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Universidade Federal de Goiás Monitoria de Anatomia: Plexo lombossacral, Nervos glúteos e pélvicos Monitora: Pabline Pereira Chagas – Turma 63 PLEXO LOMBOSSACRAL O plexo lombossacral fornece o suprimento nervoso para a pelve e para o membro inferior, além de parte do suprimento autônomo para as vísceras pélvicas. Ele plexo é formado pelos ramos anteriores dos nervos espinais que se originam dos segmentos lombar, sacral e coccígeo da medula espinal e que se fundem para formar o plexo lombar (T12-L4) e o plexo sacral (L4-S5, Co1). Os segmentos S4-Co1 também são caracterizados como plexo coccígeo. Os dois plexos estão unidos um ao outro pelo tronco lombossacral, e as fibras nervosas dos segmentos L4 e L5 da medula espinal seguem do plexo lombar para a pelve menor. Plexo lombar (T12-L4) Nervos do plexo lombar: Ramos musculares para o M. iliopsoas e para o M. quadrado do lombo (T12-L4) N. ílio-hipogástrico (T12, L1) N. ilioinguinal (T12, L1) N. genitofemoral (L1, L2) N. cutâneo femoral lateral (L2, L3) N. femoral (L2-L4) N. obturatório (L2-L4) N. obturatório acessório (L2, L3) – quando existente. Ramos musculares Pequenos ramos de todas as cinco raízes lombares. N. ílio-hipogástrico (T12, L1) Emerge a partir da borda lateral superior do m. psoas maior, cruza obliquamente por trás do polo renal inferior e em frente ao músculo quadrado lombar. Entre os músculos transverso do abdome e oblíquo interno, ele se divide em ramos cutâneos lateral e anterior, e também supre ambos os músculos. - Ramos cutâneo lateral: está distribuído para a pele posterolateral da região glútea. - Ramos cutâneo anterior: segue entre os mm. oblíquo interno e o transverso do abdome e os supre. O N. ílio-hipogástrico conecta-se aos nervos subcostal e ilioinguinal. É ocasionalmente lesado durante uma abordagem cirúrgica oblíqua para se atingir o apêndice, mas raramente existe qualquer perda sensorial porque a pele suprapúbica é inervada por várias fontes. Inervação motora: proporciona uma pequena contribuição motora aos músculos transverso do abdome, oblíquo interno e oblíquo externo e inerva a pele posterolateral da região glútea e suprapúbica. Inervação sensorial: fornece fibras sensitivas aos músculos transverso do abdome, oblíquo interno e oblíquo externo e inerva a pele posterolateral da região glútea e suprapúbica. N. ilioinguinal (T12, L1) É usualmente menor que o nervo ílio-hipogástrico e surge com ele a partir do primeiro ramo ventral lombar para emergir a partir da borda lateral do músculo psoas maior, com o nervo ílio-hipogástrico ou logo inferiormente a este. Ele perfura o músculo oblíquo interno um pouco mais abaixo, supre-o e em seguida atravessa o canal inguinal abaixo do cordão espermático. O nervo ilioinguinal é ocasionalmente muito pequeno e termina por se unir ao ílio-hipogástrico, um ramo do qual então assume seu lugar. O nervo pode ser lesado durante uma laparotomia em cirurgia intestinal, particularmente de hérnia, o que produz uma parestesia sobre a pele da genitália. Inervação motora: fornece fibras nervosas motoras para os mm. transverso do abdome e oblíquo interno. Inervação sensitiva: fornece fibras sensitivas para os músculos transverso do abdome e oblíquo interno. Ele inerva a pele proximal e medial da coxa e a pele sobre a raiz do pênis e a parte superior da bolsa escrotal em homens, ou a pele que cobre o monte pubiano e os adjacentes grandes lábios da vulva em mulheres. N. genitofemoral (L1, L2) Origina-se a partir dos ramos ventrais de L1 e L2 e é formado dentro da substância do músculo psoas maior. Divide-se acima do ligamento inguinal em ramos genital e femoral. Como o nervo ilioinguinal, o ramo genital pode ser lesado durante uma cirurgia inguinal. Inervação motora: inerva o músculo cremaster através do ramo genital. Inervação cutânea: inerva a pele da bolsa escrotal em homens ou o monte do púbis e os grandes lábios da vulva em mulheres através do ramo genital, e a pele anteromedial da coxa através do ramo femoral. N. cutâneo femoral lateral (L2, L3) Surge a partir dos ramos dorsais do segundo e do terceiro ramos ventrais lombares, emergindo da borda lateral do psoas maior para cruzar obliquamente o ilíaco em direção à espinha ilíaca anterossuperior. Esse nervo supre o peritônio parietal na fossa ilíaca. Ambos passam atrás (ou através) do ligamento inguinal, a uma distância medial variável (normalmente 1 cm) da espinha ilíaca anterossuperior, e à frente (ou através) do sartório na coxa, onde se dividem em ramos anterior e posterior. O ramo anterior torna-se superficial aproximadamente nos 10 cm distais à espinha ilíaca anterossuperior e supre a pele das faces anterior e lateral da coxa, até o joelho. O ramo posterior perfura a fáscia lata em um ponto mais alto que o ramo anterior, dividindo-se para suprir a pele na face lateral do trocanter maior até, aproximadamente, o meio da coxa. Também pode suprir a pele glútea. N. femoral (L2-L4) O nervo femoral é o maior ramo do plexo lombar. Ele emerge a partir dos ramos dorsais (divisões posteriores) do segundo ao quarto ramos ventrais lombares. Desce pelo psoas maior, emerge na parte inferior de sua borda lateral, e depois passa entre o psoas e o ilíaco (profundamente à fáscia ilíaca). Ao passar por trás do ligamento inguinal na coxa, este nervo separa-se nas divisões anterior e posterior através da artéria circunflexa femoral lateral. Atrás do ligamento inguinal, encontra-se separado da artéria femoral por parte do psoas maior. No abdome, este nervo emite pequenos ramos para o ilíaco e o pectíneo, bem como um ramo para a porção proximal da artéria femoral, ramo que, às vezes, surge na coxa. Divisão anterior do N. femoral: seus ramos são os nervos cutâneo medial e intermédio da coxa e o nervo para o sartório. Divisão posterior do N. femoral: seus ramos são o nervo safeno e os ramos para o quadríceps femoral e para a articulação do joelho. N. obturatório (L2-L4) Surge a partir dos ramos ventrais do segundo ao quarto ramos ventrais lombares. Este nervo desce pelo psoas maior, emergindo de sua borda medial na margem pélvica para passar atrás dos vasos ilíacos comuns e ao lado dos vasos ilíacos internos. O nervo obturatório descende em sentido anterior ao longo da parede lateral da pelve menor no músculo obturador interno (anterossuperior aos vasos obturatórios) até o forame obturador, entrando na parte superior da coxa. Próximo ao forame, divide-se em ramos anterior e posterior, separados inicialmente por parte do obturador externo e inferiormente pelo adutor curto. N. obturatório acessório (L2, L3) Quando presente, o nervo obturatório acessório emerge a partir da borda medial do músculo psoas maior e segue ao longo de sua borda sobre a superfície posterior do ramo superior do púbis, posteriormente ao músculo pectíneo. Neste nível ele dá origem a ramos para suprir o músculo pectíneo e a articulação do quadril e pode se unir ao nervo obturatório principal. Plexo sacral (L4-S5, Co1) Nervos do plexo sacral: N. isquiático (L4-S3)* É o maior nervo do corpo e é a continuação da principal parte do plexo sacral. Os ramos convergem na margem inferior do músculo piriforme para formar o nervo isquiático. O N. isquiático é a estrutura mais lateral que emerge através do forame isquiático maior inferiormente ao m. piriforme. Em posição medial a ele estão o nervo e os vasos glúteos inferiores, os vasos pudendos internos e o nervo pudendo. Segue em sentido inferolateral sob o revestimento do m. glúteo máximo, a meio caminho entre o trocanter maior e o túber isquiático. Não supre estruturas na região glútea. Supre os mm. posteriores da coxa, todos os músculos da perna e do pé e a pele da maiorparte da perna e do pé. Também envia ramos articulares para todas as articulações do membro inferior. O N. isquiático consiste, na verdade, em dois nervos, o nervo tibial e o nervo fibular comum. Em geral, esses nervos separam-se na parte distal da coxa. N. glúteo superior (L4-S1)* Surge a partir dos ramos dorsais do quarto e do quinto lombares e do primeiro ramo ventral sacral. Acompanhado pelos vasos glúteos superiores, o nervo deixa a pelve através do forame isquiático maior, acima do piriforme, dividindo-se nos ramos superior e inferior. O ramo superior acompanha o ramo superior da divisão profunda da artéria glútea superior, a fim de suprir o glúteo médio e, ocasionalmente, o glúteo mínimo. O ramo inferior corre com o ramo inferior da divisão profunda da artéria glútea superior através do glúteo mínimo, suprindo os glúteos médio e mínimo para terminar no tensor da fáscia lata. N. glúteo inferior (L5-S2)* Surge a partir dos ramos dorsais do quinto lombar e do primeiro e do segundo ramos ventrais sacrais. Ele deixa a pelve e entra na região glútea através do forame isquiático maior, abaixo do piriforme, e divide-se em ramos que entram na superfície profunda do glúteo máximo. N. pudendo (S2-S4)* É a estrutura mais medial ao sair da pelve através do forame isquiático maior. Desce inferiormente ao músculo piriforme, posterolateralmente ao ligamento sacroespinhal, e entra no períneo através do forame isquiático menor para suprir estruturas nessa região. Nervo principal para o períneo. Não supre estruturas da região glútea nem na região femoral posterior. N. cutâneo femoral posterior* Inerva uma porção maior de pele do que qualquer outro nervo cutâneo. Suas fibras, originadas nas divisões anteriores de S2 e S3 suprem a pele do períneo por seu ramo perineal. Algumas fibras das divisões posteriores dos ramos anteriores de S1 e S2 suprem a pele da parte inferior das nádegas (via nervos clúneos inferiores). Outras fibras continuam em sentido inferior, em ramos que inervam a pele da face posterior da coxa e a parte proximal da perna. Ao contrário da maioria dos nervos que têm o nome cutâneo, a parte principal desse nervo situa-se profundamente à fáscia lata, e apenas seus ramos terminais penetram a tela subcutânea para distribuição cutânea. N. cutâneo perfurante Geralmente emerge das faces posteriores do segundo e do terceiro ramos espinais ventrais. Ele perfura o ligamento sacrotuberal, curva-se ao redor da borda inferior do glúteo máximo e supre a pele sobre a face inferomedial deste músculo. O nervo pode surgir do nervo pudendo ou pode estar ausente. N. para o quadrado da coxa e o gêmeo inferior Emerge dos ramos ventrais do quarto lombar ao primeiro ramo ventral sacral. Ele deixa a pelve através do forame isquiático maior, abaixo do piriforme, descendo pelo ísquio (profundamente ao nervo isquiático, aos gêmeos e ao tendão do obturador interno) para suprir o gêmeo inferior, o quadrado da coxa e a articulação do quadril. N. para o obturador interno e o gêmeo superior Surge dos ramos ventrais do quinto lombar e do primeiro e do segundo ramos ventrais sacrais. Este nervo deixa a pelve via forame isquiático maior, abaixo do piriforme, emite um ramo para a face posterior superior do gêmeo superior, cruza a espinha isquiática (lateralmente aos vasos pudendos internos) e entra novamente na face pélvica do obturador interno. N. para o piriforme Geralmente surge a partir dos prolongamentos dorsais do primeiro e do segundo ramos ventrais sacrais (algumas vezes somente do segundo), entrando na face anterior do piriforme. *mais importantes NERVOS GLÚTEOS Vários nervos importantes originam-se do plexo sacral e suprem a região glútea (p. ex., nervos glúteos superior e inferior) ou atravessam-na para suprir o períneo e a coxa (p. ex., os nervos pudendo e isquiático, respectivamente). A pele da região glútea é ricamente inervada pelos nervos clúnios superiores, médios e inferiores. Esses nervos superficiais suprem a pele sobre a crista ilíaca, entre as espinhas ilíacas posterossuperiores e sobre os tubérculos ilíacos. Nervos glúteos profundos: todos são ramos do plexo sacral e saem da pelve através do forame isquiático maior. Com exceção do nervo glúteo superior, eles também emergem inferiormente ao m. piriforme. São eles: Nervo glúteo superior Nervo glúteo inferior Nervo isquiático Nervo para o músculo quadrado femoral Nervo cutâneo femoral posterior Nervo pudendo Nervo para o músculo obturador interno NERVOS PÉLVICOS A pelve é inervada principalmente pelos nervos espinais sacrais e coccígeos e pela parte pélvica da divisão autônoma do sistema nervoso. Os músculos piriforme e isquiococcígeo formam um leito para os plexos nervosos sacral e coccígeo. Obs.: Nervos autônomos pélvicos: Troncos simpáticos sacrais: proporcionam principalmente inervação simpática para os membros inferiores. Plexos periarteriais: fibras pós-ganglionares, simpáticas, vasomotoras para as artérias retal superior, ovárica e ilíaca interna e seus ramos derivados. Plexos hipogástricos: via mais importante pela qual as fibras simpáticas são conduzidas para as vísceras pélvicas. Nervos esplâncnicos pélvicos: via para inervação parassimpática das vísceras pélvicas e para os colos descendente e sigmoide. Referências bibliográficas: MOORE, Keith L.; DALLEY, Arthur F. Anatomia Orientada para a Clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. GRAY’S. Anatomia: A base anatômica para a prática clínica. 40 ed.
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