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Síndrome de Burnout

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CETCC- CENTRO DE ESTUDOS EM TERAPIA COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL 
 
 
 
VERA LUCIA FERNANDES 
 
 
 
A SÍNDROME DE BURNOUT E SEUS EFEITOS ÀS 
FUNÇÕES COGNITIVAS 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2019 
VERA LUCIA FERNANDES 
 
 
 
 
 
 
A SÍNDROME DE BURNOUT E SEUS EFEITOS ÀS 
FUNÇÕES COGNITIVAS 
 
 
Trabalho de conclusão de curso Lato Sensu 
Área de concentração: Neuropsicologia 
Orientadora: Profa. Dra. Renata Trigueirinho Alarcon 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2019 
 
 
 
 
 
 
 
Fica autorizada a reprodução e divulgação deste trabalho, desde que citada a fonte. 
 
Fernandes, Vera Lucia 
 
A SÍNDROME DE BOURNOUT E SEUS EFEITOS ÀS FUNÇÕES COGNITIVAS 
 
Vera Lucia Fernandes, Renata Trigueirinho Alarcon – São Paulo, 2019. 
 
31 f. + CD-ROM 
 
 
Trabalho de conclusão de curso (especialização) - Centro de Estudos em Terapia 
Cognitivo-Comportamental (CETCC). 
 
Orientadora: Profª. Drª. Renata Trigueirinho Alarcon 
 
 
1 Síndrome de Bournout, 2.Funções Cognitivas. I. Fernandes, Vera Lucia. II. 
Alarcon, Renata Trigueirinho. 
 
Vera Lucia Fernandes 
 
A SÍNDROME DE BOURNOUT E SEUS EFEITOS ÀS FUNÇÕES COGNITIVAS 
 
 
Monografia apresentada ao Centro de Estudos em 
Terapia Cognitivo-Comportamental como parte das 
exigências para obtenção do título de Especialista 
em Neuropsicologia 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
Parecer: ____________________________________________________________ 
Prof. _____________________________________________________ 
 
Parecer: ____________________________________________________________ 
Prof. _____________________________________________________ 
 
 
 
 
São Paulo, ___ de ___________ de _____ 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
Dedico esse trabalho à todos que se entregam de corpo e alma à sua 
profissão, e que por inúmeras vezes ultrapassam seus limites por desconhecerem o 
mal que estão fazendo a si mesmos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
A minha Mestra e amiga Camila de Massi Teixeira, que me contagiou com seu 
amor pela Neuropsicologia e por ser a responsável por mais essa conquista. 
A minha irmã, que sempre me apoia nos meus sonhos para que se tornem 
realidade. 
A Marly, por cuidar de mim e compreender a minha ausência nas noites e nos 
finais de semana por causa dos estudos. 
A minha afilhada Júlia, que tanto me orgulho e que me inspira com seu prazer 
pelos estudos. 
A Rosângela, colega de turma, que se tornou uma amiga, a quem sou grata por 
me ajudar nesses meses de aprendizado. 
A minha orientadora Profa. Dra. Renata Trigueirinho Alarcon por todo carinho, 
conhecimento e acolhimento na realização desse trabalho. 
A minha supervisora Camila Monti Oliveira pelas suas orientações, por 
compartilhar seus conhecimentos e, sobretudo, por ter sido exigente em suas 
correções, me tornando uma profissional melhor a cada dia. 
A todos os professores pela dedicação e por compartilharem seus 
conhecimentos. 
Aos meus familiares e amigos, que sempre me incentivaram e me 
acompanharam nessa trajetória de estudos e realizações. 
E especialmente aos meus pais, que mesmo não estando entre nós, foram e 
serão sempre os responsáveis pela pessoa e profissional que me tornei. 
 
 
 
RESUMO 
 
A Síndrome de Burnout é uma patologia desenvolvida no ambiente laboral, que 
se descreve em três categorias sintomáticas, a física, a psíquica e a 
comportamental. A síndrome se caracteriza pela Exaustão Emocional, a 
Desorganização e a baixa Realização Profissional e Pessoal. Esse trabalho, 
realizado através de uma revisão bibliográfica breve, teve como objetivo identificar 
se as funções cognitivas são afetadas pela síndrome. Os resultados apresentados 
pelos estudos consultados indicam que as funções cognitivas são afetadas pelo 
Burnout, principalmente as funções memória de trabalho, velocidade de 
processamento e a atenção concentrada. A atividade profissional exige muito tempo 
da vida das pessoas, por isso, o ambiente laboral deve ser saudável permitindo 
qualidade de vida física, psíquica e interpessoal para que evite que as pessoas 
desenvolvam essa patologia. 
. 
 
 
Palavras-chave: estresse, burnout, exaustão emocional, estresse no trabalho, 
funções cognitivas. 
ABSTRACT 
 
Burnout Syndrome is a pathology developed in the workplace, which is described in 
three symptomatic categories, physical, psychic and behavioral. The syndrome is 
characterized by Emotional Exhaustion, Disorganization and low Professional and 
Personal Achievement. This work, conducted through a brief literature review, aimed 
to identify whether cognitive functions are affected by the syndrome. The results 
presented by the studies consulted indicate that cognitive functions are affected by 
Burnout, especially working memory, processing speed and concentrated attention 
functions. Professional activity demands a lot of time from people's lives, so the work 
environment must be healthy allowing physical, psychic and interpersonal quality of 
life to prevent people from developing this pathology. 
 
Keywords: stress, burnout, emotional exhaustion, stress at work, cognitive functions. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8 
2 OBJETIVO .............................................................................................................. 11 
3 METODOLOGIA ..................................................................................................... 12 
4 RESULTADOS ....................................................................................................... 13 
5 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 24 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 28 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 29 
 
 
 
 
 
 
8 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
 Hans Selye, nomeado como pai da estressologia, comentava que o stress faz 
parte da vida e que as pessoas devem aprender a manejá-lo de forma eficaz, como 
resposta aos desafios agradáveis e desagradáveis que surgem no seu dia a dia 
(LIPP e TRICOLI et al., 2014) 
 No mundo em que vivemos, a instabilidade está muito presente; tudo muda 
muito rápido levando o indivíduo a uma sobrecarga de cobranças internas e 
externas, que tem como consequência o stress. 
 “Stress é uma reação que envolve componentes físicos, psicológicos, 
mentais e hormonais. Ele ocorre diante de qualquer desafio, positivo ou negativo, 
real ou imaginário” (LIPP, 2014). 
 Segundo Lipp (2014), o stress é um processo que se divide em quatro fases, 
com características particulares e sintomas distintos. São elas: A fase de Alerta, a 
fase de Resistência, a fase de Quase Exaustão e a fase de Exaustão. 
 Esse trabalho progride com enfoque na quarta fase, a Exaustão, que é a fase 
mais negativa do stress, a patológica. Nessa fase que se desenvolve a Síndrome de 
Burnout. 
 A Síndrome de Burnout, também nomeada como Síndrome do Esgotamento 
Profissional, começou a ser conhecida no início dos anos 70, quando o psicanalista 
alemão Herbert J. Freudeuberger, a identificou como um distúrbio psíquico de ordem 
depressiva. 
 A palavra Burnout é de origem inglesa, burn (queimar) e out (fora); traduzindo 
na Língua Portuguesa significa: “perda de energia”. Pessoas que são submetidas a 
um alto grau de stress, começam a ter reações físicas e emocionais levando 
algumas vezes a apresentarem comportamentos agressivos. 
 Segundo Cataldi (2015), os psicólogos Americanos, na década de 1980, 
classificaram a Síndrome de Bournout, como resultado de situações de trabalho sob 
stress crônico entre os profissionais que depositaram grandes expectativas e se 
dedicaram intensamenteà profissão. 
 Sendo assim, segundo Cataldi (2015), Burnout é uma síndrome caracterizada 
por 3 particularidades: 
9 
 
1) A Exaustão Emocional. O profissional além de se sentir esgotado, tem a 
sensação que no dia seguinte não terá recuperado suas energias para 
começar um nova jornada. Ele passa a se irritar facilmente, não ser 
indulgente, ter uma visão pessimista das coisas e se sentir insatisfeito o 
tempo todo. 
2) A Despersonalização. O profissional se distancia emocionalmente das 
pessoas; perde a empatia e apresenta postura desumanizada. Tudo e todos 
passam a contrariá-lo. 
3) Comprometimento nas realizações pessoais e profissionais. O profissional se 
torna descuidado e frio; muitas vezes há queda da autoestima, podendo levá-
lo à depressão. 
As pessoas com Burnout, suprimem suas relações e parecem lidar com 
objetos e não com pessoas, perdendo a sensibilidade afetiva e não se 
responsabilizando mais pelas questões e pelas necessidades das pessoas que 
estão sob sua gestão. 
 Burnout é consequência à exposição prolongada a altos níveis de stress, 
muitas vezes, no ambiente laboral, levando o indivíduo a uma exaustão emocional, a 
distanciamento das relações pessoais e a prejuízos às funções cognitivas. 
 As alterações fisiológicas agregadas às reações ao stress são processadas 
pelas diversas áreas do sistema límbico. O sistema nervoso autônomo conduz o 
corpo a manejar o stress e as glândulas suprarrenais produzem adrenalina e 
corticoides. O stress, na fase da Exaustão, provoca um aumento do córtex das 
glândulas suprarrenais, que acabam produzindo corticosteroides (LIPP e TRICOLI et 
al., 2014). 
 A descoberta de receptores cerebrais para corticosteroides em estruturas 
límbicas levou a entender a presença expressiva dos hormônios do stress em 
funções como memória e aprendizado (LIPP et al.,2010). 
 Segundo Almeida (2010), grande parte dos estudos sobre o efeito dos 
corticosteroides na memória tem sido processada em neurônios hipocampais e 
verificou-se um aumento supra fisiológico nos níveis hormonais, seja geridas de 
proveniência exterior ou em resposta a um estímulo estressor; ou uma redução 
abaixo dos níveis normais, causam um efeito negativo, com enfraquecimento da 
memória declarativa, redução de neurogênese e atrofia hipocampal. É também 
10 
 
relatada uma diminuição na função serotoninérgica que pode estar associada com 
depressão (LIPP,2010). 
 Biazzi (2013) cita em seu trabalho, que a exaustão de Burnout foi comparada 
a vários sintomas físicos de stress, entre eles: dores de cabeça, tensão muscular, 
problemas gastrintestinais, hipertensão e distúrbio do sono. Lipp (2003) ressalta que 
períodos longos de stress crônico afeta o sistema imunológico, deixando as pessoas 
vulneráveis a adquirirem infecções e doenças contagiosas. 
 Com o aumento significativo de profissionais com Síndrome de Burnout o 
presente estudo tem o propósito de realizar uma revisão bibliográfica, considerando 
possíveis fatores de riscos para o seu desenvolvimento e consequências às funções 
cognitivas. 
 
 
 
11 
 
2 OBJETIVO 
 
 
Esse trabalho tem como objetivo apresentar uma revisão bibliográfica sobre a 
Síndrome de Burnout e seus efeitos às funções cognitivas. 
 
2.1 Objetivos específicos 
 
- Breve revisão sobre concepções e sintoma da Síndrome de Burnout. 
- Principais alterações neuropsicológicas decorrentes da Síndrome de 
Burnout. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
3 METODOLOGIA 
 
 
Realizou-se revisão bibliográfica utilizando-se a bases de científicas Scielo, 
BVS, Google acadêmico, American Psychiatry Association e da Organização 
Mundial de Saúde (OMS). 
Palavras-chave: stress, estresse, Funções Cognitivas, Síndrome de Burnout. 
Palavras-chave em inglês: stress, burnout, work Stress, job stress, cognition, 
Burnout. 
Critérios de inclusão e exclusão: Os trabalhos selecionados foram descritos 
em língua portuguesa e inglesa. A pesquisa bibliográfica foi realizada através de 
livros, teses, dissertações, dentre eles, artigos conceituais e de revisão que 
relacionassem Burnout aos seus aspectos conceituais, seus sintomas e os efeitos às 
funções cognitivas. O presente estudo não relaciona a Síndrome de Bounout a 
nenhuma classe específica de profissionais. 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
4 RESULTADOS 
 
 
 4.1 SÍNDROME DE BURNOUT NO AMBIENTE LABORAL 
 
 Considerada problema social de extrema importância, a Síndrome de Burnout 
aparece como resposta aos estressores interpessoais ocorridos na situação de 
trabalho (MENEZES et al, 2017). 
 Os estudos no Brasil sobre a Síndrome de Burnout são bem recentes, 
comparados com outros países. Menezes et al (2017), tendo como base os estudos 
de Maslach, descreve três categorias na qual a síndrome se apresenta. São elas: 
1) Física: quando o colaborador apresenta sintomas constantes de fadiga, falta de 
apetite e insônia; 
2) Psíquica: sintomas de falta de atenção, ansiedade, frustração e déficit de 
memória; 
3) Comportamental: há negligência no trabalho, irritação frequente, falta de foco e 
constantes conflitos com pessoas do trabalho. 
 A Exaustão Emocional, a Despersonalização e a Redução da Realização 
Pessoal, são componentes que se relacionam, mas independentes, caracterizam 
Burnout (ALVES, 2017). 
 Segundo Menezes et al (2017), a Exaustão Emocional é a que determina 
essencialmente a síndrome. É o primeiro comportamento que aparece em resposta 
as altas exigências, internas e externas, que o colaborador sofre frente à sobrecarga 
de trabalho, conflitos pessoais e falta de suporte, levando-o ao distanciamento 
emocional e cognitivo de suas responsabilidades. A Despersonalização aparece 
como um mecanismo de defesa à Exaustão Emocional, levando o indivíduo a se 
distanciar do trabalho e das pessoas. A Redução da Realização Pessoal é outra 
resposta que o profissional apresenta, gerando sentimento de baixa autoestima, falta 
de motivação e diminuição de produtividade, perdendo assim, o desejo de se 
destacar e ser reconhecido pela sua eficiência. 
 Fatores como a infraestrutura organizacional, a baixa participação em 
sugestões para mudanças organizacionais, a insatisfação dos colaboradores, o corte 
de funcionários que geram a sobrecarga de trabalho e relacionamentos conflituosos 
entre os colegas, acarretam sentimentos de desamparo e de desconfiança. Esses 
14 
 
fatores contribuem para a Exaustão Emocional, principal sintoma da Síndrome de 
Burnout (MENEZES et al, 2017). 
 Christina Maslach, psicóloga social norte-americana, foi a primeira a identificar 
atitudes negativas e de distanciamento pessoal, em pacientes com Burnout. Ela 
caracterizou a síndrome como consequência ao stress crônico causado pelo longo 
período que as pessoas convivem com questões estressoras no local de trabalho 
(ALVES, 2017). 
Maslach (2001) criou o Maslach Burnout Inventory (MBI), após estudar 
centenas de trabalhadores e observá-los em seu ambiente de trabalho; sendo este 
inventário a medida mais utilizada no campo de estudo da Síndrome de Bournout. 
Elaborado com questões relacionadas ao ambiente de trabalho, sentimentos e 
comportamentos apresentados em seu estudo, procede-se a avaliação dos sinais da 
síndrome conforme os escores de cada uma delas. Escores altos em Exaustão 
emocional e Despersonalização e baixos escores em Realização Pessoal sugerem 
alto nível da Síndrome de Burnout. 
Gomes et al (2013), realizaram um estudo com 333 professores do ensino 
superior de uma universidade do norte de Portugal. O número maior de participantes 
eram mulheres (n=194; 60,1%), entre 23 e 65 anos (M=42,67; DP=6,87). O nível 
acadêmico era de doutores (n+258; 81,6%), mestres (n=48; 15,2%) e da licenciatura 
(n=8; 2,5%). O número maior de professores era exclusivo desta instituição (n=269; 
89,7%), com tempo de experiência profissionalentre 1 e 43 anos (M=15,50; 
DP=7,17). 
Os instrumentos utilizados na pesquisa foram o Questionário Demográfico 
(dados pessoais e profissionais); Escala de Avaliação Cognitiva (primaria e 
secundária); Questionário de Stress nos Professores do Ensino Superior – QSPES, 
avalia as fontes do stress no exercício da profissão; Inventário de Burnout de 
Maslach – Versão para Professores IBM – VP, avalia os sentimentos em relação ao 
trabalho (GOMES et al, 2013). 
Os resultados aferidos em relação a níveis globais de stress, apontam que 73% 
dos professores descrevem a profissão como altamente estressante, 4,2% não 
descrevem problemas significativos à este aspecto e 22,7% apontam níveis 
moderados de stress (GOMES et al, 2013). 
O estudo identificou a existência de associações entre as medidas de avaliação 
cognitiva primária (percepção de ameaça e desafio) e cognitiva secundária 
15 
 
(confronto latente e percepção de controle). Os valores entre percepção de ameaça 
e confronto latente foi significativa, (X2 (1) =7,88, p<.01) verificando que professores 
com baixa ameaça apresentaram maior confronto latente (69,1%), já professores 
com alta ameaça apresentavam baixo confronto latente (58,3%). A correlação entre 
percepção de ameaça e a de controle também foi significativa, (X2 (1) =13,87, 
p<.001), verificando que professores do grupo com baixa percepção de ameaça 
apresentavam elevada percepção de controle (60,9%), enquanto que o grupo com 
elevada percepção de ameaça apresentaram baixa percepção de controle (73,8%). 
Houve significância nos resultados entre a percepção de desafio e confronto latente 
(X2(1) =46,13, p<001), verificou-se que o grupo com baixa percepção de desafio 
apresentou menor confronto latente (94,9%) e o grupo com alta percepção de 
desafio apresentou alto confronto latente (80,5%). Os resultados entre a percepção 
de desafio e a de controle apresentaram dados significativos (X2(1) =35,97, p<.001), 
nesta correlação os professores com baixa percepção de desafio apresentaram 
baixa percepção de controle (90,1%) e os professores com alta percepção de 
desafio apresentaram alta percepção de controle (68,5%) (GOMES et al, 2013). 
Quanto aos indicadores de Burnout, 15% da amostra apresentaram altos níveis 
de exaustão emocional, 9% apresentou baixa realização pessoal, enquanto que a 
despersonalização apresentou o índice de 13% (GOMES et al, 2013). 
Os indicadores de stress, Burnout e avaliação cognitiva revelaram níveis de 
39% para o fator exaustão emocional, 19% para despersonalização e 18% para 
realização pessoal (GOMES et al, 2013). 
Segundo Alves (2017) a Síndrome de Burnout é um problema mundial e não 
característico de grupos de profissionais, culturais, regionais ou níveis sociais. Em 
seu estudo relata que na Europa, na década de 1990, o stress aparece como um 
dos maiores aspectos na diminuição da qualidade da saúde; no Canadá, outro 
estudo apontou que os enfermeiros apresentam o maior número de licenças 
médicas entre os grupos de profissionais em virtude, principalmente, de Burnout e 
às lesões musculoesqueléticas; na Alemanha uma pesquisa aferiu que 4,2% dos 
colaboradores desenvolvem a síndrome; no Brasil, em 3 hospitais universitários, no 
Rio Grande do Norte, verificou-se através de um estudo que 93% dos participantes 
apresentavam sintomas moderados e elevados de Burnout; na Educação, um 
estudo englobando 1.440 escolas e 30.000 educadores de ensino fundamental, 
16 
 
demonstrou que 26% dos investigados apresentavam exaustão emocional em todos 
os estados do Brasil, havendo apenas alteração nos índices, como 17% em Minas 
Gerais e Ceará e 39% no Rio Grande do Sul. 
 
 4.2 SINAIS, SINTOMAS E FATORES DE RISCO 
 
 A Síndrome de Burnout desenvolve-se através frequentes e intensos períodos 
de stress. Seu processo é gradativo, com sinais e sintomas sutis no início e se 
agravam no decorrer do tempo, levando a exaustão emocional. Alves (2017) relata 
que a exaustão emocional envolve sentimentos de raiva, insegurança, fracasso, 
depressão, solidão, preocupação, impaciência, irritabilidade, indecisão, como 
também, fraqueza, cansaço excessivo, baixa imunidade e susceptibilidade para 
aquisição de várias doenças. Distúrbios do sono, cefaleia, náuseas, tensão 
muscular, dor lombar e alterações do apetite, são sintomas frequentes. A 
despersonalização leva a pessoa ao desapego, a diminuição da empatia e a 
sensação de indiferença em relação às pessoas. 
 Mudanças no comportamento, isolamento social, procrastinação, conflitos com 
colegas, uso de álcool ou drogas para alívio, são sintomas presentes na redução da 
realização pessoal, pois o indivíduo inclina-se a projetar suas frustrações nos outros. 
Alguns traços de personalidade ou características próprias de uma pessoa também 
podem influenciar no desenvolvimento da síndrome como (TRIGO, TENG e 
HALLAK, 2007): 
A) Pessoas muito dedicadas, que se envolvem excessivamente, que possuem maior 
sensibilidade e empatia; 
B) Pessoas competitivas, centralizadoras com baixa tolerância à frustração e erros; 
C) Pessoas perfeccionistas, muito exigentes, que nunca ficam satisfeitas com os 
resultados obtidos e que cobram muito de si; 
D) Pessoas controladoras e inseguras, que têm dificuldade de aceitar ajuda dos 
colegas; 
E) Pessoas que valorizam mais os aspectos negativos de uma situação, que sofrem 
por antecipação e possuem visões pessimistas de si e do mundo; 
F) Pessoas muito passivas, que sempre estão na defensiva e evitam desafios. 
17 
 
 Segundo Trigo, Teng e Hallak (2007), os maiores índices, no aspecto 
exaustão emocional, apresentam-se em mulheres, enquanto que nos homens a 
despersonalização e o distanciamento afetivo são mais frequentes. 
 Devido a Síndrome de Burnout apresentar sintomas comuns a outros 
transtornos psiquiátricos, seu diagnóstico muitas vezes é confundido com depressão 
e estresse (ALVES, 2017). Alves (2017) destaca em seu trabalho, a importância de 
reforçar que o Estresse e a Síndrome de Burnout não são sinônimos e os diferencia 
no quadro abaixo. 
 
Quadro1. Características do estresse e síndrome de Burnout 
ESTRESSE SÍNDROME DE BURNOUT 
Caracterizada por excesso de dedicação Caracterizado por desmotivação 
As emoções são ativas e exaltadas As emoções são embotadas 
Produz urgência e hiperatividade Produz impotência e desesperança 
Perda de energia Perda de motivação, ideais e esperança 
Leva a transtornos de ansiedade Leva a distanciamento e depressão 
O dano primário é físico O dano primário é emocional 
Pode mata-lo prematuramente Pode parecer que não vale a pena viver 
Fonte: Alves (2017) 
 
 No caso da Depressão, Alves (2017) cita características de pacientes com 
humor deprimido, sem energia, dificuldade de concentração, perda de apetite e 
pensamentos de morte e suicídio. Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de 
Transtornos Mentais (DSM-5), a duração dos episódios depressivos, em média, são 
de duas semanas e o paciente deve apresentar humor deprimido, associado ao 
mínimo a quatro sintomas de sua lista, que inclui humor triste, vazio e irritável, além 
de pensamentos recorrentes de morte e suicídio. 
 Vale (2014), cita em seu artigo, que as profissões que favorecem o 
desenvolvimento da Síndrome de Burnout são as que envolvem relações 
interpessoais intensas e alta performance, principalmente profissionais da área da 
saúde, educação, segurança, comunicação e arte em geral, por possuírem uma 
filosofia mais humanística em seu trabalho. 
18 
 
 Garcia e Marziale (2018), em Revisão Integrativa da literatura, validam a 
importância da visão de Burnout como uma doença multicausal e o impacto que 
gera à saúde, seja de ordem física ou mental. Segundo as autoras, na China, há 
artigos recentes comprovando que a síndrome está presente na área da saúde, 
culminando no aumento da insatisfação no trabalho e no crescimento desintomas 
psicológicos. Em sua pesquisa relatam que os profissionais da saúde apresentam 
elevados níveis de esgotamento, médio nível de despersonalização e elevados 
desníveis na realização profissional. 
A idade é outro aspecto citado na pesquisa. Há estudos que demonstram que 
quanto mais novo o indivíduo, maior a possibilidade de desenvolver a Síndrome de 
Burnout ou de se esgotarem emocionalmente, em virtude da predisposição à 
despersonalização. A violência sofrida, seja física ou não física, pelos profissionais 
da saúde, também demonstraram conexões significativas com os sintomas da 
doença (GARCIA E MARZIALE, 2018). 
Schmidt, Neubach & Heuer (2007), em seu estudo levantam a questão que a 
síndrome sempre foi associada principalmente a altas demandas de trabalho (carga 
de trabalho, pressão de tempo), baixos níveis de apoio social e falta de autonomia e 
participação na tomada de decisão. Apenas recentemente Burnout foi analisado de 
uma perspectiva mais basal do processamento de informações. Essa visão foi 
sugerida por observações clínicas sinalizando que colaboradores esgotados 
costumam se queixar de dificuldades e questões na vida cotidiana, como redução da 
atenção e da memória, instabilidade de humor e flexibilidade limitada para lidar com 
demandas de tarefas novas ou transitórias. Segundo os autores, os pesquisadores 
Van der Linden, Keijsers, Eling e Schaijk, foram os primeiros a argumentar que 
essas dificuldades e queixas “podem resultar de déficits nos processos de controle 
cognitivo subjacentes à regulação voluntária e descendente de funções básicas de 
processamento de informações”. 
 
4.3 MECANISMOS NEUROPSICOFISIOLÓGICOS 
 
 O sistema nervoso autônomo (SNA) e o eixo hipotálamo-hipófise adrenal 
(HHA) mediam as respostas do stress alinhados a outros sistemas do organismo. 
Zuardi (2010), explica que as duas partes do SNA, simpático e parassimpático, 
causam reações rápidas nos estados fisiológicos. A inervação simpática pode em 
19 
 
segundos acelerar os batimentos cardíacos e a pressão arterial através da liberação 
da noradrenalina, e adrenalina pela excitação simpática das células da medula 
adrenal. 
 O eixo HHA, também é ativado pelo stress, elevando os índices de 
glicocorticóides circulantes. Em contato com estressores, os neurônios que secretam 
hormônios liberadores (Hipotálamo) como corticotrofina secretado nos terminais de 
neurônios hipotalâmicos próximos da hipófise, podem influenciar seus efeitos em 
outras áreas cerebrais, como a amígdala, hipocampo e locus ceruleous (ZUARDI, 
2010). 
 Dados na literatura sugerem que existam duas formas de reação ao stress, 
uma sistêmica e uma processiva. Na sistêmica, os estressores podem acarretar 
prejuízos fisiológicos, entre eles, a hipóxia e estímulos cardiovasculares e imunes. 
Na límbica, estruturas conectadas sinapticamente como a amídala, hipocampo e 
córtex pré-frontal são excitados por estressores com características cognitivas ou 
emocionais, que envolvem processamento sensorial de primeira ordem. 
Independente do estímulo estressor, a organização da informação decorre no núcleo 
central da amídala com a produção de hormônios que liberam corticotrofina (CRH). 
O CRH, liberado na amidala, atua em neurônios de projeção da mesma, que 
conectam com o hipocampo, direta ou indiretamente via córtex entorrinal. No 
hipocampo, o CRH aumenta a ação sináptica e influência na memória, sendo citado 
como primordial regulador dos efeitos do stress na função neuronal em regiões 
límbicas (LIPP et al, 2010). 
 Os hormônios corticosteroides no cérebro unem-se a receptores nucleares (Mr e 
Gr) presentes na límbica e modificam a transcrição gênica executando uma tarefa 
fundamental na adaptação comportamental, aprendizado e memória. A ativação de 
receptores Mr responde a ativação gênica e a produção de proteínas que são 
responsáveis pela manutenção da homeostasia (LIPP et al, 2010). 
 Silva (2015) cita em seu trabalho, que os danos celulares provenientes do 
stress, afetam principalmente o sistema límbico, “provocando a retração de 
dendríticos, a inibição da neurogênese, e até mesmo a morte de neurônios, como 
por exemplo, diminuição do volume do hipocampo”. Relata também, que o córtex 
pré-frontal (CPF) também é afetado pelos hormônios glicocorticóides, sofrendo 
modificações pela exposição a estressores; o que compromete as funções 
executivas, como a memória de trabalho, que são desenvolvidas no CPF. O CPF 
20 
 
também opera os nossos pensamentos, ações e emoções, através de múltiplas 
conexões com outras áreas do cérebro. 
 As funções cognitivas estão distribuídas no córtex cerebral que é 
dividido em quatro regiões: lobo frontal, que está envolvido com o 
planejamento e com o movimento voluntário; o lobo parietal, com as 
sensações da superfície corporal e percepção espacial; o lobo 
occipital, com a visão e o lobo temporal, com a audição, a percepção 
visual e a memória (OLIVEIRA e RIGONI, 2014). 
 
 A atenção, a aprendizagem e a memória são aspectos da cognição que nos 
permitem codificar, armazenar e recuperar informações. A memória é considerada 
como um dos processos centrais da cognição, mas sem a atenção não haveria 
aprendizagem e memória; sendo assim, é um mecanismo que quando 
desestabilizado causa sérios prejuízos à vida das pessoas (LIPP et al, 2010). 
Morgan et al (2011) realizaram um estudo sobre os efeitos de Burnout nas 
Funções Visuoespaciais, com um grupo de fuzileiros navais, em uma Escola de 
Treinamento de Sobrevivência, na Carolina do Norte. O grupo era formado por 32 
homens, entre 18 e 32 anos, com a idade média de 24,1 anos. O objetivo do estudo 
era avaliar o quanto os antecedentes de trauma, dissociações e sintomas de 
Burnout, na linha de base, impactavam nas funções executivas reduzindo as 
habilidades cognitivas durante situações de stress no período de treinamento. Os 
instrumentos selecionados e aplicados foram Maslach Burnout Inventory-General 
Survey (MBI), subescalas: cinismo, exaustão, eficácia profissional; Clinician 
Administered Dissociation Symptom Scale (CADSS), propensão à dissociação; Brief 
Trauma Questionnaire (BTQ), história de disposição à traumas o Groton Maze 
Learnning Test (GMLT), refletem a função executiva visuoespacial. O GMTL 
necessita do hipocampo direito, cingulado anterior e função pré-frontal dorso lateral 
(MORGAN et al, 2011). 
Os resultados apontaram que o número de erros no GMLT aumentou 
rapidamente em função do treinamento no grupo que apresentou baixa eficácia 
profissional, enquanto que o grupo que apresentou alta eficácia profissional, 
constatou um desempenho mais estável, sugerindo que o grupo de menor 
performance apresentou maior sensibilidade aos efeitos deletérios do treinamento. 
Os dados também sugerem que a convicção e o otimismo, na competência de 
resolver problemas relacionados ao trabalho, são capazes de auxiliar na 
preservação das funções executivas visuoespaciais quando uma pessoa é 
submetida ao stress intenso (MORGAN et al, 2011). 
21 
 
Segundo Baptista, Rueda e Sisto (2007) há estudos que relatam que os 
sistemas cognitivos que abarcam o controle executivo se caracterizam pela 
interdependência, a partir do momento que afirmam que a memória de trabalho 
envolve os processos atencionais, mas destacam que a memória e a atenção devem 
ser considerados como estruturas distintas. 
Outros pesquisadores relacionam os sistemas atencionais à memória visual de 
curto prazo e se referem ao decréscimo dos sistemas cognitivos ao avanço da 
idade, além da exposição constante ao stress e a irritação do dia a dia, as quais 
geram consequências negativas às funções executivas, inclusive à memória e à 
atenção (BAPTISTA, RUEDA e SISTO, 2007). 
Baptista, Rueda e Sisto (2007) citam uma pesquisa com 212 candidatos à 
Carteira Nacional de Habilitação, com o objetivo de avaliar a atenção sustentada(AS) com um teste que avalia a atenção concentrada (AC). Os resultados apontaram 
que ambos os teste avaliam concepções distintas, mas com um percentual de 
concordância. Outros pesquisadores não concordam com esses achados, já que há 
pesquisas com resultados que indicam que o stress aumentaria a atenção e outros 
resultados que apontariam o inverso. 
Vários estudos registram que pacientes com Burnout apresentam alterações 
nas funções de controle, como atenção, memória de trabalho, flexibilidade, fadiga 
mental (sensação de lentidão) e concentração (JONSDOTTIRI et al, 2013). 
Um estudo, com uma pequena amostra, analisou a atenção em 3 grupos de 
profissionais. Um grupo com 13 pessoas diagnosticadas com Burnout e que 
procuraram ajuda profissional, 6 educadores de uma instituição de Treinamento 
Vocacional que descreveram altos níveis de Burnout e continuavam na ativa e 14 
educadores da mesma instituição que não descreveram nenhum sintoma. Os 
resultados observados foram que o grupo diagnosticado com a síndrome apresentou 
um número maior de erros cognitivos, como falta de atenção e esquecimento 
quando comparados ao grupo com sintomas, já este grupo apresentou maior ânimo 
quando comparado com o grupo sem sintomas. A hipótese sinalizada foi que 
colaboradores estressados não chegariam apresentar muitas respostas em 
direcionar sua atenção à ação, levando a uma maior distração nas atividades 
laborais singulares (BAPTISTA, RUEDA e SISTO, 2007). 
Outros estudos evidenciam que dificuldades com a atenção concentrada levam 
o colaborador, que mantém 8 horas de trabalho diário, a um desempenho deficitário, 
22 
 
sendo que muitas tarefas necessitam de planejamento e solução de problemas, 
funções que dependem de um controle executivo ileso, sendo a atenção uma das 
principais peças desse mecanismo cognitivo (BAPTISTA, RUEDA e SISTO, 2007). 
Devido a essas discordâncias, Baptista, Rueda e Sisto (2007), realizaram um 
estudo com o objetivo de verificar a relação entre os níveis de AC e stress em 
estudantes universitários, do período noturno, que trabalhavam no período matutino 
e vespertino. Participaram 61 estudantes de universidade particular do estado de 
Sergipe. A idade média foi de 21,46 (DP= 3,26), entre estudantes de 18 a 23 anos, 
sendo 20 (32,8%) homens e 41 (67,2%) mulheres. Foram utilizados na pesquisa o 
Teste de Atenção (TEACO-FF); a Escala de Vulnerabilidade ao Estresse no 
Trabalho (EVENT); Teste de Atenção Concentrada (AC); Teste de Atenção 
Sustentada e Dividida (AS) e (AD); Teste Conciso de Raciocínio (TCR); Teste de 
Memória (TEPIC-M); o Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp 
(ISSL); Teste de Raciocínio Inferencial; o Inventário de Percepção do Suporte 
Familiar (IPSF); Análise dos itens pelo modelo de Rasch (BAPTISTA, RUEDA e 
SISTO, 2007). 
Os resultados aferidos demonstram que há relação entre AC e stress laboral 
somente no aspecto Clima e Funcionamento Organizacional no sexo feminino e na 
amostra total. Este estudo, segundo Baptista, Rueda e Sisto (2007), valida outra 
pesquisa, a de Braunstein-Bercovitz (2003), que aponta que o aumento do stress 
diminui a atenção das pessoas em situações mais complexas, levando-as a focar 
nos estímulos principais como nos estímulos distratores. O mesmo estudo 
demonstra que menor exposição ao stress e a situações complexas levam a uma 
maior discriminação dos estímulos principais e uma menor atenção aos estímulos 
distratores (BAPTISTA, RUEDA e SISTO, 2007). 
Quando contido o efeito idade, averiguou-se que a associação citada 
anteriormente não se sustenta no caso das mulheres, nem como um todo. Por outro 
lado, o agente relativo à pressão no trabalho apontou um nível baixo com a AC das 
mulheres. Sugere-se, nesse caso, que o acúmulo de funções de trabalho e de 
responsabilidades diárias, por exemplo, estariam mais associadas às mulheres 
(BAPTISTA, RUEDA e SISTO, 2007). 
Jonsdottiri et al (2013), realizaram uma estudo na Suécia com pacientes 
ambulatoriais, com exaustão devido ao estresse, comparando-os a indivíduos 
considerados saudáveis. Uma das hipóteses do estudo era que os pacientes 
23 
 
ambulatoriais apresentariam um desempenho desfavorável em vários aspectos do 
domínio cognitivo especialmente atenção, velocidade de processamento e funções 
executivas. Os resultados obtidos confirmam que os pacientes com exaustão devido 
ao estresse obtiveram resultados inferiores nos testes neuropsicológicos, 
principalmente na velocidade de processamento, memória de trabalho, memória 
episódica, atenção e funções executivas (JONSDOTTIRI et al, 2013). 
Como em outros estudos, verificou-se que diversas células cerebrais são 
afetadas pelo estresse crônico, levando a consequências funcionais; estruturas 
frontais e hipocampo também são afetadas. De acordo com pesquisas realizadas 
anteriormente, sugere-se que o estresse pode contribuir com o surgimento da 
doença de Alzheimer (JONSDOTTIRI et al, 2013). 
. 
 
 
 
. 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
5 DISCUSSÃO 
 
 O objetivo desse trabalho foi realizar uma revisão bibliográfica breve sobre a 
Síndrome de Burnout e os efeitos às funções cognitivas. 
 O stress faz parte da vida, mas quando não conseguimos manejá-lo de forma 
eficaz, ele se torna perigoso ocasionando prejuízos sérios à nossa saúde física e 
mental. Isso ocorre principalmente quando ele chega a fase da exaustão, que é 
considerada patológica. É nessa fase que se desenvolve a Síndrome de Burnout. 
 
Tabela 1. Principais causas encontradas nos estudos à Síndrome de Burnout 
Estudo Causas 
Cataldi (2015) Stress crônico entre os profissionais que depositaram 
grandes expectativas e se dedicaram intensamente à 
profissão. 
Menezes et al (2017) Altas exigências, internas e externas, que o colaborador 
sofre frente à sobrecarga de trabalho, conflitos pessoais 
e falta de suporte. 
Maslach (2001) Escores altos em Exaustão emocional e 
Despersonalização e baixos escores em Realização 
Pessoal. 
(Trigo,Teng e Hallak 
(2007): 
 
Traços de personalidade ou características (próprias 
pessoas muito sensíveis e empáticas, competitivas, 
centralizadoras, perfeccionistas, controladoras, 
inseguras, pessimistas e muitas passivas. 
Gomes et al (2013) Excesso de trabalho, cobrança para a produtividade 
científica e as dificuldades em harmonizar a vida 
pessoal e profissional. 
 
Segundo Menezes et al (2017), a Exaustão Emocional é o sintoma que 
determina essencialmente a síndrome. A Despersonalização aparece como um 
mecanismo de defesa à Exaustão Emocional, levando o indivíduo a se distanciar do 
trabalho e das pessoas. A Redução da Realização Pessoal é outra resposta que o 
profissional apresenta, gerando sentimento de baixa autoestima, falta de motivação 
e diminuição de produtividade, perdendo assim, o desejo de se destacar e ser 
reconhecido pela sua eficiência. 
 Em virtude da Síndrome de Burnout apresentar sintomas comuns a outras 
patologias, muitas vezes ela é diagnosticada como Depressão ou Ansiedade, mas 
Burnout é uma doença adquirida em ambiente laboral (ALVES, 2017). 
25 
 
O sistema nervoso autônomo (SNA) e o eixo hipotálamo-hipófise adrenal 
(HHA) mediam as respostas do stress alinhados a outros sistemas do organismo. 
O eixo HHA, também é ativado pelo stress, elevando os índices de glicocorticóides 
circulantes. Em contato com estressores, os neurônios que secretam corticotrofina, 
secretado nos terminais de neurônios hipotalâmicos próximos da hipófise, podem 
influenciar seus efeitos em outras áreas cerebrais, como a amígdala, hipocampo e 
locus ceruleous (ZUARDI, 2010). 
Os receptores nucleares (Mr e Gr) presentes no sistema límbico, ao se unirem 
aos hormônios corticosteroides, modificam a transcrição gênica executando uma 
tarefa fundamental na adaptação comportamental, aprendizado e memória (LIPP et 
al, 2010). 
Danos celulares provenientesdo stress afetam principalmente o sistema 
límbico. O córtex pré-frontal também é afetado pelos hormônios glicocorticóides, o 
que comprometem as funções executivas, como a memória de trabalho, que são 
desenvolvidas no CPF, como também os nossos pensamentos, ações e emoções, 
em conexões com outras áreas do cérebro (SILVA, 2015). 
 
Tabela 2. Principais efeitos às funções cognitivas encontradas nos estudos 
Estudos Efeitos 
Lipp et al (2010) Alterações na memória, atenção e aprendizagem. 
Morgan et al (2011) Antecedentes de trauma, dissociações e sintomas de 
Burnout, impactam reduzindo as funções executivas 
visuoespaciais. 
Baptista, Rueda e Sisto 
(2007) 
Geram consequências negativas às funções 
executivas, inclusive à Memória e à Atenção 
Concentrada. 
Jonsdottiri et al (2013) Alterações nas funções de controle, velocidade de 
processamento, como atenção, memória de trabalho, 
memória episódica, funções visuoespaciais, linguagem 
flexibilidade, fadiga mental (sensação de lentidão) e 
concentração. 
Silva (2015) Alterações na memória de trabalho, nas ações 
executivas e nas emoções. 
Gomes et al (2013) Levam a altos níveis de exaustão emocional e médios 
níveis de despersonalização e realização pessoal. 
Garcia e Marziale (2018) Elevados níveis de esgotamento, médio nível de 
despersonalização e elevados desníveis na realização 
profissional. 
Profissionais jovens maior esgotamento emocional 
devido a predisposição à despersonalização. 
 
26 
 
 
A memória é considerada como um dos processos centrais da cognição, mas 
sem a atenção não haveria aprendizagem e memória; sendo assim, é um 
mecanismo que quando desestabilizado causa sérios prejuízos à vida das pessoas 
(LIPP et al, 2010). 
Os resultados dos estudos abordados neste trabalho se correlacionam sobre a 
Síndrome de Burnout afetar as funções cognitivas, principalmente a memória de 
trabalho, a atenção concentrada e a velocidade de processamento. 
Outro dado interessante que consta nos estudos está relacionado aos efeitos 
de Burnout nas mulheres e nos homens. Alves (2017) relata que as mulheres 
apresentam maiores índices na relação com exaustão emocional, enquanto que os 
homens, despersonalização e distanciamento afetivo; Jonsdottiri et al (2013) relatam 
que as funções cognitivas, entre elas, a memória e a atenção, foram mais 
prejudicadas na amostra de mulheres; Baptista, Rueda e Sisto (2007) descrevem 
que aparece relação entre atenção concentrada e stress laboral no aspecto Clima e 
Funcionamento Organizacional, no sexo feminino. Nesse caso sugere-se que o 
acúmulo de funções de trabalho e de responsabilidade diárias, por exemplo, 
estariam mais associadas às mulheres (BAPTISTA, RUEDA E SISTO, 2007). 
 O interesse sobre a Síndrome de Burnout aumentou nas últimas décadas 
devido a três aspectos: o primeiro a valorização sobre qualidade de vida e as 
alterações incluídas no conceito de saúde pela OMS; o segundo devido a uma 
demanda maior e cobranças da população por melhores serviços sociais, educativos 
e de saúde e por último a conscientização de pesquisadores em aprofundar os 
estudos, compreendendo a necessidade de maiores informações e a prevenção de 
seus sintomas (VALE, 2014). 
 Atualmente o transtorno está registrado no grupo 24 da Classificação Estatística 
Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde-CID 11, como um dos 
distúrbios psíquicos que compacta a saúde ou o contato com serviços de saúde. 
 Apesar de se encontrar conteúdo na internet sobre a Síndrome de Burnout, 
ainda é um transtorno psíquico que muitos infelizmente desconhecem, pois seu 
conhecimento levaria à cobrança de ambientes laborais mais saudáveis e a própria 
conscientização do trabalhador sobre a importância da qualidade de vida. 
Todos os pesquisadores, nos trabalhos citados, foram unanimes em dizer que 
poucos ainda são os estudos sobre Burnout, e que devidos as pesquisas não 
27 
 
possuírem uma amostra numerosa, seus resultados devem ser mais investigados 
para um maior aprofundamento do assunto. 
 
28 
 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
Esse trabalho teve a finalidade de informar os impactos que a Síndrome de 
Burnout acarreta na vida das pessoas. 
Os estudos apresentam Burnout em diversas profissões entre elas à área da 
saúde, educação e forças armadas, mas todos os resultados trazem impactos às 
funções cognitivas, principalmente memória, velocidade de processamento e 
atenção. 
A atividade profissional exige muito tempo da vida das pessoas, por isso o 
ambiente laboral deve ser saudável permitindo qualidade de vida física, psíquica e 
interpessoal para que possamos evitar que as pessoas entrem nessa patologia ou 
mesmo que os primeiros sintomas sejam identificados para não desencadear o 
quadro. 
Sugerem-se mais estudos sobre as consequências da Síndrome de Burnout, 
encaminhamentos para seu tratamento e principalmente procedimentos preventivos 
para serem adotadas nas organizações evitando assim o aumento de casos da 
doença. 
 
 
 
 
 
29 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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VALE, Deijone. SÍNDROME DE BURNOUT: O tendão de Aquiles dos 
Workaholics. São Paulo: Portal de Artigos de Neuropsicologia; 2014. 
ZUARDI, A. W. Fisiologia do estresse e sua influência na saúde. São Paulo: 
USP, Departamento de Neurociências e ciência do comportamento (internet); 2010. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.researchgate.net/journal/0101-6083_Revista_de_Psiquiatria_Clinica
https://www.researchgate.net/journal/0101-6083_Revista_de_Psiquiatria_Clinica
31 
 
ANEXO 
 
Termo de Responsabilidade Autoral 
 
 
 
 Eu Vera Lucia Fernandes afirmo que o presente trabalho e suas devidas 
partes são de minha autoria e que fui devidamente informado da responsabilidade 
autoral sobre seu conteúdo. 
 Responsabilizo-me pela monografia apresentada como Trabalho de 
Conclusão de Curso de Especialização em Terapia Cognitivo Comportamental, sob 
o título “A SÍNDROME DE BURNOUT E OS EFEITOS ÀS FUNÇÕES 
COGNITIVAS”, isentando, mediante o presente termo, o Centro de Estudos em 
Terapia Cognitivo-Comportamental (CETCC) e meu orientador de quaisquer ônus 
consequentes de ações atentatórias à "Propriedade Intelectual", por mim praticadas, 
assumindo, assim, as responsabilidades civis e criminais decorrentes das ações 
realizadas para a confecção da monografia. 
 
 
São Paulo, __________de ___________________de______. 
 
 _______________________ 
Assinatura do (a) Aluno (a) 
	Hans Selye, nomeado como pai da estressologia, comentava que o stress faz parte da vida e que as pessoas devem aprender a manejá-lo de forma eficaz, como resposta aos desafios agradáveis e desagradáveis que surgem no seu dia a dia (LIPP e TRICOLI et ...
	No mundo em que vivemos, a instabilidade está muito presente; tudo muda muito rápido levando o indivíduo a uma sobrecarga de cobranças internas e externas, que tem como consequência o stress.
	“Stress é uma reação que envolve componentes físicos, psicológicos, mentais e hormonais. Ele ocorre diante de qualquer desafio, positivo ou negativo, real ou imaginário” (LIPP, 2014).
	Segundo Lipp (2014), o stress é um processo que se divide em quatro fases, com características particulares e sintomas distintos. São elas: A fase de Alerta, a fase de Resistência, a fase de Quase Exaustão e a fase de Exaustão.
	Esse trabalho progride com enfoque na quarta fase, a Exaustão, que é a fase mais negativa do stress, a patológica. Nessa fase que se desenvolve a Síndrome de Burnout.
	A Síndrome de Burnout, também nomeada como Síndrome do Esgotamento Profissional, começou a ser conhecida no início dos anos 70, quando o psicanalista alemão Herbert J. Freudeuberger, a identificou como um distúrbio psíquico de ordem depressiva.
	A palavra Burnout é de origem inglesa, burn (queimar) e out (fora); traduzindo na Língua Portuguesa significa: “perda de energia”. Pessoas que são submetidas a um alto grau de stress, começam a ter reações físicas e emocionais levando algumas vezes a...
	Segundo Cataldi (2015), os psicólogos Americanos, na década de 1980, classificaram a Síndrome de Bournout, como resultado de situações de trabalho sob stress crônico entre os profissionais que depositaram grandes expectativas e se dedicaram intensame...
	Sendo assim, segundo Cataldi (2015), Burnout é uma síndrome caracterizada por 3 particularidades:
	1) A Exaustão Emocional. O profissional além de se sentir esgotado, tem a sensação que no dia seguinte não terá recuperado suas energias para começar um nova jornada. Ele passa a se irritar facilmente, não ser indulgente, ter uma visão pessimista das ...
	2) A Despersonalização. O profissional se distancia emocionalmente das pessoas; perde a empatia e apresenta postura desumanizada. Tudo e todos passam a contrariá-lo.
	3) Comprometimento nas realizações pessoais e profissionais. O profissional se torna descuidado e frio; muitas vezes há queda da autoestima, podendo levá-lo à depressão.
	As pessoas com Burnout, suprimem suas relações e parecem lidar com objetos e não com pessoas, perdendo a sensibilidade afetiva e não se responsabilizando mais pelas questões e pelas necessidades das pessoas que estão sob sua gestão.
	Burnout é consequência à exposição prolongada a altos níveis de stress, muitas vezes, no ambiente laboral, levando o indivíduo a uma exaustão emocional, a distanciamento das relações pessoais e a prejuízos às funções cognitivas.
	As alterações fisiológicas agregadas às reações ao stress são processadas pelas diversas áreas do sistema límbico. O sistema nervoso autônomo conduz o corpo a manejar o stress e as glândulas suprarrenais produzem adrenalina e corticoides. O stress, n...
	A descoberta de receptores cerebrais para corticosteroides em estruturas límbicas levou a entender a presença expressiva dos hormônios do stress em funções como memória e aprendizado (LIPP et al.,2010).
	Segundo Almeida (2010), grande parte dos estudos sobre o efeito dos corticosteroides na memória tem sido processada em neurônios hipocampais e verificou-se um aumento supra fisiológico nos níveis hormonais, seja geridas de proveniência exterior ou em...
	Biazzi (2013) cita em seu trabalho, que a exaustão de Burnout foi comparada a vários sintomas físicos de stress, entre eles: dores de cabeça, tensão muscular, problemas gastrintestinais, hipertensão e distúrbio do sono. Lipp (2003) ressalta que perío...
	Com o aumento significativo de profissionais com Síndrome de Burnout o presente estudo tem o propósito de realizar uma revisão bibliográfica, considerando possíveis fatores de riscos para o seu desenvolvimento e consequências às funções cognitivas.
	2 OBJETIVO
	3 METODOLOGIA
	4 RESULTADOS
	Stress crônico entre os profissionais que depositaram grandes expectativas e se dedicaram intensamente à profissão.

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