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Aula nº 1 I- Introdução II-Objectivos III-Breve anatomia do sistema nervoso central IV-Material necessário para realizar o exame neurológico V-Como realizar um bom Exame Neurológico ? O exame neurológico é, reconhecidamente, uma ferramenta importante na avaliação do paciente que apresenta danos neurológico de diferentes graus e origens. É bastante util saber por onde começar Assim parte-se do exame geral para o mais especifico, deste para a função cortical e para os reflexos Orientar o medico interno /estudantes de medicina na realização do exame neurológico Capacitar o medico na elucidação diagnóstica Reconhecer as alterações das funções normais dos orgãos e aparelhos Para atender aos objetivos do ensino neurológico, é necessário que os alunos disponham de instrumentos adequados que serão exigidos, por serem indispensáveis ao exame clínico. Consideramos essencial que todo estudante tenha, para uso pessoal, o seguinte material: 1. Abaixador de língua 2. Algodão 3. Alfinete 4. Estilete de ponta romba 5. Fita métrica 6. Lanterna de bolso 7. Martelo de reflexos. 8. Diapasão de 128 ou 256 Hertz 9. Oftalmoscópio. 1- Anamnese: 1.1. Queixa e duração. 1.2. História da moléstia atual. . Início: súbito, insidioso. . Evolução: estacionária, regressiva,progressiva. paroxística, recidivante ondulante ;Tratamentos anteriores 1.3 Antecedentes pessoais 1.4 Antecedentes familiares 2. Exame físico geral 2.1. Tipo constitucional. Mucosas. Estado de nutrição. 2.2. Alterações cutâneas: manchas hipercrônicas, hipocrônicas e vinhosas, tumoração,alterações tróficas da pele e anexos. 2.3. Exame de crânio: palpação, percussão. (fontanela , perimetro cefalico ‘’ crianças’’) 2.4. Exame da coluna: inspeção movimentação ativa,percussão. 2.5. Exame de ossos e articulações. Alterações tróficas ,pontos dolorosos superficial. 2.6. Aparelho cardio-respiratório. 2.7. Aparelho digestivo. 2.8. Aparelho geniturinário. 2.9. Pulsos arteriais: carotídeo, radial, femural, pedioso, temporal superficial. 3. Exame neurológico: Estado de consciência, comunicação e cognição Nervos cranianos Sensibilidade Força e tónus musculares Reflexos Função cerebelar Irritação meníngea A percepção consciente do mundo exterior de si mesmo caracteriza o estado- vigilia que resultante da actividade de diversas áreas cerebrais coordenadas –sistema reticular ativador ascendente Quando a consciência é comprometida de modo pouco intenso, mas seu estado de alerta é discreto a moderadamente comprometido - obnubilação Na sonolência , paciente é facilmente despertado, responde mais ou menos apropriadamente e logo volta a dormir Confusão mental / Delirium -configura-se por perda de atenção, pensamento não é claro , respostas lenta e não há percepção normal, podendo surgir alucinações,agitação Se a alteração de consciência é mais pronunciada, mas o paciente ainda é despertado por estímulos mais fortes, tem movimentos espontâneos e não abre olhos –estupor / torpor Se não há despertar com essa estimulação e o paciente está sem movimentos espontâneos – Coma Desse modo tem sido utilizado a Escala de Coma de Glasgow (GCS) 1974-Teasdale e jennett Distúrbios de comunicação: Disfonia- alteração do timbre da voz ,que se torna rouca ou bitonal , depende da disfunção das cordas vocais, Lesão do nervo a acessório (XI ) Quando bilateral torna-se afónico Disartria- alteração da articulação da palavra falada ou fala decorrente de algumas neuropatias centrais ou periféricas Dislalia – perturbação da articulação da palavra falada sem as causas estejam localizadas no SN Disritmolalia – perturbação do ritmo da fala, destacando- se taquilalia , gagueira Dislexia – consiste na dificuldade de capacitar–se para a leitura convencionalmente ensinada ( natureza genética) Disgrafia – onde a grafia é basicamente irregular, fragmentada muitas vezes tornar –se ilegível Afasia - perda total da linguagem As mais importantes formas clínicas de afasia são: Afasia motora ou verbal (afasia de broca) Afasia receptiva ou sensorial (afasia de wernicke) Afasia global Afasia de condução – em que a maior dificuldade é a repetição de palavras, embora consiga ler Afasia amnéstica – incapacidade para nomear ou designar os vocábulos / nome de objectos Afasia transcortical- o achado mais relevante é a repetição conservada, apesar de existir outros sintomas de afasia Alteração cognitiva Gnosia – reconhecimento ( córtex cerebral ) Agnosia – perda do reconhecimento ; outros tipos são: Agnosia auditiva (sons ) Cegueira cortical ou psíquica( visão de objetos ) Estereoagnosia ( colocados em sua mão ao ser suprimida a visão ) Somatoagnosia (do próprio corpo em relação a\o espaço ) Prosopoagnosia (fisionomia alheia) Autoprosopoagnosia ( sua própria fisionomia ) Distúrbios das praxias : Praxia – capacidade de realizar actividade gestual consciente e intencional. Apraxia –dificuldade ou incapacidade desta actividade ,sem que haja paralisias, ataxias ou hipercinesias . Apraxia construtiva Apraxia ideomotora Apraxia ideatoria Apraxia de vestir Apraxia de marcha Apraxia bucolinguofacial NERVOS CRANIANOS SENSIBILIDADE Nervos cranianos Existe 12 pares cranianos tem origem do tronco encefalico ; com excesão do XI par cranino cuja origem se encontra na medula espinal I Nervo Olfatório Receptores na mucosa nasal --------- centros corticais da olfação ( Hipocampo) I Nervo Olfatório De olhos fechados , o paciente deve reconhecer o aroma que o examinador coloca diante de cada narina. I Nervo Olfatório Condições que impeçam o reconhecimento do odor : - Resfriados ( Hiposmia ) -Atrofia da mucosa ( Anosmia ) ganha importância clínica nas situações de trauma , lesões infiltrativas da goteira olfatória Lesões corticais - Parosmia : perversão do olfato - Cacosmia : sensação olfatório desagradável na ausência de qualquer substância capaz de originar odor - Alucinações olfatórias II Nervo Óptico O trajecto das fibras ópticas , desde a retina até cortex cerebral , onde A-G , mostram os locais de lesões que podem afetar o campo visual II Nervo Óptico No exame da visão elementos importantes : Acuidade visual Campo visual Fundo do olho II Nervo Óptico Campo visual Fundo do olho – exame realizado com auxilio de instrumento – Fundoscopio Nervos Motores Oculares III N. Oculomotor- IV N. Troclear VI N. Abducente Motilidade extrínseca e intrinseca Nervos Motores Oculares Nervos Motores Oculares Nervos Motores Oculares V. Nervo Trigêmeo Musculos da mastigação, Reflexo corneano Clinica : Nevralgia do Trigêmio V. Nervo Trigêmeo VII Nervo facial Músculos faciais Paladar nos 2/3 anteriores da língua VII Nervo facial Paralisia facial periferica e central Paralisia de Bell Outras situações: Fraqueza facial de origem central Movimentos anormais: Espamos hemifacial Contratura facial paretica espastica Mioquimia facial VIII Nervo Vestibulococlear Audição Equilíbrio VIII Nervo Vestibulococlear IX Nervo Glossofaringeo e X Nervo Vago( pela sua origem e distribuição ) Disfagia/ regurgitação Diminuição do paladar terço posterior da língua (Hipogeusia e ageusia) Causas : neuropatia difterica, tumor do mediastino,esclerose lateral amiotrofica , trauma XI Nervo Acessório Origem cervical e a sua estreita relação com o N.C IX e X. Musc. Esternocleidom as-toideo e trapézio XI Nervo Acessório XII Nervo Hipoglosso Investiga-se o hipoglosso pela inspecção exteriorização da língua (movimentando em todas direções) Manifestações : Atrofia, Fasciculação, paralisia , acentuada disartria e dificuldade – mastigar /deglutir Sensibilidade Quase todas as informações dos segmentos somáticos do corpo entra pela medula , por duas grandes vias para o cérebro Classificação : Vias de Dor e Temperatura Sensação de cocegas e prurido Sensações sexuais Sensação de tato e pressão grosseiras Tato epicrítico e Via de propriocepção consciente, sensibilidade vibratória Sensibilidade Força e tónus musculares Reflexos Função Cerebelar Irritação meníngea Os reflexos miotáticos resultam do mais simples dos fenómenos neurológicos:o arco reflexo Como todos os reflexos é uma resposta simples e unívoca a um determinado estímulo, é constante e reprodutível, e é independente do controle voluntário. A actividade reflexa de que resulta um reflexo miotático passa-se exclusivamente a nível segmentar: um estímulo entra para a medula pela raiz posterior e origina uma resposta que sai da medula pela raiz anterior, sem abandonar o mesmo segmento. Musculo relaxado Pegar corretamente no martelo Inspecionar e palpar o musculo 0- sem resposta 1-Diminuido 2-Normal 3-Aumentado 4-Hiperactivo Aumentados Doenças do trato piramidal Diminuídos Doenças do corno anterior e miopatias Equilíbrio e postura Tônus musculares Controle dos movimentos voluntários Aprendizagem motora Funções não motoras –(cognitivas)relação com córtex cerebral Rigidez nucal Sinal de Brudzinsky – Contracção involuntária das ancas e joelhos quando avaliada rigidez nucal. Sinal de Kerning – Dor lombar com flexão da perna e da anca , com posterior resistência com à extensão da perna Porto & Porto , semiologia médica , 7ª edição – Rio de Janeiro;Guanabara Koogan.2014 William Campbell, DeJong o Exame neurológico , 7ª edição – Rio de Janeiro;Guanabara Koogan.2014 Pubmed:SPECIALI JG Semiotécnica neurológica. Medicina, Ribeirão Preto, 29: 19-31, jan./mar. 1996. Guyton ,Tratado de fisiologia Medica, 10ª edição – Rio de Janeiro;Guanabara Koogan.2002 Exame Neurológico, Semiótica clinica , ano lectivo 2006-2007