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PSIQUIATRIA E EXAME NEUROLÓGICO Avaliação e Exame Físico Exame Físico Neurológico - Estado mental - Escala de Coma de Glasgow - Função Cortical Superior e Gânglios da Base - Nervos Cranianos - Fundoscopia - Motor - Reflexos Exame Neurológico • O exame neurológico pode revelar distúrbios do cérebro, dos nervos, dos músculos e da medula espinhal. Os quatro principais componentes de um exame neurológico são: a anamnese (história clínica), a avaliação do estado mental, o exame físico e, quando necessário, exames diagnósticos. Avaliação do sistema neurológico • Avaliação do nível de consciência (consciente, inconsciente, vegetativo) • Avaliação pupilar (reflexos foto motor, simetria, tamanho) • Avaliação da função motora (movimentos normais e anormais, dinâmica...) • Avaliação da função sensitiva (sensibilidade tátil pelo corpo) • Avaliação da função cerebelar (integridade, transtornos...) • Avaliação dos nervos cranianos (área acometida, qual nervo...) O EXAME NEUROLÓGICO – Etapas • 1. Estado Mental (consciente/inconsciente, orientado/desorientado) • 2. Nervos cranianos (avaliação do possível nervo atingido) • 3. Sistema motor (qualidade dos movimentos) • 4. Reflexos (resposta a estímulos) • 5. Sistema sensorial (sensibilidade a temperatura, dor, pressão...) • 6. Sinais meníngeos (rigidez de nuca, inflamação das meninges...) Consciência • Consciência: capacidade do indivíduo perceber a si mesmo a ao mundo. Consciente • Acordado, alerta • Responde adequadamente aos estímulos verbais • Orientado no tempo e no espaço Inconsciente • Sono profundo • Não emite som verbal • Não interage consigo ou com o ambiente ESTADO MENTAL Lobos Frontais: Divisão: pré-motor, motor suplementar, pré-frontal e área motora da fala (Broca). As áreas motoras dão origem aos tratos corticoespinhais e corticonucleares. A área pré-frontal é a principal área de associação terciária do ser humano, sendo responsável pela memória, julgamento, personalidade, atenção, função executiva, empatia, entre outras funções superiores. Lobos Parietais Divisão: sensitivo primário e secundário lóbulos parietais superiores e inferiores. As áreas sensitivas são responsáveis pela discriminação tátil e pela síntese, integração, interpretação e elaboração dos impulsos sensitivos, principalmente por medo da integração de informações somatossensoriais com as visuais e auditivas. Lobos Occipitais Divisão: visual primário e secundário. Responsáveis pela percepção o reconhecimento visual. Lobos Temporais Divisão: giros temporais superior, médio e Inferior. Giro para-hipocampal e região hipocampal. O giro temporal superior está associado a funções auditivas e de linguagem. Os giros médios e inferiores recebem projeções abundantes do lobo occipital e integram a visão as funções auditiva e de linguagem do lobo temporal. A formação hipocampal é um centro de aprendizado e memoria. SÍNDROME DO CATIVEIRO (SÍNDROME DO ENCARCERAMENTO) Tetraplegia e Paralisia dos Nervos Cranianos Inferiores associado ou não com distúrbios da consciência. LESÃO AMONAL DIFUSA Geralmente a LAD é causada pela ação do movimento da cabeça em aceleração- desaceleração, também conhecido como efeito chicote (cabeça jogada para a frente e imediatamente para trás). ou seja, lesões de alta velocidade com estiramento ou chacoalhamento do tecido cerebral. isso provoca desconexão dos axônios e perda da consciência. ESTADO VEGETATIVO CRÔNICO OU PERSISTENTE Paciente que sobrevivem por períodos prolongados após terem sofrido TCE grave sem recuperarem qualquer manifestação de atividade mental superior. Crise psicogênica não-epilética Doença vascular encefálica Função cortical superior (Função cognitiva) . Nível de consciência • - Alerta, confuso, sonolento, torporoso, comatoso • Orientação (Pessoa, tempo e espaço) • Atenção e concentração • Estado de espírito e afeto • Julgamento • Memória (íntegra, perda total, parcial, lapsos...) • Linguagem e fala: afasia, disfasia, disartria, dislalia... • Agnosia (perda da capacidade de reconhecimento) • Apraxia (perda da atividade gestual consciente e intencional). O EXAME NEUROLÓGICO - ETAPAS • 1. Mini exame do estado mental • Examina a orientação temporal e espacial, memória de curto prazo (imediata ou atenção) e evocação, cálculo, coordenação dos movimentos, habilidades de linguagem e viso-espaciais. • Pode ser usado como teste de rastreio para perda cognitiva. • Apresenta uma pontuação que varia de 0 a 30. Avaliação pupilar • As pupilas quando normais são do mesmo diâmetro e possuem contornos regulares. • Pupilas Isocóricas: têm tamanhos iguais •Pupilas anisocóricas: têm tamanhos diferentes • Pupilas fotorreagentes: reagem à luz (diminuem de tamanho) • Pupilas não reagentes: não regem na presença da luz • Pupilas mióticas: estão diminuídas • Pupilas midriáticas: estão dilatadas Avaliação da função sensitiva • Os nervos sensitivos transmitem informações ao cérebro sobre a pressão, a dor, o calor, o frio, a vibração, a posição das partes do corpo e a forma das coisas. • Geralmente, testa-se a área de em que o indivíduo sente adormecimento, formigamento ou dor, utilizando primeiramente um alfinete e, em seguida, um objeto com borda romba, para verificar se ele consegue perceber a diferença entre a picada e a pressão Divisão funcional do encéfalo Nervos Cranianos Qual a importância da anatomia para o exame clínico dos pares de nervos cranianos? I Par - Nervo olfatório • é um nervo exclusivamente sensitivo, cujas fibras conduzem impulsos olfatórios. Exame Neurológico: Utilizam se óleos aromáticos, sabonetes e alimentos (p.ex., café ou alho). Alterações mais frequentes. • Anosmia: Ausência de olfação • Hiposmia: Diminuição da olfação. • Hiperosmia: ocorre às vezes na gestação, hipertireoidismo, neuroses, lesão da porta do lobo temporal, às vezes como aura eplióptica. • Fantosmia: sente odores que não existem; pode ser Intermitente ou constante; odores geralmente são descritos como pútridos (ovos podres ou fezes). • Cacosmia: maus odores (ex. sinusite purulenta, tumores, lesão das terminações olfatórias do paciente) • Parosmia: distorção de odores, perversão do olfato (ex: neuropatias, neurite gripal). O indivíduo refere que "nada cheira certo" ou que tudo tem o mesmo cheiro. II Par - Nervo óptico • É um nervo exclusivamente sensitivo, cujas fibras conduzem impulsos visuais. Exame: - Acuidade visual: Avaliação realizada pelo oftalmologista. Pedir ao paciente que identifique letras, símbolos, números de uma distância de aproximadamente 6 metros (Tabela de Snellen). • O examinador observa se os campos visuais do paciente são comparáveis ao seu próprio, usando a aproximação de seu dedo indicador. As alterações incluem hemianopsias homônimas (direita e esquerda) e heterônimas (temporais e nasais). III Par - Nervo oculomotor IV Par- Nervo Troclear VI Par -Nervo Abducente • São nervos responsáveis pela motricidade ocular. V Par - Nervo Trigêmeo É o principal nervo da face e sua função primordial é veicular toda a sensibilidade desde o topo da cabeça, toda a face e a maior parte da boca e língua. ◦ É um nervo misto, possui três ramos: nervo oftalmico, nervo maxilar e nervo mandibular. Impulsos exteroceptivos originados: 1) Pele da face e da fronte 2) Conjuntiva ocular 3) Mucosa da cavidade bucal, nariz e seios paranasais. 4) Dentes 5) Sensibilidade geral dos 213 anteriores da lingua 6) Maior parte da dura-máter. Exame físico: Tocando-se ligeiramente a córnea, determina-se o fechamento dos dois olhos por contração bilateral da parte palpebral do músculo orbiculardo olho. VII Par - Nervo Facial É um nervo misto. Inerva os músculos da mímica facial, m. estilo- hióideo e ventre posterior do digástrico; Responsáveis pela inervação das glândulas lacrimal, submandibular e sublingual; Recebem impulsos gustativos originados nos EXAME DA MÍMICA FACIAL Quando ocorreu a paralisia facial periférica? • Qual a causa? • Quais tratamentos desde a instalação? • Avaliação inicial da face em repouso e após da musculatura em movimento. VIII- Nervo Vestíbulo-coclear VIII Par - Nervo Vestibulo-coclear É um nervo exclusivamente sensitivo. A sua origem aparente também é no sulco bulbo-pontino ao lateralmente ao VIl par. Compõe-se de duas partes. A parte vestibular conduz impulsos nervosos relacionados com o equilíbrio. A parte coclear relaciona-se com a audição originados no órgão de corti na cóclea. Teste de Rinne. A, Primeito o diapasão de 512 Hz é colocado no processo mastóide. B, Quando o som não puder mais ser ouvido, o diapasão é colocado na frente do meato acústico externo. Normalmente, a condução aérea (CA) é melhor do que a condução óssea. Como analisar os resultados? Para o teste de Rinne, existem 3 cenários: 1. Resposta normal esperada: nesse caso, teste de Rinne positivo(CA > CO), com o paciente ouvindo por mais tempo com o diapasão perto do ouvido; 2. Perda neurossensorial: nesse caso, ambas as conduções são acometidas, porém na mesma proporção (CA > CO). A orelha média amplifica o som das duas posições, nesse caso, o teste também será positivo. 3. Perda condutiva: nesse caso, a condução óssea será prevalente (CO > CA), se o som estiver mais alto durante a primeira parte do teste, ou se o paciente não ouvir o som dos braços do diapasão durante a segunda parte do teste, o teste de Rinne será negativo; Há, ainda, como o teste dar falso-positivo, um exemplo é no caso de pacientes com perda auditiva completa em um dos lados, esse poderá ouvir com o diapasão posicionado no mastóide por conta da transmissão pelo osso até o lado contralateral, sendo, então, percebido pela orelha saudável. CUIDADO: note que positivo/negativo não significa presença/ausência da doença, não confunda os termos de aplicação do teste com a patologia! Teste de Weber. Quando o diapasão de 512 Hz em vibração é colocado no centro da testo, a resposta normal é que o som seja ouvido no centro, sem lateralização para qualquer lado. A: Na presença de perda auditiva condutiva, o som é ouvido do lado da perda condutiva. B: Na presente a perda sensorioneural, o som é ouvido melhor no lado oposto (não afetado); IX Par - Nervo Glossofaríngeo • É um nervo misto, que emerge do sulco pós-olivar no bulbo. Suas fibras são responsáveis pela sensibilidade geral do 1/3 posterior da língua, faringe, úvula, tonsila, tuba auditiva. X Par - Nervo Vago O nervo vago é misto e essencialmente visceral. Emerge do sulco pós-olivar do bulbo.Esse emerge pelo forame jugular, percorre o pescoço e o tórax, terminando no abdome. O X par da origem a numerosos ramos que inervam a laringe, faringe, entrando na formação autônoma das vísceras torácicas e abdominais. XI Par - Nervo Acessório • É um nervo motor. Formado por uma raiz craniana ou bulbar e por uma raiz espinhal. Inerva Os músculos trapézio e esternocleidomastóideo. Juntamente com o Nervo Vago (X par) faz o controle eferente dos músculos: elevador do véu palatino, úvula e palatoglosso. XI Par - Nervo Acessório É um nervo essencialmente motor, atuando em funções relacionada à deglutição e movimentos da cabeça e pescoço. XII Par – Nervo Hipoglosso É um nervo exclusivamente motor. Inerva os músculos intrínsecos e extrínsecos da língua. Exame: Motilidade da Língua - observar a língua dentro e fora da boca. Registrar assimetrias, desvios e atrofia da língua no interior da boca e fora dela. Barré: paciente em decúbito ventral, pernas fletidas sobre as coxas em ângulo reto. Observando oscilações e ou queda, devido a um déficit dos músculos flexo das pernas. Alterações: a força muscular deve ser graduada literalmente ou por grau de força. Alteração do tono Hipotonia Observa-se achatamento muscular no plano do leito: Diminuição da consistência muscular; Extensibilidade aumentada; Exagerada oscilação. Presente Lesão cerebelar Coma profundo Hipertonia Istencia aumentada; Passividade diminuida; Extensibilidade diminuida; • reduzida oscilação. Presente Lesão piramidal (hemilegia) espástica elástica Lesão extrapiramidal (parkinson) rigidez