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DÚVIDAS FREQUENTES DE PORTUGUÊS IV 1- Qual a diferença entre gênero e sexo? O gênero gramatical, na língua portuguesa, se restringe ao masculino e ao feminino. Os substantivos são distribuídos nesses dois gêneros. Muitas vezes, mas nem sempre, o gênero gramatical coincide com o sexo. Sexo, entretanto, é algo específico dos seres animais, sendo, portanto, um assunto da Biologia, enquanto gênero gramatical todos os substantivos têm, por isso se diz que o substantivo tem gênero inerente, embora, na maior parte dos casos, este gênero não seja marcado. 2 - Qual a diferença e morfema e morfe? Morfema é uma ideia, uma abstração, um conceito. Encontra-se no plano do conteúdo. Morfe é a realização ou a concretização ou a materialização do morfema, estando, portanto, no plano da expressão. Quando um morfema pode ser representado por mais de um morfe, temos um caso de alomorfia. O caso mais claro desse fenômeno ocorre com a flexão de número dos substantivos, que pode ocorrer por meio do acréscimo do - s, ou do -es, ou ainda do -is (exemplos: casa/casas; dor/dores; real/reais). 3 - O que é significado extralinguístico? Significado extralinguístico (externo) nada tem a ver com significado em outras regiões.. Significado extralinguístico quer dizer que o morfema lexical traz por si só um significado, independentemente de estar num texto (oral ou escrito) ou não. Por exemplo, em “estudo”, “estudante”, “estudar”, “estudioso” e “reestudar”, temos um elemento comum que remete a determinado campo de significação. 4 - Morfemas gramaticais têm algum significado? O morfema gramatical só gera algum significado se estiver ligado a um morfema lexical, por isso se diz que seu significado é interno. Tomando os mesmos exemplos, em “estudo”, “estudante”, “estudar”, “estudioso” e “re-estudar”, os morfemas marcados, quando sozinhos, não têm nenhum significado. 5 - O que são formas dependentes? As formas dependentes são palavras que estão sempre ao redor de formas livres. Por exemplo, os artigos necessitam de estar antes de substantivos, mesmo podendo sofrer intercalações de adjetivos ou de pronomes; os pronomes oblíquos dependem muitas vezes de verbos, podendo se colocar antes ou depois deles. 6 - Qual a diferença entre neutralização e cumulação? São dois fenômenos distintos. A neutralização ocorre quando dois morfes de morfemas diferentes assumem formas idênticas, como se fossem homônimas; a cumulação é a materialização de dois morfes distintos em um mesmo morfe, isto é, um morfe acumula a representação de dois morfemas. 7 - Qual a diferença entre a análise mórfica e a análise sintática, tendo em vista que são muitos cobrados em concursos e ainda causaram embaraço na mente de muitos estudantes? A análise mórfica se ocupa da análise dos morfemas, ou seja, trata dos elementos que formam uma palavra. Seu território de análise está circunscrito à palavra. A análise sintática, por sua vez, trata das funções das palavras dentro da oração e de suas relações com outras palavras nesse ambiente. 8 - Prefixos e sufixos são considerados palavras ou elementos de significação (na palavra super-homem, por exemplo, “super” é um prefixo apenas?). Prefixos e sufixos não são palavras. São elementos mórficos que se juntam a bases lexicais para formar novas palavras. 9 - O radical pode também ser chamado de vocábulo ou palavra de origem ou só mesmo do elemento mórfico que contém a unidade de significado? O radical pode coincidir com uma palavra, mas isso não é regra. Por exemplo, a palavra “sol” é também um radical porque não há como retirar nenhum de seus elementos. A partir de “sol”, várias outras palavras são formadas: “solar”, “ensolarado”, “insolação”, “solzão” etc. 10 - As noções de diacronia e de sincronia podem ser aplicadas a qualquer uma das disciplinas da Linguística que são apresentadas – Fonologia, Morfologia, Semântica e Sintaxe? Todas as quatro disciplinas (assim como disciplinas de qualquer área) podem ser estudadas de maneira sincrônica ou diacrônica. Quando sincrônica, a disciplina foca um determinado período, só se dedicando aos fenômenos que lhes são pertinentes naquele espaço de tempo. Quando diacrônica, a disciplina se dedica ao estudo da evolução dos fatos, dos fenômenos que lhes são pertinentes ao longo do tempo, ao longo da história. 11 - Por que a morfologia está mais próxima da semântica? Porque a morfologia estuda a unidades mínimas significativas da língua, e é a semântica a disciplina encarregada de estudar o significado. Então, se uma estuda as unidades significativas e a outra estuda o significado propriamente dito, as duas têm uma relação muito próxima. 12 - O que alomorfe e o que é alomorfia? Alomorfe é um elemento; alomorfia é um fenômeno. Alomorfe é um morfe que tem o mesmo significado/função de outro, remetendo, portanto, a um mesmo morfema. Por exemplo, o morfema de plural dos nomes pode ter como morfes -s, -es ou -is. Os três são alomorfes entre si. Alomorfia é o fenômeno que ocorre quando um mesmo morfema pode ser representado por mais de um morfe. 13 - Porque o conhecimento de gênero está cada vez mais necessário. O que isso quer dizer? Os gêneros que estudamos aqui são gêneros gramaticais e se restringem, na Língua Portuguesa, ao masculino e ao feminino. Estudar os gêneros gramaticais sempre teve o mesmo peso. Não confunda com outras aplicações dessa palavra em outras áreas. 14 - Qual a diferença entre morfologia flexional e morfologia derivacional? A morfologia derivacional se ocupa da formação/criação de novas palavras, enquanto a morfologia flexional se ocupada da flexão das palavras (gênero e número dos substantivos, adjetivos, pronomes, numerais e artigos; tempo, modo, número e pessoa dos verbos.). 15 - Existe diferença entre palavra e vocábulo? Ambos os termos são controversos. No futuro, caso avancem nos estudos sobre Morfologia, vocês verificarão que esses termos, assim como vários outros, apresentam diferenças em seus conceitos. Isso é normal na área das ciências. No caso dessas duas palavras, existe realmente diferenças, mas, em geral, os livros utilizam um termo como sinônimo do outro. O caso foi apresentado apenas para vocês saberem que algum autor pode considerar essa distinção como fundamental. Nesse caso, ele tratará de delimitar os significados de acordo com seu ponto de vista. 16 - O que seria o morfema zero? Seria a ausência de um morfema em oposição a outro? Pelo que pude entender da apostila, o morfema zero seria um morfema ausente, porém não tenho completa certeza de que a minha conclusão esteja correta. É exatamente isso. O estruturalismo trabalha com sistemas de oposição. Quando não se tem o elemento para fazer a oposição, diz-se que esse elemento é zero. 17 - Qual a diferença e a relação entre morfema e morfe? Morfema é um conceito, uma abstração, está no plano das ideias; morfe é a realização, a concretização do morfema. Dito de outra forma, morfema é aquele que detém a significação e se encontra no plano do conteúdo; morfe é seu representante no plano da expressão, e pode se apresentar por meio de mais de uma forma. Quando falamos ou escrevemos, estamos concretizando o nosso pensamento, aquilo que está no plano das ideias. A fala se dá por meio de sons, e o som é físico, é concreto. Do mesmo forma que a escrita se dá por meio de letras, que também são concretas. 18 - Algumas vezes, o morfema coincide com a sílaba. Levando em consideração que o morfema pertence ao campo da morfologia, a sílaba pertenceria ao campo da fonologia? Exato, o fato de a sílaba ser igual ao morfema nada mais é que coincidência. A sílaba é objeto de estudo da fonologia. Aula 1 – O que é e o que interessa à Morfologia A morfologia é um estudo que se ocupa da descrição e da análise da estrutura da formação das palavras. Essa disciplina tem relações muito próximascom outras do campo gramatical, tais como a Fonologia, a sintaxe e a semântica, sendo esta última – a que se ocupa do campo das significações -, a mais próxima, uma vez que as formas estudadas pela Morfologia são aquelas pertencentes à primeira articulação da linguagem, isto é, as formas dotadas de valor semântico indivisível. A Morfologia pode observar a evolução das palavras e elaborar comparações entre o comportamento delas em diferentes épocas, procedendo assim o um estudo diacrônico (Morfologia Diacrônica), como também observar as palavras em determinadas épocas, configurando-se em um estudo sincrônico (Morfologia Sincrônica). A Morfologia pode ser dividida em Morfologia Derivacional e Morfologia Flexional: a primeira se ocupa do estudo da formação de palavras (derivadas) pelo acréscimo de afixos (prefixos e sufixos) a palavras já existentes (primitivas); a segunda estuda as flexões de gênero e número dos substantivos e adjetivos (flexão nominal) e as flexões de tempo/modo e número/pessoa dos verbos (flexão verbal). Aula 02 – O conceito de morfema e o modo pelo qual se pode depreendê-lo Morfemas são as unidades mínimas de significação, sendo elementos constituintes dos vocábulos. Esses elementos compõem a estrutura lexical e gramatical dos vocábulos, podendo, portanto, ser classificados em morfemas lexicais e morfemas gramaticais. É possível depreenderem-se os morfemas de uma palavra por meio da realização de uma análise mórfica chamada de comutação, que consiste na substituição de uma invariante por outra. Dessa substituição, resulta um novo vocábulo formal. Morfemas são unidades abstratas que são representadas por uma ou mais unidades concretas chamadas morfes. Aula 03 – Alguns princípios da análise mórfica Princípios da análise mórfica, segunda Mattoso Câmara Jr.: Alomorfia – processo que consiste na representação de um mesmo morfema por dois ou mais morfes diferentes. O conceito que auxilia na depreensão da diferença entre morfema e morfe, pois quando o primeiro é aquele que detém a significação e se encontra no plano do conteúdo; o segundo é seu representante, no plano da expressão, e pode se apresentar por meio de mais de uma forma. Neutralização morfológica – processo que anula a diferença entre dois morfemas pelo aparecimento de um morfema único, como ocorre entre a terceira pessoa do plural do pretérito perfeito e aquela do pretérito mais-que-perfeito Cumulação – processo em que um morfema, diferentemente do que se espera, pode assumir significação mais ampla ou cumulativa, isto é, pode ter mais de um significado. Aula 04 – O conceito de palavra As palavras são unidades autônomas de sentido que formam o vocabulário (léxico) de uma língua. Os vocábulos são as formas que uma palavra pode adquirir quando flexionada. No caso dos nomes, a flexão pode ser de gênero e número; já no caso dos verbos, a flexão é de tempo, modo aspecto, número e pessoa. Os elementos formadores das palavras são o radical (que contém o conteúdo lexical), as vogais temáticas (que formam o tema dos nomes e dos verbos e, assim, permitem a junção de outros elementos para a formação de outras palavras e vocábulos), os afixos e as desinências (estas, para a flexão das palavras; aquelas, para a formação de outras palavras) Aula 05 – Os morfemas na estrutura verbal e nominal os morfemas lexicais, ou lexemas (ou, ainda, semantemas, de acordo com a linguística francesa) servem de base a uma palavra, representam um conceito da natureza humana; e relacionam-se ao mundo extralinguístico. Possuem, pois, a significação básica do vocábulo. Já os morfemas gramaticais são os morfemas responsáveis pelos papéis gramaticais da palavra. Podem ser classificatórios, derivacionais e flexionais. Os morfemas classificatórios são representados pelas vogais temáticas. Os derivacionais, pelos afixos. E os flexionais, pelas desinências. Além disso, vimos outros tipos de morfemas: aditivos, subtrativos, alternativos e zero. Os morfemas aditivos são segmentos fônicos que se acrescem ao radical. Os subtrativos representam a supressão de um segmento fônico, como o próprio nome sugere. Os morfemas alternativos espelham a substituição de fonemas, resultantes de uma alternância fônica que, no português, é causada pela mudança de timbre ou de altura ou da posição da sílaba tônica. E, por fim, o morfema zero constitui a ausência de morfema aditivo, criando com este uma oposição. Aula 06 – Flexões da língua portuguesa. O que é flexão Na língua portuguesa, algumas classes gramaticais são passíveis de flexões. Daí, dizemos que temos, na nossa língua, flexões nominais e verbais. As flexões verbais, como o próprio nome diz, ocorrem nos verbos e podem ser de modo e tempo (modo- temporal) e número e pessoa (número pessoal). Já as flexões nominais, relativas aos nomes, podem ser de gênero e de número e ocorrem em substantivos, adjetivos, artigos, vários pronomes e alguns numerais. É preciso ressaltar que quase a totalidade dos substantivos e adjetivos é passível de receber a flexão de número. A flexão de gênero é característica de adjetivos e de grande parte dos substantivos que nomeiam seres animais. A flexão de número se dá pelo acréscimo do morfe – se ou dos seus alomorfes -es e, em casos especiais, -is. Aula 07 – Flexões da língua portuguesa. A flexão nominal de gênero. Nesta aula, estudamos o gênero dos nomes e a regra geral para a formação desse tipo de flexão nominal, além dos casos especiais em que ela também ocorre. Discutimos ainda como esse mecanismo de flexão é apresentado, de modo equivocado, nas gramáticas tradicionais e em muitos livros didáticos. Aula 08 – Categorias, flexões e usos dos verbos Vimos nesta aula que o verbo é uma palavra de forma variável que exprime o que se passa, isto é, um acontecimento representado no tempo, e que ele ocorre em frases sob diferentes formas para a expressão das categorias de tempo, aspecto e modo. Modo é como se chamam as diferentes formas que toma o verbo para indicar a atitude de certeza, de dúvida, de suposição, de mando etc. da pessoa que fala em relação ao fato que enuncia. O tempo é, por sua vez, a variação que indica o momento em que se dá o fato expresso pelo verbo. Os três tempos naturais são o presente, o pretérito (ou passado) e o futuro, que designam, respectivamente, um fato ocorrido no momento em que se fala, antes do momento em que se fala e após o momento em que se fala. E, por fim, o aspecto refere-se à duração do processo verbal, independentemente da época em que esse processo ocorre. Essa duração pode ser representada como momentânea ou contínua, eventual ou habitual, completa ou incompleta. Aula 09 – O mecanismo da flexão verbal I Os verbos regulares são categorias linguísticas cujo sistema de flexão de tempo, modo número e pessoa obedece a um padrão que, embora complexo, é previsto em parâmetros de conjugação, tempo, modo, número e pessoa do discurso. O objetivo desta aula foi de ensiná-lo a entender o funcionamento desse complexo mecanismo, a partir do reconhecimento dos morfemas constituintes dos verbos regulares em suas diferentes flexões do tempo simples.
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