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O que é fenilcetonúria? A fenilcetonúria, também conhecida como PKU (do inglês, phenylketonuria), é uma doença congênita rara causada por uma mutação genética de herança autossômica recessiva, ou seja, o pai e a mãe transmitem, cada um, o gene alterado para o bebê. Essa alteração genética causa erro na metabolização da fenilalanina, o que gera o acúmulo desse aminoácido no sangue e reduz a produção de outras substâncias ce- rebrais e sistêmicas importantes. O maior problema do acúmulo da fenilalanina no sangue é o efeito tóxico que pode causar no cérebro, capaz de estabelecer lesões permanentes, como deficiência intelectual. Tipos de fenilcetonúria No Brasil, não há consenso em relação à classificação da fenilcetonúria, baseada na concentração de fe- nilalanina (Phe) no sangue. O Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos classifica a fenilcetonúria em leve, moderada e clássica e hiperfenilalaninemia (HPA) leve. A declaração de consenso da fenilceto- núria é fornecida na Tabela 1 a seguir, porém, não existe um consenso global sobre os níveis absolu- tos de Phe que correspondam a cada categoria. Tipo de fenilcetonúria (PKU) Concentração sanguínea Phe (μmol/L) (mg/dL) PKU clássica > 1.200 > 20 PKU moderada 900 – 1.200 15 – 20 PKU leve 600 – 900 10 – 15 HPA leve que não requer tratamento 120 – 360 2 – 6 Tabela 1: classificação HPA na fenilcetonúria Em pessoas sem hiperfenilalaninemia, a concentração média de fenilala- nina no sangue é de 60 μmol/L. As concentrações mais elevadas no san- gue de fenilalanina são indicativas de aumento da gravidade da doença e requerem mais urgência no tratamento, em comparação com concentra- ções mais baixas de fenilalanina no sangue. Problemas comportamentais ou sociais Convulsões, tremores ou movimentos espasmódicos nos braços e pernas Hiperatividade Alteração no crescimento Dermatite atópica (eczema) Microcefalia Odor desagradável na respiração da criança, pele ou urina, causado pelo excesso de fenilalanina no organismo As crianças com a forma mais grave de fenilcetonúria podem desen- volver deficiência intelectual permanente se não receberem tratamento. Os pacientes com as formas menos graves da doença podem apresen- tar alterações neurológicas e comportamentais em níveis variáveis, mas a maioria das crianças com essas formas da doença ainda necessitará de tratamento para que seja evitado o atraso intelectual, entre outras com- plicações. Sintomas Os recém-nascidos com fenilcetonúria ini- cialmente não apresentam sintomas. Sem tratamento, no entanto, os bebês geralmen- te desenvolvem sinais da doença logo nos primeiros meses de vida. Os sintomas po- dem ser leves ou graves e incluir deficiência intelectual. São sintomas da fenilcetonúria: O rastreamento neonatal é o modo mais eficaz de diagnosticar fenilceto- núria. A coleta de sangue deve ser feita preferencialmente entre 48 horas e cinco dias de vida completos após exposição à dieta proteica, ou seja, aleitamento materno ou fórmula láctea. Os recém-nascidos com níveis elevados de fenilalanina são encaminhados para avaliação diagnóstica, conforme recomenda o Programa Nacional de Triagem Neonatal, do Mi- nistério da Saúde. Caso confirmado o diagnóstico de fenilcetonúria, o tratamento deve ser iniciado. Grupos de risco O acompanhamento das mulheres com fenilcetonúria em idade fértil é especial- mente importante, uma vez que o ex- cesso de fenilalanina no cérebro é tóxico também para o feto, o que pode acar- retar em microcefalia e deficiência inte- lectual, mesmo quando o feto não tem a doença. Para minimizar a chance de alteração no desenvolvimento do feto, é necessário um controle rigoroso dos níveis de fenilalanina da mãe, no mínimo, 8 semanas antes da concepção e durante toda a gestação. Diagnóstico A fenilcetonúria pode ser facilmente de- tectada por meio de um simples exame de sangue. No Brasil, o Programa Nacional de Triagem Neonatal, popularmente conhe- cido como “Teste do Pezinho”, foi incor- porado ao Sistema Único de Saúde (SUS) em 1992 (por meio da Portaria GM/MS nº 22, de 15 de janeiro de 1992). Essa legislação determinou a obrigatorieda- de do “Teste do Pezinho” em todos os recém-nascidos vivos no território nacional, e esse teste inclui a avaliação para fenilce- tonúria. O tratamento consiste na adoção de uma dieta com baixo teor em fenilalanina associada ao uso da fórmula metabólica e, em alguns casos, tratamento medicamentoso, de acordo com a orientação da equipe médica e nutricional. O tratamento deve ser seguido rigorosamente e por toda a vida, uma vez que as alterações nos níveis de fenilalanina no sangue também podem gerar danos cerebrais e dificultar a manutenção do tratamento. Tratamento A fenilcetonúria é uma doença crônica, portan- to deve ser tratada por toda a vida do indivíduo. Não há, até o momento, nenhum tratamento que cure a doença, porém, ela pode ser controlada, e isso minimizará o risco de danos à saúde. A dieta adotada deve possuir baixo teor de fenilalanina, sendo composta basi- camente de frutas, verduras, açúcares e gorduras. Os alimentos ricos em proteína, como carnes, leite, ovos, assim como suas fontes vegetais, como grãos, pães, mas- sas, chocolate, devem ser evitados ou des- considerados na dieta, exceto se houver orientação médica ou nutricional. É importante salientar que o tratamento para cada paciente com fenilcetonúria deve ser individualizado e acompanhado pela equipe médica e nutricional, uma vez que os níveis adequados de nutrientes, assim como limitação de ingestão de fenilalanina, variam de pessoa para pessoa. Sempre siga as orientações e recomendações do seu médico e nutricionista. Apoio: Caso você tenha dúvidas sobre um produto ou doenças correlatas, nós disponibilizamos o nosso Serviço de Informações Médicas BioMarin por meio do e-mail: medinfola@bmrn.com Este material não tem nenhum caráter promocional e visa apresentar ao público em geral informações científicas relativas a doenças e / ou saúde. ©BioMarin LatAm – Agosto/2020 – LA/PKU/0059 Referências: 1. Health, N.I.o. Phenylketonuria: screening and management. 2000 [cited June 2011; Available from: http:// consensus.nih.gov/2000/2000Phenylketonuria113html.htm. 2. 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Associações de Pacientes: Associação Mães Metabólicas (21) 98458-0000 Facebook Mães Metabólicas Canal de YouTube Mães Metabólicas Associação Amiga dos Fenilcetonúricos – SAFE (11) 5084-7632 (11) 99925-5627 www.safe.org.br Facebook SAFE Button 1: Page 1: Page 21: Page 32: Page 43: Page 54: Button 2: Page 2: Page 31: Page 42: Page 53: Page 64:
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