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Fichamento Suspensão CTArquivo

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FICHAMENTO: SUSPENSÃO DO CONTRATO DO TRABALHO 
É a paralisação temporária dos serviços, sendo que o empregado não recebe 
salários e via de regra não conta é computado o tempo de serviço 
 
Atenção: Na Suspensão do contrato de trabalho: 
✓ Não haverá efetivamente a prestação do trabalho ; 
✓ Não haverá pagamento de salário; 
✓ Via de regra não haverá contagem de tempo; ( Exceção 
4º § 1º. da CLT) 
 
 
 Art. 4º [reforma trabalhista 2017] 
 
Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja à 
disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial 
expressamente consignada. 
 
§ 1º Computar-se-ão, na contagem de tempo de serviço, para efeito de indenização e 
estabilidade, os períodos em que o empregado estiver afastado do trabalho prestando 
serviço militar e por motivo de acidente do trabalho. 
(nova redação pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017). 
A reforma corrigiu o erro material do parágrafo, que deixou de ser parágrafo único, 
passando a ser o §1º do artigo 4º, para facilitar a leitura do dispositivo. Não houve, 
portanto, qualquer alteração quanto ao entendimento de que o empregado afastado 
devido à prestação de serviço militar ou a acidente de trabalho tem o período de 
afastamento contado para o tempo de serviço. 
 
 
 
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Hipóteses de Suspensão do contrato de trabalho: 
a) Artigo 472 da CLT: Serviço militar ou Encargo Público 
 
Exemplo: Imagine que você foi eleito para Senador da República, durante este tempo 
o seu contrato de trabalho ficará suspenso. 
 
Atenção!! 
Em relação ao serviço militar: Há uma controvérsia na doutrina que entende 
que é suspensão e uma parte da doutrina entende que é interrupção. A parte da 
doutrina que entende que é interrupção argumenta que no caso do serviço militar há o 
recolhimento do FGTS pelo empregador e por isso seria interrupção. O próprio decreto 
que regulamenta o FGTS menciona que é interrupção. 
 Contudo, grande parte doutrina entende que é hipótese de suspensão do contrato 
do trabalho. 
Decreto nº 99.684 de 08 de novembro de 1990 
Consolida as normas regulamentares do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço 
(FGTS). 
Art. 28. 0 depósito na conta vinculada do FGTS é obrigatório também nos casos de 
interrupção do contrato de trabalho prevista em lei, tais como: 
I - Prestação de serviço militar; 
II - Licença para tratamento de saúde de até quinze dias; 
III - licença por acidente de trabalho; 
IV - Licença à gestante; e 
V - Licença-maternidade. 
 
b) Artigo 543 § 2º da CLT Mandato Sindical 
 O empregado eleito para cargo de dirigente sindical, considera-se de licença não 
remunerada (suspensão do contrato de trabalho), salvo assentimento da empresa ou 
cláusula contratual (interrupção do contrato de trabalho) que abone o tempo em que o 
empregado se ausentar do trabalho no desempenho das funções como dirigente (§ 2º, 
do art. 543, da CLT). 
 
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109657/Decreto-n-99.684-de-08-de-Novembro-de-1990#art-28
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c) Greve: Embora o Direito de Greve seja previsto constitucionalmente, a própria lei 
de greve diz que o empregado não recebe no período de grave, sendo, portanto, 
causa de suspensão do contrato de trabalho. 
 
A lei 7.783 de 1989 – Artigo 7 (Lei da Greve): Dispõe sobre o exercício do direito de 
greve, define as atividades essenciais, regula o atendimento das necessidades 
inadiáveis da comunidade, e dá outras providências. 
 
Art. 1º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre 
a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. 
Parágrafo único. O direito de greve será exercido na forma estabelecida nesta Lei. 
Art. 2º Para os fins desta Lei considera-se legítimo exercício do direito de greve a 
suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal 
de serviços ao empregado. 
 
Portanto: Observadas as condições previstas nesta lei, a participação em greve 
suspende o contrato de trabalho. 
 
d) Artigo 474 da CLT: Suspensão Disciplinar 
 
Para conhecimento: A Suspensão Disciplinar não pode ser superior a 30 (trinta) 
dias consecutivos, sob pena de ser considerada falta grave por parte do empregador, 
importando na rescisão indireta do contrato de trabalho por parte do empregado, 
conforme dispõe a letra "b" do artigo 483 da CLT. 
 
e) Diretor S / A – Em regra o contrato fica suspenso: o emprega do geralmente tem 
autonomia não há subordinação inerente à relação de emprego" 
TST - Súmula 269. O empregado eleito para ocupar cargo de diretor tem o 
respectivo contrato de trabalho suspenso, não se computando o tempo de serviço 
desse período, salvo se permanecer a subordinação jurídica inerente à relação de 
emprego. 
f) Prisão Processual, também Chamada de Prisão Provisória 
A prisão processual também é chamada de “prisão provisória”, tendo natureza 
cautelar, não derivando de sentença penal condenatória transitada em julgado. 
A prisão processual não é motivo de extinção contratual, sendo causa de 
suspensão do contrato de trabalho. 
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Atenção a essa temática: Violência Doméstica: Direito de se afastar do Trabalho 
(Lei 11.340 de 2006 - Lei Maria da Penha). 
Art. 9 º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar será 
prestada de forma articulada e conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei 
Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de 
Segurança Pública, entre outras normas e políticas públicas de proteção, e 
emergencialmente quando for o caso. 
 § 2 º O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para 
preservar sua integridade física e psicológica: 
 
(...) II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do 
local de trabalho, por até seis meses". 
Para fins de prova de Ordem a doutrinária tem entendido que é caso de suspensão 
do trabalho. 
 Alguns autores entendem que essa mulher afastada pela violência doméstica terá os 
seu trabalho suspenso e não terá direito a receber o salário, pois não seria justo 
passar esse encargo para o empregador. 
Independentemente da classificação adotada em relação à prerrogativa conferida pelo 
artigo 9º, parágrafo 2º, II, da lei em tela, o fato é que, caso não haja o pagamento dos 
salários no período de afastamento, a mulher será duplamente penalizada, pois terá 
afrontada sua integridade física e, ainda, seu sustento, pois muitas vezes essa 
remuneração que não lhe será paga é o único rendimento de que ela dispõe. 
Porém, embora a lei não mencione quem é o responsável pelo pagamento dos 
salários da empregada afastada, ou, ainda, se este afastamento será remunerado, o 
correto é que a obreira faça jus ao recebimento de alguma verba para manutenção de 
suas necessidades básicas. 
Portanto, uma possível solução para essa questão seria que a empregada fizesse jus 
ao recebimento de numerários pagos pela Previdência Social. Lembrando que ainda 
não tem uma decisão firmada a esse respeito. 
O legislador se omitiu quanto à obrigação de pagamento de salário durante o 
afastamento. Há de prevalecer, portanto, a regra geral: na quebra da bilateralidade e 
do princípio da estrita legalidade, com ausência de trabalho, não subsiste a obrigação 
patronal de pagamento de salário. No mesmo sentido, acrescenta Sergio Pinto 
Martins: “como o legislador não fez distinção, o intérprete não pode querer ver na lei 
determinação no sentido de mandar pagar salários”. 
 
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Exemplo de um caso real: 
O INSS deverá pagar benefício mensal a uma telefonista mineira afastada do 
trabalho após ter sido agredida pelo marido. Ela receberá salário pelo período de três 
meses, podendo ser prorrogado pelo prazo total de seis meses. 
Decisão é do juiz de Direito Nilseu Buarque de Lima, da 14ª vara Criminal de Belo 
Horizonte/MG. 
Avítima foi beneficiada com medidas protetivas após as agressões do marido e 
precisou ser encaminhada a abrigo para garantir sua integridade física e psíquica, já que 
ela e a filha continuam a ser ameaçadas. 
Por esta razão, precisou ausentar-se também do trabalho. Ela requereu então a 
complementação de medidas protetivas para garantir o vínculo empregatício, prevista na 
lei Maria da Penha. 
Segundo o juiz, a controvérsia está na responsabilidade pelo ônus do 
afastamento, "haja vista que a lei é silente quando à forma e o responsável pela 
remuneração da mulher, vítima de violência familiar, durante o afastamento do local de 
trabalho". 
O julgador isentou o empregador dessa responsabilidade e entendeu que a mulher 
não poderia ser incluída em programas assistenciais do governo, porque eles não pagam 
o valor do salário mínimo em vigor. O INSS deve incluir a mulher no regime geral de 
previdência social. 
O número do processo não foi divulgado para preservar as partes. 
Fonte:(https://www.conjur.com.br/2018-jun-16/manuela-charpinel-direitos-trabalhistas-
vitima-violencia-domestica) 
g) Artigo 853 da CLT: Inquérito para apuração de falta grave 
 O inquérito judicial para apuração de falta grave é uma ação ajuizada pelo 
empregador, visando à rescisão do contrato de trabalho entre ele e seu empregado 
estável, fazendo-se necessária em virtude da estabilidade gozada pelo empregado 
impossibilitando-o de ser demitido sem justa causa, ou seja, é beneficiário de uma 
proteção contra eventual dispensa arbitrária de seu empregador. 
 
Súmula 403 do STF 
É de decadência o prazo de trinta dias para instauração do inquérito judicial, 
a contar da suspensão, por falta grave, de empregado estável. 
https://www.conjur.com.br/2018-jun-16/manuela-charpinel-direitos-trabalhistas-vitima-violencia-domestica
https://www.conjur.com.br/2018-jun-16/manuela-charpinel-direitos-trabalhistas-vitima-violencia-domestica
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h) Aposentadoria por Invalidez: 
A aposentadoria por invalidez, à luz do artigo 475 da CLT, apenas suspende o 
contrato de trabalho, pelo período previsto na legislação previdenciária e, ainda, de 
acordo com as avaliações médicas do INSS. A previsão contida no referido artigo é muito 
interessante, não sendo rara a sua presença em concursos públicos, surpreendendo 
aquele que não se preparou com precisão. 
O artigo 475 da CLT ratifica o entendimento de que a aposentadoria por invalidez 
é causa de suspensão contratual, asseverando que o empregador pode, diante da 
aposentadoria por invalidez de um determinado empregado, contratar um substituto, 
dando-lhe ciência de sua interinidade, ou seja, avisando-o que o retorno do aposentado, 
mediante alta médica, importará na sua saída sem direito à indenização por despedida 
arbitrária (40% sobre o FGTS). 
Trata-se de um contrato firmado sob condição resolutiva. Recuperando o 
empregado a capacidade de trabalho e sendo a aposentadoria cancelada, ser-lhe-á 
assegurado o direito à função que ocupava ao tempo antes da aposentadoria, facultado, 
porém, ao empregador, o direito de indenizá-lo por rescisão do contrato de trabalho, nos 
termos dos arts. 477 e 478, salvo na hipótese de ser ele portador de estabilidade, quando 
a indenização deverá ser paga na forma do art. 497. 
Cuidado! Você não deve confundir a aposentadoria por invalidez com a 
aposentadoria espontânea. 
A aposentadoria espontânea, também conhecida como aposentadoria voluntária, 
não extingue nem suspende o contrato de trabalho, ou seja, não afeta a continuidade da 
relação de emprego (inconstitucionalidade dos § § 1º e 2º do art. 453 CLT, decretada pelo 
STF c/c OJ 361 da SDI-1). Nos termos da Súmula 217 STF, a aposentadoria por invalidez, 
ao completar cinco anos, deve ser convertida em aposentadoria definitiva. 
 
i) Artigo 476-A da CLT: Participação do Empregado em Curso (ou Programa) de 
Qualificação Profissional Oferecido pelo Empregador. 
 O contrato de trabalho poderá ser suspenso, por um período de 02 (dois) a 05 
(cinco) meses, para participação do empregado em curso ou programa de 
qualificação profissional oferecido pelo empregador, com duração equivalente à 
suspensão contratual, mediante previsão em convenção ou acordo coletivo de 
trabalho e aquiescência formal do empregado, observado o disposto no art. 471 da 
CLT. O período pode ser prorrogado mediante convenção ou acordo coletivo de 
trabalho e aquiescência formal do empregado, desde que o empregador arque com 
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o ônus correspondente ao valor da bolsa de qualificação profissional, no respectivo 
período. 
Após a autorização concedida por intermédio de convenção ou acordo coletivo, 
o empregador deverá notificar o respectivo sindicato, com antecedência mínima de 
quinze dias da suspensão contratual. Sendo que o contrato de trabalho não poderá ser 
suspenso por este mesmo motivo mais de uma vez no período de dezesseis meses. 
O empregador poderá conceder ao empregado ajuda compensatória mensal, sem 
natureza salarial, durante o período de suspensão contratual, com valor a ser definido em 
convenção ou acordo coletivo. 
Durante o período de suspensão contratual, para participação em curso ou 
programa de qualificação profissional, o empregado fará jus aos benefícios 
voluntariamente concedidos pelo empregador. Se ocorrer a dispensa do empregado no 
transcurso do período de suspensão contratual ou nos três meses subsequentes ao seu 
retorno ao trabalho, o empregador pagará ao empregado, além das parcelas 
indenizatórias previstas na legislação em vigor, multa a ser estabelecida em convenção 
ou acordo coletivo; sendo de, no mínimo, cem por cento sobre o valor da última 
remuneração mensal anterior à suspensão do contrato. Se, durante a suspensão do 
contrato, não for ministrado o curso ou programa de qualificação profissional, ou o 
empregado permanecer trabalhando para o empregador, ficará descaracterizada a 
suspensão, sujeitando o empregador ao pagamento imediato dos salários e dos encargos 
sociais referentes ao período, e às penalidades cabíveis previstas na legislação em vigor, 
bem como às sanções previstas em convenção ou acordo coletivo. 
J) Seguro-Doença ou Auxílio-Enfermidade e Acidente de Trabalho (Artigo 476). 
O empregado é considerado em licença não remunerada, durante o prazo desses 
benefícios. Os quinze primeiros dias correspondem a um período de interrupção, pois o 
afastamento se dá mediante licença médica (salvo para o doméstico e intermitente, cuja 
suspensão contratual já se inicia a partir do primeiro dia do afastamento). 
Mas, se uma questão de concurso público falar em “acidente do trabalho” sem 
fixar a duração da licença, presume-se a suspensão contratual, visto que o acidente, para 
o direito do trabalho, só tem relevância, em regra, quando gera uma licença maior que 
15 dias. 
Assegura-se o direito à manutenção de plano de saúde (ou de assistência médica) 
oferecido pela empresa ao empregado; não obstante suspenso o contrato de trabalho em 
virtude de auxílio-doença acidentário ou de aposentadoria por invalidez (Súmula 440, 
do TST). 
 
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QUADRO COMPARATIVO 
 
Suspensão: 
 
✓ Não há prestação de 
serviço; 
 
✓ Não há pagamento de 
salário; 
 
✓ Em regra, não conta de 
tempo de serviço; 
 
Atenção Exceção: Artigo. 4º §1º da 
CLT: Computar-se-ão, na 
contagem de tempo de serviço, 
para efeito de indenização e 
estabilidade, os períodos em que 
o empregado estiver afastado do 
trabalho prestando serviço militar 
e por motivo de acidente de 
trabalho. 
 
Interrupção: 
 
✓ Não há prestação de serviço; 
 
✓ Há pagamento de salário; 
 
✓ Conta tempo de serviço.

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