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Profa. Dra. Najla Kamel UNIDADE II Estudos Disciplinares Lei Maria da Penha e Feminicídio Lei Maria da Penha Fonte: https://img.freepik.com/foto- gratis/retrato-nina-moretones-cara- mostrando-senal-stop_85574- 13968.jpg?size=626&ext=jpg Originou-se de um caso verídico. Violência doméstica: física, sexual ou psicológica, cometida por parceiros íntimos. Finalidade da lei: retirar a mulher não do seu lar, mas da posição de vítima. Lei Maria da Penha A lei trata de qualquer agressão contra a mulher, como: física; verbal; psicológica; relação sexual indesejada; violência patrimonial. Dessa forma, se uma mulher se encontrar nessa situação, a Justiça deve tomar medidas para, principalmente, afastar a mulher de seu parceiro agressor. A lei garante, dentre outras medidas, o atendimento de uma equipe multidisciplinar que possa oferecer um tratamento. Lei Maria da Penha A finalidade da lei é retirar a mulher não do seu lar, mas da posição de vítima, na qual ela mesma se coloca, para que ela possa tornar-se sujeito de sua própria ação. Lei Maria da Penha Lei n. 13.827, de 13 de maio de 2019: Art. 1. Esta Lei altera a Lei n. 11.340, de 07 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), para autorizar, nas hipóteses que especifica, a aplicação de medida protetiva de urgência, pela autoridade judicial ou policial, à mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou aos seus dependentes, e para determinar o registro da medida protetiva de urgência em um banco de dados mantido pelo Conselho Nacional de Justiça. Lei Maria da Penha Art. 2. O Capítulo III do Título III da Lei n. 11.340, de 07 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), passa a vigorar acrescido do seguinte art. 12-C: Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física da mulher, em situação de violência doméstica ou familiar, ou de seus dependentes, o agressor será, imediatamente, afastado do lar, do domicílio ou do local de convivência com a ofendida. Lei Maria da Penha Art. 3. A Lei n. 11.340, de 07 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), passa a vigorar acrescida do seguinte Art. 38-A: Art. 38-A. O juiz competente providenciará o registro da medida protetiva de urgência; Parágrafo único. As medidas protetivas de urgência serão registradas em banco de dados mantido e regulamentado pelo Conselho Nacional de Justiça, garantido o acesso do Ministério Público, da Defensoria Pública e dos órgãos de segurança pública e de assistência social, com vistas à fiscalização e à efetividade das medidas protetivas. Lei Maria da Penha A Lei Maria da Penha originou-se de um caso verídico. Assinale a alternativa correta: a) A Lei só trata da violência física. b) A finalidade da Lei é não retirar a mulher da posição de vítima. c) A Lei trata de qualquer agressão contra a mulher. d) A Lei não garante o atendimento de uma equipe multidisciplinar. e) A Lei não protege os dependentes da vítima. Interatividade A Lei Maria da Penha originou-se de um caso verídico. Assinale a alternativa correta: a) A Lei só trata da violência física. b) A finalidade da Lei é não retirar a mulher da posição de vítima. c) A Lei trata de qualquer agressão contra a mulher. d) A Lei não garante o atendimento de uma equipe multidisciplinar. e) A Lei não protege os dependentes da vítima. Resposta 1. Violência física: surge quando a mulher resiste à violência psicológica. Ex.: empurrões; queimaduras; murros; puxões de cabelo. Tipos de violência 2. Violência psicológica: Ex.: humilhações; questionamentos quanto à competência como mãe, mulher, esposa e profissional; isolamento; impedimento de trabalhar e estudar. Tipos de violência (continuação) 3. Violência cíclica: processo contínuo e repetitivo de agressões. Composta por 4 fases distintas: 3.1 Fase de construção da tensão: violência não direta. O agressor tende a responsabilizar a vítima por todos os seus problemas e frustrações; Ex.: olhares; violências verbais; Tipos de violência (continuação) 3.2 Fase da agressão: violência física se inicia; 3.3 Fase de desculpas: o agressor tende a minimizar ou anular o seu comportamento agressivo; Há um duplo objetivo: Responsabilizar a mulher pelo comportamento agressivo; Fazê-la não sentir mais raiva dele. Violência cíclica (continuação) 3.4 Fase da lua de mel: cessam os ataques violentos, os pedidos de desculpas: Surge um comportamento amoroso do agressor; A vítima acredita que é ela quem detém o poder da agressão. Violência cíclica (continuação) A violência contra a mulher tem aumentado a cada ano. Assinale o tipo de violência caracterizado por empurrões, murros ou queimaduras, por exemplo: a) Intensa. b) Cíclica. c) Psicológica. d) Moderada. e) Física. Interatividade A violência contra a mulher tem aumentado a cada ano. Assinale o tipo de violência caracterizado por empurrões, murros ou queimaduras, por exemplo: a) Intensa. b) Cíclica. c) Psicológica. d) Moderada. e) Física. Resposta Feminicídio Fonte: https://image.freepik.com/foto- gratis/mujer-calavera-bosque_23- 2147903116.jpg Lei do Feminicídio que alterou o Código Penal brasileiro: incluindo como qualificador do crime de homicídio o feminicídio. O feminicídio é o homicídio praticado contra a mulher pelo fato de ela ser mulher. Portanto, ele é motivado pela discriminação de gênero. OBS.: não é qualificado como feminicídio: Assassinato de uma mulher originado de latrocínio (roubo seguido de morte); Briga entre desconhecidos; Praticado por outra mulher. Feminicídio LEI N. 13.104, DE 09 DE MARÇO DE 2015: Altera o art. 121 do Decreto-Lei n. 2848, de 07 de dezembro de 1940 – Código Penal, para prever o feminicídio como circunstância qualificadora do crime de homicídio, e o art. 1 da Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990, para incluir o feminicídio no rol dos crimes hediondos. Feminicídio Feminicídio: VI – contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: § 2-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: I – violência doméstica e familiar; II – menosprezo ou discriminação à condição de mulher. Feminicídio Aumento de pena: § 7 A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado: I – durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; II – contra a pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência; III – na presença de descendente ou de ascendente da vítima”. (NR) Feminicídio A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 presta uma escuta e acolhida qualificada às mulheres em situação de violência. O serviço registra e encaminha as denúncias de violência contra a mulher aos órgão competentes, bem como as reclamações, as sugestões ou os elogios sobre o funcionamento dos serviços de atendimento. Central de Atendimento à Mulher – “Ligue 180”, “Lei Maria da Penha” O serviço também fornece as informações sobre os direitos da mulher, como os locais de atendimento mais próximos e apropriados para cada caso: Casa da Mulher Brasileira, Centros de Referências, Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deam), Defensorias Públicas, Núcleos Integrados de Atendimento às Mulheres, entre outros. Ligue 180 A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. São atendidas todas as pessoas que ligam relatando os eventos de violência contra a mulher. O Ligue 180 atende a todo o território nacional e, também, pode ser acessado em outros países. Ligue 180 Quem pode utilizar esse serviço: Mulheres em situação de violência ou testemunhas de violência contra as mulheres. Ligue 180 A Lei do Feminicídio alterou o Código Penal brasileiro. Qual das alternativas a seguir é correta: a) A Lei inclui o assassinato de uma mulher originado de latrocínio. b) A Lei lida com o homicídiopraticado contra a mulher pelo fato de ela ser mulher. c) A Lei inclui uma briga entre desconhecidos. d) A Lei inclui o crime praticado por outra mulher. e) O feminicídio não é motivado pela discriminação de gênero. Interatividade A Lei do Feminicídio alterou o Código Penal brasileiro. Qual das alternativas a seguir é correta: a) A Lei inclui o assassinato de uma mulher originado de latrocínio. b) A Lei lida com o homicídio praticado contra a mulher pelo fato de ela ser mulher. c) A Lei inclui uma briga entre desconhecidos. d) A Lei inclui o crime praticado por outra mulher. e) O feminicídio não é motivado pela discriminação de gênero. Resposta Velada; Doméstica; Intrafamiliar. Violência Assédio moral Fonte: https://image.freepik.com/foto- gratis/jefe-furioso-furioso-gritando- empleado embarazada_99043-425.jpg Assédio moral: qualquer comportamento abusivo e repetitivo que afeta a plenitude física ou psíquica de uma pessoa. Tipos de assédio moral: 1. Ascendente; 2. Horizontal; 3. Descendente. Violência velada 1. Ascendente: Uma pessoa pertence a um nível hierárquico superior da organização e se vê agredida por um ou vários subordinados. Tipos de assédio moral 2. Horizontal: Acontece quando o trabalhador assedia um companheiro com o mesmo nível hierárquico. Tipos de assédio moral 3. Descendente: Situação mais habitual que ocorre quando a pessoa que tem o poder, através de depreciação, falsas acusações, insultos e ofensas, mina a esfera psicológica do assediado para se destacar ou manter a sua posição hierárquica. Tipos de assédio moral 1. Desqualificação; 2. Desacreditação; 3. Isolamento; 4. Humilhação; 5. Indução ao erro; 6. Assédio sexual. Métodos de assédio moral 1. Desqualificação: O agressor desqualifica, continuamente, a vítima, levando-a a duvidar de suas próprias habilidades e, também, as percepções quando o comportamento é não verbal. Métodos de assédio moral 2. Desacreditação: Em que o agressor desacredita a vítima publicamente. Métodos de assédio moral 3. Isolamento da vítima: Facilitando a sua destruição psicológica pelo agressor. Métodos de assédio moral 4. Humilhação: Frequente, com designação de tarefas inúteis ou degradantes. 5. Indução ao erro: Com o propósito de criticar ou humilhar o trabalhador, oferecendo-lhe uma má imagem de si mesmo. Métodos de assédio moral 6. Assédio sexual: Em que o agressor acredita que a vítima não pode negar as suas imposições. Métodos de assédio moral 1. Conflito; 2. Estigmatização ou Mobbing; 3. Intervenção da empresa; 4. Marginalização ou Exclusão da vida laboral. Fases do assédio moral 1. Conflito: Conflitos interpessoais normais entre as pessoas com objetivos e interesses diferentes, gerando problemas pontuais e atritos que poderiam ser resolvidos com o diálogo. Com a estigmatização desses conflitos pontuais, produz-se um ponto de partida para os enfrentamentos maiores posteriores. Fase em que o indivíduo vai, progressivamente, perdendo a confiança em si mesmo. Envolve a influência intelectual ou moral, e a pessoa passa a não reagir espontaneamente. Fases do assédio moral 2. Estigmatização ou Mobbing: Fase de grande duração, em que ocorre o assédio propriamente dito. O ódio do agressor, que era velado, na fase anterior, torna-se manifesto. O agressor passa a humilhar a vítima, com comportamentos perversos, durante um tempo prolongado, com o objetivo de ridicularizá-la e isolá-la socialmente. O assediado não consegue acreditar no que está acontecendo e pode negar as evidências, mediante a passividade ou a evitação do fenômeno para o resto do grupo. Fases do assédio moral 3. Intervenção da empresa: Momento em que a direção da empresa toma conhecimento do conflito e caso não se trate de uma estratégia empresarial planejada, são sugeridas soluções. As soluções podem ser positivas, no caso de a empresa investigar, mais profundamente, o conflito e decidir pela transferência do trabalhador ou do assediador, tomando medidas de punição para que as humilhações não mais ocorram, ou negativas, em que a direção não aprofunda a investigação do caso, e encara a vítima como o problema a ser resolvido, sem investigar que o problema pode estar em outro fator. Nesse caso, a direção se alia ao meio que assedia, ativa ou passivamente, a vítima. Fases do assédio moral 4. Marginalização ou Exclusão da vida laboral: Fase em que a vítima abandona o seu emprego, provavelmente, depois de várias licenças. Quem persiste no trabalho pode se submeter a altos níveis de estresse, comprometendo a sua saúde. Alguns sofrem o agravamento do problema, dentro ou fora da empresa. Casos mais extremos podem levar ao suicídio. Fases do assédio moral Assédio sexual Fonte: https://image.freepik.com/foto- gratis/hombre-manoseando- mujer_99433-553.jpg Outra categoria de violência velada diz respeito ao assédio sexual, que compreende uma conduta relacionada à sexualidade que acomete o espaço de uma outra pessoa, sem pedir permissão. Esse assédio ocorre em diferentes ambientes: trabalho, relações de docência; relações domésticas; religiosas ou de confiança. Ele, frequentemente, é cometido por pessoas que apresentam uma condição hierárquica de superioridade do emprego, do cargo ou da função. O assediador faz uso de propostas inadequadas causando o embaraço e o constrangimento por parte da vítima. Assédio sexual De acordo com o Conselho Nacional do Ministério Público (2016), os requisitos para a configuração do assédio sexual são: a) Constrangimento provocado por agente que assim age favorecido pela ascendência exercida sobre a vítima, para fins de responsabilidade penal; Do ponto de vista trabalhista, o assédio sexual entre os colegas da mesma hierarquia pode ser caracterizado e gerar responsabilidade ao empregador/Poder Público, ainda que por omissão, porque não garantiu um meio ambiente de trabalho psicologicamente saudável e isento de assédio; Assédio sexual b) De forma dolosa; c) Pelo comportamento do agente que visa à vantagem sexual; d) Sem o consentimento da vítima. (CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO, 2016, p. 18) Assédio sexual O assédio sexual, que pode aparecer como uma fase do assédio moral explicado anteriormente, faz parte do assédio moral e é definido na Lei 10.224, de 15/05/2001, que introduziu no Código Penal a tipificação do crime de assédio sexual, dando a seguinte redação ao art. 216-A: “Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função”. A pena prevista é de detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. Assédio sexual Ainda, o assédio sexual pode terminar em estupro. As consequências dessa violência são profundas, resultando em dificuldades no comportamento sexual, afetivo e social da vítima. Assédio sexual De acordo com o Conselho Nacional do Ministério Público (2016), a vítima de assédio deve: Resistir. Dizer, claramente, não ao assediador; Anotar, com detalhes, todas as humilhações sofridas: dia, mês, ano, hora, local ou setor, nome do(a) assediador(a) e dos colegas que testemunharam os fatos, conteúdo das conversas e o que mais achar necessário; Reunir as provas, como bilhetes, e-mails, presentes e outros; Ministério Público Romper o silêncio, procurando a ajuda dos colegas, principalmente, daqueles que testemunharam o fato ou que já sofrem humilhações do(a) assediador(a); Evitar conversar e permanecer sozinho(a) – sem testemunhas – com o(a) assediador(a). (CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO, 2016, p. 23) Ministério Público De acordo com o Conselho Nacional do Ministério Público (2016): O objetivo do assediador, em regra, é: Motivar o trabalhador a pedir desligamento,exoneração ou remoção; Mudar a forma de proceder do trabalhador simplesmente visando, por exemplo, à humilhação perante a chefia e os(as) demais colegas; Presença de conduta reiterada que humilhe, ridicularize, menospreze, inferiorize, rebaixe, ofenda o trabalhador, causando-lhe um sofrimento psíquico e físico. Ministério Público O assédio moral citado anteriormente: Ainda não faz parte, expressamente, do ordenamento jurídico brasileiro, quanto às empresas de iniciativa privada, contudo, existem projetos de lei em diferentes cidades e estados, a fim de regulamentá-lo, a exemplo do Projeto de Lei n. 4.591/01, que dispõe sobre a aplicação de penalidades à prática de assédio moral por servidores públicos. Ministério Público Envolve outros membros do grupo, aqueles que não têm função parental, mas que convivem no espaço doméstico. Ex.: empregados domésticos. Violência doméstica Envolve, apenas, os membros da família, incluindo as pessoas que passam a assumir uma função parental, ainda que sem laços de consanguinidade. Violência intrafamiliar O assédio moral é constituído de seis métodos, utilizados pelo assediador. Qual das alternativas diz respeito ao método em que o assediador designa tarefas inúteis ou degradantes: a) Assédio sexual. b) Desacreditação. c) Isolamento. d) Humilhação. e) Indução ao erro. Interatividade O assédio moral é constituído de seis métodos, utilizados pelo assediador. Qual das alternativas diz respeito ao método em que o assediador designa tarefas inúteis ou degradantes: a) Assédio sexual. b) Desacreditação. c) Isolamento. d) Humilhação. e) Indução ao erro. Resposta CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO. Assédio moral e sexual: previna-se. Brasília: CNMP, 2016. (Cartilha do Ministério Público). Referências ATÉ A PRÓXIMA!
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