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Ginecologia MALFORMAÇÕES Questões de provas + explicação Jovem de 15 anos é conduzida ao PS com queixa de dor pélvica há 8 meses, com exacerbação periódica. Ainda não menstruou (amenorreia primária). Caracteres sexuais secundários normais. Genitália externa (vulva) normal. Prolactina e FSH normais. Teste de P4 negativo, assim como teste P4 + E2. a) Hipótese diagnóstica (pelo menos 2) Septo vaginal transverso total, hímen imperfurado, agenesia de vagina ● “Anomalias útero-vaginais obstrutivas ocorrem na adolescência, na época da menarca ou logo depois. Com frequência, o diagnóstico correto não é cogitado ou é tardio. Pode haver grande variedade de anomalias, desde hímen imperfurado até septos vaginais transversais; desde agenesia vaginal com útero normal e endométrio funcional até duplicações vaginais com septos longitudinais obstrutivos e cornos uterinos obstruídos. As pacientes podem estar em busca de tratamento para dor cíclica, amenorreia, corrimento vaginal ou massa abdominal, pélvica ou vaginal. Hematocolpo, hematométrio ou ambos são frequentes, e a massa resultante pode ser muito grande.” (NOVAK) b) Qual a conduta? US pélvica e, caso esta não for conclusiva, RM ● “Se a US pélvica não esclarecer a anatomia quando houver suspeita de septos vaginais, septos uterinos, duplicação uterina ou agenesia vaginal, a RM pode mostrar anormalidades anatômicas” (NOVAK) Paciente com útero bicorno tem 1 aborto no segundo trimestre. Conduta. Acompanhamento clínico ● O útero bicorno é uma malformação mulleriana devido à fusão incompleta dos ductos de Muller ● O tratamento cirurgico por meio da cirurgia de Strassman é indicado em caso de aborto de repetição, ou seja, mais de 2 abortos consecutivos e involuntários. Portanto, por enquanto o que podemos fazer pela paciente é acompanhamento clínico para investigar outras possíveis causas de aborto ● “O exame por imagem urológica adequada deve ser feito sempre que se diagnosticar uma anomalia mülleriana. As anomalias uterinas estão mais relacionadas com o aborto e com os desfechos obstétricos desfavoráveis, e não com a infertilidade, pois a prevalência de anomalias uterinas congênitas geralmente é semelhante em mulheres férteis e inférteis. A exceção é a agenesia mülleriana; situação em que as pacientes só podem ter filhos genéticos por meio de FIV e uma mãe substituta. O útero arqueado é a anomalia uterina congênita mais leve e, em geral, as taxas de nascidos vivos são semelhantes às observadas em mulheres com útero normal. O reparo cirúrgico uterino para melhorar os desfechos obstétricos é controverso na maioria das anomalias. Contudo, é preciso retirar os cornos uterinos rudimentares quando diagnosticados, e a metroplastia histeroscópica do útero septado reduz consideravelmente as taxas de aborto, mas não de infertilidade.” (NOVAK) Mãe leva filha de 5 anos ao consultório relatando que a vulva da criança está sempre molhada e tem necessidade de usar fralda. Quais as hipóteses diagnósticas? Implantação anômala de ureter na região vulvar ou fístula uterovaginal congênita. ● “O ureter ectópico, uma anomalia congênita sutil que causa perda urinária extrauretral, costuma ser detectado no início da vida, embora às vezes escape à detecção até a adolescência ou o início da vida adulta.20 Na lactância, deve-se suspeitar de ureter ectópico quando uma mãe busca tratamento para sua filha que, segundo ela, nunca está com a fralda seca. Normalmente, os lactentes têm períodos intercalados de fralda seca e fralda molhada. O ureter ectópico drena, na maioria das vezes, para a vagina, mas às vezes para a parte da uretra, distal ao ponto de continência. O diagnóstico é feito por urografia excretora.” (NOVAK, p.664) Paciente, 26 anos, G4P0A4, submeteu-se à cirurgia para correção de úterobicorno, mas ainda fez aborto no 4° mês de gestação. Qual sua conduta? Cerclagem uterina ● “Nas pacientes com história de aborto secundário à incompetência cervical, é indicada a cerclagem cervical. Em geral, esse procedimento é feito no início do segundo trimestre após documentação da viabilidade fetal. A cerclagem cervical deve ser considerada uma intervenção primária em mulheres com anomalias uterinas associadas ao DES.”(NOVAK, p. 925) ● DES: exposição ao dietilestilbestrol (NOVAK, p. 393) REFERÊNCIAS . Berek e Novak : tratado de ginecologia / Jonathan S. Berek ; tradução Claudia Lúcia Caetano de Araújo, Tatiane da Costa Duarte. - 15. ed. - Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2014
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