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Fundação Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado do Rio de 
Janeiro 
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro 
Universidade Federal Fluminense 
Curso de Licenciatura em Letras- UFF / CEDERJ 
 
Disciplina: Literatura Brasileira I 
Coordenador: André Dias 
 
Nome: Ana Gabriela Medeiros | Polo: Nova Friburgo | Matrícula:22113120011 
 
AD 1 – 2022.2 
 
QUESTÕES 
1 – (Sobre a Aula 6) – José Veríssimo, em A História da Literatura 
Brasileira (1916), é dos primeiros estudiosos de nossa Literatura a 
considerar em seu trabalho os aspectos estéticos das obras estudadas. 
Sobre Álvares de Azevedo, por exemplo, o crítico destaca o seguinte: 
 
Mostrava-se Álvares de Azevedo poeta pessoal e subjetivo, como 
não fora talvez nenhum dos nossos antes dele e raros o seriam 
depois. Impressões da natureza ou de arte não lograva nunca 
objetivá-las. Transfundiam-se-lhe naturalmente em íntimas 
sensações, por via de regra dolorosas. É, neste período, o primeiro 
que quase unicamente canta de amor, que fica alheio à natureza 
que o cerca ou à nação a que pertence. Só́ lhe interessa a mulher, 
"o eterno feminino" de que foi talvez o primeiro a ter aqui o 
sentimento à maneira goetiana, e que o absorve e alucina. Não é 
fácil distinguir o que é nele inspiração e sensibilidade poética do 
que são instintos e impulsos sensuais de moço brasileiro, 
superexcitado pela tísica que o minava. (VERÍSSIMO, 1916, p 202) 
 
Leia, a seguir, o poema “Por que mentias?”, de Álvares de Azevedo e 
explique como as questões apresentadas por José Veríssimo se 
manifestam na obra em questão. (Valor: 10,0) 
 
“Por que mentias” – Álvares de Azevedo 
 
Por que mentias leviana e bela? 
Se minha face pálida sentias 
Queimada pela febre, e minha vida 
Tu vias desmaiar, por que mentias? 
 
Acordei da ilusão, a sós morrendo 
Sinto na mocidade as agonias. 
Por tua causa desespero e morro… 
Leviana sem dó, por que mentias? 
 
Sabe Deus se te amei! Sabem as noites 
Essa dor que alentei, que tu nutrias! 
Sabe esse pobre coração que treme 
Que a esperança perdeu por que mentias! 
 
Vê minha palidez – a febre lenta 
Esse fogo das pálpebras sombrias… 
Pousa a mão no meu peito! 
Eu morro! Eu morro! 
Leviana sem dó, por que mentias? 
AZEVEDO, Álvares. “Por que mentias” In. Lira dos vinte anos. Porto 
Alegre, LP&M, 1998. p. 19 
 
Por utilizar seu viés nacionalista como base para suas análises críticas, 
Veríssimo assinala que, ao contrário das obras românticas da primeira fase, a 
poesia de Álvares de Azevedo encontra seu foco no subjetivo e na 
representação da mulher, não utilizando suas impressões a respeito da 
natureza e da sociedade para a construção de sua narrativa. Já no primeiro 
verso “Por que mentias leviana e bela”, Azevedo introduz sua personagem, 
uma mulher bonita e volátil que, ao mentir, magoa os sentimentos do eu lírico. 
Logo, a figura feminina encontra posição de destaque no poema, sendo a peça 
central por onde se destrincha todos os versos seguintes, perdendo seu 
protagonismo apenas para ser coadjuvante do sentimentalismo e da 
intensidade do autor. 
Ademais, José Veríssimo também destaca esse caráter íntimo e 
individual tão presente na obra de Álvares de Azevedo, pois o poeta utiliza 
como ferramenta suas questões internas e pessoais para a produção de seu 
trabalho e isso é visto em diversos trechos do poema, como na segunda 
estrofe, por exemplo, em que se encontra escrito o seguinte: “essa dor que 
alentei, que tu nutrias! / Sabe esse pobre coração que treme / Que a esperança 
perdeu por que mentias!”. Tamanha intensidade se dá também na última 
estrofe, onde o eu lírico diz: “Esse fogo das pálpebras sombrias…/ Pousa a 
mão no meu peito! / Eu morro! Eu morro!”, onde essa subjetividade é 
empregada, já que o autor usa de suas emoções e sofrimentos pessoais para 
compor uma obra repleta do desgosto e da melancolia de uma desilusão 
amorosa.

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