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Peticao - Pratica Juridica I

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MM. Juízo de Direito da 1ª Vara Cível da Comarca de Rio Branco/AC.
João da Silva Batista, brasileiro, solteiro, professor, portador da Cédula de Identidade RG nº 132453 e do CPF nº 000.012.234-56, residente e domiciliado na rua Sete de Setembro, nº 8790, bairro Esperança, por meio de seu advogado infra-assinado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO DE INDENIZAÇÃO DE DANOS MORAIS, contra a empresa Brasil Empreendimentos Imobiliários, instituição de direito privado, CNPJ n° 70.875.231/0001-99 , com sede na rua Quintino Bocaiúva, nº 3214, Bosque, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
Dos Fatos
No dia 05 do mês de maio do ano de 2020, o Reclamante ao tentar obter crédito no comércio local, teve a surpresa de constatar que havia negativação em seu nome, razão pela a qual o crédito não pode ser concedido.
Estarrecido com a situação, ou seja, sem saber como seu bem mais inestimável, seu nome, foi parar no SPC (cujo extrato em anexo), e assim verificou existência de 01 (uma) pendência junto à empresa, Brasil Empreendimentos Imobiliários no valor de R$ 3000,00 tendo como referência a cobrança de três parcelas de um financiamento imobiliário que conta no contrato nº 490432-32 
Ocorre excelência, que o Reclamante insiste em deixar evidente que as parcelas outrora cobradas já estão, devidamente, sanadas, conforme comprovantes. (Anexo 2), uma vez que jamais restou inadimplente.
O Reclamante como um cidadão honesto que cumpre com suas obrigações necessita do seu nome limpo, vez que está impossibilitado de realizar qualquer negócio jurídico no comércio local de dívida que o mesmo foi indevidamente cobrado.
Doutor Magistrado sabe o quão importante é ter um nome sem restrição, até mesmo para poder custear o seu sustento, a situação atual de um brasileiro é a mercê de um crédito parcelado, e como o Reclamante, obterá esse crédito se o mesmo consta os seus dados como inadimplente, de uma dívida o qual já quitou-la.
Em virtude do ocorrido, o Requerente experimentou situação constrangedora, angustiante, tendo sua moral abalada, face à indevida inscrição de seu nome no cadastro de inadimplentes com seus reflexos prejudiciais, sendo suficiente a ensejar danos morais.
Do Direito
De acordo com o art. 186, do Código Civil, in verbis: "Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito".
Ainda, dispõe o art. 927, do mesmo diploma legal: "Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo". Nesse mesmo sentido é a redação do art. 14, do Código de Defesa do Consumidor, quando dispõe: "O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos".
Há responsabilidade aquiliana da Ré em indenizar os danos morais sofridos pela Autora, como decorre do art. 186, do Código Civil e como dispõe o Código de Defesa do Consumidor; Diante da verificação do ato ilícito provocado pela parte Requerida, deverá o juízo aquilatar um valor que seja compatível com a lesão provocada ao Requerente, posto que, os danos ocasionados são vultosos e gravíssimos. Dessa forma, o valor reparatório aplicado pelo juízo não poderá ser um valor tão ínfimo que provoque o descrédito da justiça.
O Ministro Oscar Correa, em acórdão do STF (RTJ 108/287), ao falar sobre dano moral, bem salientou que"não se trata de pecúnia doloris, ou pretiumdoloris, que se não pode avaliar e pagar; mas satisfação de ordem moral, que não ressarce prejuízo e danos e abalos e tribulações irreversíveis, mas representa a consagração e o reconhecimento pelo direito, do valor da importância desse bem, que é a consideração moral, que se deve proteger tanto quanto, senão mais do que os bens materiais e interesses que a lei protege."Disto resulta que a toda injusta ofensa à moral deve existir a devida reparação.
Do Pedido
Em face do exposto, requer digne-se Vossa Excelência em: 
a) determinar a citação da Ré, na pessoa de seu representante legal, para oferecer sua contestação na fase processual oportuna, sob pena de revelia;
b) julgar procedente o pedido inicial para, consequentemente, condenar a Ré a indenizar ao Autor os danos morais por ele experimentados, fixando esse douto julgador a condenação em valor correspondente a R$ 5000,00 (cinco mil reais), valor esse a ser atualizado monetariamente a partir da citação. 
c) condenar a Ré no pagamento das custas processuais e honorários advocatícios. 
Em especificação de provas, requer o depoimento pessoal das partes, sob pena de confissão, bem como a oitiva das testemunhas abaixo elencadas, protestando desde já pelos demais meios de provas em Direito admitidos.
Informa o Requerente que não possui interesse na realização de audiência de conciliação ou de mediação.
Nesses Termos, 
Pede Deferimento.
Rio Branco - AC,14/06/2020 .
Paulo Cavalcante 
OAB/UF n° 90790/OABAC

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