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TRATAMENTO FARMACOLÓGICO PARA ANSIEDADE ANSIEDADE. Tensão, apreensão, desconforto, que se origina de perigo interno ou externo iminente, podendo ser resposta a estresse ou a estímulo ambiental. Pode ocorrer sem causa aparente. (Associação Americana de Psiquiatria) Resposta normal a diversos acontecimentos Estado emocional associado ao comportamento defensivo da espécie humana, desencadeada na presença de um perigo potencial; Sensação antecipatória de apreensão, tendo papel importante na preparação do organismo para uma possível situação de enfrentamento; No entanto, a ansiedade pode adquirir papel não adaptativo, manifestando-se de forma persistente e generalizada -> ANSIEDADE PATOLÓGICA MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Taquicardia, Boca seca, Agitação, Tremor muscular, Sudorese, Distúrbios do sono CLASSIFICAÇÕES DE DESORDENS DA ANSIEDADE (Associação Americana de Psiquiatria) Transtorno da Ansiedade Generalizada (TAG): ansiedade excessiva ou apreensão Transtorno do Pânico (TP):ataques inesperados de medo intenso Transtorno Obsessivo Compulsivo: comportamento estereotipado Transtorno do estresse pós-traumático: acidentes e agressões Fobias Específicas: medo de objetos e situações Fobia Social: “falar em público” CRITÉRIOS DIAGNÓSTICO PARA TAG Dificuldade de controlar a preocupação (mais dias sim do que não – pelo menos 6 meses) Associado a 3 ou mais dos seguintes sintomas: 1. inquietação 2. cansaço fácil 3. dificuldade de concentrar-se 4. irritabilidade 5. tensão muscular 6. distúrbio do sono ETIOLOGIA DA ANSIEDADE Serotonina (5-HT): aumento Noradrenalina (NE): hiperatividade Ácido Gama Aminobutírico (GABA): deficiência GABA sempre é inibitório e GLUTAMATO é sempre excitatório O α-cetoglutarato atua como substrato para a enzima GABA transaminase (GABA-T), que transamina o α-cetoglutarato em glutamato. A mesma enzima também converte o GABA em semialdeído succínico. O glutamato é convertido em GABA pela enzima descarboxilase do ácido glutâmico (DAG), transformando o principal neurotransmissor excitatório no principal transmissor inibitório. GABA-T, GABA transaminase; DHSAS, desidrogenase do semialdeído succínico; DAG, descarboxilase do ácido glutâmico. SEROTONINA NA ANSIEDADE Modelos animais Esquiva inibitória: o rato fica se escondendo na parte fechada Fuga: rato foge rapidamente da parte aberta TAG: relacionado ao comportamento defensivo (ansiedade) desencadeado em resposta a ameaças potenciais (evitação ou esquiva do animal) TP: reações defensivas (medo e pânico) relacionam-se à resposta de fuga frente a ameaças proximais. A 5HT participa da modulação tanto da ansiedade quanto do pânico. Fármacos que modulam a neurotransmissão 5HT hoje atuam como estratégia principal na farmacoterapia do TAG e TP Serotonina na amigdala fez o rato do teste ficar ‘congelado’ de medo -> ansiogênico Serotonina no PAG -> rato perdeu medo -> panicolítico O papel dual é explicado pela ativação de diferentes receptores responsáveis por distintas atividades neuronais entre os quais os receptores 5HT1A, 5HT2A e 5HT2C são os mais envolvidos na ansiedade FÁRMACOS ANSIOLÍTICOS O ansiolítico ideal deve permitir ao paciente adormecer rapidamente e ter um sono de qualidade e duração suficiente para que acorde revigorado, sem sofrer um efeito de “ressaca” do fármaco e além disso, devem ter toxicidade muito baixa e não interagir com outros medicamentos para não produzir efeitos indesejáveis ou perigosos. Benzodiazepínicos Efeitos farmacológicos -> aplicação clínica: Redução da ansiedade, Sedação, Potencializador do sono, Relaxante muscular, anticonvulsivante Atuam pelo mesmo mecanismo de ação Ações farmacológicos semelhantes Diferenças farmacocinéticas influenciam no início e na duração do efeito terapêutico Eficaz em tratamento agudo -> Efeito ansiolítico imediato Baixo tempo de meia vida (uso em cirurgias) - Receptor Gabaérgico: 3 tipos de receptores GABA: GABAa, GABAb e GABAc Receptores GABAA mais abundantes SNC: ionotrópicos Maioria dos fármacos que afetam a NT GABAérgica: ligam em receptores GABAa A união das 5 subunidades forma poro iônico (canal) permeável a íon Cl- -> A ativação do canal exige a ligação simultânea de 2 moléculas de GABA na subunidade α e β Abertura de canal, entra íons cloreto, hiperpolariza célula -> mais negativa -> mais difícil potencial de ação -> inibição Benzodiazepínico: Não é agonista (não compete por mesmo sítio de ação), potencializa neurotransmissor ligado ao receptor -> melhora atividade do GABA -Mecanismo de ação: Após a ocupação do receptor de GABAA pelas moléculas de GABA, ocorre a abertura dos canais de cloro, aumenta condutância de Cl- para dentro do neurônio -> Quando o GABA se liga ao seu R, e ocorre a ligação do BZD ao seu sítio de ligação, aumento da capacidade do GABA -> O influxo de Cl- causa uma hiperpolarização, inibindo a formação de potenciais de ação * FARMACOCINÉTICA ADMINISTRAÇÃO: - VIA ORAL (pico de concentração plasmática 1h) - VIA IM e VIA INTRAVENOSA (anestesia e estados epilépticos) - Natureza lipofílica – rápida e completa absorção METABOLISMO: - Citocromo P450 (CYP3A4) - Os metabólitos ativos de alguns BZD são biotransformados mais lentamente que os compostos originais Ações farmacológicas são semelhantes, a escolha é feita com base na duração do efeito. Medicamentos intermediários e de ação longa vão ter efeito no dia seguinte: motor e intelectual FLUMAZENIL - antagonista de BZDs Se liga com alta afinidade ao R BZD Mas carece de atividade agonista Ocupa os R e deixa indisponível para ligação do agonista USADO: Reverter a toxicidade das BZD ou interromper sedação Apenas adm. IV (início de ação rápido e duração curta) Eliminado relativamente rápido: T1/2 de 1 hora. Deve ser repetida várias vezes quando a intoxicação é devido aos BZDs de longa duração. Barbitúricos Antigamente utilizados amplamente como ansiolíticos e hipnóticos Atualmente são utilizados como agentes indutores de anestesia e antiepilépticos. Hoje largamente substituídos pelos BZDs Não são mais recomendados - baixo índice terapêutico - dependência física - uso crônico: tolerância Aplicações: - Redução da ansiedade - Sedação e indução do sono - Indução de anestesia geral - Anticonvulsivante • Se ligam ao R GABA/canal de cloro por um sítio diferente dos BZD, aumentando a atividade do GABA • Potencializam a transmissão gabaérgica • Aumentam a abertura do canal de cloreto, facilitando a duração de tempo que o canal de CL- permanece aberto. USOS: Anticonvulsivante – Fenobarbital, Anestésico intravenoso –Tiopental e Pentobarbital EFEITOS INDESEJADOS: • Possuem baixa margem de segurança • Efeitos depressores do SNC: hipersedação • Sensação cansaço (doses hipnóticas) • Indutores de enzimas hepáticas (sistema do citocromo P450): inativa outras drogas (BZDs, Fenitoina, digoxina) • Induzem tolerância e dependência • Uso crônico: supra regula a expressão CYP e acelera seu próprio metabolismo. • Síndrome de abstinência: tremor, ansiedade, excitabilidade SNC e insônia Novos agonistas de receptores BZD HIPNÓTICOS NÃO-BZD DE CURTA DURAÇÃO - INDUZEM E MANTÊM O SONO POR UM CERTO TEMPO. MODERNOS - TRATAMENTO DE 1° ESCOLHA ZOLPIDEM E ZALEPLON MECANISMO DE AÇÃO Não são estruturalmente BZDs, muda estrutura química Agonistas dos receptores BZD, mas em sitio distinto a BDZ – não compete Promovem seus efeitos através do receptor GABAa Atuam seletivamente em receptores BZD Possuem meia-vida curta (vantagem) Não prejudicando a capacidade psicomotora no dia seguinte Zolpidem é o padrão clínico para insônia Agonistas receptores 5-HT1A EFEITOS FARMACOLÓGICOS AÇÃO ANSIOLÍTICA ESPECÍFICA – não causa sedação, nem descoordenação motora. Pode atuar como agonista e não precisa do GABA -BUSPIRONA: Agonista parcial dos receptores 5-HT1A (Serotoninérgico) São eficazes no tratamento da TAG Alta especificidade pelos R 5-HT1A (auto-R inibitórios/pré): reduzem a liberação de 5-HT Modulam o excesso de impulsos que chagam na amigdala Inibe estimulador da amigdala e amigdala VANTAGENS: Não potencializa efeito de depressores do SNC; Sem atividade anticonvulsivante, relaxante muscular Poucos efeitos adversos: tonturas, inquietação, cefaleia e náuseas Antidepressivos ISRS - Fluoxetina (Prozac®) - Sertralina (Zoloft®) - Paroxetina (Pondera®)** - Fluvoxamina (Luvox®) - Citalopram (Cipramil®) - Escitalopram (Lexapro®) Uso crônico de antidepressivo: aumenta serotonina -> diminui ansiedade na amigdala, aumenta pânico no PAG Principal uso para TAG e transtorno do pânico CONGÊNERES DA MELATONINA Ramelteona (Rozerem®): Análogo sintético da melatonina Aprovado em 2005 para tratamento de insônia Pacientes com dificuldade de iniciar o sono Ação máxima ocorre dentro de 30 minutos A dose recomendada é um comprimido (8 mg), por VO, 30’ antes de deitar. Reação comum: cefaleia, sonolência, tontura, náuseas, fadiga Só deve ser utilizado durante a gravidez se o benefício potencial justificar o risco potencial ao feto. ANTAGONISTAS β-ADRENÉRGICOS - PROPRANOLOL Bloqueio das respostas simpáticas periféricas Não causam efeitos nos circuitos afetivos do SNC Indicado quando os sintomas físicos são incômodos: sudorese, tremor, taquicardia São usados ocasionalmente para ansiedade de desempenho Uso limitado: efeito colateral (hipotensão) Tratamento agudo: ansiedade situacional Sintomas da ansiedade mediados pelos receptores ß-adrenérgicos podem ser reduzidos FÁRMACOS ANTI-HISTAMÍNICOS - ANTAGONISTAS DE RECEPTORES H1 de 1° geração Dimenidrinato: Dramin® Cloridrato de Hidroxizina: Hixizine® Maleato de Dexclorfeniramina: Polaramine® Cloridrato de Prometazina: Fenergan® Cloridrato de difenidramina: Difenidrin® H1 de Primeira geração -> Compostos amplamente utilizados, porém penetram no SNC causando sedação e interagem com outros receptores EFEITO DA HISTAMINA NO SNC -> Estado de alerta Não deve ser usado como tratamento, somente para um uso ocasional
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