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Lorena Blinofi - 4° período - Farmacologia Dislipidemias ↠ Introdução • As dislipidemias podem ser isoladas ou mistas. • Lipoproteínas: ↪ LDL: transporta ester e colesterol isolados dos hepatócitos do fígado para os tecidos ↪ HDL: transporta ester e colesterol isolados dos tecidos para os hepatócitos que do fígado serão eliminados juntos com os sais biliares. ↪ VLDL: transporta tanto triglicerídeos quanto colesterol. Junto com os quilomícrons, que também terão essa função • A partir das dislipidemias podem ter como consequência a aterosclerose, uma doença crônica inflamatória, mesmo sendo multifatorial, as dislipidemias são fatores de risco importantes. ↪ Causada pelo aumento do LDL. • Dislipidemias: ↪ Primária: genético ↪ Secundária: diabetes, alcoolismo, síndrome nefrótica, insuficiência renal crônica, hipotireoidismo, hepatopatias e fármacos – anticoncepcionais, betabloqueadores, tiazídicos, ácido retinóico. • Meta terapêutica com hipolipemiantes: ↪ É importante saber que nas pessoas que possuem dislipidemias, a meta terapêutica é dada preferencialmente para que fique abaixo dos valores estimados, para que saiba que obtém melhor resultado. ↠ Tratamento medicamentoso • Os hipolipemiantes devem ser empregados sempre que não houver efeito satisfatório das mudanças do estilo de vida ou impossibilidade de aguardar os efeitos da mudança do estilo de vida por prioridade clínica. ↪ Ou seja, a primeira alternativa terapêutica vai ser a mudança do estilo de vida, com acompanhamento para ver se vai ou não ter necessidade do tratamento medicamentoso. • A escolha da classe terapêutica está condicionada ao tipo de dislipidemia presente. ↪ Isolada: aumento do colesterol ou dos triglicerídeos. ↪ Mista: mais de um tipo de dislipidemia. ↠Medicamentos para colesterolemia • Na hipercolesterolemia isolada, os medicamentos recomendados são as estatinas, que podem ser administradas em associação à ezetimiba, colestiramina e eventualmente a fibratos ou ácido nicotínico. • ESTATINAS: ↪ Boa tolerabilidade. ↪ Mecanismos de ação: inibidores da HMG-CoA redutase. Essa inibição reduz o conteúdo intracelular do colesterol. ↪ Redução dos níveis de LDL, do estresse oxidativo e da inflamação vascular, com aumento da estabilidade das lesões ateroscleróticas. ↪ Vão aumentar o número de receptores LDL nos hepatócitos, isso vai aumentar o catabolismo fracional das LDL e a extração hepática dos precursores das LDL do sangue. ↪ Reações adversas: ➢ Hepatotoxicidade Lorena Blinofi - 4° período - Farmacologia Lorena Blinofi - 4° período - Farmacologia ➢ .Fraqueza muscular: pode estar associada aos aumentos discretos da atividade da creatina-quinase (CK) no plasma, se o paciente estiver em uso de estatina, com frequência em associação a uma atividade física intensa. Se em casos de de elevações da CK com frequência e associado tiver desconforto generalizado e fraqueza nos músculos e o fármaco não for interrompido pode ocorrer mioglobinúria , levando a lesão renal, miopatia e até rabdomiólise graves induzidas pelas estatinas. ↪ Possui melhor absorção quando mútua a ingestão de alimentos. ↪ Importante começar as doses aos poucos para evitar os efeitos adversos. Cautela na titulação desses fármacos. • EZETIMIBA: ↪ É um inibidor de absorção do colesterol que atua na borda em escova das células intestinais inibindo a ação da proteína transportadora do colesterol. ↪ É eficaz na ausência de colesterol diabético e também inibe a reabsorção do colesterol excretado na bile ↪ Usada isoladamente, reduz cerca de 20 % o LDL-C. ↪ Possui baixa eficácia quando comparado as estatinas. ↪ Bastante utilizados em associação com as estatinas para potencializar a diminuição do colesterol intracelular em adquirir muito efeito adverso. ↪ Pode ser administrada a qualquer hora do dia, com ou sem alimentação, não interferindo na absorção de gorduras e vitaminas lipossolúveis • RESINAS DE TROCA IÔNICA: ↪ São fármacos que reduzem a absorção intestinal de sais biliares e, consequentemente, de colesterol. ↪ Mecanismo de ação: vão se ligar aos ácidos biliares no intestino, impedindo a absorção, aumentando o catabolismo do colesterol, super regulando os receptores de LDL. ↪ A colestiramina é apresentada em envelopes de 4g. A posologia inicial é de 4 g ao dia, podendo-se atingir no máximo 24g/dia. ↪ Efeitos colaterais: hepatite, miosite e rabdomiólise (raros) ↪ Reduz em média 20% dos valores basais de LDL-C ➢ É potencializado pelo uso de estatinas ➢ Pode promover pequena elevação do HDL-C ➢ Pode ser utilizada em crianças. ↪ É recomendado a dosagem dos níveis basais de creatinofosfoquinase (CK) e de transaminases (especialmente de ALT) e a repetição na primeira reavaliação ou a cada aumento de dose. ↠Medicamentos para trigliceridemia • No tratamento da hipertrigliceridemia isolada são prioritariamente indicados os fibratos e, em segundo lugar, o ácido nicotínico ou a associação de ambos. • O ácido graxo ômega-3 pode ser utilizado isoladamente ou em associação com outros fármacos. • Na hiperlipidemia mista, o nível de triglicérides orienta a escolha: Lorena Blinofi - 4° período - Farmacologia Lorena Blinofi - 4° período - Farmacologia ↪ Acima de 500 mg/dL, deve-se iniciar o tratamento com um fibrato, adicionando se necessário ácido nicotínico e/ou ômega-3. ↪ Abaixo de 500 mg/dL, deve-se iniciar o tratamento com uma estatina isoladamente ou associada à ezetimiba, priorizando-se a meta de LDL-C ou Não-HDL-C. • FIBRATOS ↪ Aumentam a atividade da lipase lipoproteica, diminuindo os níveis de TG e VLDL, ao aumentar sua eliminação. ↪ Mecanismo de ação: agonistas do PPAR-α ↪ Derivados do ácido fíbrico que agem estimulando os receptores nucleares denominados “receptores alfa ativados de proliferação dos peroxissomas” (PPAR-α), o que leva o aumento da produção e ação da lipase lipoprotéica (LPL), responsável pela hidrólise intravascular dos TG. ↪ Aumento as HDL-C de 7 a 11%. ↪ Sua ação sobre o LDL-C é variável, podendo diminuí-lo, não modificá-lo ou até aumentá-lo. • ÁCIDO NICOTÍNICO: ↪ Mecanismo de ação: pouco esclarecido, leva à menor liberação de ácidos graxos livres para a corrente sanguínea. Como consequência, reduz-se a síntese de TG pelos hepatócitos. ↪ Efeitos adversos: relacionados a maior frequência no início do tratamento de doses altas, então é recomendado. ➢ Dose inicial 500 mg ao dia ➢ Aumento para 750 mg ao dia ➢ Depois para 1000 mg ao dia ➢ Com intervalos de quatro semanas a cada titulação de dose, buscando-se atingir ➢ 1 a 2 g diárias ➢ Os efeitos são: dor de cabeça, dor abdominal, dispepsia, diarreia, náusea, vômito, edema, astenia. • ÁCIDOS GRAXOS ÔMEGA-3 ↪ São derivados do óleo de peixes provenientes de águas frias e profundas, que reduzem a síntese hepática dos TG. ↪ Os mais importantes são o eicosapentaenoico (EPA) e o docosahexaenóico (DHA) ➢ Em altas doses (4 a 10 g ao dia) reduzem os triglicérides ➢ Aumentam discretamente o HDL-C ➢ Podem aumentar o LDL-C • ORLISTAT ↪ Inibidor das lipases intestinais. ↪Atua ligando-se covalentemente aos sítios catalíticos das lipases gástrica e pancreática. ↪Diminui a absorção de triglicerídeos ingeridos em 30% ↪Dose recomendada de 360 mg/dia Lorena Blinofi - 4° período - Farmacologia Lorena Blinofi - 4° período - Farmacologia ↪ Não se conhece definitivamente o papel do seu uso na prevenção da aterosclerose • OUTROS FÁRMACOS: ↪ Ácido Acetil Salicílico: Nas doses de >100mg/dia deve ser prescrito para indivíduos que se encontrem sob alto risco de eventos cardiovasculares (prevenção secundária, diabéticos ou risco absoluto >20% em 10 anos) ↪ Inibidores da ECA: Devem ser prescritos para indivíduos em prevenção secundária, principalmente os que apresentam disfunção ventricular esquerda ou para diabéticos que apresentem algum FR associado ou nefropatia ↪ Betabloqueadores: Diminuem o risco de re-infarto e mortalidade em indivíduos que sofreram infarto. Devem ser prescritos para indivíduos que sofreram IAM. • Em idosos maiores de 70 anos, tendo atenção especial às dislipidemias secundárias,as estatinas mostram alta eficácia nessa faixa etária e a prevenção primária ainda não possui dados disponíveis. Lorena Blinofi - 4° período - Farmacologia
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