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Arboviroses 1 Arboviroses Tags DIP Introdução Dengue, zika, chikungunya, febre amarela e mayaro são exemplos de arboviroses que nos vem em mente. Há pouco tempo houve uma onda de aparecimento de casos, que demonstrou que a população nao estava devidamente imunizada. Características gerais Arboviroses são viroses transmitidas por artropodes O ciclo biológico é mantido por insetos hematófagos que tem ciclo biológico do vírus e que contaminam hospedeiros vertebrados susceptíveis. Ou seja, o inseto adquire o vírus ao picar um animal infectado da natureza (mamíferos, pássaros) e, caso tenha contato com o humano, transmitirá. Algumas arboviroses são mais comuns em áreas de floresta (febre amarela, por ex, típico de copas das árvores) e outras são a nível de cidade, sendo as mais comuns dengue, zika, chikungunya. O termo arbovírus não tem significado taxonomico. Há arboviroses mias comuns apenas em matas e outras que são encontradas em meio urbano. As síndromes clínicas causadas pelos arbovírus são: Doença febril: Quadro febril agudo autolimitado, sem maior gravidade. Doença febril com exantema: Exantema é frequente nas arboviroses que nos são familiares, mas muitas delas não cursam com exantema, oq dificulta ainda mais o diagnóstico, visto que nao temos sorologia para todas elas. Febre hemorrágica: febre amarela e dengue por ex, que podem causar insuficiencia hepática, hemorragia, alteração da permeabilidade vascular Arboviroses 2 Encefalite: vírus que tem filia pelo SNC, podendo causar torpor, coma e pode deixar sequelas neurológicas As Familias são: Flavivírus: Zika, dengue, febre amarela, encefalite do oeste do nilo, encefalite japonesa (mais comum no japão, existindo vacina que deverá ser feita antes de viajar para o japão) Togavírus: Vírus chikungunya, encefalitre equina do leste, vírus mayaro (casos na região sudeste, também pode evoluir com artrite cronica) Bunyavirus: Vírus la crosse, Oropouchev(quando febril com exantema mais comum na região norte) Reoviridae Rhabdoviridae Patogenese Cada vírus tem capacidade de causar menor ou maior dano (febre amarela é mais grave que zika por ex), assim como há aqueles que tem maior filia pelo SNC. Patogenese básica: Multiplicação local (linfáticos) —> viremia primária —> disseminação —> viremia secundária, em que questiona-se se de fato ela existe; alguns casos há uma melhora mais rápida e em seguida uma piora (tende a forma grave), sendo esse período de melhora, em geral, devido a resposta imune geral pelo organismo —> interação com elementos da resposta imune gerados —> imunocomplexos —> Lesão endotelial tecidual Dengue Toda doença causada por arbovírus do grupo Flavivirus Todos os sorotipos são associados a epidemias e pandemias Pode ser fatal nas formas graves Arboviroses 3 É um vírus de RNA, tendo 4 sorotipos conhecidos da familia flaviviridae: dengue1, 2, 3 e 4 Normalmente, o dengue 2 (DEN2) é o mais associado a síndrome do choque da dengue e dengue hemorrágica (SCD/DHS), embora existam controvérsias. De qualquer modo, o fator mais importante como preditor de gravidade é ser uma segunda infecção, por outro sorotipo. O mecanismo que explica é o imune (ao ter contato com um sorotipo, o paciente desenvolve imunidade contra ele, mas para outros sorotipos está vulnerável e ao mesmo tempo susceptível ao aceleramento da infecção pela imunidade ao outro sorotipo). Mosquitos transmissores: Aedes aegypti e A. albopictus. A femea infectada é transmissora, ela quem pica. A picada ocorre durante o dia, em geral no meio domiciliar/peri-domiciliar (baixa autonomia de voo). Põe ovos e produz larvas em meio líquido (água parada) Patogenese Infecção —> viremia—> alteração inflamatória resultante —>(se forma mais grave) —> alteração da permeabilidade vascular—>perda de plasma no vaso sanguíneo —> hipotensão—>choque A síndrome do choque da dengue nada mais é que a sepse pelo vírus da dengue. Então, a resposta inflamatória sistemica importante altera a permeabilidade vascular, por varios mecanismos, inclusive coaulopatias, mas o mecanismo principal é o extravasamento do plasma de dentro do vaso para o interstício. Com isso, o indivíduo desenvolve hipotensão e choque (paciente sangra para dentro) Lembre-se: A presença prévia de anticorpos para outros sorotipo pode acelerar o processo da infecção, por isso, é recomendada vacinação daqueles que ja contrairam algum dos sorotipos. Há também ativação do complemento e os anticorpos contra o vírus da dengue podem fazer uma reação cruzada contra o plasminogenio e assim alterar o sistema de coagulação. Contudo, lembra-se de que o mecanismo base é a plaquetopenia e alteração da permeabilidade vascular. Fatores predisponentes: DM, asma, anemia falciforme, idoso (tem alta morbidade, pois a dengue, muitas vezes, atua como fator desencadeante para quadros que Arboviroses 4 levarão a óbito, nao sendo a dengue a causa de morte e sim o gatilho para descompensar uma doença de base) Quadro clínico Período de incubação (3-14 dias) Amplo espectro de doença (os pacientes oscilam entre assintomático, oligossintomático e assintomático, portanto é uma doença dinamica, de evolução variável) Os sintomas de forma clássica são: Mialgia, cefaleia retrorbitária, exantema , com duração de 7-10 dias Podem ocorrer 4 fases clínicas: 1. Febril: a. Febre elevada e de inicio abrupto (dura de 2-7 dias) b. Cefaleia retrorbitária, mialgia, artralgia (não tão intensa quanto na zika) c. Diarreia pouco intensa, nauseas, vomitos, hiporexia d. Exantema em metade dos casos - a partir do 3 dia, máculo papular/petequial (individuos com plaquetopenia) com ou sem prurido 2. Crítica a. Alguns indivíduos evoluem para essa forma quando desenvolvem sinais de alarme b. Inicio entre 3-7dias, no período da defervescencia da febre (a dengue é uma doença bifásica, ou seja, vai ter um período de melhora da febre entre o terceiro e quinto dia, podendo ficar de 12-24h apirético e depois voltar a ter manifestações clínicas) c. A breve melhora no caso das formas graves é abrupta e antecede o período de piora. Nota; Esses sinais de alarme ocorrem devido um aumento da permeabilidade capilar, fazendo com que ocorra extravasamento de plasma para o interstício, sendo esse o mecanismo da síndrome do choque da dengue (como se fosse um choque séptico). É por isso que ocorre hipotensão, aumento do hematócrito Arboviroses 5 (pois está perdendo plasma), acúmulo de líquido em cavidades (ascites, derrame pericárdico, pleural) aliado a plaquetopenia (levando a sangramento de mucosa) 3. Grave: a. Aqueles que evoluem com síndrome do choque da dengue faz hemorragia exteriorizada em mucosa, gastrointestinal, pulmonar. b. Choque e disfunções organicas c. Miocardite d. Hepatite com insuficiencia hepática (raro), encefalites e. Meningites, Síndrome de guillain-barre, síndrome de reye 4. Recuperação Laboratório Leucopenia (abaixo de 100), linfocitose (na forma classica ha leucopenia, mas nas formas graves pode vir a fazer leucocitose, com linfocitose relativa) Plaquetopenia: sempre presente nos quadros graves Hemoconcentração: extravasamento de plasma (devido a alteração da permeabilidade capilar) eleva a concentração de hemácias (elevação do hematócrito) Arboviroses 6 Elevação discreta de transaminases (a nao ser em pacientes que evoluem com hepatite fuminantes Hipoalbuminemia Anemia (apenas sangramentos exteriorizados) Evolução clínica e laboratorial No início, ha presença de febre e no 3-5 dia, ocorre queda abrupta nos casos mais graves. Nesse período, o paciente pode evoluir para choque, devido a alteração da permeabilidade capilar. No terceiro e sétimo dia, se o paciente evoluir com síndrome do choque da dengue (fase crítica ou grave) - elevação do hematócrito e redução das plaquetas. A viremia é mais intensa nos primeiros 4-5 dias, depois vai ocorrendo uma redução (tanto que os testes de detecção de antígenos e testes de biologia molecular são feitos nosprimeiros 5 dias) Em relação a sorologia, os anticorpos começam a aparecer a partir do 5-7 dia. IgM: pico entre 20-40 dias e depois começa a cair, normalmente dura 6 meses IgG: Positivo por 2 anos. Diagnóstico específico Arboviroses 7 Antígeno NS1: Fazer nos primeiros 5 dias, quando se tem o ápice da viremia, com maior quantidade de vírus circulante. É um teste barato e rápido. Sorologia: ELISA convencional, IgG e IgM. Serve para confirmar o diagnóstico, mas a doença ja está quase no fim. Positivam, geralmente, após 5-7dias PCR para vírus da dengue: Serve principalmente para saber qual o sorotipo, não sendo muito utilizado de rotina. Cultura viral Fluxograma para a classificação do risco da dengue Anamnese, exame físico, estadiamento (A, B, C e D, segundo o fluxograma) e então define-se se será tratamento domiciliar, observação na emergencia, internação hospitalar ou em UTI, conforme o estadiamento. Arboviroses 8 Suspeita de dengue: Relato de febre, usualmente entre 2-7 dias de duração e duas ou mais manifestações como: nauseas, vomitos, exantema, mialgia, artralgia, cefaleia, dor retro-orbitária, petéquias (prova do laço), leucopenia. Também pode ser considerado quadro suspeito toda criança com quadro febril agudo, usualmente entre 2-7dias de duração e sem foco de infecção aparente. O próximo passo é ver se tem sinal de alarme Deve-se avaliar se o paciente está hidratado, se não tem hipotensão postural (pode ser marcador de alteração capilar, por isso averiguar a PA deitado, sentado e em pé), se tem pulso amplo, se a perfusão esta ok, taquicardia, taquipneia e etc. Isso principalmente entre o 3-6 dias (quando o paciente cursa com manifestações graves) De maneira geral: hidratação e medicação sintomática (nao pode utilizar AINES nem AAS, usar paracetamol e dipirona, antieméticos e orientar retorno, necessitando de avaliações periódicas e exames periódicos durante a doença e sinais de alarme) Hidratado e sem sinais de alarme: tratamento domiciliar, sintomáticos e TRO Hidratação insuficiente e hemorragias leves: Abordagem na emergencia Sinais de alarme, hemorragia moderada-grave, choque ou outras formas graves: hospitalização Prevenção Usar repelente que contenha N, DEET ou icaridina Larvicidas (colocar na agua) e inseticidas (funcionam pouco pois nao atuam nas larvas) Roupa proterora, colocar tela e ar condicionado para manter local fechado, eliminar mosquitos intra-domiciliares e locais propícios a proliferação de larvas Evitar manutenção de potenciais criadouros (agua parada) Vacina Sanofi Pasteur: 3 doses, usada na faixa etária de 9-45 anos, recomendada apenas para pessoas que ja tiveram um episódio de dengue (abrange os 4 sorotipos). Arboviroses 9 Ha alguns anos, foi disponibilizada a vacinação contra dengue que protege contra os 4 sorotipos, porem ela propicia uma maior chance de dengue na forma grave em pacientes que nunca tiveream a doença. Por isso, é indicada para aquelas pessoas que vivem em áreas endemicas (casos periódicos de dengue que cursam com epidemias, com chance de 70% de se infectar) e que ja tiveram dengue. Febre Chikungunya Provavelmente, esse vírus foi trazido ao brasil em 2014, durante a copa do mundo, através de populações africanas (semelhante ao zika vírus). Período de incubação de 1-12 dias (dengue é de 3-14) Sintomática em até 70% dos casos Tem 3 formas: 1. Aguda: Sintomas como febre, exantema, poliartralgia em 90% dos casos, cefaleia, bifásica e ulceras orais. É um vírus que, diferentemente da dengue, não traz problemas como síndrome do choque ou formas graves e por isso tem um padrão mais benigno. Contudo, pode gerar artrite cronica (imunomediada) podendo ter o quadro de artrite durante a evolução da doença e essa persistir por anos. 2. Subaguda: Até 3 meses, sendo indivíduos que vão evoluir com artrite cronica 3. Cronica: até 3 anos (artrite reativa) Esse vírus pode causar infecção do SNC, causando encefalite, Guillain-barre, síndrome cerebelar, paralisias, neuropatias. Também pode gerar alterações em sistema nervoso periférico. Vantagens em relação a dengue: Não evolui para formas graves e tem apenas 1 sorotipo. Arboviroses 10 O corticóide pode ser prescrito para pacientes na fase cronica que ainda não tenham utilizado. Apesar da inexistencia de estudos de compração da eficacia entre metotrexato e hidroxicloroquina em chikungunya, optamos por recomendar no tratamento desta fase a hidroxicloroquina como primeira escolha, por seus conhecidos efeitos anti-inflamatórios no controle da artrite e da dor musculoesquelética, potencial antiviral, mas principalmente por ser uma droga mais segura quando comparada ao metotrexato. Arboviroses 11 Para o tratamento da fase cronica da doença, pode ser iniciado a hidroxicloroquina na dose de 6mg/kg/dia (dose máxima de 600mg/dia) via oral, por um período de 6 semanas. Quadro clínico Forma aguda: Febre, exantema, poliartralgia, cefaleia bifásica, úlceras orais (semelhante herpes), poliartrite de evolução subaguda que pode durar até 3 meses (a manifestação articular pode ser subaguda ou cronica) Na fase aguda da doença, a artrite manifesta-se como poliartrite com dor, edema e calor locais. Formas atípicas: Laboratório leucopenia plaquetopenia discreta (diferente da dengue, em que a plaquetopenia é bem evidente) Arboviroses 12 É frequente uma CPK aumentada e o PCR elevado (principalmente por causa do quadro inflamatório articular) Sorologia Pode ser feita pelo método de ELISA O igM na fase aguda frequentemente permanece aumentado e dura de 3-6 meses. O IgG permanece positivo por algum tempo, podendo permanecer por 2 anos ou mais. Diferentemente de outras infecções (rubéola, toxoplasmose) em que o IgG permanece positivo a vida toda, nas arboviroses ele permanece apenas por um tempo. Pode ser utilizada PCR-RT (permite o diagnóstico mais precoce) que é a ampliação do material genético viral, o qual permanece positivo nos 5-7 primeiros dias, depois ele passa a ser negativo. Zika Vírus É um vírus de RNA, da mesma familia do virus da dengue e febre amarela (flavivirus) Existem duas linhasgens, a de origem africana e asiatica (tbm suspeita-se que foram trazidos na epoca da copa) Os sintomas são semelhantes ao da dengue, como exantema e dor no corpo, porem parecia uma forma benigna da dengue, pois não havia plaquetopenia, o paciente não chocava e não possuia uma forma de doença grave como a dengue hemorrágica. 80% dos pacientes são assintomáticos ou oligossintomáticos Apesar de tudo, foram descobertos principalmente na região de pernambuco os primeiros casos de microcefalia Quadro clínico Período de incubação de 3-12 dias e é frequentemente assintomático Arboviroses 13 Nos pacientes sintomáticos a zika promove conjutivite (hiperemia conjutival), além de exantema, artralgia e febre baixa Pode haver dor articular (artrite) e poliartrite, embora essa não seja tão acentuada como na chikungunya Exantema maculo-papular (mais prevalente em dengue e chikungunya) Prurido intenso e moderado Alguns pacientes podem apresentar encefalite (raro) Não ha presença de plaquetopenia nem fenomenos hemorrágicos. Os sintomas desaparecem espontanemaente após 3-7 dias Zika e microcefalia Ao longo do tempo, começaram a notar a presença de microcefalia em crianças causada pela presença do vírus durante a gravidez A infecção ocorrida no primeiro trimestre de gravidez causa maior chance de danos no SNC, inclusive com redução do diametro craniano (não ha crescimento da calota craniana). Nas fases mais tardias da gestação, a infecção pode causar encefalites e danos nas partes cognitivas e motoras, redução do crescimento da calota craniana e consequentemente da massa encefálica. Até nas fases mais avançadas da gestação, onde não pode haver microcefalia pois o cérebro ja esta formado, o vírus pode atingir SNC do feto e gerar encefalites. Arboviroses 14 O zika pode causar encefalite em adultos também (complicação mais rara),mas o vírus possui mesmo grande capacidade de atravessar a barreira placentária. Diagnóstico laboratorial Viremia a partir do quarto dia (PCR-RT positivo). Pode ter viúria persistente por dias. IgM a partir do 7 dia e IgG a partir do 10. O diagnóstico é feito pela sorologia IF e ELISA, podendo ter reação cruzada com outros flavivírus (PCR+), por isso deve haver confirmação com ensaio de sononeutralização Arboviroses 15 Mecanismo de transmissão É transmitida pelo mosquito Aedes Aegypt (de um ser humano infectado para outro não infectado) Possui tbm transmissão sexual (através do semen) e também congenita e perinatal. Houve, no brasil, surtos concomitantes de dengue, chikungunya e zika. Tratamento e prevenção O tratamento é sintomático Controle do vetor através de repelentes, proteção nas janelas com telas Evitar engravidar e usar preservativos (homens que ja tiveram o vírus podem permanecer infectados por semanas, a eliminação do vírus através do semen é Arboviroses 16 prolongada). Uso de roupas de manga comprida Complexo B Febre Amarela Doença de gravidade variável, porém diferente da dengue que pode ser grave, 15- 30% dos casos são mto graves, com taxa de mortalidade de 50% No brasil, a última epidemia urbana ocorreu em 1929 no RJ e o último caso de doença urbanaocorreu em 1942 no Acre. Atualmente, a epidemia de febre amarela é considerada silvestre. O aumento dos casos em 2017-18 estava associado a forma silvestre, demonstrando uma falha vacinal importante. É um vírus de RNA, flavivírus, tendo 7 genótipos que pode dar alteração na gravidade e na virulencia. A vacina 17dd comtempla todos os genótipos e a pessoa que tiver febre amarela também estará resistente aos outros genótipos. Foi a primeira febre hemorrágica descrita no mundo Devemos lembrar que a transmissão é dada pelos artropodes. Na doença silvestre, tem-se os mosquitos Haemagogus e Sabethes e na urbana o Aedes aegypti. Carrapatos também podem ser transmissores (não ha transmissão homem- homem) Epidemiologia É uma zoonose de macacos, transmitida por mosquitos culicídeos. Transmissão silvestre (humanos acometidos acidentalmente) Transmissão urbana (humanos são reservatórios) Arboviroses 17 Ciclos FAS: o ciclo de transmissão se processa entre o macaco infectado —> mosquito silvestre —> macaco sadio FAU: A transmissão ocorre através da picada do A aegupt, então o ciclo seria: homem infectado —> A aegypti —> homem sadio (não ha participação de outros animais) Patologia, patogenia e imunidade O paciente morre ou sobrevive sem dano hepático cronico Os órgãos mais acometidos são os vasos sanguíneos (principal), fígado, coração (pode ocorrer miocardite, oq não é incomum), danos renais (pos vasculite, Arboviroses 18 imunocomplexo, rabdomiólise ou choque) Pode haver encefalopatia (encefalite é raro, geralmente a encefalopatia é pela lesão hepática e edema cerebral). Diferentemente da dengue, o vírus da febre amarela az coagulaçao intravascular disseminada (CIVD). É uma coagulopatia de consumo, com fenomenos tromboembólicos no vaso, consumo de fatores de coagulação e sangramento. O fibrinogenio e os fatores de coagulação vão esar baixos quando dosados. Pode ocorrer plaquetopenia e as manifestações hemorrágicas são consequentes do CIVD e do acometimento hepático. A hemorragia aqui ocorre por falta de fatores de coagulação, enquanto na dengue é devido a plaquetopenia. No fígado, pode ter hepatite leve ou grave, podendo ser fulminante. Na febre amarela, o acometimento hepático é maior, tendo aumento de até 1000 nas transaminases, enquanto na dengue esse aumento é de 100/200. Vale ressaltar que na febre amarela, tem predominio do TGO em relação a TGP, diferente da zika e da hepatite aguda (TGP>TGO) O rim pode fazer necrose tubular ou vasculite com depósito de imunocomplexos. Pode ter edema ou hemorragia cerebral (mais comum que encefalite) A imunidade é permanente, quem teve febre amarela ou foi vacinado será imune para o resto da vida. Quadro clínico Relação infecção doença de 20 para 1 Doença febril aguda, de curta duração (até 15 dias) e gravidade variável Apresenta-se como infecções subclínicas e/ou leve, até formas graves e fatais Quadro típico: Evolução bifásica: período de infecção e intoxicação Inicio abrupto Febre alta e pulso lento em relação a temperatura (sinal de Faget) Arboviroses 19 Calafrios cefaleia intensa Mialgias, prostação Nausea e vomitos O quadro típico pode durar de 3-6 dias, após os quais observa remissão da febre e melhora dos sintomas, oq pode durar 2 horas ou até 2 dias. O caso pode evoluir para cura ou para a forma grave (período de intoxicação). Forma grave: 15% evolem para a forma grave e desses 20-50% morrem. Ocorre: Aumento da febre Diarreia Reaparecimento dos vomitos com aspectos de borra de café Instalação de insuficiencia hepática (aumento de TGO/TGP) e renal Icterícia acentuada Hemorragia (hematemese, melena, epistaxe, hematúria, cavidade oral). Lembrar que não ha produção de fatores de coagulação. Oligúria e albuminúria Prostração - torpor - coma. Reforçando: Existem 3 fases clinicas, sendo els: Período de infecção (2-3 dias): viremia com pico no 2-3 dia, febre (sinal de faget), calafrios, mialgia, cefaleia, hepatomegalia, dor abdominal, hiperemia conjutival Remissão (até 1-2 dias, período de melhora, sendo um período afebril) Intoxicação (5-7 dias): surgem os anticorpos, desaparece a viremia, volta a febre, ictericia se instala, manifestações hemorrágicas, como, choque, obtio Arboviroses 20 Alteraçoes laboratoriais Hemograma: Leucopenia (formas graves podem apresentar leucocitose), linfocitose Aumento de transaminases: formas leves aumentam pouco e formas graves o paciente chega a 30000 de transaminases (TGO>TGP, POIS AS ENZIMAS MUSCULARES ESTÃO AUMENTADAS). Elevação de BT as custa de BD Lesão de miocárdio e músculos esqueléticos (AST>ALT) Fosfatase alcalina e GGT pouco alterados (pouca colestase) EAS: 3/4 dia há albuminúria devido ao dano glomerular, podedo haver hematúria. Pode haver disfunção renal (ureia e creatinina aumentadas) Plaquetopenia, tempo de coagulação e tempo de sangramento alargados; consumo de fibrinogenio. Diagnóstico Feito por isolamento viral Testes de biologia molecular: PCR para vírus da febre amarela (até 5 dias), em formar graves podemos detectar precocemente. Arboviroses 21 Sorologia ELISA: anticorpos para vírus da febre amarela após 5-7dias (IgM e IgG depois) Histopatologia/imunohistoquímica Diagnóstico diferencial Formas indiferenciadas é de dificil diagnóstico (qualquer quadro infeccioso viral nas formas leves) A forma grave com icterícia pode ter como diagnóstico diferencial: leptospirose (icterícia por colestase e não por dano hepático), malária (hepatite, anemia e não ha grande aumento de trnasaminases), hepatites virais A e E, febre tifoide, febre maculosa, dengue hemorrágica. A leptospirose não aumenta tanto transaminases, ocorrendo mais colestase, além de ser uma doença bacteriana. Tratamento Não ha tratamento específico. Ha relatos de Sofosbuvir (antiviral de alto custo) O tratamento acaba sendo feito com medidas de suporte de acordo com o quadro do paciente. Formas ictéricas (15-30%): internação, repouso e observação. Formas graves: internação em UTI. Deverá ser mantido suporte de vida e realizados procedimentos que se fizeram necessários (hemodiálise, hidratação venosa, transfusão, nutrição, ventilação) Transplante hepático: Complicado (pacientes que evoluiram com insuficiencia hepática fulminante) Profilaxia Combater o Aedes (urbano) Vacinação a parir dos 9 meses de idade (aos 6 em reioes com epidemia). Vacina 17dd (virus atenuado, dose fracionada com reforço em 5 anos) Contraindicações: Alergia a ovo, imunodeprimidos (corticoide em dose alta, HIV), avaliar comorbidades acima de 60 anos que contraindicam vacinação. Arboviroses 22 Individuos acima de 80 anos tem amsi chace de fazer eventos neurológicos pela vacina.Vírus Mayaro Vírus típico da amazonia, transmitido pelo Aedes aegypti que chegou do sudeste. Provoca sintomas semelhantes ao da dengue (exantema, cefaleia, mialgia) Por enquanto causa formas brandas Não tem efeito teratogenico Pode causar encefalites, com uma prevalencia pequena.
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