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Tireoidites: Classificação, Manifestações e Tratamento

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Juliana Silva XXIII | 1
Endocrinologia
Tireoidites 
As tireoidites se caracterizam por um 
processo inflamatório da tireoide, que podem 
levar à disfunção tireoidiana transitória e, 
mais raramente, à disfunção permanente. 
Classificação 
Crônica: 
➤ Tireoidite de Hashimoto ⇢ autoimune 
(muitas vezes não tem alteração de TSH) + 
comum 
➤ Tireoidite de Riedel ⇢ idiopática. 
É rara. 
É uma tireoidite lenhosa, o problema é que 
pode comprimir estruturas vizinhas, pode 
invadir traquéia 
Aguda ou supurativa: 
➤ Bacteriana 
Subaguda 
Tireoidite aguda 
Também é chamada de infecciosa. É uma 
patologia rara. 
Afeta principalmente imunodeprimidos 
Origem: 
➤ Bacteriana (70% dos casos) 
Geralmente são bactérias de orofaringe que 
chegam na tireoide e provocam quadro 
inflamatório agudo 
O fato de ter muito iodo ⇢ é protetor 
contra bactérias. Por isso que é tão raro ter 
infecção de tireoide 
Principais bactérias: 
• Staphylococcus aureus 
• Streptococcus pyogenes 
• Streptococcus pneumoniae 
ou supurativa
Juliana Silva XXIII | 2
Endocrinologia
➤ Fungos (15% dos casos) 
Principais fungos: 
• Candida albicans 
• Coccidiodes immitis 
• Aspergillus 
➤ TA secundária a sífilis, tuberculose, 
parasitose e tripanossomíase 
prevalência: 
➤ É mais frequente em indivíduos com 
doença tireoidiana prévia (câncer, tireoidite 
de Hashimoto e bócio multinodular) ou com 
anoma l ia genét ica (por exemplo , 
persistência do cisto tireoglosso). 
➤ No adulto ⇢ a causa mais comum é a 
disseminação hematogênica ou linfática de 
infecção oriunda de vias aéreas 
superiores ou a distância para a tireoide 
com alteração prévia. 
➤ É comum em portadores de AIDS. 
➤ Mais prevalente em crianças do que em 
adultos 
Manifestações clínicas 
O quadro da tireoidite aguda geralmente tem 
início súbito, mas pode se desenvolver 
gradualmente, dependendo do microrganismo 
envolvido. 
Em geral é assimétrico. 
➤ Dor cervical anterior unilateral (assimetria) 
➤ Início súbito 
➤ Febre 
➤ Mal estar 
➤ Raramente apresenta sintomas de 
tireotoxicose 
A dor pode se irradiar para a mandíbula ou 
ouvido homolateral. 
O q uadro pode se ag ravar , c om 
desenvolvimento de sepse 
Os sintomas são mais vistos em crianças do 
que em adultos e frequentemente são 
precedidos por uma infecção aguda do trato 
respiratório superior. 
Em adultos, pode muito raramente se 
apresentar com massa indolor na face 
anterior do pescoço, simulando um carcinoma. 
Juliana Silva XXIII | 3
Endocrinologia
No geral, não há sintomas de hipertireoidismo! 
Em contrapartida, podem ser dectados 
excepcionalmente e de modo transitório, 
sobretudo quando a tireoidite é difusa (mais 
comum em infecções fúngicas ou por 
microbactérias) ou quando há doença 
tireoidiana prévia. 
Exame físico: 
➤ Sinais flogísticos no lado acometido da 
tireoide ⇢ pele eritematosa, intensa dor 
à palpação 
➤ Linfadenomegalia cervical 
O lobo esquerdo da tireoide é o mais atingido. 
Alterações laboratoriais: 
➤ Leucocitose com desvio à esquerda 
➤ Elevação do VHS 
Observação: a ausência de VHS elevado e 
leucocitose pode indicar infecção anaeróbica. 
➤ T3, T4, TSH e anticorpos antireoidianos 
(anti-TPO e anti-Tg) geralmente estão 
normais (indetectáveis) 
➤ Captação baixa na cintolografia 
➤ A captação pode ser normal com região 
de hipocaptação ⇢ abscesso que muitas 
vezes tem que ser drenado 
Diagnóstico: 
➤ O diagnóstico é confirmado por PAAF 
O materia l retirado é submetido a 
bacterioscopia e cultura. 
Histologia: 
• Infiltrado de leucócitos polimorfonucleares 
e linfócitos, o qual pode vir associado a 
franca necrose tireoidiana e formação de 
abscesso 
➤ USG: possibilita a localização do abscesso 
ou do processo supurativo 
Juliana Silva XXIII | 4
Endocrinologia
Diagnóstico diferencial: 
➤ O principal diagnóstico diferencial é a 
tireoidite granulomatosa subaguda ⇢ 
ambas são clinicamente similares, mas 
requerem tratamentos distintos 
Tratamento: 
➤ Antibioticoterapia apropriada, orientada 
por bacterioscopia e cultura do material 
obtido pela PAAF. 
➤ Se nenhuma bactéria for isolada ⇢ 
oxacilina e um aminoglicosídeo ou uma 
cefalosporina 
➤ Em pacientes pediátricos, deve-se realizar 
TC ou ressonância magnética (RM) da 
região cervical para investigar a presença 
de fístula comunicante, uma vez que a 
fístula piriforme é o sítio mais frequente 
de infecção em criança 
➤ Se encontrar fístula ⇢ elas devem ser 
removidas para evitar recorrências de 
tireoidite aguda 
Tireoidite subaguda 
Tem-se três tipos de tireoidite subaguda: 
tireoidite de Quervain, tireoidite pós-parto e 
tireoidite linfocítica subaguda. 
Tireoidite de Quervain 
Também conhecida por tireoidite subaguda 
dolorosa, tireoidite de células gigantes e 
tireoidite granulomatosa. 
A tireoidite de Quervain é um processo 
inflamatório autolimitado que constitui a causa 
mais comum de dor na tireoide. 
prevalência: 
➤ Pode ocorrer em qualquer idade, mas 
acomete principalmente indivíduos entre a 
3ª e 5ª década de vida 
➤ Crianças raramente são acometidas 
➤ A incidência é cinco vezes maior no sexo 
feminino 
➤ Incidência maior no verão ⇢ se 
correlaciona com o pico de enterovírus 
tireoidite granulomatosa subaguda
Juliana Silva XXIII | 5
Endocrinologia
causa 
➤ Viral (SARS-CoV-2, caxumba, sarampo, 
etc) 
➤ Não é autoimune! 
Frequentemente surge após infecção aguda 
do trato respiratório superior 
Histologia: 
➤ Caracter izada por inf i l tração de 
polimorfonucleares, mononucleares e 
células gigantes, com formação de 
microabscessos e fibrose. Isso resulta em 
destruição dos folículos e proteólise da 
tireoglobulina. 
Fisiopatologia: 
A tireotoxicose transitória resulta da 
l iberação descontrolada de hormônio 
tireoidiano a partir da glândula inflamada. 
Após 2 a 8 semanas, quando o suprimento de 
hormônio armazenado é finalizado, a 
tireotoxicose se resolve espontaneamente. 
O hipotireoidismo sobrevém porque as 
capacidades biossintéticas permanecem 
comprometidas, o que é transitória após a 
restauração da função tireoidiana normal na 
maioria dos pacientes. 
Manifestações clínicas: 
➤ Tende a começar com uma fase 
prodrômica: 
• Astenia 
• Mal-estar 
• Artralgia 
• Mialgia 
• Faringite 
• Febre baixa 
➤ Posteriomente, intensifica-se a febre 
(pode chegar a 40ºC) e surge dor na 
região da tireoide, que pode inicialmente 
Juliana Silva XXIII | 6
Endocrinologia
comprometer apenas um dos lobos, ou já 
de início envolver toda a glândula 
➤ Pode se irradiar para a região occipital, 
parte superior do pescoço, mandíbula, 
garganta, ouvidos e parte superior do 
tórax 
➤ 50 a 60% dos pacientes tem sinais e 
sintomas de hipertireoidismo 
➤ Dor e hipersensibilidade ⇢ aspectos 
dominantes 
A ausência de dor não exclui o diagnóstico! 
➤ Pode ocorrer paralisia das cordas vocais 
➤ Indivíduo vem com dor na cervical anterior 
que pode irradir para o braço esquerdo, 
mandíbula e confundir o diagnóstico. 
Fases: 
A evolução da Tireoidite de Quervain consiste 
em quatro fases. 
1º: Fase dolorosa aguda inic ia l com 
hipertireoidismo 
• É transitória, regride em 2 a 6 semanas, 
mesmo no paciente não tratado 
• O hipertireoidismo resulta do processo de 
destruição dos folículos, com consequente 
liberação de tireoglobulina, hormônios 
tireoidisanos na circulação 
2º: Eutireoidismo 
• Pode se prolongar por várias semanas 
3º: Hipotireoidismo 
• Ocorre em função da destruição do 
parênquima tireoidiano 
• Geralmente é assintomático 
• Pode ser subclínico ou manifesto 
4º: Eutireoidismo 
Nem todos os pacientes seguem essa 
evolução! 
Juliana Silva XXIII | 7
Endocrinologia
Exame físico: 
• Bócio nodular, de consistência firme, muito 
doloroso e, na maior parte das vezes, 
unilateral 
Alterações laboratoriais: 
➤ Intensa elevação do VHS e do PCR 
➤ Contagem leucocitária é normal ou 
discretamente elevada 
➤ Na fase de hipertireoidismo ⇢ elevação 
de T3 e T4 (T3/T4 < 20), TSH suprimido 
➤ Na fase de hipotireoidismo⇢ baixos 
valores de T4 livre e TSH alto 
➤ Tem tireotoxicose (50-60%) 
➤ Tireoglobulina elevada (utiliza nessa ocasião 
e quando não tem a tireoide e se tem 
risco de metástases no ca de tireoide) 
➤ Anticorpos anti-tireoidianos normais 
diagnóstico: 
➤ Cintilografia com iodo radioativo ⇢ padrão 
irregular de distribuição do iodo ou glândula 
totalmente “apagada" 
➤ Captação na cintolografia é baixa ⇢ 
diagnóstico diferencial na doença de 
graves 
➤ USG: observa-se áreas hipoecoicas 
irregulares e mal delimitadas localizadas 
nas regiões subcapsulares 
O principal papel da USG é avaliar a 
evolução da doença 
Ultrassonografia de mulher com tireoidite 
granulomatosa subaguda. Observam-se áreas 
hipoecoicas dispersas no parênquima.
Juliana Silva XXIII | 8
Endocrinologia
tratamento: 
Na fase de tireotoxicose: 
• Anti-inflamatório 
• Beta bloqueador ⇢ propanolol 
Na fase de hipotireoidismo: 
• Hormônio da tireoide ⇢ L-tiroxina (L-T4) 
Tireoidite linfocítica 
subaguda 
A tireoidite linfocítica subaguda pode ocorrer 
espontaneamente ou após o término da 
gravidez, caracterizando a tireoidite pós-
parto. 
• Indolor 
• Silenciosa 
• Transitória 
causa: 
➤ Autoimune 
➤ Predisposição genética (HLA-DRw3, 
-DRw5) 
• Diagnóstico diferencial com graves 
• Tireotoxicose inicial 
• Bócio em 50% dos casos 
• Hipotireoidismo: 25-40% 
• Anticorpos anti-tireoidianos presentes 
• Duração menor que 3 meses 
Tireoidite pós parto 
A tireoidite pós-parto é uma doença 
tireoidiana relativamente comum, com 
prevalência variando entre 1,1% e 16,7% 
• Mais comum em mulheres com altos 
títulos de anti-TPO no 1º trimestre ou 
imediatamente após o parto 
• Também é causa autoimune, como em 
casos de diabetes tipo 1 ou história 
fam i l i a r de doenças auto imunes 
tireoidianas 
• Anticorpo anti-tireoidianos presentes 
Juliana Silva XXIII | 9
Endocrinologia
Formas: 
1º: Hipertireoidismo transitório (Tireotoxicose 
transitória) 
2º: Hipotireoidismo transitório 
3º: Tireotoxicose seguida de hipotireodismo 
➤ Inicio: 1 a 4 meses após o parto 
➤ Duração: 2 a 8 semanas 
➤ 80% das mulheres tem recuperação total 
Tireoidite induzida por 
Amiodarona 
Amiodarona: anti-arrítmico rico em iodo, 
muito usado, principalmente na doença de 
chagas, mas é muito rico em iodo ⇢ pode 
fazer tireoidite com tireotoxicose, com 
hipotireoidismo 
prevalência: 
➤ Frequência de 1,5 a 9,6% 
➤ Mais frequente em regiões onde o aporte 
alimentar de iodo é deficiente 
Formas clinicopatológicas: 
➤ AIT tipo 1 ⇢ consequência do aumento da 
biossíntese dos hormônios tireoidianos, 
devido ao excesso de iodo em pacientes 
com um distúrbio tireoidiano preexistente 
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Endocrinologia
➤ AIT tipo 2 ⇢ caracteriza-se por um 
processo destrutivo da tireoide, similar à 
tireoidite subaguda 
diagnóstico: 
➤ É necessária a presença de tireotoxicose 
em um pac iente atua lmente ou 
previamente tratado com amiodarona 
Tireoidites Crônicas 
Temos a Tireoidite de Hashimoto (autoimune) e 
a Tireoidite de Riedel (sem etiologia definida). 
Tireoidite de Hashimoto 
Também conhecida como tireoidite linfocítica 
crônica. 
• Tem etiologia autoimune 
• É a forma mais comum de tireoidite 
• É a causa mais frequente e comum de 
hipotireoidismo 
Tireoidite de Riedel 
Também chamada de Tireoidite fibrosa 
invasiva 
• É a tireoidite mais rara 
• Tem etiopatogênese desconhecida 
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Endocrinologia
Manifestações clínicas: 
➤ Indolor 
➤ Fibrose extensa da Glândula tireoide, que 
também afeta tecidos adjacentes 
➤ Apresenta-se como um bócio endurecido 
(lenhosa) 
➤ Compressão traqueal ou esofágica ⇢ 
disfagia, sensação de peso ou pressão em 
região cervical, rouquidão e estridor (por 
lesão do nervo laríngeo recorrente) e 
sintomas respiratórios 
➤ Queixa de dor é incomum 
Exame físico: 
• Massa cervical de consistência endurecida 
(lenhosa), em geral indolor 
• Comprometimento difuso, podendo ser 
unilateral 
Alterações laboratoriais: 
➤ Anticorpos em 2/3 dos casos 
➤ Função tireoidiana normal no início (quando 
compromete extensamente a glândula 
pode ocorrer hipotireoidismo) 
➤ Hemograma normal ou com leucocitose 
➤ VHS pouco elevada 
diagnóstico: 
➤ Cintolografia pode evidenciar áreas frias, 
que correspondem à extensão da lesão 
Tratamento: 
➤ Cirurgia indicada nas formas compressivas 
➤ Tratamento com g l icocort ico ides , 
tamoxifeno e metotrexato para alívio dos 
sintomas compressivos nos estágios iniciais
	Tireoidite de Quervain
	Tireoidite linfocítica subaguda
	Tireoidite pós parto
	Tireoidite de Hashimoto
	Tireoidite de Riedel

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