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RI Marco Antonio

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1 
 
AO JUIZO DA 5ª VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO DE DUQUE DE CAXIAS – SEÇÃO JUDICIÁRIA 
DO RIO DE JANEIRO 
 
 
 
 
 
Processo nº 5002535-53.2021.4.02.5118 
PAJ nº 2021/064-00480 
 
 
 
MARCO ANTONIO SILVESTRE FAGUNDES, já qualificado nos autos do processo em 
epígrafe, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, pela DEFENSORIA PÚBLICA 
DA UNIÃO (DPU), por sua representante que esta subscreve, tempestivamente, interpor o 
presente: 
 
 
RECURSO INOMINADO 
 
 
contra a sentença de improcedência, consoante razões em apenso, pelo que requer o regular 
processamento e remessa do feito à Egrégia Turma Recursal para fins de julgamento. 
 
Pede deferimento. 
 
São João de Meriti, 5 de outubro de 2022. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
RAZÕES DE RECURSO 
 
Processo nº 5002535-53.2021.4.02.5118 
PAJ nº 2021/064-00480 
Recorrente: MARCO ANTONIO SILVESTRE FAGUNDES 
Recorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS 
 
EGRÉGIA TURMA RECURSAL, 
 
Eminentes Julgadores, 
 
Emérito Relator, 
 
Trata-se de recurso inominado interposto contra sentença que julgou PROCEDENTE EM 
PARTE O PEDIDO o pedido do benefício por incapacidade, sob o fundamento de que deverá 
ser concedido à parte autora o benefício de auxílio-doença desde a DCB indevida até 
06/11/2021 (DCB fixada pelo perito). 
 
Todavia, a referida sentença não merece subsistir, como se passa a demonstrar. 
 
DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA. 
 
Inicialmente, o recorrente reitera o pleito pelos benefícios da Justiça Gratuita, por ser pobre 
na forma da lei, não podendo arcar com as custas e despesas do processo sem prejuízo do 
sustento próprio e de sua família, com esteio no art. 98 do CPC. 
 
SINOPSE PROCESSUAL. 
 
Trata-se de demanda proposta pelo autor em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO 
SOCIAL - INSS, objetivando o restabelecimento do benefício previdenciário de auxílio-doença 
NB 7081196277, desde a cessação indevida em 29/10/2021, bem como o pagamento das 
parcelas pretéritas desde a cessação INDEVIDA. 
 
Recebida a inicial, determinou-se a citação do INSS. 
 
Na fase instrutória, designou-se perícia médica, realizada em 06/08/2021. No laudo pericial, 
concluiu-se pela incapacidade do autor desde 02/02/2017 e de forma permanente desde 
30/06/2022. 
 
De logo, o juízo a quo julgou PROCEDENTE EM PARTE O PEDIDO de benefício por incapacidade 
formulado na exordial, sob o fundamento de que a DII fixada pelo perito abrange período já 
fulminado pela coisa julgada. Veja-se: 
 
 
3 
 
Diante do exposto, JULGO PROCEDENTE, EM PARTE, O PEDIDO, com fulcro no artigo 487, 
inciso I, do Código de Processo Civil, para condenar o INSS a implantar, em favor da parte 
autora, o benefício de auxílio-doença, com DIB em 01/06/2022. 
Condeno, ainda, ao pagamento de parcelas atrasadas calculadas pelo INSS (Enunciado 52 das 
Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro), acrescidas de correção monetária 
calculada pelo INPC (Tema 905 do STJ), desde a DIB 01/06/2022 até a data da efetiva 
implantação do benefício por força deste provimento, e de juros de mora, estes a partir da 
citação (Súmula nº 204 do STJ), nos termos do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com redação 
alterada pela Lei nº 11.960/09, ou seja, com aplicação dos índices de juros aplicáveis à 
caderneta de poupança (Enunciado 110 das Turmas Recursais da Seção Judiciária do Rio de 
Janeiro), até 08/12/2021, quando, então, nos termos do art. 3º da EC 113/2021, deverá 
incidir a taxa SELIC, uma única vez, até o efetivo pagamento, acumulada mensalmente. 
Defiro a tutela provisória de urgência, com fulcro no artigo 300 do Código de Processo Civil, 
a fim de determinar que o INSS restabeleça/implante o benefício de auxílio-doença em favor 
da parte autora, no prazo de 30 (trinta) dias, SOB PENA DE APLICAÇÃO DE MULTA, com 
fundamento nos artigos 536, parágrafo 1º, combinado como artigo 537, todos do Código de 
Processo Civil. Destaco que as astreintes representam o meio executivo ou meio de coerção 
mais largamente empregado, e as regras de experiência sinalizam que a multa única tem 
caráter coercitivo mais amplo e eficaz que as multas diárias. 
 
É contra essa decisão que a Defensoria se insurge, pelos fundamentos que passa a expor. 
 
DO DIREITO. 
DA DESCONSTITUIÇÃO DA COISA JULGADA 
 
É possível que haja a desconstituição da decisão judicial no processo judicial anterior, nº 
5008192-97.2021.4.02.5110, a perícia médica, cujo resultado foi a ausência de incapacidade, 
foi realizada dia 15/10/2021. 
 
Na perícia do processo supracitado, foi concluído que não havia incapacidade. Entretanto, na 
perícia médica realizada nestes autos, realizada em 30/06/2022, o perito concluiu que há 
incapacidade desde 02/02/2017 e incapacidade permanente desde 30/06/2022. 
 
Como se observa, no processo anterior o autor foi prejudicado pela avaliação pericial. 
 
Como a perícia atual confirma que há incapacidade desde 02/02/2017, a contradição entre os 
dois laudos periciais deve ser suprimida fixando-se a data de incapacidade no dia posterior à 
realização da perícia anterior. 
 
Sabendo-se, ainda, que o pedido anterior foi julgado improcedente com base exclusivamente 
no resultado pericial, tendo em vista que a perícia atual confirmou a presença de incapacidade 
de longo prazo, desde 2017, o termo inicial da concessão do benefício atual deve ser o dia 
seguinte à realização da perícia anterior, ou seja, 16/10/2021, pois foi a última avaliação 
médica a qual o autor foi submetido. 
 
4 
 
Verifica-se que o laudo médico anterior não analisou detalhadamente as mazelas do 
segurado, o que trouxe grande prejuízo ao mesmo, de forma que, modificadas as condições 
fáticas ou jurídicas sobre as quais se formou a coisa julgada material, tem-se nova causa de 
pedir próxima ou remota. 
 
PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. APELAÇÃO CÍVEL. COISA JULGADA. BENEFÍCIO 
PREVIDENCIÁRIO POR INCAPACIDADE LABORAL. REPETIÇÃO DE AÇÃO. CAUSA DE PEDIR 
DISTINTA. MODIFICAÇÃO DA SITUAÇÃO DE FATO. OBSERVÂNCIA DOS LIMITES DA COISA 
JULGADA. IMPOSSIBILIDADE, NO CASO CONCRETO, DE RETROAÇÃO DO BENEFÍCIO A DATA 
ANTERIOR AO TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA DO PRIMEIRO PROCESSO. 1. As ações de 
concessão de benefício previdenciário por incapacidade para o trabalho caracterizam-se por 
terem como objeto relações continuativas e, portanto, as sentenças nelas proferidas se 
vinculam aos pressupostos do tempo em que foram formuladas, sem, contudo, extinguir a 
própria relação jurídica, que continua sujeita à variação de seus elementos. Tais sentenças 
contêm implícita a cláusula rebus sic stantibus, de forma que, modificadas as condições fáticas 
ou jurídicas sobre as quais se formou a coisa julgada material, tem-se nova causa de pedir 
próxima ou remota. 2. Não obstante uma decisão que julgou improcedente determinada ação 
previdenciária versando sobre benefício por incapacidade não impeça uma segunda ação pelo 
mesmo segurado, pleiteando o mesmo (ou outro) benefício por incapacidade desde que ocorra 
o agravamento da mesma doença ou a superveniência de uma nova doença incapacitante, o 
termo inicial do benefício a ser deferido na segunda ação, segundo já decidido pela Corte 
Especial do TRF4, não poderia ser, em princípio, anterior à data do trânsito em julgado da 
primeira ação. 3. Ainda que possa haver um agravamento da doença do segurado entre a 
data da perícia da primeira ação e a data do trânsito em julgado da decisão de improcedência, 
há de se considerar alguns pontos. 4. O primeiro é a possibilidade de o fato superveniente 
(nova doença ou agravamento da doença anterior) vir a ser analisado tanto pelo juiz de 
primeiro grau, na sentença, quanto pelo Tribunal (em caso de recurso), por aplicação do art. 
493 do CPC, ainda na primeira ação. Isso ocorre muitas vezes, desde que a parte autora faça 
juntar aos autos documentação médica posterior à perícia realizada. É claro que se essa 
primeira ação foi improcedente, provavelmente não houve tal juntada e, portanto, eventual 
alteração das condições de trabalhonão puderam ser analisadas, à época. 5. O segundo ponto 
são os motivos de se estabelecer o trânsito em julgado da primeira ação como a data antes da 
qual, em princípio, não poderia ser fixado o termo inicial do benefício previdenciário concedido 
na segunda ação. O primeiro motivo é o óbvio: evitar colisão de entendimentos entre 
julgadores relativamente a uma mesma situação jurídica, ainda que continuativa. O segundo 
motivo é a coerência com outra posição consagrada neste Tribunal em situação similar, mas 
inversa: o âmbito de abrangência temporal da decisão concessiva de um benefício por 
incapacidade, salvo exceções ou determinação em contrário na própria decisão, é a data do 
seu trânsito em julgado, o que não poderia ser desrespeitado pela autarquia previdenciária 
unilateralmente, mesmo que tenha procedido a uma nova perícia administrativa; em 
contrapartida, na outra via, entende-se que até o trânsito em julgado da decisão judicial que 
indeferiu o benefício, em princípio, o segurado permaneceu capaz. Em assim entendendo, 
garante-se um certo paralelismo e coerência na análise da capacidade do segurado no 
transcurso da primeira ação, haja vista a dificuldade em se estabelecer, muitas vezes, durante 
 
5 
 
todo o período de tramitação da ação, a real situação da doença ou da incapacidade. 6. O 
terceiro ponto a ser considerado nesta análise é o de que embora o estabelecimento da data 
do trânsito em julgado da ação anterior possa não corresponder precisamente ao momento 
do início da incapacidade, também é verdade que dificilmente a incapacidade iniciou-se 
exatamente no dia posterior à data da perícia realizada na primeira ação e que atestou 
a capacidade do segurado. 7. O quarto e último ponto a ser analisado é a possibilidade de 
ocorrência de uma injustiça flagrante com a adoção deste entendimento, especialmente 
quando há um lapso temporal muito grande entre a prova pericial em que se baseou a decisão 
na primeira ação e o seu trânsito em julgado. Em casos assim, dada a possibilidade, já 
consagrada, de flexibilização de institutos processuais em demandas previdenciárias, se 
atendidos determinados pressupostos, variáveis conforme as hipóteses [vide, a título de 
exemplo, o decidido no REsp n. 1.840.369/RS, 2ª Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, j. em 12-
11-2019, DJe de 19-12-2019], poder-se-ia flexibilizar a coisa julgada parcial para fazer 
retroagir a data do início do benefício previdenciário por incapacidade deferido na segunda 
ação para momento anterior ao trânsito em julgado da primeira ação, sempre que (a) exista 
prova categórica para se atestar que a incapacidade tenha iniciado, realmente, em momento 
anterior e (b) haja transcorrido um tempo muito longo entre a perícia ou outra documentação 
médica que tenha embasado a decisão que indeferiu o benefício na primeira ação e o seu 
trânsito em julgado. No entanto, realizar tal flexibilização em todos os casos não soa razoável 
nem prudente, frente a todas as considerações anteriores. 8. No presente caso, a diferença 
entre a data da perícia e a do trânsito em julgado é de 10 meses. Além do mais, inexiste, no 
caso, um evento marcante (um acidente, um enfarto, um AVC ou uma internação hospitalar, 
por exemplo) que pudesse, categoricamente, demonstrar o início da incapacidade a partir dele 
e que sugerisse, em razão disso, a flexibilização da coisa julgada. (TRF4, ARS 5045966-
19.2018.4.04.0000, CORTE ESPECIAL, Relator para Acórdão CELSO KIPPER, juntado aos autos 
em 08/01/2021) 
 
Nesse mesmo sentido: 
 
EMENTA: PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. 
AUXÍLIODOENÇA. LITISPENDÊNCIA. EXTINÇÃO DO FEITO SEM JULGAMENTO DE MÉRITO. 
LITIGÂNCIADE MÁ-FÉ. TUTELA ANTECIPATÓRIA. REVOGAÇÃO. RESTITUIÇÃO DE VALORES. 
IMPOSSIBILIDADE. BOA-FÉ E NATUREZA ALIMENTAR DOS PROVENTOS. 1. Para o 
reconhecimento da litispendência e da coisa julgada é necessário que entre uma e outra 
demanda a chamada"tríplice identidade", ou seja, que haja identidade de partes, de pedido e 
de causa de pedir. A variação de quaisquer desses elementos identificadores afasta a 
ocorrência de coisa julgada ou mesmo da litispendência. 2.Tratando-se de ações relacionadas 
ao reconhecimento da incapacidade do segurado, a modificação do suporte fático ocorre pela 
superveniência de nova moléstia ou pelo agravamento de moléstia preexistente que justifique 
a concessão de novo benefício. Hipótese em que não há elementos nos autos a comprovar 
inequívoco agravamento do estado de saúde do segurado que permita a caracterização de 
nova causa de pedir, até porque o interregno entre o ajuizamento das ações foi inferior a cinco 
meses. 3. A litigância de má se presume, ela deve ser demonstrada por meio de prova 
satisfatória. Além disso, deve ser comprovada a existência de dano processual a ser 
 
6 
 
compensado pela condenação, o que não se verifica na hipótese. 4. Revogada tutela 
antecipatória concedida pelo Juiz a quo, consideradas a presunção de boa-fé e a natureza 
alimentar dos valores recebidos a tal título, essas verbas não podem ser supervenientemente 
consideradas indevidas e passíveis de restituição. (TRF4, AC 5052103-61.2016.4.04.9999, 
TURMA REGIONAL SUPLEMENTAR DO PR,Relator FERNANDO QUADROS DA SILVA, juntado aos 
autos em 04/06/2018) 
 
 
DOS REQUERIMENTOS 
 
À luz do exposto, o recorrente requer: 
 
a) A manutenção dos benefícios da justiça gratuita, por ser pobre nos parâmetros legais, 
em consonância com o art. 98 e ss. do CPC; 
b) A intimação do recorrido para, querendo, contrarrazoar o presente Recurso; 
c) O conhecimento e o provimento do recurso, a fim de: reformar a sentença, 
condenando-se o INSS a restabelecer o benefício de auxílio-doença requerido pelo 
autor/recorrente, com o pagamento de todos os valores que injustamente deixaram de ser 
pagos, incidindo sobre tais valores a devida atualização com correção monetária e os juros 
legais, conforme a inicial; 
 
Dificuldade de elaborar os pedidos com relação a datas** 
 
d) A condenação da ré nos ônus de sucumbência, inclusive honorários advocatícios a 
serem revertidos ao fundo de aparelhamento da Defensoria Pública da União, nos termos do 
art. 4º, XXI, da LC nº 80/94, com as alterações posteriores. 
 
Pede deferimento. 
 
São João de Meriti, 5 de outubro de 2022.

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