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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ - UFPI CENTRO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA - CCN DEPARTAMENTO DE QUÍMICA DOCENTE: PROFESSOR Dr. BENEDITO BATISTA FARIAS FILHO PROJETO DE VOLUMETRIA ÁCIDO-BASE: DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE ÁCIDO MEFEÂNMICO PRESENTE EM MEDICAMENTOS DA MARCA MEDLEY E EMS DISCENTES: Herbert Augusto Alves Soares – 20179007862 Emilia Santos de Assis – 2017902211 Evandenilo Lemos Bastos Neto – 20189019983 TERESINA-PI OUTUBRO/2022 RESUMO A análise do controle de qualidade nos medicamentos é muito importante para determinar se o produto está em concordância com as exigências da ANVISA junto às especificações farmacopeicas. A escolha do medicamento foi originada por ser um anti-inflamatório e possuir fácil acesso nas drogarias da cidade, principalmente na ausência de receita médica. Objetivo: analisar, relatar e realizar um diagnóstico comparativo entre os dois medicamentos ofertados para análise com os métodos gerais assegurados pela farmacopeia brasileira. Foi concluído que é necessário ser realizado todos os ensaios disponíveis na farmacopeia para se determinar a qualidade dos medicamentos oferecidos para a população antes deles serem liberados ao comércio, para serem monitorados constantemente e garantir a qualidade dos medicamentos ofertados. 1. INTRODUÇÃO 1.1. Volumetria de neutralização. As titulações de neutralização são utilizadas para determinar inumeráveis espécies inorgânicas, orgânicas e biológicas que possuem propriedades ácidas ou básicas inerentes. Igualmente importante, entretanto, são as muitas aplicações que envolvem a conversão de um analito em um ácido ou em uma base por meio de tratamento químico adequado, seguido pela titulação com um padrão de ácido ou base forte (SKOOG, 2006). As soluções padrões usadas nas titulações de neutralização são formadas por ácidos ou bases fortes, uma vez que essas substâncias reagem de forma mais completa com o analito em relação aos ácidos ou bases fracas e seus sais, consequentemente, fornecem pontos finais mais nítidos. Os principais ácidos fortes empregados como soluções padrões em titulações de neutralização são os ácidos clorídrico (HCl), perclórico (HClO4) e sulfúrico (H2SO4). Já as bases fortes mais empregadas são os hidróxidos de sódio (NaOH), potássio (KOH) e, raramente, bário (Ba(OH)2) (FERREIRA 2011). Em uma titulação de neutralização, o ponto de equivalência química é, normalmente, determinado por um indicador químico mais conhecido como indicador ácido/base. Esses indicadores são ácidos ou bases orgânicas (fracos) que apresentam colorações diferentes, dependendo da forma que se encontram na solução (forma não dissociada difere da cor de sua base ou ácido conjugado). Nesse caso, pode-se empregar o conceito de ácido e base de Brönsted-Lowry que designa a forma ácida como HIn e a forma básica ou base conjugada como ln- (FERREIRA, 2011). Os indicadores ácido-base são substâncias cuja coloração em solução depende do pH do meio. Possuem natureza orgânica e são ácidos ou bases fracas, cujas formas dissociadas apresentam diferentes cores das formas não-dissociadas. As reações de associação ou dissociação são complexas, ocorrendo reagrupamentos estruturais internos que resultam em mudanças de cor, sendo, portanto, responsáveis pelas propriedades indicadoras (VASCONCELOS, 2019). Uma das causas de erros no uso dos indicadores é o fato da viragem dos mesmos ser gradual e se darem em um certo intervalo de pH. Quanto mais a curva de titulação se afastar da perpendicularidade ao redor do ponto de equivalência, mais gradual será a mudança de cor do indicador. Nesses casos, mesmo que se use o indicador adequado, aparece um erro indeterminado devido à dificuldade em se decidir quando exatamente a viragem ocorre (BACCAN, 1979). A escolha do indicador mais adequando para uma titulação ácido/base depende do valor do pH do ponto final da reação de neutralização em questão e de sua correlação com faixa de pH do indicador (FERREIRA, 2011). 1.2. Ácido mefenâmico. ‘’O ácido mefenâmico é um agente anti-inflamatório não-esteroide (não derivados de hormônios), que inibe a produção de prostaglandinas (substâncias que estimulam a inflamação) o que gera atividade anti-inflamatória (reduz a inflamação), analgésica (redução, até supressão, da dor) e antipirética (redução, até supressão, da febre)’’ (MINHA VIDA, 2015). ‘’O ácido mefenâmico é indicado para o alívio dos sintomas de artrite reumatoide (inflamação crônica das "juntas” causada por reações autoimunes, quando o sistema de defesa do corpo agride por engano ele próprio), osteoartrite (lesão crônica das articulações ou “juntas”), dor (muscular, traumática, dentária, dor de cabeça de várias origens, pós-operatória e pós-parto), dismenorreia primária (cólica menstrual), menorragia (fluxo menstrual muito abundante) por causas disfuncionais (não há lesão dos órgãos do sistema reprodutor, como útero, ovários) ou por uso de DIU (dispositivo intrauterino) e síndrome pré-menstrual’’ (MINHA VIDA, 2015). Entretanto, dependendo da fabricante, o medicamento, pode apresentar uma concentração que difere, para mais ou para menos, da indicada na embalagem. E as vezes a diferença pode ser muito grande, o que em pode causar prejuízo para quem os compra. Assim, a partir da titulação com uma solução padronizada de NaOH, o experimento buscou comparar a concentração de Ácido mefenâmico presente em medicamentos ‘’originais’’ e medicamentos ‘’genéricos’’, bem como testar a eficiência de dois métodos de titulação utilizados, um com aquecimento para a maior solubilização do medicamento e outro direto, sem o aquecimento. 1.3. Problemática Estima-se que, dentre o imenso volume de medicamentos produzidos, mais de 70% estão sob a forma de cápsulas ou comprimidos. Embora a disponibilidade de comprimidos no mercado seja maior do que as cápsulas, elas também são consideradas como uma das principais formas farmacêuticas disponíveis para a veiculação de fármacos (Sanches e Buelga, 2001; Allen et al, 2007). Como formas de liberação imediata, seu comportamento após a deglutição deve permitir a rápida liberação do fármaco. Desta forma, considera- se relevante a escolha correta dos excipientes em função de suas características físico-químicas e compatibilidade com o fármaco (Allen et al, 2007). Além da escolha dos excipientes, a técnica usada o enchimento das cápsulas também é relevante. Na maioria das vezes, a quantidade do ativo não é suficiente para preencher o invólucro completamente e requer a adição de excipientes para que as cápsulas fiquem perfeitamente cheias, garantindo boa homogeneidade durante o enchimento, facilidade na manipulação, aumento da estabilidade da formulação e até mesmo por razões estéticas. Essa diluição deve ser executada de forma que o volume aparente da mistura de pó obtida permita encher perfeitamente os invólucros escolhidos, veiculando a quantidade de fármaco pretendida por dose. A uniformidade de dose das cápsulas duras depende de três fatores: da escolha dos invólucros, do método de mistura e enchimento e das características do produto a ser encapsulado (Allen et al, 2007), sendo nestas etapas do processo de manipulação a maior incidência de desvios da qualidade. A dose incorreta está diretamente relacionada ao aumento dos efeitos adversos, da toxicidade e ineficácia terapêutica. Portanto, garantir a dose unitária dos fármacos por meio das análises de teor e de uniformidade de conteúdo é de extrema importância na avaliação da qualidade dos produtos farmacêuticos, visto que assegura a quantidade de princípio ativo a ser administrada no organismo (Couto e Tavares, 2011). O estudo da avaliação da uniformidade da quantidade de ácido mefenâmico ressaltoua importância de se estabelecer critérios mais rigorosos no desenvolvimento de formulações do medicamento bem como na necessidade de validar o processo produtivo no intuito de diminuir a variabilidade entre lotes e garantir a oferta de produtos com qualidade. A importância de ter medicamentos com a dosagem correspondente a indicada, sem possuir variação na mesma cartela ou até mesmos em farmacêuticas diferentes, se deve ao fato de que os efeitos colaterais podem ser ressaltados ou acentuar, como podemos ver alguns dos efeitos colaterais mais severos. Efeitos Cardiovasculares - Os AINEs podem causar o aumento do risco de desenvolvimento de eventos cardiovasculares (CV) trombóticos graves, infarto do miocárdio e derrame, que pode ser fatal. O risco pode aumentar com a duração do uso. O aumento relativo deste risco parece ser semelhante naqueles com ou sem doença CV conhecida ou fatores de risco CV. Contudo, pacientes com doença CV conhecida ou fatores de risco CV podem estar sob risco maior em termos de incidência absoluta, devido ao aumento da taxa basal. A fim de minimizar o risco potencial de eventos adversos CV em pacientes tratados com ácido mefenâmico, deve-se utilizar a menor dose eficaz e o tratamento deve ser feito pelo menor tempo possível. Médicos e pacientes devem estar alertas para o desenvolvimento de tais eventos, mesmo na ausência de sintomas CV prévios. Os pacientes devem ser informados dos sinais e/ou sintomas da toxicidade CV grave e da conduta caso ocorram. Efeitos Gastrintestinais (GI) - Se ocorrer diarreia, a dose deve ser reduzida ou o medicamento temporariamente suspenso. Os sintomas podem reaparecer em caso de reexposição ao medicamento em certos pacientes. Os AINEs, incluindo ácido mefenâmico, podem causar reações adversas gastrintestinais (GI) graves incluindo inflamação, sangramento, ulceração e perfuração do estômago, intestino delgado ou grosso, que pode ser fatal. Se ocorrer sangramento ou ulceração GI em pacientes durante o tratamento com ácido mefenâmico, o uso do medicamento deve ser interrompido. Os pacientes com maior risco de desenvolverem este tipo de complicação GI com AINEs são os idosos, pacientes com doença CV, pacientes utilizando concomitantemente corticosteroides, medicamentos antiplaquetários (como ácido acetilsalicílico), inibidores seletivos de recaptação de serotonina, pacientes que ingiram álcool ou pacientes com história anterior ou ativa de doença gastrintestinal, como ulceração, sangramento gastrintestinal ou condições inflamatórias. Portanto, ácido mefenâmico deve ser utilizado com cautela nestes pacientes. Efeitos Renais - Em raros casos os AINEs, incluindo ácido mefenâmico, podem causar nefrite intersticial, glomerulite, necrose papilar e síndrome nefrótica. Os AINEs inibem a síntese de prostaglandinas que servem para manter a perfusão renal em pacientes com fluxo sanguíneo renal e volume sanguíneo diminuídos. Nesses pacientes, a administração de AINEs pode precipitar descompensação renal evidente, é caracteristicamente seguida do retorno ao estado pré-tratamento com a interrupção do tratamento com AINEs . Pacientes sob maiores riscos são aqueles com insuficiência cardíaca congestiva, cirrose hepática, síndrome nefrótica, doença renal evidente e os idosos. Esses pacientes devem ser cuidadosamente monitorados enquanto estiverem sendo tratados com AINEs. A interrupção do tratamento com AINEs é caracteristicamente seguida de retorno ao estado pré-tratamento. Uma vez que os metabólitos do ácido mefenâmico são eliminados principalmente pelos rins, o fármaco não deve ser administrado a pacientes com função renal significativamente prejudicada. Também podemos evidenciar a interações com alguns medicamentos, como no caso do ácido acetilsalicílico, onde o ácido mefenâmico interfere no efeito antiplaquetário do ácido acetilsalicílico de baixa dosagem, e pode, assim, interferir no tratamento profilático de doença CV com aspirina. 2. OBJETIVOS 2.1. Objetivo Geral Determinação do ácido mefenâmico por meio da volumetria ácido-base; Observar a variação de concentração do mesmo medicamento para duas farmacêuticas diferentes. 2.2. Objetivos Específicos Obter a concentração do ácido mefenâmico de duas amostras distintas; Comparar a titulação da amostra que foi aquecida com a que foi feita titulação direta; Realização de cálculos estequiométricos para comparação estatísticas das amostras; Comparação da concentração do mesmo medicamento em duas fabricantes diferentes. 3. PARTE EXPERIMENTAL 3.1. Materiais - Béquer 500ml; - Erlenmeyer 125ml (3); - Bureta 50ml; - Pipeta volumétrico 10 mL; - Bastão de vidro; - Papel de filtro; - Funil analítico; - Termômetro. 3.2. Reagentes - Solução padronizada de NaOH - Álcool etílico hidratado; - Comprimidos de ácido mefenâmico 500mg (Medley e EMS); - Indicador fenolftaleina. 3.3. Procedimento experimental 3.3.1. Com aquecimento. A princípio, foram pesados comprimidos de "ácido mefenâmico" e triturados num almofariz até obter um pó fino, e em seguida, pesou-se em um Erlenmeyer de 125 mL cerca de 120 mg do comprimido triturado. Adicionou-se 20 mL de água destilada e 20 mL de etanol 95% v/v, e aqueceu-se em banho maria, a uma temperatura média de 70 °C por 10 minutos, agitando-o constantemente com um bastão de vidro. Após esfriar em repouso por cerca de 5 minutos, foi adicionado 4 gotas do indicador fenolftaleina. Em seguida iniciou-se a titulação da amostra com a solução padrão de NaOH até o ponto de viragem do indicador, caracterizada pelo surgimento de uma coloração rósea que persiste por cerca de 30 segundos. O procedimento foi realizado utilizando-se ácido mefenâmico de duas fabricantes diferentes (Medley e EMS) e para cada marca, foram realizadas triplicatas. Por fim, realizou-se cálculos para determinação da concentração de Ácido mefenâmico na amostra e da massa de ácido mefenâmico presente em 120 mg de amostra do comprimido, e comparou-se a quantidade do ácido obtido em cada fabricante. 3.3.2. Sem aquecimento. Primeiramente, pesou-se comprimidos de "ácido mefenâmico" e triturados num almofariz até obter um pó fino, e em seguida, pesou-se em um Erlenmeyer de 125 mL cerca de 120 mg do comprimido triturado. Adicionou-se 20 mL de água destilada e 20 mL de etanol 95% v/v. Contudo, dessa vez não houve o aquecimento, assim apenas adicionou-se 4 gotas do indicador fenolftaleina e iniciou-se a titulação com NaOH, até o ponto de viragem do indicador. O procedimento também foi realizado utilizando-se comprimidos das duas fabricantes, sendo realizados em triplicata para cada um. Em seguida, realizou-se cálculos para determinação da concentração de Ácido mefenâmico na amostra e da massa de ácido mefenâmico presente em 120 mg de amostra do comprimido, e comparou-se a concentração do ácido obtido em cada fabricante. Ao final do experimento, foram comparadas as concentrações de Ácido mefenâmico presente nas duas amostras e comparou-se também a eficiência dos dois métodos utilizados. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Escolha da solução padrão de hidróxido de sódio (NaOH) utilizada e de indicador. A técnica de titulação pode ser utilizada para determinar algumas características de medicamentos, encontrando a concentração do princípio ativos nos mesmos, através da titulação com ácido e base, denominada de neutralização, podemos determinar a concentração de acidez em medicamentos, neste caso, para determinar a concentração da acidez em comprimidos de ácido mefenâmico. Para realizar a titulação de maneira eficaz, se faz necessário a presença de uma solução padrão preparada seja de padrão primário ou secundário, durante a realização da prática, foi decidido a utilização do hidróxidode sódio para realizar a titulação. O hidróxido de sódio não pode ser considerado como padrão primário graças a sua característica higroscópica, isto é, a capacitação desse sal de absorver a umidade do ambiente, como não é possível determinar a princípio a quantidade de água presente no sólido, não e assegurado se o que está se pesando e puramente NaOH. Portanto a padronização e um mecanismo necessário para determinação da concentração de determinado reagente e uma solução. O grupo já possuía sua própria solução padrão de hidróxido de sódio (NaOH), como mostrada na imagem 1, feitas para realização de práticas passadas de volumetria de neutralização como por exemplo a determinação da acidez de aspirina. Imagem 1: Solução padrão utilizada Fonte: Autores A concentração média já calculada de hidróxido de sódio é de 0,127 mol/L, é essa a concentração que vai ser utilizado para os devidos cálculos da concentração de ácido mefenâmico em comprimidos das marcas Medley® e EMS®. Ao realizar a titulação de uma amostra de ácido mefenâmico, diluída com a base de NaOh padronizada (0,127 mol/L) e água, temos um produto de reação uma base conjugada, cujo teoricamente, possui pH 7, o que justifica a escolha do indicador escolhido, denominada de fenolftaleína 1% mv, que muda de cor rapidamente nessa concentração de íons H+. Imagem 2: Indicador utilizado Fonte: Autores 4.2 Determinação da concentração de ácido mefenâmico em comprimidos da marca Medley ®. A princípio, houve a pesagem dos comprimidos da marca Medley® antes da trituração, foram escolhidos cinco comprimidos de forma aleatória para então obtenção da média da massa. Tabela 1: Média da massa de um comprimido da marca medley®. Comprimido aleatório Peso do comprimido inteiro (g) Média (g) 1º 0,712 2º 0,705 0,713 3º 0,712 4º 0,725 5º 0,712 Fonte: Autores. Tem-se início do processo de trituração dos comprimidos para separação de três amostras para titulação com aquecimento e mais três amostras para titulação sem aquecimento. Com os dados da média obtidos, a concentração de NaOH (0,127 mol/L) já padronizada é a massa molar do ácido mefenâmico já indicada no rotulo (241,285 g/mol), Junto com os volumes encontrados, é possível fazer o cálculo da concentração de acidez para uma amostra cada amostra de 0,120 gramas através da fórmula 1. C(NaOH) ∙ V(NaOH) = m (ácido mefenâmico) / mm (241,285) É após isso, foi convertido este resultado para a massa média do comprimido encontrando assim a real acidez desse medicamento, por fim, é possível ainda fazer a média e o desvio padrão desses valores encontrados, resultados esses encontrados na tabela 2 referentes a titulação com aquecimento. Tabela 2: Dados analíticos sobre a acidez dos comprimidos medley® em solução aquecida. Titulação Massa do comprimido triturado (g) Volume de NaOH gasto na titulação (mL) Quantidade de ácido encontrada para cada dosagem(g) Quantidade de ácido convertida para a massa do comprimido. 1ª dosagem 0,122 3,8 0,116 0,678g 2ª dosagem 0,120 2,8 0,086 0,511g 3ª dosagem 0,120 3,0 0,091 0,540g Fonte: Autores. Frente aos resultados encontrados, o grupo enfrentou a primeira problemática estatística, o primeiro dado da amostra se apresentou muito destoante dos outros, então para isso realizou-se o teste Q a 95% de confiança, onde o valor calculado apresentou-se menor que o tabelado, ou seja, mesmo o dado sendo destoante ele foi incorporado no cálculo da média e desvio padrão, onde foram encontrados respectivamente uma média de 0,576 g de ácido mefenâmico em um comprimido de 0,500g com desvio padrão de 0,089. Ou seja, a concentração de ácido mefenâmico real encontrada foi de 0,576 mais ou menos o desvio padrão de 0,089; podendo então ter uma pequena variância de ácido, sendo assim, a concentração real do ácido mefenâmico está acima daquela indicada pelo rótulo, apresentando inclusive um erro relativo de 15,2%. Logo após os cálculos estatísticos, o grupo fez o mesmo procedimento sem o processo de aquecimento, resultados esses apresentados na tabela a seguir. Tabela 3: Dados analíticos sobre a acidez dos comprimidos medley® em solução não aquecida. Titulação Massa do comprimido triturado (g) Volume de NaOH gasto na titulação (mL) Quantidade de ácido encontrada para cada dosagem(g) Quantidade de ácido convertida para a massa do comprimido. 1ª dosagem 0,120 2,0 0,061 0,436g 2ª dosagem 0,120 2,3 0,070 0,418g 3ª dosagem 0,120 2,3 0,091 0,418g Fonte: Autores. A partir dos resultados acima, a média encontrada sem aquecimento foi de 0,424g, bem abaixo daquela indicada no rotulo, evidenciando assim que o processo de aquecimento e importante para titulação do ácido. Após os processos de titulação, o grupo viu a cor encontrada no ponto de viragem como rosa claro, como demonstra a imagem 3. Imagem 3: Ponto de viragem Fonte: Autores Além disso, obtivemos a pequena formação de dois precipitados amarelados que foram recolhidos e secos durante 24 horas para posteriormente serem pesados para efeito de comparação com a titulação da amostra feita sem aquecimento e com aquecimento. Imagem 4: Precipitados Fonte: Autores O precipitado com aquecimento pesou em média para cada Erlenmeyer 0,047 gramas; já o sem aquecimento mostrou uma média de precipitado por Erlenmeyer de 0,069 gramas, mostrando mais uma vez a importância de se fazer o aquecimento para solubilização da amostra. Pois efeito da temperatura sobre a solubilidade depende do efeito térmico que acompanha a dissolução do precipitado. Se o processo de dissolução for endotérmico, um aumento na temperatura aumenta a solubilidade do precipitado. Se o processo de dissolução for exotérmico, um aumento na temperatura diminui a solubilidade do precipitado. Como a dissolução dos precipitados desses comprimidos se trata de ácido, eles são solúveis em água quente em maior proporção do que em água fria. 4.3 Determinação da concentração de ácido mefenâmico em comprimidos da marca EMS ®. Após investigação dos comprimidos da marca medley®, tem-se início ao estudo dos comprimidos da marca EMS®, repetindo os mesmos procedimentos posteriores a esse, separam-se 5 comprimidos aleatórios e trituram-se para obtenção média da massa. Tabela 4: Média da massa de um comprimido da marca EMS®. Comprimido aleatório Peso do comprimido inteiro (g) Média (g) 1º 0,726 2º 0,717 0,718 3º 0,716 4º 0,711 5º 0,721 Fonte: Autores. Com a média da massa, tem-se início ao processo de titulação, o primeiro feito com aquecimento, que já durante o começo apresentou características diferentes do comprimido da marca medley, pois as amostras presentes tinham diferença de cor e capacidade de solubilização maior, o que já dava indícios de uma menor concentração de ácido, visto que a maior parte da molécula do ácido mefenâmico tem característica apolar, os resultados encontram-se na tabela 5 a seguir. Tabela 5: Dados analíticos sobre a acidez dos comprimidos EMS® em solução aquecida. Titulação Massa do comprimido triturado (g) Volume de NaOH gasto na titulação (mL) Quantidade de ácido encontrada para cada dosagem(g) Quantidade de ácido convertida para a massa do comprimido. 1ª dosagem 0,122 2,4 0,073 0,341g 2ª dosagem 0,125 2,8 0,067 0,388g 3ª dosagem 0,122 2,6 0,062 0,369g Fonte: Autores. Assim sendo, a média de ácido mefenâmico encontrada em titulação com aquecimento foi de 0,366g e o desvio padrão foi de 0,024; com os valores bem próximos, não se fez necessário a realização de um teste Q, a média encontrada foi bem abaixo da indicada no rotulo de 0,500g em cada comprimido, apresentando assim “apenas” 73,3% da concentração relatada no rótulo. Pela análise da tabela acima, observa-se que aprecisão da titulação foi adequada expressa pelo baixo desvio padrão, mas a exatidão da análise que se refere ao valor dado pelo fabricante e o encontrado não foi adequado dado ao alto erro relativo calculado que foi de 26,6%. Com o fim da titulação com aquecimento, tem-se início a titulação sem a solução sem ser previamente aquecida, os resultados encontram-se na tabela a seguir: Tabela 6: Dados analíticos sobre a acidez dos comprimidos EMS® em solução não aquecida. Titulação Massa do comprimido triturado (g) Volume de NaOH gasto na titulação (mL) Quantidade de ácido encontrada para cada dosagem(g) Quantidade de ácido convertida para a massa do comprimido. 1ª dosagem 0,115 2,1 0,050 0,316g 2ª dosagem 0,119 1,2 0,029 0,175g 3ª dosagem 0,116 0,9 0,021 0,134g Fonte: Autores. A titulação dos comprimidos da marca EMS® sem aquecimento tiveram uma discrepância ainda maior que os comprimidos da marca medley®, tendo um valor médio de 0,208g por comprimido, assim sendo, o grupo teve a ratificação que o aquecimento prévio e de suma importância para titulação, pois sem ela, haverá um resultado impreciso, a imagem a seguir demonstra a solução de ácido mefenâmico aquecida (transparente) é a não aquecida (Esbranquiçado). Imagem 5: Soluções aquecidas e não aquecidas Fonte: Autores Com as titulações feitas, separou-se os precipitados, estes que apresentaram coloração bem mais branca, foram pesados no dia seguinte secos, o precipitado com aquecimento pesou em média 0,046g por Erlenmeyer, enquanto o sem aquecimento pesou 0,078; repetindo-se o resultado do teste com o comprimido da marca medley®. CONCLUSÃO Durante todas as etapas da prática para realização do projeto, os princípios de volumetria de neutralização ácido e base foram largamente aplicados com sucesso para determinação da acidez em medicamentos de ácido mefenâmico (500mg) da marca medley® e EMS®, a primeira marca a ser estudada (medley) apresentou uma concentração média de 0,576g por comprimido, tendo um acréscimo então de 15,2% daquilo que está no rótulo, a segunda marca apresentou uma concentração média de 0,366g de ácido por comprimido, apresentando um decréscimo de 26,7% daquilo que está indicado no rótulo, além disso, a prática serviu para discussão sobre o prévio aquecimento da amostra investigada, onde essa etapa se mostrou de intensa importância, pois o acaloramento da solução traz resultados mais precisos, em suma, o medicamento da marca medley® apresentou concentração de ácido superior ao da marca EMS®, Mas ambos não obtiveram a concentração apontada no rótulo. REFERÊNCIAS Allen Jr LV, Popovich NG, Ansel HC. Formas farmacêuticas e sistemas de liberação de fármacos. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007, 776p. Couto AG, Tavares RC. Análise do perfil dos resultados de uniformidade de conteúdo de cápsulas FERREIRA, R. Q.; RIBEIRO, J. Química Analítica 2. Vitória: UFES, Núcleo de Educação Aberta e a Distância, 2011. Minha Vida. Ácido mefenâmico: para que serve e como usar. Disponível em: https://www.minhavida.com.br/saude/bulas/827-acido-mefenamico. Acesso em: 07 de out. de 2022. SANCHES MJG, BUELGA DS. Formas sólidas orales. In: Vila Jato JL. Tecnologia farmacêutica – Formas farmacêuticas. 2.ed. Madrid: Síntesis, 2001. Cap. 2, p.55-156. SKOOG, D. A; WEST, D.M.; HOOLER, F. J.; CROUCH, S. R. Fundamentos de Química Analítica. Editora Thomson, tradução da 8ª edição, 2006 VASCONCELOS. N. M. S. Fundamentos de Química Analítica Quantitativa. Fortaleza: Editora da Universidade Estadual do Ceará – EdUECE, 2019. ROMPATO FISCHER , F. R. .; BORTOLI JAHN, G. . AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE COMPRIMIDOS DE ÁCIDO MEFENÂMICO: MEDICAMENTO DE REFERÊNCIA, SIMILAR E GENÉRICO. Revista Multidisciplinar em Saúde, [S. l.], v. 1, n. 1, p. 14, 2020. Disponível em: https://editoraime.com.br/revistas/index.php/rems/article/view/99. Acesso em: 9 out. 2022. https://www.minhavida.com.br/saude/bulas/827-acido-mefenamico ANEXO 1.Comprimidos da marca medley ® 1.1 Peso médio de um comprimido inteiro 0,712 + 0,705 + 0,712 + 0,725 + 0,712 5 = 0,713𝑔 1.2 Quantidade de ácido encontrada em cada dosagem com aquecimento C(NaOH) ∙ V(NaOH) = m (ácido mefenâmico) / mm (241,285) Primeira titulação 0,127 ∙ 0,0038 = 𝑚 241,285 → 0,116𝑔 0,116 → 0,122 x→ 0,7132 x= 0,678 g Segunda titulação 0,127 ∙ 0,0028 = 𝑚 241,285 → 0,086𝑔 0,086 → 0,120 x→ 0,7132 x= 0,511g Terceira titulação 0,127 ∙ 0,0030 = 𝑚 241,285 → 0,091𝑔 0,091 → 0,120 x→ 0,7132 x= 0,540g Testes Estatísticos Teste Q= Valor suspeito − valor mais próximo 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 − 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 0,678 − 0,540 0,678 − 0,511 →0,826; Q tabelado (0,970)> Q Calculado, aceito. Concentração de ácido média por comprimido 0,678 + 0,540 + 0,511 3 = 0,578𝑔 Repetiu-se os cálculos para concentração sem aquecimento. Cálculo da concentração de precipitado 𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑝𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 − 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑎𝑝𝑒𝑙 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎𝑠 Com aquecimento 1,161 − 1,018 3 = 0,47 g por amostra Sem aquecimento 1,224 − 1,018 3 = 0,76 g por amostra 2.Comprimidos da marca ems ® 2.1 Peso médio de um comprimido inteiro 0,727 + 0,717 + 0,716 + 0,711 + 0,721 5 = 0,718𝑔 2.2 Quantidade de ácido encontrada em cada dosagem com aquecimento C(NaOH) ∙ V(NaOH) = m (ácido mefenâmico) / mm (241,285) Primeira titulação 0,127 ∙ 0,0024 = 𝑚 241,285 → 0,073𝑔 0,073 → 0,122 x→ 0,7182 x= 0,341 g Segunda titulação 0,127 ∙ 0,0028 = 𝑚 241,285 → 0,067𝑔 0,067 → 0,125 x→ 0,7182 x= 0,388g Terceira titulação 0,127 ∙ 0,0026 = 𝑚 241,285 → 0,062𝑔 0,062 → 0,122 x→ 0,7182 x= 0,369g Testes Estatísticos Teste Q= Valor suspeito − valor mais próximo 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 − 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 0,388 − 0,369 0,388 − 0,341 →0,404; Q tabelado (0,970)> Q Calculado, aceito. Concentração de ácido média por comprimido 0,388 + 0,369 + 0,341 3 = 0,366𝑔 Repetiu-se os cálculos para concentração sem aquecimento. Cálculo da concentração de precipitado 𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑝𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 − 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑎𝑝𝑒𝑙 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎𝑠 Com aquecimento 1,159 − 1,018 3 = 0,46 g por amostra Sem aquecimento 1,253 − 1,018 3 = 0,78 g por amostra
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