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Letícia Pimentel - ESM O que é? Planeamento Familiar: uma certa maneira de pensar e de viver, aceite voluntariamente pelos indivíduos e casais, com conhecimentos das atitudes e decisões tomadas a fim de promover a saúde e bem-estar do grupo familiar (OMS, 1975) Objetivos Promover a vivência da sexualidade de forma saudável e segura Regular a fecundidade segundo o desejo do casal Preparar para uma maternidade e paternidade responsáveis Reduzir a incidência das I.S.T e as suas consequências, nomeadamente a infertilidade Melhorar a saúde e o bem-estar dos indivíduos e da família. As atividades a desenvolver no âmbito do P.F. são: Informar sobre os benefícios do espaçamento adequado das gravidezes Esclarecer sobre as vantagens de regular a fecundidade em função da idade Elucidar sobre as consequências da gravidez não desejada Informar sobre a anatomia e fisiologia da reprodução Facultar informação completa, isenta e com fundamento científico sobre os métodos contracetivos Proceder o acompanhamento clínico, qualquer que seja o método contracetivo escolhido Fornecer, gratuitamente, os contracetivos Prestar cuidados pré-concecionais tendo em vista a redução do risco numa futura gravidez Identificar e orientar os casais com problemas de infertilidade Efetuar a prevenção, diagnóstico e tratamento das IST Efetuar o rastreio do cancro do colo do útero e da mama Reconhecer e orientar os indivíduos/casais com dificuldades sexuais Promover adoção de estilos de vida saudáveis. Alterações do conceito de Planeamento familiar O conceito de planeamento familiar sofreu algumas alterações nas últimas décadas Em 1922, o controlo de natalidade era essencialmente uma educação para as mulheres Existia o Controlo de Nascimentos: Birth Control: Sanger Tinha como preocupação: o As mulheres pobres sobrecarregadas de gravidezes indesejadas o As elevadas taxas de mortalidade materna e infantil associadas a grades famílias Procura: o Derrubar os antigos argumentos económicos o Acabar com o radicalismo sexual Desafio: o Fazer com que a limitação do tamanho da família fosse não só economicamente necessário como moralmente aceitável o Contraceção era compatível com prazer História da saúde sexual e reprodutiva em Portugal Fase emergente: decorre entre 1967 e 1984 Fase de institucionalização: até finais da década de 990 e que se inicia num momento que convergem três processos: o Os primeiros debates parlamentares sobre o aborto, o planeamento familiar e a educação sexual o A organização do Serviço Nacional de Saúde com fusão dos diversos serviços de saúde o O debate sobre o acesso dos jovens à contraceção Fase de reavaliação ou questionamento: 1997- o presente A fase emergente: 1967-1984 Após o 25 de Abril, importante interlocutor na definição das políticas nacionais, quer com o P.F., quer com as restantes direcionadas para a saúde e o bem-estar da família Anos 1970: Publicação da Lei n 413/71 permitiu a criação de centros de saúde. Primeiros dispositivos intrauterinos aparecem no mercado. Após o Despacho em 16 de Março de 1976, as atividade de Planeamento Familiar ampliaram-se nos Centros de Saúde no âmbito da valência de Saúde materno-infantil, o que permitiu dar respostas às necessidades populacionais. Processo lento: Em 1976, publicada a Constituição que consagrou o Planeamento Familiar como um direito de todo o cidadão. O seu artigo 67 consagra: o Direito à Paternidade Consciente o Dever do Estado em divulgar as atividades de Planeamento Familiar e organizar as estruturas jurídicas e técnicas para promover a Paternidade Consciente o Divulgação dos métodos de Planeamento Familiar Fase de institucionalização: 1984-1998 Lei 3/84 de 24 de Março (Educação sexual e Planeamento familiar), Lei 4/84 de 5 de Abril (Proteção a paternidade e maternidade) e Lei 6/84 de 11 de Maio (Exclusão da Ilicitude em alguns casos de Interrupção voluntária da gravidez) – Permitiram dar um salto qualitativo no crescimento do Planeamento familiar Lei 3/84: Educação Sexual e Planeamento Familiar Estado garante direito à educação sexual, como componente do direito fundamental à educação Incube ao Estado para proteção da família, promover, pelos meios necessários, a divulgação dos métodos de planeamento familiar e organizar estruturas jurídicas e técnicas que permitam o exercício de uma maternidade e paternidade consciente. Portaria n 52/85:: Regulamento das Consultas de Planeamento Familiar e Centros de Atendimento para Jovens São criados centros de atendimento para jovens nos centros de saúde e hospitais a implantar inicialmente a nível regional e progressivamente nas restantes estruturas de saúde, na medida em que a preparação dos profissionais necessários ao seu funcionamento o permita. Fase de reavaliação e questionamento: 1997 – presente Aprovação da Lei 120/99 reforça as garantias do Direito à Saúde reprodutiva Medidas no âmbito da Educação Sexual Reforçar o acesso ao Planeamento Familiar e aos métodos contracetivos Prevenção de gravidezes indesejadas Combate ás IST <<Os jovens podem ser atendidos em qualquer consulta de planeamento familiar, ainda que em centro de saúde ou serviço hospitalar que não seja da área da sua residência>> Decreto lei 259/2000, regulamenta a Lei 120/99: Promoção da Educação Sexual em meio Escolar e Saúde Reprodutiva e Planeamento Familiar - Efetiva implementação da educação sexual nos estabelecimentos de ensino – o governo aposto numa política de família com carater global integrado Publicação da Lei 16/2007 veio a colocar novos desafios aos serviços de saúde e aos seus profissionais, face à necessidade de assegurar, a todas as mulheres com situações legalmente elegíveis, o acesso a uma interrupção da gravidez em segurança Resolução da Assembleia da república 27/2007 recomenda ao Governo medidas no sentido de prevenir a gravidez na adolescência Resolução da Assembleia da república 46/2010 Direito à informação e acesso aos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres ao longo do seu ciclo de vida - Novos desafios Saúde reprodutiva O P.F. é uma componente fundamental na prestação de cuidados na área da Saúde Sexual e Reprodutiva Saúde Reprodutiva: é um estado de bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença ou enfermidade, em todos os aspetos relacionados com o sistema reprodutivo, suas funções e processos. (DGS 2008) Nessa linha de definição, os cuidados a prestar em Saúde Sexual e Reprodutiva constituem: o Um conjunto diversificado de serviços, técnicas e métodos o Que contribuem para a saúde e o bem-estar reprodutivo o Através da prevenção e resolução de problemas, o Dando respostas adequadas às necessidades especificas dos homens e mulheres, nesta área, ao longo do ciclo de vida. Unidades coordenadoras funcionais: UCF – permitem que haja uma integração dos cuidados de saúde primários e cuidados de saúde diferenciados CONSULTAS DE PLANEAMENTO FAMILIAR Podem ser inscritos na consulta de planeamento familiar os indivíduos em idade fértil: o Mulheres até aos 54 anos o Os homens, sem limite de idade Alvos prioritários à consulta, segundo DGS: o Adolescentes o Mulheres com paridade maior que 4 (ou mais de 4 filhos) o Mulheres com doença crónica o Puérperas o Mulheres após interrupção da gravidez o Mulheres com idade maior a 20 anos e menor 35 anos o Mulheres com espaçamento entre gravidezes menor que 2 anos o Mulheres após uso de contraceção de emergência As consultas de planeamento familiar estão isentas de taxa moderadora O acesso a essas consultas deve ser garantido, em igualdade de circunstâncias, a imigrantes, independentemente do seu estatuto legal Os serviços só podem recusar a disponibilização de um determinado método contracetivo com base em razões de ordemmédica, devidamente fundamentadas A contraceção de emergência deve estar disponível em locais de fácil acesso, em todos os centro de saúde e hospitais com serviços de ginecologia/obstétrica, em particular nos serviços de urgência e nos atendimentos complementares
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