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ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO PROFESSIONAL EVIDENCE BASED COACHING PEBC ONLINE | FORÇAS PARA O DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS mileide Riscado “Talentos podem ser desperdiçados, recursos podem ser rapidamente perdidos, interesses se desvanecem e mudam, habilidades diminuem com o tempo, mas quando tudo parece completamente perdido, ainda temos nossas forças de caráter. Quando recebem foco, nossas forças se cristalizam e evoluem, e podem se integrar a outras qualidades positivas a fim de contribuir para o bem maior”. “Qualquer uma das 24 forças de caráter pode direcionar a construção de uma competência”. (Ryan Niemiec, diretor educacional do VIA Institute on Character, psicólogo, coach e professor adjunto na Universidade da Pensilvânia) “É expressamente proibida a reprodução e/ou distribuição deste material, no todo ou em parte, em qualquer meio mecâni- co, magnético, eletrônico, ou quaisquer outros meios que vierem a existir, com ou sem fins econômicos, sem a prévia e ex- pressa autorização do detentor de seus direitos, qual seja, Sociedade Brasileira de Coaching, nos termos da lei nº 9.610/98”. Sumário Orientações .................................................................................................................................................4 Visão geral ...................................................................................................................................................8 Implementação para o coach ............................................................................................................11 Diagrama de implementação para o coach ...............................................................................17 As competências fundamentais do coach .................................................................................18 Implementação para o coachee .....................................................................................................22 Diagrama de implementação para o coachee .........................................................................28 O que mais você pode usar ............................................................................................................. 29 Relação das forças e virtudes ...........................................................................................................31 Como usar a tabela das forças ....................................................................................................... 38 Método e nomenclatura .......................................................................................................................41 Leituras recomendadas ...................................................................................................................... 43 ORIENTAÇÕES SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO 5 1 Escutar ativamente 2 Sintonizar 3 Desafiar 4 Utilizar o reforçoempático 5 Ter visãosistêmica 6 Conduzir o processode mudança A segunda versão é adaptada para utilização com o coachee. Nesta versão, é tra- balhada apenas uma competência por vez – aquela que o coachee quer ou precisa desenvolver. Para facilitar o aprendizado, é recomendável que você siga a seguinte ordem: 1 Ouça o podcast da primeira força de assinatura que aparece noseu relatório VIA. Este ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO contém o processo de utilização das forças para o desenvolvimento de competências em duas versões. A primeira é de uso pessoal do coach. Você deve usá-la para o desen- volvimento das seis competências essenciais do coach, que são: SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO 6 2 Baixe, imprima e responda às Perguntas de Aplicação. Se tiver dúvidas, ouça novamente o podcast (você também pode baixar e ler a transcrição do podcast). 3 Use essa primeira força para fazer este Roteiro de Imple-mentação, versão para o coach. Siga todos os passos. 4 Pratique. O desenvolvimento de competências não é um processo que se esgota com a leitura e o preenchimento do roteiro. Na verdade, o roteiro é apenas um guia para você implementar mudanças e melhorias que im- plicam a execução de ações constantes a fim de formar novos hábitos. Portanto, coloque em ação tudo o que você definir no seu roteiro. 5 Se você está fazendo este treinamento para o seu desenvol-vimento pessoal ou profissional e não pretende atuar como coach, aplique em você mesmo a versão para o coachee deste roteiro. Se você já é um coach profissional e atuante, aproveite para conferir o quanto você está usando suas for- ças no desenvolvimento das competências essenciais e descubra como você pode melhorar ainda mais. 6 Depois de aplicar neste roteiro a primeira força do seu relatório VIA, ouça o podcast da segunda força e repita o processo já descrito. Faça o mesmo com a terceira, a quarta e a quinta força, até concluir a aplicação de todas as suas cinco forças de assinatura. 7 Após as forças de assinatura, escute os podcasts das demais forças. Você não precisa aplicar este Roteiro de Implementação em todas as outras 19 forças. No entanto, é importante que você ouça todos os pod- casts e responda todas as respectivas perguntas de aplicação porque esse é um conhecimento necessário para atuar com diferentes coachees que, naturalmente, terão diferentes conjuntos de forças de assinatura. SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO 7 8 Se você é ou pretende ser um coach atuante, leia e estude a versão para o coachee deste roteiro. Para reforçar seu aprendiza- do, aplique este roteiro (na versão para o coachee) em pessoas que você conhece. Treine antes de aplicar em seus clientes. 9 No final deste roteiro, você encontrará uma tabela completa das forças com suas definições e virtudes e, também, com os tópicos “opos- to”, “ausência” e “excesso”. Use para consulta e orientação. 10 Você pode tirar suas dúvidas sobre esta fase do treinamento nas suas sessões de mentoria. 11 Na seção “O que mais você pode usar”, que você encontra logo após as versões coach e coachee do passo a passo de implementação, você vai descobrir como conectar seu aprendizado com conteú- dos complementares disponíveis nas Fases 2 e 4 deste treinamento. 12 E para ampliar ainda mais seus conhecimentos, leia os livros recomendados no final deste roteiro. VISÃO GERAL SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO 9 1 Exploração e ownership – antes de trabalhar uma força de assinatura, é necessário conhecê-la a fundo e identificar-se com ela. Essa é a proposta deste passo. 2 Verificação – aqui, é explorado e medido o quanto já usamos a força que está sendo trabalhada no que diz respeito à competência que queremos desenvolver. Os resultados deste passo irão definir que aspectos serão trabalhados no próximo. Na versão do coach, são exploradas as seis competências essenciais. Na versão do coachee, ele escolhe a competência que irá desenvolver. Os diagra- mas de verificação para ambas as versões você encontra neste roteiro, após a des- crição de todos os passos. Neste roteiro, o PROCESSO DE USO DE FORÇAS para o desenvolvi- mento de competências é descrito em quatro passos. Tanto a versão para o coach quanto a versão para o coachee seguem os mesmos pas- sos, porém com diferenças na execução. Os passos são os seguintes: FORÇAS PARA O DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS (para uso do coach) FORÇA: Competência: escutar ativamente • Estar totalmente presente • Ouvir sem julgar C o m p et ên ci a: t er v is ão si st êm ic a • Te r vi sã o d o t o d o • P er ce b er a r el aç ão e n tr e o s d if er en te s as p ec to s q u e co m p õ em d et er m in ad a si tu aç ão . C o m p etên cia: sin to n izar • C riar co n exão • E star “afi n ad o ” co m o co ach ee e seu s p ro cesso s Competência: conduzir o processo de mudança • Conduzir o coachee pelos diferentes estágios da mudança até promover uma transformação positiva e sustentável C o m p etên cia: u ti l izar o refo rço emp ático • F azer o co ach ee sen tir-se ap o iad o • E n ten d er o co ach ee so b o p o n to d e vista d ele. C o m p et ên ci a: d es afi ar • Le va r o c o ac h ee a q u es ti o n ar su as c re n ça s l i m it an te s, re sp o n sa b il iz ar -s e p o r se u d es en vo lv im en to e en tr ar e m a çã o . 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 12 3 4 5 6 7 8 9 10 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 FORÇAS PARA O DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS (para uso do coachee) FORÇA: Competência: 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO 10 3 Expandir, equilibrar, aumentar – este passo explica o que fazer se a pessoa já tem um bom uso da força, mas precisa ampliá-lo para outras áreas ou competências (expandir), se a força estiver sendo usada em excesso (equilibrar), ou se for necessário intensificar o uso da força que está sendo trabalhada (aumentar). 4 Monitorar e ancorar a mudança – este passo descreve o acompanhamento das ações e estratégias identificadas no passo anterior a fim de consolidar o processo. IMPLEMENTAÇÃO PARA O COACH SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO 12 Passo 1– Exploração e ownership Escreva no diagrama o nome da força que você vai tra- balhar. Comece com a primeira que aparece no seu relatório de forças (depois você deve repetir o processo com todas as suas forças de assinatura – uma por vez). Leia mais uma vez a descrição da força e faça uma reflexão mais profunda. • Eu me identifico com esta força? • Eu sinto que ela me representa e me descreve? • Baseado em minha própria experiência, o que mais eu po- deria dizer sobre essa força e que vai além da descrição que eu li? • De que modo eu tenho usado esta força? • Em que momentos de minha vida eu usei essa força? Como eu usei? • Quais foram os resultados? Como eu me senti? • Eu tenho senso de ownership em relação a esta força, isto é, eu sinto que ela realmente me pertence? SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO 13 Passo 2 – Verificação Investigue, agora, como você está usando essa força para desenvolver ou aprimorar cada uma das seis competên- cias essenciais de coaching. Se você já é coach, pense em sua relação com os seus coachees. Se você ainda não é coach, pense em sua relação com as outras pessoas – afinal, todas essas competências são importantes para os relacionamentos em geral. Use esta tabela para orientar sua investigação. Co- mece escrevendo o nome da força que você está trabalhando. Depois, faça as reflexões pedidas. F O R Ç A : Competência 1 ESCUTAR ATIVAMENTE Eu uso esta força para estar totalmente presente em minha re- lação com o coachee* (ou em meus relacionamentos em geral)? Como estou fazendo isso? Eu uso essa força para ouvir sem julgar? De que modo? Competência 2 SINTONIZAR Eu uso esta força para criar conexão? Como? Eu uso esta força para estar “afinado” com o coachee* e seus processos? Como? Competência 3 DESAFIAR Eu uso esta força para levar o coachee* a questionar suas crenças limitantes, responsabilizar-se por seu desenvolvimento e entrar em ação? Como? Competência 4 UTILIZAR O REFORÇO EMPÁTICO Eu uso esta força para fazer o coachee* sentir-se apoiado? Como? Eu uso esta força para entender o coachee* sob o ponto de vista dele? Como? Competência 5 TER VISÃO SISTÊMICA Eu uso esta força para ter visão do todo? Como? Eu uso esta força para perceber a relação entre os diferentes as- pectos que compõem determinada situação? Como? Competência 6: CONDUZIR O PROCESSO DE MUDANÇA Eu uso esta força para conduzir o coachee* pelos diferentes es- tágios da mudança até promover uma transformação positiva e sustentável? *Observação: se você não for coach, substitua a palavra coachee nas colunas acima (corres- pondentes às competências de 1 a 5) pelos nomes de pessoas com as quais você se relaciona. Quanto à competência 6, adapte a pergunta para uma situação pessoal. Por exemplo: “Eu uso essa força quando preciso mudar meus hábitos e comportamentos? Como?” SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO 14 Com base em suas reflexões, assinale no diagrama o quanto você está usando essa força no que diz respeito às competências essenciais. Use uma escala de 1 a 10 na qual 1 = uso muito pouco ou quase não uso e 10 = sempre uso. Circule no diagrama os números correspondentes. Se você achar que pode estar usando essa força de modo excessivo (conforme a descrição que você ouviu neste podcast), em vez de assinalar um número, faça um x no círculo externo laranja do diagrama (acima do número 10). Passo 3 – Expandir, equilibrar, aumentar Se você marcou 10 em todas as competências Expandir • Pense em uma área de sua vida que você quer melhor, ou em alguma outra competência que você quer desenvolver. Como você pode expandir o uso dessa força para essa outra área ou competência? Se você marcou acima de 10 em uma ou mais competências Equilibrar • Reflita sobre a virtude que rege sua força. De que modo sua maneira de usar essa força está se desviando dessa virtude? O que você precisa fazer e mudar para voltar a se aproximar dessa virtude? Se você marcou menos de 10 em uma ou mais competências* Aumentar • Faça um brainstorming. De que maneira você pode usar mais essa força? • No Passo 1, você refletiu sobre os momentos de sua vida nos quais você usou essa força. O que você tem a aprender com essas histórias de seu passado que irão ajudá-lo a usar sua força no presente? • Inspire-se. Pense em pessoas que você admira e que expressam essa força. O que elas fazem? O que você pode fazer a partir do exemplo delas? * Observação: a intensidade com que esta etapa será seguida dependerá da pontuação. Quan- to mais baixa for a pontuação, mais intensa deverá ser a implementação desta etapa. SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO 15 Passo 4 – Monitorar e ancorar a mudança Organize as ações que você irá realizar para ex- pandir, equilibrar ou aumentar o uso dessa força. Faça um planejamento. Inclua pequenas ações diárias, que você possa fazer regularmente a fim de ancorar a mudança, isto é, conso- lidá-la e torná-la sustentável. Se você for coach, lembre-se de que EXPANDIR, EQUILIBRAR E AUMENTAR o uso das forças não é benéfi- co apenas para a sua atuação profissional, mas para sua vida como um todo. Por isso, pratique o desenvolvimento das seis competências essenciais com todos ao seu redor. Por exem- plo: suponha que sua principal força seja a gratidão. Ao ob- servar sua pontuação no diagrama das forças, você percebeu que não está usando essa força tanto quanto poderia. Além de verificar como utilizar a gratidão mais intensamente em sua prática profissional, você também pode começar a reali- zar mais ações com as pessoas ao seu redor. Uma delas pode- ria ser dedicar tempo e atenção para escutar ativamente um amigo que está passando por um momento difícil, e demons- trar que você se sente grato por ele confiar em você a ponto de partilhar esse momento. Monitore: • As ações estão funcionando? • Quais são os resultados? • O que mudou? • Como as pessoas estão reagindo à essa mudança? SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO 16 • Qual o efeito disso nos seus relacionamentos? • Como o coachee está reagindo? • Como você se sente expandindo, equilibrando ou aumen- tando sua força? • O que mais você pode fazer? Lembre-se de que você pode usar esse processo para desenvolver quaisquer outras competências. SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO 17 FORÇAS PARA O DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS (para uso do coach) FORÇA: Competência: escutar ativamente • Estar totalmente presente • Ouvir sem julgar C o m p et ên ci a: t er v is ão si st êm ic a • Te r vi sã o d o t o d o • P er ce b er a r el aç ão e n tr e o s d if er en te s as p ec to s q u e co m p õ em d et er m in ad asi tu aç ão . C o m p etên cia: sin to n izar • C riar co n exão • E star “afi n ad o ” co m o co ach ee e seu s p ro cesso s Competência: conduzir o processo de mudança • Conduzir o coachee pelos diferentes estágios da mudança até promover uma transformação positiva e sustentável C o m p etên cia: u ti l izar o refo rço em p ático • F azer o co ach ee sen tir-se ap o iad o • E n ten d er o co ach ee so b o p o n to d e vista d ele. C o m p et ên ci a: d es afi ar • Le va r o c o ac h ee a q u es ti o n ar su as c re n ça s l i m it an te s, re sp o n sa b il iz ar -s e p o r se u d es en vo lv im en to e en tr ar e m a çã o . 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 12 3 4 5 6 7 8 9 10 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS DO COACH SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO 19 Competências essenciais do coach Escutar ativamente Você ouve com atenção, sem prejulgar, e permanece aberto ao entendimento? Você está inteiramente presente ao ouvir? A escuta ativa envolve a busca e a percepção de padrões ver- bais que contenham sinais capazes de ajudar o coach a con- tribuir para o processo. Quando as pessoas se sentem ouvidas sem julgamentos, ficam à vontade para aumentar a autorreve- lação (ou seja, revelam mais sobre si mesmas). Ouvir atenta e sensivelmente faz o coachee se sentir valorizado e validado, o que fortalece a confiança e, consequentemente, a parceria de coaching. Sintonizar Sintonizar é criar conexão. É entrar na realidade do coachee ao preparar-se para as sessões, durante elas, e após, ao plane- jar as próximas. A palavra sintonia vem do grego syn (junta- mente) e tonos (tensão). Em termos científicos, dois sistemas estão em sintonia quando ressoam na mesma frequência. Em termos de coaching, sintonia é estar afinado com o coachee e alinhado com os processos pelos quais ele está passando e com aqueles pelos quais ele ainda irá passar durante o co- aching. Quanto mais o coach se interessar pelo coachee e ampliar seu conhecimento sobre ele, mais sintonizado estará com seu cliente. Desafiar Desafiar o coachee a questionar suas crenças limitantes, a assumir responsabilidades, a comprometer-se e a entrar em ação é um papel crucial do coach. Sem desafio, não é possível tirar o coachee da zona de conforto, nem mudar crenças limi- tantes e percepções restritas – o que é fundamental para que ele possa avançar para as próximas fases de seu desenvolvi- SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO 20 mento. Para desafiar, porém, é preciso desenvolver confiança e empatia. Do contrário, em vez de aceitar o desafio, o coa- chee pode ficar na defensiva e adotar uma postura ambígua – ou até mesmo resistente – em relação à mudança. Utilizar o reforço empático O reforço empático é mais do que apenas empatia. É fazer o coachee realmente se sentir apoiado pelo coach. Isso inclui entender o coachee sob o ponto de vista dele, no contexto em que ele está inserido, e compreender a dissonância (ou a discrepância) que pode existir entre o ponto de vista dele e a realidade. Sob essa perspectiva, o reforço empático consis- te em utilizar as competências de comunicação interpessoal para otimizar o modo como o coach provê desafios e apoio ao coachee. Não é apenas um entendimento intelectual, mas também um sentimento ou um processo experiencial de en- tendimento. Ter visão sistêmica A visão sistêmica é uma competência que amplia a visão que temos do mundo, dos outros e de nós mesmos. Ela permite o desenvolvimento de processos estruturados e eficazes para promover mudanças e transformações, desenvolver planeja- mentos e encontrar novas opções e soluções. Você desenvol- ve a visão sistêmica quando: • É capaz de enxergar o todo, ou o quadro geral. • Consegue perceber a relação entre os diferentes aspectos que compõem determinada situação. • Pensa em termos de processo, isto é, compreende que mu- danças e melhorias duradouras não são instantâneas. Elas começam com a conscientização e ocorrem em etapas, que possuem começo, meio e fim. Esses processos são cíclicos – estamos sempre mudando e buscando melhorias. SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO 21 Conduzir o processo de mudança A essência do coaching é levar o cliente do Ponto A ao Ponto B, ou seja, ajudá-lo a ir de onde ele está agora para onde ele quer chegar. Esse é, fundamentalmente, um resumo do pro- cesso de atingir objetivos. No entanto, nessa jornada, mudan- ças se fazem necessárias. Deixar para trás hábitos improduti- vos e desenvolver novas competências e novas maneiras de ver de ver o mundo requerem a mudança de comportamentos que não está produzindo os resultados desejados. Para isso, o coach deve ser capaz de conduzir o coachee pelos diferentes estágios da mudança até que o cliente promova uma auto- transformação positiva e sustentável. IMPLEMENTAÇÃO PARA O COACHEE SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO 23 Preparação Explique ao coachee o que são forças e a proposta deste trabalho. Peça que ele faça o teste gratuito do VIA e envie para você o resultado antes da próxima sessão. Assim você terá tempo para estudar as forças dele e se preparar melhor. Passo 1– Exploração e ownership Peça para o coachee escrever no diagrama o nome da for- ça que ele vai trabalhar. Ele deve começar com a primeira que aparece no seu relatório de forças (depois, o processo será repetido com todas as forças de assinatura do coachee – uma por vez). Converse com o coachee sobre a descrição da força e conduza-o em uma reflexão mais profunda. Pergunte: • Você se identifica com esta força? • Você sente que ela o representa e descreve? • Baseado em sua própria experiência, o que mais você po- deria dizer sobre essa força e que vai além da descrição já discutida? SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO 24 • De que modo você tem usado esta força? • Em que momentos de sua vida você usou essa força? Como você usou? • Quais foram os resultados? Como você se sentiu? • Você tem senso de ownership em relação a esta força, isto é, você sente que ela realmente lhe pertence? Passo 2 – Verificação Qual competência o coachee quer desenvolver? Peça que ele descreva em detalhes essa competência. Investigue, agora, como o coachee está usando sua for- ça para desenvolver a competência em questão. Use esta tabela para orientar sua investigação COMPETÊNCIA FORÇA • Que competência o coachee quer desen- volver? • Como o coachee descreve essa compe- tência? • Faça perguntas de aplicação da força com foco nos elementos descritivos da compe- tência. SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO 25 Com base nas reflexões que o coachee acabou de fazer, peça para assinalar o quanto está usando essa força no que diz respeito à competência que ele quer desenvolver. Use uma escala de 1 a 10 na qual 1 = uso muito pouco ou quase não uso e 10 = sempre uso. Peça que ele circule no diagrama do coachee os números correspondentes. O diagrama do co- achee está no final deste roteiro. Você pode baixar, imprimir e dar para ele preencher. O coachee acha que pode estar usando essa força de modo excessivo? Converse com ele a esse respeito. Se o uso for de fato excessivo, em vez de assinalar um número, peça para ele fazer um x na borda externa (laranja) do diagrama (acima do número 10). Passo 3 – Expandir, equilibrar, aumentar Se o coachee marcou 10 Expandir • Verifique possíveis incongruências. Certifique-se de que o coachee entendeu bem as descrições da força e da compe- tência em questão. • Se o coachee está usando plenamente essa força no que diz respeito à competência que ele quer desenvolver, por que essa competência ainda não está plenamente desenvolvida? • Que aspectos dessa força ele precisa expandir para usá-la no desenvolvimento dessa competência? Se o coachee marcou acima de 10 Equilibrar • Conduzacom o coachee uma reflexão sobre a virtude que rege sua força. De que modo a maneira como ele está usando essa força se desvia da virtude que a rege? O que ele precisa fazer e mudar para voltar a se aproximar dessa virtude? SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO 26 Se o coachee marcou menos de 10* Aumentar • Faça um brainstorming com o coachee. De que maneira ele pode usar mais essa força? • No Passo 1, o coachee refletiu sobre os momentos de sua vida nos quais ele usou essa força. O que ele tem a aprender com essas histórias de seu passado que irão ajudá-lo a usar sua força no presente? • Peça ao coachee para pensar em pessoas que ele admira e que expressam essa força. O que elas fazem? O que ele pode fazer a partir do exemplo delas? * Observação: a intensidade com que esta etapa será seguida dependerá da pontuação. Quanto mais baixa for a pontuação, mais intensa deverá ser a implementação desta etapa. Passo 4 – Monitorar e ancorar a mudança Organize com o coachee as ações que ele irá realizar para expandir, equilibrar ou aumentar o uso dessa força. Faça um planejamento. Inclua pequenas ações diárias, que ele possa fazer regularmente a fim de ancorar a mudança, isto é, consoli- dá-la e torná-la sustentável. Combine com a coachee a monitoria para as próximas sessões: • As ações estão funcionando? • Quais são os resultados? • O que mudou? • Como as pessoas estão reagindo à essa mudança? • Qual o efeito disso nos seus relacionamentos? SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO 27 • Como ele se sente expandindo, equilibrando ou aumentan- do sua força? • O que mais ele pode fazer? O mesmo processo pode ser usado novamente para desenvolver quaisquer outras competências que o coachee queira desenvolver. SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO 28 FORÇAS PARA O DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS (para uso do coachee) FORÇA: Competência: 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 O QUE MAIS VOCÊ PODE USAR SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO 30 O processo de desenvolvimento de competências ge- ralmente envolve mudanças. Para auxiliá-lo nesse processo, você pode usar o que você aprendeu no Módulo 4 (Roadmap, Planejamento e Mudança) e no Módulo 7 (Ensaio Mental e En- saio Dramático) da Fase 2 deste treinamento (Ferramentas de Coaching). Você irá aprofundar-se ainda mais nesse tema na Fase 4 (Psicologia Positiva Aplicada), ao aprender a apli- car os princípios da mudança intencional, que são expostos no Módulo 2 (Sonho – Alvo: Onde Eu Quero Chegar?). As for- ças, bem como sua relação com missão pessoal e valores, são abordadas no Módulo 4 (Missão: Quais Recursos Eu Possuo?). E as bases da aquisição de novas capacidades são descritas no Módulo 5 (Construção – Habilidades: Como Desenvolvo No- vas Competências?). Ao concluir todas as 4 fases deste trei- namento e fazer as práticas recomendadas em cada módulo, você terá a oportunidade de consolidar todo esse conheci- mento para que o seu processo de forças para o desenvolvi- mento de competências seja ainda mais eficaz. RELAÇÃO DAS FORÇAS E VIRTUDES SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO 32 S A B E D O R I A Usar o conhecimento para o bem comum; dar significado à vida. FORÇAS DEFINIÇÕES OPOSTO AUSÊNCIA EXCESSO Amor ao aprendizado Prazer em adquirir e dominar novas habilidades e conhecimentos; ampliar e aprofundar conceitos e ideias; construir sistemicamente seu próprio saber. Dogmatismo Acomodação intelectual Pedantismo Perspectiva Ter visão estratégica; conectar informações e enxergar o todo; traduzir situações de modo que façam sentido para si e para os outros. Insensatez Superficialidade Inacessibilidade Criatividade Pensar em formas diferentes e mais produtivas de criar, fazer e agir; compromisso com a inovação; gosto pela criação. Obviedade Conformismo Excentricidade Curiosidade Buscar caminhos diferentes pelo prazer de explorar o que é novo; fascínio pelas descobertas; interesse pelo mundo ao redor. Tédio Desinteresse Bisbilhotice Critério Tendência à reflexão e à ponderação, flexibilidade para rever suas conclusões quando apresentado aos fatos, não toma decisões precipitadas ou impulsivas. Credulidade Ineficácia Cinismo GLOSSÁRIO Acomodação intelectual – parar de aprender, contentar-se com o que já sabe. Bisbilhotice – desejo descontrolado de saber da vida alheia, indiscrição. Cinismo – tendência a desconfiar de tudo e esperar o pior das pessoas. Conformismo – sujeitar-se a padrões por medo de ser diferente. Credulidade – acreditar em tudo, sem discernimento. Desinteresse – falta de interesse ou mesmo de motivação. Dogmatismo – impor uma visão de mundo que não admite contestação. Excentricidade – extravagância, esquisitice. Inacessibilidade – não ser acessível às outras pessoas, não ter paciência com os outros. Ineficácia – não ser eficaz, não gerar resultados. Insensatez – agir de modo inconsequente, falta de senso comum. Obviedade – não sair do lugar comum, mediocridade, banalidade. Pedantismo – colocar-se no papel de um sabe-tudo, acima dos demais. Superficialidade – não se aprofundar em nada, ter opiniões rasas. Tédio – monotonia resultante da mesmice, da repetição cotidiana. SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO 33 H U M A N I D A D E Ver a si mesmo nos outros e os outros em si mesmo; ser socialmente construtivo. FORÇAS DEFINIÇÕES OPOSTO AUSÊNCIA EXCESSO Amor Postura cognitiva, comportamental e emocional voltada para o outro, valorização dos relacionamentos e do contato humano, capacidade de se comprometer e de se doar. Misantropia Isolamento Desregramento Inteligência social Sensibilidade para lidar com as próprias emoções e com as dos outros, agir com desenvoltura em diferentes situações sociais, saber como deixar as pessoas à vontade. Autoengano Insensibilidade Estereotipar Generosidade Reconhecer uma humanidade comum na qual o outro é digno de atenção e afirmação por sua própria existência, e não por razões utilitárias. Ter compaixão e ajudar. Crueldade Indiferença Ingerência GLOSSÁRIO Autoengano – enganar-se (neste contexto, achar que pode prescindir das pessoas). Crueldade – desumanidade, provocar dor e sofrimento. Desregramento – relacionar-se com os outros sem regras de respeito e consideração. Estereotipar – generalizar, pré-julgar. Indiferença – não reconhecer a importância de algo ou de alguém, não se envolver. Ingerência – interferência indevida, meter-se onde não foi chamado. Insensibilidade – falta de empatia e tato ao lidar com os outros. Isolamento – evitar o convívio social. Misantropia – sentir repulsa pela humanidade. SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO 34 J U S T I Ç A Qualidade ética que orienta a conduta autoconsistente; princípio regulador das relações sociais baseadas no respeito e na dignidade. FORÇAS DEFINIÇÕES OPOSTO AUSÊNCIA EXCESSO Trabalho em equipe Valorizar e participar do esforço coletivo, saber somar forças com outras pessoas em prol de um objetivo em comum, contribuição em benefício do grupo. Narcisismo Egocentrismo Mentalidade grupal Equidade Tratar as pessoas com isenção, de forma justa e igualitária. Dar a todos o benefício da dúvida, não prejulgar. Preconceito Partidarismo Alheamento Liderança Motivar e guiar pessoas para que algo seja realizado. Sabotagem Conformismo Despotismo GLOSSÁRIO Alheamento – perder-se em ideais e desconsiderar o aspecto humano. Conformismo – aceitar tudo, não ousar e não questionar. Despotismo – excesso de autoritarismo. Egocentrismo – achar que o mundo gira ao seu redor, pensar apenas em si mesmo. Mentalidade grupal – fechar-se num grupo a ponto de perder a individualidade. Narcisismo – admiração ou paixão excessiva por si mesmo ou por sua imagem. Partidarismo – tomar partido a ponto de perder o senso crítico, agir sem isenção. Preconceito – discriminar e rejeitar com base em opiniões pré-concebidas. Sabotagem – agir para prejudicar o trabalho de alguém ou o funcionamento de algo. SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO35 C O R A G E M Decisão consciente e deliberada de enfrentar riscos para atingir objetivos e arcar com as consequências dessa decisão. FORÇAS DEFINIÇÕES OPOSTO AUSÊNCIA EXCESSO Perseverança Persistir apesar dos obstáculos, terminar o que começou, sentir satisfação ao concluir um empreendimento ou atividade. Volubilidade Displicência Obsessão Integridade Ser coerente consigo mesmo e com seus valores, ser genuíno e sincero, assumir responsabilidade por seus atos, agir com probidade e honestidade. Falsidade Artificialismo Ortodoxia Bravura Enfrentar com destemor desafios, ameaças, dificuldades ou dor. Agir com firmeza de caráter mesmo que venha a tomar uma atitude incomum ou impopular. Covardia Medo Temeridade Vitalidade Viver a vida com ímpeto e paixão, contagiar os outros com sua energia, ser otimista e determinado, encarar o dia a dia com entusiasmo e vigor. Apatia Contenção Hiperatividade GLOSSÁRIO Apatia – falta de emoção e de energia, inércia. Artificialismo – ser artificial, superficial, dissimulado. Não mostrar quem você é. Contenção – reprimir-se, conter-se, evitar a expansão. Covardia – não assumir responsabilidades, fugir da verdade. Displicência – agir com negligência e frivolidade. Falsidade – alimentar mentiras, deturpar fatos, agir com desonestidade. Hiperatividade – agitação excessiva, movimento frenético, sem foco ou direção. Medo – receio de fazer qualquer coisa, ter preocupações debilitantes. Obsessão – compulsão, apego excessivo, não perceber quando é hora de mudar. Ortodoxia – rigidez excessiva ao seguir princípios, tornando-os limitados e limitantes. Temeridade – desconsiderar riscos e colocar a si mesmo e aos outros em perigo. Volubilidade – ser inconstante, instável, mudar facilmente suas ideias e suas ações. SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO 36 T R A N S C E N D Ê N C I A Ascender, elevar-se, conectar-se a algo que está acima e além de nossas próprias limitações. FORÇAS DEFINIÇÕES OPOSTO AUSÊNCIA EXCESSO Espiritualidade Ter uma crença e um compromisso com o transcendente, com o aspecto da existência que muitos chamam de universal, superior, ideal, sagrado ou divino. Alienação Anomia Fanatismo Apreciação da beleza e da excelência Perceber e valorizar a beleza e a excelência onde quer que se manifestem – mesmo no que é diferente e não convencional. Elevar-se e deixar-se inspirar pelo que é belo. Maledicência Impassibilidade Esnobismo Esperança Olhar com otimismo para o futuro e para o que ele pode trazer, ao mesmo tempo em que se constroem os caminhos para chegar a esse futuro. Desespero Ceticismo Ingenuidade Gratidão Resposta psicológica positiva a algo bom que foi recebido; consciência de ser o recipiente de dádivas ou mesmo bênçãos, saber se mostrar agradecido. Ingratidão Desconsideração Bajulação Humor Saber rir de si mesmo, fazer as outras pessoas rirem, saber demonstrar leveza e graça diante de situações que poderiam causar irritação e frustração. Chatice Literalidade Ridicularização GLOSSÁRIO Alienação – não ter consciência de si mesmo, dos outros e do mundo ao redor. Anomia – sentir-se à deriva, sem regras ou princípios. Bajulação – elogios exagerados e falsos, feitos com o intuito de agradar. Ceticismo – descrença, incredulidade. Chatice – estar sempre aborrecido com algo, ignorar o lado divertido das coisas. Desconsideração – agir como se tivesse direitos adquiridos, ignorar contribuições. Desespero – desalento, desesperança, desânimo profundo. Esnobismo – achar que seu gosto é superior, desprezar quem não tem o mesmo gosto. Fanatismo – adesão cega e irracional a alguma coisa, o que gera intolerância. Impassibilidade – falta de sensibilidade, dificuldade de se conectar a emoções. Ingenuidade – ser simplista por falta de maturidade, experiência ou sabedoria. Ingratidão – não ser grato nem reconhecido, não ter apreço por quem o ajudou. Literalidade – levar tudo ao pé da letra, não ter sutileza para entender o humor. Maledicência – colocar defeito em tudo, falar de modo negativo e destruidor. Ridicularização – desprezo, grosseria, zombaria, escárnio, desdém. SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO 37 T E M P E R A N Ç A Buscar o equilíbrio; harmonizar; ter limites saudáveis e controlar impulsos. FORÇAS DEFINIÇÕES OPOSTO AUSÊNCIA EXCESSO Humildade Não se achar melhor nem pior do que os outros. Não buscar ser o centro das atenções – deixar que suas ações falem por você. Ter consciência de suas limitações. Arrogância Presunção Autodepreciação Autocontrole Ser capaz de administrar o próprio comportamento e saber controlar as emoções. Ter autodisciplina e força de vontade. Impulsividade Autocomplacência Inibição Prudência Pesar os prós e os contras ao tomar decisões, agir com cautela e assumir riscos calculados, ser precavido, calmo e paciente. Imprudência Aventureiro (a) Estagnação Perdão Saber perdoar os outros e a si mesmo, não guardar mágoas e ressentimentos, ser capaz de se libertar do passado e seguir adiante. Ressentimento Impiedoso (a) Permissividade GLOSSÁRIO Arrogância – ter um senso exagerado de sua própria importância, humilhar os outros. Autocomplacência – ser muito indulgente consigo mesmo, justificar-se o tempo todo. Autodepreciação – desvalorizar-se, humilhar-se. Aventureiro – sem destino ou objetivo, inconstante, errático. Estagnação – paralisia, ausência de movimento e de desenvolvimento. Impiedoso – que não tem piedade ou clemência, implacável, brutal. Imprudência – leviandade, precipitação, agir descuidadamente. Impulsividade – agir por impulso, sem refletir ou ponderar. Inibição – vergonha de se expor, timidez, constrangimento. Permissividade – aceitar ou tolerar tudo, não colocar limites. Presunção – vaidade, petulância, insolência, atrevimento. Ressentimento – acumular mágoas e ofensas, nutrir a amargura. COMO USAR A TABELA DAS FORÇAS • Comece refletindo sobre o significado das suas forças de assinatura e das vir- tudes a elas associadas. O que isso pode trazer para a sua vida? Os podcasts Forças Para o Desenvolvimento de Competências são representados por cartas com imagens simbólicas das forças e virtudes. Ao ouvir os podcasts, use as imagens como elementos de reflexão. • Cada tabela com um grupo de virtudes é seguida por um glossário que explica, no contexto das forças, as expressões usadas nas categorias oposto, ausência e excesso. • Tanto a ausência quanto o excesso devem ser entendidas em um contínuo. Quan- to mais excessivo for o uso, maior a aproximação com as características com- portamentais expressas pelo excesso. Quanto menos a força for usada, maior a aproximação com as características comportamentais expressas pela ausência. • A noção de contínuo indica que o desequilíbrio no uso das forças é um pro- cesso gradativo (observe o gráfico a seguir), que pode variar de acordo com a situação. Por exemplo, quando usada em excesso, a força da liderança con- duz ao despotismo. O despotismo, porém, está no extremo do contínuo. Uma pessoa que exibe comportamentos autoritários quando está sob pressão não é necessariamente um déspota, mas já está dando sinais de que a força da li- derança está em desequilíbrio, o que resulta em um impacto negativo para ela e para os que a cercam. A mesma lógica se aplica em relação ao outro extremo do contínuo, a ausência. Usando o mesmo exemplo, a ausência da liderança é o conformismo. Uma pessoa que está passando por um momento de desânimo e falta de motivação pode se sentir menos combativa e relaxar alguns padrões. É evidente que isso pode trazer consequências negativas. No entanto, não dá para afirmar que essa pessoa já se tornou conformista. Analise cuidadosamente os sinais – e os graus – de excesso e de ausência antes de tirar conclusões. • O uso equilibrado e pleno indica a aproximação da força com a virtude a qual ela está alinhada. • O oposto da força indica situações nas quais o desequilíbrio é muito mais pro- fundo. De modogeral, uma pessoa só percebe que está nessa situação depois de enfrentar alguma consequência altamente negativa, ou após chegar a um estado de grande sofrimento, perda ou frustração. Também é possível que essa pessoa esteja enfrentando conflitos de relacionamento com alguém no qual ela percebe ou projeta características opostas às das suas forças. Em quaisquer dos casos, o caminho é sempre buscar o equilíbrio de suas próprias forças com base nas virtudes. O Contínuo das Forças V ir tu d e: C o ra g em O p o st o : Sa b o ta g em Ausência: Conformismo USO IRREGULAR (-) USO EQUILIBRADO E X E M P L O : L I D E R A N Ç A USO IRREGULAR (+) Excesso: Despotismo MÉTODO E NOMENCLATURA SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO 42 1. Existem vários métodos e sistemas que usam o nome de “forças”. Neste trei- namento, usamos as “forças de caráter” – pesquisadas por Peterson e Selig- man e identificadas por meio do teste do VIA Institute On Character. 2. No livro Felicidade Autêntica (2004), Seligman colocou a força da inteligência social sob a virtude da sabedoria, e o zest ou vitalidade – também traduzido como animação – sob a virtude da transcendência. Posteriormente, no mesmo ano, essas forças foram reclassificadas por Seligam e Peterson. Por essa razão, no livro Character Strengths and Virtues: A Handbook and Classification (tam- bém de 2004), a inteligência social aparece como força da humanidade, e a vitalidade ou zest, como força da coragem. É esta classificação mais recente que está sendo utilizada neste treinamento. 3. Devido a questões de tradução, algumas forças e virtudes classificadas por Peterson e Seligman podem ter nomes diferentes, dependendo da fonte con- sultada. Nesses casos, contudo, aplicam-se as mesmas definições. Veja a se- guir uma relação dos diferentes nomes que você pode encontrar: • Autocontrole – autorregulação • Critério – mente aberta • Equidade – justiça • Generosidade – bondade • Integridade – honestidade • Perseverança – persistência • Temperança – moderação • Trabalho em equipe – cidadania • Vitalidade – zest, entusiasmo ou animação LEITURAS RECOMENDADAS SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO 44 • Character Strengths and Virtues: A Handbook and Classification (Oxford Uni- versity Press, 2004). Escrito por Christopher Peterson e Martin Seligman, este livro o estudo e a classificação que deram origem a todo o trabalho de coaching de forças que você está aprendendo a fazer. É uma leitura de extrema importân- cia para quem deseja se especializar no assunto. • Character Strengths Matter – How to Live a Full Life (Positive Psychology News, 2015). Editado por Shannon Polly e Kathryn Britton, este livro parte do princípio de que, para viver uma vida plena, é necessário aplicar suas forças de caráter a serviço de você mesmo, de sua família, de seu trabalho, de sua comunidade e de seu mundo. “Quando as pessoas estão conscientes de suas próprias forças, elas as usam mais intencionalmente para seu benefício e para o benefício das pessoas ao redor”, explicam as editoras. É esse o processo descrito no livro. • Character Strengths: Research and Practice (artigo publicado no Journal Jour- nal of College and Character, 2009, disponível no link: https://www.tandfonline. com/doi/abs/10.2202/1940-1639.1042). Os autores Nansook Park e Christopher Peterson fornecem uma visão geral do projeto Values in Action (VIA), que clas- sificou e mediu as 24 forças que você está aprendendo a usar neste treinamen- to. O artigo discute meios de reconhecer e cultivar as forças de caráter, e de usá-las para educação e desenvolvimento pessoal. • Semeando a Felicidade – Psicologia Positiva Aplicada – A Ciência do Bem-Estar e da Realização Máxima (SBCoaching Editora, 2016). Flora Victoria escreveu este livro com base em sua dissertação de mestrado em psicologia positiva aplicada pela Universidade da Pensilvânia. Na obra, são descritos os pilares da felicidade – entre os quais as forças, abordadas no Capítulo 3 – Engajamento e o Uso de Forças e Virtudes. • Strengths of Character, Orientations to Happiness, and Life Satisfaction (artigo publicado em The Journal of Positive Psychology, 2007). Neste artigo, Chris- topher Peterson, Willibald Ruch, Ursula Beermann, Nansook Park e Martin Se- ligman investigam as forças que estão mais associadas à satisfação com a vida. As implicações disso, bem como a possibilidade de desenvolver essas forças, também são abordadas pelos autores. SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO 45 • The Power of Character Strengths: Appreciate and Ignite Your Positive Per- sonality (VIA Institute on Character, 2019). Este livro é de dois dos principais principais especialistas em forças, Ryan Niemiec e Robert McGrath, e é editado pelo VIA, o instituto responsável pelos testes e relatórios de forças que já foram usados por mais de oito milhões de pessoas em todo o mundo.
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