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Universidade Federal de Minas Gerais Física Experimental Básica: Eletromagnetismo Henrique Andrade Cunha de Azevedo e Stéphany Luísa Assunção de Almeida Turma: PS4 Professor: Leonardo Cristiano Lei de indução de Faraday Introdução: No que tange os estudos do magnetismo, um dos conceitos mais fundamentais abordados é a Lei de Indução de Faraday. Portanto, para entender esse fenômeno, é necessário definir o que é, antes de tudo, a força eletromotriz induzida. A força eletromotriz induzida (fem) é definida como uma diferença de potencial que surge de maneira a produzir um campo magnético contrário ao fluxo magnético previamente estabelecido, ou seja, é a negativa da taxa de variação de um fluxo magnético em razão da taxa de variação do tempo decorrido. Essa relação é dada pela fórmula ε = - dФB/dt, ou Lei de Indução de Faraday. Além disso, o fluxo magnético através de uma superfície plana de área A, e campo magnético uniforme B é dado por ФB = BAcosθ. Sendo assim, para o seguinte experimento, em que utilizaremos uma bobina conectada a uma fonte de corrente alternada, cujo resultado é a variação do campo magnético em função do tempo, pode-se descrever a relação por B(t) = B0cosωt, em que B0 é a amplitude do campo, e ω = 2πf, sendo f a frequência de oscilação de corrente. Sendo assim, por meio dos artifícios algébricos necessários, conclui-se que a média temporal de uma força eletromotriz induzida ε0, para determinada rotação de um espira central, cosθ, é dada pelo produto da amplitude do campo, B0, vezes o número de voltas na espira central, N, vezes a área, A, vezes ω, ou seja, ε0= B0NA2πf·cosθ Por fim, o experimento seguinte se dividirá em duas partes, tendo como objetivo, em primeira instância, a análise qualitativa da indução de força eletromotriz através da variação do fluxo magnético em uma bobina. Para a segunda parte, será calculado a força eletromotriz induzida em uma bobina, em função do ângulo formado entre o eixo de rotação e a direção de campo magnético variável. Parte Experimental: Os materiais utilizados para a realização do experimento foram: Bobina com, aproximadamente, 1200 espiras, microamperímetro analógico, ímã, diodo emissor de luz (LED), multímetro digital com função milivoltímetro para corrente alternada, fonte de corrente alternada, teslâmetro com sensibilidade de 0,01 mT, Bobina de Helmholtz com, aproximadamente, 100 espiras, bobina central com 15 voltas e um diâmetro de, aproximadamente, 10 cm e um suporte giratório graduado. Para a realização do experimento, em relação à primeira parte, a fim de verificar a indução de uma força eletromotriz através da variação do campo magnético, a bobina com, aproximadamente, 1200 voltas é ligada a um microamperímetro analógico. Após isso, um ímã permanente deve ser rapidamente inserido na bobina, e depois retirado, também rapidamente. Além disso, pode-se acoplar um diodo emissor de luz, na própria bobina, e analisar os momentos de emissão de luz. Em segunda instância, uma Bobina de Helmholtz será utilizada, com uma exposição a uma fonte de corrente alternada. Além do mais, uma bobina central será alocada entre as parcelas da Bobina de Helmholtz, acoplada a um suporte giratório graduado. Por conseguinte, será aplicada determinada corrente ao sistema, e através de um multímetro, aferida a DDP do mesmo. Portanto, serão coletadas as tensões para determinadas rotações do eixo central, e assim, será possível montar um sistema de pares ordenados e, posteriormente, um gráfico. Por fim, mediante aos passos supracitados, se almeja concluir os objetivos do experimento. Discussão: Tabela de dados fornecida Parte 1 – Observação da corrente induzida em uma bobina Quando se liga a bobina em um microamperímetro analógico e se insere um ímã permanente nela, percebe-se que há o aparecimento de uma corrente quando o ímã é movimentado (o que é indicado pela oscilação do ponteiro), sendo que a corrente é percorrida em um sentido quando se empurra o ímã para dentro da bobina e em sentido contrário quando se puxa o ímã de dentro da bobina, cessando a corrente quando o ímã está parado. Esse fenômeno pode ser explicado pela lei de Faraday, uma vez que ela demonstra que uma força eletromotriz é induzida numa espira quando o número de linhas de campo magnético que a atravessa varia. Assim, nenhuma corrente pode ser induzida em um ímã estacionário (mesmo que ele possa produzir grande campo magnético), já que não há variação de fluxo através da bobina. Em contrapartida, o fluxo magnético aumenta quando o ímã entra e começa a diminuir quando ele sai, ocorrendo assim variação e surgimento de corrente. Segundo a lei de Lenz, qualquer corrente induzida tem um sentido tal que o campo magnético que ela gera se opõe à variação do fluxo magnético que a produziu. Dessa forma, quando o ímã entra, a corrente induzida tende a produzir um campo magnético para repelir o ímã e diminuir o fluxo, já quando ele sai, a corrente tem o efeito oposto, atraindo o ímã e aumentando o fluxo, fazendo com essas correntes induzidas possuam sentidos contrários, por terem sido provocadas por efeitos opostos. Logo após, ao utilizar um diodo emissor de luz vermelha, percebe-se que, ao inserir o ímã na bobina, nada ocorre, mas ao retirá-lo rapidamente, a luz é emitida. Isso pode ser explicado porque, segundo a lei de Faraday, a tensão induzida depende da velocidade com que os condutores interceptam as linhas de força ou o fluxo magnético, sendo que a taxa de variação do fluxo é maior quando o movimento do ímã é mais rápido, consequentemente produzindo uma força eletromotriz induzida maior, que é grande o suficiente para que o diodo se acenda. É importante lembrar que nesse caso o movimento não pode ser em qualquer sentido, porque o diodo só conduz corrente elétrica em um sentido e por isso nada ocorre quando se insere o ímã. Parte 2 – Medição da força eletromotriz induzida em uma bobina Para os cálculos, inicialmente, os valores fornecidos pelo professor foram readequados para o Sistema Internacional (no caso da força eletromotriz) e recalculados para representar a tangente do ângulo, sendo agrupados na tabela apresentada a seguir: cos θ V (V) 1 0,0279 0,98480 0,0276 0,93969 0,0264 0,86602 0,0246 0,76604 0,0219 0,64278 0,0185 0,5 0,0141 0,34202 0,0102 0,17364 0,0058 0 0,0011 Obs.: A fem induzida na bobina menor tem origem na corrente alternada que causa um fluxo magnético no aparato e faz com que ela sinta uma força eletromotriz. Essa força é dada em função da variação do fluxo do campo magnético em que ela está imersa, relacionando-se com a sua inclinação em relação à passagem de campo magnético gerado pelas bobinas externas. Os valores obtidos foram utilizados para plotar o gráfico, através do software SciDAvis: Por meio do ajuste linear, obteve-se a função 𝑦 = 𝐴𝑥 + 𝐵 , que se relaciona com a equação 𝜀𝑒𝑓𝑖𝑐𝑎𝑧 = 1 √2 𝑁𝐴𝐵0𝜔𝑐𝑜𝑠𝜃, da seguinte forma: 𝑦 = 𝜀𝑒𝑓𝑖𝑐𝑎𝑧 𝑎 = 1 √2 𝑁𝐴𝐵0𝜔 𝑥 = 𝑐𝑜𝑠𝜃 Lembrando que: 𝐴 = 𝜋𝑟2 → 𝐴 = 8,5𝑥10−3𝑚2 ∆A = [(∂A/∂r)2(∆r)2]1/2 → ∆A = 0,3 x 10-3 ω = 2πf → ω = 376,99 Hz Isolando B0, temos: 𝑎 = 1 √2 𝑁𝐴𝐵0𝜔 → 𝐵0 = 𝑎√2 𝑁𝐴𝜔 → 𝐵0 = 0,7946227𝑥10 −3𝑇 → 𝐵0 = 0,79𝑚𝑇 Para calcular a incerteza, tem-se: ∆𝐵 = √( 𝜕𝐵 𝜕𝑎 )2(∆𝑎)2 + ( 𝜕𝐵 𝜕𝐴 )2(∆𝐴)2 → ∆B = 0,03 x 10-3 Logo, 𝐵0 = (0,79 ± 0,03)𝑚𝑇 Calculando o Beficaz através do valor de B0, temos: Beficaz = B0/√2 → Beficaz = 0,56 x 10-3 → Beficaz = 0,56 mT E para sua incerteza: ∆A = [(∂B/∂B0)2(∆B0)2]1/2 → ∆B = 0,02 x 10-3 Logo, Beficaz = (0,56 ± 0,02) mT Para descobrir o valor do B0 medido pelo teslâmetro, a partir do valor eficaz do campo magnético, utiliza-se a seguinterelação: 𝐵𝑒𝑓𝑖𝑐𝑎𝑧 = 𝐵0 √2 → 𝐵0 = 1,1313708498 → 𝐵0 = 1,13𝑚𝑇 Conclusão: Por meio dos resultados obtidos durante o experimento, foi possível medir a força eletromotriz induzida em uma bobina, bem como verificar a sua indução devido à variação de fluxo magnético com o tempo. Além disso, calculou-se o B0 induzido na bobina menor, (0,79 ± 0,03) mT e o medido pelo teslâmetro, 1,13mT, assim como o campo magnético eficaz no centro de uma Bobina de Helmholtz, encontrando o valor de (0,56 ± 0,02) mT, em comparação com o do teslâmetro, 0,8 mT. Os valores encontrados nos cálculos apresentam certa variação com relação aos medidos pelo aparelho, sendo que as diferenças encontradas provavelmente se deram em razão de imprecisões ocorridas no momento das medidas e à propagação de erros nas variáveis. Ademais, pode-se atestar, na prática, o que é enunciado pelas leis de Faraday e de Lenz, compreendendo melhor os conceitos por elas apresentados e percebendo a sua grande importância, uma vez que suas aplicações são inúmeras e estão muito presentes no dia a dia, como em equipamentos eletroeletrônicos, dínamos e alternadores de automóveis, que usam o fenômeno de indução mostrado. Fem → ε = - dФB/dt Portanto, através de ФB (t)= NB0Acos(θ)cos(ωt), pode-se substituir na expressão da força eletromotriz induzida: ε = - d(NB0Acos(θ)cos(ωt)) /dt ε(t) = -(-NB0Acos(θ)ω)·sen(ωt) Portanto, ε(t) = ε0·sen(ωt)
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