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AVALIAÇÃO DE PERFORMANCE DOS FUNDOS DE INVESTIMENTO E DAS CARTEIRAS DE INVESTIMENTO DAS ENTIDADES DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR Professor: Dr. Marcelo de Jesus D. Perossi Diretoria Executiva Pedagógica Janes Fidelis Tomelin Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha Head de Projetos Educacionais Camilla Barreto Rodrigues Cochia Caetano Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Gerência de Produção de Conteúdos Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Projeto Gráfico Thayla Guimarães Designer Educacional Rossana Costa Giani Editoração Flávia Thaís Pedroso DIREÇÃO Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site shutterstock.com C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; PEROSSI, Marcelo de Jesus D. Fundos de Investimentos e Previdência Complementar. Marcelo de Jesus D. Perossi. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 50 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Fundo de Investimento 2. Previdência 3. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 330 CIP - NBR 12899 - AACR/2 01 02 03 04 sumário 07| PRINCIPAIS BENCHMARKS E ÍNDICES DE REFERÊNCIA DE RENDA FIXA 15| PRINCIPAIS BENCHMARKS E ÍNDICES DE REFERÊNCIA DE RENDA VARIÁVEL 25| RELAÇÃO ENTRE RISCO E RETORNO E A REDUÇÃO DO RISCO ATRAVÉS DA DIVERSIFICAÇÃO 34| PRINCIPAIS INDICADORES DE PERFORMANCE PARA FUNDOS DE INVESTIMENTO E CARTEIRAS PREVIDENCIÁRIAS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Apresentar os principais benchmarks e índices de referência de renda fixa. • Apresentar os principais benchmarks e índices de referência de renda variável. • Discutir a relação entre risco e retorno e a redução do risco através da diversificação. • Apresentar os principais indicadores de performance para carteiras com gestão ativa. • Apresentar os principais indicadores de performance para carteiras com gestão passiva. PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Principais benchmarks e índices de referência de renda fixa • Principais benchmarks e índices de referência de renda variável • Relação entre risco e retorno e a redução do risco através da diversificação • Principais indicadores de performance para fundos de investimento e carteiras previdenciárias AVALIAÇÃO DE PERFORMANCE DOS FUNDOS DE INVESTIMENTO E DAS CARTEIRAS DE INVESTIMENTO DAS ENTIDADES DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR INTRODUÇÃO introdução Caro(a) aluno(a), Como você imagina que um investidor pode comparar a performance entre diferentes fundos de investimento ou de uma carteira de previdência? Para avaliar o desempenho de suas aplicações, os investidores geralmente utilizam algum indicador de performance. Da mesma forma, gestores de fundos de investimento, em geral, são avaliados comparando-se o seu desempenho em relação a algum parâmetro de comparação. Esse parâmetro é chamado benchmark. Segundo a literatura internacional, um bom benchmark deve ser: • Transparente - os ativos que o compõem e seus respectivos pesos devem ser claramente definidos. • Replicável - deve ser viável a compra de seus ativos, possibilitando a réplica da carteira teórica do índice. • Mensurável - seu retorno deve ser facilmente calculado. • Apropriado - em função de sua segmentação, pode ser consistente com o estilo do gestor e/ou da política de investimento adotada. • Representativo – deve ter uma boa representação dos setores envolvidos. • Consistente – a inclusão ou exclusão de ativos do índice devem ocorrer de acordo com critérios claros e bem definidos. • Confiável – o seu cálculo e divulgação deve ser feito por uma entidade isenta, em que os investidores confiem. De acordo com o perfil do fundo de investimento ou da carteira de previdência, deve-se estabelecer um benchmark adequado para avaliar o seu desempenho. No Brasil, a taxa CDI ainda é o mais popular benchmark para os investimentos em renda fixa, enquanto o Ibovespa representa o mais conhecido indicador de performance para investimentos em renda variável. INTRODUÇÃO introdução A seguir, veremos quais os principais benchmarks para renda fixa e renda variável. Para a avaliação do desempenho de um gestor, não basta apenas verificar a rentabilidade da carteira. É preciso identificar qual o risco assumido pelo gestor para atingir essa rentabilidade por meio de indicadores de performance ponderados pelo risco. Apresentar os principais benchmarks e indicadores de performance de carteiras de investimento, além de discutir sobre a relação entre risco e retorno, é o que pretendemos fazer ao longo desta unidade. Pós-Universo 7 PRINCIPAIS BENCHMARKS E ÍNDICES DE REFERÊNCIA DE RENDA FIXA Pós-Universo 8 Você saberia dizer qual o principal benchmark para os fundos de renda fixa atualmente? Até hoje, ainda é a taxa CDI e, certamente, você já ouviu falar sobre ela. Mas será que você sabe o que ela significa? Apesar de terem surgido nos últimos anos diversos novos indicadores de renda fixa, a taxa CDI over ainda continua sendo o mais popular benchmark para carteiras de renda fixa. Contudo, com o aumento de diferentes composições de carteiras observado nos últimos anos, a ANBIMA desenvolveu o Índice de Mercado ANBIMA – IMA para oferecer uma alternativa de índice de referência diferente do CDI. A seguir, veremos a descrição dos principais benchmarks utilizados para avaliar o desempenho das carteiras de renda fixa. Taxa CDI over Sendo a taxa CDI over a mais utilizada como benchmark para carteiras de renda fixa, é importante que saibamos o que ela significa e como é formada. A taxa CDI over é a taxa média diária dos Certificados de Depósito Interbancário negociados por um dia útil e, historicamente, apresenta um nível de taxa muito próximo da taxa SELIC. O CDI over é negociado no chamado mercado interbancário, ambiente em que as instituições financeiras realizam operações para gerenciar suas reservas bancárias. As reservas bancárias são formadas pelos recursos movimentados na conta corrente, poupança, depósitos e prazo, entre outras contas de uma instituição financeira, servindo como uma espécie de “conta corrente” que os bancos mantem junto ao Banco Central. Diariamente, a reserva bancária deve estar com o saldo zerado. Assim, se uma instituição financeira verificar que ficará com saldo positivo na conta reserva bancária, ela deve aplicar esses recursos no mercado interbancário. Da mesma forma, se uma instituição verificar que ficará com o saldo negativo, deve recorrer ao interbancário para tomar recursos emprestados. A negociação do CDI over é uma das maneiras de se zerar a conta reserva bancária. Para ilustrar a situação acima, imagine que o Banco A esteja com o saldo positivo de R$ 10 milhões em sua conta reserva bancário e o banco B com o saldo negativo de mesmo valor. Neste caso, o Banco B poderia adquirir um CDI de R$ 10 milhões emitido pelo banco A , e aí, ambos teriam zerado suas reservas bancárias. A taxa de CDI desse dia será a taxa média de todas as operações de CDI realizadas ao longo do dia. Pós-Universo 9 A utilização da taxa CDI como principal benchmark para investimentos em renda fixa vem recebendo duras críticas nos últimos anos, já que o volume de operações dessa natureza passou por uma drástica redução nesse período. Contudo, mesmo com a redução do mercado em que se pratica a taxa CDI, ela continua sendo amplamente utilizada como fatorde correção para diversos contratos financeiros, emissões de títulos de renda fixa, além de ser ainda o principal parâmetro de comparação de desempenho dos fundos de renda fixa. No mesmo período em que se observou no mercado interbancário essa queda no volume negociado de CDI, verifica-se um aumento expressivo do volume de negociação de operações compromissadas lastreadas em títulos públicos federais, que, como veremos a seguir, formam a taxa SELIC. Governo defende fim do CDI como principal benchmark de renda fixa Matéria veiculada em outubro de 2012, no portal do Estadão, indicava que a denúncia naquele ano de manipulação da taxa de juros do mercado interbancário de Londres, a Libor, que orienta operações financeiras ao redor do mundo, deu ao governo brasileiro mais um motivo para defender o fim do CDI como principal referência para operações de renda fixa do sistema financeiro nacional. No mesmo ano, a maior parte dos cerca de R$ 700 bilhões em CDB emitidos pelas instituições financeiras tinha como referência a taxa CDI, assim como os trilhões de reais negociados mensalmente em contratos de juros futuros na BM&FBOVESPA, ou ainda a maioria dos rankings de fundos de renda fixa. O problema é que tanto o número de operações quanto o volume negociado são baixos. O desconforto estava em ter uma taxa com tão pouco volume servindo de referência para um mercado que supera o trilhão de reais. Elaborado pelo autor, adaptado de: MODÉ, Leandro; FERNANDES, Adriana. Governo quer esvaziar CDI como referência. Estadão [online], 03 out. 2012. Disponível em: <http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,governo- quer-esvaziar-cdi-como-referencia,129336e>. Acesso em: 23 set. 2014. minicaso Pós-Universo 10 Taxa SELIC Tão conhecida quanto a taxa CDI, mas menos utilizada como benchmark para as carteiras de renda fixa, temos a taxa SELIC. A taxa SELIC representa a taxa média das operações compromissadas de um dia útil lastreadas em títulos públicos federais, registradas e líquidas no Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC. Por ser a taxa utilizada nas operações consideradas de menor risco e com maior liquidez possível disponível ao investidor, é considerada a taxa básica da economia. Assim como a taxa CDI, a taxa SELIC, por ser uma taxa de juros que representa a variação de um dia útil, sua utilização para carteiras que têm em sua composição títulos de longo prazo, pode não ser adequada. Dessa nova necessidade, surge o Índice de Mercado ANBIMA – IMA, como veremos a seguir. Índice de Mercado ANBIMA – IMA Você já ouviu falar no Índice de Mercado ANBIMA – IMA? Com o objetivo de oferecer indicadores alternativos a serem utilizados como benchmark de renda fixa, a ANBIMA desenvolveu uma família de indicadores chamada Índice de Mercado ANBIMA - IMA. Para atender de forma mais abrangente diferentes perfis de carteiras de investimentos, em um cenário de maior estabilidade econômica, em que os fundos de renda fixa poderiam alongar os prazos médios das suas carteiras e substituir os títulos pós-fixados por títulos prefixados indexados a índices de preços, a ANBIMA, em parceria com a BM&F e com o Tesouro Nacional, lançou um indicador de performance de carteiras de renda fixa como alternativa ao CDI e a taxa Selic. Trata-se do Índice de Mercado ANBIMA – IMA e seus subíndices, cujas carteiras são compostas por títulos públicos federais. O IMA é uma família de índices de renda fixa calculada e divulgada pela ANBIMA, composta por carteiras teóricas de títulos públicos federais, formadas com base em seus indexadores e prazos. Os subíndices do IMA refletem o comportamento dos seguintes tipos de remuneração: prefixados, atrelados à taxa Selic e atrelados a índices de preços (IPCA e IGP-M). Os índices de títulos atrelados a índices de preços e prefixados são, ainda, subdivididos de acordo com o prazo de vencimento dos títulos que os compõem. Pós-Universo 11 O Quadro 1 apresenta a relação de títulos públicos federais emitidos pelo Tesouro Nacional e que compõem as carteiras dos Índices ANBIMA. Observe que cada título apresenta características que o distingue dos demais títulos. Quadro 1: Características dos Títulos Públicos Federais Títulos Públicos Características LFT – Letra Financeira do Tesouro Título com taxa flutuante cuja remunera- ção base é a taxa SELIC LTN – Letra do Tesouro Nacional Título prefixado sem pagamento de cupons intermediários de juros NTN-F Nota do Tesouro Nacional – Série F Título prefixado com pagamento de cupons semestrais de juros NTN-B Nota do Tesouro Nacional – Série B Título corrigido pelo IPCA com pagamen- to semestral de juros NTN-C Nota do Tesouro Nacional – Série C Título corrigido pelo IGP-M com pagamen- to semestral de juros Fonte: site da Secretaria do Tesouro Nacional – STN. Quadro elaborado pelo autor. A seguir, vamos apresentar cada um dos subíndices do IMA. IRF-M Você gostaria de utilizar um benchmark para uma carteira formada apenas por títulos prefixados? O IRF-M cumpre esse papel. O IRF-M expressa a variação do preço de mercado das LTN e NTN-F, que são os títulos públicos federias prefixados emitidos pelo Tesouro Nacional e NTN-F. A ANBIMA criou dois subíndices para o IRF-M: o IRF-M 1, composto pelas LTN e NTN-F, com prazos de até um ano, e o IRF-M 1+, com ativos acima desse prazo. IMA-B E se você tivesse uma carteira formada apenas por títulos corrigidos pelo IPCA mais o pagamento de taxa de juros, qual seria o benchmark mais apropriado para avaliar a performance dessa carteira? A resposta é o IMA-B. Pós-Universo 12 O IMA-B expressa a variação do preço de mercado das NTN-B, títulos públicos federais em que parte da remuneração é atrelada à variação do IPCA, e uma outra parte prefixada. Em julho de 2014, o índice de mercado IMA-B era formado por 14 diferentes vencimentos de NTN-B entre 2014 e 2050. Fonte: ANBIMA. Disponível em <http://portal.anbima.com.br/informacoes- tecnicas/indices/Pages/default.aspx>. Acesso em: 30 out. 2014 fatos e dados IMA-C O IMA-C é semelhante ao IMA-B, porém sua composição é formada pelas NTN-C, títulos públicos federais indexados ao IGP-M. Como o Tesouro Nacional não vem emitindo NTN-C, a liquidez desses títulos é bastante restrita, o que dificulta replicar uma carteira IMA Geral. Por esse motivo, a ANBIMA passou a divulgar o IMA-Geral ex-C, montado nos mesmos moldes do IMA-Geral, mas sem incorporar a parcela relativa às emissões de NTN-C. A seguir, apresentamos a relação dos Índices ANBIMA, seus subíndices, bem como suas composições. • IMA-Geral: representa a rentabilidade ponderada do conjunto de todos os títulos públicos federais emitidos pelo Tesouro Nacional em poder do público. Corresponde à média ponderada dos retornos diários do IMA-B, IMA-C, IMA-S e IRF-M. • IMA Geral ex-C: representa a rentabilidade ponderada do conjunto de todos os títulos públicos federais emitidos pelo Tesouro Nacional em poder do público, excluindo-se as NTN-C. Corresponde à média ponderada dos retornos diários do IMA-B, IMA-S e IRF-M. Pós-Universo 13 • IMA-S: representa a carteira de mercado composta pelas LFT disponíveis no mercado. • IMA-B: representa a carteira de mercado composta pelas NTN-B disponíveis no mercado. • IMA-B 5: IMA-B: representa a carteira de mercado composta pelas NTN-B com prazo de até cinco anos disponíveis no mercado. • IMA-B 5+: representa a carteira de mercado composta pelas NTN-B com prazo acima de cinco anos disponíveis no mercado. • IMA-C: representa a carteira de mercado composta pelas NTN-C disponíveis no mercado. • IMA-C 5: representa a carteira de mercado composta pelas NTN-C com prazo de até cinco anos disponíveis no mercado. • IMA-C 5+: representa a carteira de mercado composta pelas NTN-C com prazo acima de cinco anos disponíveis no mercado. • IRF-M: representa a carteira de mercado composta pelos títulos prefixados (LTN e NTN-F) disponíveis no mercado. •IRF-M 1: representa a carteira de mercado composta pelos títulos prefixados (LTN e NTN-F) com prazo de até um ano disponíveis no mercado. • IRF-M 1+: representa a carteira de mercado composta pelos títulos prefixados (LTN e NTN-F) com prazo acima de um ano disponíveis no mercado. Pós-Universo 14 IDkA Além dos Índices da família IMA, a ANBIMA criou um conjunto de índices de carteiras ponderadas pelo prazo de emissão, o IDkA - Índice de Duração Constante ANBIMA, que mede o comportamento de carteiras sintéticas de títulos públicos federais com prazo constante. Os benchmarks são calculados a partir de vértices escolhidos da Estrutura a Termo da Taxa de Juros - ETTJ prefixada e da indexada ao IPCA disponibilizadas pela ANBIMA, construídas com base nas taxas indicativas de títulos públicos de mercado secundário. Para o segmento prefixado, são divulgados índices com duração de três meses, um ano, dois anos, três anos e cinco anos. Para as carteiras formadas por títulos indexados ao IPCA, são divulgados índices com prazos de dois anos, três anos, cinco anos, dez anos, vinte anos e trinta anos. A utilização de um benchmark adequado é fundamental para a correta avaliação da performance de um fundo de renda fixa. No Brasil, o investidor acostumou-se a usar o CDI como referência para os investimentos de renda fixa, sem se preocupar qual era a composição da carteira. Quando os fundos eram compostos exclusivamente por títulos de curto prazo e pós-fixados indexados ao CDI ou a taxa Selic, essa comparação fazia sentido. Contudo, dada a mudança no perfil das carteiras de renda fixa observada nos últimos anos, que passaram a ser integradas também por títulos prefixados e indexados à inflação, em muitos casos, o CDI parece já não ser o benchmark mais apropriado. Nesse sentido, a utilização da família de índices IMA parece cada vez mais adequada como benchmark para muitas carteiras de renda fixa. O grande desafio, agora, será convencer os investidores acostumados com o CDI a trocá-lo pelo IMA e seus subíndices. Pós-Universo 15 PRINCIPAIS BENCHMARKS E ÍNDICES DE REFERÊNCIA DE RENDA VARIÁVEL Pós-Universo 16 Você conhece os principais benchmarks utilizados para as carteiras de renda variável no Brasil? É o que veremos ao longo desta aula. Os índices de ações no mercado brasileiro utilizados como benchmarks para os fundos de renda variável são indicadores de desempenho de um conjunto de ações que mostram a valorização de um determinado grupo de papéis ao longo do tempo. Como os preços das ações podem variar por fatores relacionados à empresa ou por fatores externos, como o crescimento do país, do nível de emprego e da taxa de juros, as ações componentes de um mesmo índice podem apresentar, em um mesmo período, comportamentos diferentes em termos de valorização ou desvalorização. A B&MFBOVESPA divulga diversos índices de renda variável compostos por ações agrupadas por diferentes critérios. Esses índices são classificados como: • Índices Amplos. • Índices Setoriais. • Índices de Sustentabilidade. • Índices de Governança. • Índices de Segmento. • Outros Índices. Vejamos, agora, as principais características de cada um desses índices de renda variável. Índices Amplos O primeiro grupo de índices de renda variável que vamos apresentar será o de índices amplos. O que, portanto, significa índice amplo? Os índices amplos procuram representar o comportamento do mercado acionário como um todo e são compostos pelas principais empresas listadas na bolsa de valores, de diversos setores e de diferentes tamanhos. O peso de cada ação no índice, geralmente, é ponderado pelo volume de negociação ou pelo valor de mercado das empresas que o compõem. Pós-Universo 17 Dentre os índices amplos divulgados pela BM&FBOVESPA, temos: • Índice Bovespa – Ibovespa. • Índice Brasil 50 - IBrX 50. • Índice Brasil 100 - IBrX 100. • Índice Brasil Amplo – IbrA. Ibovespa Certamente, você já ouviu falar no Ibovespa, o mais famoso índice de ações da bolsa brasileira. Mas você sabe o que ele representa? O Ibovespa é o mais antigo e mais importante índice do mercado acionário brasileiro e tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de maior negociabilidade e representatividade do mercado de ações brasileiro. Diferentemente dos principais índices acionários internacionais, cuja ponderação da carteira leva em consideração o free float, isto é, o valor de mercado das ações em circulação, até 2013, o Ibovespa era ponderado apenas pelo volume de negociação das ações. No final de 2013, com o objetivo de alinhar o principal índice de ações brasileiro aos mais importantes índices acionários internacionais, o Ibovespa sofreu a primeira alteração de metodologia desde sua criação em 1968, passando a ser ponderado também pelo free float. O mais conhecido benchmark para carteiras de renda variável no Brasil, o IBOVESPA também é o mais antigo, com a sua cotação iniciada em 1968. Fonte: site da BM&FBOVESPA. Disponível em: <http://www.bmfbovespa. com.br/indices/ResumoEvolucaoDiaria.aspx?Indice=IBOVESPA&idioma=pt- br>. Acesso em: 30 out. 2014 fatos e dados Pós-Universo 18 IBrX e IBrX 50 Menos conhecido, porém, não menos importante que o Ibovespa, temos o IBrX e uma variação do índice, que é o IBrX 50. O IBrX - Índice Brasil é um índice que mede o retorno total de uma carteira teórica composta por 100 ações selecionadas entre as mais negociadas na BM&FBOVESPA em termos de liquidez, ponderadas na carteira pelo valor de mercado das ações disponíveis à negociação (free float). O IBrX-50 tem as mesmas características do IBrX, mas mede o retorno total de uma carteira teórica composta por 50 ações. IBrA O Índice Brasil Amplo - IBrA mede retorno das ações de todas as empresas listadas na BM&FBOVESPA cujos índices de negociabilidade somados representem 99% do valor acumulado de todos os índices individuais e com participação em termos de presença em pregão igual ou superior a 95% no período. As ações componentes são selecionadas por sua liquidez e ponderadas nas carteiras pelo valor de mercado das ações disponíveis à negociação. Índices Setoriais E se você desejar constituir uma carteira de fundo focado em um setor específico da economia, por exemplo, o setor imobiliário? Será que existiria um benchmark adequado para uma carteira com essas características? A resposta é sim. Trata-se dos índices setoriais. Constituídos pelas empresas abertas mais significativas de setores específicos, os índices setoriais têm o objetivo de oferecer uma visão segmentada do comportamento dos mercados de ações, representando uma medida do comportamento agregado do segmento econômico considerado. Pós-Universo 19 Mas quais os índices setoriais atualmente divulgados pela BM&F Bovespa? Ela divulga os seguintes índices setorias: • Índice Energia Elétrica – IEE. • Índice Industrial – INDX. • Índice Consumo – ICON. • Índice Imobiliário – IMOB. • Índice Financeiro – IFNC. • Índice Materiais Básicos – IMAT. • Índice Utilidade Pública – UTIL. A seguir, vamos apresentar a você uma breve descrição sobre cada um dos índices setoriais. IEE O IEE foi lançado com o objetivo de medir o desempenho do setor de energia elétrica, constituindo-se como um instrumento para a avaliação da performance de carteiras especializadas nesse setor. INDX O INDX foi desenvolvido com o objetivo de medir o desempenho das ações mais representativas do setor industrial, com sua carteira teórica composta pelas ações mais representativas da indústria, selecionadas por sua liquidez e ponderadas na carteira pelo valor de mercado das ações disponíveis para negociação. Pós-Universo 20 ICON O objetivo do ICON é oferecer uma visão segmentada do mercado acionário, medindo o comportamento das ações das empresas representativas dos setores de consumo cíclico e não cíclico. As ações componentessão selecionadas em termos de liquidez e ponderadas nas carteiras pelo valor de mercado das ações disponíveis para negociação. IMOB O IMOB é composto pelas empresas mais representativas dos setores da atividade imobiliária, compreendidos por construção civil, intermediação imobiliária e exploração de imóveis. IFNC O IFNC é composto pelas empresas mais representativas dos setores de intermediários financeiros, serviços financeiros diversos e previdência e seguros. IMAT O IMAT mede o comportamento das ações das empresas representativas do setor de Materiais Básicos. UTIL O UTIL é composto pelas empresas mais representativas do setor de utilidade pública, isto é, energia elétrica, água e saneamento e gás. Além dos índices apresentados até o momento, diversos outros podem ser utilizados de acordo com a característica da carteira, como veremos a seguir. Pós-Universo 21 Índices de Sustentabilidade Esses índices foram desenvolvidos em linha com uma nova tendência global: valorizar o meio ambiente e promover meios de produção sustentáveis. Diferente dos demais índices da Bovespa, os índices de sustentabilidade agrupam empresas de diversos setores que compartilham a visão de uma economia mais sustentável, maior compromisso com o meio ambiente e com a sociedade. • Índice de Sustentabilidade Empresarial – ISE. • Índice Carbono Eficiente - ICO2. ISE O ISE é um índice que mede a performance das empresas sob o aspecto da sustentabilidade corporativa, baseada em eficiência econômica, equilíbrio ambiental, justiça social e governança corporativa. ICO2 O ICO2 é constituído pelas ações das companhias que compõem o IBrX-50 e que adotaram práticas transparentes com relação a suas emissões de gases efeito estufa (GEE), levando em consideração, para ponderação da carteia o grau de eficiência de emissões de GEE, além do free float. Índices de Governança Os índices de governança corporativa dão destaque às empresas que optaram por adotar mais transparência e mais respeito aos seus acionistas. As empresas que participam desses índices são as que optaram por alguma das categorias de governança corporativa da Bovespa: Nível 1, Nível 2 e Novo Mercado. • Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada – IGCX. • Índice Governança Corporativa Trade – IGCT. • Índice Governança Corporativa – Novo Mercado - IGC-NM. • Índice de Ações com Tag Along Diferenciado – ITAG. Pós-Universo 22 IGCX O IGC - Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada mede o desempenho de uma carteira teórica composta por ações de empresas que apresentem bons níveis de governança corporativa. São elegíveis para compor a carteira teórica do índice, ações emitidas por empresas negociadas no Novo Mercado ou classificadas nos Níveis 1 e 2 da BM&FBOVESPA. IGCT O IGCT é composto pelas ações de empresas integrantes do IGC que, nos últimos 12 meses, faça parte dos conjuntos de ações cujos índices de negociabilidade somados representem 99% do valor acumulado de todos os índices individuais e que tenha participação igual ou superior a 95% nos pregões do período. IGC-NM O IGC-NM mede o desempenho de uma carteira teórica composta por ações de empresas que apresentem bons níveis de governança corporativa e que estejam listadas no Novo Mercado. ITAG O ITAG tem por objetivo medir o desempenho de uma carteira teórica composta por ações de empresas que ofereçam melhores condições aos acionistas minoritários, no caso de alienação do controle. São elegíveis para constituir o índice todas as ações para as quais a empresa concede tag along superior em relação à legislação aplicável e que tenham sido negociadas em pelo menos 30% dos pregões ocorridos nos doze meses anteriores à formação da carteira. Pós-Universo 23 Índices de Segmento • Índice MidLarge Cap – MLCX. • Índice Small Cap – SMLL. • Índice Valor – 2ª Linha - IVBX 2. • Índice Dividendos – IDIV. MLCX O objetivo do MLCX é medir o comportamento das empresas listadas na de maior capitalização, que, em conjunto, representarem 85% do valor de mercado total da Bolsa. SMLL O SMLL mede o retorno de um investimento em uma carteira teórica composta pelas ações emitidas pelas companhias com os menores valores de capitalização, listadas na BM&FBOVESPA, cujo valor total represente, conjuntamente, 15% da soma dos valores de capitalização de todas as companhias listadas. IVBX 2 O IVBX 2 tem como objetivo mensurar o retorno de uma carteira hipotética constituída, exclusivamente, por papéis emitidos por empresas de excelente conceito junto aos investidores, classificadas a partir da 11ª posição, tanto em termos de valor de mercado como de liquidez de suas ações. IDIV O IDIV mede o comportamento das ações das empresas que melhor remuneram os investidores, sob a forma de dividendos e juros sobre o capital próprio. Fazem parte da carteira IDIV as ações que apresentaram os maiores “dividend yields” nos últimos 24 meses anteriores à seleção da carteira. Pós-Universo 24 Outros Índices Além dos índices listados anteriormente, a BM&FBovespa divulga outros índices que não se enquadram em nenhuma das categorias acima. São eles: • Índice de BDRs Não Patrocinados GLOBAL – BDRX. • Índice Fundos de Investimentos Imobiliários – IFIX. BDRX O BDRX mede o comportamento dos BDRs Não Patrocinados, autorizados à negociação na BM&FBOVESPA, sendo incluídos no índice todos os BDRs Não Patrocinados listados que tiverem market maker (formador de mercado). IFIX O IFIX mede a performance de uma carteira composta por cotas de fundos imobiliários que são listados para negociação, selecionados de acordo com a liquidez e ponderados pelo valor de mercado. Como podemos observar ao longo desta aula, o mercado brasileiro vem criando inúmeros indicadores de referência para as carteiras compostas por títulos de renda variável. Essa diversidade de índices permite ao investidor escolher melhor qual o benchmark mais apropriado a sua carteira de ações. Pós-Universo 25 RELAÇÃO ENTRE RISCO E RETORNO E A REDUÇÃO DO RISCO ATRAVÉS DA DIVERSIFICAÇÃO Pós-Universo 26 Será que existe alguma relação entre risco assumido e retorno esperado de um investimento? A resposta é sim. Tendo em vista que qualquer investimento envolve algum grau de incerteza, o seu resultado representa uma expectativa, e não uma certeza de retorno. Dessa maneira, a decisão de investimento envolve a análise e comparação de valores esperados, e não da taxa de retorno certo, como é feito em análises de investimento em condições de certeza. Nesta aula, será apresentada a fundamentação teórica dos conceitos de risco, incerteza, valor esperado e utilidade. Diferenciação Entre Risco e Incerteza Risco e incerteza são a mesma coisa? Embora guardem semelhanças entre si, existem diferenças entre ambos. Invariavelmente, a noção de risco está associada à possibilidade de perda de algo, sendo que, quanto mais valiosa a coisa e quanto maior a probabilidade de perda, maior o risco. Tanto o risco quanto a incerteza estão associados a um conhecimento imperfeito de um evento futuro, embora haja uma diferença conceitual entre ambos (SÁ, 1999). Uma situação de risco configura-se quando se conhece a distribuição de probabilidades de cada um dos eventos possíveis relacionados à decisão tomada, ou seja, pode-se construir objetivamente a distribuição de probabilidades do evento futuro, supondo-se uma variável aleatória. Por outro lado, temos uma situação dita de incerteza, quando não temos conhecimento objetivo da distribuição de probabilidades associadas aos eventos que poderão resultar. O que se procura em uma situação de incerteza é estimar uma distribuição de probabilidades para um evento futuro, utilizando, para isso, conhecimento acumulado pelo exame dos resultados de situações análogas ocorridas no passado. Sá (1999) lembra que, embora diante de uma situação de incerteza não se possaconfigurar objetivamente uma distribuição de probabilidades, boas informações e uma boa capacidade de avaliação das informações podem levar à construção de distribuições de probabilidades para os eventos futuros que, apesar de subjetivas, melhoram as chances do investidor. Pós-Universo 27 Em relação à construção da distribuição de probabilidades subjetivas para resultados de eventos futuros, existem duas correntes de escola estatística: a escola clássica e a escola bayesiana. A escola clássica afirma que o uso de probabilidades subjetivas resulta em nada. Para resolver situações desse tipo, os clássicos utilizam técnicas desenvolvidas pela teoria dos jogos. A outra escola, chamada bayesiana, considera impossível ignorar as probabilidades subjetivas. Os bayesianos alegam que o uso das probabilidades subjetivas é justificável, uma vez que qualquer informação que se tenha sobre determinado assunto, quando usada adequadamente, possibilita maiores acertos do que os resultados obtidos de uma decisão sobre um assunto do qual nada se sabe. A fim de usar as estimativas de probabilidades subjetivas, os bayesianos as tratam como se fossem probabilidades objetivas. Assim, quando tratando com situações de incerteza e usando probabilidades subjetivas, os adeptos dessa escola agem como se estivessem frente a uma situação de risco. Na análise de investimentos em títulos de retorno incerto, retorno esse considerado como uma variável aleatória, o analista de investimentos acredita que a distribuição dos retornos estimados retrata, de maneira fiel, a verdadeira distribuição de probabilidades dessa variável aleatória. Dado que os investimentos ocorrem em condições de incerteza, as decisões de investimento envolvem analisar e comparar valores esperados. Valor Esperado Ao tomarmos a decisão de realizar um investimento, temos apenas uma expectativa de qual será a sua rentabilidade, dado que ele ocorre em condições de incerteza, e, portanto, o retorno efetivamente obtido pode ser diferente do retorno esperado. Segundo Anderson, Sweeney e Williams (2002), na tentativa de prever riscos, alguns dos primeiros trabalhos sobre a teoria das probabilidades surgem a partir da troca de correspondências entre Pierre de Fermat e Blaise Pascal no século XVII, e possibilitaram a realização de apostas em eventos futuros com a quantificação das possibilidades de perdas e ganhos. Pós-Universo 28 Outra importante contribuição para a quantificação de risco de perdas foi dada por Bernoulli (1713), que propôs a lei dos grandes números, em que estabelece que a probabilidade de ocorrência de um evento tende a um valor constante quando o número de ensaios desse evento tende ao infinito. O conceito de valor esperado corresponde à ponderação dos resultados possíveis dos retornos de um investimento por suas probabilidades de ocorrência. A relação dos possíveis retornos do período de manutenção do investimento é chamada de distribuição de probabilidade desses retornos (BODIE; KANE; MARCUS, 2000). Nessas condições, a análise de investimento se concentraria na seleção da alternativa que maximizasse o valor esperado. A utilização do valor esperado como critério para análise e seleção de investimentos foi amplamente aceita e utilizada até a proposição do Paradoxo de São Petersburgo, quando Bernoulli (1738) apresentou sua solução, mostrando que o critério do valor esperado é insuficiente para a tomada de decisão de investimento, definindo e propondo a utilidade esperada como a abordagem mais adequada. Conceito de Utilidade Em relação ao conceito de utilidade, você já ouviu falar a respeito do Paradoxo de São Petersburgo? Ao solucionar o Paradoxo de São Petersburgo, Bernoulli (1738) propôs que a determinação do valor de um item não deve ser baseada em seu preço, mas sim na utilidade que esse item proporciona, ou seja, em geral, as pessoas agem não em busca da maximização do retorno esperado, e sim buscando maximizar a utilidade atribuída à importância a ser recebida. Além disso, cada indivíduo tem uma função utilidade diferente, já que a utilidade atribuída à determinada importância em dinheiro varia de pessoa para pessoa. Em seu estudo sobre interação entre agentes racionais, Neumann e Morgenstern (1944) expuseram a teoria de maximização da utilidade esperada, em que propuseram que, frente a alternativas de investimento com determinadas condições de retorno e risco, nem todos os investidores agem da mesma maneira. Que tipo de investidor você se considera? Arrojado, conservador ou moderado? Pós-Universo 29 Para Elton e Gruber (1995), os investidores podem ser divididos em três grandes grupos relativamente a sua atitude frente ao risco: 1. Avessos ao risco. 2. Indiferentes ao risco. 3. Amantes do risco. O conceito de utilidade sugere que os investidores agem, em geral, objetivando maximizar a utilidade esperada atribuída à importância resultante do valor esperado do investimento, e não objetivando maximizar o valor esperado. O ponto básico de análise de utilidade feita por Neumann e Morgenstern (1944) é que as pessoas agem de tal forma a maximizar a utilidade do resultado esperado em lugar de agir para maximizar o resultado esperado. No caso da análise de carteiras de investimento, o grau de satisfação ou utilidade de uma pessoa está associado a sua possibilidade de consumo, sendo o consumo uma consequência da poupança acumulada, ou seja, uma função da riqueza, e, por sua vez, a acumulação de riqueza uma consequência das taxas de retorno obtidas nas aplicações. Segundo Sá (1999), dado que as decisões de investimento são tomadas em condições de incerteza, a maximização da utilidade significa maximizar aquilo que se espera que a utilidade seja. Entre duas alternativas distintas de investimento com diferentes relações entre risco, retorno esperado e risco, o processo racional de escolha depende da função utilidade do investidor, que escolhe aquela que lhe traz maior satisfação. Se, entre duas alternativas diferentes, o investidor se mostra indiferente, significa que a utilidade esperada para ambas as alternativas é a mesma. O conceito de utilidade foi empregado na concepção da teoria das carteiras desenvolvida por Markowitz (1952) para investidores racionais avessos ao risco e com funções utilidades quadráticas, como veremos a seguir. Pós-Universo 30 Teoria das Carteiras Você já ouviu falar sobre a Teoria das Carteiras formulada por Markowitz? É sobre essa teoria que iremos falar a seguir. Embora os conceitos de utilidade e aversão a risco já vinham sendo estudados desde o século 18, apenas nos anos 1950, quando Markowitz (1952) propôs a teoria das carteiras, é que surgiram medidas formais para o risco de um ativo. Com o objetivo de explicar e postular os princípios básicos envolvidos na construção de uma carteira de títulos e determinar a relação existente entre risco e retorno para o investidor, Markowitz (1952) formulou a teoria das carteiras, fundamentado em algumas premissas racionais, estabelecendo um modelo matemático para determinação das chamadas carteiras eficientes. Markowitz (1952), contrariando o que se supunha na época a respeito de decisão de investimento, construiu um modelo teórico no qual a tomada de decisão de um investidor racional considera não apenas o valor esperado do investimento, mas também o risco associado a ele. O autor constatou que esse investidor, para maximizar sua satisfação, não aplica todos os seus recursos no ativo que apresenta maior retorno esperado, e sim em uma carteira diversificada que maximize a relação entre risco e retorno. De acordo com a teoria das carteiras de Markowitz (1952), os investimentos ocorrem em condições de incerteza e os investidores são racionais e avessos ao risco, tomando suas decisões de investimento baseados em dois elementos: retorno esperado do investimento e risco desse investimento,dados, respectivamente, pelos parâmetros média e variância da distribuição de probabilidades dos retornos dos ativos. A teoria de carteiras de Markowitz (1952) objetiva determinar o conjunto de carteiras que irão compor a chamada fronteira eficiente, isto é, o lugar geométrico das carteiras de mínima variância, para um dado nível de retorno esperado, e das carteiras de máximo retorno esperado, para um dado nível de risco. Pós-Universo 31 Em 1990, Harry Markowitz, juntamente com Merton M. Miller e Willian F. Sharpe, foi laureado com o Prêmio Nobel de Economia pelo desenvolvimento da teoria de seleção de portfolios. Fonte: Página Oficial do Prêmio Nobel. Disponível em: <http://www. nobelprize.org/nobel_prizes/economic-sciences/laureates/1990/>. Acesso em: 30 out. 2014. fatos e dados O trabalho de Markowitz (1952) assume que os investidores formam suas carteiras de investimento a partir de um universo composto unicamente por ativos de risco. Posteriormente, esse trabalho foi complementado por Tobin (1958), que acrescentou um ativo livre de risco ao modelo. Taxa Livre de Risco Imagine que você precise tomar uma decisão de investimento. Provavelmente, um dos aspectos que você irá observar será identificar qual a rentabilidade alternativa de investimento menos arriscada disponível. Essa taxa é a chamada taxa livre de risco ou custo de oportunidade e serve para comparar e mensurar o retorno das demais alternativas de investimento. Tobin (1958) complementou o trabalho de Markowitz (1952) ao propor a inclusão de um ativo livre de risco no modelo, cujo retorno seria conhecido no momento do investimento. Ao analisar a demanda dos investidores por ativos de risco e dinheiro, Tobin (1958) constatou que os investidores formam suas carteiras a partir da combinação de ativos de risco com o ativo livre de risco, definindo qual participação do ativo livre de risco é adequada para maximizar sua utilidade. A partir do trabalho de Markowitz (1952), complementado por Tobin (1958), diversos outros trabalhos surgiram na busca pela compreensão do comportamento dos preços dos ativos e a relação de equilíbrio entre risco e retorno. Dentre os modelos de precificação de ativos financeiros, o CAPM destaca-se como um dos modelos de precificação de ativos mais conhecidos e utilizados. Pós-Universo 32 Capital Asset Pricing Model - CAPM Você conhece o CAPM? Trata-se de um dos mais conhecidos e utilizados modelos de precificação de ativos. É sobre ele que vamos falar agora. Com base no Modelo de Markowitz (1952), aperfeiçoado por Tobin (1958), Sharpe (1964), Lintner (1965) e Mossin (1966) desenvolveram o Modelo de Precificação de Ativos Financeiros, Capital Asset Pricing Model – CAPM. O CAPM é um modelo de precificação de ativos que contém um único fator de risco, o beta, para explicar os retornos dos ativos, e estabelece que, em condições de equilíbrio, o retorno esperado de um ativo é uma função linear de três variáveis: • O beta, que mede a sensibilidade do ativo em relação à carteira de mercado. • A taxa de retorno do ativo livre de risco. • E o retorno esperado para a carteira de mercado. A representação matemática do CAPM, que relaciona o retorno esperado de um determinado ativo de risco pela taxa livre de risco e pelo prêmio de risco de mercado, é demonstrada pela equação da reta Y = a + bx, representada por: E(ri) – rf = αi + βi [ E(rM) – rf ] + εi Em que: i é a carteira ou ativo de risco. f é o ativo livre de risco. E(ri) é o retorno esperado da carteira i. rf é o retorno do ativo livre de risco. ri - rf é o excesso de retorno da carteira i. αi é o coeficiente alfa, que representa o parâmetro linear da reta de regressão; é usado para mensurar a capacidade dos gestores de carteiras de investimento para obter retornos mais elevados do que o que seria esperado, dado o nível de risco de cada uma das carteiras. βi é o coeficiente beta, que representa o parâmetro angular da reta de regressão. É uma medida de sensibilidade dos retornos da carteira em relação ao mercado. É dado por: βi = Cov (ri , rM) σ2 (rM) Pós-Universo 33 Em que: Cov (ri, rm) é a covariância entre os retornos da carteira de risco e da carteira de mercado. σ2(rM) é a variância do retorno da carteira de mercado. M é a carteira de mercado. E(rM) é o retorno esperado para a carteira de mercado. E(rM) - rf é o excesso de retorno da carteira de mercado. εi é o fator aleatório, o erro da reta de regressão que representa o risco não sistemático ou diversificável. Ao assumirmos que o risco não sistemático pode ser eliminado por meio da diversificação e que em equilíbrio o alfa de uma carteira é igual a zero, temos, então, a equação do modelo CAPM: E(ri) = rf + βi [ E(rM) – rf ] É importante que você saiba que o CAPM, alternativamente, pode ser interpretado como um modelo de mensuração de performance com um fator de risco, em que o coeficiente alfa indica a performance da carteira que se deseja mensurar, como veremos a seguir, em que serão apresentados os principais indicadores de performance dos fundos de investimento. A Teoria Moderna da Carteira inseriu na avaliação de investimento a inclusão do risco como um dos fatores decisórios, além de apresentar os benefícios da diversificação dos ativos. Essas lições, apresentadas pela primeira vez a mais de sessenta anos, são até hoje utilizadas na avaliação de investimentos. Pós-Universo 34 PRINCIPAIS INDICADORES DE PERFORMANCE PARA FUNDOS DE INVESTIMENTO E CARTEIRAS PREVIDENCIÁRIAS Pós-Universo 35 Ao se avaliar a performance de um fundo, uma indagação pode surgir: aquele que apresenta a melhor rentabilidade em determinado período pode ser considerado o de melhor desempenho? Nem sempre. É preciso, primeiro, ajustar o retorno do fundo ao risco assumido pelo gestor. Vamos, a seguir, entender um pouco melhor o que isso significa. O desempenho de carteiras e a habilidade de gestores de fundos de investimento têm sido objetos de pesquisa de inúmeros trabalhos empíricos desde os anos 1960, inicialmente, na literatura financeira internacional e, mais recentemente, na literatura nacional. Na literatura financeira internacional, as pesquisas sobre avaliação de performance dos fundos de investimento utilizam principalmente indicadores de desempenho baseados na relação entre risco e retorno esperado da carteira. “Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura”. Fonte: extraído do Guia para Publicidade e Divulgação de Material Técnico de Fundos de Investimento da ANBIMA. reflita Dentre os principais indicadores de performance utilizados para avaliar o desempenho de fundos de investimento, temos: • Índice de Treynor. • Índice de Sharpe. • Índice de Sortino. • Alfa de Jensen. • Information Ratio. • Índice M2 (Modigliani & Modigliani). Vamos, a seguir, entender como cada um desses indicadores mede o desempenho dos fundos. Pós-Universo 36 Índice de Treynor O primeiro indicador de performance que vamos apresentar será o índice de Treynor, desenvolvido pelo economista Jack Treynor, em 1965. Treynor apresentou uma nova abordagem para a mensuração de performance de fundos de investimento, utilizando uma medida de retorno em relação ao risco da carteira. A partir de uma amostra de 20 fundos analisados pelo período compreendido entre 1953 e 1962, Treynor desenvolveu um indicador de performance, o índice de Treynor, que mede o prêmio de risco de um ativo ou de uma carteira como sendo a razão entre o retorno acima da taxa livre de risco e o risco de mercado da carteira medido pelo seu beta. O Índice de Treynor é dado pela seguinte fórmula: IT = ri – rf βi Em que: IT é o Índice de Treynor. i é a carteira ou ativo de risco. f é o ativo livre de risco. ri é o retorno da carteira i. rf é o retorno do ativo livre de risco. ri -rf é o excesso de retorno da carteira i. βi é o coeficiente beta da carteirai. Índice de Sharpe Em 1966, Willian Sharpe estendeu o trabalho de Treynor e apresentou um dos indicadores mais populares até os dias de hoje para a mensuração de performance de fundos de investimento: o índice de Sharpe. O índice de Sharpe, assim como o índice de Treynor, também mede a razão entre o retorno acima da taxa livre de risco e o risco de mercado da carteira medido pelo seu beta. Contudo, utiliza o desvio padrão no lugar do beta como medida de risco e é expresso por meio da seguinte fórmula: Pós-Universo 37 ( )IS = ri – rf σr i Em que: IS é o Índice de Sharpe. i é a carteira ou ativo de risco. f é o ativo livre de risco. ri é o retorno da carteira i. rf é o retorno do ativo livre de risco. ri -rf é o excesso de retorno da carteira i. σri é o desvio padrão dos retornos da carteira i. Mesmo sendo um dos indicadores de performance mais utilizados para a mensuração de performance de fundos de investimento, o Índice de Sharpe possui limitações, por exemplo, a impossibilidade de compararmos fundos com Índices de Sharpe negativos. Para ter acesso ao artigo original de Sharpe, veja: SHARPE, W. F. Mutual fund performance. Journal of Business, v.39, no.1, p.119-138, jan. 1966. saiba mais Índice de Sortino Sortino (1994) apresenta o Índice de Sortino, que é um indicador de performance semelhante ao Índice de Sharpe. A diferença é que, enquanto o índice de Sharpe considera o desvio padrão de todos os retornos, o Índice de Sortino considera apenas o desvio padrão dos retornos negativos e é dado pela fórmula: ( )ISo = ri – rf σr <0 i Em que: ISo é o Índice de Sortino. ri -rf é o excesso de retorno da carteira i. σri<0 é o desvio padrão dos retornos negativos da carteira i. Pós-Universo 38 Alfa de Jensen Outro indicador de performance muito utilizado para avaliar o desempenho dos fundos de investimento é o alfa de Jensen (1968), que se baseia no modelo CAPM e é obtido por meio da seguinte fórmula: α = ri – β . rb Em que: α é o alfa de Jensen. ri é o retorno da carteira i. rb é o retorno do benchmark b. O CAPM postula que, em equilíbrio, o alfa de qualquer ativo ou fundo deve ser igual a zero. Contudo, um alfa diferente de zero indica a ocorrência de retornos anormais na carteira de investimento. Um alfa positivo aponta que a carteira apresenta performance superior ao equilíbrio de mercado previsto pelo modelo, revelando habilidade do gestor. Por outro lado, um alfa negativo indica que o gestor não possui habilidade suficiente para superar o benchmark da carteira. Desenvolvido por Michael Jensen em 1968 para mensurar a performance de fundos de investimento, o Alfa de Jensen é um dos mais antigos indicadores de performance de carteiras de investimentos e até hoje um dos mais utilizados para a avaliação do desempenho de fundos de investimento. Fonte: JENSEN, M.C. The performance of mutual funds in the period 1948- 1964. Journal of Finance, v. 23, no. 2, p.389-416, may 1968. fatos e dados Pós-Universo 39 Information Ratio - IR Também semelhante ao Índice de Sharpe, o IR mede a razão entre o retorno excedente do fundo em relação ao benchmark e o desvio padrão do retorno excedente. É dado pela seguinte fórmula: ( )IR = ri – rb σr – r i b Em que: IR é o Information Ratio. ri - rb é o excesso de retorno da carteira i sobre o benchmark. ri é o retorno da carteira i. rf é o retorno do ativo livre de risco. ri - rf é o excesso de retorno da carteira i. σri - rb é o desvio padrão do excesso de retorno da carteira i. Índice M2 (Modigliani & Modigliani) O Índice de Modigliani apresentado por Modigliani e Modigliani (1997) mede a razão entre o retorno absoluto do fundo de investimento e risco da carteira, dado pelo desvio padrão dos retornos da carteira. É representado pela fórmula: M2 = rf + (ri – rf ) σr i . σr b Em que: M2 é o Índice de Modigliani. rf é o retorno do ativo livre de risco. ri -rf é o excesso de retorno da carteira i. σri é o desvio padrão dos retornos da carteira i. σrb é o desvio padrão dos retornos do benchmark. Pós-Universo 40 Indicadores de Performance para Fundos com Gestão Passiva Existem indicadores de performance também para fundos com gestão passiva? A resposta é sim e vamos falar sobre eles agora. Os indicadores de performance mostrados acima são utilizados para mensurar fundos com gestão passiva. Contudo, existem também indicadores para avaliar o desempenho de fundos com gestão passiva. Nesse caso, a performance está relacionada à aderência ao benchmark, e não ao retorno ajustado ao risco. Dentre os principais indicadores para fundos passivos, temos o Erro Quadrático Médio – EQM e o Tracking Error atenção Não importa se a carteira de investimento utiliza gestão ativa ou gestão passiva, sempre haverá um indicador de performance adequado para mensurar o seu desempenho. atividades de estudo 1. O benchmark mais utilizado para os fundos de renda fixa ainda é: a) O IPCA. b) O CDI. c) A TJLP. d) A Poupança. e) O CDB. 2. A família de índices de renda fixa calculada e divulgada pela ANBIMA, composta por carteiras teóricas de títulos públicos federais, formadas com base em seus indexadores e prazos, é conhecida como: a) TJLP. b) CDI. c) SELIC. d) IMA. e) TR. 3. O título público federal prefixado sem pagamento de cupons intermediários de juros chama-se: a) LFT. b) NTN-B. c) NTN-C. d) NTN-F. e) LTN. atividades de estudo 4. Os índices de mercado de renda variável que procuram representar o comportamento do mercado acionário como um todo e são compostos pelas principais empresas listadas na bolsa de valores, de diversos setores e de diferentes tamanhos são conhecidos como: a) Índices Amplos. b) Índices Setoriais. c) Índices de Sustentabilidade. d) Índices de Governança. e) Índices de Segmento. 5. O índice de ações brasileiro que sofreu a primeira alteração de metodologia desde sua criação em 1968, passando a ser ponderado também pelo free float, foi o: a) ICON. b) IMOB. c) IBrX. d) IDIV. e) IBOV. 6. O modelo de precificação de ativos que contém um único fator de risco, o beta, para explicar os retornos dos ativos, e estabelece que, em condições de equilíbrio, o retorno esperado de um ativo é uma função linear de três variáveis é o: a) APT. b) Black & Scholes. c) CAPM. d) EQM. e) Modelo de Fisher. atividades de estudo 7. É incorreto afirmar sobre a teoria das carteiras de Markowitz (1952) que: a) Os investimentos ocorrem em condições de incerteza. b) Os investidores são racionais e avessos ao risco. c) As decisões de investimento são baseadas em dois elementos: retorno esperado do investimento e risco desse investimento. d) São dados, respectivamente, pelos parâmetros média e variância da distribuição de probabilidades dos retornos dos ativos. e) Os investimentos ocorrem em condições de certeza. 8. O indicador de performance que mede a razão entre o retorno acima da taxa livre de risco e o risco de mercado da carteira medido pelo desvio padrão é o: a) Alfa de Jensen. b) Índice de Treynor. c) Beta. d) Índice de Sharpe. e) EQM. 9. Entre os principais indicadores de performance utilizados para mensurar fundos com gestão passiva, temos: a) Índice de Sortino e Alfa de Jensen. b) Índice de Treynor e Índice de Sharpe. c) Alfa de Jensen e Information Ratio. d) Índice de Treynor e Information Ratio. e) Tracking error e EQM. resumo Nesta unidade, foram apresentados os principais benchmarks de renda fixa e renda variável, além dos mais conhecidos indicadores de performance para fundos de investimento e carteiras previdenciárias, e discutida a relação entre risco e retorno e a redução do risco por meio da diversificação. Qualquer decisão de investimento sempre implicará, necessariamente, em maior ou menor grau, assumir alguma incerteza em relação ao retorno esperado. Portanto, compreender o nível de risco associado às nossas decisões é fundamentalpara se estabelecer uma compensação adequada, em termos de retorno, ao risco assumido. Nesse sentido, uma das principais contribuições dos modelos de finanças para a avaliação de performance dos fundos de investimento foi a inclusão do componente risco na análise das carteiras a partir do trabalho de Markowitz (1952). Essa evolução dos modelos de finanças criou as condições necessárias para a avaliação do desempenho das carteiras dos fundos de investimento e das habilidades dos gestores. A partir da Teoria das Carteiras, os indicadores de desempenho dos fundos de investimento passaram a considerar não apenas a rentabilidade obtida pelo fundo, mas também o risco assumido pelo gestor para buscar essa rentabilidade. O desempenho dos fundos de investimento tem sido amplamente estudado nas últimas décadas e diversos trabalhos acadêmicos vêm sendo apresentados tanto na literatura internacional quanto nacional. A escolha de um benchmark adequado é fundamental para avaliação correta de performance de uma carteira de investimento. Para os fundos de renda variável brasileiros, o Ibovespa continua sendo o benchmark mais conhecido pelos investidores. No final de 2013, o mais antigo e famoso benchmark para o mercado de ações no Brasil sofreu a primeira mudança de metodologia desde sua criação, há mais de 45 anos. As mudanças foram motivadas para alinhar a sua metodologia àquelas praticadas pelas principais bolsas de valores ao redor do mundo. Por sua vez, o CDI ainda permanece como o principal benchmark para fundos de renda fixa. Porém, nos últimos anos, com o aumento da participação de títulos prefixados e de índices de preços, cresceu o número de fundos que utilizam outros índices de referência, notadamente os IMA´s, como benchmark. resumo Vale ressaltar, contudo, que os fundos lançados com benchmark IMA têm como público-alvo os investidores institucionais, permanecendo os investidores de varejo, em sua grande maioria, ainda utilizando o CDI como referência. Dessa forma, o grande desafio para a indústria de fundos para os próximos anos será convencer o investidor a utilizar e substituir o CDI por outros índices de mercados mais adequados à nova composição das carteiras de renda fixa. A maneira de se fazer isso? Intensificando–se os programas de educação financeira para o investidor. material complementar Na Web Para entender como funcionam os fundos multimercado, acesse: <http://exame.abril.com.br/videos/seu-dinheiro-na-tv/como-funciona-um-fundo- multimercados> Para conhecer mais sobre o IMA, acesse a cartilha com a metodologia no site da ANBIMA: <http://www.anbima.com.br/ima/arqs/ima_cartilha.pdf> Inside Job – Trabalho Interno Diretor: Charles H. Ferguson Ano: 2010 Sinopse: Trata-se de um documentário sobre o setor financeiro dos EUA e a crise financeira global. Baseado em uma extensa pesquisa e uma série de entrevistas com políticos, economistas e jornalistas, o filme revela as relações entre políticos, o poder judiciário, agentes reguladores e o meio acadêmico. Comentário: excelente documentário para ajudar a compreender a crise financeira global, bem como entender a importância de uma avaliação correta dos riscos associados aos investimentos de renda fixa e renda variável. referências ANDERSON, D. R.; SWEENEY, D. J.; WILLIAMS; T. A. Estatística aplicada à administração e economia. 2. ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. BERNOULLI, D. Specimen Theoriae Novae de Mensura Sortis, Commentarii Academiae Scientiarum Imperialis Petropolitanae, Tomus V, Papers of the Imperial Academy of Sciences in Petersburg, v. V, pp. 175-192, 1738. Traduzido para o inglês por Louise Sommer, The American University, Washington, D. C. Exposition of a New Theory on the Measurement of Risk. Econometrica. v. 22, n. 1, p.23-36, 1954. BERNOULLI, J. 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