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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP Instituto de Ciências Humanas Curso de Psicologia Campus Tatuapé Laura Steffens RA: T9594G6 TURMA: PS7P33 Letícia Angeli de Andrade RA: D992503 TURMA: PS8P33 Letícia Monteiro de Oliveira RA: N5134B9 TURMA: PS7P33 Maira Gabriele Lins Silva RA: F061GD0 TURMA: PS8Q33 Renata de Almeida Ruiz RA: N533EJ9 TURMA: PS7P33 Rita de Cassia Freire Ribeiro RA: N395AB0 TURMA: PS8Q33 Teresa Gonçalves Gomes RA: D4994E8 TURMA: PS8P33 RELATÓRIO PSICOPATOLOGIA ESPECIAL SÃO PAULO 2022 2 1 IDENTIFICAÇÃO Título: Relatório das Atividade Prática de Estágio em Psicopatologia Especial Entidade Concedente: Centro Integrado de Assistência e Saúde Nossa Senhora de Fátima. Solicitante: Universidade Paulista – UNIP (Curso de Psicologia - Área de Estágio: Psicopatologia Especial). Finalidade: Identificar as demandas psicológicas e o sofrimento psíquico em seus diferentes contextos. Assunto: Atividade Prática de Estágio em Psicopatologia Especial realizada no Centro Integrado de Assistência e Saúde Nossa Senhora de Fátima - no dia 24/09/2022. Autores: Laura Steffens RA: T9594G6 TURMA: PS7P33 Letícia Angeli de Andrade RA: D992503 TURMA: PS8P33 Letícia Monteiro de Oliveira RA: N5134B9 TURMA: PS7P33 Maira Gabriele Lins Silva RA: F061GD0 TURMA: PS8Q33 Renata de Almeida Ruiz RA: N533EJ9 TURMA: PS7P33 Rita de Cassia Freire Ribeiro RA: N395AB0 TURMA: PS8Q33 Teresa Gonçalves Gomes RA: D4994E8 TURMA: PS8P33 Supervisor: Prof. Dr. José Raimundo Evangelista da Costa – Psicólogo – CRP 06/75134. 2 DESCRIÇÃO DA DEMANDA No dia 24 de Setembro, foi realizada a visita à ala feminina Santa Isabel do Centro Integrado, onde tínhamos o intuito de desenvolver oficinas terapêuticas para fins de observação e análise dos comportamentos dos pacientes, além de visar auxiliar os internos a se desforcarem da doença e ter a sua autoestima e autoconfiança estimuladas. A expectativa com a atividade proposta é obter a adesão dos pacientes e promover reflexões que auxiliem na melhora e bem-estar. https://irmashospitaleiras.org/empresa/centro-integrado-de-assistencia-e-saude-nossa-senhora-de-fatima https://irmashospitaleiras.org/empresa/centro-integrado-de-assistencia-e-saude-nossa-senhora-de-fatima https://irmashospitaleiras.org/empresa/centro-integrado-de-assistencia-e-saude-nossa-senhora-de-fatima 3 3 PROCEDIMENTO Os grupos apresentaram duas dinâmicas para serem feitas e pelo menos quatro pacientes concordaram em participar. A dinâmica do nosso grupo de estagiários era de “Análise Musical", onde as pacientes ouviriam uma música previamente selecionada e seriam questionadas sobre qual trecho da letra mais chamou sua atenção e se esta música se encaixava em sua vida e com a sua internação. A finalidade da atividade era de avaliar o pensamento relacional das pacientes através da associação proposta, além de estimular a memória e promover um ambiente descontraído. 4 ANÁLISE Ao chegarmos a ala, encontramos logo na entrada a paciente R. que estava muito alegre e comunicativa, expressando querer participar da dinâmica, e ao saber que envolveria música, logo começou a falar nomes de diversas cantoras e músicas que gostava. Nos dirigimos, então, para o fundo do pátio onde colocamos para tocar as músicas as quais R. solicitava. Ela pediu para ouvir Madonna: "Like a prayer" e "Vogue", dizendo que gostava muito de ouvir música e que preferia as românticas. Pediu também para ouvir Celine Dion, "My heart will go on" e Lara Fabian, "Love by grace". Apesar de possuir déficit cognitivo, ela se lembrou dos nomes das músicas e dos artistas com facilidade, apresentando apenas dificuldades na fala. Comentou também ter terminado seu relacionamento com L., outro paciente do hospital, e que se sentia melhor solteira. Durante a nossa conversa com R., aproximou-se a paciente A.C. de rompante, trazendo consigo salgadinhos, chocolates e bolachas, logo pediu para trocarmos as músicas românticas de R. para músicas de Funk. Sugeriu primeiro uma música de conteúdo com apologia à violência sexual, no qual foi negada por uma das estagiárias, então ela pediu Ludmila - “Cheguei” e começou a dançar fazendo poses sensuais. Enquanto a música criava um ambiente descontraído, começamos a conversar com A.C., 21 anos. No início, ela foi resistente dizendo que já havia contado sua história a outros estagiários dos horários de visitas anteriores, mas aos poucos foi começando a falar. Ela nos disse que estava lá há 3 meses e deu duas versões do motivo de sua internação: a primeira foi por ter sido estuprada duas 4 vezes e a segunda foi por “quebrar tudo dentro de casa” (sic.). A música se repetiu por 1 ou 2 vezes e foi sendo trocada ao seu pedido, enquanto ela dançava rebolando continuamente. Relatou um pouco sobre sua família dizendo que são usuários de drogas e que sua mãe não se importa com ela e com os irmãos, apesar de ter relatado que foi sua mãe que a levou para a internação. Quando questionada sobre com o que trabalhava, nos respondeu que não poderia nos contar, pois é muito complicado e uma longa história. Relatou também ter o diagnóstico de Transtorno afetivo bipolar (F31)1, e pudemos perceber que a mesma estava em uma episódio de mania inicialmente. Retomando o tema dos seus estupros, disse que tentaram violentá-la dentro de uma das instituições que já passou, mas que ela reagiu e bateu no agressor, o que gerou na própria dois olhos roxos. Este relato foi feito de forma confusa, sem muita organização na ordem cronológica dos fatos, nem nas pessoas envolvidas, o que nos gerou dúvidas sobre a veracidade de tal situação. Comentou, além disso, várias peripécias que faz dentro do hospital, como usar drogas e ter relações sexuais, mas isto também não conseguimos identificar a veracidade. Quando indagada sobre o que queria fazer quando tivesse alta médica do Centro, respondeu que queria fumar maconha e deu risada. Em alguns momentos, A.C teve alguns comportamentos agressivos, como por exemplo quando insistiu brava com uma estagiária para comer uma bolacha das quais ela carregava, quase forçando-a. O outro momento foi quando a estagiária que conduzia as músicas que estavam sendo tocadas demorou para encontrar uma de suas sugestões, então ela se aproximou bastante e começou a repetir diversas vezes o nome da faixa. A mesma tinha comportamentos e falas sexualizadas. Retomando a hipótese diagnóstica, podemos afirmar que A.C estava em um episódio misto dentro do Transtorno Afetivo Bipolar (F31.6)2, apenas não foi possível identificar se havia ou não sintomas psicóticos. A mesma estava com o humor elevado e bem agitado no início, dançava e falava muito, além de também ter comido dois pacotes de bolacha e uma barra de chocolate durante nossa estadia. Também pudemos notar certo tom agressivo e o discurso sexual estava bem 2 Ibid., p. 116. 1 Organização Mundial da Saúde. Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10: Descrições Clínicas e Diagnósticas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993,. p . 113. 5 presente, com suas poses, roupas e relatos sobre suas experiências com um outro interno do hospital. Num curto espaço de tempo, A.C. mudou seu comportamento e passou do humor elevado maníaco para um humor depressivo. Começou a chorar e a dizer que não nos veria mais porque já não estaria ali, quando questionada de onde estaria então, ela chorando disse que estaria com Deus, que já não aguentava mais “aquela vida”. Relatou também em tom de reclamação que a enfermagem do Centro dava injeções em qualquer hora e lugar e que os restringiam. Continuou a chorar, porém tivemos que sair da ala por ter terminado o horário do estágio. Todos estes sintomas estão descritos na CID-10 como caracterizador desta fase do Transtorno. Dalgalarrondo (2008)3 sobre o Transtorno Bipolar, explica que este se caracteriza por suas fases e episódios de mania e depressão, geralmente, delimitados no tempo e que, entre eles, há períodos de humor eutímico. Esteautor também classifica 3 tipos de TAB: tipo I, tipo II e ciclador. Visto o relato da paciente, também é possível pensar em Síndrome de dependência atualmente abstinente em ambiente controlado (F1x.21)4, pois a mesma relata que ela e sua família são usuários de drogas e que o que pretende fazer assim que receber alta, é fazer o uso de Maconha. Segundo Diehl et al (2010)5, a Cannabis é a droga mais usada em casos de TAB e este consumo frequentemente desencadeia episódios maníacos. “Comparados à população geral, pacientes com TAB parecem ter duas vezes mais chances de usar maconha na vida (34% vs. 64%)” (DIEHL et al, 2010, p.S43)6. A dinâmica não foi realizada como esperado, pois as pacientes que interagiram conosco se interessaram mais em pedir músicas que gostavam, a fim de apenas cantá-las e dança-las. 6 Ibid., p.S43. 5 DIEHL, A et al. Abuso de cannabis em pacientes com transtornos psiquiátricos: atualização para uma antiga evidência. Revista brasileira de Psiquiatria, São Paulo, v. 32, n.1, p. S41-S45, mai, 2010. p. S43. 4 Organização Mundial da Saúde. Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10: Descrições Clínicas e Diagnósticas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993,. p . 76. 3 DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. Porto Alegre: Artes Médicas, 2008. Cap. 22, p. 316. 6 5 CONCLUSÃO Diante do exposto, podemos concluir que a Hipótese Diagnóstica de A.C é a de Transtorno Afetivo Bipolar em Episódio Misto (F31.6) e não foi possível definir se havia ou não sintomas psicóticos pelo curto espaço de tempo do estágio. Visto o tempo de internação, é importante dar continuidade no processo de tratamento psicológico/psiquiátrico da paciente, com o intuito de controlar os episódios do transtorno, bem como tratar a dependência em drogas. OBSERVAÇÃO: Este Relatório não poderá ser utilizado para fins diferentes do informado no item identificação, tem caráter sigiloso e trata-se de documento extrajudicial. São Paulo, 24 de setembro de 2022. Estagiário: Laura Steffens RA: T9594G6 Estagiário: Letícia Angeli de Andrade RA: D992503 Estagiário: Letícia Monteiro de Oliveira RA: N5134B9 Estagiário: Maira Gabriele Lins Silva RA: F061GD0 7 Estagiário: Renata de Almeida Ruiz RA: N533EJ9 Estagiário: Rita de Cassia Freire Ribeiro RA: N395AB0 Estagiário: Teresa Gonçalves Gomes RA: D4994E8 Prof. Dr. José Raimundo Evangelista da Costa Psicólogo - CRP 06/75134 Supervisor das Atividades Práticas de Estágio – Psicopatologia Especial Universidade Paulista - UNIP 8 REFERÊNCIAS DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. Porto Alegre: Artes Médicas, 2008. DIEHL, A et al. Abuso de cannabis em pacientes com transtornos psiquiátricos: atualização para uma antiga evidência. Revista brasileira de Psiquiatria, São Paulo, v. 32, n.1, p. S41-S45, mai, 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbp/a/GZY89N3HvVSsLdZF6TF7yyc/?lang=pt. Acesso em: 04 out. 2020. Organização Mundial da Saúde. Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10: Descrições Clínicas e Diagnósticas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.
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