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Prévia do material em texto

Policial Rodoviário Federal
Direito Penal
Prof. Sandro Caldeira
www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Penal
Professor Sandro Caldeira
www.acasadoconcurseiro.com.br
Edital
NOÇÕES DE DIREITO PENAL: Aplicação da lei penal. Princípios da legalidade e da anterioridade. 
A lei penal no tempo e no espaço. Tempo e lugar do crime. Lei penal excepcional, especial e 
temporária. Territorialidade e extraterritorialidade da lei penal. Pena cumprida no estrangeiro. 
Eficácia da sentença estrangeira. Contagem de prazo. Interpretação da lei penal. Analogia. 
Irretroatividade da lei penal. Conflito aparente de normas penais. O fato típico e seus elementos. 
Crime consumado e tentado. Pena da tentativa. Concurso de crimes. Ilicitude e causas de 
exclusão. Excesso punível. Culpabilidade. Elementos e causas de exclusão. Imputabilidade 
penal. Concurso de pessoas. Disposições constitucionais aplicáveis ao direito penal.
BANCA: Cespe
CARGO: Policial Rodoviário Federal
www.acasadoconcurseiro.com.br
Introdução
NOTAS DO AUTOR
Professor Sandro Caldeira:
Especialista em Direito Penal e Processo Penal;
Professor em cursos de graduação e pós-graduação em Direito Penal e Processo Penal;
Professor em cursos preparatórios para concursos públicos;
Professor em cursos preparatórios para Exames da OAB;
Especialista em Didática e Metodologia do Ensino Superior;
Articulista e palestrante, com vários trabalhos publicados na imprensa especializada;
Membro do Instituto Panamericano de Política Criminal;
Coaching para preparação jurídica em concursos;
Delegado de Polícia integrante da Assessoria Jurídica da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro.
LIVROS PUBLICADOS
 • Manual de Dicas – Delegado de Polícia Civil e Federal - Passe Em concursos Públicos – 
Editora Saraiva – Coautoria;
 • Argumentação Defensiva – Teses de Defesa do Direito Penal – Editora Manaim;
 • Processo Penal Prático – Editora Manaim – Coautoria;
 • Prova de Ingresso na Defensoria Pública – Editora Espaço Jurídico; Coautoria;
 • Lei de Violência Doméstica Contra a Mulher e Lei de Tóxicos – Lei nº 11.340/2006 e Lei nº 
11.343/2006 – Editora Lumen Juris – Coautoria;
 • Defensoria Pública - Carreiras DPU e DPE – Editora Saraiva – Coautoria;
 • Prova de Ingresso na Emerj – Editora Espaço Jurídico – Coautoria;
www.acasadoconcurseiro.com.br
Mídias sociais
Site: sandrocaldeira.com
Canal do Youtube: profsandrocaldeira
Fanpage: www.facebook.com/professorsandrocaldeira
Periscope: @Sandro_Caldeira
Instagram: @sandrocaldeira
Apresentação
Olá pessoal, tudo certo?
É um grande prazer para mim estar aqui com você para trabalhar a disciplina de Direito Penal 
ao lado do professor Joerberth. Juntos vamos ajudá-lo nessa caminhada rumo à aprovação no 
concurso da Polícia Rodoviária Federal.
Já fui concurseiro e sei bem como é a vida de um. Mas digo uma coisa: todo seu reforço será 
recompensado! Estude muito, com dedicação, persistência e tenha fé! Estou aqui para facilitar 
sua caminhada. Quero torná-la mais leve, divertida e muito produtiva, através do “Jeito Legal 
de Estudar Direito”, que utilizo em minhas aulas!
 • Banca/Organizadora: Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção 
de Eventos - CEBRASPE (CESPE)
Nesta apostila, você vai encontrar alguns apontamentos teóricos e exercícios.
Ah! Anote tudo que falarei em minhas aulas, pois tenho muita coisa para compartilhar com 
você! Combinado?
Ementa:
1. Princípios básicos do Direito Penal
2. Interpretação da lei penal 
3. Aplicação da lei penal 
3.1. Lei Penal no Tempo
3.2. Lei Penal no Espaço
4. Pena cumprida no estrangeiro
5. Eficácia da sentença estrangeira
6. Contagem de prazo
7. Conflito aparente de normas
8. Teoria do Crime
8.1. Fato Típico
8.2. Ilicitude
8.3. Culpabilidade
9. Concurso de Crimes
10. Concurso de Pessoas
www.acasadoconcurseiro.com.br 9
Direito Penal
DIREITO PENAL
1. Princípios básicos do Direito Penal
Os princípios podem ser explícitos, positivados no ordenamento (escritos em lei ou na 
Constituição), ou implícitos, quando advêm daqueles expressamente previstos e que são fruto 
de interpretação sistemática de determinados dispositivos. Como exemplo dos explícitos, temos 
o Princípio da Individualização da Pena, insculpido no artigo 5º, inciso XLVI, da Constituição 
Federal, do qual deriva, implicitamente, o da proporcionalidade, devendo-se estabelecer um 
equilíbrio entre a gravidade da infração praticada e a severidade da pena, seja em abstrato, seja 
em concreto.
Vejamos:
a) Princípio da legalidade / Reserva legal / Estrita legalidade
O princípio da legalidade está previsto no art. 5º, XXXIX, da Constituição Federal:
“XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia 
cominação legal;”
Entretanto, ele também está previsto no Código Penal, em seu art. 1º:
“Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia 
cominação legal.”
Esse princípio trata-se de uma real limitação do poder de punir estatal e advém da expressão 
em latim: Nullum crimen sine praevia lege. Estabelecendo, assim, que uma conduta não pode 
ser considerada criminosa se antes de sua prática não havia lei nesse sentido. 
Assim, se João ingere bebida alcóolica, não comete crime, pois a legislação brasileira 
não estabelece que essa conduta seja criminosa. Se no dia seguinte for editada uma lei 
criminalizando a ingestão de bebida alcoólica, João não terá cometido crime, pois, quando 
praticou o ato, a lei não existia e ela não pode ser aplicada aos fatos acontecidos antes de sua 
vigência.
Dimensões do princípio da legalidade: 
 • lei escrita e publicada no DOU;
 • lex populi lei emanada do parlamento (o Pres. não pode criar crimes ou aumentar penas 
por MP); 
 
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 • lei certa, a lei penal deve descrever taxativamente o crime; 
 • lei clara, inteligível (palavras que o povo entenda); 
 • lei estrita, a lei deve ser interpretada restritivamente: não é possível analogia contra o réu;
 • lei prévia, princípio da anterioridade da lei penal; 
OBS.: antecedente do princípio é a Magna Carta, 1215. Em seu art. 39, estabelecia que nenhum 
homem livre poderia ser submetido a julgamento senão pelos seus pares e de acordo com a lei 
local (law of land).
b) Princípio da Irretroatividade da Lei Penal
O Princípio da Anterioridade da Lei Penal culmina no Princípio da Irretroatividade da Lei 
Penal. Pode-se dizer, inclusive, que são sinônimos. Entretanto, a Lei Penal pode retroagir, 
desde que para beneficiar o réu.
Essa previsão se encontra no art. 5°, XL da Constituição:
“XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;”
Bem como no CP:
“Art. 2º (...)
Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, 
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória 
transitada em julgado.”
Constitui uma decorrência do princípio da legalidade. Sem a anterioridade não haveria 
segurança e liberdade jurídica. Todavia, o art. 5º, inciso XL, CF, faz ressalva expressa sobre a 
aplicação retroativa da lei penal mais benéfica. Segundo tal princípio, de regra, a lei penal 
destina-se a reger fatos posteriores a sua vigência até a sua revogação. Não retroage e não tem 
ultra-atividade.
Entretanto, há exceções ao presente princípio, quais sejam as leis temporárias ou excepcionais 
que, decorrido o seu período de vigência ou cessadas as circunstâncias, ainda assim são 
aplicadas (ultrativas) aos fatos cometidos sob sua vigência, e as leis penais benéficas que, 
em qualquer situação, retroagem. Retirar o caráter de ultratividade das leis temporárias ou 
excepcionais significaria anular a força intimidativa de suas disposições.
c) Princípio da vedação à analogia (lex stricta) 
Tal característica ou subprincípio da legalidade significa dizer que a lei penal não pode se valer 
de analogia quando se fala em norma incriminadora, mas admite a analogia em benefício do 
reú. 
Norma penal em branco – Conclui-se que o Princípio da Legalidade,como visto, exige a edição 
de lei certa, prévia, precisa ou taxativa e determinada ou estrita. 
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Todavia, existem as NORMAS PENAIS EM BRANCO e estas são aquelas que dependem de outra 
norma para que sua aplicação seja possível. Por exemplo: a Lei de Drogas (Lei nº 11.343/06) 
estabelece diversas condutas criminosas referentes à comercialização, ao transporte, à posse, 
etc., de substância entorpecente. 
Quais seriam as substâncias entorpecentes proibidas? As substâncias entorpecentes proibidas 
estão descritas em uma portaria expedida pela ANVISA (Portaria 344). Assim, as normas penais 
em branco são legais, não violam o princípio da reserva legal, mas sua aplicação depende da 
análise de outra norma jurídica.
As Normas Penais em Branco podem ser:
 • Norma penal em branco própria (ou em sentido estrito ou heterogênea): o seu 
complemento normativo não emana do legislador (Câmara dos Deputados ou Senado), 
mas sim de fonte normativa diversa (Anvisa).
 • Norma penal em branco imprópria (ou em sentido amplo ou homogênea): o complemento 
normativo, neste caso, emana do próprio legislador, ou seja, da mesma fonte de produção 
normativa. Por motivos de técnica legislativa, o complemento poderá ser encontrado no 
próprio diploma legal ou em diploma legal diverso.
d) Princípio da intervenção mínima/ Ultima Ratio
Esse princípio estabelece que a criminalização de uma conduta só se legitima se constituir meio 
necessário para a proteção de determinado bem jurídico. 
Se para o restabelecimento da ordem jurídica violada forem suficientes medidas civis ou 
administrativas, são estas que devem ser empregadas e não as penais. Por essa razão, diz-
se que o Direito Penal é a ultima ratio, isto é, deve atuar somente quando os demais ramos 
do direito revelarem-se ineficazes ou incapazes de dar a tutela devida a bens relevantes do 
indivíduo e da própria sociedade. 
O STF já se pronunciou sobre o tema:
O sistema jurídico há de considerar a relevantíssima circunstância de que a privação da 
liberdade e a restrição de direitos do indivíduo somente se justificam quando estritamente 
necessárias à própria proteção das pessoas, da sociedade e de outros bens jurídicos que lhes 
sejam essenciais, notadamente e naqueles casos em que os valores penalmente tutelados se 
exponham a dano, efetivo ou potencial, impregnado de significativa lesividade. O direito penal 
não se deve ocupar de condutas que produzam resultado, cujo desvalor – por não importar 
em lesão significativa a bens jurídicos relevantes – não represente, por isso mesmo, prejuízo 
importante, seja ao titular do bem jurídico tutelado, seja à integridade da própria ordem social. 
(STF, HC 92463/RS, rel. Min. Celso de Mello. 2ª turma, j. 16/10/2007)
Aspectos relevantes da intervenção mínima (também chamados por alguns de princípios): 
• fragmentariedade 
O Direito Penal só deve proteger os bens jurídicos mais relevantes (ex.: vida)
 
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• subsidiariedade
A atuação do Direito Penal restringe-se às hipóteses em que outros ramos do Direito e os meios 
estatais de controle social se mostraram insuficientes, impotentes para o controle da ordem 
pública.
e) Princípio da ofensividade ou da lesividade
Não há crime sem lesão ou perigo concreto de lesão ao bem jurídico (nullum crimen sine 
iniuria). Uma vez acolhido esse princípio, não há espaço para o perigo abstrato no Direito Penal. 
É preciso que a ofensa seja relevante (princípio da alteridade – não se pune atitude meramente 
interna do agente).
f) Princípio da humanidade 
O presente princípio decorre da dignidade humana, princípio consagrado no art. 1º, III, CF/88. 
Nenhuma pena pode ser cruel, desumana ou degradante, art. 5º, XLV, CF/88.
g) Princípio da individualização da pena
Garante ao acusado a individualização da pena imposta pelo Estado, de acordo com os critérios 
legais. A Constituição Federal preconiza, em seu art. 5º, inciso XLVI, que:
A lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda dos bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos.
Tendo o juiz chegado à conclusão de que o fato praticado é típico, ilícito e culpável, dirá qual a 
infração praticada pelo agente e começará a individualizar a pena, de acordo com as regras do 
art. 59 (circunstâncias judiciais) e 68 (cálculo da pena), ambas do Código Penal. 
h) Princípio da responsabilidade pessoal ou da intranscendência
Não existe no Direito Penal, a responsabilidade é pessoal. Cada um responde pelo ato que 
praticou, na medida de sua culpabilidade. 
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i) Princípio do ne bis in idem
Não se admite uma dupla punição pelo mesmo fato. Nesse sentido, o STJ editou a súmula 241:
A reincidência penal não pode ser considerada como circunstância agravante e, simultanea-
mente, como circunstância judicial.
j) Princípio da insignificância / Bagatela
O princípio da insignificância, também conhecido como princípio da bagatela, dispõe que 
Direito Penal não deve se ocupar de assuntos irrelevantes, incapazes de lesar o bem jurídico 
tutelado pela norma.
Funciona como causa de exclusão da tipicidade material do delito.
O STF estabelece vetores para sua aplicação. São eles:
 • a mínima ofensividade da conduta; 
 • a ausência de periculosidade social da ação; 
 • reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; e
 • inexpressividade da lesão jurídica. 
OBS: Jurisprudência do STF:
EMENTA: PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA IDENTIFICAÇÃO DOS VETORES CUJA PRESENÇA 
LEGITIMA O RECONHECIMENTO DESSE POSTULADO DE POLÍTICA CRIMINAL – CONSEQÜENTE 
DESCARACTERIZAÇÃO DA TIPICIDADE PENAL EM SEU ASPECTO MATERIAL – DELITO DE FURTO – 
"RES FURTIVA" NO VALOR (ÍNFIMO) DE R$ 87,00 (EQUIVALENTE A 18,7% DO SALÁRIO MÍNIMO 
ATUALMENTE EM VIGOR) – DOUTRINA – CONSIDERAÇÕES EM TORNO DA JURISPRUDÊNCIA 
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – PEDIDO DEFERIDO. O FATO INSIGNIFICANTE, PORQUE 
DESTITUÍDO DE TIPICIDADE PENAL, NÃO LEGITIMA A ADOÇÃO, CONTRA O AGENTE, DE MEDIDAS 
DE PERSECUÇÃO PENAL. – O fato insignificante, por constituir evento destituído de tipicidade 
material, não assume relevo de natureza jurídico-penal, mostrando-se insuscetível, por isso 
mesmo, de medidas de persecução penal por parte do Estado. Precedentes. O POSTULADO 
DA INSIGNIFICÂNCIA E A FUNÇÃO DO DIREITO PENAL: "DE MINIMIS, NON CURAT PRAETOR". 
– O sistema jurídico há de considerar a relevantíssima circunstância de que a privação da 
liberdade e a restrição de direitos do indivíduo somente se justificam quando estritamente 
necessárias à própria proteção das pessoas, da sociedade e de outros bens jurídicos que lhes 
sejam essenciais, notadamente naqueles casos em que os valores penalmente tutelados se 
exponham a dano impregnado de significativa lesividade. – O direito penal não se deve ocupar 
de condutas que produzam resultado cujo desvalor – por não importar em lesão significativa 
a bens jurídicos relevantes – não represente, por isso mesmo, prejuízo importante, seja 
ao titular do bem jurídico tutelado, seja à integridade da própria ordem social. O PRINCÍPIO 
DA INSIGNIFICÂNCIA QUALIFICA-SE COMO FATOR DE DESCARACTERIZAÇÃO MATERIAL DA 
TIPICIDADE PENAL. – O princípio da insignificância – que deve ser analisado em conexão com os 
postulados da fragmentariedade e da intervenção mínima do Estado em matéria penal – tem 
o sentido de excluir ou de afastar a própria tipicidade penal, examinada na perspectiva de seu 
 
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caráter material. Doutrina. – Tal postulado – que considera necessária, na aferição do relevo 
material da tipicidade penal, a presença de certos vetores, tais como (a) a mínima ofensividade 
da conduta do agente, (b) a nenhuma periculosidade social da ação, (c) o reduzidíssimo graude reprovabilidade do comportamento e (d) a inexpressividade da lesão jurídica provocada 
– apoiou-se, em seu processo de formulação teórica, no reconhecimento de que o caráter 
subsidiário do sistema penal reclama e impõe, em função dos próprios objetivos por ele visados, 
a intervenção mínima do Poder Público. – A aplicação do princípio da insignificância, por excluir 
a própria tipicidade material da conduta atribuída ao agente, importa, necessariamente, na 
absolvição penal do réu (CPP, art. 386, III), eis que o fato insignificante, por ser atípico, não 
se reveste de relevo jurídico-penal. Precedentes. (STF, HC 97048/RS, rel. Min. Celso de Mello, 
julgamento 14/04/2009) Grifo não original.
2. Interpretação da Lei Penal 
 Interpretar significa buscar o preciso significado de um texto, palavra ou expressão, delimitando 
o alcance da lei, guiando o operador para a sua correta aplicação. Até mesmo as leis dotadas de 
maior clareza dependem de interpretação, já que é a partir daí que se abstrai sua transparência.
2.1 Formas de interpretação:
a) Quanto à origem: pode ser legislativa, doutrinária ou jurisprudencial.
b) Quanto ao modo: pode ser gramatical/literal, teleológica, quando se busca a vontade 
da mensagem legislativa, ou histórica, quando se busca interpretação conforme os 
fundamentos históricos daquela lei.
c) Quanto ao resultado: Pode ser declaratória, restritiva ou extensiva.
2.2 interpretação extensiva – Discute-se se podemos ou não interpretar em prejuízo do 
réu, discussão esta que gera opiniões divergentes, mas prevalece que poderia ser feita 
interpretação extensiva em prejuízo do réu (arma no crime de roubo).
2.3 interpretação analógica – A interpretação extensiva não pode ser confundida com a 
interpretação analógica. 
Na interpretação analógica (ou intra legem), o Código, atendendo ao princípio da legalidade, 
detalha todas as situações que quer regular e, posteriormente, permite que aquilo que a elas 
seja semelhante possa também ser alcançado pelo tipo penal (art. 121, § 2º, inciso I do CP).
2.4 Integração Da Lei Penal (Analogia) – Analogia não se confunde com interpretação analógica 
ou extensiva. Aqui há uma lacuna legal de fato. Diante do princípio da legalidade, como não 
há lei regulando tal fato, a analogia só pode ser utilizada em favor do réu, conforme vimos 
acima.
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3. Aplicação da Lei Penal:
3.1 Lei Penal no Tempo 
Em relação a Lei Penal no tempo, vigora o tempus regit actum, ou seja: aplica-se a lei vigente na 
data do fato.
“Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixar de 
considerar crime, cessando em virtude dela, a execução e os efeitos penais 
da sentença condenatória.
Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, 
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória 
transitada em julgado”
Hipóteses de conflitos de leis no tempo:
a) Novatio legis in pejus – lei nova que surge para piorar a situação do réu de alguma forma.
b) Novatio legis incriminadora.
c) Abolitio criminis – supressão da figura criminosa, excepcionando a regra da irretroatividade 
da lei penal alcançando os fatos pretéritos, excetuando-se a teoria da Atividade.
Consequências:
(i) Cessando em virtude dela a execução, assim extinguindo a punibilidade a qualquer tempo. 
Podemos concluir que a lei abolicionista não respeita sequer a coisa julgada;
(ii) Cessando em virtude dela os efeitos penais da sentença condenatória, porém os efeitos 
extrapenais (arts. 91 e 92, CP) permanecem.
d) lex mitior (Novatio legis in mellius) – Lei penal posterior, ainda que não descrimine o fato, 
mas favoreça o agente, diminuindo a pena (art 2º, P.ún., CP), retroage, excetuando-se a 
Teoria da Atividade e igualmente não respeita a coisa julgada.
Em resumo, temos as situações abaixo:
TEMPO DA REALIZAÇÃO DO FATO    LEI POSTERIOR
Fato atípico Criação do crime. Lei irretroativa (art.1º CP)
Era crime Aumenta a pena. Lei irretroativa (art.1º CP)
Era crime Supressão da figura criminosa Lei retroage (art.2º, caput, CP)
Era crime Diminui a pena. Igualmente retroage (art.2º,§2º, CP)
OBS.: Lei Excepcional ou Temporária:
a) Lei temporária (temporária em sentido estrito) – é aquela que tem fixado em seu texto 
o tempo de sua vigência. Não se confundindo com a Lei Excepcional ou temporária em 
sentido amplo; e
 
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b) Lei Excepcional (temporária em sentido amplo) – é aquela que atende a transitórias 
necessidades estatais, como: guerras, calamidades, epidemias, etc., perdurando por todo o 
tempo excepcional.
Trata-se de leis ultra-ativas, pois aplicam-se aos fatos ocorridos em sua vigência, ainda que não 
mais vigorem.
OBS.: Tempo do crime.
Art. 4º, CP – Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja 
o momento do resultado.
Adotou-se a teoria da ATIVIDADE.
Atenção: 
Se liga na música jurídica sobre “Lei Penal no Tempo” – acesse: 
www.professorsandrocaldeiramusicas.com, faça o download e divirta-se estudando!
3.2 Lei penal no espaço 
Aplicação da lei penal no espaço refere-se à aplicação da lei penal brasileira no território, pois 
a sanção penal pressupõe atividade jurisdicional e essa atividade, precípua do Poder Judiciário, 
pressupõe, por sua vez, soberania nacional, já que nosso país não pode exercer sua força estatal 
sobre outro território (Argentina, por ex.).
Vale destacar que, com relação ao lugar para fins de aplicação de lei penal brasileira, aplica-se 
a Teoria da Ubiquidade, pois, considera-se como lugar do crime tanto onde ocorreu a conduta, 
quanto onde ocorreu ou deveria ocorrer o resultado (art. 6º CP).
Territorialidade – A questão a ser discutida nesse tema, incialmente, é o que será território 
nacional para fins penais. Assim, o art. 5º do CP e seus parágrafos nos respondem, considerando 
território nacional:
a) os navios ou aeronaves brasileiros públicos ou, se privados, que estiverem a serviço do 
governo brasileiro, aplica-se a lei penal brasileira onde quer que estejam;
b) se privados, quando em alto mar ou espaço aéreo correspondente, seguem a lei da 
bandeira que ostentam; e
c) quanto aos estrangeiros em território brasileiro, desde que públicos, não são considerados 
parte de nosso território (princípio da reciprocidade).
Contudo, ainda na aplicação da lei penal no lugar ou espaço, há o princípio da extraterritorialidade 
consagrado no art. 7º do CP, o qual define os casos de aplicação da lei penal brasileira fora 
do território nacional. Essa extraterritorialidade pode ser: incondicionada, condicionada ou 
hipercondicionada.
OBS.: Lugar do crime. 
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Art. 6º Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em 
parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
O Código penal adotou assim, a teoria da UBIQUIDADE ou MISTA em relação ao lugar do crime.
Extraterritorialidade:
a) Extraterritorialidade incondicionada (art. 7º, I e §1º do CP) 
Aplica-se a lei penal brasileira, ainda que o agente seja punido e condenado no estrangeiro 
nos crimes contra a vida ou liberdade do Presidente; contra o Patrimônio Público; contra a 
administração pública, por quem está a seu serviço; e genocídio, quando o agente for brasileiro 
ou domiciliado no Brasil. Assim, é possível ele ser processado, condenado e cumprir pena em 
ambos, isto posto, questiona-se sobre o bis in idem. 
A partir daí, o art. 8º prevê que a pena estrangeira atenua a pena brasileira se diferentes as 
penas, e as computa caso idênticas. Não impedindo, mas atenuando o bis in idem.
b) Extraterritorialidade condicionada (art. 7º, II e § 2º do CP)
Aplica-se a lei penal brasileira a crimes no estrangeiro quando: 
b.1. praticados por brasileiro no estrangeiro;
b.2. praticados emaeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade 
privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados;
b.3. por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir.
No caso concreto, uma brasileira mata um cidadão português em Lisboa.
Aplica-se a lei penal brasileira? Sim, desde que reunidas as condições: 
a) entrar o agente no território nacional; 
b) o fato também deve ser punível no país onde tenha sido praticado; 
c) o crime deve estar dentre aqueles que o Brasil autoriza a extradição; 
d) não pode ter sido absolvido ou cumprido pena no estrangeiro, inclusive não pode ter sido 
perdoado ou ter extinta a sua punibilidade, seja de acordo com a lei brasileira, ou com a 
estrangeira, aplicando-se a mais favorável.
Extraterritorialidade hipercondicionada (art. 7º, §§ 3º e 2º do CP) – Aplica-se a Lei Brasileira 
ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro, se reunidas as condições do § 2º citadas 
acima, acrescidas de pedido ou negativa de extradição ou se houve requisição do Ministro da 
Justiça.
 
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4. Pena cumprida no estrangeiro 
"Art. 8º A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo 
mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas." 
5. Eficácia de sentença estrangeira 
“Art. 9º CP – A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira 
produz na espécie as mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil 
para:
I – obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos 
civis; 
II – sujeitá-lo a medida de segurança
Parágrafo único. A homologação depende: 
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; 
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país 
de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de 
requisição do Ministro da Justiça. 
6. Contagem de prazo 
“Art. 10 CP- O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os 
dias, os meses e os anos pelo calendário comum.”
OBS.: Contagem de prazo1: 
No que diz respeito à contagem dos prazos, o art. 10 do CP estabelece uma regra diversa 
daquela existente no § 1º do art. 798 do CPP. 
Surge, portanto, pelo confronto dos dois dispositivos legais a distinção entre o prazo penal e o 
processual penal. Todos os prazos, como regra geral, que digam respeito ao normal andamento 
do processo deverão ter essa natureza, ou seja, serem considerados processuais, a exemplo 
do prazo concedido ao MP para o oferecimento da denúncia, bem como aqueles destinados à 
defesa prévia, às alegações finais, etc. Há prazos, contudo, que dizem respeito diretamente ao 
direito de liberdade dos cidadãos. Esses prazos, pela sua natureza, deverão ser considerados 
prazos penais, a exemplo da contagem da decadência, do cumprimento da pena, da 
prescrição, etc2. 
1 Lei nº 810/49 – Art. 1º Considera-se ano o período de 12 (doze) meses contado do dia do início ao dia e mês 
correspondentes do ano seguinte; 2º Considera-se mês o período do tempo contado do dia do início ao dia 
correspondente do mês seguinte e 3º Quando no ano ou mês do vencimento não houver o dia correspondente ao 
do início do prazo, este findará no primeiro dia subsequente.
2 Segundo GUILHERME DE SOUZA NUCCI, "Se o instituto for previsto tanto no Código Penal, quanto no de Processo 
Penal, prevalece a contagem como se fosse prazo penal, o que é mais benéfico ao réu. Ex: decadência (art. 103, CO; 
art. 38 do CPP)."
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Além dessa distinção entre os prazos penal e processual penal, o art. 10 do CP determina que 
os dias, os meses e os anos sejam contados pelo calendário comum, isto é, pelo calendário 
conhecido como gregoriano. 
7. Conflito aparente de normas 
Trata-se de conflito que se estabelece entre duas ou mais normas aparentemente aplicáveis 
ao mesmo fato. Fala-se em conflito, porque mais de uma pretende regular o fato, todavia é 
aparente, porque, na verdade, apenas uma delas acaba sendo aplicada à hipótese.
Antes de tudo, vale observar que não se confunde Conflito Aparente de Normas com Sucessão 
de Leis no Tempo, pois, no primeiro, temos em tese a aplicação de duas normas vigentes, mas, 
no segundo, temos a aplicação de uma norma vigente em sucessão a uma norma revogada.
Desta forma, como elementos do Conflito Aparente de Normas, temos: (i) unidade de fato; e 
(ii) pluralidade de normas vigentes com aparente aplicação.
A solução deste conflito se dá com aplicação de alguns princípios: 
a) Especialidade (Lex specialis derogat legi generali) – Tal princípio está disposto no art. 12 
do CP, determinando o afastamento da lei geral para aplicação da lei especial. Especial é a 
norma que possui todos os elementos da geral e mais alguns, denominados especializantes. 
Logo, a lei especial prevalece sobre a geral.
b) Subsidiariedade (Lex primaria derogat legi subsidiariae) – Uma lei vigente pode ter caráter 
subsidiário em relação a outra principal. Essa relação de subsidiariedade se pauta no grau 
de gravidade de cada uma das normas. A subsidiariedade pode ser expressa ou tácita. 
c) Consunção (Lex consumens derogat legi consumptae) – Igualmente, pode ser chamado 
de Princípio da Absorção. Aqui o crime previsto em uma norma se trata de fase de outro 
crime, sendo assim absorvido. Aplica-se tal princípio em quatro casos:
(i) Crime Progressivo – Dá-se quando o agente busca um resultado criminoso, mas não tem 
como alcançá-lo sem passar por outro crime;
(ii) Progressão Criminosa – Dá-se quando o agente, inicialmente, pretende praticar um 
crime, mas no meio da execução do crime inicial busca um resultado criminoso diferente e 
mais grave, o qual ofenda o mesmo bem jurídico;
(iii) Antefactum impunível – São fatos anteriores que estão na linha de execução do crime 
desejado, mas não se trata de fato estritamente necessário para aquele crime final; e
(iv) Postfactum impunível – São fatos posteriores que se tratam de exaurimento do crime 
inicial, já consumado.
 
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8. Teoria do Crime
INTRODUÇÃO
No Brasil, infração penal é gênero, o qual comporta duas espécies: crime (delito) e contravenção 
penal (crime anão, delito liliputiano ou crime vagabundo). 
Crime, durante toda evolução do direito, possuiu diversos conceitos, mas a doutrina, diante 
da fração de atos e momentos dentro de um crime, adotou o conceito analítico de crime, 
facilitando seu estudo, definindo-o como:
“FATO TÍPICO, ILÍCITO E CULPÁVEL”
A partir da reunião desses três substratos do crime, acima citados, surge a punibilidade, que é o 
jus puniendi ou direito de punir do Estado.
8.1 FATO TÍPICO – fato típico é o primeiro substrato do crime, que se define por fato humano 
antissocial, consistente em uma conduta produtora de um resultado, com ajuste formal e 
material a um tipo penal.
8.1.1 ELEMENTOS DO FATO TÍPICO 
a) Conduta
b) Resultado
c) Nexo causal
d) Tipicidade
a) Da Conduta
Espécies de conduta
A voluntariedade do crime apresenta as formas de dolosa ou culposa, comissiva ou omissiva.
a.1. Crime doloso – dolo define-se por vontade consciente dirigida a realizar ou aceitar realizar 
a conduta prevista no tipo penal incriminador.
Elementos do dolo:
a) Elemento volitivo: vontade; e
b) Elemento intelectivo: consciência da conduta e do resultado.
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Espécies de dolo:
a) Dolo direto / determinado / intencional / imediato / incondicionado – configura-se quando 
o agente prevê determinado resultado, dirigindo a sua conduta na busca de realizá-lo.
b) Dolo indireto ou indeterminado – o agente com sua conduta não busca resultado certo e 
determinado. 
Possui duas formas: 
i) Dolo alternativo, que ocorre quando o agente prevê pluralidade de resultados, dirigindo 
a sua conduta na busca de realizar qualquer um deles, coma mesma intensidade de 
vontade; e 
ii) Dolo eventual, no qual o agente prevê pluralidade de resultados, dirigindo sua conduta 
na busca de realizar algum deles, assumindo o risco de realizar os demais.
c) Dolo geral ou erro sucessivo – o agente, supondo ter produzido o resultado visado, 
realiza nova conduta com finalidade diversa, sendo que esta é que acaba, efetivamente, 
produzindo o evento do início desejado (agente acha que matou enforcando, mas não 
atingiu o resultado de fato e enterra a vítima, matando-a ao enterrá-la).
d) Dolo de 2º grau/de consequências necessárias – todas as consequências, que mesmo não 
perseguidas diretamente ou até mesmo lamentadas, o agente prevê como inevitáveis. Ex.: 
o agente quer matar seu desafeto que logo embarcará num voo para Londres. Para tanto, 
coloca uma bomba para explodir o avião quando estiver nas alturas. Mata-se o desafeto e 
os demais passageiros, assim, a morte do desafeto é de primeiro grau e dos demais é de 
segundo grau.
e) Dolo direto de 3º grau (dolo de dupla consequência necessária) – é a consciência e vontade 
de produzir um resultado como consequência necessária do efeito colateral necessário 
da conduta. Trata-se da inevitável violação de bem jurídico em decorrência do resultado 
colateral produzido a título de dolo direto de segundo grau. Percebe-se que a existência 
de dolo direto de terceiro grau pressupõe a existência de dolo direto de segundo grau. 
Exemplo: o agente, para matar seu inimigo (fim proposto), coloca uma bomba no avião 
em que ele se encontra, vindo a matar, além de seu inimigo (dolo direto de primeiro grau), 
todos os demais que estavam a bordo como consequência necessária do meio escolhido 
(dolo direto de segundo grau). Entretanto, uma das pessoas a bordo estava grávida, de 
sorte que da sua morte decorreu necessariamente o aborto (dolo direito de terceiro grau). 
Em resumo, a morte da gestante é um efeito colateral necessário da conduta. Por sua 
vez, o aborto é o resultado como consequência necessária do efeito colateral necessário 
da conduta. No exemplo, o agente deve ter consciência da gravidez para responder pelo 
resultado3.”
a.2. Crime culposo – previsto no inciso II do art. 18, CP, consiste numa conduta voluntária 
que realiza um fato ilícito não querido pelo agente, mas que foi por ele previsto (culpa 
consciente) ou lhe era previsível (culpa inconsciente) e que podia ser evitado se o agente 
atuasse com o devido cuidado (art. 33, CPM).
3 Marcelo André de Azevedo e Alexandre Salim. Direito Penal Parte Geral. 5 ed. Juspodivm.
 
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Elementos da culpa:
a) Conduta humana voluntária;
b) Violação de um dever de cuidado objetivo (modalidades de culpa): 
i) Imprudência, quando o agente atua com precipitação ou afoiteza;
ii) Negligência, quando ocorre ausência de precaução; e 
iii) Imperícia, quando o agente atua com falta de aptidão técnica para o exercício de arte, 
ofício ou profissão.
c) Resultado; 
d) Nexo causal entre conduta e resultado;
e) Previsibilidade.
Espécies de culpa:
a) Culpa própria – as espécies de culpa abaixo são espécies de Culpa Própria, pois o agente 
não quer e não assume o risco de produzir o resultado.
a1. Culpa consciente/com previsão/ex lascivia – o agente prevê o resultado, mas espera que 
ele não ocorra, supondo poder evitá-lo.
a2. Culpa inconsciente/sem previsão/ex ignorantia – o agente não prevê o resultado, pois há 
apenas a previsibilidade, ou seja, era previsível.
b) Culpa imprópria ou culpa por extensão, assimilação ou equiparação – ocorre quando o 
agente, por erro evitável, fantasia certa situação de fato, supondo estar agindo acobertado 
por uma excludente de ilicitude. Assim, temos um tratamento culposo a um crime doloso.
ESPÉCIE DE CONDUTA CONSCIÊNCIA VONTADE
DOLO DIRETO O agente prevê o resultado. Quer produzir o resultado.
DOLO EVENTUAL O agente prevê o resultado. O agente aceita o resultado.
CULPA CONSCIENTE O agente prevê o resultado. O agente não quer e aceita produzir o resultado e acredita evitá-lo.
CULPA INCONSCIENTE O agente não prevê o resultado, mas era previsível.
O agente não quer e 
não aceita o resultado.
Obs.: crime preterdoloso – crime doloso – agravado culposamente (ex.: lesão corporal seguida 
de morte) – apenas nessa hipótese há crime preterdoloso.
Elementos do crime preterdoloso:
a) Conduta dolosa visando determinado resultado;
b) Resultado culposo mais grave do que o projetado; e
c) Nexo causal entre conduta e resultado.
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OBS.: quando o resultado mais grave advém de caso fortuito ou força maior, não é imputado ao 
agente (causa superveniente independente).
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Crimes omissivos
O agente infringe um tipo mandamental (o direito penal protege bens jurídicos determinando 
a realização de condutas valiosas), não fazendo o que a lei determina, caracterizando o crime 
praticado por omissão.
A norma mandamental que manda agir pode decorrer: 
a) Do próprio tipo penal (arts. 135, 269, CP), no qual o agente tem o dever genérico de agir – 
OMISSÃO PRÓPRIA ou PURA; 
b) De uma cláusula geral – norma geral anuncia quando a omissão é penalmente relevante 
(art. 13, CP), na qual o agente responde por crime comissivo por omissão (ex.: mãe que 
deixa de alimentar o filho responde por homicídio doloso ou culposo, pois não evitou o 
resultado, sendo equiparada ao causador) – OMISSÃO IMPRÓPRIA ou IMPURA.
b – Resultado 
Trata-se da consequência da conduta, podendo ser um resultado:
a) NATURALÍSTICO OU MATERIAL
b) FORMAL (Extorsão 158 CP)
c) CRIMES DE MERA CONDUTA (ex.: Omissão de socorro 135 CP)
CONCLUSÃO – nem todos os crimes tem resultado naturalístico. Os crimes materiais têm; os 
crimes formais dispensam; e os crimes de mera conduta não têm.
Causalidade – o estudo da causalidade busca concluir se o resultado é um fato que ocorreu 
daquela conduta e se pode ser atribuído ao autor, inserindo-se na sua esfera de autoria, por ter 
sido ele o agente do comportamento. O art. 13, caput, do CP, adotou a Teoria da Causalidade 
Simples, pois todo fato humano sem o qual o resultado não teria ocorrido é causa.
Concausas – pluralidade de condutas e/ou eventos concorrendo para o mesmo resultado.
Podem ser:
ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTES (AI) – a causa efetiva do resultado (CE) não se origina da 
conduta ou do evento concorrente.
RELATIVAMENTE INDEPENDENTES (RI) – a CE do resultado se origina, direta ou indiretamente, 
da conduta ou evento concorrente.
 
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Ambas as espécies acima podem ser:
a) PREEXISTENTE – a CE é anterior à conduta ou evento concorrente.
b) CONCOMITANTE – a CE é simultânea à conduta ou evento conflitante.
c) SUPERVENIENTE – a CE é posterior à conduta ou evento conflitante.
EXEMPLOS DAS CONCAUSAS 
(atentem para abreviações indicadas entre parênteses acima)
MOMENTO DE 
SURGIMENTO CONCAUSA AI CONCAUSA RI
PREEXISTENTE
A envenena B às 12h, 
mas B morre por aplica-
ção anterior de insulina 
em excesso.
A responderá por HO-
MICÍDIO TENTADO pois 
sua ação não deu causa 
à morte (causalidade 
simples)
A agride B com um golpe simples de faca, e este vem 
a morrer pela hemorragia.
Ainda aplicamos a causalidade simples, pois se A não 
sabia da hemofilia, a ele não pode ser imputado o 
resultado morte, que embora tentado, o seu golpe 
não seria capaz de matar uma pessoa sadia, assim 
responderia por HOMICÍDIO TENTADO, mas se A 
soubesse, responderia por HOMICÍDIO CONSUMADO.
CONCOMITANTE
A envenena B às 12h, 
mas B morre por desa-
bamento de sua casa 
enquanto ingeria o lí-
quido venenoso.
A responderá por HO-
MICÍDIO TENTADO, pois 
sua ação não deu causa 
à morte (causalidade 
simples)
A agride B, com intenção de matar, com um golpe 
simples de faca no ombro. B vem a morrerde infarto 
fulminante de miocárdio ao ver o seu leve ferimento.
Ainda aplicamos a causalidade simples, pois se A não 
sabia da cardiopatia (doença do coração), a ele não 
pode ser imputado o resultado morte, que embora 
tentado, o seu golpe não seria capaz de matar uma 
pessoa sadia, assim responderia por HOMICÍDIO 
TENTADO, mas se soubesse, responderia por 
HOMICÍDIO CONSUMADO.
SUPERVENIENTE
A envenena B às 12h, 
mas B morre por incên-
dio de sua casa depois 
de ingerir líquido vene-
noso, mas antes deste 
fazer efeito.
A responderá por HO-
MICÍDIO TENTADO, pois 
sua ação não deu causa 
à morte (causalidade 
simples)
A atira em B. Ao ser socorrido, a ambulância em que 
B está capota e explode, matando-o.
Aqui aplica-se a causalidade adequada do art. 13 § 1º 
do CP, ou seja, a explosão causaria a morte por si só?
Certamente, logo, não podemos imputar o resultado 
morte ao agente, mas apenas o HOMICÍDIO TENTADO.
Mas, se no mesmo caso, B viesse a morrer de infecção 
hospitalar, o STJ, numa decisão cível, já entendeu que 
a infecção causa a morte por si só, entendimento que, 
se mantido no direito penal, faria com que o atirador 
respondesse por TENTATIVA DE HOMICÍDIO, embora 
tal entendimento não seja pacífico. CESPE entende 
que a infecção não causa resultado por si só e, assim, 
A responderia por homicídio doloso consumado. 
CESPE também estende ao erro médico o mesmo 
aplicável à infecção hospitalar.
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CONCLUSÃO – até a Concausa Relativamente Independente Preexistente ou Concomitante, 
trabalha-se com Causalidade Simples do art. 13, caput, diferentemente, ocorre na Concau-
sa Relativamente Independente Superveniente que aplica o art. 13, § 1º e sua Causalidade 
Adequada, isto é, somente haverá imputação do evento se, no conjunto das causas, fosse a 
conduta do agente, consoante às regras de experiência comum, a mais adequada à produção 
do resultado ocorrido.
ERRO DE TIPO
INTRODUÇÃO – previsto no artigo 20 do CP, dizendo:
“Art. 20. O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o 
dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.”
CONCEITO – falsa representação da realidade, erro que recai sobre as elementares, circunstân-
cias ou qualquer dado ligado a tipo. 
TIPICIDADE PENAL
1º MOMENTO 2º MOMENTO
Fato Típico
Conduta
Resultado
Nexo
TIPICIDADE PENAL = TIPICIDADE FORMAL (mero 
ajuste fato/tipo penal)
Fato Típico
Conduta
Resultado
Nexo
TIPICIDADE PENAL = TIPICIDADE FORMAL + 
MATERIAL (relevância da lesão ou perigo de 
lesão ao bem jurídico tutelado)
EXCLUDENTES SUPRALEGAIS DA TIPICIDADE
a) Princípio da Insignificância (exclui a tipicidade material)
Depende, segundo o STF (Min. Celso de Mello HC98152), da presença de 4 vetores (RONI), 
sendo:
 • Reduzidíssimo grau de Reprovabilidade do comportamento;
 • Ofensividade mínima da conduta;
 • Nenhuma periculosidade social da ação; e 
 • Inexpressividade da lesão jurídica provocada.
 
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b) consentimento do ofendido (pode excluir a tipicidade formal ou a ilicitude)
Se o dissenso/dissentimento compõe o tipo penal, ex.: estupro, o consentimento exclui a 
tipicidade formal, pois, nesse caso, não haverá estupro e sim sexo consentido.
c) adequação social (exclui a tipicidade material)
A doutrina minoritária aplica para condutas aceitas por nossa sociedade, como o crime de Casa 
de Prostituição (art. 229 do CP), Violação de Direito Autoral (vulgo pirataria do art. 184 do CP) e 
Jogo do Bicho (art. 50 do DL 3.688/41), mas os tribunais superiores a rechaçam (Súm. STJ 502 e 
STF HC104467/RS de 2011).
O Erro de Tipo pode ser Essencial, quando o agente age sem plena consciência da conduta, 
errando sobre as elementares do tipo penal, assim, sempre excluindo o dolo pela falta de 
consciência, ou Acidental, quando o agente apesar de agir com consciência sobre a conduta, 
erra sobre dados secundários do tipo penal.
CLASSIFICAÇÃO:
a) ESSENCIAL – pode ser Evitável ou Inevitável, o que altera suas consequências jurídicas.
SE INEVITÁVEL SE EVITÁVEL
Exclui dolo (não há consciência)
Exclui a culpa (não há previsibilidade)
Exclui dolo (não há consciência)
Mas pune a culpa, pois há previsibilidade.
b) ACIDENTAL – erro recai sobre dados secundários do tipo penal. No erro de tipo acidental, a 
intenção criminosa do agente é manifesta, incidindo naturalmente a responsabilidade penal do 
agente, pois não há exclusão de dolo, tampouco a culpa, não isentando o agente de pena.
ESPÉCIES DE ERRO DE TIPO ACIDENTAL
a) SOBRE O OBJETO – não há previsão legal, sendo analisado apenas pela doutrina. Define-se 
quando o agente, por erro, representa mal o objeto material visado, atingindo outro que 
não o desejado. Ex.: o agente quer subtrair televisão LCD, mas acaba subtraindo monitor 
de computador.
CONSEQUÊNCIAS – não exclui dolo ou culpa, não o isentando de pena, responde por furto, 
considerando-se o objeto atingido e não o objeto visado, aplicando-se a teoria da concretização.
b) SOBRE A PESSOA – previsto no art. 20, § 3º, CP. Ocorre quando o agente, por erro, representa 
mal a pessoa que busca ofender, ofendendo pessoa diversa (erro de representação da 
vítima e não de execução). 
CONSEQUÊNCIAS – não exclui o dolo e a culpa e, logicamente, não isenta o agente de pena. De 
acordo com a lei, o agente responde pelo crime, considerando-se as condições e qualidades da 
vítima virtual (pretendida e não atingida – Teoria da Equivalência).
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c) NA EXECUÇÃO (ABERRATIO ICTUS) – previsto no art. 73 do CP. O agente por acidente ou 
erro na execução acaba atingindo pessoa diversa da pretendida, embora corretamente 
representada.
PRINCIPAIS DIFERENÇAS EM RELAÇÃO AO ERRO QUANTO À PESSOA:
ERRO QUANTO À PESSOA (ART. 20, §3º, CP) ERRO NA EXECUÇÃO (ART. 73, CP)
Representa mal, mas executa bem. Representa bem, mas executa mal.
CONSEQUÊNCIAS:
ABERRATIO COM RESULTADO SIMPLES ABERRATIO COM RESULTADO DUPLO/COMPLEXO
Não exclui dolo nem culpa e responde o agente 
pelo resultado pretendido, aplicando a Teoria da 
Equivalência.
O agente responde pelos dois crimes, em 
concurso formal próprio ou impróprio, aplicando 
as suas regras, a depender do caso.
d) RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO (aberratio criminis ou delicti) – Previsto no artigo 
74, CP. O agente por erro na execução atinge bem jurídico diverso, gerando resultado 
diverso do pretendido. Ex.: A quer destruir o carro de B. Arremessa uma pedra contra o 
veículo mas acaba atingindo seu proprietário, que vem a falecer. 
PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE:
ABERRATIO ICTUS (ART. 73, CP) ABERRATIO CRIMINIS (ART 74, CP)
Apesar do erro, atinge o mesmo bem jurídico de 
pessoa diversa.
O agente, em razão do erro, atinge bem jurídico 
diverso.
Resultado pretendido = resultado produzido 
(com pessoa diversa). Resultado produzido é diferente do pretendido.
Relação pessoa/pessoa ou coisa/coisa. Relação coisa/pessoa.
CONSEQUÊNCIAS:
ABERRATIO C. COM RESULTADO SIMPLES ABERRATIO C. COM RESULTADO DUPLO/COMPLEXO
O agente responde pelo resultado produzido, 
diverso do pretendido, a título de culpa.
O agente responde pelos dois crimes, em concurso 
formal próprio ou impróprio e aplicando as suas 
regras.
 
 
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8.2 ILICITUDE
CONCEITO – entende-se a relação de contrariedade entre o Fato Típico e o ordenamento jurídico 
como um todo, não existindo qualquer exceção determinando, incentivando ou permitindo a 
conduta típica. Adotamos a teoria da Indiciariedade ou Ratio Cognoscendi. 
DESCRIMINANTES OU JUSTIFICANTES (causas excludentes da ilicitude) – estão divididas em 
legais e supralegais, sendo as legais presentes na parte geral do CP (art. 23), Parte especial (art. 
128aborto permitido), Legislação Penal Ambiental e ainda na CRFB (imunidade parlamentar 
para alguns seria descriminante, apesar de prevalecer que a imunidade parlamentar exclui 
tipicidade).
Igualmente, temos uma descriminante supralegal: consentimento do ofendido.
ESPÉCIES DE EXCLUDENTES LEGAIS:
a) ESTADO DE NECESSIDADE (EN) (Artigos 23, I, e 24 do CP) – considera-se em EN, quem 
pratica um fato típico sacrificando um bem jurídico, sendo este o único meio para salvar 
de perigo atual, desde que tal perigo não tenha sido provocado por quem o invoca, direito 
próprio ou de terceiro cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
b) LEGÍTIMA DEFESA ( ARTIGO 23, I e 25 do CP) – Art. 25, CP. Entende-se em legítima defesa 
quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou 
iminente, a direito seu ou de outrem.
c) ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL (artigo 23, III, CP) – conceitua-se assim: 
 “Os agentes públicos no desempenho de suas atividades, não raras vezes, devem agir 
interferindo na esfera privada dos cidadãos, exatamente para assegurar o cumprimento 
da lei em sentido lato. Podendo redundar em agressão a bens jurídicos”. 
Dentro de limites aceitáveis, tal intervenção é justificada pelo ECDL (Ex.: flagrante obrigatório, 
art. 301, CP).
d) EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO (art. 23, III, 2ª parte, CP) – conceitua-se: “O ERD 
compreende ações do cidadão comum, autorizadas pela existência de direito definido em 
lei e condicionadas à regularidade do exercício desse direito”.
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8.3 CULPABILIDADE
CONCEITO – a culpabilidade é o terceiro substrato do crime. Juízo de reprovação extraído da 
análise do sujeito e como se posicionou diante do episódio com o qual se envolveu (a tipicidade, 
ilicitude e culpabilidade são pressupostos da pena e, portanto, requisitos do crime – Teoria 
Tripartite)
ELEMENTOS DA CULPABILIDADE:
a) IMPUTABILIDADE – é a capacidade de condições pessoais que conferem ao sujeito ativo 
a capacidade de discernimento e compreensão para entender seus atos e determinar-se 
conforme esse entendimento. Traz como reflexo a imputação, ou seja, possibilidade de se 
atribuir a alguém a responsabilidade pela prática de uma infração penal.
HIPÓTESES DE INIMPUTABILIDADE – sem definir o que seja Imputabilidade (conceito positivo), 
o CP enumera as hipóteses de Inimputabilidade (conceito negativo), sendo:
I. INIMPUTABILIDADE EM RAZÃO DE ANOMALIA PSÍQUICA (art. 26, caput, CP) – o conceito 
de doença mental do artigo 26 deve ser tomada na maior amplitude de sua abrangência, ou 
seja, qualquer enfermidade que venha a debilitar as funções psíquicas. Como consequência, 
o inimputável será denunciado, sofrerá o processo, mas será absolvido com a aplicação 
de Medida de Segurança (Espécie de Sanção Penal – Absolvição Imprópria).
CUIDADO: O art. 26, § único, não traz caso de inimputabilidade, mas de imputabilidade com 
responsabilidade penal diminuída (semi-imputável). Nesse caso, o agente será denunciado, 
sofrerá o processo, mas terá pena diminuída ou sofrerá MS (Sistema Vicariante ou Unitário). 
CUIDADO 2: Outro ponto que merece destaque é o fato de que apesar de haver corrente 
em sentido contrário, PREVALECE QUE A SEMI-IMPUTABILIDADE É COMPATÍVEL COM AS 
CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS (AGRAVANTES OU CAUSAS DE AUMENTO) OU QUALIFICADORAS 
SUBJETIVAS DO CRIME LIGADAS AO MOTIVO DO CRIME OU ESTADO ANÍMICO DO AGENTE, 
pois não interfere no dolo.
II. INIMPUTABILIDADE EM RAZÃO DA IDADE DO AGENTE (art. 27, CP) – nessa hipótese, 
adota-se o sistema biológico da culpabilidade, pois basta ser menor de 18 anos para ser 
inimputável, não importando a sua capacidade de entendimento e autodeterminação no 
momento da conduta. 
 
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III. INIMPUTABILIDADE EM RAZÃO DA EMBRIAGUEZ (art. 28, § 1º, CP) – proveniente de caso 
fortuito (agente ignora o caráter inebriante da substância que ingere) ou força maior (o 
agente é obrigado a ingerir a substância). 
OBS.: embriaguez conceitua-se pela intoxicação aguda e transitória, causada pelo álcool ou 
substâncias de efeitos análogos, podendo progredir de uma ligeira excitação até o estado de 
paralisia e coma. 
TIPO DE 
EMBRIAGUEZ PROVENIÊNCIA GRAU CONSEQUÊNCIA
EMBRIAGUEZ 
ACIDENTAL
Caso fortuito: agente 
desconhece o caráter 
inebriante da substân-
cia.
Força maior: é obrigado 
a ingerir a substância.
Completa: não tem ca-
pacidade de entendi-
mento e autodetermi-
nação.
Isenta o agente de 
pena (art. 28, § 1º), 
excluindo a imputabi-
lidade.
Incompleta: reduzida a 
capacidade de enten-
dimento e autodeter-
minação.
Diminui a pena do 
agente. (art. 28, § 2º)
EMBRIAGUEZ NÃO 
ACIDENTAL
Voluntária: o agente 
quer se embriagar.
Culposa: Negligência.
Completa: não tem ca-
pacidade de entendi-
mento e autodetermi-
nação. Não isenta o agente 
de pena e nem reduz 
pena.Incompleta: reduzida a 
capacidade de enten-
dimento e autodeter-
minação.
EMBRIAGUEZ 
PATOLÓGICA DOENTIA
Completa: não tem ca-
pacidade de entendi-
mento e autodetermi-
nação.
Art. 26, caput 
(equiparado a doente 
mental).
Incompleta: Reduzida 
a capacidade de enten-
dimento e autodeter-
minação.
Art. 26, § único 
(equiparado à semi-
imputável).
EMBRIAGUEZ 
PREORDENADA
Embriaguez como meio 
para se praticar o crime.
Completa: Não tem 
capacidade de enten-
dimento e autodeter-
minação. Não isenta o agente 
de pena e é agravante 
(art. 61, II, “l”, CP).Incompleta: reduzida a 
capacidade de enten-
dimento e autodeter-
minação.
OBS.: sabendo que na embriaguez completa o agente não tem capacidade de entendimento e 
autodeterminação, como concluir que era imputável, pressuposto da punição, na embriaguez 
não acidental ou preordenada? 
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A imputabilidade pressupõe a capacidade de entendimento e autodeterminação. Aplica-se, 
no caso de embriaguez preordenada ou não acidental, a Teoria da actio libera in causa (ato 
transitório revestido de inconsciência decorre de ato antecedente que foi livre na vontade, 
transferindo-se para esse momento anterior a constatação da imputabilidade).
b) POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE – trata-se do segundo elemento da culpabilidade, 
representa a capacidade de consciência do agente imputável de que atua em 
contrariedade ao ordenamento jurídico (o agente sabe ou tem condições de saber que o 
seu comportamento é ilícito).
CAUSA DE EXCLUSÃO
ERRO DE PROIBIÇÃO – previsto no art. 21, CP.
CUIDADO
ERRO DE TIPO ERRO DE PROIBIÇÃO
O agente não sabe o que faz. O agente sabe o que faz, mas desconhece sua ilicitude.
Atira no mato achando que estava matando um 
animal, mas era uma pessoa, logo não sabia que 
matava alguém.
Marido chega em casa e se não encontrar a janta 
feita, acredita poder bater na mulher, pois era 
seu direito.
i) OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA – previsto, no art. 22, 2ª parte do CP. Possui os seguintes 
requisitos:
a) Ordem de superior hierárquico, que se define pela manifestação de vontade do titular de 
uma função pública a um funcionário que lhe é subordinado. Nunca abrangendo outro tipo 
de subordinação senão esta pública, ou seja, excluindo alguns exemplos típicos: filho e pai, 
padre e bispo...
b) Ordem não manifestamente ilegal, devendo ser entendida segundo as circunstâncias do 
fato e as condições de inteligência e cultura do subordinado.
CONSEQUÊNCIAS:
A consequência varia de acordo com a ordem que pode ser:
ILEGAL LEGAL NÃO CLARAMENTE ILEGAL
Superior e subordinado 
respondem.
Superior e subordinado estão no 
estrito cumprimento do dever legal.
Superior responde, como autor 
mediato, e subordinado é isento 
de pena (Carandiru).
 
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RESUMO:
CULPABILIDADEE DIRIMENTES (CAUSAS DE EXCLUSÃO)
ELEMENTOS DA CULPABILIDADE DIRIMENTES
IMPUTABILIDADE
a) anomalia psíquica 
b) menoridade; e 
c) embriaguez acidental completa. (Rol taxativo)
POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE Erro de proibição Inevitável, sendo uma hipótese taxativa.
EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA
a) Coação Moral Irresistível; e
b) Obediência hierárquica.
(Rol exemplificativo, ou seja, existem causas 
supralegais de excludentes de ECD)
Atenção: 
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9. CONCURSO DE CRIMES
CONCEITO – Dá-se o concurso de crimes, quando o agente, com uma ou várias condutas, 
realiza pluralidades de crimes. Está disposto nos arts. 69 (concurso material), 70 (formal) e 71 
(continuidade delitiva), do CP.
ATENÇÃO: pode ocorrer entre crimes de qualquer espécie, pois ocorre nos crimes comissivos, 
omissivos, dolosos, culposos, consumados, tentados, simples, qualificados, delitos e 
contravenções.
ESPÉCIES:
CONCURSO MATERIAL/REAL DE CRIMES – previsto no art. 69 do CP.
“Art. 69. Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica 
dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as 
penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação 
cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. 
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§ 1º Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena 
privativa de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será 
incabível a substituição de que trata o art. 44 deste Código. 
§ 2º Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado 
cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis entre si e 
sucessivamente as demais.”
REQUISITO – pluralidade de condutas (ex.: A, depois de estuprar B, foge e assalta um veículo 
para garantir a impunidade, respondendo pelo estupro e roubo em concurso material). 
ESPÉCIES DE CONCURSO MATERIAL:
a) Concurso material homogêneo, com a pluralidade de crimes da mesma espécie.
b) Concurso material heterogêneo, com crimes de espécies distintas.
REGRAS DE FIXAÇÃO DA PENA – adotamos nesse caso o sistema do cúmulo material, ou seja, 
o juiz, primeiramente, individualiza as penas de cada crime, somando todas ao final (ex.: A, 
depois de furtar o veículo de B, tentou estuprá-lo, sendo impedido por populares). Neste caso, 
o juiz individualiza a pena de cada crime e soma-as.
CONCURSO FORMAL/IDEAL DE CRIMES – previsto no art. 70 do CP. 
“Art. 70. Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou 
mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis 
ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um 
sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a 
ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios 
autônomos, consoante o disposto no artigo anterior. 
Parágrafo único. Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do 
art. 69 deste Código.” 
Essa regra foi criada com o fim de beneficiar o réu, que com uma só conduta, produz vários 
resultados.
REQUISITOS:
A) Unidade de conduta, que pode ser dividida em pluralidade de atos.
B) Pluralidade de crimes.
Ex.: A, conduzindo seu automóvel com manifesta negligência, perde o controle de direção e 
atropela B e C, causando-lhes a morte. Assim, A responde pelo art. 302 do CTB em concurso 
formal, pela conduta única com pluralidade de resultados.
Ex.2: A entra no coletivo, e mediante grave ameaça, subtrai os pertences pessoais dos 
passageiros. a praticou roubo, em conduta única, desdobrada em vários atos.
 
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ESPÉCIES DE CONCURSO FORMAL:
A) Concurso Formal Homogêneo, cujos crimes decorrentes da mesma conduta são da mesma 
espécie.
B) Concurso Formal Heterogêneo, cujos crimes são de espécies distintas (ex.: naquele 
atropelamento, um pedestre morre e outro não).
C) Concurso Formal Próprio, Perfeito ou Normal, que nesse caso, o agente apesar de provocar 
dois ou mais resultados, não tem intenção independente em relação a cada crime, ou seja, 
não há desígnios autônomos.
D) Concurso Formal Impróprio, Imperfeito ou Anormal, quando o agente age com desígnios 
autônomos em cada um dos crimes, logo, só cabe nos crimes dolosos, abrangendo inclusive 
o dolo eventual.
REGRAS DE APLICAÇÃO DA PENA: 
A) No Concurso Formal Próprio – o juiz aplica a pena mais grave dentre as cominadas para os 
vários crimes praticados pelo agente e, em seguida, majora-se essa pena de um quantum 
anunciado em lei, ocorrendo o sistema da exasperação. Conforme exemplo dado acima, 
do atropelamento em concurso formal homogêneo, o juiz trabalha apenas com uma das 
penas e depois de agravar ou atenuar, aplica a exasperação, aumentando-a de 1/6 até a 
metade, lembrando que quanto maior o número de infrações, maior deve ser o aumento.
ATENÇÃO: No caso de Concurso Formal Próprio, conforme o art. 70, § único, do CP, não pode 
ser aplicada a exasperação, caso a soma das penas dos crimes seja menor que a aplicada 
naquele instituto, ocorrendo o CÚMULO MATERIAL BENÉFICO (ex.: A atira para matar B. 
Depois do disparo, culposamente fere C, nesse caso A responde pelo homicídio de B e lesões 
leves culposas de C. Sendo a pena do homicídio de 6 a 20 anos e da lesão de 2 meses a um ano, 
temos um Concurso Formal Próprio Heterogêneo, pois são crimes diferentes e sem desígnios 
autônomos, caso apliquemos a exasperação, ele pode ter no mínimo 6 anos mais 1/6 da pena 
mais grave, que seriam 7 anos, contudo, se aplicarmos o cúmulo material, ele responde por, no 
mínimo, 6 anos e dois meses.
B) Concurso Formal Impróprio – nesse caso o agente atua com desígnios autônomos, 
aplicando-se o sistema do cumulo material, somando-se as penas dos crimes praticados. 
CONTINUIDADE DELITIVA OU CRIME CONTINUADO – previsto no art. 71 do CP. Vale lembrar 
que, Zaffaroni rotula essa espécie de concurso como Concurso Material Atenuado ou Falso 
Crime Continuado, por entender que sob o aspecto objetivo, o crime continuado e o concurso 
material são idênticos, mas por razões de política criminal, por ficção jurídica, criou-se tal 
instituto, considerando que só crime mais grave foi praticado pelo agente, majorando a sua 
pena de 1/6 a 2/3. 
“Art. 71. Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica 
dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, 
maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser 
havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos 
crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer 
caso, de um sexto a dois terços.” 
No caput acima, temos o Crime Continuado Genérico, e no § único, temos o Crime Continuado 
Específico.
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CRIME CONTINUADO GENERICO OU CRIME CONTINUADO COMUM 
Previsto no caput do art. 70.
REQUISITOS:
A) Pluralidade de condutas.
B) Pluralidade de condutas de crimes da mesma espécie, que são crimes previstos no mesmo 
tipo, protegendo igual bem jurídico, conforme entende o STF. Logo, não é passível de 
continuidade delitiva no caso de roubo e extorsão, que apesar de protegerem o mesmo 
bem jurídico, não estão no mesmo tipo penal, bem como não pode haver continuidade nos 
crimes de roubo e latrocínio, que apesar de estarem no mesmo tipo, o latrocínio também 
protege a vida. 
10. Concurso de pessoas
CONCEITO – Número plural de pessoas concorrendo para o mesmo evento. 
CLASSIFICAÇÃO DO DELITO QUANTO AO CONCURSO DE PESSOAS:
CONCURSO EVENTUAL OU MONOSSUBJETIVO – crime que pode ser cometido por uma ou 
várias pessoas e é a regra no CP.
Sendo praticado por um número plural, temos, Autor + Partícipes ou vários Autores (Coautores).
CONCURSO NECESSÁRIO OU PLURISSUBJETIVO– crime que só pode ser praticado por um 
número plural de agentes, pois o concurso passa a ser elementar do tipo.
AUTORIA
CONCEITO E TEORIAS – o conceito depende da Teoria adotada, mas adotamos no CP a Teoria 
Objetiva, a qual afirma que Autor é quem pratica o verbo nuclear do tipo penal. 
COAUTOR – nada mais é do que o número plural de autores. 
PARTÍCIPE – entende-se por Partícipe, aquele que é coadjuvante do crime (fato determinado 
praticado por Autor conhecido e individualizado).
ESPÉCIES:
A) Partícipe Moral – induzir ou instigar, sendo "fazer nascer ideia" e "reforçar ideia já 
existente", respectivamente.
B) Partícipe Material – auxiliar materialmente na prática do delito.
 
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ATENÇÃO: A adequação típica será possível graças à norma de extensão pessoal do artigo 29, 
do CP.
ELEMENTOS DA PARTICIPAÇÃO:
A) Eficácia causal; e
B) Consciência de participação na ação de outrem.
TEORIA PARA PUNIÇÃO DO PARTÍCIPE:
Teoria da Acessoriedade Média ou Limitada – a punição do Partícipe depende de conduta 
típica e ilícita do Autor. 
PERGUNTA DE CONCURSO – Caio, mediante coação moral irresistível, obriga Tício a matar 
Mévio. 
Caio é autor de Homicídio? Não, pois não realizou o núcleo do tipo.
Caio é partícipe de Homicídio? Não, pois seu comportamento não é acessório.
Conclusão: Caio é Autor mediato.
1.6 AUTOR MEDIATO – Considera-se Autor Mediato aquele que sem realizar diretamente a 
conduta prevista no tipo, comete o fato punível por meio de outra pessoa, usada como seu 
instrumento. Apesar de aproximar-se do conceito de Partícipe, com ele não se confunde, pois 
não se trata de conduta acessória.
AUTOR MEDIATO PARTÍCIPE
Não realiza o núcleo do tipo. Não realiza o núcleo do tipo.
Comportamento não acessório, mas sim principal. Comportamento acessório.
REQUISITOS DO CONCURSO DE PESSOAS: 
A) Pluralidade do Agente.
B) Relevância causal das várias condutas (nexo causal).
C) Liame subjetivo entre os agentes (nexo psicológico). 
Deve o concorrente estar animado da consciência que coopera e colabora para o ilícito, 
convergindo a sua vontade para ponto comum da vontade dos demais participantes.
Liame subjetivo não significa, necessariamente, acordo de vontades, reclamando apenas a 
vontade de participar e cooperar na ação de outrem, ou seja, vontade unilateral.
Havendo pluralidade de agentes concorrendo para o mesmo evento, mas sem liame subjetivo, 
não ocorrerá o Concurso de Pessoas, mas sim ocorre Autoria Colateral ou Autoria Incerta.
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D) Identidade de infração Penal
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Questões
1. (4133) CESPE – 2013 – DIREITO PENAL – 
Princípios Penais
No que diz respeito aos princípios aplicáveis 
ao direito penal, assinale a opção correta.
a) Para que ocorra o reconhecimento do 
princípio da insignificância, tem de ha-
ver conduta típica, ou seja, ofensa grave 
a bens jurídicos tutelados, sendo sufi-
cientes lesões irrelevantes aos bens ou 
interesses protegidos.
b) O princípio da legalidade ou princípio 
da reserva legal não se estende às 
consequências jurídicas da infração 
penal, em especial aos efeitos da 
condenação, nem abarca as medidas de 
segurança.
c) O princípio da adequação social do fato 
não se confunde com a teoria do ris-
co permitido ainda que tenham como 
pressuposto fundamental a existência 
de uma lesão ao bem jurídico que não 
chega a constituir um desvalor do re-
sultado, o qual é obtido por uma inter-
pretação teleológica restritiva dos tipos 
penais, na adequação social, e, no risco 
permitido, ocorre pelo desvalor da ação 
que repercute no desvalor do resulta-
do.
d) O princípio do ne bis in idem ou non bis 
in idem traduz a proibição de punir ou 
processar alguém duas ou mais vezes 
pelo mesmo fato e concretiza-se pela 
valoração integral da conduta delituosa 
perpetrada pelo agente, incidindo ape-
nas nos casos de concurso de delitos.
e) De acordo com o princípio da fragmen-
tariedade, a lei penal só deverá intervir 
quando for absolutamente necessário, 
para a sobrevivência da comunidade, 
como ultima ratio.
2. (100519) CESPE – 2012 – DIREITO PENAL – 
Culpabilidade, Conceito de Crime
Com base na interpretação doutrinária ma-
joritária e no entendimento dos tribunais 
superiores, julgue o item abaixo
A imputabilidade, a exigibilidade de condu-
ta diversa e a potencial consciência da ilici-
tude são elementos da culpabilidade.
( ) Certo   ( ) Errado
3. (100607) CESPE – 2014 – DIREITO PENAL – 
Tentativa, Desistência Voluntária e Arrepen-
dimento Eficaz, Arrependimento Posterior, 
Crime Impossível
Em relação a tentativa, desistência voluntá-
ria, arrependimento eficaz, arrependimento 
posterior e crime impossível, assinale a op-
ção correta.
a) Aquele que, por ato voluntário, porém 
não espontâneo, devolve a coisa furta-
da antes do recebimento da denúncia 
não pode beneficiar-se do arrependi-
mento posterior. 
b) No que diz respeito à punibilidade do 
crime impossível, o autor de uma ten-
tativa inidônea não merece, segundo 
a teoria subjetiva, sofrer sanção penal, 
dada a inexistência de qualquer perigo 
de lesão ao bem jurídico protegido pela 
norma. 
c) Admite-se a tentativa nos delitos de im-
prudência. 
d) Em se tratando de tentativa branca de 
crime de homicídio, a fixação da redu-
ção da pena pela tentativa deve ocorrer 
no patamar máximo, isto é, dois terços. 
e) A desistência da tentativa inacabada 
deve ser entendida como arrependi-
mento eficaz.
 
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4. (100647) CESPE – 2014 – DIREITO PENAL – 
Extinção da Punibilidade, Lei Penal no Tempo
No que diz respeito aos diversos institutos 
previstos na parte geral do Código Penal, 
julgue o item seguinte.
Em se tratando de abolitio criminis, serão 
atingidas pela lei penal as ações típicas an-
teriores à sua vigência, mas não os efeitos 
civis decorrentes dessas ações.
( ) Certo   ( ) Errado
5. (100587) CESPE – 2004 – DIREITO PENAL – 
Crimes Contra o Patrimônio, Concurso de 
Pessoas
Em cada um do item a seguir, é apresenta-
da uma situação hipotética, seguida de uma 
assertiva a ser julgada.
Júlio e Lúcio combinaram entre si a práti-
ca de crime de furto, ficando ajustado que 
aquele aguardaria no carro para assegurar 
a fuga e este entraria na residência — que, 
segundo pensavam, estaria vazia — para 
subtrair as joias de um cofre. Ao entrar na 
residência, Lúcio verificou que um mora-
dor estava presente. Lúcio, que tinha ido 
armado sem avisar Júlio, matou o morador 
para assegurar a prática do crime. Depois 
de fugirem, Júlio e Lúcio dividiram as joias 
subtraídas. Nessa situação, Júlio responderá 
pelo crime de furto, enquanto Lúcio respon-
derá pelo crime de roubo.
( ) Certo   ( ) Errado
6. (100721) CESPE – 2013 – DIREITO PENAL – 
Tentativa, Classificação dos Crimes, Consu-
mação, Desistência Voluntária e Arrepen-
dimento Eficaz, Arrependimento Posterior, 
Crime Impossível, Prisão em Flagrante
Considerando a classificação dos delitos e 
as normas atinentes à consumação, à tenta-
tiva e ao arrependimento posterior, assinale 
a opção correta.
a) É admissível a tentativa tanto nos cri-
mes plurissubsistentes quanto nos cri-
mes unissubsistentes. 
b) São crimes de atentado aqueles em que 
o tipo penal incriminador não prevê a 
figura tentada em seu enunciado, razão 
pela qual, no processamento desses cri-
mes, se faz uso da norma de extensão 
referente à tentativa, disposta na parte 
geral do Código Penal. 
c) Os crimes materiais admitem a figura 
da tentativa; entretanto, a tentativa é 
incompatível com os delitos formais, 
em que se dispensa o resultado natura-
lístico para a consumação do delito. 
d) Não há crime quando a preparação do 
flagrante pela polícia torna impossível 
sua consumação. Entretanto, quando 
há a expectativa, por parte da polícia, 
da prática de delito, sem que o agente 
tenha sido provocado por autoridade 
policial a praticar o crime, não há quese falar em delito impossível. 
e) Nos crimes cometidos sem violência 
ou grave ameaça à pessoa, reparado o 
dano ou restituída a coisa até a audiên-
cia de instrução e julgamento, por ato 
voluntário do agente, a pena será redu-
zida de um a dois terços.
7. (100689) CESPE – 2013 – DIREITO PENAL – 
Culpabilidade
Acerca da culpabilidade, teorias e causas de 
exclusão, assinale a opção correta.
a) O dolo, conforme a teoria normativa 
pura, é elemento da culpabilidade e 
contém a potencial consciência da ilici-
tude. 
b) Conforme a teoria limitada da culpa-
bilidade, o erro de proibição indireto, 
quando inescusável, é causa de dimi-
nuição da pena. 
c) Tendo sido adotada a teoria da actio li-
bera in causa pelo Código Penal, é per-
mitida a exclusão da imputabilidade do 
agente se a embriaguez não acidental 
for completa e culposa. 
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d) A responsabilidade penal independe da 
imputabilidade do agente. 
e) A inimputabilidade por doença mental 
que retira do agente toda a capacidade 
de entendimento do caráter ilícito do 
fato é causa de diminuição da pena.
8. (100551) CESPE – 2009 – DIREITO PENAL – 
Ilicitude e Antijuricidade, Culpabilidade
A respeito de tipicidade, ilicitude e culpabi-
lidade, assinale a opção correta.
a) A participação, no concurso de pessoas, 
é considerada hipótese de tipicidade 
mediata ou indireta. 
b) Elemento subjetivo especial é aquele 
que depende de uma interpretação ju-
rídica, como ocorria em relação ao con-
ceito de mulher honesta, atualmente 
não mais previsto na legislação penal. 
c) No caso de legítima defesa de direito de 
terceiro, é necessária a prévia autoriza-
ção deste para que a conduta do agente 
não seja ilícita. 
d) O Código Penal (CP) adota a teoria psi-
cológico-normativa da culpabilidade, 
para a qual a culpabilidade não é requi-
sito do crime, mas, sim, pressuposto de 
aplicação da pena. 
e) Se o bem jurídico tutelado pela norma 
penal for disponível, independente-
mente da capacidade da vítima, o con-
sentimento do ofendido constitui causa 
supralegal de exclusão da ilicitude.
9. (100570) CESPE – 2008 – DIREITO PENAL – 
Lei Penal no Tempo
Acerca dos princípios constitucionais que 
norteiam o direito penal, da aplicação da 
lei penal e do concurso de pessoas, julgue o 
item abaixo
Na hipótese de o agente iniciar a prática de 
um crime permanente sob a vigência de uma 
lei, vindo o delito a se prolongar no tempo até 
a entrada em vigor de nova legislação, aplica-
-se a última lei, mesmo que seja a mais severa.
( ) Certo   ( ) Errado
10. (100541) CESPE – 2009 – DIREITO PENAL – 
Princípios Penais
Cabe ao legislador, na sua propícia função, 
proteger os mais diferentes tipos de bens ju-
rídicos, cominando as respectivas sanções, 
de acordo com a importância para a socie-
dade. Assim, haverá o ilícito administrativo, 
o civil, o penal etc. Este último é o que inte-
ressa ao direito penal, justamente por prote-
ger os bens jurídicos mais importantes (vida, 
liberdade, patrimônio, liberdade sexual, ad-
ministração pública etc.). O direito penal
a) tem natureza fragmentária, ou seja, so-
mente protege os bens jurídicos mais 
importantes, pois os demais são prote-
gidos pelos outros ramos do direito. 
b) tem natureza minimalista, pois se ocu-
pa, inclusive, dos bens jurídicos de valor 
irrisório. 
c) tem natureza burguesa, pois se volta, 
exclusivamente, para a proteção daque-
les que gerenciam o poder produtivo e 
a economia estatal. 
d) é ramo do direito público e privado, 
pois protege bens que pertencem ao 
Estado, assim como aqueles de proprie-
dade individualizada. 
e) admite a perquirição estatal por crimes 
não previstos estritamente em lei, as-
sim como a retroação da lex gravior. 
11. (100709) CESPE – 2013 – DIREITO PENAL – 
Crimes Contra a Pessoa, Princípios Penais
No que concerne a crimes, julgue o item a 
seguir.
Considere a seguinte situação hipotética.
Alex agrediu fisicamente seu desafeto Lúcio, 
causando-lhe vários ferimentos, e, durante 
a briga, decidiu matá-lo, efetuando um dis-
paro com sua arma de fogo, sem, contudo, 
acertá-lo.
Nessa situação hipotética, Alex responderá 
pelos crimes de lesão corporal em concurso 
material com tentativa de homicídio.
( ) Certo   ( ) Errado
 
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12. (100586) CESPE – 2004 – DIREITO PENAL – 
Ilicitude e Antijuricidade
Em cada um do item a seguir, é apresenta-
da uma situação hipotética, seguida de uma 
assertiva a ser julgada.
Para prenderem em flagrante pessoa acu-
sada de homicídio, policiais invadiram uma 
residência em que entrara o acusado, dani-
ficando a porta de entrada e sem manda-
do de busca e apreensão. Nessa situação, 
os policiais não responderão pelo crime de 
dano, pois agiram em estrito cumprimento 
do dever legal, que é causa excludente da 
ilicitude.
( ) Certo   ( ) Errado
13. (101913) CESPE – 2015 – DIREITO PENAL – 
Ilicitude e Antijuricidade
Acerca da aplicação da lei penal, do concei-
to analítico de crime, da exclusão de ilicitu-
de e da imputabilidade penal, julgue o item 
que se segue.
A legítima defesa é causa de exclusão da ili-
citude da conduta, mas não é aplicável caso 
o agente tenha tido a possibilidade de fugir 
da agressão injusta e tenha optado livre-
mente pelo seu enfrentamento.
( ) Certo   ( ) Errado
14. (101914) CESPE – 2015 – DIREITO PENAL – 
Medida de Segurança, Sentença Penal
Acerca da aplicação da lei penal, do concei-
to analítico de crime, da exclusão de ilicitu-
de e da imputabilidade penal, julgue o item 
que se segue.
O CP adota o sistema vicariante, que impe-
de a aplicação cumulada de pena e medi-
da de segurança a agente semi-imputável 
e exige do juiz a decisão, no momento de 
prolatar sua sentença, entre a aplicação de 
uma pena com redução de um a dois terços 
ou a aplicação de medida de segurança, de 
acordo com o que for mais adequado ao 
caso concreto.
( ) Certo   ( ) Errado
15. (100662) CESPE – 2014 – DIREITO PENAL – 
Conduta, Lei Penal no Tempo, Lei Penal no 
Espaço, Aplicação da Lei Penal, Teoria Geral 
Do Crime
No que se refere à teoria do crime e à lei 
penal, suas fontes, características e eficácia 
temporal, assinale a opção correta.
a) A lei penal retroage em benefício do 
agente, respeitada a coisa julgada.
b) A ultra-atividade aplica-se à lei penal 
somente se ela for excepcional ou tem-
porária. 
c) Aquele que, no exterior, falsificar papel-
-moeda de curso legal no estrangeiro, 
estará sujeito a responder pelo mesmo 
crime perante a jurisdição brasileira, in-
dependentemente do cumprimento de 
pena no país onde o crime for pratica-
do. 
d) Em se tratando de crime omissivo pró-
prio, a legislação penal não estabelece 
qualquer qualidade ou condição especí-
fica para o sujeito ativo da omissão. 
e) O princípio da anterioridade da lei pe-
nal é sintetizado pela expressão “não há 
crime sem lei que o defina”.
16. (100703) CESPE – 2013 – DIREITO PENAL – 
Conduta, Culpabilidade, Teoria Geral Do Cri-
me
Acerca de aspectos diversos do direito pe-
nal, entre eles a desistência voluntária, o 
arrependimento e a coação física ou moral, 
julgue o item a seguir.
Para ser aceita como excludente de culpabi-
lidade, a coação física ou moral tem de ser 
irresistível, inevitável e insuperável.
( ) Certo   ( ) Errado
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PRF - Policial Rodoviário Federal – Direito Penal – Prof. Sandro Caldeira
17. (100581) CESPE – 2004 – DIREITO PENAL – 
Erro de Tipo e Erro de Proibição e Erro sobre 
a Pessoa
Em cada um do item seguinte, é apresenta-
da uma situação hipotética, seguida de uma 
assertiva a ser julgada.
O médico Caio, por negligência que consis-
tiu em não perguntar ou pesquisar sobre 
eventual gravidez de paciente nessa condi-
ção, receita-lhe um medicamento que pro-
vocou o aborto. Nessa situação, Caio agiu 
em erro de tipo vencível, em que se exclui o 
dolo, ficando isento de pena, por não existir 
aborto culposo.
( ) Certo

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