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ESQUELETO 7

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA DE 
EXECUÇÕES PENAIS DA COMARCA DE... 
 
AUTOS Nº... 
 
“A” já qualificado nos autos, inconformado com a r. decisão que 
denegou-lhe o benefício do Livramento Condicional, vem, por meio de seu 
advogado, tempestivamente e com a devida vênia, interpor o presente 
AGRAVO EM EXECUÇÃO 
com fundamento no artigo 197 da Lei 7.210 de 1984 c/c Súmula 
700 do Supremo Tribunal Federal, pelos motivos de fato e direito que passa a 
expor. 
Destarte, caso Vossa Excelência entenda não se retratar, requer 
que as razões anexas sejam recebidas e encaminhadas ao Egrégio Tribunal de 
Justiça, nos termos do artigo 589 do Código de Processo Penal. 
 
Nestes termos, pede deferimento. 
Local, 
17/01/2021 
Advogado e nº OAB/UF 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO 
 
Agravante: “A” 
Agravado: Justiça Pública 
Egrégio Tribunal, 
Colenda Câmara, 
Preclaro membro do Ministério Público, 
 
I - SINTESE 
Em que pese o notório saber jurídico do MM. Juiz das Execuções 
Penais, a Sentença proferida apresenta vícios que merecem ser sanados, senão 
vejamos. 
Consta que “A”, professor de natação de “B”, a convidou para 
tomar um suco após a aula por ele ministrada. 
Durante o percurso em um bosque, “B” foi vítima de estupro 
praticado por “A”, sendo que tal crime foi notado por Policiais Militares e 
interrompidos por estes, resultando na prisão em flagrante de “A”. 
“A” foi processado e condenado nos termos do art. 213 do Código 
Penal, na ação privada movida pela vítima. 
Importante expor que, durante o curso do processo “A” não 
demonstrou humildade, inclusive expondo seu pensamento de que “a vítima até 
gostou”, em referência a crime praticado. 
Atualmente “A” se encontra ainda recluso, tendo cumprido mais 
de 2/3 da pena e indenizado “B”, inclusive sendo reconhecido seu ótimo 
comportamento no estabelecimento prisional, boa laborterapia e elogios do 
Diretor da respectiva Unidade Prisional. 
Diante destes fatos, requereu “A” o benefício do Livramento 
Condicional, a qual foi negada pelo Juiz que o condenou, sob a justificativa da 
gravidade do caso e da frase dita por “A” durante o curso do processo. 
 
II - DO DIREITO 
 
Diante do narrado até aqui, a recusa do Juiz que condenou “A” 
acaba por divergir do princípio do Devido Processo Legal, consagrado na 
Constituição em seu art. 5º, inciso LIV. 
Isto se dá porque “A” possui direito a concessão do Livramento 
Condicional, posto haver preenchido os requisitos legais (objetivos e subjetivos, 
respectivamente) para tanto, conforme o art. 83 do Código Penal, em que: 
“Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional 
ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou 
superior a 2 (dois) anos, desde que: (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado 
não for reincidente em crime doloso e tiver bons 
antecedentes; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
II - cumprida mais da metade se o condenado for 
reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
III - comprovado: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 
2019) 
a) bom comportamento durante a execução da pena; 
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) 
meses; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e 
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
d) aptidão para prover a própria subsistência mediante 
trabalho honesto; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de 
fazê-lo, o dano causado pela infração; (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de 
condenação por crime hediondo, prática de tortura, 
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de 
pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente 
específico em crimes dessa natureza. 
Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, 
cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a 
concessão do livramento ficará também subordinada à 
constatação de condições pessoais que façam presumir 
que o liberado não voltará a delinqüir.” 
 
Ademais, o art. 131 da Lei 7.210/1984 reitera que, sendo 
preenchidos os requisitos do já citado art. 85 do CP e ouvidos o Ministério 
Publico e o Conselho Penitenciário, pode o Juiz conceder o Livramento 
Condicional ao 
 
III – DOS PEDIDOS 
 
Diante do até aqui exposto, requer: 
A – seja o presente Agravo em Execução conhecido e provido; 
B – a concessão do direito de Liberdade Condicional, nos termos 
do art. 83, CP e 131 da LEP; 
C – a soltura do Requerente e que seja expedido o respectivo 
alvará de soltura. 
 
Nestes termos, pede deferimento. 
Local, 
17/01/2021 
Advogado e nº OAB/UF

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