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Módulo Inflamação, Febre e Infecção! 1. Descrever quadro clínico e processo diagnóstico das doenças febris exantemáticas virais (dengue, chicungunha, zika e febre amarela). DENGUE A dengue é uma das mais importantes aboviroses, sendo causada por um arbovírus, de RNA e de filamento único, do gênero Flavivirus. Estima-se que cerca de 50 milhões de pessoas, distribuídas entre 100 países na faixa entre os trópicos contraiam a doença anualmente. Lembrando que a dengue acompanha de perto a distribuição do mosquito transmissor, e por isso sua maior incidência é no verão, pois é um período quente e úmido que favorece a proliferação do vetor. A transmissão da dengue se da através de vetores hematófogos. O homem é o principal reservatório e o principal transmissor é o Aedes aegypt. A fêmea desse mosquito faz a postura dos ovos em agua parada de poços, caixas de agua, vasos de plantas, pneus velhos propiciando o desenvolvimento das larvas. O aedes aegypt adquire o vírus se alimentando do sangue de um individuo infectado, na fase da viremia, que começa um dia antes do aparecimento da febre e vai ate o sexto dia de doença. Após 8-12 dias, período no qual o vírus se multiplica nas glândulas salivares da femea, surge a capacidade de transmissão. Lembrando que os hábitos desses mosquitos são diurnos e vespertinos. Após deposição na coleção de agua, os ovos são capazes de resistir ao ressecamento durante o transporte para outro local, podendo permanecer viáveis por ate um ano. PATOGÊNESE Após a inoculação pela picada do A. aegypt, o vírus se replica inicialmente nas células mononucleares dos linfonodos locais ou nas células musculares esqueléticas, produzindo viremia. No sangue, o vírus penetra nos monócitos, onde sofre a segunda onda de replicação. No interior dessas células, ele se dissemina por todo o organismo. Seu tropismo predomina sobre o macrófago/monócito e sobre as células musculares esqueléticas, justificando a intensa mialgia. PROBLEMA 02 – logo agora? cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar A replicação viral estimula a produção de citocinas pelos macrófagos, e indiretamente, pelos linfócitos Thelper específicos. A síndrome febril da dengue possivelmente depende da liberação do TNF-alfa e IL-6. A resposta imunológica começa a surgir já na primeira semana de doença. Tanto a imunidade humoral quanto a celular participam do controle da infecção. Os linfócitos TCD8 são capazes de destruir as células infectadas pelos vírus por intermédio da ação de anticorpos específicos. Os vírus também podem ser neutralizados diretamente pelos anticorpos. A partir do sexto dia de doença, o IgM antidengue começa a ser detectado e persistindo por alguns meses. Já os anticorpos da classe IgG surgem na primeira semana e mantem-se positivo por vários anos, conferindo imunidade sorotipo especifica. PATOGÊNESE DA FORMA GRAVE A dengue grave geralmente ocorre em pacientes que já se infectaram por algum sorotipo do vírus, e anos depois, voltam a se infectar por outro sorotipo. A chance de dengue grave acontecer é maior quando a segunda infecção é pelo sorotipo 2. Em termos de virulência, em ordem decrescente temos os sorotipos 2,3,4 e 1. Obs; é importante dizer que nem sempre o portador de dengue grave terá sido previamente infectado, ou seja, alguns pacientes podem evoluir de forma critica já na primeira infecção. O que ocorre na primeira infecção, é que o sistema imune do paciente produz anticorpos neutralizantes contra o primeiro sorotipo, denominado de anticorpos homólogos, que provavelmente permanecerão por toda a vida do individuo. Estes anticorpos também oferecem proteção contra outros sorotipos, porem de curta duração. Se o mesmo for infectado anos mais tarde por um sorotipo diferente (infecção secundaria), aqueles anticorpos não serão mais capazes de neutraliza-lo. Para o novo sorotipo, eles serão considerados anticorpos heterólogos. Essa seria a base patogênica da dengue grave. A teoria de Halstead explica que a ligação de anticorpos heterologos ao novo sorotipo do vírus da dengue (sem neutraliza-lo) facilitaria a penetração do vírus nos macrófagos, por mecanismos de opsonização. Ou seja, uma quantidade maior de vírus ganharia o interior dos fagócitos, onde podem se proliferar em larga escala, aumentando a viremia e estimulando a produção de varias citocinas como a TNF-alfa e a IL-6, além de proteases ativadoras do sistema complemento e tromboplastina. É importante dizer que a liberação maciça de fatores pró-inflamatório culmina no quadro fisiopatológico da dengue grave: que é caracterizado por aumento súbito e generalizado da permeabilidade capilar, levando a transferência de liquido intravascular para o interstício, causando hipovolemia e hemoconcentração, que pode evoluir para um estado de choque circulatório e falência orgânica múltipla; A trombocitopenia, comumente observadas nesses pacientes, num primeiro momento é causada pela destruição periférica de plaquetas por ação dos imunocomplexos do sistema complemento. cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar QUADRO CLÍNICO Atualmente a dengue não é classificada como dengue clássica ou hemorrágica, mas sim entendida como uma doença sistêmica única e dinâmica, que pode se manifestar dentro de um amplo espectro clinico como formas pouco sintomática ate casos rapidamente fatais. A maioria dos pacientes se recupera após alguns dias. No entanto, outros evoluem de forma desfavorável, em geral quando a febre melhora, devido à ocorrência do fenômeno de extravasamento plasmático, que é quase sempre precedida de sinais de alarme, alterações clinico-laboratoriais facilmente identificáveis. O aspecto clinico da dengue basicamente possui 3 fases evolutivas: 1. FASE FEBRIL A principal manifestação da dengue é a febre alta (39 a 40º), de inicio súbito, com duração entre dois e sete dias. Essa febre é tipicamente acompanhada de adinamia, cefaleia, dor retro orbitária, mialgia e artralgia. É bastante frequente também durante a fase febril, a presença de náuseas, vômitos e diarreia. Nesse caso, a diarreia costuma ser branda, cursando com fezes pastosas 3-4x ao dia. Muitosdos pacientes desenvolvem um exantema maculopapular, que pode ou não ser pruriginoso, acometendo a face, o tronco e as extremidades, não poupando palma das mãos e planta dos pés. Esse exantema costuma surgir durante a defervescencia, e dura no máximo 36- 48h; A maioria das pessoas passa da fase febril diretamente para a fase de recuperação, melhorando de maneira gradativa o apetite e a sensação de bem estar. 2. FASE CRÍTICA Alguns doentes passam da fase febril para a fase critica. São aqueles indivíduos que desenvolvem o fenômeno de extravasamento plasmático, e que geralmente possuem historia previa de infecção por um sorotipo diferente do vírus da dengue. A fase critica se instala durante a defervescencia e suas primeiras manifestações são os sinais de alarme. Os sinais de alarme devem ser rotineiramente pesquisados em todo caso suspeito de dengue e o paciente deve ser orientado a procurar auxilio medico imediato durante do surgimento desses sinais. O choque circulatório ocorre quando um volume crítico de plasma sai do espaço intravascular, resultando em hipovolemia (redução do volume circulante efetivo) e má perfusão tecidual generalizada. O intervalo de tempo entre o início do extravasamento plasmático e a conflagração do estado de choque varia de 24 a 48 horas. Dessa forma, paciente com sinais de alarme devem receber reposição volêmica intravenosa imediata e devem ser mantidos em observação para que seu status hemodinâmico seja reavaliado. cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar A dengue pode ser considerada grave mesmo na ausência de extravasamento plasmático, por exemplo, quando o individuo desenvolve hemorragias volumosas e lesões de órgãos específicos. A hemorragia digestiva é a mais frequente em pacientes com historia de doença ulcerosa péptica, uso de ASS, AINES ou anticoagulantes. 3. FASE DE RECUPERAÇÃO Os pacientes que recebem terapia adequada durante a fase critica atingem a fase de recuperação dentro de poucos dias, e o liquido extravasado para o espaço extravascular começa a ser reabsorvido. Nesse momento, é importante estar atento à possibilidade de complicações relacionadas à hiper-hidratação, como a hipervolemia. O debito urinário pode ficar aumentado e muitos pacientes apresentam mudanças no padrão eletrocardiográfico, desenvolvendo bradicardia. DIAGNÓSTICO A dengue pode ser confundida com algumas viroses como a zika e chinkunguya, com a forma anictérica da leptospirose, com viroses exantemáticas (sarampo, rubéola) e infecções bacterianas. A presença de leucocitose significativa, especialmente com desvio a esquerda praticamente afasta o diagnostico de dengue e supere uma doença bacteriana piogênica ou leptospirose. cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar As formas graves da dengue podem ser confundidas com sepse bacteriana, meningococcemia, febre amarela, leptospirose, hantavirose. Um macete em relação à meningococcemia é que nesta, as petequias ou equimoses podem aparecer desde o primeiro dia da síndrome febril. Já na dengue só são vistas após o terceiro ou quarto dia. Outro dado que fala bastante contra o diagnostico de dengue é a icterícia, mais comum na malária, hepatite viral e febre amarela. CONFIRMAÇÃO DIAGNÓSTICA Ate o 5º dia de doença, apenas os métodos que identifiquem diretamente o vírus e suas partículas podem ser usados, como por exemplo, a pesquisa de antígenos virais, isolamento viral, PCR. Lembrando que a negatividade desses testes não descarta o diagnostico. cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar Do 6º dia em diante o diagnóstico deve ser feito por meio da sorologia, com pesquisa de anticorpos IgM antidengue por técnica ELISA. OS anticorpos IgG antidengue, se positivos neste momento, refletem apenas contato prévio com o vírus. A prova do laço deve ser feita em todos os casos suspeitos de dengue que não apresentam sangramentos espontâneos e consiste na insuflação do manguito ate o valor médio da pressão arterial aferida (PAS + PAD/2). Além disso, um quadrado com 2,5cm de lado deve ser desenhado no antebraço do paciente e observado o surgimento de petéquias ou equimoses dentro dele. No adulto, o teste é realizado por ate 5 minutos e nas crianças por 3 minutos. O surgimento de 20 ou mais petequias no adulto e 10 ou mais petequias na criança define a positividade da prova do laço. TRATAMENTO A terapia se baseia no alivio sintomático (analgésicos, antitérmicos, antieméticos a e antipruriginosos) com ênfase na hidratação oral ou intravenosa. Lembrando que os Salicilatos como o AAS e AINES estão contraindicados na suspeita de dengue, pelo risco de sangramento (inibição plaquetaria); A terapia para pacientes com dengue vai variar de acordo com a classificação: GRUPO A Caso suspeito de dengue + ausência de sinais de alarme + ausência de sangramentos + prova do laço negativa. O paciente não deve ser portador de comobirdades crônicas nem deve possuir condições clinicas especiais ou risco social. Conduta: exames para confirmação. Tratamento: em regime ambulatorial, com hidratação oral. Para os adultos, prescrever um volume total de 60ml/kg/dia sendo 1/3 com solução salina e os 2/3 restantes com líquidos caseiros. GRUPO B Caso suspeito de dengue + ausência de sinais de alarme + presença de sangramentos espontâneos + prova do laço positiva. Entram nesse grupo os portadores de comorbidades crônicas ou condições clínicas especiais (<2 anos ou >65 anos e gestantes). Conduta: confirmação diagnostica de dengue + hemograma (para avaliar hemoconcentração); Tratamento: paciente deve ser observado na unidade ate o resultado de hemograma recebendo hidratação oral. Se o hematócrito for normal, manter a prescrição e tratar o paciente em regime ambulatorial reavaliando diariamente por ate 48h após o desaparecimento da febre. Se o hematócrito estiver aumentado, isso constitui sinal de alarme (hemoconcentração) devendo-se manter o paciente internado e conduzir como grupo C. GRUPO C Caso suspeito de dengue + presença de algum sinal de alarme; cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecelDestacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar Conduta: exame para confirmação+ hemograma obrigatório. Outros exames como gasometria arterial, eletrólitos e ecocardiograma podem ser solicitados. Tratamento: devem iniciar reposição volêmica intravenosa imediata. Grupo D Caso suspeito de dengue + presença de sinais de choque + sangramento grave ou disfunção grave de órgãos. Conduta: exame para confirmação + hemograma; Tratamento: paciente permanece internado, em leito de terapia intensiva ate estabilização clinica. CHIKUNGUNYA O chikungunya é um arbovírus de RNA de fira única pertencente ao gênero Alphavírus. Em nosso meio, seus principais vetores são os mesmos mosquitos que transmitem a dengue: A. aegypt e A. albopctus. Em seu ciclo natural, o homem é o hospedeiro definitivo, enquanto os primatas e outros vertebrados representam hospedeiro intermediário. No meio urbano, o vetor transmite a doença de pessoa para pessoa, sem precisar de um hospedeiro intermediário. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS O período de incubação varia de 1 a 12 dias. A fase aguda é marcada pelo inicio abrupto da febre alta (ate 40ºC) que dura no máximo dez dias. Por volta do 2º ao 5º dia aparece um quadro de intensa poliartralgia, que predomina em mãos, punhos e tornozelos. Esse acometimento pode ser simétrico e distal. O exame físico costuma revelar edema periarticular. É importante dizer que essa dor articular associada à chinkunguya pode ser intensa e incapacitante. Um rash eritematoso maculopapular aparece em alguns pacientes, iniciando-se por volta do 3º dia e durando entre 3 a 7 dias. Pode haver prurido e formação de bolhas (principalmente em crianças). Após o termino da fase aguda febril, é comum a persistência de queixas articulares, na chamada fase subaguda, com presença de rigidez matinal, dor e edema nas mesmas articulações afetadas. Uma pequena parcela apresenta poliartralgia por > 3 meses, entrando na fase crônica da doença. Os principais fatores de risco relacionados com essa evolução crônica são: idade > 45 anos, doença articular previa e maior intensidade dos sintomas na fase aguda. Nessa fase, outras queixas podem surgir como fadiga, cefaleia, alopecia, dor neuropática, distúrbios do sono. O CHINKV parece não alterar o curso da gravidez nem ser teratogênico, porem, pode ser transmitido para o concepto se a mãe desenvolver viremia no período neonatal. DIAGNÓSTICO Na fase aguda é comum o surgimento de leucopenia (às vezes com linfocitose ou linfopenia). As aminotransferases podem estar alteradas e os níveis de VHS e proteína- C-reativa costuma ficar aumentados por varias semanas. Recomenda-se dentro da primeira semana após o inicio dos sintomas, dois exames de sangue: sorologia antichinkunguya IgM e IgG e o RT-PCR. Acredita-se que após a infecção o paciente fique permanentemente imunizado contra o vírus, não se infectando uma segunda vez. cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar TRATAMENTO O tratamento é feito com medidas de suporte clinico, com uso de antitérmicos, analgésicos para alivio da febre e da dor. Lembrando que se deve evitar o uso de AINES durante a fase aguda, pelo risco de coinfecção com a dengue. Após a fase aguda, os AINES podem ser usados e pode ate ser utilizado injeções intra-articulares de glicocorticoide. ZIKA O zika vírus é um vírus de RNA fita única pertencente ao gênero flavivírus. Desde 2015 esse vírus foi identificado no Brasil. Sua transmissão é feita por meio da picada dos mosquitos A.aegypt e A.albopictus. Existe ainda a possibilidade de transmissão vertical, sexual e transfusional. Em pacientes não gestantes e sem complicações, o período de viremia costuma ser inferior a uma semana. Nas gravidas e nos pacientes com complicações, a viremia pode persistir por mais tempo, com duração ainda desconhecida. Uma curiosidade, é que um estudo mostrou que o ZIKAV pode ser encontrado no sêmen ate 62 dias após a infecção sintomática, num momento em que o mesmo já não esta mais presente no sangue. O período de incubação após a picada do mosquito é de 2-14 dias. A maioria dos infectados não desenvolvem sintomas. No entanto, alguns se apresentam com uma doença febril aguda autolimitada, com duração entre 2-7 dias, de evolução branda. Caracteriza-se pelo surgimento de febre baixa, fadiga, exantema maculopapular pruriginoso e hiperemia conjuntival (conjuntivite não purulenta). Outras queixas como cefaleia, dor retro orbitária, mialgia e artralgia não menos comuns. Tudo indica que após a infecção, a maioria dos indivíduos adquire imunidade duradoura contra uma reinfecção. O maior problema do zika vírus é o seu neurotropismo, que explica a ocorrência de lesões neurológicas graves como a microcefalia congênita e outras alterações do desenvolvimento em bebes nascidos de mães que tiveram zika durante a gravidez, além da síndrome de Guillain-Barré. Sobre essa síndrome, há fortes indícios que a ZIKA pode causar a SGB, provavelmente por um mecanismo de neurotoxicidade direta. Em relação à microcefalia, percebeu que o zika vírus é capaz de cruzar a barreira placentária e invadir neurônios primitivos do SNC em formação, impedindo a migração e a diferenciação dessas células de modo a prejudicar o desenvolvimento do tecido cerebral. DIAGNÓSTICO O método de escolha para confirmação diagnostica é o RT-PCR. Lembrando que os exames laboratoriais específicos só são obrigatórios para gestantes, crianças com suspeita de exposição vertical e paciente que evoluem com complicações. TRATAMENTO Orienta-se uma abordagem sintomática lançando mão de antitérmicos, analgésicos, antipruriginosos. FEBRE AMARELA A febre amarela é uma doença febril aguda causada por um vírus do gênero flavivírus e o agente é transmitido ao homem por mosquitos vetores. A doença possui dois ciclos distintos: no ciclo urbano, a infecção é transmitida de pessoa a pessoa pelo mosquito Aedes aegypt. Já no ciclo silvestre, aa transmissão é feita pelo mosquito cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel DestacarHaemagogus, que transmite a doença para macacos. O homem entra no ciclo como hospedeiro acidental ao penetrar nas zonas de mata. QUADRO CLÍNICO Após um período de incubação que varia de 3-6 dias, surgem abruptamente febre alta, cefaleia e mialgias, com poucos sinais clínicos de irritação conjuntival, rubor facial e bradicardia relativa (sinal de Faget). Na maioria dos pacientes, a doença resolve-se de forma espontânea em 2 a 3 dias. No entanto, alguns pacientes podem desenvolver as formas moderadas da doença, apresentando além da síndrome febril, icterícia, sangramentos leves e albuminuria no EAS. No entanto, cerca de 10% dos indivíduos acometidos desenvolveram a forma grave da febre amarela. O que acontece é que depois da viremia, o paciente segue com uma breve melhora da febre com seu posterior aparecimento dando inicio ao período de intoxicação, quando aparecem os anticorpos. Desta vez, a febre vem acompanhada de manifestações hemorrágicas como gengivorragia, espistaxe, hematêmese em borra de café. O envolvimento hepático extenso (por necrose) determina o surgimento da icterícia e elevação importante das aminotransferases. Essa lesão hepática vem do efeito direto do vírus, que possui caráter hepatotrópico e citopático. A proteinuria (albuminúria) que aparece desde o início e a necrose tubular aguda com elevação de escorias caracteriza o comprometimento renal. DIAGNÓSTICO O hemograma apresenta-se com leucopenia, neutropenia, plaquetopenia, anemia (devido aos sangramentos), e VHS aproximando-se de zero que é um dado característico da doença; As aminotransferases estão elevadas (acima de 1000UI), fosfatase alcalina elevada ou normal e bilirrubinas elevadas à custa de fração direta. No sumario de urina presença de albuminuria. Ate o 5º dia do inicio dos sintomas, deve-se coletar sangue para isolamento viral pela técnica de PCR. Do 6º dia em diante, realiza-se sorologia para detecção de IgM ou IgG. TRATAMENTO E PREVENÇÃO O tratamento é de suporte, devendo repor volume com solução cristaloide de acordo com os parâmetros hemodinâmicos. A vacinação é o principal método preventivo contra todas as formas da doença. É uma vacina altamente imunogênica, sendo eficaz em ate 95% dos casos e é uma vacina de vírus vivo atenuado. HANTAVIROSE A hantavirose é uma zoonose causada pelo vírus do gênero Hantavírus. Sua transmissão ocorre através da mordedura ou contato com aerossóis de excreções de roedores infectados. Nas Américas, a hantavirose manifesta sob diferentes formas, desde doença febril aguda inespecífica ate quadros pulmonares e cardiovasculares mais severos. cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS O período de incubação varia de 1 a 5 semanas, e suas manifestações clinicas possui uma fase prodrômica na qual os pacientes iniciam com manifestações mais frequentes de febre, mialgia, dor lombar, dor abdominal, astenia, cefaleia e sintomas gastrointestinais como náuseas e vômitos. Esse quadro inespecífico pode durar cerca de 1 a 6 dias, podendo prolongar-se por ate 15 dias e depois regredir. Quando surge tosse seca, deve-se suspeitar da possibilidade de evolução para uma fase clinica mais severa, a cardiopulmonar. A fase cardiopulmonar vai ser caracterizada pelo inicio da tosse, que em geral é seca, mas em alguns casos pode ser produtiva, acompanhada por taquicardia, taquidispneia e hipoxemia. Essas manifestações podem ser seguidas por uma rápida evolução para edema pulmonar não cardiogênico, hipotensão arterial e colapso circulatório. O hemograma revela leucocitose, plaquetopenia, elevação do hematócrito, aumento dos tempos de protrombina e parcial de tromboplastina, elevação da concentração de desidrogenase láctica e proteinúria. DIAGNÓSTICO Baseia-se no isolamento do vírus de sangue ou soro, coletado entre o 3º e o 5º dia de doença, na identificação de anticorpos IgM específicos e na elevação significativa no título de anticorpos específicos em amostras pareadas de soro coletadas durante a doença, com intervalo médio de 10 dias entre elas. 2. Descrever quadro clinica, epidemiologia, sazonalidade e processo diagnóstico das doenças febris hemorrágicas bacterianas (leptospirose, meningococcemia e doença de lyme) e virais (dengue e hantavirose). LEPTOSPIROSE A leptospirose é uma doença febril aguda causada pela espiroqueta Lepstospira interrogans. Na maioria das vezes, manifesta-se com uma síndrome febril semelhante a dengue clássica. Porem, um percentual menor pode apresentar a forma grave da doença (chamada de Doença de Weil) que é caracterizada pela tríade: icterícia, hemorragias e insuficiência renal aguda. As espiroquetas são bactérias aeróbicas, helicoidais e moveis, podendo permanecer viáveis em solo úmido ou na agua por semanas ou meses, mas precisa de um hospedeiro animal para manter seu ciclo vital. O rato vai ser o principal reservatório. Os roedores ao se infectarem não desenvolvem a doença, transformando-se em portadores que elimina a bactéria por meio da urina. A leptospira é capaz de penetrar ativamente por pequenas lesões cutâneas, através do contato com a urina contaminada. Certos grupos profissionais como pescadores, trabalhadores de minas, tuneis e esgotos são mais expostos ao contágio, pelo contato com solo ou agua contaminada. As enchentes e chuvas fortes constituem também um grande favorecedor do contato com o ser humano. Isso porque, os principais surtos de leptospirose ocorrem na estação chuvosa do ano (verão) entre os meses de fevereiro e abril. cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar QUADRO CLÍNICO O período de incubação da leptospirose tem media de 7-14 dias, apresentando-se apenas com uma síndrome febril sendo esta a chamada forma anictérica. Em ate 10% dos casos, o paciente evolui para uma forma grave chamada de forma ictero-hemorrágica (a famosa síndrome de Weil). 1. FORMA ANICTÉRICA Nessa forma, a leptospirose apresenta-se com uma síndrome febril aguda, de inicio súbito, como se fosse uma gripe forte, cursando com duas fases: a) Primeira fase – Leptospiremia (3-7 dias): nesta fase, os sintomas mais proeminentes são: febre alta, calafrios, cefaleia (frontal e retro-orbitária), náuseas, vômitos e intensa mialgia – predominantementenas panturrilhas, dorso e abdome. A febre é do tipo remitente, ou seja, apresentando oscilações diárias. A palpação da panturrilha é extremamente dolorosa, o que chama atenção para o diagnostico. Outro achado bastante sugestivo é a hiperemia conjuntival. b) Segunda fase – Imune (4-30 dias): o termino da primeira fase ocorre com uma redução da febre por até dois dias. E a fase imune começa com o reaparecimento de uma febre de menor intensidade. Neste momento, algumas complicações podem ocorrer como a meningite asséptica e uveite. As queixas podem ser de cefaleia intensa, vômitos e eventual estado confusional e o exame físico mostra irritação meníngea. No exame laboratorial, o hemograma demostra uma leucocitose com desvio a esquerda, assim como em outras infecções bacterianas. A plaquetopenia é um achado frequente. O hematócrito pode estar elevado, o VHS e as enzimas como CPK estão elevadas. 2. FORMA ÍCTERO-HEMORRAGICA (SÍNDROME DE WEIL) É definida pelo aparecimento da icterícia, disfunção renal aguda e disposição a hemorragia. Normalmente, o paciente inicia a doença com um quadro idêntico ao da fase leptospiremica, evoluindo de maneira fulminante para uma síndrome multissistêmica. Após 4-9 dias as complicações começam a aparecer. A febre persiste, podendo reduzir ou piorar. E a hepatomegalia e esplenomegalia é comum. A icterícia é um sinal proeminente, apresentando um tom alaranjado. E os fenômenos hemorrágicos variam desde petequias e equimose ate hemorragias pulmonares e gastrointestinais. O hemograma é semelhante ao da forma anictérica, porém com leucocitose mais acentuada e maior frequência de plaquetopenia. O VHS pode ultrapassar 80mm/h – uma característica marcante dessa síndrome. DIAGNÓSTICO A confirmação diagnostica da leptospirose pode ser feita pela visualização direta do agente, pelo isolamento em meio de cultura ou pela detecção do seu material genético através do PCR ou ainda por exames sorológicos. Independente do método, o caso é confirmado com a presença de sinais e sintomas clínicos compatíveis associados aos exames laboratoriais. cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Máquina de escrever síndrome de VAIL cecel Máquina de escrever pacientes com potássiobaixo - hipopotássemia devido a injuria renal TRATAMENTO Como a leptospirose é uma doença infecciosa autolimitada, o tratamento antibiótico tem como objetivo: reduzir a intensidade e duração dos sintomas e reduzir a morbimortalidade na forma grave. A terapia antibiótica deve ser iniciada o quanto antes, de preferencia nos primeiros 5 dias de inicio dos sintomas. Para pacientes com doença leve (forma anictérica) os esquemas recomendados são: amoxicilina 500 mg VO 8/8h por 5-7 dias; ou doxiciclina 100 mg VO 12/12h por 5-7 dias. Já os pacientes que desenvolvem a forma grave devem ser tratados com penicilina cristalina 1,5 milhões de UI IV de 6/6h; ou ceftriaxone 1-2 g IV a cada 24 horas. MENINGOCOCCEMIA A doença meningocócica é uma infecção bacteriana aguda, rapidamente fatal, causada pela Neisseria meningitidis. Esta bactéria pode causar inflamação nas membranas que revestem o sistema nervoso central (meningite) e infecção generalizada (meningococcemia). Existem 13 sorogrupos identificados de N. meningitidis, porém os que mais frequentemente causam doença são o A, o B, o C, o Y e o W135. O ser humano é o único hospedeiro natural da N. meningitidis. Cerca de 10% dos adolescentes e adultos são portadores assintomáticos da bactéria na orofaringe e podem transmitir a bactéria, mesmo sem adoecer. A bactéria é transmitida de uma pessoa para outra pela secreção respiratória (gotículas de saliva, espirro, tosse). Geralmente, após a transmissão, a bactéria permanece na orofaringe do indivíduo receptor por curto período e acaba sendo eliminada pelos próprios mecanismos de defesa do organismo. Em menos de 1% dos indivíduos infectados, contudo, a bactéria consegue penetrar na mucosa respiratória e atinge a corrente sanguínea levando ao aparecimento da doença meningocócica. A doença meningocócica tem distribuição global, podendo ocorrer surtos ocasionais e epidemias em qualquer país do mundo. A África é a região com maior número de casos no mundo, principalmente na região semi-árida subsaariana, conhecida como “cinturão da meningite”. No Brasil, a doença é endêmica com casos esporádicos durante todo o ano, principalmente no inverno, com surtos e epidemias ocasionais. Nos últimos 20 anos foram notificados, no Brasil, cerca de 80 mil casos, a maioria causada pelo sorogrupo B. O sorogrupo C aparece como o segundo mais frequente, tendo sido responsável por alguns surtos, inclusive motivando vacinação em massa de crianças e adultos, como ocorreu em 1995. QUADRO CLÍNICO A doença meningocócica tem início abrupto e evolução rápida, podendo levar ao óbito em menos de 24 a 48 horas. As manifestações iniciais da meningite são febre alta, prostração, dor de cabeça, vômitos, aparecimento na pele de pequenas manchas violáceas (petéquias) que inicialmente são cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar semelhantes às picadas de mosquitos, mas que rapidamente aumentam de número e de tamanho, dor e dificuldade na movimentação do pescoço (rigidez de nuca). O Exantema é inicialmente rosa, branqueia à pressão e é maculopapular, surgindo no tronco e extremidades, tornando-se, em seguida, hemorrágico, formando petéquias. As petéquias são primeiramente observadas nos tornozelos, punhos, axilas, superfícies de mucosa e conjuntiva palpebral e bulbar, com disseminação subsequente nas extremidades inferiores e no tronco. Pode-se encontrar um aglomerado de petéquias nos locais sujeitos a pressão. Em crianças com menos de um ano de idade, as manifestações da meningite podem ser mais inespecíficas como febre, irritação, choro constante e abaulamento da fontanela (“moleira”) sem rigidez de nuca. A meningococcemia é a forma mais grave de apresentação da infecção pela N. meningitidis e as manifestações iniciais são inespecíficas com febre, cefaleia e mialgia, acompanhadas de vomito e dor abdominal. O risco maior da doença meningocócica é a evolução rápida para o choque (diminuição acentuada da pressão arterial), o que resulta em funcionamento inadequado de órgãos vitais (como os rins, coração e pulmão) e morte. A doença meningocócica pode ser confundida com a dengue hemorrágica, pois esta pode ficar grave quando a febre começa a desaparecer depois do terceiro dia da doença. Enquanto que na meningococcemia os sinais degravidade aparecem em menos de 24-48 horas. DIAGNÓSTICO O diagnóstico inicial de doença meningocócica é clínico (história + exame físico da pessoa), feito essencialmente por exclusão de outras doenças. A confirmação laboratorial definitiva do diagnóstico é usualmente feita através do isolamento em cultivo da Neisseria meningitidis a partir de amostras de sangue ou de líquido céfalo- raquidiano (obtido por punção lombar), o que requer certo tempo (1 a 3 dias). Contudo, a demonstração direta da presença da bactéria em amostras de líquor ou raspada de lesão cutânea através da coloração pela técnica do Gram (exame simples e rápido) permite aumentar o grau de certeza do diagnóstico clínico. DOENÇA DE LYME É uma Zoonose transmitida por carrapatos é causada por uma espiroqueta (Borrelia burgdorferi), caracterizada por pequena lesão cutânea, expansiva, única ou múltipla, do tipo mácula ou pápula de coloração avermelhada no local em que o carrapato sugou o sangue, denominada de eritema crônico migratório (EM). À medida que a área de rubor se expande até 15 cm, a lesão assume característica anelar, quente e raramente dolorosa. Dias após o estabelecimento do EM, manifestações clínicas iniciais como mal-estar, febre, cefaleia, rigidez de nuca, mialgias, artralgias migratórias e linfadenopatias. Não é incomum esses sinais e sintomas durarem várias semanas, nos casos em que o tratamento não é instituído. Nessas situações, semanas ou meses apos podem surgir manifestações neurológicas (15% dos casos), tais como meningite asséptica, encefalite, coreia, neurite de pares cranianos (incluindo a paralisia facial bilateral), radiculoneurite motora e sensorial. cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Máquina de escrever bactéria gram negatiga evolui com leucopenia. Cerca de 8% dos pacientes desenvolvem comprometimento cardíaco com bloqueio atrioventricular, miopericardite aguda e evidências de disfunção ventricular esquerda. DIAGNÓSTICO O diagnostico da Doença de Lyme baseia-se na identificação dos aspectos clínicos da doença em paciente com relato de possível exposição ao microrganismo causal, associados com testes laboratoriais. A cultura para isolamento da bactéria é definitiva, mas raramente é bem sucedida a partir de sangue do paciente, ocorrendo em aproximadamente 50% dos casos em material de biopsia da lesão (EM). A sorologia por Elisa e imunofluorescência indireta são os métodos mais utilizados, pois os títulos de anticorpos IgM específicos em geral alcançam o máximo em 3 a 6 semanas. 3. Entender os principais sinais de alerta que indicam internação na doença febril aguda. Febre é definida como a elevação da temperatura corporal (p. ex., > 37,8° C por via oral e > 38,2° C por via retal). A febre ocorre quando o termostato do corpo (localizado no hipotálamo) é redefinido em uma temperatura mais alta, principalmente em resposta a uma infecção. A febre ocorre quando alguma coisa aumenta o ponto de equilíbrio hipotalâmico, estimulando o centro vasomotor a iniciar a vasoconstrição, desviando o sangue da periferia a fim de diminuir perda de calor e, algumas vezes, induzindo calafrios, que aumentam a produção de calor. O processo continua até que a temperatura do sangue que banha o hipotálamo alcance um novo ponto de equilíbrio. Diminuindo-se o ponto de equilíbrio hipotalâmico (p. ex., com fármacos antipiréticos), inicia-se a perda de calor por meio de sudorese e vasodilatação. O grande problema da elevação extrema da temperatura é a desnaturação de proteínas, com consequente ativação de citocinas inflamatórias que ativam a cascata inflamatória. Como resultado, temos uma disfunção celular ocorrendo e levando ao mau funcionamento de alguns órgãos. Muitos distúrbios podem causar febre. São classificadas, de modo geral, em: Infecciosa (mais comum) Neoplásica Inflamatória (incluindo reumática, não reumática e relacionada com fármacos); A causa de uma febre aguda (duração ≤ 4 dias) em adultos tem alta probabilidade de ser infecciosa. Quando pacientes apresentam febre devido a uma causa não infecciosa, a febre é geralmente crônica ou recorrente. Além disso, um evento febril agudo isolado em pacientes com doença inflamatória ou neoplásica também tem alta probabilidade de ser infeccioso. Dois fatores gerais são importantes na avaliação da febre aguda: Identificar e localizar os sintomas (p. ex., cefaleia, tosse): estes sintomas ajudam a reduzir o leque de possíveis causas. Determinar se o paciente está grave ou cronicamente enfermo (particularmente se essa doença não é reconhecida). Tremores verdadeiros sugerem febre devido a uma infecção, mas, por outro lado, não são específicos. Dor é uma pista importante para a possível fonte; o paciente deve ser questionado cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar quanto a dor em ouvidos, cabeça, pescoço, garganta, tórax, abdome, flanco, reto, músculos e articulações. Outros sintomas localizados incluem congestão nasal e/ou descarga nasal, tosse, diarreia e sintomas urinários (frequência, urgência e disúria). A presença de exantema (incluindo natureza, localização e tempo de início em relação a outros sintomas) e de linfadenopatia pode auxiliar. A história clínica deve particularmente cobrir os seguintes tópicos: Cirurgia recente Condições conhecidas que predisponham à infecção (p. ex., infecção pelo HIV diabetes, câncer, transplante de órgãos); Outras doenças que predisponham à febre (p. ex., artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico, gota, sarcoidose, hipertireoidismo, câncer); Questões devem ser feitas sobre viagens recentes, incluindo localização, tempo desde o retorno, local (zona rural, apenas zona urbana); A história vacinal, particularmente contra hepatites A e B e contra organismos que causam meningite, influenza, ou infecção por pneumococo, deve ser avaliada. A história de fármacos deve incluir questões sobre os seguintes itens: Fármacos conhecidos por causar febre (anfetaminas, antipsicóticos, anestésicos). Fármacos que predispõem o maior risco de infecção (p. ex., corticoides, quimioterapia e fármacos antirrejeição, outros imunossupressores) Uso de drogas ilícitas ou injetáveis (predispõem a endocardite, hepatite, embolia pulmonar séptica e infecções cutâneas e subcutâneas); SINAIS DE ALERTA Os achados a seguir são particularmente preocupantes: Estado mental alterado Cefaleia, rigidez de nuca, ou ambos Exantema petequial Hipotensão Dispneia Taquicardia ou taquipneia significativas Temperatura > 40° C ou < 35° C Viagem recente para uma região onde doenças graves (p. ex., malária) são endêmicas Uso recente de imunossupressores cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacarcecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar cecel Destacar
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