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Legislação aplicável aos títulos de crédito Antes de avançarmos no texto, é importante registrar qual a legislação geral aplicável aos títulos de crédito. No Brasil, é o Código Civil que trata sobre o tema nos artigos 887 a 926. Além disso, temos as denominadas Leis Uniformes de Genebra, incorporadas pelos Decretos 57.663/1966 e 57.595/1966. Ainda temos a aplicação de leis especiais, como por exemplo: Lei 7.357/85: Lei do Cheque; Lei 5.474/68: Lei da Duplicata Mercantil; e o Decreto nº 2.044/1908. Classificação dos títulos de crédito Os títulos de créditos podem ser classificados por diversos aspectos, são eles quanto: ao modelo; estrutura; à forma de circulação à hipótese de emissão; prestação; tipicidade. Modelo Os títulos de crédito se classificam quanto ao modelo, em livres ou vinculados. Títulos de crédito de modelo livre não precisam observar padronizações estabelecidas em lei. Tais como a letra de câmbio e a nota promissória. Por sua vez, títulos de crédito de modelo vinculado precisam observar as padronizações previstas em lei, sob pena de não produzirem os efeitos legais. Por exemplo, como é o caso do cheque e da duplicata. Estrutura Nessa classificação, os títulos de crédito podem ser uma promessa de pagamento ou uma ordem de pagamento. Um exemplo de promessa de pagamento é a nota promissória, onde há duas figuras jurídicas. Assim, há o sacador, que é quem se obriga a fazer o pagamento, e o tomador que é o beneficiário. Já na ordem de pagamento, há três figuras jurídicas: 1. sacador: emite o título; 2. sacado: contra quem é emitido o título; 3. tomador: quem se beneficia do título. São exemplos o cheque, a letra de câmbio e a duplicata. Forma de circulação Os títulos de crédito podem ser: ao portador; nominais à ordem; nominais não à ordem; e nominativos. Ao portador Conforme definição do art. 904 do Código Civil, o título ao portador se transfere por simples tradição. Isso ocorre pois não há no título identificação do credor. Título nominal Por outro lado, o título nominal é aquele que indica expressamente o titular do crédito. Nesse caso, é necessária a realização de um ato formal para que haja a transferência do título. O título nominal à ordem se transfere por meio do endosso, conforme art. 910 do Código Civil. Já o título nominal não à ordem, se transfere por meio de cessão civil do crédito. A diferença entre a transferência por endosso e a transferência por cessão civil é que o endosso, por ser típico do regime jurídico cambial, mantém as características do título de crédito. Enquanto isso, a cessão civil descaracteriza o documento. Títulos nominativos Por fim, os títulos nominativos são aqueles emitidos em favor de pessoa determinada cujo registro específico é mantido pelo emitente do título. Portanto, a transferência se dá com o termo no registro assinado pelo emitente e pelo adquirente do título, nos termos dos artigos 921 e 922 do Código Civil.