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Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Acidente vascular cerebral AVC isquêmico (85-88%) ou AVC hemorrágico (12-15%); “Um sinal de rápido desenvolvimento de perturbação focal e, por vezes, de função cerebral, de suposta origem vascular e com mais de 24 horas de duração” ➝ perda motora, perda da sensibilidade e quadro de desorientação em tempo e espaço de forma aguda; Síndrome de início abrupto de sinais ou sintomas de perda focal de função encefálica em que nenhuma outra causa é aparente além da provável origem vascular; Tipos de AVC: o AVC isquêmico (88%) ➝ criptogênico (30%); doença de pequenos vasos (25%); cardioembólico (20%); aterotrombólico (20%); outros (5%); o Hemorrágico (12%); 2ª maior causa de mortalidade no mundo; Maior em termos de perda de funcionalidade físico- motora ➝ 70% dos pacientes não retomam o trabalho, 30% necessitam de auxílio para AVDs; 75% ocorrem > 65 anos (associado a maior quantidade de comorbidades); 20% entre os 45 e 64 anos; Ligeiramente mais comum em homens; Raça negra mais atingida que a raça branca Fatores de risco Não modificáveis: idade (aumenta conforme a idade); sexo (ligeiramente maior nos homens); etnia/raça; histórico familiar de AVE/ATI (acidente vascular transitório); Modificáveis: o Doenças cardíacas: endocardites, doenças valvulares; IAM, arritmias, FOP; fibrilação atrial – AVC embólico; o Diabetes Mellitus: quanto mais alto a glicemia, maior o risco; Pacientes com DM sofrem AVCs mais graves; Risco maior no sexo feminino (?); o Álcool (excessivo): Consumo racional: fator protetor (isquemia); Aumenta o risco de AVC hemorrágico; o Hipertensão: principal fator de risco modificável para o AVC; risco é diretamente proporcional à pressão; o Obesidade/sedentarismo: atividade física reduz em até 30% risco de AVC; o Fumo: 25% das mortes por doenças do coração; 25% das mortes por AVC; diminui HDL; favorece aterosclerose; induz formação de trombos; obstrução das carótidas; AVC é 2 a 3x mais comum em fumantes; morte por AVC é mais frequente em fumantes; o Dislipidemia: colesterol total ≥ 190 mg/Dl; LDL ≥ 160 mg/Dl; HDL < 40 mg/Dl; triglicerídeos ≥ 150 mg/Dl; o Anticoncepcionais orais: aumenta até 6x o risco de AVC; trombose de seios cavernosos intracranianos; associação com tabagismo é altamente trombogênica; Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Genética SOD2 ➝ enzima de ação mitocondrial; responsável pela metabolização dos radicais livres e das espécies reativas; ocorre uma mutação que há troca da alanina pela valina ➝ comprometimento da metabolização dos radicais livres e das espécies reativas ➝ aumenta a probabilidade de formação de placas de ateromas, aumentando o risco de acidentes vasculares encefálicos; Patofisiologia Formação de placas (obstrução parcial/ total); formação de êmbolos principalmente em pacientes com doenças cardíacas; Zona isquêmica central: zona isquêmica na qual ocorre morte permanente da área encefálica acometida; Zona de penumbra: relação maior com um processo reversível; as células que se encontram dentro dessa zona de penumbra não sofreram morte celular, mas sim de disfunção celular; Aporte sanguíneo Carótidas: circulação anterior ➝ AVE possui mais relação com a Artéria Carótida Interna; Vertebrais: circulação posterior ➝ Sintomas: vertigem, vômito, sinal de Romberg e dismetria; Sinais de alerta Hemiparesia; Hemiparestesias; Pertubação visual; Pertubação da linguagem; Dificuldade de compreensão (disártricos ou afásicos); Dificuldade de deambulação e equilíbrio (associados a cerebelo); Diminuição do sensório; Confusão mental; Vertigens Náuseas e vômitos (mais comum em AVC hemorrágico); Cefaleia (mais comum em AVC hemorrágico); Crise convulsiva (depende da extensão da área isquêmica) (mais comum em AVC hemorrágico); Avaliação pré-hospitalar 1) Escala de AVC de Cincinatti ➝ dê um sorriso (alterado: paresia de um lado da face); 2) Levante os braços (estender os braços com a palma para cima – alterado: existe queda do braço); 3) Fale uma frase (alterado: dificuldade em falar); 4) Lista de checagem de condutas: o Fornecer oxigênio se SaO2 < 92%; o Se possível acesso venoso com soro fisiológico 0,9% para manter veia; o Não demorar no transporte; o Não reduzir níveis pressóricos; o Determinar a hora do início dos sintomas; o Levar parente do paciente para o hospital; Escala de NIHSS Causas Classificação de TOAST modificada de subtipos de AVCI; o Aterosclerose de grande artéria; o Cardioembolismo (excluindo casos atribuídos ao FOP/CIA); o Oclusão de pequeno vaso (lacunar → eventos isquêmicos de proporção menor); o AVCI de outra etiologia (determinada); o Duas ou mais identificadas; o AVCI criptogênico; Etiologia – investigação Lipidograma (LDL e HDL colesterol); triglicerídeos; ácido úrico; glicemia de jejum; hemograma completo; urinálise; ureia e creatinina; sorologia para Chagas: RIF para Chagas; sorologia para sífilis: VDRL e FTAABS; coagulograma: TP e TTPA; velocidade de hemossedimentação; Proteína C reativa; eletroforese de proteínas (suspeita de arterite temporal); eletrocardiograma, raio-X de tórax (avaliação da área cardíaca), Doppler (EcoDoppler de artérias vertebrais e artérias carótidas); Exames de neuroimagem: o Ressonância magnética do crânio (mais sensível que a TC); o Angiorressonância ou angiotomografia dos vasos extra ou intracranianos; o Arteriografia digital; Paciente jovens: Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo o Exames já citados (incluindo ressonância e AngioTC ou AngioRM); provas de atividade inflamatória; alfa 1 glicoproteína; enzimas hepáticas; sorologia para hepatites B e C; sorologia para HIV; anticorpo anticardiolipina; anticoagulante lúpico; homocisteína; se urinálise com proteinúria, solicitar proteinúria de 24 horas; Forte suspeita de vasculite do SNC ou sistêmica, solicitar hemocultura, LCR, FAN, fator reumatoide, Anca, Complemento, CPK, estudar necessidade de biópsia (nervo, pele, músculo, artéria temporal, pulmão); Etiologia indeterminada ou suspeita de trombofilia, solicitar Fator V de Leyden, antitrombina III, mutação da protrombina, Proteína C da coagulação, proteína S da coagulação; TC de crânio (sem contraste): o 100% hemorragias intracerebrais; 95% hemorragias subaracnóideas; o Tumores, abscessos (utiliza-se contraste); o Hipodensidade (6-24 horas): TC bastante precoce, AVC muito pequeno, Tronco cerebral; ➝ Não vi AVC na tomografia? → solicito ressonância; Manejo Internação hospitalar? Até 72 horas do início dos sintomas (transitórios ou permanentes); Tratamento de suporte; Tratamento específico (candidato a trombólise?); Tratamento das complicações; Tratamento de suporte Cuidado com vias aéreas e ventilação (hipóxia) ➝ TOT GCS < 9, O2, ventilação mecânica; Monitorização cardíaca (3% IAM associado); Temperatura corporal: evitar hipernatremia; Controle metabólico: manter normoglicemia; Controle hídrico: evitar desidratação; Pressão arterial: tratar HAS, evitar hipotensão; ➝ No AVC isquêmico, não se deve reduzir o nível pressórico ➝ a isquemia ocorreu porque houve diminuição do fluxo, se baixar baixarmos ainda mais o fluxo, a isquemia é favorecida; Estabilização do paciente 2 acessos venosos calibrosos (um acesso só para trombólise e um outro acesso para o que precisar) e monitorizar FC, ECG, temperatura, SpO2 e PA; Exames; Simetria de pulsos, instabilidade hemodinâmica e arritmias graves; Glicemia capilar: Tratar se < 60 mg/dL ou acima de 200 mg/dL (atentar para > 400); PA: tratar hipertensão ➝ PAS até 220 mmHg; PAD até 120 mmHg; o Semtrombolítico: iniciar tratamento se TAS/TAD > 220/120 mmHg; o Com trombolítico: TAS/TAD > 185/110 mmHg (± 180/105 mmHg) ➝ indicado o uso de medicação anti-hipertensiva; NIHSS Geralmente, quando o paciente pontua mais que 21, o risco de complicações com o tratamento fibrinolítico aumenta muito, devido ao alto risco de sangramento; Escala que serve para tratamento e acompanhamento do paciente; Tratamento específico – paciente não vai para trombólise Antiagregação plaquetária: o IST/CAST: aspirina evita 10 mortes ou recorrência para cada 1000 pacientes tratados; o Considerar uso precoce em todos os pacientes; o Efetividade: Aspirina 50-325 mg/dia (IST 300 mg/dia); Clopidogrel 75 mg 1x/dia; Ticlopidina 250 mg 2x/dia; ➝ Aspirina é a 1ª opção em pacientes não antiagregados; Tratamento específico – paciente tem uma doença cardioembólica, é fibrilado Anticoagulação (heparina): o AVC de origem embólica cardiogênica; o AVC em progressão; o Deve ser evitada (risco de hemorragia): infarto extenso; HAS de difícil controle; Anticoagulação oral: cumarínicos, dabigatrana, rivaroxabana, varfarina; Ana Luiza Spiassi Sampaio @anassampaioo Terapia trombolítica Oclusão arterial trombótica ou trombo-embólica recente; Estratégia: restaurar perfusão cerebral; Ativador recombinante do plasminogênio tecidual ➝ rtPA ou Alteplase; Iniciada em até 4 horas e 30 minutos do início dos sintomas; Protocolo da terapia trombolítica: idade igual ou maior de 18 anos, TC de crânio sem evidência de hemorragia; ausência de contraindicações; Contraindicações: o Sintomas muito discretos (o risco de sangramento do trombolítico é maior que o benefício); o Instalação muito rápida (fala a favor de áreas mais extensas); o AVC hemorrágico prévio; o Suspeita de hemorragia ativa; o Cirurgia intracraniana/TCE grave/Isquemia cerebral nos últimos 3 meses; o Hemorragia digestiva ou urinária/cirurgia grande porte nos últimos 14 dias; o Convulsões no início do quadro (fala mais a favor de sangramento); o Hipertensão severa (PAS > 185 ou PAD > 110 mmHg); o Punção recente (7 dias) de artéria não compressível; o Punção lombar recente; o Neoplasia intracraniana; o Malformação arteriovenosa ou aneurisma intracranianos; o Alteração de provas de coagulação; o Plaquetas < 100 mil; o Uso de anticoagulantes orais e tempo de protrombina (TP) > 15 s (INR > 1.7); o Pericardite pós-IAM; o Glicemia < 50 ou > 400 (pode ser corrigida) ➝ Alguns fatores aumentam o risco de sangramento, mas não são contraindicações absolutas: NIHSS > 22 , Idade > 80 anos, Hiperglicemia; Administração: o Alteplase EV 0,9 mg/kg (10% da dose em bolus em 1 minuto e 90% restantes em 1 hora (colocado dentro do soro); o Durante a infusão, deve-se medir a pressão arterial, a glicemia e H-GT a cada 15 min; se tiver algum sintoma, a infusão é suspensa temporariamente; o E se admissão após? Paciente admitido entre 4h30 e 6 hrs do início dos sintomas ➝ terapia trombectomia intra- arterial; o Necessário: internação na UTI; controle rigoroso da PA (< 180/105 mmHg) 24 horas; evitar punção arterial, venosa central e SNG 24 horas, SV durante infusão e 30 até minutos após; o Condições para tratamento das complicações hemorrágicas: suspender infusão, TC crânio urgência, provas de coagulação, Ht, Hb, CHAD, crio, plasma, plaquetas, avaliação neurocirúrgica; Tratamento das complicações Edema cerebral: 20% pacientes; 3º - 5º dia ➝ osmoterapia, HV, hipotermia, barbitúricos, cirurgia; Convulsões: Fenitoína (boa resposta a crises focais), se convulsão (não se recomenda profilaxia no AVC isquêmico); Risco de transformação hemorrágica: 5% (extensão, sintomatologia); Prognóstico Condições prévias do paciente (comorbidades associadas); Extensão do AVC; Adequação do tratamento empregado; Extras ➝ Janela terapêutica: 4h e 30 min – uso de medicação com fibrinolítico (Alteplase); ➝ TC sem contraste: áreas de HIPODENSIDADE. Porém nas primeiras 4hrs pode não aparecer área hipodensa; ➝ Raramente RNM com difusão não mostrará AVE nas primeiras horas; ➝ Colesterol alto, LDL alto, aumento de triglicerídeos, histórico de diabetes ➝ esses fatores, combinados ou isolados e associados ou não a outros fatores (tabagismo, alcoolismo, sedentarismo e obesidade) podem levar a formação de placa ou ainda em pacientes com doença cardiovascular aparecer êmbolos, o que pode obstruir um vaso e causar hipoperfusão ➝ hipoperfusão leva a alteração na viabilidade celular ➝ excitoxicidade ➝ aumento de fatores inflamatórios ➝ estado de estresse oxidativo celular ➝ célula perde sua funcionalidade e área isquêmica aumenta com o passar do tempo e não ocorre recuperação (zona isquêmica cerebral); ➝ Cefaleia sentinela: mais comum em hemorragia subaracnóide; ➝ Maior parte dos sintomas motores/sensitivos são contralaterais em relação ao local do acidente vascular cerebral; ➝ AVC hemorrágico: prescrever anticonvulsivante ➝ sangue é irritativo para o tecido cerebral (pode desencadear crises convulsivas);
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