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Ação estatal nas favelas brasileiras
“Cidade de Deus”, filme brasileiro de 2002, retrata a cruel realidade das favelas brasileiras, nas quais, em sua maioria, ocorre o processo de marginalização social. Análogo ao cenário supracitado, esse panorama ainda persiste no Brasil hodierno, visto que ações do Estado para o controle da violência e para o desenvolvimento de estruturas básicas são insuficientes em tais locais. Dessa forma, medidas estatais são cruciais para a reversão desses óbices. 
Sob essa premissa, é oportuno ressaltar a ausência parcial de autoridade nas favelas do país, fator esse precursor da violência. Isso advém, historicamente, da tirania governamental de afastar dos grandes centros urbanos o lado “subdesenvolvido” e, com isso, retirou-se, também, o monitoramento, quase que total, desses territórios pelo Estado. A partir disso, o “Monopólio da Violência” – conceito pensado pelo sociólogo alemão Max Weber – é legitimado aos “chefes” da comunidade, muitas vezes envolvidos com o mundo do crime, o que sentencia a paz nesses espaços. Assim, devido à negligência estatal, procede-se para uma realidade repleta de conflitos internos perigosos, os quais não têm visibilidade social e, ainda, colocam em risco a população presente. 
	Ademais, a estruturação das favelas põe em segundo plano diversos direitos sociais assegurados constitucionalmente aos moradores. Nessa ótica, vê-se, comumente, a ausência de obras básicas, como postos de saúde e escolas, perspectiva que inviabiliza, cada vez mais, a promoção da cidadania nesses ambientes marginalizados. Diante disso, concretiza-se o que o escritor José Murilo de Carvalho viria a denominar, por meio do título da sua obra, como “Os bestializados”, os quais não tiveram acesso ao que é previsto como direito. Logo, a parcela do país vista como “indecente”, na verdade, é vítima de uma constante segregação estrutural feita, principalmente, pelo Estado, o qual é omisso aos problemas sociais dentro das comunidades. Depreende-se, por sua vez, que a participação estatal é fundamental para mitigá-los. 
	A partir dos pressupostos anteriores, evidencia-se, portanto, a necessidade de alteração dessa atuação letárgica e ineficaz do Estado. Para isso, cabe ao Poder Executivo, mediante o Ministério da Segurança Pública – órgão responsável por garantir a proteção dos cidadãos –, retomar o controle nesses espaços, por intermédio de monitoramento via satélite e de tropas vigilantes confiáveis, com a finalidade de prender possíveis chefes criminosos e devolver a segurança à população. Outrossim, urge à União estruturar basicamente as favelas, com investimentos massivos, a fim de melhorar a qualidade de vida dos moradores e assegurar seus direitos. Enfim, será possível fixar a realidade do filme “Cidade de Deus” no passado.

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