância. 
 
Percebemos que houve grandes mudanças na maneira de ver, pensar, 
compreender, tratar, analisar e explicar cada etapa da vida de um indivíduo. Todo o 
avanço tecnológico, a globalização, as novas funções da família fizeram repensar 
qual seria o tempo de duração de cada uma dessas fases da vida do homem. 
 
Por fim, a infância deve ser entendida como um tempo social, construído 
historicamente, de acordo com as condições materiais e culturais que caracterizam 
determinado tempo e espaço. Assim, é possível haver diferentes concepções de 
criança, infância e juventude. Percebe-se que surgem instituições que são 
consideradas adequadas para o aprendizado da criança, formando-a para o convívio 
social. 
 
Com o decorrer do tempo ocorreram muitas mudanças, tanto no conceito, quanto na 
formação na família, o que acabou por definir novas maneiras de se perceber a 
criança e a infância, dando origem a uma área específica dentro da sociologia para 
tratar destes temas específicos: a sociologia da infância. 
 
 
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