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A INCLUSÃO ESCOLAR NA PERSPECTIVA DA PRÁTICA PEDAGÓGICA

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A INCLUSÃO ESCOLAR NA PERSPECTIVA DA PRÁTICA PEDAGÓGICA 
Ivani Alves Moreira 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado ao Instituto Mineiro de 
Educação à Distância (IMEAD), 
como requisito parcial para a 
obtenção do título de Licenciatura 
em Educação Especial e Inclusiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÁGUAS FORMOSAS - MG 
2020 
4 
 
 
 
A INCLUSÃO ESCOLAR NA PERSPECTIVA DA PRÁTICA PEDAGÓGICA 
 
RESUMO 
O objetivo do presente trabalho é o de propiciar o conhecimento a respeito da prática pedagógica 
dentro do processo de inclusão escolar e do conhecimento de métodos ligados à pratica escolar em 
relação aos alunos com Necessidade Educacionais Especiais, usando como suporte a pesquisa 
bibliográfica em artigos e revistas científicas, além de dissertações e teses na área educacional. No 
desenvolvimento do trabalho faz-se uma análise do processo de desenvolvimento da inclusão escolar, 
com destaque para a legislação brasileira e da relevância do estudo para a análise da inclusão social 
e escolar como um direito individual e coletivo. Analisa, também, a perspectiva de acesso à educação, 
bem como as políticas públicas com a finalidade de proporcionar esta inclusão bem como o trabalho 
pedagógico dentro do convívio escolar para atingir essa finalidade, enfatizando o papel pedagógico 
no encaminhamento das ações facilitadoras para a inclusão e a promoção da aprendizagem. Assim, a 
questão norteadora diz respeito a gestão escolar como um todo no sentido de proporcionar a 
inclusão, permitindo, especialmente, a compreensão do trabalho pedagógico como competência neste 
processo. 
 
Palavras-chaves: Pedagogia; Atendimento Educacional Especializado; 
Aprendizagem. 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Ao longo da história da humanidade as pessoas que apresentavam 
características diferentes das demais sempre foram discriminadas e excluídas. Em 
relação às pessoas com ''deficiências'' físicas e mentais essa exclusão era, e ainda 
é, muito mais intensa, por muitos anos elas foram privadas do convívio social. 
O processo de inclusão escolar das pessoas com necessidades especiais, por 
sua complexidade vem exigindo dos profissionais envolvidos nessa temática um 
olhar cada vez mais voltado para a realidade vivenciada por estes indivíduos, tanto 
nas questões internas da escola quanto no seu exterior. 
O objetivo deste trabalho é o de analisar o acolhimento dos alunos com 
deficiência pelas instituições escolar de maneira inclusiva e a observância das ações 
desenvolvidas em relação às práticas pedagógicas, fundamentais para 
implementação de uma educação verdadeiramente inclusiva. 
A grande maioria das escolas não desenvolve um eficiente processo de 
5 
 
 
 
inclusão escolar, agravado por problemas como, por exemplo, a falta de estrutura 
arquitetônica e a falta de preparo dos profissionais da educação na lida cotidiana 
com os alunos com algum tipo de deficiência. Isto torna o assunto muito importante 
na discussão acerca das principais motivações para essa dificuldade de inclusão e 
dos fatores que contribuem para a não consolidação do objetivo da inclusão. 
Partindo desse pressuposto um dos meios para proporcionar a integração e a 
consequente inclusão de todos os alunos, independentemente de alguma 
deficiência, em todos os aspectos ligados ao ambiente escolar e a convivência entre 
os alunos e todos os membros da comunidade escolar é identificar e promover o 
direcionamento dos aspectos necessários para a mudança da escola e a 
consequente possibilidade de uma efetiva inclusão escolar. 
Na atualidade, apesar de ainda apresenta falhas graves, a inclusão já é 
evidente dentro da sociedade e as instituições sociais possibilitaram grandes 
conquistas neste sentido, alavancando a discussão a respeito do tema e 
reivindicando a inclusão das pessoas com necessidades especiais na rede de ensino 
regular, questionando os processos de como se dá essa inclusão e o envolvimento 
da sociedade nesta questão. 
 
 
1. A INCLUSÃO ESCOLAR DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO BRASIL 
 
A deficiência em suas diversas faces é uma realidade que precisa ser 
decisivamente encarada como a mesma se apresenta. Ademais, não se deve ter 
receio de empregar a terminologia pessoa com deficiência como se fosse sinônimo 
de algo desagradável ou pejorativa conforme ressalta Sassaki (2006): 
 
às vezes, encontramos na literatura, em palavras e em conversas informais 
o uso das expressões pessoas portadoras de necessidades especiais, 
pessoas com necessidades especiais e portadores de necessidades 
especiais como sendo melhor do que usar, respectivamente, as expressões 
pessoas portadoras de deficiência, pessoas com deficiência e portadores de 
deficiência, no sentido de que, assim, seria evitado o uso da palavra 
‘deficiência’, supostamente desagradável ou pejorativa. Todavia, 
‘necessidades especiais’ não deve ser tomado como sinônimo de 
‘deficiências’ (intelectual, auditiva, visual, física ou múltipla) (SASSAKI, 
2006, p. 15) 
 
Enfatiza ainda Sassaki (200): 
6 
 
 
 
 
Acresça-se que é aceitável que se diga ou escreva ‘pessoas deficientes’. O 
que não se aceita mais é o uso dos vocábulos ‘deficiente’ e ‘deficientes’ 
como um substantivo, exceto quando um ou outro for necessário no 
contexto de uma explicação, para não cansar o leitor ou interlocutor com 
repetições das expressões referidas no parágrafo anterior. Outros termos 
evitados cada vez mais são ‘portador de deficiência’ e ‘pessoas portadora de 
deficiência’, agora substituídos por ‘pessoa com deficiência’. (SASSAKI, 
2006, p. 15) 
 
De tal modo, deve-se encarar a deficiência como uma condição peculiar ao 
indivíduo e não como elemento a caracterizá-la. Embora a educação inclusiva seja 
recente na realidade brasileira, muito já se discutiu a respeito da inclusão escolar 
das pessoas com deficiência. 
Neste sentido, “a inclusão de pessoas com deficiência na educação geral vem 
sendo implementada no Brasil há pouco tempo, mas já foram realizadas várias 
discussões sobre este tema” (SASSAKI, 2008, p. 24). 
De acordo a análise de Sassaki (2008): 
 
o modelo médico da deficiência tem sido responsável, em parte, pela 
resistência da sociedade em aceitar a necessidade de mudar suas 
estruturas e atitudes para incluir em seu seio as pessoas com deficiência 
e/ou de outras condições atípicas para que estas possam, aí sim, buscar o 
seu desenvolvimento pessoal, social, educacional e profissional.) (SASSAKI, 
2008, p. 29) 
 
Observa-se, portanto, que com base neste modelo a própria sociedade resiste 
à mudança de suas crenças, valores e atitudes enraizadas historicamente, obstando 
de tal modo que as minorias com deficiência ou em condições atípicas podem se 
desenvolver em todos os aspectos. 
Na visão de Sassaki (2008): 
 
A sociedade, em todas as culturas, atravessou diversas fases no que se 
refere às práticas sociais. Ela começou praticando a exclusão social de 
pessoas que por causa das condições atípicas não lhe pareciam pertencer à 
maioria da população. Em seguida desenvolveu o atendimento segregado 
dentro de instituições, passou para a prática da integração social e 
recentemente adotou a filosofia da inclusão social para modificar os 
sistemas sociais gerais. (SASSAKI, 2008, p.16) 
 
Neste contexto, é inegável que a sociedade foi levada a acreditar, sendo a 
deficiência um problema específico contido na pessoa com deficiência, que sua 
solução concentrava-se no oferecimento de determinado serviço aos seus 
7 
 
 
 
portadores. 
Na percepção de Sassaki (2008, p. 30) “a ideia de integração surgiu para 
derrubar a prática da exclusão social a que foram submetidas as pessoas com 
deficiência por vários séculos”. 
Desta forma, reporta-se como instrumento que visa extirpar os longos 
períodos de discriminação sofridos pela pessoa com deficiência, que eram no mais 
das vezes valoradas negativamente em face desta condição. 
Com base nestas evidênciasinegáveis que a educação deve servir como 
ponto de partida para superação dos entraves que levaram e ainda conduzem os 
debates sobre os quais se assenta a defesa em prol da segregação das pessoas 
com deficiência. 
A diversidade é um traço marcante da nossa sociedade, sendo indispensável 
que a comunidade escolar saiba lidar com este fenômeno. 
Com base nestas observações a educação deve levar à construção de um ser 
humano independente e consciente da realidade em sua volta e apto a atuar como 
agente transformador desta. 
Para tanto, não pode o professor se basear em modelos pré-estabelecidos 
dissociados da realidade concreta do aluno, devendo o docente servir-se de 
instrumentos e técnicas que conduzam o aluno a entender as inúmeras variáveis 
sociais, fruto da diversidade existente. 
Embora sejam inegáveis as diferenças, estas não podem servir de 
embasamento à construção dos métodos e técnicas de ensino, mas como 
“oportunidade” de acolher em sociedade todas as crianças, com deficiência ou não. 
Em uma sociedade pluralista e marcada notadamente pela diversidade, a 
democracia se faz na medida em que todos são tratados como iguais, sem distinção 
de qualquer natureza. 
A Democracia se constrói na medida em que todos passam a ser destinatários 
dos mesmos direitos e garantias existentes. Aliás, através mediante a convivência 
mútua, alunos com e sem deficiência poderão aprender juntos e entender que a 
construção de um mundo melhor se faz pela solidariedade e acolhimento. 
É preciso atentar que embora sejam pessoas com deficiência, detêm 
competências e habilidades que precisam ser desenvolvidas e exploradas. Achar 
que inclusão é igual a respeito às diferenças ou que se trata da reinserção social dos 
8 
 
 
 
desvalidos, das vítimas do sistema, de quem não tem o que comer ou onde morar. 
Nas críticas oferecidas à escola brasileira Werneck acentua a competição 
gerada no âmbito escolar que nega a característica mais típica da humanidade: a 
diversidade. 
Neste sentido, é inegável compreendermos que existem milhões de pessoas 
com algum tipo de deficiência, dentre as quais, se inserem um contingente de 
crianças. São pessoas que precisam ser tratadas com dignidade e receber no âmbito 
da sociedade valoração suficiente. 
Facchini (2009, p. 58) reflete que, para que aconteça a constituição bem 
sucedida da sociedade, ela deve favorecer, em todas as áreas da convivência 
humana, o respeito à diversidade que a compõe. 
Um país só alcança seu pleno desenvolvimento, se garantir a todos os 
cidadãos, sejam eles crianças, jovens, adultos ou idosos, as condições para uma 
vida digna, de qualidade física, psicológica, social e econômica. 
A autora enfatiza o papel fundamental que é exercido pela educação, que tem 
o comprometimento de proporcionar a todos os cidadãos acesso ao conhecimento e 
a capacidade de desenvolvimento de suas competências. 
Com isso, a consolidação da cidadania seria viável a partir do conhecimento 
construído ao longo da história da humanidade, especialmente dentro do ambiente 
escolar. 
 
Escola inclusiva é aquela que garante a qualidade de ensino educacional a 
cada um de seus alunos, reconhecendo e respeitando a diversidade e 
respondendo a cada um de acordo com suas potencialidades e 
necessidades (ARANHA, 2004, apud FACCHINI, 2009, p. 61,62). 
 
 
A Lei nº 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional assegura 
que a criança deficiente física, sensorial e mental, pode e deve estudar em escolas 
de ensino regular. 
Dispõe em seu artigo 58, a determinação da existência, quando necessária, 
de serviços e apoio especializado. Ainda prevê recursos como classes, escolas ou 
serviços especializados quando não for possível a integração do aluno nas classes 
comuns. 
Mazzota (2003) define a educação especial como a 
 
9 
 
 
 
modalidade de ensino que se caracteriza por um conjunto de recursos e 
serviços especializados para apoiar, suplementar e, em alguns casos, 
substituir os serviços educacionais comuns, de modo a garantir a educação 
formal dos educandos que apresentem necessidades educacionais muito 
diferentes da maioria das crianças e jovens. (MAZZOTA, 2003, p. 11) 
 
Percebe-se, portanto, que a qualidade do processo de inclusão está 
diretamente relacionada com a estrutura organizacional da instituição, inclusive a 
presença de professores preparados para o atendimento especializado ou para o 
ensino regular, preparados para integrar os alunos que apresentam necessidades 
especiais nas classes comuns. 
A inclusão se constrói efetivamente à medida que toda a sociedade passa a 
enxergar o deficiente além da sua deficiência, reconhecendo nele um ser humano 
digno de apreço. 
Percebe-se, portanto, que tal como ocorre em relação a opinião dos pais de 
alunos com deficiência em relação ao preparo dos professores é opinião quase 
unânime destes pais no sentido de que a escola não se encontra preparada para a 
prática da inclusão escolar. 
 
 
2. PERSPECTIVA PEDAGOGICA PARA INCLUSÃO ESCOLAR. 
 
Segundo Mantoan, (2015, p. 18), as convenções acerca das pessoas com 
deficiência estabelecem preceitos que se inserem no movimento de consagração, a 
nível jurídico, ético, cultural, social, educacional do reconhecimento da pessoa com 
deficiência como sujeito, titular autônomo capaz de gozar das prerrogativas dos 
direitos humanos e liberdades fundamentais comuns a todos os cidadãos, bem 
como, de direitos específicos, derivados de suas características e necessidades 
próprias. 
Nessa perspectiva, a educação constitui um poderoso instrumento de 
inclusão. O art. 26 da Declaração Universal de Direitos Humanos vincula o direito à 
educação ao objetivo do pleno desenvolvimento da personalidade humana. 
Tal pensamento pode ser encontrado, também, no art. 22, segundo o qual 
toda pessoa tem direitos sociais, econômicos e culturais “indispensáveis (...) ao livre 
desenvolvimento de sua personalidade”, e no art. 29 que estabelece que “todo o 
10 
 
 
 
homem tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e pleno 
desenvolvimento de sua personalidade é possível”. 
 
O debate sobre a necessidade de uma escola capaz de atender a todos com 
qualidade e equidade tem cada vez mais tomado conta do cenário 
educacional brasileiro. Políticas públicas são desenvolvidas com o objetivo 
de efetivar esse direito considerado inquestionável. No entanto, assegurar 
educação de qualidade para todos significa reorganizar uma estrutura até 
então criada para uma parcela específica da população, considerada capaz 
de corresponder a certas expectativas estabelecidas (CARNEIRO, 2012, p. 
7). 
 
De acordo Mantoan (2015, p. 19) a qualidade da educação não pode ser 
medida apenas com base no índice da organização, riqueza de instrumentos, 
tecnologia, adequação de currículos, metodologias de ensino, recursos didáticos e 
materiais e sistemas de avaliação que utiliza, sobretudo sua qualidade esta na 
eficácia e eficiência das relações interpessoais, acessível somente se os indivíduos 
possuem maturidade emocional, se eles estão conscientes de seus sentimentos, se 
eles têm a capacidade de procurar a verdade, de tolerar as diferenças e de respeitar 
à diversidade. 
A escola deve adaptar-se às especificidades dos alunos, e não os alunos as 
especificidades da escola; o ensino deve ser diversificado e realizado num espaço 
comum a todas as crianças, como cita a Declaração de Salamanca, que afirma que 
o principio fundamental da escola inclusiva é o de que todas as crianças devem 
aprender juntas, sempre que possível, independentemente de quaisquer dificuldades 
ou diferenças que elas possam ter. (Saviani, 2008, p. 30) 
De acordo Gadotti e Oliveira (2003), 
 
O papel da educação não pode ser confundido apenas com sua ligação 
fundamental e intrínseca com o conhecimento e, muito menos, com a pura 
transmissão de informações. Educação no mundo globalizado tem função 
menos lecionadora emais organizadora do conhecimento. Numa época em 
que o conhecimento é difundido em muitos espaços de formação, a 
educação precisa, muito mais, dar sentido ao conhecimento socialmente 
valorizado, e, numa perspectiva emancipadora, ela se constitui num 
processo que precisa ser entendido a todos e a todas. Portanto, se quiser 
contribuir na construção de um outro mundo possível, ela precisa ser 
essencialmente inclusiva (GADOTTI E OLIVEIRA, 2003, p.38). 
 
Na visão de Freitas (2005, p. 13) escolas inclusivas devem reconhecer e 
responder às necessidades diversas de seus alunos, acomodando ambos os estilos 
11 
 
 
 
e ritmos de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade à todos 
através de um currículo apropriado, arranjos organizacionais, estratégias de ensino, 
uso de recurso e parceria com as comunidades. Na verdade, deveria existir uma 
continuidade de serviços e apoio proporcional ao contínuo de necessidades 
especiais encontradas dentro da escola. 
Notadamente a educação deve ser direcionada para o desenvolvimento do 
potencial integral dos educandos e para o respeito dos direitos humanos, da 
igualdade, de sua cultura, de sua própria identidade, juntamente com os dos outros. 
(Unesco, 1994) 
Na Pedagogia Nova, ao contrario da Pedagogia Tradicional, deslocou o 
 
[...] eixo da questão pedagógica do intelecto para o sentimento; do aspecto 
lógico para o psicológico; do professor para o aluno; do esforço para o 
interesse; da disciplina para a espontaneidade; do diretismo para o não-
diretismo; da quantidade para a qualidade; de uma pedagogia de inspiração 
filosófica centrada na ciência lógica para uma pedagogia experimental 
baseada principalmente nas contribuições da biologia e da psicologia 
(SAVIANI, 2008, p. 8). 
 
Além disso, a educação é também um direito que permite e é gerador de 
outros direitos, onde o direito de expressão, o direito a vida e o direito à igualdade 
podem se realizar, com a educação sendo um direito social fundamental, como um 
pressuposto para o exercício adequado dos demais direitos sociais, políticos e civis, 
como proposto na declaração de Salamanca (Unesco, 1994) 
A educação é um direito humano, universal, indivisível e interdependente, daí 
a obrigação de o Estado assegurá-lo a todos como forma de implementação do 
conjunto de direitos humanos, sem exclusão de pessoas ou grupos sociais, numa 
perspectiva de que a diversidade humana é a única regra que nos torna iguais em 
nossas diferenças. (Brasil, 2008) 
De acordo com Goldstein (2009), no que se refere ao diagnóstico de TDAH: 
 
As famílias com crianças afetadas apresentam uma ampla gama de 
sintomas; o comportamento de uma criança não pode ser previsto somente 
pela história familiar. Alguns pais hiperativos não têm crianças hiperativas, 
enquanto pais normais têm crianças com problemas sérios. (GOLDSTEIN 
2009, p. 61) 
 
Partindo do pressuposto de Mantoan (2015, p. 14) a inclusão do ponto de 
vista individual otimizará as possibilidades de todos os alunos desenvolverem com a 
12 
 
 
 
diversidade e com a diferença. 
Na visão de Giné (2004) 
 
A avaliação das possíveis necessidades educativas dos alunos revela-se 
como um dos componentes mais críticos da intervenção psicopedagógica 
não apenas porque os profissionais da área psicopedagógica (psicólogos, 
pedagogos e psicopedagogos) dedicam a tal tarefa boa parte do seu tempo, 
mas porque nela se fundamentam as decisões voltadas à prevenção e, se 
for o caso, a solução das possíveis dificuldades dos alunos e, em última 
análise, à promoção das melhores condições para o seu desenvolvimento 
(2004, p.275). 
 
A educação inclusiva não é só uma questão de acesso, mas sim e, 
principalmente, de qualidade. A inclusão representa um grande desafio para as 
escolas regulares, que estão sendo chamadas para levar em conta a diversidade e 
as características e necessidades dos alunos, adotando um modelo nele centrado e 
não no conteúdo, com ênfase na aprendizagem e não, apenas, no ensino. 
Segundo Freitas (2005, p. 16), a questão da educação para todos deve ser 
compreendida como um desafio de educar os desiguais para a igualdade através do 
paradigma da inclusão de todos, realçando a necessidade de efetivação de ações 
que supere os muitos discursos utópicos que têm sido desenvolvidos, com vista à 
criação de condições necessárias para a equalização de oportunidades. 
Nisto, um dos grandes desafios atuais é proporcionar uma educação para 
todos, sem distinções, além de assegurar um trabalho educativo organizado e 
adaptado para atender às Necessidades Educacionais Especiais (NEE) dos alunos. 
 
[...] ter dificuldade de leitura e escrita não mais questiona a escola, o 
método, as condições de aprendizagem e de escolarização. Mas sim, busca 
na criança, em áreas de seu cérebro, em seu comportamento manifesto as 
causas das dificuldades de leitura, escrita, cálculo e acompanhamento dos 
conteúdos escolares (SOUZA, 2008, p. 10). 
 
Miranda e Filho (2012, p. 11) afirmam que no processo de escolarização dos 
seus alunos, a escola necessita estar apta a desenvolver atitudes e práticas que, 
somadas às adaptações curriculares, metodológicas e de recursos físicos e 
materiais, assegure a esses o desenvolvimento de um trabalho de qualidade. 
Nessa perspectiva, Miranda e Filho (2012, p. 12) salientam que, “nesse 
processo, o educador precisa saber potencializar a autonomia, a criatividade e a 
comunicação dos estudantes, e, por sua vez, tornar-se produtor de seu próprio 
13 
 
 
 
saber”. 
Mazzota (1999, p. 22) ressalta que a Educação Especial na perspectiva da 
Educação Inclusiva requer, especialmente, uma escola pensada e organizada a 
partir de um processo inclusivo. 
Dessa forma, o espaço escolar deve ser organizado, planejado e 
sistematizado para ofertar condições aos alunos, independentemente de suas 
peculiaridades e das suas deficiências, promovendo um ensino de qualidade para 
todos. 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A preposição de uma educação verdadeiramente inclusiva traz consigo o 
desejo de uma sociedade baseada na equidade, justiça, igualdade e 
interdependência, garantindo maior qualidade de vida para toda clientela, sem 
ocorrência de qualquer processo discriminatório e preconceituoso com o 
reconhecimento e aceitação da diversidade como uma regra para a convivência 
social. 
A abrangência da inclusão perpassa o ambiente escolar, se estendendo por 
toda a sociedade, exigindo uma discussão ampla entre vários segmentos 
profissionais e políticos. A trajetória da inclusão começa com a discriminação e a 
exclusão. No final do século XX, começa a discussão sobre a melhor forma de 
inclusão escolar, sabendo-se que o tema é extenso e complexo. 
A prática da inclusão escolar é de fundamental importância para a inserção 
das pessoas com deficiência nos sistemas sociais de educação, trabalho, família e 
lazer. 
Além disso, a Educação Inclusiva busca evitar a segregação das pessoas 
com deficiências, estimulando e cobrando das instituições a integração dessas 
pessoas com as outras pessoas consideradas “normais”. O aluno com necessidade 
especial deve ter acesso à educação, sua formação sendo adaptada às suas 
necessidades específicas. 
O acesso e permanência, sem o efetivo gozo do conhecimento e habilidades, 
contratado por uma escola deficitária é a violação do direito à educação. Tais 
14 
 
 
 
medidas só se tornam cada vez mais eficazes quando são movidas por uma 
educação de qualidade. 
O processo de inclusão escolar das pessoas com necessidades especiais, por 
sua complexidade vem exigindo dos profissionais envolvidos nessa temática um 
olhar cada vez mais voltado para a realidade vivenciada por estes indivíduos, dentro 
e fora do contexto escolar. 
No contexto da inclusão a flexibilidade é o ponto chave, porque reconhece 
que os alunos aprendem em ritmos diferentes. Isso inclui o uso de diferentes 
métodos que respondem às diferentes necessidades,capacidades e índices de 
desenvolvimento. 
Os meios de inclusão, em primeiro lugar, significa que a escola não deve 
excluir. Parte do princípio de que todos fazem parte da mesma comunidade e não 
em separado e grupos isolados. 
Então, para interromper a exclusão a inclusão exige que o governo e a 
sociedade em geral passem a fornecer as condições necessárias para todos. Isso 
não significa apenas colocar um aluno com deficiência na escola, mas vai além, 
significa dar a ele suporte, condições para que possa, assim como os outros, 
desenvolver todo o seu potencial. 
Vale destacar que apenas a participação dos professores no papel da 
inclusão não é suficiente, sendo necessário um trabalho pedagógico coletivo, 
abrangendo toda a escolar, fundamentada em um projeto político-pedagógico eficaz, 
funcional e aberto à diferenças. 
2 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
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Brasília: Senado, 1988. 168p. 
 
____________. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, 1996. 
 
____________. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política 
Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: 
MEC/SEESP, 2008. Disponível em: <http://www.mec.gov.br>. Acesso em: 11 fev. 
2021. 
 
CARNEIRO, R. U. C. Formação de professores: da educação especial à inclusiva – 
alguns apontamentos. In: ZANIOLO, Leandro Osno; DSM-IV-TRTM - Manual 
diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. trad. Cláudia Dornelles; - 4.ed. rev. 
- Porto Alegre: Artmed, 2012. 
 
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brasil.org.br/documentos_direitoshumanos.php. Acesso em 24 de jan. 2021. 
 
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GINÉ, C.. Avaliação psicopedagógica. In: COLL, Cezar; MARCHESI, Álvaro; 
PALACIOS, J. (orgs.). Desenvolvimento psicológico e educação. Transtornos do 
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MAZZOTA, M. J. S. História e políticas públicas. 2. ed.- São Paulo, 1999. 208 p. 
 
3 
 
 
 
 
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