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FUNDOS DE INVESTIMENTO: FUNDAMENTOS Professor: Dr. Marcelo de Jesus D. Perossi Diretoria Executiva Pedagógica Janes Fidelis Tomelin Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha Head de Projetos Educacionais Camilla Barreto Rodrigues Cochia Caetano Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Gerência de Produção de Conteúdos Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Projeto Gráfico Thayla Guimarães Designer Educacional Rossana Costa Giani Editoração Flávia Thaís Pedroso DIREÇÃO Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site shutterstock.com C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; PEROSSI, Marcelo de Jesus D. Fundos de Investimentos e Previdência Complementar. Marcelo de Jesus D. Perossi. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 48 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Fundo de Investimento 2. Previdência 3. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 330 CIP - NBR 12899 - AACR/2 01 02 03 04 sumário 07| ASPECTOS GERAIS RELACIONADOS À GESTÃO DE FUNDOS DE INVESTIMENTO 15| CLASSIFICAÇÃO DOS FUNDOS 19| DEMAIS TIPOS DE FUNDOS DE INVESTIMENTO 31| FATORES QUE IMPACTAM A RENTABILIDADE DOS FUNDOS DE INVESTIMENTO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Conceituar fundos de investimentos; • Discutir aspectos gerais relacionados a fundos de investimento; • Apresentar a classificação dos fundos regulamentados pela Instrução CVM 409/04; • Apresentar os demais tipos de fundos de investimento; • Analisar os fatores que impactam a rentabilidade de um fundo. PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Aspectos gerais relacionados à gestão de fundos de investimento • Classificação dos fundos • Demais tipos de fundos de investimento • Fatores que impactam a rentabilidade dos fundos de investimento FUNDOS DE INVESTIMENTO: FUNDAMENTOS INTRODUÇÃO introdução Caro(a) aluno(a), Você provavelmente já ouviu falar sobre fundos de investimento. Mas afinal, sabe realmente o que são? Nesta unidade apresentaremos os aspectos gerais sobre fundos de investimento, os tipos de fundos existentes e discutiremos os fatores que impactam sua rentabilidade. Mas será que é seguro investir em fundo de investimento? Do ponto de vista da regulamentação do produto, a resposta é sim. Vamos imaginar um fundo de investimento de uma gestora de recursos de um banco. Como os recursos que compõem o patrimônio do fundo pertencem exclusivamente aos seus cotistas, mesmo que o banco seja liquidado, o patrimônio do fundo só será afetado se tiver alguma exposição a ativos desse banco. Situação diferente, por exemplo, do investidor que adquire um CDB desse mesmo banco com valor superior a cobertura do FGC – Fundo Garantidor de Crédito, pois em caso de liquidação do banco, o investidor não receberá seus recursos no vencimento da operação. Por se tratar de um produto financeiro em que pode haver perdas e não há rentabilidade assegurada, a proteção ao investidor de fundos de investimento se d por meio da regulamentação e ação de fiscalização dos órgãos reguladores. Os fundos de investimento são regulamentados e fiscalizados pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM através da Instrução CVM nº 409/04, que dispõe sobre a sua constituição, administração, funcionamento e divulgação de informações. É importante que você saiba que a CVM é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Fazenda, criada em 1976 para fiscalizar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil. Esse mercado é representado por um conjunto de produtos de investimento oferecidos ao público, entre eles, os fundos de investimento. Essa autarquia tem como finalidade disciplinar e fiscalizar o mercado de valores mobiliários, aplicando punições àqueles que descumprem as regras estabelecidas. INTRODUÇÃO introdução Adicionalmente, a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais – ANBIMA promove a auto regulação dos fundos de investimento, estabelecendo os princípios e parâmetros que gestores e administradores de fundos devem adotar. A ANBIMA reúne as instituições que atuam no mercado de capitais com o objetivo de representa-las junto ao governo, ao próprio mercado e à sociedade, servir como fonte de informação, promover iniciativas para o desenvolvimento da educação financeira, além de promover a auto regulação, criando as condições necessárias para que os agentes do mercado estabeleçam regras, parâmetros e princípios de funcionamento, assim como supervisionar o cumprimento dessas normas. Quais os tipos de fundos disponíveis para investimento? Quais os fatores que impactam a rentabilidade de um fundo? Essas são algumas das dúvidas frequentes sobre fundos de investimento que tentaremos esclarecer ao longo desta unidade. Pós-Universo 7 ASPECTOS GERAIS RELACIONADOS À GESTÃO DE FUNDOS DE INVESTIMENTO Pós-Universo 8 Nesta primeira aula da unidade, você será apresentado aos aspectos gerais sobre fundos de investimento, tais como os conceitos de fundos de investimento, de cota e Chinese Wall, além conhecer as principais atividades envolvidas na prestação de serviço de gestão de recursos de terceiros. Definição Você provavelmente já ouviu em fundos de investimento. Mas afinal, sabe do que se trata? A Instrução CVM nº 409/04 define fundo de investimento como uma comunhão de recursos, constituída sob a forma de condomínio, destinado à aplicação em títulos e valores mobiliários, bem como em quaisquer outros ativos disponíveis no mercado financeiro e de capitais. Como o fundo de investimento funciona no regime de condomínio, pode ser comparado a um condomínio habitacional, onde investidores, também conhecidos como cotistas, correspondem aos condôminos, e o gestor seria equivalente ao síndico, que teria como atribuição, decidir como aplicar os recursos dos investidores do fundo, de acordo com o seu regulamento, que equivaleria às normas do condomínio. De acordo com o Boletim ANBIMA de Fundos de Investimento de janeiro de de 2014, a indústria de fundos encerrou 2013 com um Patrimônio Líquido de R$ 2,41 trilhões. O boletim completo pode ser acessado através do link http://portal.anbima. com.br/informacoes-tecnicas/boletins/fundos-de-investimento/Documents/ Boletim%20FI_093_jan2014.pdf fatos e dados Pós-Universo 9 Cotas de Fundo Você sabe o que são cotas de fundo de investimento? De acordo com a Instrução CVM nº 409/04, as cotas de um fundo de investimento correspondem a frações ideais de seu patrimônio, sendo escriturais e nominativas. Os investidores, também chamados cotistas, possuem uma parcela do patrimônio líquido - PL do fundo proporcional ao número de cotas adquiridas. O valor da cota do fundo é calculado pela divisão entre o PL do dia e o número de cotas do fundo, e deve ser fornecido diariamente pelo administrador do Fundo. Para entender melhor o conceito de cota de fundo, vamos utilizar um exemplo numérico: Um investidor que aplica $2.000 em cotas de um fundo que, na data do investimento, possui um patrimônio líquido de $500.000 e 100.000 cotas. A partir destas informações, é possível calcular: • o valor da cota na data da aplicação: $500.000 / 100.000 = $5 • o número de cotas adquiridas pelo investidor: $2.000 / $5 = 400 Supondo que, num determinado intervalo de tempo, o patrimônio líquido sofra um aumentode 20% e o número de cotas aumente 9%. Neste caso, o valor da cota aumentará ($600.000 / 109.000 = $5,5), da mesma forma como o valor a resgatar (400 x $5,5 = $2.200). E se quisermos calcular a rentabilidade no período, basta dividir o valor da cota no resgate pelo valor na data da aplicação e ajustar para percentual: $5,5 / $5 = 1,1 ou 10%. A ideia básica de um fundo de investimento é a aplicação em condomínio por um grupo de investidores onde os resultados são distribuídos proporcionalmente à quantidade de cotas detidas por cada um. atenção Pós-Universo 10 Chinese Wall Você provavelmente já ouviu falar na muralha da China (Chinese Wall, em inglês), construída para garantir a proteção contra possíveis invasões. Mas o que isso tem haver com fundos de investimento? O conceito de Chinese Wall diz respeito à obrigatoriedade de as instituições financeiras e demais instituições autorizadas pelo Banco Central estabelecer um conjunto de políticas e procedimentos internos para garantir a segregação das atividades de gestão de ativos de terceiros (asset management) da gestão dos recursos próprios (tesouraria) da instituição financeira. A regra conhecida como Chinese Wall teria sido criada para evitar situações de potenciais conflitos de interesse? reflita Tal segregação foi estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional – CMN por meio das Resoluções 2.451/97 e 2.486/98 e, posteriormente também pela Instrução CVM 306/99, buscando garantir que os recursos de terceiros sejam geridos de forma independente das demais atividades do banco, inclusive mediante a designação de diretor ou sócio-gerente para responder, exclusivamente, pela gestão de ativos de terceiros. Segregação de Funções e Responsabilidades Você sabe quais os tipos de serviços que envolvem a prestação de serviços de gestão de recursos de terceiros? Qual a responsabilidade de cada um? A atividade de gestão de recursos de terceiros (asset management) envolve a participação de diferentes prestadores de serviços cujas funções e responsabilidades devem ser claramente segregadas. Apesar da necessidade de segregação das atividades dos diferentes prestadores, com exceção da auditoria independente, as demais podem ser exercidas por uma mesma instituição financeira. Pós-Universo 11 Administração Em que consiste a atividade de administração do fundo? Quais as responsabilidades do administrador? De acordo com a Instrução CVM nº 409, a atividade de administração do fundo compreende o conjunto de serviços relacionados direta ou indiretamente ao funcionamento e à manutenção do fundo, que podem ser prestados pelo próprio administrador ou por terceiros por ele contratados. Além do serviço obrigatório de auditoria independente, o administrador pode contratar, em nome do fundo, com terceiros devidamente habilitados e autorizados, os seguintes serviços: • Gestão da carteira do fundo; • Consultoria de investimentos; • Atividades de tesouraria, de controle e processamento dos títulos e valores mobiliários; • Distribuição de cotas; • Escrituração da emissão e resgate de cotas; • Custódia de títulos e valores mobiliários e demais ativos financeiros; e • Auditoria independente. • Classificação de risco por agência especializada constituída no País. Gestão Quando falamos sobre gestão de ativos de terceiros, logo no vem a cabeça a figura do gestor de fundos. Mas o que exatamente fez o gestor? A Instrução CVM nº 409 define gestão da carteira de um fundo de investimento como a gestão profissional, conforme estabelecido no seu regulamento, dos títulos e valores mobiliários dela integrantes, desempenhada por pessoa natural ou jurídica credenciada como administradora de carteira de valores mobiliários pela CVM, tendo o gestor poderes para negociar, em nome do fundo de investimento, os referidos títulos e valores mobiliários. Pós-Universo 12 O gestor é o responsável pelas decisões de investimento do fundo, sempre dentro dos parâmetros definidos no seu regulamento. O administrador e o gestor podem ser ou não a mesma instituição. atenção Distribuição Agora que já vimos que o gestor é o responsável pelas decisões de investimento do fundo, a quem cabe oferecer esse serviço aos investidores? Esse é o papel do distribuidor. A atividade de distribuição consiste em colocar ou vender as cotas do fundo de investimento, sendo o distribuidor quem estabelece o contato direto com os investidores. Custódia Caro aluno, agora você pode se perguntar: como as operações realizadas pelo gestor são efetivadas? Toda negociação de ativos financeiros, seja em operações de compra ou de venda de ativos é finalizada quando ocorre a troca de propriedade entre o ativo negociado e o dinheiro envolvido na transação. Essa atividade é de responsabilidade da custódia. O Código de Serviços Qualificados ao Mercado de Capitais da ANBIMA define o serviço de custódia como a liquidação física e financeira dos ativos, sua guarda, bem como a administração e informação de eventos associados a esses ativos. O serviço de custódia compreende também a liquidação financeira de derivativos, contratos de permutas de fluxos financeiros – swap e operações a termo, bem como o pagamento das taxas relativas ao serviço prestado, tais como, mas não limitadas a, taxa de movimentação e registro dos depositários e câmaras e sistemas de liquidação. Pós-Universo 13 Controladoria A esta altura, você já percebeu a complexidade que envolve o serviço de gestão de ativos de terceiros, bem como a quantidade de prestadores envolvidos em torno da atividade. Já parou para pensar que até o momento não citamos quem é o responsável pelos procedimentos contábeis relativos aos fundos de investimento? Esse é o papel da controladoria. De acordo com o Código de Serviços Qualificados ao Mercado de Capitais da ANBIMA, o Serviço de Controladoria compreende a execução dos processos que compõem a controladoria dos ativos e passivos, bem como a execução dos procedimentos contábeis, conforme a legislação em vigor e as normas estabelecidas pela ANBIMA. Auditoria Externa Além da ANBIMA e da CVM, alguém mais fiscaliza os fundos? Essa função cabe à auditoria externa. O serviço de auditoria externa deve obrigatoriamente ser contratado pelo administrador do fundo. De acordo com a Instrução CVM 206, o administrador deve divulgar as demonstrações financeiras do fundo semestralmente, que são verificadas por auditor independente registrado na CVM. Cabe ao auditor independente verificar se a posição patrimonial e financeira do fundo está compatível com os princípios fundamentais de contabilidade e as normas contábeis aplicáveis, bem como deve constatar se os atos praticados pelo administrador do fundo atendem aos preceitos da legislação vigente. O auditor independente deve emitir parecer sobre as demonstrações contábeis do fundo, que deverá ser publicado junto às referidas demonstrações no prazo máximo de 60 dias após os meses de junho e dezembro. Pós-Universo 14 Investidor Qualificado e Profissional Você acha que todos os investidores têm o mesmo nível de conhecimento sobre o mercado financeiro? Provavelmente você respondeu que não. Pensando nisso, a CVM introduziu uma categoria de investidores, que pressupõe-se, detém um nível de conhecimento sobre o mercado financeiro superior ao investidor comum. São os chamados investidores qualificados e profissionais, cujos fundos destinados a esse público apresentam regras diferenciadas das regras gerais. A Instrução da CVM nº 554/14 considera investidor qualificado: • Instituições financeiras; • Companhias seguradoras e sociedades de capitalização; • Entidades abertas e fechadas de previdência complementar; • Pessoas físicas ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor superior a R$ 1.000.000 (um milhão) e que, adicionalmente, atestem por escrito sua condição de investidor qualificado mediantetermo próprio; • Fundos de investimento destinados exclusivamente a investidores qualificados; • Administradores de carteira e consultores de valores mobiliários autorizados pela CVM, em relação a seus recursos próprios. Além dos investidores qualificados, a CVM introduziu também o conceito de investidor profissional, com investimento inicial superior a R$ 10.000.000 (dez milhões). Em agosto de 2004, a CVM editou a Instrução nº 409, introduzindo mudanças significativas na legislação que disciplinava os fundos de investimento no Brasil. Antes da Instrução nº 409, parte dos fundos de investimento era regulada por normas editadas pelo Banco Central e parte regulada por normas baixadas pela CVM. Para conhecer mais sobre fundos de investimento, acesse a Instrução CVM nº 409/04 no site da CVM: <www.cvm.gov.br/asp/ cvmwww/Atos/Atos/inst/inst409consolid.doc>. saiba mais Pós-Universo 15 CLASSIFICAÇÃO DOS FUNDOS Pós-Universo 16 Você já aprendeu que um fundo de investimento pode alocar os recursos investidos por seus cotistas em diferentes tipos de ativos, tais como ações, títulos públicos, crédito privado, dentre outros, de acordo com a política de investimento descrita em seu regulamento. Para facilitar o entendimento do investidor sobre as características dos fundos de investimento que ele tem a disposição para investir seus recursos, foram criados diferentes categorias e tipos de fundos respectivamente pela CVM e pela ANBIMA. Como podemos classificar os fundos de investimento? As diferentes classificações de fundos dizem respeito ao tipo de fundo, estratégia de gestão, além da composição e prazo da carteira. Segundo dados da ANBIMA, os fundos de renda fixa (considerando os tipos Curto Prazo, Referenciado DI e Renda Fixa) representavam até agosto de 2014, aproximadamente metade do patrimônio líquido da indústria de fundos. Fonte: ANBIMA. Consultar em <http://portal.anbima.com.br/informacoes- tecnicas/boletins/fundos-de-investimento/Documents/BoletimFI_201409. pdf> fatos e dados Quanto ao Tipo Os fundos de investimento regulamentados pela Instrução CVM nº 409/04 possuem duas estruturas distintas: os Fundos de Investimento – FIs e os fundos de investimento em cotas de fundos de investimento – FIC FI. Fundo de Investimento – FI e FIC FI Os FIs são fundos de investimento regulamentados pela Instrução CVM nº 409/04, que investem diretamente o seu patrimônio em títulos e valores mobiliários disponíveis no mercado financeiro e de capitais. O Fundo de Investimento em Cotas de Fundos de Investimento – FIC FI adquire cotas de FIs para a sua carteira e deve manter, no mínimo, 95% de seu patrimônio investido em fundos de uma mesma classe, exceto os fundos da categoria multimercado, que podem investir em cotas de fundos de classes distintas. Pós-Universo 17 Fundos de Investimento Abertos e Fechados Os fundos de investimento abertos são aqueles constituídos por prazo indeterminado, cujas aplicações ou resgates de cotas podem ocorrer a qualquer momento, de acordo com os prazos de conversão de cotas previstos em regulamento. Nos fundos fechados, as cotas somente podem ser resgatadas ao término do prazo de duração do fundo. Fundos Com Carência e Sem Carência Enquanto nos fundos de investimento sem carência, o resgate pode ser solicitado a qualquer momento, para os fundos com carência o cotista deve respeitar o prazo mínimo para resgate previsto em regulamento. Fundos Exclusivos Os fundos exclusivos são destinados a investidores qualificados e constituídos para receber aplicações de apenas um único cotista. Fundos Com Gestão Ativa e Com Gestão Passiva De acordo com a estratégia de investimento estabelecida, um fundo pode ser classifica como sendo de gestão passiva ou gestão ativa. Nos fundos com estratégia de gestão passiva o gestor busca acompanhar a rentabilidade de um índice de referência (benchmark), investindo em ativos para manter aderência ao seu comportamento. A gestão ativa de fundos busca obter uma rentabilidade que supere o benchmark. Classificação de Fundos Dada Pela Instrução CVM nº 409 A Instrução CVM nº 409/04, classifica os fundos de investimento (FI) e os fundos de investimento em cotas (FIC), conforme a composição de sua carteira, em sete categorias: Pós-Universo 18 Quadro 1: Classificação de fundos de investimento regulamentados pela ICVM n º 409 Classificação CVM Características Fundo Curto Prazo Investe exclusivamente em títulos públicos federais ou privados de baixo risco de crédito com prazo máximo de 375 dias e prazo médio da carteira inferior a 60 dias; Fundo Referenciado Aplica no mínimo 80% do PL em títulos públicos federais ou títulos privados de baixo risco de crédito, e tenham o mínimo 95% da carteira composta por títulos que acom- panham direta ou indiretamente o benchmark do fundo; Fundo de Renda Fixa Deve possuir, no mínimo, 80% da carteira em ativos relacionados direta ou indireta- mente aos fatores de risco da categoria; Fundo de Ações (FIA) Deve possuir, no mínimo, 67% da carteira em ações negociadas no mercado à vista de bolsa de valores ou entidade do mercado de balcão organizado; Fundo Cambial Deve possuir, no mínimo, 80% da carteira em ativos relacionados diretamente, ou sintetizados via derivativos, a variação de preços de moeda estrangeira; Fundo de Dívida Externa (FIEX) Deve aplicar, no mínimo, 80% de seu PL em títulos representativos da dívida externa de responsabilidade da União, sendo permitida a aplicação de até 20% do PL em outros títulos de crédito negociados no mercado internacional; Fundo Multimercado (FIM) Sua política de investimento deve envolver vários fatores de risco, sem o compro- misso de concentração em nenhum fator em especial ou em fatores diferentes das demais classes de fundos. Fonte: Instrução CVM nº 409/04. Elaborado pelo autor Os fundos classificados como “Referenciado”, “Renda Fixa”, “Cambial”, “Dívida Externa” e “Multimercado” poderão ser adicionalmente classificados como “Longo Prazo” quando o prazo médio de sua carteira superar 365 dias e seja composta por títulos privados ou públicos federais, pré-fixados ou indexados à taxa SELIC ou a outra taxa de juros, a índices de preço ou à variação cambial, ou, ainda, por operações compromissadas lastreadas em títulos públicos federais. Você foi apresentado ao longo desta aula aos fundos de investimentos regulamentados pela ICVM nº 409. Existem outras categorias de fundos que que possuem regulamentação específica, como veremos na aula seguinte. Pós-Universo 19 DEMAIS TIPOS DE FUNDOS DE INVESTIMENTO Pós-Universo 20 Depois de ser apresentado aos fundos regulamentados pela Instrução CVM nº 409/04, você verá agora diversos outros tipos de fundos regulamentados por outras instruções da CVM. Vamos começar pelos chamados Fundos Mútuos de Privatização – FMP. FMP – Fundo Mútuo de Privatização Você já ouviu falar em FMP? Sabe o que significa? Vamos um pouco sobre ele agora. Como trabalhador com carteira de trabalho assinada você tem os seus recursos depositados no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS rendendo 3% ao ano mais variação da Taxa Referencial – TR. Contudo, no fim dos 1990 e início dos anos 2000 foi criada uma lei que permitia aos trabalhadores comprarem ações de empresas cujo governo tinha participação acionária. Eram os chamados fundos mútuos de privatização. O Fundo Mútuo de Privatização – FGTS - FMP-FGTS é um fundo de investimento criado para aplicar os recursos captados em ações de empresas que estavam sendo privatizadas, ou vendendo participações acionárias de propriedade da União, dos Estados ou dos Municípios. Com o objetivo de pulverizar a base acionária dessas empresas, os FMP-FGTS foram constituídos para permitir aos trabalhadores participar desse processo de privatização e venda de participação acionária. Dois casos clássicos desses fundos foram os de alienação de ações da Petrobrás – que não chegou a serprivatizada na época, mas teve uma forte colocação de seus papéis no mercado por parte do governo – e da Vale (na época ainda conhecida como Vale do Rio Doce), esta sim foi privatizada. Pós-Universo 21 Fundo Previdenciário Como o próprio nome já nos dá uma pista, os Fundos Previdenciários são fundos de investimento destinados exclusivamente aos planos de previdência complementar ou a seguros de vida com cláusula de cobertura por sobrevivência, estruturados na modalidade de contribuição variável. A Instrução CVM nº 459/07 dispõe sobre a constituição, a administração, o funcionamento e a divulgação de informações dessa categoria de fundos, cuja criação teve o objetivo de permitir a segregação da aplicação das contribuições dos beneficiários dos planos de previdência ou seguros de vida em veículos cujo patrimônio dos recursos próprios das operadoras dos planos de previdência. ETF - Exchange Traded Funds Você já ouviu fala em ETF? O Exchange Traded Fund – ETF é um tipo de fundo de investimento cujas cotas são negociadas em Bolsa como se fossem ações, e que buscam reproduzir o retorno obtido por um determinado índice de referência (benchmark). No Brasil, os ETFs foram chamados de Fundos de Índice, e são regulamentados através da Instrução CVM nº 359/2002. Cada vez mais os ETFs se fazem presentes nos principais mercados financeiros do mundo, como Hong Kong, Alemanha, Japão, Espanha, Cingapura e México. De acordo com a BM&FBOVESPA, segundo dados da World Federation of Exchanges – WFE , o número de ETFs no mundo apresentou no período entre 2004 e 2009 de 887,20% equivalente a 58,10% ao ano. Fonte: BM&FBOVESPA, os dados podem ser consultados em <http://www. bmfbovespa.com.br/etf/infograficos-etfs.aspx?idioma=pt-br> fatos e dados Pós-Universo 22 FIDC - Fundo de Investimento em Direito Creditório Imagine um fundo de investimento que aplica seus recursos preponderantemente em recebíveis de crédito. Essa a ideia de um FIDC. Regulamentado pela Instrução CVM nº 356/01, o FIDC é uma modalidade de fundo de investimento oferecida apenas a investidores qualificados, que investe preponderantemente em direitos creditórios, também chamados recebíveis. Os recebíveis são os direitos e títulos representativos destes direitos, como duplicatas, cheques, contratos de aluguel entre outros, originários de operações realizadas nos segmentos financeiro, comercial, industrial, imobiliário, de hipotecas, de arrendamento mercantil e de prestação de serviços. Em fevereiro de 2013 a CVM editou a Instrução CVM nº 531, alterando a Instrução CVM nº 356/01, que dispõe sobre FIDC. O principal objetivo da nova Instrução foi aperfeiçoar as regras da Instrução anterior relativas aos controles que deveriam ser mantidos pelo administrador e pelo custodiante, com a definição mais clara da atuação e de responsabilidades dos participantes desse mercado. A nova Instrução também procurou aperfeiçoar as regras em relação à mitigação de estruturas para evitar a ocorrência de conflito de interesses, em que a concentração indevida de funções por um mesmo participante ou por partes a ele relacionadas comprometessem a boa governança dos FIDCs. Para conhecer mais sobre as novas regras acesse a Instrução CVM nº 531/13 no site da CVM: <http://www.cvm.gov.br/asp/cvmwww/Atos/Atos/inst/ inst531.doc>. saiba mais Os FIDCs podem ser fundos abertos ou fechados e geralmente possuem duas classes de cotas com riscos e remuneração distintos: cota sênior e cota subordinada. A cota sênior que possui uma remuneração alvo é aquela que tem preferência sobre as demais classes de cotas no recebimento de amortizações e resgates e distribuição de rendimentos. O investidor detentor de cotas subordinadas somente receberá o pagamento pelo resgate ou amortização de suas cotas após o cotista detentor de cota sênior ter recebido. Pós-Universo 23 FII – Fundo de Investimento Imobiliário Se você é um investidor que gosta de aplicar seus recursos em empreendimentos imobiliários, talvez o FII seja uma alternativa de investimento adequada ao seu perfil. Os Fundos de Investimento Imobiliário – FII, regulamentados pela Instrução CVM nº 472/08 são fundos destinados à aplicação em empreendimentos imobiliários e constituídos sob a forma de condomínios fechados. O patrimônio de um FII pode ser composto por empreendimentos imobiliários com fins comerciais, residenciais, rurais ou urbanos, construídos ou em construção, para posterior alienação, locação ou arrendamento. Um FII também pode investir em títulos e valores mobiliários que tenham como lastro principal operações do mercado imobiliário como LCI, LH, CRI entre outros. Fundo de Investimento em Participações - FIP Destinados a investidores qualificados e regulamentados pela Instrução CVM nº 391/03, os Fundos de Investimento em Participações – FIPs, também conhecidos como fundos de Private Equity, são constituídos sob a forma de condomínio fechado e seus recursos investidos em ações, debêntures, bônus de subscrição, ou outros títulos e valores mobiliários conversíveis ou permutáveis em ações de emissão de companhias, abertas ou fechadas. O FIP influencia a definição da política estratégica e a gestão das companhias investidas, participando ativamente do processo decisório, indicando membros para o Conselho de Administração. Pós-Universo 24 Classificação ANBIMA de Fundos de Investimento A ANBIMA também construiu uma classificação própria de fundos a partir da política de investimento e dos fatores de risco. O Quadro 1 mostra a classificação ANBIMA para os fundos de renda fixa. Observe que a ANBIMA dividiu os fundos da categoria renda fixa da CVM, em subcategorias e subtipos, diferenciando-os pelo tipo de risco e estratégias de investimento. Quadro 1: Classificação ANBIMA para os fundos de renda fixa Categoria ANBIMA Tipo ANBIMA Risco Descrição Curto Prazo Curto Prazo DI/SELIC Fundos que investem em títulos públicos fe- derais indexados à Selic ou CDI, e em papéis prefixados, desde que indexados e/ou sinteti- zados para Selic ou CDI; e com prazo máximo a decorrer de 375 dias e prazo médio da car- teira de, no máximo, 60 dias. Referenciado DI Referenciado DI DI/SELIC + Crédito Fundos que investem, no mínimo, 95% do valor de sua carteira em títulos ou operações que busquem acompanhar as variações do CDI ou Selic. Renda Fixa Renda Fixa Juros Mercado Doméstico + Crédito + Índice de Preços Mercado Doméstico + Alavancagem Fundos que buscam retorno investindo em ativos de renda fixa, admitindo-se estraté- gias que impliquem risco de juros e de índice de preços do mercado doméstico. Devem manter, no mínimo, 80% de sua carteira em títulos públicos federais, ativos com baixo risco de crédito. Renda Fixa Crédito Livre Juros Mercado Doméstico + Crédito + Índice de Preços Mercado Doméstico + Alavancagem Fundos que buscam retorno por meio de in- vestimentos em ativos de renda fixa, podendo manter mais de 20% da sua carteira em títulos de médio e alto risco de crédito, incluindo-se estratégias que impliquem risco de juros e de índice de preços do mercado doméstico. Renda Fixa Índices Índice de Referência + Juros Mercado Doméstico + Crédito + Índice de Preços Mercado Doméstico + Alavancagem Fundos que buscam seguir ou superar indi- cadores de desempenho (benchmarks) que reflitam os movimentos de preços dos títulos de renda fixa, tais como o IMA Geral e seus subíndices apurados pela ANBIMA, através de investimentos em ativos de renda fixa. Fonte: ANBIMA. Elaborado pelo autor Pós-Universo 25 O Quadro 2 apresenta a classificação ANBIMA para os fundos multimercado. Assim como fez para os fundos de renda fixa, a ANBIMA também dividiu os fundos da categoria CVM, em subcategorias e subtipos, diferenciando-os pelo tipo de risco e estratégias de investimento. Quadro 2: Classificação ANBIMA para os fundos multimercado Categoria ANBIMA Tipo ANBIMA Risco DescriçãoMultimercados Long And Short - Neutro Renda Variável + Alavancagem Fundos que montam posições compradas e vendidas, com o objetivo de manterem a ex- posição neutra ao risco do mercado acionário. Long And Short - Direcional Renda Variável + Alavancagem Fundos que montam posições compradas e vendidas, cujo resultado deve ser provenien- te, preponderantemente, da diferença entre essas posições. Multimercados Macro Diversas Classes de Ativos + Alavancagem Fundos que realizam operações em diver- sas classes de ativos cujas estratégias de investimento são baseadas em cenários ma- croeconômicos de médio e longo prazo, atuando de forma direcional. Multimercados Trading Diversas Classes de Ativos + Alavancagem Fundos que concentram as estratégias de investimento em diferentes mercados ou classes de ativos, explorando oportunidades de ganhos originados por movimentos de curto prazo nos preços dos ativos. Multimercados Multiestratégia Diversas Classes de Ativos + Alavancagem Fundos que podem adotar mais de uma estratégia de investimento, sem o compro- misso declarado de se dedicarem a uma em particular. Multimercados Multigestor Diversas Classes de Ativos + Alavancagem Fundos que têm por objetivo investir em mais de um fundo, geridos por gestores distintos. A principal competência envolvida consiste no processo de seleção de gestores. Multimercados Juros e Moedas Diversas Classes de Ativos + Alavancagem Fundos que buscam retorno no longo prazo através de investimentos em ativos de renda fixa, admitindo-se estratégias que impliquem risco de juros, risco de índice de preço e risco de moeda estrangeira. Excluem-se estratégias que impliquem exposição de renda variável. Pós-Universo 26 Categoria ANBIMA Tipo ANBIMA Risco Descrição Multimercados Multimercados Estratégia Específica Diversas Classes de Ativos + Alavancagem Fundos que adotam estratégia de investi- mento que implique riscos específicos, tais como commodities, futuro de índice. Balanceados Diversas Classes de Ativos Fundos que buscam retorno no longo prazo através de investimento em diversas classes de ativos. Capital Protegido Diversas Classes de Ativos Fundos que buscam retornos em mercados de risco procurando proteger, parcial ou to- talmente, o principal investido. Fonte: ANBIMA. Elaborado pelo autor O Quadro 3 agrupa a classificação ANBIMA para outras categorias de fundos não enquadradas nas categorias anteriores. Os fundos foram divididos em subcategorias e subtipos, diferenciando-os pelo tipo de risco e estratégias de investimento. Quadro 3: Classificação ANBIMA para outras categorias de fundos Categoria ANBIMA Tipo ANBIMA Risco Descrição Dívida Externa Investimento no Exterior Títulos da dívida externa e taxa de câmbio Fundos que têm como objetivo investir pre- ponderantemente em títulos representativos da dívida externa de responsabilidade da União. Cambial Cambial Moeda de Referência Fundos que aplicam pelo menos 80% de sua carteira em ativos - de qualquer espectro de risco de crédito - relacionados diretamente ou sintetizados, via derivativos, à moeda norte- -americana ou à europeia. Exclusivos Fechados Exclusivos Fechados Não especificado Fundo de investimento exclusivo, constituí- do sob a forma de condomínio fechado, que apresente, no máximo, uma única amortiza- ção de cotas a cada período de 12 meses. Off Shore Off Shore Renda Fixa Não especificado Não especificado Off Shore Renda Variável Não especificado Não especificado Off Shore Mistos Não especificado Não especificado Fundo de Índices- ETF Fundo de Índices- ETF Não especificado Fundos regulamentados pela Instrução CVM nº 359/2002 Fonte: ANBIMA. Elaborado pelo autor Pós-Universo 27 O Quadro 4 mostra a classificação ANBIMA para os chamados fundos estruturados, que são os FIDC, FIP e FII. Também foram subdivididos em subcategorias e subtipos, sendo diferenciados pelo tipo de risco e estratégias de investimento. Quadro 4: Classificação ANBIMA para os fundos estruturados Categoria ANBIMA Tipo ANBIMA Risco Descrição Fundos de Direitos Creditórios - FIDCs Fomento Mercantil Não especificado FIDCs que investem em carteiras de recebíveis pulverizadas, originadas e vendidas por diver- sos cedentes que antecipam recursos através da venda de duplica das, notas promissórias, cheques e quaisquer outros títulos passíveis de cessão e transferência de titularidade. Financeiro Não especificado FIDCs que tenham nas carteiras recebíveis dos seguintes setores de atuação: Crédito Imobiliário, Crédito Consignado, Crédito Pessoal, Financiamento de Veículos e Multicarteira Financeiro. Agro, Indústria e Comércio Não especificado FIDCs que tenham nas carteiras recebíveis dos seguintes setores de atuação: Infraestrutura, Recebíveis Comerciais, Crédito Corporativo, Agronegócio e Multicarteira Agro, Indústria e Comércio. Outros Não especificado FIDCs que tenham nas carteiras recebíveis dos seguintes setores de atuação: Recuperação (non Performing Loans), Poder Público e Multicarteira Outros. Fundos de Participações - FIP Fundos de Participações Não especificado Fundos regulamentados pelas Instruções CVM nos 153/1991, 209/1994 e 391/2003 e suas modificações Fundos de Investimento Imobiliário - FII Fundos de Investimento Imobiliário Não especificado Fundos regulamentados pelas Instruções CVM nos 205/1994 e CVM 206/1994 e suas modificações Fonte: ANBIMA. Elaborado pelo autor Pós-Universo 28 O Quadro 5 mostra a classificação ANBIMA para os fundos de ações. Observe que a ANBIMA dividiu os fundos da categoria ações da CVM, em subcategorias e subtipos, diferenciando-os pelo tipo de risco e estratégias de investimento. Quadro 5: Classificação ANBIMA para os fundos de ações Categoria ANBIMA Tipo ANBIMA Risco Descrição Ações Ações IBOVESPA Indexado Índice de Referência Fundos cujo objetivo de investimento é acom- panhar o comportamento do Ibovespa. Ações IBOVESPA Ativo Índice de Referência + Alavancagem Fundos que utilizam o Índice Bovespa como referência, tendo objetivo explícito de superar este índice. Ações IBrX Indexado Índice de Referência Fundos cujo objetivo de investimento é acom- panhar o comportamento do IBrX ou do IBrX 50. Ações IBrX Ativo Índice de Referência + Alavancagem Fundos que utilizam o IBrX ou o IBrX 50 como referência, tendo objetivo explícito de superar o respectivo índice. Ações Setoriais Renda Variável Fundos que investem em empresas perten- centes a um mesmo setor ou conjunto de setores afins da economia. Ações FMP - FGTS Renda Variável Fundos regulamentados pelas Instruções CVM nos 141/1991, 157/1991, 266/1997, 279/1998 e suas modificações Ações Small Caps Renda Variável Fundos que investem em ações de empresas combaixa e média capitalização de mercado, sendo no mínimo, 90% dos recursos investi- dos em ações de empresas que não estejam incluídas entre as 25 maiores participações do IBrX. Ações Dividendos Renda Variável Fundos cuja carteira investe somente em ações de empresas com histórico de dividend yield (renda gerada por dividendos) consis- tente ou que, na visão do gestor, apresentem essas perspectivas. Ações Sustentabilidade/ Governança Renda Variável Fundos que investem somente em empresas que apresentam bons níveis de governança corporativa, ou que se destacam em responsa- bilidade social e sustentabilidade empresarial no longo prazo. Pós-Universo 29 Categoria ANBIMA Tipo ANBIMA Risco Descrição Ações Ações Livre Renda Variável + Alavancagem Classificam-se neste segmento os fundos de ações abertos que não se enquadrem em nenhum dos demais tipos da categoria. Fundos Fechados de Ações Renda Variável Fundos de condomínio fechado regulamen- tados pela Instrução CVM nº 409/2004 e suas modificações. Fonte: ANBIMA. Elaborado pelo autor O Quadro 6 mostra a categoria de fundos ANBIMAPrevidência, bem como os respectivos Tipos ANBIMA diferenciando-os pelo tipo de risco e estratégias de investimento. Quadro 6: Classificação ANBIMA para os fundos de previdência Categoria ANBIMA Tipo ANBIMA Risco Descrição Previdência Previdência Renda Fixa Juros Mercado Doméstico + Crédito + Índice de Preços Mercado Doméstico Fundos que buscam retorno por meio de investimentos em ativos de renda fixa, admi- tindo-se estratégias que impliquem em risco de juros e de índice de preços do mercado doméstico. Previdência Balanceados - até 15 Diversas Classes de Ativos Fundos que investem em diversas classes de ativos, utilizando uma estratégia de investi- mento diversificada e deslocamentos táticos entre as classes de ativos ou estratégia ex- plícita de rebalanceamento de curto prazo. Devem investir, no máximo, 15% do valor de sua carteira em ativos de renda variável. Previdência Balanceados - de 15-30 Diversas Classes de Ativos Fundos que investem em diversas classes de ativos, utilizando uma estratégia de investi- mento diversificada e deslocamentos táticos entre as classes de ativos ou estratégia ex- plícita de rebalanceamento de curto prazo. Devem investir, entre 15% e 30% do valor de sua carteira em ativos de renda variável. Previdência Balanceados - acima de 30 Diversas Classes de Ativos Fundos que investem em diversas classes de ativos, utilizando uma estratégia de investi- mento diversificada e deslocamentos táticos entre as classes de ativos ou estratégia explíci- ta de rebalanceamento de curto prazo. Devem investir, no mínimo 30% do valor de sua car- teira em ativos de renda variável. Pós-Universo 30 Categoria ANBIMA Tipo ANBIMA Risco Descrição Previdência Previdência Multimercados Diversas Classes de Ativos Fundos que investem em diversas classes de ativos, não tendo explicitado o mix de ativos com o qual devem ser comparados. Previdência Data-Alvo Diversas Classes de Ativos Fundos que buscam retorno em uam data-al- vo, através de investimento em diversas classes de ativos e estratégia de rebalanceamento pe- riódico, com o compromisso de redução da exposição a risco em função do prazo a de- correr para a respectiva data-alvo. Previdência Ações Diversas Classes de Ativos Fundos que devem possuir, no mínimo, 67% da carteira em ações à vista, bônus ou recibos de subscrição, certificados de depósito de ações, cotas de fundos de ações, cotas dos fundos de índice de ações, Brazilian Depositary Receipts - BDR, classificados como nível II e III. Fonte: ANBIMA. Elaborado pelo autor Foram apresentados ao longo deste tópico diferentes tipos e categorias de fundos que não regulamentados pela ICVM nº 409. Depois de conhecer as categorias e tipos de fundos existentes, você deve estar interessado em saber quais os fatores que impactam a rentabilidade desses fundos. Esse é o assunto da nossa próxima aula. Pós-Universo 31 FATORES QUE IMPACTAM A RENTABILIDADE DOS FUNDOS DE INVESTIMENTO Pós-Universo 32 Depois conhecer as categorias e tipos de fundos de investimento, agora, você verá quais os principais fatores que impactam a sua rentabilidade. Dentre esses fatores, podemos destacar: • A composição da carteira do fundo; • A marcação a mercado dos preços dos ativos; • As taxas e despesas do fundo; • A tributação do fundo. Composição da Carteira Como você acha que é apurada a rentabilidade de um fundo de investimento? A rentabilidade de um fundo de investimento reflete o desempenho dos títulos que compõem sua carteira, descontadas as despesas e custos fixos e variáveis inerentes ao fundo. A composição da carteira do fundo deve estar adequada ao objetivo de investimento declarado no regulamento do fundo e prevista em sua política de investimento. Todo fundo de investimento é regido pelo seu regulamento, onde é declarado o objetivo de investimento do fundo e são estabelecidas todas as informações e regras essenciais relacionadas, entre outras, à gestão da carteira, política de investimento e composição de carteira. De acordo com o Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas para fundos de investimento, os gestores de fundos de investimento devem possuir uma política formal de decisão de investimentos e de seleção e alocação de ativos. Essa política de investimento deve descrever de que maneira o fundo pretende atingir o seu objetivo de investimento, identificando as principais estratégias de investimento a serem utilizadas, os tipos de títulos e valores mobiliários nos quais o fundo pode investir, políticas de seleção e alocação de ativos, além de limites de concentração, e se for o caso, a possibilidade de alavancagem. Pós-Universo 33 Marcação a Mercado Você será apresentado agora a um dos conceitos mais importantes relacionados aos fundos de investimento: a marcação a mercado. Um dos principais fatores que impactam a rentabilidade diária de um fundo de investimento é a regra conhecida como marcação a mercado. Trata-se da obrigatoriedade de contabilizar a preço de mercado todos os ativos que compõem a carteira dos fundos de investimento. Contudo, a maioria dos fundos de investimento, até maio de 2002, utilizava como critério de precificação dos títulos de renda fixa, o custo de aquisição acrescido dos rendimentos auferidos. Apesar da regra já ser prevista pela Resolução 2.183 do Banco Central desde 1995, somente em 31 de maio de 2002, em ação conjunta do Banco Central com CVM, quando a CVM passa oficialmente a regular a indústria de fundos de investimento. O procedimento de marcação a mercado consiste em avaliar por qual preço seria possível vender todos os títulos da carteira, ou seja, qual o preço de negociação de cada título que compõe a carteira do fundo num determinado dia. O objetivo da marcação a mercado é evitar a transferência de riqueza entre os cotistas dos fundos. Dez anos da crise de marcação a mercado Em maio de 2012, Alfredo Costa, 42 anos, gestor de fundos de investimento de renda fixa com mais de vinte anos de experiência, em conversa informal com o colega Ricardo Bianco, 22 anos, recém-formado e trabalhando na área de gestão há seis meses, relembrou os dez anos da crise de marcação a mercado vivida pelos fundos de investimento. De acordo com Alfredo, a ocorrência de um desastre ou uma tragédia, geralmente está associada a uma série de fatores conjugados, e não apenas a uma causa isolada. Foi o que aconteceu em 2002 com os fundos de investimento, no episódio que ficou conhecido como a crise da marcação a mercado. Ele explicou que a marcação a mercado é um procedimento contábil que consiste em avaliar por qual preço seria possível vender todos os títulos da carteira de um fundo de investimento numa determinada data. minicaso Pós-Universo 34 Fatores como ambiente econômico conturbado, avaliações de risco equivocadas, procedimentos duvidosos de algumas gestoras, além da baixa educação financeira dos investidores, segundo Ricardo, contribuíram naquele ano para uma volatilidade jamais vista em fundos de investimento conservadores. Ricardo também lembrou que assustados, os investidores sacaram recursos em massa, com o saldo da indústria de fundos, no acumulado de 2002 dando uma dimensão do estrago: saída líquida de R$ 65 bilhões dos fundos, o equivalente a 19% do patrimônio líquido da indústria naquele ano. Adaptado de: ANAYA, Márcio. Dias que marcaram o mercado. Revista Valor Investe, maio/2012, ano 10, n. 61, pp. 26-29. Disponível em: <http://www. revistavalor.com.br/home.aspx?pub=1&edicao=61&autenticado=True>. Acesso em: 13 fev. 2014. minicaso Custos dos Fundos de Investimento É importante que você saiba que além dos fatores já descritos acima, outro fator que impacta a rentabilidade de um fundo de investimento diz respeito às despesas que incorrem sobre ele. Vale lembrar que a rentabilidade do fundo divulgada pelo administrador já é líquida da cobrança de taxas de administraçãoe outras despesas. Taxa de Administração A taxa de administração é outro fator que você precisa considerar na hora de apurar a rentabilidade de um fundo de investimento. Trata-se da porcentagem sobre o patrimônio líquido cobrada dos fundos de investimento e representa a remuneração da asset management pela prestação dos serviços, dentre outros, de gestão, administração e distribuição. Pós-Universo 35 A taxa de administração dos fundos de investimento tem apresentado, na média, comportamento decrescente nos últimos anos. De acordo com o Relatório de Taxas de Administração de abril de 2014 da ANBIMA, as taxas dos fundos de varejo da categoria Referenciado DI recuaram de uma média de 1,49% ao ano em 2009 para 1,14% ao ano em 2014. Fonte: ANBIMA, informação disponível em <http://portal.anbima.com. br/informacoes-tecnicas/relatorios/fundos/taxa-de-administracao/ Documents/201404.pdf>. fatos e dados Taxa de Performance É importante que você saiba que alguns gestores cobram, além da taxa de administração, uma taxa de performance quando a rentabilidade do fundo supera um benchmark estabelecido para o fundo. A cobrança da taxa de performance é permitida desde que supere 100% do parâmetro de referência, que deve ser compatível com a política de investimento do fundo. O período de cobrança deve ser no mínimo semestral e deve ocorrer apenas após a dedução de todas as despesas, inclusive da taxa de administração. Deve também respeitar o conceito de linha d’água, isto é, só é permitida quando no momento da cobrança o valor da cota for superior ao que era seu valor na cobrança anterior. Para fundos classificados como curto prazo, renda fixa e referenciado, sua cobrança é vedada quando não forem destinados a investidor qualificado. Taxa de Ingresso e Saída Lembre-se também que, apesar de não ser muito comum, a legislação vigente prevê que, além das taxas de administração e de performance, os fundos de investimento também podem cobrar taxa de ingresso e saída. Pós-Universo 36 Tributação dos Fundos de Investimento Apesar de não impactar diretamente na rentabilidade do fundo de investimento, você precisa ter em mente que a tributação também tem impacto na rentabilidade final do cotista, já que a rentabilidade líquida divulgada não considera o imposto de renda que incide sobre a rentabilidade do fundo. A tributação em fundos de investimento depende de dois aspectos: a composição da carteira e o prazo de permanência do cotista no fundo. Os impostos que podem incidir sobre fundos são o Imposto de Renda - IR e o Imposto sobre Operações Financeiras - IOF. O IR, tributo cobrado pela Receita Federal das pessoas físicas e jurídicas, incide sobre o rendimento recebido em aplicações de renda fixa ou sobre o ganho de capital, em investimento em renda variável. Para determinação da incidência de alíquota de IR, a Receita Federal, classifica os fundos de investimentos em três categorias: fundos de curto prazo, fundos de longo prazo e fundos de renda variável. A alíquota de imposto de renda que incide sobre os fundos de investimento varia de 22,5% a 15% de acordo com o tipo de fundo, a composição da carteira, prazo da carteira e prazo de aplicação. Tributação dos Fundos de Curto Prazo Para fins de tributação, são considerados fundos de investimento de curto prazo, os fundos de renda fixa cuja carteira de títulos tenha prazo médio igual ou inferior a 365 dias, e estão sujeitos à incidência de IR na fonte conforme as seguintes alíquotas: Quadro 1: Alíquotas de Tributação de Curto Prazo Prazo Alíquota Até 180 dias 22,5% Acima de 180 dias 20% Fonte: Receita Federal. Elaborado pelo autor. Lembre-se que mesmo se o investidor permanecer com os recursos investidos por prazo superior a um ano, nos fundos de curto prazo não há a alíquota abaixo de 20%. Pós-Universo 37 Fundos com Tributação de Longo Prazo Para fins de tributação, você deve considerar como fundos de investimento de longo prazo aqueles cuja carteira de títulos tenha prazo médio igual ou superior a 365 dias e estão sujeitos à incidência de IR na fonte conforme as seguintes alíquotas: Quadro 2: Alíquotas de Tributação de Longo Prazo Prazo Alíquota Até 180 dias 22,5% De 180 a 360 dias 20% De 361 a 720 dias 17,5% Acima de 720 dias 15% Fonte: Receita Federal. Elaborado pelo autor Nesta categoria de fundo, se você deixar sua aplicação por um período superior a dois anos, pagará 15% de imposto de renda sobre o rendimento do fundo nesse período. Esses fundos, por terem uma carteira de ativos com títulos de prazo médio superior a 365 dias, podem ter uma maior oscilação no valor da cota, se comparada aos fundos similares com prazo mais curto. Tanto para fundos de curto prazo quanto para os de longo prazo, a Receita Federal estabelece a cobrança de IOF sobre rendimentos brutos nos resgates feitos em período inferior a 30 dias após a aplicação. A aliquota varia entre 96% a 0%, de acordo com o periodo de permanência do investidor no fundo, sendo que após 30 dias o investidor está isento da cobrança, conforme tabela a seguir: Quadro 3: Tabela Regressiva de IOF Prazo em dias corridos após a aplicação IOF (% sobre o rendimento) Prazo em dias corridos após a aplicação IOF (% sobre o rendimento) Prazo em dias corridos após a aplicação IOF (% sobre o rendimento) 1 96 11 63 21 30 2 93 12 60 22 26 3 90 13 56 23 23 4 86 14 53 24 20 5 83 15 50 25 16 Pós-Universo 38 Prazo em dias corridos após a aplicação IOF (% sobre o rendimento) Prazo em dias corridos após a aplicação IOF (% sobre o rendimento) Prazo em dias corridos após a aplicação IOF (% sobre o rendimento) 6 80 15 46 26 13 7 76 16 43 27 10 8 73 17 40 28 6 9 70 19 36 29 3 10 66 20 33 30 0 Fonte: Decreto Presidencial nº 6.306/07 Recolhimento do IR e “Come-Cotas” Um conceito muito importante que você precisa conhecer sobre a tributação de fundos de investimento é o chamado “come-cotas” O IR dos fundos de investimentos de curto prazo, DI renda fixa e multimercado, é recolhido no último dia útil dos meses de maio e novembro, em um sistema denominado “come-cotas”. Para esse recolhimento é usada a menor alíquota de cada tipo de fundo: 20% para fundos de tributação de curto prazo e 15% para fundos de tributação de longo prazo. Assim, a cada 6 meses os fundos automaticamente deduzem esse IR dos cotistas, em função do rendimento obtido pelo fundo nesse período. Além disso, no momento do resgate da aplicação do investidor, se for o caso, será feito o recolhimento da diferença, de acordo com a alíquota final devida, conforme o prazo de permanência desse investimento no fundo. Pós-Universo 39 Tributação dos Fundos de Renda Variável Observe agora que a tributação para os fundos de renda variável possui regras distintas das utilizadas para os fundos de renda fixa. Os fundos de renda variável devem ter, no mínimo, 67% da carteira alocada em ações negociadas em Bolsa de Valores. Esses fundos contam com alíquota única de IR, de 15%, seja qual for o prazo em que o investidor permanecer com os recursos investidos. Para fundos de renda variável não há come-cotas e o imposto é cobrado sobre o rendimento bruto do fundo somente no momento do resgate da aplicação. Vimos ao longo desta aula que diversos fatores afetam a rentabilidade de um fundo de investimento, e que dentre os principais estão composição da carteira, a marcação a mercado dos preços dos ativos, as taxas e despesas do fundo, além da tributação. Diante disso, ao selecionar um fundo de investimento, além de procurar uma alternativa compatível com o seu perfil de risco, o investidor deve estar atento às despesas do fundo e ao seu regime de tributação ao qual se submete. atividades de estudo 1. Na atividade de gestão de fundos de investimento, Chinese Wall representa: a) a segregação entre gestão ativa e gestão passiva. b) a vedação para realizar investimentos em ativos cujosemissores sejam chineses. c) segregação das atividades da área de gestão de terceiros (asset management) da gestão dos recursos próprios da instituição financeira. d) segregação entre os investimentos realizados no mercado local e no mercado chinês. e) segregação entre os investimentos de renda fixa e de renda variável. 2. O gestor de um fundo de investimento é responsável: a) pelo conjunto de serviços relacionados direta ou indiretamente ao funcionamento e à manutenção do fundo, que podem ser prestados pelo próprio administrador ou por terceiros por ele contratados. b) pelas decisões de investimento do fundo, sempre dentro dos parâmetros definidos no seu regulamento, tendo poderes para negociar, em nome do fundo de investimento, os referidos títulos e valores mobiliários que compõem a carteira do fundo. c) por colocar ou vender as cotas do fundo de investimento, sendo o quem estabelece o contato direto com os investidores. d) pela liquidação física e financeira dos ativos dos fundos, sua guarda, bem como a administração e informação de eventos associados a esses ativos. e) pela execução dos processos que compõem a controladoria dos ativos e passivos, bem como a execução dos procedimentos contábeis, conforme a legislação em vigor e as normas estabelecidas pela ANBIMA. atividades de estudo 3. O tipo de fundo de investimento regulamentado pela Instrução CVM nº 409/04 que adquire cotas de FIs para a sua carteira e que deve manter, no mínimo, 95% de seu patrimônio investido em fundos de uma mesma classe, (exceto os fundos da categoria multimercado), é chamado: a) Fundo Aberto. b) Fundo Fechado. c) Fundo Exclusivo. d) FI. e) FIC FI. 4. A gestão ativa de fundos busca: a) obter uma rentabilidade que supere o benchmark. b) investir em ativos para manter aderência ao comportamento do benchmark. c) receber aplicações de apenas um único cotista. d) oferecer uma alternativa de investimento cujas aplicações ou resgates de cotas podem ocorrer a qualquer momento. e) permitir o resgate das cotas somente ao término do prazo de duração do fundo. 5. De acordo com a classificação de fundos dada pela Instrução CVM nº 409, o fundo de: a) curto prazo deve possuir, no mínimo, 67% da carteira em ações negociadas no mercado à vista de bolsa de valores ou entidade do mercado de balcão organizado. b) ações investe exclusivamente em títulos públicos federais ou privados de baixo risco de crédito com prazo máximo de 375 dias e prazo médio da carteira inferior a 60 dias. c) renda fixa tem no mínimo 95% da sua carteira composta por títulos que acompanham direta ou indiretamente o benchmark do fundo. d) cambial deve aplicar, no mínimo, 80% de seu PL em títulos representativos da dívida externa de responsabilidade da União. e) multimercado pode investir em diversos fatores de risco, sem o compromisso de concentração em nenhum fator em especial. atividades de estudo 6. O tipo de fundo de investimento cujas cotas são negociadas em Bolsa como se fossem ações, e que buscam reproduzir o retorno obtido por um determinado índice de referência (benchmark), é chamado: a) FIP – Fundo de Investimento em Participações. b) ETF - Exchange Traded Fund. c) FIDC - Fundo de Investimento em Direito Creditório. d) FII – Fundo de Investimento Imobiliário. e) Fundo de ações. 7. A modalidade de fundo de investimento oferecida apenas a investidores qualificados, que investe preponderantemente em direitos creditórios é conhecida como: a) ETF - Exchange Traded Fund. b) FII – Fundo de Investimento Imobiliário. c) FIP – Fundo de Investimento em Participações. d) Fundo Previdenciário. e) FIDC - Fundo de Investimento em Direito Creditório. 8. Os Fundos de Investimento Imobiliário – FII, são fundos: a) destinados à aplicação em empreendimentos imobiliários e constituídos sob a forma de condomínios fechados. b) também conhecidos como fundos de Private Equity. c) que investem somente em ações de empresas com histórico de dividend yield. d) destinados exclusivamente a planos de previdência complementar ou a seguros de vida com cláusula de cobertura por sobrevivência. e) fundos que investem somente em empresas que apresentam bons níveis de governança corporativa. atividades de estudo 9. Todos os fatores abaixo impactam a rentabilidade dos fundos de investimento, exceto: a) composição da carteira do fundo. b) marcação a mercado dos preços dos ativos. c) as taxas e despesas do fundo. d) a tributação do fundo. e) o público-alvo do fundo. 10. A taxa de administração de um fundo de investimento: a) é cobrada quando a rentabilidade do fundo supera um benchmark estabelecido para o fundo. b) é a porcentagem sobre o patrimônio líquido cobrada dos fundos pelos serviços de gestão, administração e distribuição. c) só é cobrada se o fundo superar 100% do parâmetro de referência, que deve ser compatível com a sua política de investimento. d) só é permitida quando no momento da cobrança o valor da cota for superior ao que era seu valor na cobrança anterior. e) tem sua cobrança vedada para fundos classificados como curto prazo, renda fixa e referenciado. 11. Assinale a alternativa incorreta: a) um dos principais fatores que impactam a rentabilidade diária de um fundo de investimento é a regra conhecida como marcação a mercado. b) a marcação a mercado consiste na obrigatoriedade de contabilizar a preço de mercado todos os ativos que compõem a carteira dos fundos de investimento. c) a regra de marcação a mercado adota como critério de precificação dos títulos de renda fixa, o custo de aquisição acrescido dos rendimentos; d) o procedimento de marcação a mercado consiste em avaliar qual o preço de negociação de cada título que compõe a carteira do fundo num determinado dia. e) o objetivo da marcação a mercado é evitar a transferência de riqueza entre os cotistas dos fundos. resumo Ao longo desta unidade, revisitamos os principais fundamentos relacionados aos fundos de investimento. Também foram apresentadas as classificações de fundos de investimento utilizadas pelo mercado, bem como os fatores que impactam a sua rentabilidade. A grande quantidade de categorias de fundos disponíveis permite ao investidor encontrar aquela que atenda melhor às suas necessidades considerando o objetivo de rentabilidade, o risco tolerado e o horizonte de tempo do investimento. É importante que você compreenda que através de um fundo de investimento o investidor pode acessar uma carteira de ativos diversificada realizando a aquisição de um único ativo: a cota do fundo. Além disso, os fundos de investimento são instrumentos financeiros que democratizam o acesso ao mercado financeiro e de capitais, já que podem atender tanto as necessidades de grandes investidores, tais como grandes empresas, fundos de pensão e pessoas físicas endinheiradas, quanto de pequenos investidores. Para o pequeno investidor, a principal vantagem de se investir através de um fundo de investimento é que ao reunir num mesmo veículo financeiro um grande número de investidores, os fundos podem acessar mercados que sozinhos investidores individuais não teriam condições de acessar. Adicionalmente, por reunir um grande volume financeiro, os fundos de investimentos conseguem, em muitas vezes, condições mais favoráveis de negociações do que investidores individuais. Outro aspecto relacionado aos fundos de investimento é a comodidade no momento de investir, já que acompanhar a dinâmica do mercado financeiro é um desafio cada vez mais presenta na vida das pessoas, dadas as diferentes alternativas disponíveis. Compreender os fatores que impactam os preços dos ativos financeiros ajuda o investidor a tomar melhores decisões em relação aos investimentos adequados ao seu perfil de risco. Se por um lado os investidores têm à disposição muito mais informações para embasar a sua tomada de decisão, por outro, muitos deles, por falta de tempo para acompanhar os mercadosfinanceiros, ou mesmo por conveniência, preferem delegar essa tarefa aos gestores de recursos de terceiros. Por fim, para dar maior segurança aos investidores, a regulação e fiscalização da CVM combinada à auto regulação da ANBIMA estabelecem as regras de governança pertinentes aos fundos de investimento e garantem a transparência dos investimentos realizados por eles. material complementar Fundos de Investimento: conheça Antes de Investir Autor: Luiz Roberto Calado Editora: Elsevier – Campus Sinopse: Nesta obra o autor mostra como funcionam os fundos de investimento e de que forma escolher o fundo mais adequado às necessidades do investidor. Na Web Para ver mais sobre fundos de investimento, acesse: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/10/1348800-video-vale-a-pena-investir-em- fundos-de-investimentos-de-bancos-menores.shtml The Wolf of Wall Street - O Lobo de Wall Street Diretor: Martin Scorsese Ano: 2013 Sinopse: É a adaptação para o cinema da autobiografia do ex corretor de valores de Wall Street, Jordan Belfort, que construí uma fortuna no mercado financeiro, mas acabou sendo condenado a prisão a partir nos anos 1990 por num caso de fraude bancária envolvendo corrupção em Wall Street. Comentário: O filme é interessante pois mostra um caso verídico de fraude bancária ocorrida nos EUA nos anos 1990 traduzindo para o espectador pouco familiarizado com o mercado financeiro como era o ambiente em Wall Street nessa época. referências ANBIMA – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS ENTIDADES DOS MERCADOS FINANCEIRO E DE CAPITAIS: Disponível em: <http://www.anbima.com.br> BACEN – BANCO CENTRAL DO BRASIL: Disponível em: <http://www.bcb.gov.br> BRASIL. Comissão de Valores Mobiliários. Instrução Normativa nº 409 de 18.08.2004. Dispõe sobre a constituição, a administração, o funcionamento e a divulgação de informações dos Fundos de Investimentos. BRASIL. Comissão de Valores Mobiliários. Instrução Normativa nº 356 de 17.12.2001. Regulamenta a constituição e o funcionamento de fundos de investimento em direitos creditórios e de fundos de investimento em cotas de fundos de investimento em direitos creditórios. BRASIL. Comissão de Valores Mobiliários. Instrução Normativa nº 391 de 16.07.2003, alterada pelas Instruções Normativas nº 435/06; 450/07; 453/07; 496/11; 498/11; 535/13 e 540/13. Dispõe sobre a constituição, o funcionamento e a administração dos Fundos de Investimento em Participações. BRASIL. Comissão de Valores Mobiliários. Instrução Normativa nº 359 de 22.01.2002, alterada pela Instrução Normativa nº 537/2013. Dispõe sobre a constituição, o funcionamento e a administração dos Fundos de Índice, com cotas negociáveis em bolsa de valores ou mercado de balcão organizado. CVM – COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS: Disponível em: <http://www.cvm.gov.br> FORTUNA, Eduardo. Mercado financeiro: produtos e serviços. 17ª ed., rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2010. 833 p. PINHEIRO, Juliano Lima. Mercado de Capitais: Fundamentos e técnicas. São Paulo: ATLAS, 2014 resolução de exercícios 1. c) segregação das atividades da área de gestão de terceiros (asset management) da gestão dos recursos próprios da instituição financeira. 2. b) pelas decisões de investimento do fundo, sempre dentro dos parâmetros definidos no seu regulamento, tendo poderes para negociar, em nome do fundo de investimento, os referidos títulos e valores mobiliários que compõem a carteira do fundo. 3. e) FIC FI. 4. a) obter uma rentabilidade que supere o benchmark. 5. e) multimercado pode investir em diversos fatores de risco, sem o compromisso de concentração em nenhum fator em especial. 6. b) ETF - Exchange Traded Fund. 7. e) FIDC - Fundo de Investimento em Direito Creditório. 8. a) destinados à aplicação em empreendimentos imobiliários e constituídos sob a forma de condomínios fechados. 9. e) o público-alvo do fundo. 10. b) é a porcentagem sobre o patrimônio líquido cobrada dos fundos pelos serviços de gestão, administração e distribuição. 11. c) a regra de marcação a mercado adota como critério de precificação dos títulos de renda fixa, o custo de aquisição acrescido dos rendimentos. ASPECTOS GERAIS RELACIONADOS À GESTÃO DE FUNDOS DE INVESTIMENTO
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