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DESCRIÇÃO Reconhecimento dos materiais de construção e sistemas construtivos e identificação de suas características na Construção Civil. PROPÓSITO Apresentar os materiais de construção existentes e as principais técnicas construtivas que podem se relacionar a estes, com o intuito de identificar suas qualidades, potencialidades e limitações na Construção Civil. OBJETIVOS MÓDULO 1 Descrever as principais categorias de materiais de construção MÓDULO 2 Identificar os processos construtivos e de sustentabilidade na construção civil para o descarte adequado e a reutilização dos materiais MÓDULO 3 Reconhecer as técnicas construtivas tradicionais e contemporâneas relacionadas com solos, fundações, vedações, revestimentos e acabamentos, bem como a estrutura, subestrutura e coberturas Materiais e técnicas construtivas MÓDULO 1 Descrever as principais categorias de materiais de construção Agregados, Aglomerantes, Concreto, Aço e Misturas asfálticas AGREGADOS E AGLOMERANTES AGREGADOS Denominam-se “agregados da construção civil” os materiais minerais, sólidos e inertes que, obedecendo a arranjos granulométricos adequados, são utilizados para a fabricação de materiais artificiais resistentes mediante a mistura com materiais aglomerantes, sendo eles betuminosos ou com ativação hidráulica. Em geral, são os agregados que “dão corpo e volume” à mistura, seja ela à base de cimento Portland, seja à base de cimento asfáltico de petróleo. Eles podem representar cerca de 80% do peso do concreto simples e até 90% do peso de misturas asfálticas. Os agregados têm o propósito de tornar a mistura mais econômica, com retração e resistência. Por ser um material de origem natural, o tamanho, a densidade e a forma de seus grãos podem variar as características da mistura final. Os agregados podem ser obtidos por meio de mineração. Os diagramas a seguir mostram o fluxograma de mineração de pedra britada e de areia de rio. Fonte: EnsineMe. Fluxograma da mineração da pedra britada. Fonte: EnsineMe. Fluxograma da mineração da areia. Os agregados podem ainda ser classificados quanto a: ORIGEM Naturais (areia de rio, de cavas, de praias e dunas (finura e teor de cloreto de sódio)), cascalho com baixa granulometria; artificiais (areia de brita) e industrializados (argila expandida, argila calcinada). DIMENSÕES DAS PARTÍCULAS Baseiam-se no tamanho dos grãos: miúdos (agregado cujos grãos passam pela peneira com abertura de malha de 4,75 mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha de 150 µm); e graúdos (agregado cujos grãos passam pela peneira com abertura de malha de 75 mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha de 4,75 mm, ambos os ensaios realizados de acordo com a ABNT NBR NM 248). MASSA UNITÁRIA Podem ser leves, médios e pesados. MINERALOGIA Granitos, gnaisses, arenitos etc. AGLOMERANTES Denominam-se “aglomerantes” os materiais com propriedades ligantes, normalmente em estado físico pulverulentos. Quando misturados com água formam uma pasta com endurecimento por processos químicos ou por secagem simples. javascript:void(0) Os três principais aglomerantes existentes em Construção Civil e em infraestrutura são cal, cimento e cimento asfáltico de petróleo (CAP). Vamos a eles: PULVERULENTOS Em forma de pó. CAL O óxido de cálcio (CaO), conhecido comercialmente como cal, é um dos materiais de construção mais antigos do mundo. Ele é obtido por decomposição térmica (calcinação ou queima) de rochas calcárias moídas em diversos tipos de fornos, a uma temperatura média de 900°C. A chamada cal virgem, também denominada cal viva ou cal ordinária, é o produto composto predominantemente dos óxidos de cálcio e magnésio. Já a cal hidratada, como o próprio nome sugere, é uma combinação de cal virgem com água. Ou seja, CaO + H2O -> Ca(OH)2. Entretanto, ninguém usa cal virgem devido à dificuldade de controlar a hidratação, de modo a permitir as reações químicas necessárias. Por isso, comprar a cal já hidratada no produtor é justamente a garantia de uma boa e completa hidratação. A cal tem propriedades aglomerantes como o cimento, com a diferença de que este, para endurecer, reage com água; a cal, com ar. É a chamada cal aérea, enquanto o cimento recebe o nome de aglomerante hidráulico. CIMENTO O cimento é um aglomerante da mistura do concreto para formar um corpo sólido e coeso. Constitui-se de um pó fino com propriedades aglomerantes, aglutinantes ou ligantes, que se enrijece ao entrar em contato com a água. Depois de endurecido, mesmo que seja novamente submetido a ação da água, não volta a se decompor. Suas principais matérias-primas são: o calcário, a argila e quantidades menores de óxidos de ferro e alumínio, utilizados para a produção do clínquer — material básico para a fabricação de cimento, gesso (gipsita) e outras adições (como pozolana ou escória de fornos). SAIBA MAIS O cimento utilizado para formação de concreto é conhecido como cimento Portland (CP), descoberto em 1824, na ilha britânica de Portland. No Brasil, há cinco tipos básicos de cimento e três especiais. Todos os tipos são voltados para a construção civil, mas com diferenças entre si. A Associação Brasileira do Cimento Portland (ABCP) classifica o cimento entre os tipos descritos a seguir: Tipo Classes Resist. (MPa) Composição (%) Norma Brasileira Clínquer + Gesso Escória Alto-forno Pozolana Fíler CP I 25 32 40 100 0 NBR 5732 CPI-S 95-99 1 - 5 CP II-E 25 32 40 56-94 6- 34 0 0- 10 NBR 11578 CP II-Z 25 32 40 76-94 0 6- 14 0- 10 CP II-F 25 32 40 90-94 0 0 6- 10 Tipo Classes Resist. (MPa) Composição (%) Norma Brasileira Clínquer + Gesso Escória Alto-forno Pozolana Fíler CP III 25 32 40 25-65 35- 70 0 0- 5 NBR 5735 CP IV 25 32 45-85 0 15- 50 0- 5 NBR 5736 CP V-ARI - 95-100 0 0 0- 5 NBR 5733 CP V-ARI RS - * * * 0- 5 NBR 5737 *CP V-ARI RS admite adição de escória ou material pozolânico, porém a NBR-5737 (Cimentos Portland resistentes a sulfatos) não fixa limites. Classificação do cimento. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal CIMENTO CP-I OU CIMENTO PORTLAND COMUM É um tipo de cimento Portland com até 5% de adições, além de gesso (utilizado como retardador da pega). Recebe esse nome porque não se acrescenta a ele nenhum tipo de aditivo, com exceção de gesso, usado para retardar o início de pega e, assim, possibilitar mais tempo no uso e na aplicação. Enfim, o cimento Portland comum é usado em serviços de construção em geral, quando não são exigidas propriedades especiais. É muito adequado para o uso em construções de concreto, em geral, quando não há exposição a sulfatos do solo ou a águas subterrâneas, e quando não há necessidade de desforma rápida ou baixo desprendimento de calor. Também é oferecido ao mercado o cimento Portland comum com Adições CP I-S, com até 10% de material carbonático em massa, recomendado para construções em geral, com as mesmas características e quando há pouca exposição a sulfatos do solo ou a águas subterrâneas. CIMENTO CP-II OU CIMENTO PORTLAND COMPOSTO Tem em sua composição a adição de outros materiais, com o objetivo de conferir menor calor de hidratação ao cimento, ou seja, permitir a liberação de menos calor quando o material estiver em contato com água, antes da secagem. O cimento Portland composto é aquele que, ao lado do cimento Portland comum, destina-se às aplicações gerais. Diferencia-se desta última por conter quantidade um pouco maior de adições de escórias granuladas de alto-forno, materiais pozolânicos e fíler calcário. Essa tipologia é apresentada em três opções: CP-II E, em que o cimento Portland possui adição de escória de alto-forno; CP-II Z, em que o cimento Portland possui adição de material pozolânico; CP-II F, em que o cimento Portland possui adição de material carbonático – fíler. As três opções possuem propriedades equivalentes, sendo recomendados para obras correntesde engenharia civil sob a forma de argamassa, concreto simples, concreto armado e concreto protendido, elementos pré-moldados e artefatos de cimento, pisos e pavimentos de concreto, solo-cimento, entre outros. DICA Quando comprar um saco de cimento, observe a sua designação. Por exemplo, você pode observar a notação “CP-II-F 32”. Esse número refere-se à classe de resistência do cimento, que se refere aos valores mínimos de resistência à compressão, em MPa, garantidos pelo fabricante, após 28 dias de cura. Há três classes diferentes para o CP II: 25, 32 e 40. Neste caso, a notação supracitada está relacionada à classe de resistência de 32 MPa. CIMENTO CP-III OU CIMENTO PORTLAND DE ALTO-FORNO É a tipologia menos porosa e mais durável. Apresenta em sua composição um percentual de 35% a 70% de escória de alto-forno, cujas consequências são: maior impermeabilidade e durabilidade, baixo calor de hidratação e alta resistência à expansão. O cimento CP-III possui as classes de resistência de 25 MPa, 32 MPa e 40 MPa. Trata-se de um cimento que tem aplicação geral em concreto simples, armado, protendido, projetado, rolado, magro e outros. Porém, é particularmente vantajoso em obras de concreto- massa, tais como barragens, peças de grandes dimensões, fundações de máquinas, pilares, obras em ambientes agressivos, tubos e canaletas para condução de líquidos agressivos, esgotos e efluentes industriais, concretos com agregados reativos, pilares de pontes ou obras submersas, pavimentação de estradas e pistas de aeroportos. CIMENTO CP-IV OU CIMENTO PORTLAND POZOLÂNICO É uma tipologia pouco porosa e resistente à ação da água do mar e de esgotos. Isso se deve à composição de 15% a 50% de material pozolânico, que permite estabilidade no uso com agregados reativos e em ambientes de ataque ácido, em especial de ataque por sulfatos. Outra característica é o baixo calor de hidratação, o que propicia uma concretagem de grandes volumes e sob temperaturas elevadas. Apresentar-se em classes de resistência de 25 MPa, 32 MPa e 40 MPa. Embora possa ser utilizado em obras correntes, é especialmente indicado em obras expostas à ação de água corrente e ambientes agressivos. O concreto feito com esse produto, em igualdade de condições, torna-se mais impermeável, mais durável a idades avançadas, apresentando resistência mecânica à compressão superior à do concreto feito com cimento Portland comum. Existe ainda o chamado cimento Portland CP IV-32 RS (resistente a sulfatos). O concreto feito com esse produto torna-se mais impermeável e durável a idades avançadas. Apresenta características particulares que favorecem sua aplicação em casos de grande volume de concreto devido ao baixo calor de hidratação, assim como aplicações em construções em redes de esgoto, ambientes industriais e água do mar. CIMENTO CP-V ARI OU CIMENTO PORTLAND DE ALTA RESISTÊNCIA INICIAL É recomendado apenas para a fabricação de concretos, sendo muito utilizado em obras industriais que exigem tempo de desforma reduzido. Tem alta reatividade nas primeiras horas de aplicação, atingindo resistências elevadas em um curto intervalo de tempo. No entanto, apesar de garantir um crescimento acelerado de resistência já nos primeiros dias, há um decréscimo na velocidade desse crescimento, tendendo a valores finais assintóticos próximos aos obtidos para os demais tipos de cimento a idades mais avançadas. O desenvolvimento prematuro de resistência é conseguido graças à utilização de uma dosagem diferenciada de calcário e argila na produção do clínquer, e pela moagem mais fina do cimento. Assim, ao reagir com a água, o CP V – ARI adquire elevadas resistências, com maior velocidade. CIMENTO BRANCO OU CIMENTO PORTLAND BRANCO (CPB) Existem dois tipos de cimento branco. Um deles é o estrutural, indicado para fins arquitetônicos, embora de alto custo; e o outro, sem objetivo estrutural, é usado para rejunte de peças e revestimentos cerâmicos. Sua cor branca é obtida por matérias-primas com baixo teor de manganês e ferro e pela utilização de caulim em lugar de argila. As possibilidades ampliam- se quando se usam pigmentos (arquitetura). O estrutural é aplicado em concretos brancos para fins arquitetônicos, com classes de resistência 25, 32 e 40, similares às dos demais tipos de cimento, e pode, portanto, ser utilizado nas mesmas aplicações do cimento cinza. Já o não estrutural não tem indicações de classe e é aplicado, por exemplo, em rejuntamento de azulejos e em aplicações não estruturais. DICA O empilhamento adequado do cimento deve ser de, no máximo, 10 sacos, colocados sobre estrados ou paletes que fiquem a uma distância mínima de 10 centímetros do chão, assim como distantes 10 centímetros das paredes. Outra recomendação normativa é que o empilhamento fique, no mínimo, a 50 centímetros do teto. A pilha recomendada de 10 sacos também facilita a contagem na hora da entrega e no controle dos estoques. CONCRETO: DOSAGEM, ADITIVOS, PROPRIEDADES E APLICAÇÃO O concreto é o material de construção mais utilizado pelo homem. O chamado concreto de cimento Portland é o material formado pela mistura homogênea de cimento, agregados miúdo e graúdo e água, com ou sem a incorporação de componentes minoritários, que desenvolvem suas propriedades pelo endurecimento da pasta de cimento. O concreto deve ser dosado a fim de minimizar sua segregação no estado fresco, levando-se em consideração as operações de mistura, transporte, lançamento e adensamento. Para conhecer os fatores relacionados com a qualidade do concreto, vamos visualizar o esquema representativo a seguir: Fonte: EnsineMe. Fatores relacionados com a qualidade do concreto. O principal ensaio de consistência existente para o concreto é o chamado abatimento do tronco de cone, para o concreto comum; ou de espalhamento e habilidade passante em fluxo livre, no caso de concreto autoadensável, conforme as normas ABNT NBR NM 67 e 15823-2 e 15823-3. Fonte: EnsineMe. Ensaio de abatimento do tronco de cone Fonte: EnsineMe. Ensaio de abatimento do tronco de cone (slump test) Fonte: EnsineMe. Ensaio de espalhamento em fluxo livre A consistência do concreto deve ser classificada de acordo com o ensaio, seja ele o abatimento do tronco de cone ou o de espalhamento. Já a trabalhabilidade é outra característica importante para o concreto, que depende de outros fatores, como métodos de adensamento, transporte e outros. Indica a maior ou menor aptidão para ser utilizado em determinado serviço. O concreto armado é a associação do concreto simples com a presença da armadura à base de barras de aço. Ele é usado na parte estrutural das construções, em colunas, vigas, sapatas etc. Os dois materiais devem, assim, resistir solidariamente aos esforços solicitantes, que são garantidos pela aderência. Fonte: Wikipedia Bloco de concreto com armação aparente. Por motivos culturais, por sua versatilidade e por não requerer mão de obra muito especializada, o concreto armado é o material de construção mais utilizado no Brasil. A utilização mais comum em estruturas convencionais são aquelas em que o concreto armado é usado como principal elemento estruturante, capaz de suportar todo o peso da construção e transferi-lo para o terreno. É o “esqueleto” da edificação, incluindo alicerces, pilares, vigas e lajes, que são executados antes da alvenaria de fechamento. Essa tipologia é moldada no local, com a ajuda de forma de papelão, madeira, metais ou polímeros. Outro tipo de arranjo são as estruturas nervuradas, em que nervuras pré-moldadas contam com uma malha reticulada em uma ou duas direções. Formam um conjunto de pequenas vigas e pequenos panos de laje. Essas estruturas conseguem maiores vãos, diminuem o consumo do concreto e permitem a racionalização da estrutura. Podem ser moldadas no local ou pré- moldadas em forma de madeira ou plástica. Fonte: Wikipedia Extensão de teto com estrutura em quadrados que caracteriza a estruturanervurada. Estruturas protendidas são um avançado método de construção em concreto armado. Essas estruturas utilizam uma tecnologia em que o aço é tracionado por cabos (anteriormente ou posteriormente à concretagem), com o objetivo de conseguir maior resistência à compressão e à tração, na comparação com estruturas convencionais. Esta tipologia de concreto reduz a incidência de fissuras e possui uma capacidade de carga maior com a mesma quantidade de concreto e aço, entre outras características positivas. MATERIAIS BETUMINOSOS: DOSAGEM, ADITIVOS, PROPRIEDADES E APLICAÇÃO Os materiais betuminosos podem ser de dois tipos: ASFALTO NATURAL javascript:void(0) Asfalto natural é aquele em que o petróleo surge da terra e sofre uma espécie de destilação natural, deixando um resíduo muito duro (o asfalto). ASFALTO DE PETRÓLEO Obtido como resíduo final da destilação do petróleo, bem mais abundante e barato. É o predominantemente utilizado no mundo. VOCÊ SABIA A palavra “asfalto” vem do acádio asphaltu ou sphallo, que pode ser traduzida como “esparramar”. Trata-se de um material de construção antigo utilizado até mesmo por civilizações como a mesopotâmica e a egípcia, principalmente para embalsamentos. Os materiais asfálticos podem ser dos seguintes tipos: CIMENTOS ASFÁLTICOS DE PETRÓLEO (CAP) Obtidos por destilação fracionada do petróleo e principal produto asfáltico, a partir do qual são obtidos os demais. ASFALTOS DILUÍDOS Líquido de cor preta, formados a partir da diluição do CAP com um solvente que pode ser gasolina, diesel ou querosene. EMULSÕES ASFÁLTICAS De cor marrom na aplicação e preta após a evaporação da água, formados a partir da emulsificação do CAP em uma mistura de um agente químico emulsificante e água. ASFALTOS MODIFICADOS Com polímero ou borracha, que melhoram as características do CAP, provendo maior estabilidade a altas temperaturas e maior adesividade nas misturas asfálticas, entre outras características. A partir dos materiais asfálticos são criadas as misturas asfálticas, criadas a partir de um ligante asfáltico com uma mistura de agregados que obedeça a uma especificação granulométrica. Nas misturas asfálticas, o agregado suporta e transmite as cargas aplicadas, javascript:void(0) bem como resiste ao desgaste imposto pelas solicitações de tráfego. O betume é o elemento aglutinante. Os principais tipos de misturas asfálticas são os seguintes: Por penetração Direta Macadame betuminoso Invertida Tratamentos superficiais Simples Duplo Triplo Por mistura Em usina a quente Concreto betuminoso usinado a quente Pré-misturado a quente Areia-asfalto a quente Em usina a frio Pré-misturado a frio Areia-asfalto a frio Na estrada Misturas graduadas Misturas asfálticas. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal METAIS: PRODUTOS SIDERÚRGICOS, PROPRIEDADES E UTILIZAÇÃO TRADICIONAL ESTRUTURAL Com surgimento durante a Revolução Industrial, a estrutura de aço possui uma elevada resistência mecânica e, por isso, tem considerável potencial de utilização em edifícios com gabaritos altos. Essas estruturas com grande flexibilidade, representam otimização da construção e fazem uso de normas nacionais e internacionais. São mais suscetíveis a incêndios, porém quando comparadas às estruturas de concreto. Fonte: Anusorn Abthaisong / Shutterstock.com Comumente, o aço apresenta inúmeras vantagens sobre o sistema construtivo convencional. Veja abaixo: VANTAGENS DA ESTRUTURA DE AÇO Alívio de carga nas fundações, por ser uma estrutura de razoável leveza. Redução no tempo de execução (aproximadamente de 40%). Maior organização e limpeza do canteiro. Potencial sustentável, pela reciclagem média de 80%. Redução da geração de resíduos sólidos. O item que merece destaque é a precisão do sistema, tanto dos cálculos quantitativos, quanto da execução. A estrutura é fabricada com as dimensões baseadas no projeto e, dessa maneira, elimina-se o corte de peças. Consequentemente, obtém-se uma construção com praticamente nenhuma geração de resíduos sólidos. javascript:void(0) CÁLCULOS QUANTITATIVOS Quantidade de material que será utilizado. Na confecção de estrutura em aço, os tipos mais comuns de perfis estruturais são aqueles feitos em formato H, I, L, T, U e Z — os mais utilizados são os em I e H. Eles são obtidos por meio de processos de laminação a quente, dobragens ou soldas. Fonte: EnsineMe Perfil de estrutura em aço. H-perfil Também conhecido como vigas em forma “H”, geralmente são semelhantes aos perfis em I. Suportam cargas pesadas. A utilização mais indicada é para pilares, vigas e marquises, em virtude de sua estrutura reforçada, composta por duas abas (também chamadas de mesas). Fonte: EnsineMe Perfil de estrutura em aço. I-perfil Igualmente conhecido como vigas em “I”, também têm grande suporte de carga. Suas abas (mesas) são mais estreitas do que nos tipos em “H”, por isso a identificação com a letra I: esta é a diferença entre os dois perfis. Na construção civil, seu uso, em geral, é atribuído a prédios, casas, pontes e viadutos. STEEL FRAME O steel frame é um capítulo à parte do sistema construtivo a seco. Trata-se de um sistema industrial que utiliza cargas de distribuição dos esforços gerados pelas edificações. Sua estrutura é composta por perfis leves de aço galvanizado denominados de montantes e guias, que, juntos, formam os painéis autoportantes das paredes e da estrutura de telhado, finalizando em um conjunto monolítico leve na superestrutura. Fonte: Wikipedia Moradia construída segundo o sistema steel framing – esqueleto metálico antes da aplicação do revestimento estrutural. AÇO PARA UTILIZAÇÃO ESTRUTURAL O aço utilizado como armadura de estruturas de concreto armado e protendido possui características especiais, definidas pelas normas NBR 7480:2007 e NBR 7482:2007. Como tal, está presente em todas as estruturas de concreto armado, em fundações e em obras de arte. Ele faz um perfeito “casamento” com o concreto, pois, na medida em que o concreto fornece uma boa resistência à compressão, o aço fornece uma elevada resistência à tração. Fonte: Maykova Galina/Shutterstock.com Escultura de aço inoxidável que representa uma tradução espacial da cruz dupla (forma matemática). Dessa forma, as espécies de aço são conhecidas por tipos, da mesma forma como visto na classificação do cimento Portland. Abaixo, saiba como identificar as características do aço de construção civil: AÇO CA-50 Trata-se de um tipo de aço em que sua tensão de escoamento é de 50 kgf/mm2 ou 500 MPa. É fornecido em barras de 12 m, com superfície rugosa de modo a favorecer a aderência do aço ao concreto. AÇO CA-60 Trata-se de um tipo de aço em que sua tensão de escoamento é de 60 kgf/mm2 ou 600 MPa. É fornecido em barras de 12 m ou em rolos, com superfície lisa. Tanto neste como no CA-50, “CA” significa Concreto Armado. Diâmetros comerciais de aços ca-60 e ca-50 (milímetros) 4,2 (geralmente, somente CA-60) 12,5 (geralmente, somente CA-50) 5 (geralmente, somente CA-60) 16 (geralmente, somente CA-50) Diâmetros comerciais de aços ca-60 e ca-50 (milímetros) 6,3 20 (geralmente, somente CA-50) 8 25 (geralmente, somente CA-50) 10 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal AÇO CA-25 Pouco utilizado hoje em dia em armaduras de concreto armado, é um tipo de aço em que sua tensão de escoamento é de 25 kgf/mm2 ou 250 MPa. AÇOS CP (CONCRETO PROTENDIDO) Tipo de aço com características especiais, voltado para utilização pré-tracionada em estruturas de concreto protendido. É fornecido em rolos, em arranjo único ou unido em cordoalhas de 3 a 7 fios. São identificados pela nomenclatura CP -190 – XX – Y, em que 190 é a tensão de ruptura característica em KN/cm2, XX refere-se à sua relaxação — baixa (RB) ou média (RM) — e Y, à característica do fio – liso (L) ou entalhado (E). VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. A DESIGNAÇÃO DADA POR “CPII- Z 32”, ENCONTRADA EM UM SACO DE CIMENTO PORTLAND QUE É VENDIDO EM UMA LOJA DE MATERIAL DE CONSTRUÇÃO, REFERE-SE A UM CIMENTO: A) Portland de alto forno, com classe de resistência 40 MPa. B) Portland composto com adição de material carbonático, com classe de resistência 32 MPa. C) Portland pozolânico, com classe de resistência 32 MPa. D) Portland composto, com adição de pozolanas, com classe de resistência 32 MPa. E) Portland branco, com classe de resistência 12 MPa. 2. OS AGREGADOS SÃO AMPLAMENTE UTILIZADOS EM CONSTRUÇÃO CIVIL COMO MATERIAIS PARA CONSTRUÇÃO. DIANTE DISSO, ANALISE AS ASSERÇÕES A SEGUIR: I- OS AGREGADOS SÃO UTILIZADOS JUNTO AOS AGLOMERANTES, COM O INTUITO DE MELHORAR AS SUAS PROPRIEDADES MECÂNICAS. PORQUE II- NORMALMENTE, OS AGREGADOS SÃO ROBUSTOS E REPRESENTAM CERCA DE 80% A 90% DO PESO DA MISTURA FORMADA COM O AGLOMERANTE. ANALISANDO ESSAS ASSERÇÕES, ASSINALE A RAZÃO CORRETA ENTRE ELAS: A) As asserções I e II estão corretas, e a asserção II é uma justificativa da asserção I. B) As asserções I e II estão corretas, todavia, a justificativa II não é uma justificativa da asserção I. C) A asserção I está incorreta, e a asserção II está correta. D) A asserção I está correta, e a asserção II está incorreta. E) Ambas as asserções são incorretas. GABARITO 1. A designação dada por “CP II- Z 32”, encontrada em um saco de cimento Portland que é vendido em uma loja de material de construção, refere-se a um cimento: A alternativa "D " está correta. CP-II trata-se de um cimento Portland composto, destinado a utilização em argamassas e concreto para aplicação geral, “Z”, que se refere à adição de material pozolânico em sua composição, e 32 refere-se à classe de resistência de 32 MPa. 2. Os agregados são amplamente utilizados em construção civil como materiais para construção. Diante disso, analise as asserções a seguir: I- Os agregados são utilizados junto aos aglomerantes, com o intuito de melhorar as suas propriedades mecânicas. PORQUE II- Normalmente, os agregados são robustos e representam cerca de 80% a 90% do peso da mistura formada com o aglomerante. Analisando essas asserções, assinale a razão correta entre elas: A alternativa "B " está correta. Os agregados são materiais colocados nos aglomerantes para melhorar sua resistência mecânica, formando um material compósito. Ao entrar no aglomerante, ele impõe certas tensões internas que aumentam a resistência do aglomerante, o que faz da asserção I uma alternativa correta. Os agregados também ocupam em volume cerca de 80% a 90% do volume de toda a mistura preparada para a construção, seja de cimento Portland ou de cimento asfáltico de petróleo, porém seu volume não justifica o aumento de resistência. A asserção II está correta, mas não justifica a asserção I. MÓDULO 2 Identificar os processos construtivos e de sustentabilidade na construção civil para o descarte adequado e a reutilização dos materiais Descarte de materiais da Construção Civil DESCARTE DE MATERIAIS DA CONSTRUÇÃO CIVIL Você deve saber o que é entulho de obra; material que também pode ser chamado de metralha. Esses restos de obra podem ser conhecidos por três nomes técnicos que encerram o mesmo conceito, a saber: Resíduo da Construção e Demolição (RCD). Resíduo da Construção Civil (RCC). Resíduos Sólidos da Construção Civil (RSCC). Como grandes origens desses resíduos de construção e demolição, podemos citar os seguintes: ORIGENS DOS RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO Reforma ou demolição de construções existentes. Superprodução de material além do que seria preparado no dia; por exemplo, preparo de mais argamassa ou concreto do que é necessário no dia. Perdas de processamento, quando, por exemplo, tijolos e cerâmicas são quebrados durante o manuseio. Utilização de materiais com vida útil reduzida, como estruturas ou artefatos de concreto pré-moldados. Falta de qualidade dos serviços inerentes à construção, principalmente aqueles que podem gerar perdas materiais. Defeitos graves em construções, que ensejam sua demolição ou reconstrução. Urbanização desordenada, que gera construções falhas e, em consequência, maiores adaptações, reformas e restaurações. Desastres naturais ou provocados pelo homem. Sem dúvida, o entulho de obra é um problema. A construção civil não é somente uma indústria com grande participação na economia e uma atividade primordial geradora de empregos, mas também é responsável por produzir cerca de metade dos resíduos do país. A Resolução nº 307/2002, do Conselho Nacional do Meio Ambiente, define os resíduos de Construção Civil (RSCC) como: [...] RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL QUE SÃO PROVENIENTES DE CONSTRUÇÕES, REFORMAS, REPAROS E DEMOLIÇÕES DE OBRAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL, E OS RESULTANTES DA PREPARAÇÃO E DA ESCAVAÇÃO DE TERRENOS TAIS COMO: TIJOLOS, BLOCOS CERÂMICOS, CONCRETO EM GERAL, SOLOS, ROCHAS, METAIS, RESINAS, COLAS, TINTAS, MADEIRAS E COMPENSADOS, FORROS, ARGAMASSA, GESSO, TELHAS, PAVIMENTO http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=307 ASFÁLTICO, VIDROS, PLÁSTICOS, TUBULAÇÕES, FIAÇÃO ELÉTRICA ETC. (RESOLUÇÃO nº 307 – CONAMA, 2002) Ano após ano, os RSCCs representam uma considerável e crescente parte no total de resíduos sólidos das cidades e das metrópoles brasileiras. O potencial de reutilização, reciclagem e beneficiamento desses resíduos sempre existiu. Na maioria dos casos, porém, nunca foi explorado ou viabilizado em aspectos técnicos e econômicos. ATENÇÃO A Resolução nº 307/2002 tem força de lei federal e discursa sobre os RSCC e a gestão desses resíduos. Ela exige que os municípios brasileiros implementem um sistema de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos (GIRSU), com o objetivo de conseguir benefícios de ordem social, econômica e ambiental a partir do gerenciamento desses resíduos. A consequência maior desse propósito seria a redução do impacto ambiental. Para esse resultado, importa atender ao que foi definido para os seguintes conceitos: Responsabilidades dos geradores e dos transportadores. Modo para o gerenciamento interno e externo. Condições para reutilização e reciclagem. Beneficiamento, aterro de resíduos. Áreas de destinação final de resíduos. Critérios de classificação com base em caraterísticas físico-químicas. Para o entendimento completo, também é necessário apresentar a composição do processo construtivo: Geradores Transportadores Gerenciamento de resíduos Áreas de destinação de resíduos Aterro de RSCC Agregado reciclado Reutilização, reciclagem e beneficiamento A respeito da classificação dos RSCC, a base é a divisão das classes em função da origem e da degradação. VOCÊ SABIA Além da Resolução nº 307/2002 do CONAMA, podem-se destacar as seguintes Normas Técnicas referentes ao manejo e reciclagem de resíduos da Construção Civil. São elas: NBR 15112 – Áreas de transbordo e triagem de resíduos da Construção Civil e resíduos volumosos. NBR 15113 – Aterros para resíduos sólidos da Construção Civil e resíduos inertes. NBR 15114 – Área de reciclagem para resíduos sólidos da Construção civil. NBR 15115 – Procedimentos para que agregados reciclados de resíduos sólidos da Construção Civil sejam utilizados na execução de camadas de pavimentação. NBR 15116 – Requisitos para que agregados reciclados de resíduos sólidos da Construção Civil sejam utilizados na execução de camadas de pavimentação. Em função da origem, distinguem-se como apresentados abaixo: RESÍDUO DOMICILIAR E COMERCIAL Origem em residências e áreas comerciais. De modo geral, contém restos de alimentos, produtos com avarias físicas, papel higiênico, fraldas descartáveis, embalagens de vidro e plásticos, jornais, revistas, pilhas, entre outros itens. RESÍDUO PÚBLICO Resíduos de vegetação, materiais coletados em varreduras em espaços públicos urbanos — limpeza de praias e tubulações de rede pluviais, por exemplo. RESÍDUO INDUSTRIAL Resultado de processos do setor industrial. Existe uma considerávelvariação com base em tipologia industrial. RESÍDUO DE SERVIÇOS DE SAÚDE Descartes de hospitais e de clínicas de assistência médica, consultórios odontológicos, clínicas veterinárias, laboratórios diversos e farmácias. RESÍDUO AGRÍCOLA Resultado de atividades agropecuárias, como sobras de adubos, embalagens de agrotóxicos, sobras de colheitas e dejetos da criação animal. RESÍDUO DA CONSTRUÇÃO CIVIL (SOBRAS E ENTULHOS) Resultado de reforma e demolição dentro dos perímetros dos municípios brasileiros. Em função da degradação, classificam-se os RSCC em: FACILMENTE DEGRADÁVEIS (FD) Restos e sobras de alimentos, animais mortos e excrementos. Levam até três meses para se decompor. MODERADAMENTE DEGRADÁVEIS (MD) Material à base de celulose, como papel ou papelão. Levam até seis meses para se decompor. DIFICILMENTE DEGRADÁVEIS (DD) Materiais diversos de origem animal ou vegetal, como trapo de tecido e pano, couro, resto de madeira, látex ou borracha, polímeros termofixos e termoplásticos. Levam de 100 a 500 anos para se decompor. NÃO DEGRADÁVEIS (ND) Pedras naturais, cerâmicas em geral, metal não ferroso e vidro, além de materiais similares de longa demora para se decompor (acima de 500 anos). O que a Resolução nº 307/2002 tem como objetivo prioritário para o gerador é a não geração de resíduos em si. Não sendo possível a redução, a reutilização, a reciclagem e a destinação final em números significativos. RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL Para efeito da Resolução nº 307 do CONAMA, os resíduos da Construção Civil devem ser classificados em quatro categorias, da seguinte forma: Classe Descrição do resíduo Exemplo A Materiais que podem ser reciclados ou reutilizados como agregado em obras de infraestrutura, edificações e canteirode obras. Tijolos,telhas e revestimentos cerâmicos; blocos e tubos de concreto e argamassa. B Materiais que podem ser reciclados e ganhar outras destinações. Vidro, gesso, madeira, plástico, papelão e outros. C Itens para o qual não existe ou não é viável aplicação econômica para recuperação ou reciclagem. Estopas, lixas, panos e pincéis desde que não tenham contato com substância que o classifique como D. D Aquelescompostos ou em contato de materiais/substâncias nocivos à saúde. Solvente e tintas; telhas e materiais de amianto;entulho de reformas em clínicas e instalações industriais que possam estarcontaminados. Classificação dos resíduos da Construção Civil. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal A destinação dos resíduos também está relacionada com a sua classificação, conforme mostra a tabela a seguir: Classe Exemplo Descrição A Tijolos, telhas e revestimentos cerâmicos; blocos e tubos de concreto e argamassa. Reutilizados ou reciclados na forma de agregados ou encaminhados a áreas de aterro de resíduos da Construção Civil, de modo a permitir sua utilização ou reciclagem futura. B Vidro, gesso, madeira, plástico, papelão e outros. Reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de armazenamento temporário, de modo a permitir sua utilização ou reciclagem futura. C Estopas, lixas, panos e pincéis desde que não tenham contato com substância que o classifique como D. Armazenados, transportados e destinados em conformidade com as normas técnicas específicas. D Solvente e tintas; telhas e materiais de amianto; entulho de reformas em clínicas e instalações industriais Armazenados, transportados, reutilizados e destinados em conformidade com as normas técnicas específicas. Classificação dos resíduos da Construção Civil. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Os RSCCs não poderão, em situação alguma, ser dispostos em aterros para material domiciliar, como lixão, bota-fora, terreno vazio, encosta etc. Essa proibição consta em caráter de atenção na resolução. Sobre o processo de destino desses resíduos, o circuito divide-se em três etapas: coleta, transporte e descarga. A coleta e o transporte de resíduos sólidos consistem em todas as ações e operações para tratamento e destinação final dos resíduos sólidos e semissólidos de origem domiciliar e comercial. Comumente, o processo é iniciado pelo caminhão de coleta de lixo e segue até o descarregamento na Estação de Tratamento de Resíduos Sólidos (ETRS). DICA É preciso observar quesitos como universalidade (para todos), regularidade, periodicidade e frequência. A descarga deve ser feita de maneira obediente ao projeto de gestão, em espaços adequados, como lixões, aterros sanitários, incineradores ou depósitos. PLANOS DE GESTÃO DA OBRA Os planos de gerenciamento de resíduos de Construção Civil devem ser elaborados e implementados pelos geradores e terão como objetivo o estabelecimento dos procedimentos necessários para o manejo e destinação ambientalmente adequados dos resíduos. No caso de empreendimentos sujeitos a licenciamento ambiental, o plano deverá ser analisado de acordo com o processo de licenciamento, junto ao órgão ambiental competente. O principal propósito do plano de gerenciamento de resíduos de Construção Civil sempre será a minimização destes dentro dos perímetros urbanos. Fonte: Ggamies/Shutterstock.com Os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil deverão contemplar as seguintes etapas (CONAMA,2002): CARACTERIZAÇÃO Nesta etapa, o gerador deverá identificar e quantificar os resíduos. TRIAGEM Deverá ser realizada, preferencialmente, pelo gerador na origem, ou ser realizada nas áreas de destinação licenciadas para essa finalidade, respeitadas as classes de resíduos estabelecidas no art. 3º desta Resolução. ACONDICIONAMENTO O gerador deve garantir o confinamento dos resíduos após a geração até a etapa de transporte, assegurando em todos os casos em que seja possível, as condições de reutilização e de reciclagem. TRANSPORTE Deverá ser realizado em conformidade com as etapas anteriores e de acordo com as normas técnicas vigentes para o transporte de resíduos. DESTINAÇÃO Deverá ser prevista de acordo com o estabelecido nesta Resolução. A forma de gestão de resíduos que tem se mostrado mais bem-sucedida abrange em sua base os seguintes quesitos: Gestão integrada de gerenciamento, reconhecimento dos agentes sociais. Boa consolidação de uma base legal. Presença de mecanismos de financiamento para autossuficiência. Comunicação eficiente com a sociedade. Eficaz sistema de planejamento integrado entre as esferas. Constante busca de soluções compatíveis com a realidade, conforme condições econômicas e ambientais. Infelizmente, a prática observada tem sido distante da ideal, principalmente quando a destinação final dos resíduos é feita de forma ineficaz, inadequada e precária — muitas vezes em locais de outro uso, piorando as condições ambientais. Para solucionar esse histórico problema cultural, social e ambiental, não adianta discutir e agir somente quanto à coleta e transporte desses resíduos. Uma ação básica, muito aplicada e de extrema racionalidade no tratamento dos resíduos, é a coleta seletiva, em que a separação do resíduo é feita de maneira prévia, segundo sua constituição ou composição. A coleta seletiva com eficiência deve ser acompanhada pela política dos 3Rs. Conheça abaixo: REDUZIR Todo cidadão precisa engajar-se e buscar exaustivamente a redução da quantidade gerada. Uma das formas de tentar reduzir a quantidade de resíduos gerada é combater o desperdício de produtos e alimentos consumidos. O desperdício em si merece destaque, pelo prejuízo que gera ao cidadão comum e aos cofres públicos. REUTILIZAR Inúmeras formas de reutilizar os objetos são conhecidas, o que falta é ação cultural de implantá-las. RECICLAR Adotar atividades e processos, industriais ou não, que possibilitem a separação, a recuperação, a transformação e a reintrodução dos elementos e/ou objetos no ciclo produtivo. Para que todos os “R” de fato ocorram, há necessidade de praticaruma educação ambiental consistente e conscientizar todos para um novo olhar social e cultural. EDUCAÇÃO AMBIENTAL javascript:void(0) Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à qualidade de vida e sua sustentabilidade. Política Nacional de Educação Ambiental - Lei nº 9795/1999, Art 1º. Fonte: Ministério do Meio Ambiente Para um resultado satisfatório e mais ativo, são necessários alguns pontos de investimento e atenção: Fonte: linear_design/Shutterstock.com TECNOLOGIA Para separação, coleta e reciclagem. Fonte: best4u/Shutterstock.com INFORMAÇÃO Para sensibilização e motivação do público-alvo. Fonte: shutteratakan/Shutterstock.com MERCADO Para absorver o percentual final recuperado. ALTERNATIVAS PRÁTICAS PARA A GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS Para evitar a geração de resíduos sólidos da Construção Civil, vale a pena lembrar que eles são diretamente proporcionais aos desperdícios e perdas de materiais de obra por armazenamento errôneo ou transporte inadequado. Podemos adotar processos e medidas simples no dia a dia. VEJA COMO EVITAR A GERAÇÃO DE RESÍDUOS Forneça treinamento de manejo e segregação de resíduos aos seus funcionários. Forneça capacitação de combate ao desperdício aos seus funcionários. Tenha um layout de canteiro de obras definido para evitar perdas no transporte do depósito ao local de trabalho. Armazene os materiais da forma correta para evitar quebra. Tenha líderes que reportem ao engenheiro da obra as ocorrências diárias e que auditem a produção de argamassa, por exemplo. Evite corte de placas cerâmicas. Mantenha o canteiro de obras limpo. Faça a medição da obra, acompanhando se o consumo dos materiais está de acordo com o construído. Identifique os locais de despejo dos resíduos conforme suas características. Adote ações sustentáveis cujo sucesso reflita em bonificação aos funcionários. O gerenciamento de resíduos sólidos em um canteiro de obra pode ser apresentado das seguintes etapas abaixo: Apresente um projeto de gerenciamento de resíduos sólidos da Construção Civil (PGRCC) para o órgão fiscalizador. Crie, no canteiro de obras, um processo de separação de materiais recicláveis e materiais de descarte. Defina os locais de descarte, com suas devidas identificações. Envie os resíduos a pontos de coleta, por meio de empresas especializadas em locomoção de resíduos. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. AO SE MONTAR UM CANTEIRO DE OBRAS, É IMPRESCINDÍVEL QUE HAJA PLANOS DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS. ESSES PLANOS TÊM COMO PRINCIPAL OBJETIVO: A) Minimizar a existência de resíduos em perímetro urbano. B) Minimizar o descarte de materiais, implementando a política do reaproveitamento. C) Incentivar o uso de empresas especializadas em descarte de materiais de construção. D) Criar uma política de reaproveitamento para minimizar os fastos com materiais nas obras. E) Diminuir o desperdício de agregados em pontos de coletas, o que minimiza o impacto ambiental. 2. MARQUE A ALTERNATIVA QUE CORRESPONDE A UMA BOA PRÁTICA PARA A GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS: A) Manter o canteiro de obras limpo somente no fim de semana, pois diminui o esforço de limpeza dos funcionários. B) Deixar de colocar lixeiras ou de reservar espaços na obra para a deposição dos resíduos; afinal de contas, a obra mesmo se organiza. C) Definir um layout adequado do canteiro, de modo a otimizar o transporte de peças ao longo da obra. D) Desencorajar a cessão de bonificações aos funcionários por conta de ações sustentáveis que tenham praticado, pois a produção pode ser prejudicada se eles perderem tempo com essas ações. E) Retirar resíduos somente no fim da obra, deixando-os sempre posicionados em calçadas ou ruas sem saída para facilitar a retirada. GABARITO 1. Ao se montar um canteiro de obras, é imprescindível que haja planos de gerenciamento de resíduos. Esses planos têm como principal objetivo: A alternativa "A " está correta. Os planos de gerenciamento são úteis para evitar concentrações de resíduos de construção que devem ser descartados no perímetro urbano. Todavia, tais planos também servem para encaminhar os materiais de reciclagem ao destino correto. 2. Marque a alternativa que corresponde a uma boa prática para a gestão de resíduos sólidos: A alternativa "C " está correta. Definir um layout do canteiro é importantíssimo para a organização interna da obra: os caminhos de serviço e transporte são definidos previamente, áreas para manejo de resíduos sólidos são reservadas e o armazenamento de materiais torna-se bem mais otimizado. MÓDULO 3 Reconhecer as técnicas construtivas tradicionais e contemporâneas relacionadas com solos, fundações, vedações, revestimentos e acabamentos, bem como a estrutura, subestrutura e coberturas Técnicas construtivas tradicionais e contemporâneas TIPOS DE FUNDAÇÕES Fundação é o elemento ou peça de uma estrutura responsável por transmitir as cargas da estrutura para o terreno, devendo essa transmissão ser feita de forma adequada, ou seja, sem gerar problemas de qualquer natureza para a estrutura. A forma adequada de transmissão da carga ao terreno, pela fundação, traduz-se em dois requisitos: I- Segurança com relação à ruptura. O primeiro conceito significa que o solo de fundação não pode entrar em colapso, ou ruptura II - Recalques compatíveis com a estrutura. O segundo significa que, mesmo que as cargas aplicadas à fundação apresentem segurança com relação à ruptura, os recalques para as cargas que atuarão precisam ser compatíveis com aqueles tolerados pela estrutura. As fundações são geralmente divididas em dois grandes grupos: o primeiro, relativo às fundações superficiais, e o segundo, às fundações profundas. FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS As fundações superficiais — também chamadas diretas, rasas ou em superfície — possuem duas características principais: a primeira, a sua profundidade de assentamento; a outra, à forma de transferência da carga ao terreno, que se dá por sua base. As fundações superficiais são divididas em vários tipos, segundo a NBR6122/96: Sapata: Elemento de fundação superficial de concreto armado, dimensionado de modo que as tensões de tração nele produzidas não sejam resistidas pelo concreto, mas sim pelo emprego de armadura. Bloco: Elemento de fundação superficial de concreto, dimensionado de modo que as tensões de tração nele produzidas possam ser resistidas pelo concreto, sem necessidade de armadura. Da mesma forma que as sapatas, os blocos precisam ser assentes em camada de regularização de concreto magro. Muito utilizados há algumas décadas, atualmente, os blocos somente são utilizados para cargas muito pequenas. Radier: Elemento de fundação superficial que abrange todos os pilares da obra ou carregamentos distribuídos (por exemplo tanques, silos etc.). No caso de prédios, o uso corrente do radier é relativo a edifícios muito altos, em que as cargas muito elevadas por pilar conduzem a interferência entre as projeções das sapatas. Sapata associada (radier parcial): Sapata comum a vários pilares, cujos centros, em planta, não estejam situados em um mesmo alinhamento. Esse tipo de fundação é comum, no caso de prédios, nas fundações dos pilares do poço dos elevadores. Viga de fundação (baldrame): Elemento de fundação superficial comum a vários pilares, cujos centros, em planta, estejam situados no mesmo alinhamento. Sapata corrida: Sapata sujeita à ação de uma carga distribuída linearmente. FUNDAÇÕES PROFUNDAS Quanto às fundações profundas, são geralmente peças de comprimento muito maior do que a largura ou diâmetro. O modo de transferência de carga ao terreno é realizado tanto pela base como pela superfície lateral da fundação. Podem ser estacas ou tubulões. As estacas são bem mais esbeltas do que ostubulões, caracterizados pelo grande comprimento e pequena secção transversal. São implantados no terreno por equipamento situado à superfície. São em geral utilizados em grupo, solidarizados por um bloco rígido de concreto armado. Os tubulões são elementos de fundação profunda, construídos concretando-se um poço (revestido ou não) aberto no terreno, geralmente dotado de base alargada. Diferenciam-se das estacas porque, em sua etapa final, é necessária a descida de um operário para completar a geometria ou fazer a limpeza. Podem ser realizadas a céu aberto — utilizadas acima do nível d’água —; ou com ar comprimido, com revestimento de concreto armado ou aço, utilizados abaixo do nível d’água. VEDAÇÕES PAREDES SECAS (DRYWALL) O sistema chamado de paredes secas (drywall) é um sistema de construção a seco, muito utilizado na criação de novos ambientes com os mais variados fins. É constituído por uma estrutura de perfis de aço galvanizado na qual são parafusadas, em ambos os lados, chapas de gesso acartonado específicas para uso em paredes secas. Fonte: Aisyaqilumaranas/Shutterstock.com Parede Drywall. As placas de gesso acartonado podem apresentar-se em três tipos: Placa de gesso Standard (ST), de cor cinza, indicada para o uso interno em paredes, tetos e áreas secas. Placa de gesso Resistente à Umidade (RU), de cor verde, que deve ser utilizada em ambientes úmidos e áreas molhadas, como cozinhas, banheiros, lavanderias ou áreas de serviço. Placa de gesso Resistente ao Fogo (RF), de cor rosa, que deve ser utilizada em saídas de emergência e áreas fechadas como escadas e corredores. A forma de montagem e os componentes utilizados permitem que a parede seja configurada para atender diversos níveis de desempenho, de acordo com as necessidades de cada ambiente, podendo ser instalados em ambientes molhados ou secos. Além disso, antes de as paredes secas receberem o acabamento (seja ele azulejo, mármore, granito ou pintura), recomenda-se a impermeabilização de sua base até a altura de 20 cm, no mínimo, para garantir a funcionalidade da placa. O sistema drywall é um material por meio do qual a manutenção torna-se mais fácil. No caso específico de uma parede hidráulica de um banheiro ou de uma cozinha, se surgir um vazamento basta fazer um recorte na placa de gesso, o reparo na tubulação e em seguida encaixar o mesmo recorte, tomando cuidado nas juntas entre o recorte e a parede. Fonte: Robert Kneschke/Shutterstock.com Depósito de tijolos cerâmicos. PAREDES DE PEDRAS ARTIFICIAIS Alvenaria de tijolos cerâmicos: Alvenaria executada com elementos cerâmicos com auxílio de argamassa. Os tijolos podem ser secos ao sol (adobes) ou fabricados com moldes cozidos. Os primeiros com pequena resistência e os segundos com resistência apreciável. Com largo emprego na Construção Civil, os dois tipos principais de tijolos são: maciços e furados. Os maciços são usados em paredes sustentantes, em geral, e os furados em paredes de enchimento ou de vedação, e em paredes sustentantes. Fonte: RYUSHI/Shutterstock.com Depósito de tijolos cerâmicos. Tipos de paredes de alvenaria de tijolo. DE CUTELO OU DE ESPELHO Assentamento segundo a espessura e o maior comprimento; executadas com tijolos maciços, ficam com aproximadamente 10 cm de espessura após o revestimento. PAREDE DE MEIO TIJOLO OU DE MEIA VEZ Tijolos assentes segundo a sua largura e maior comprimento. Executada com tijolos maciços e com tijolos furados de 10 x 20 x 20, após o revestimento, ficam com 15 cm de espessura. PAREDES DE UM TIJOLO OU DE UMA VEZ Espessura de 20 cm. São empregadas em paredes externas, em geral, em partes de sustentação e em muros divisórios. Blocos de concreto: O assentamento dos blocos de concreto é semelhante aos tijolos cerâmicos, difere no entanto na posição dos furos; enquanto nos cerâmicos eles ficam na horizontal, nos blocos de concreto os furos são na vertical, em consequência, requer maior cuidado com a argamassa de assentamento para evitar que ela penetre nesses orifícios. Fonte: Soraya Plaithong/Shutterstock.com Assentamento de blocos de concreto. Paredes de vedação de estruturas: Podem ser feitas com tijolos cerâmicos, blocos de concreto (simples ou celular). O assentamento dos tijolos ou blocos é feito da mesma forma descrita para as paredes de sustentação, no entanto é preciso cuidado com a última fiada, que deve ficar afastada do fundo da viga de concreto, e o fechamento que só deve ser realizado cerca de 20 dias para que o assentamento dos tijolos se realize completamente com o endurecimento completo da argamassa. O fechamento pode ser feito empregando-se tijolos maciços inclinados e apertados entre a última fiada e o fundo da viga. Neste caso, a última fiada deve ter sido interrompida a cerca de 20 cm do fundo da viga. Fonte: AlexZaitsev/Shutterstock.com Forte em Saint Tropez ao por do sol REVESTIMENTOS E ACABAMENTOS REVESTIMENTOS DE PAREDE Os revestimentos aplicados sobre as paredes têm finalidade de regularizar as superfícies, proteger contra a ação das intempéries e dar acabamento estético à área. Conforme o revestimento seja aplicado às paredes externas ou internas, o tratamento exigirá maior ou menor cuidado, tendo em vista que, quando a parede é externa, a ação das intempéries — sol e chuva principalmente — é mais intensa. De modo geral, os revestimentos empregados devem ser resistentes ao choque, ter boa aparência e apresentar certo grau de impermeabilidade. Os tipos de revestimento de paredes são: Revestimento comum; Revestimento com pedras naturais; Revestimento com pedras artificiais; Revestimento de madeira; Revestimento metálico; Revestimentos de plásticos; Revestimentos com aglomerados. Aqui serão discutidos os tipos mais importantes. Abaixo, apresentamos cada um: CHAPISCO A aplicação do chapisco deve ser obrigatória quando a base é o concreto. Ele é constituído de uma argamassa de cimento e areia grossa, no traço 1:3, podendo ser aplicado manualmente ou mecanicamente. O revestimento somente deve ser aplicado quando o chapisco se tornar tão firme que não possa ser removido à mão. EMBOÇO É a primeira camada do revestimento. Também chamado de massa ou revestimento grosso, tem cerca de 1,5 cm de espessura. É a camada responsável pelo “desempeno” ou “destorcimento” da parede. REBOCO É a segunda camada do revestimento. Chamado também de massa fina, contendo uma espessura aproximada de 0,5 cm. É aplicado após o endurecimento do emboço, devendo a superfície ser previamente limpa de poeira, de detritos e então molhada. VOCÊ SABIA Pode-se empregar o revestimento com uma única camada que, neste caso, é conhecida como “reboco paulista” e o seu acabamento pode ser feito com a desempenadeira com feltro, proporcionando um alisamento mais fino e uniforme. Esse tipo é muito empregado para revestir fachadas secundárias, edifícios industriais, casas populares, poço de elevador, garagem, subsolo. AZULEJO É o tipo revestimento tradicionalmente empregado em paredes dos banheiros e cozinhas de uma edificação, dadas as suas características de impermeabilidade e facilidade de limpeza. Existem, no comércio, azulejos brancos, coloridos ou decorados. As dimensões mais usuais são o de 15 x 15 cm, sendo encontrados no mercado com dimensões maiores. O assentamento pode ser feito sobre o emboço ou diretamente sobre a parede. A colocação normalmente é feita de baixo para cima, antes da pavimentação. O rejuntamento é feito com pasta de cimento branco. Fonte: Vershinin89/Shutterstock.com Azulejos. Fonte: Rodin Anton/Shutterstock.com Revestimento de paredes. CERÂMICA Pode ser empregada para revestimentos no interior ou no exterior. A indústria de cerâmica apresenta um controle de qualidade de seus produtos que transmite confiança em seu emprego, desde que sejam obedecidas as instruções dos fabricantes. A aplicação é semelhante à dos azulejos. REVESTIMENTOS DE TETO Os tetos são as facessuperiores internas de um compartimento, e forros são os elementos que constituem o revestimento de um teto. Nos pavimentos limitados superiormente pelo telhado, podemos ter o teto de telha-vã, quando a estrutura e a cobertura ficam à vista, e o telhado forrado, quando se coloca um revestimento preso à sua estrutura. O forro é uma estrutura simples, porém merece atenção especial do construtor, quer na razão da seleção dos materiais quer na técnica de sua execução. Os forros são classificados de acordo com o material de que são construídos: madeira, estuque, gesso, concreto armado, fibra de madeira. Fonte: Mr. Khatawut/Shutterstock.com Forro em escritório Fonte: Antpkr/Shutterstock.com Forro de madeira REVESTIMENTOS DE PISO Define-se como pavimentação uma superfície qualquer, contínua ou descontínua, construída com a finalidade de permitir trânsito pesado ou leve. Na fase do projeto, é necessário levar em consideração diversos fatores para a escolha do pavimento de um ambiente: compatibilidade, adequação, aspectos psicológicos, economia. As qualidades gerais que se deve exigir de uma pavimentação são: resistir ao desgaste ao trânsito, apresentar atrito necessário ao trânsito, propiciar higiene, economia, fácil conservação, inalterabilidade e decoração ao ambiente. Vejamos como os revestimentos de piso podem ser classificados quanto a (ao): MATERIAL javascript:void(0) Madeira, pedras naturais, pedras artificiais, plástico etc. LOCALIZAÇÃO Externo ou interno. CONDIÇÕES DE EXECUÇÃO Como base o solo ou lajes de concreto armado. Abaixo serão apresentados os principais materiais relacionados com os revestimentos de piso: PAVIMENTO DE MADEIRA Classificação do pavimento de madeira: soalho de tábua corrida, tacos, parquetes. Fonte: Franck Boston/Shutterstock.com Pavimentação com tábua corrida. PAVIMENTO COM PEDRAS NATURAIS Classificação das pedras naturais: pedras regulares ou irregulares, paralelepípedos, mosaicos de pedra, placas de mármore, placas de granito. javascript:void(0) javascript:void(0) Fonte: Franck August_0802/Shutterstock.com Pavimentação com mármores. PAVIMENTO COM PEDRAS ARTIFICIAIS Classificação das pedras artificiais: grês cerâmico (ladrilho), pastilhas, ladrilho de cimento (hidráulico), aglomerados, lajotas de concreto, granita, granilite. A seguir serão apresentadas as pedras artificiais: Fonte: Franck MyCreative/Shutterstock.com Pavimentação com lajotas de concreto. PISO CERÂMICO São prensados, fabricados basicamente com argila, com a face exposta apresentando determinadas propriedades físicas e características próprias compatíveis com sua finalidade. Os revestimentos cerâmicos devem seguir as prescrições das normas técnicas que classificam as placas cerâmicas em função do grau de absorção da água e da resistência à abrasão, que representa a resistência ao desgaste superficial causado pelo movimento de pessoas e objetos. A tabela a seguir classifica os grupos com relação à resistência à abrasão e ao tipo de ambiente: Abrasão Resistência Tipo de ambiente PEI 1 Baixa Banheiros, dormitórios. PEI 2 Média Ambientessem porta para o exterior. PEI 3 Média Alta Cozinhas, corredores, hall, residenciais,sacadas e quintais. PEI 4 Alta Áreas comerciais, hotéis, showroom, salões de venda. PEI 5 Altíssima Áreas públicas ou de grande circulação,shoppings center, aeroportos etc. Classificação dos revestimentos cerâmicos. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Fonte: Sergey /Shutterstock.com Piso cerâmico. Fonte: DUO Studio/Shutterstock.com Assentamento de pisos cerâmicos. GRANILITE (MARMORITE) É um piso moldado no local, à base de cimento com agregado de mármore ou granito triturado. PASTILHAS De grês cerâmico ou em vidro 2 x 2 cm, fornecidos em planos colados de 30 x 40 – 35 x 45 – 60 x 60. Possui vários tamanhos e cores, possibilitando desenhos variados. AGLOMERADOS (CIMENTADO) É o mais econômico dos pisos laváveis (calçadas, pátios internos, sanitários, depósitos, galpões, quadras esportivas etc.). Pode ter acabamento liso, com roletes, desempenado ou rústico. LAJOTAS DE CONCRETO São placas de concreto simples ou armado: 60x60; 80x80; 100x100 cm. Pré-moldadas ou moldadas in loco. Muito usadas para entradas de garagens, jardins, terraços. Fonte: Franck Ziviani/Shutterstock.com Pavimento com paralelepípedos de concreto. ESTRUTURA, SUBESTRUTURAS E COBERTURAS Apresentamos os principais materiais a serem utilizadas em estruturas, bem como as suas características, vantagens e desvantagens: ESTRUTURA DE MADEIRA Estrutura de madeira só é empregada em regiões em que a madeira é abundante e barata ou onde os outros materiais são de difícil aquisição, ou, ainda, quando o arquiteto busca uma reprodução de estilo rústico. Em relação aos outros materiais, a madeira apresenta, sob determinados aspectos, vantagens e desvantagens enumeradas a seguir: Vantagens Baixo peso específico, facilidade de reformas e adaptações, reaproveitamento em caso de demolição. Desvantagens Altamente suscetível à deterioração por agentes externos, altamente combustível, exige manutenção cuidadosa e periódica. ESTRUTURA DE ALVENARIA Por esse tipo de estrutura, as alvenarias das paredes têm as funções de resistência e vedação. Cada elemento descarrega os esforços na estrutura que fica imediatamente abaixo e que lhe serve de apoio. ESTRUTURA METÁLICA O emprego da estrutura metálica nas edificações de alturas elevadas é mais acentuado em função do desenvolvimento siderúrgico do país. No Brasil, já existem vários edifícios construídos com estrutura metálica, mas seu emprego tem sido maior em galpões industriais, ginásios esportivos e principalmente em estruturas de coberturas. ESTRUTURA DE CONCRETO A superestrutura de concreto é atualmente a de uso mais corrente em edificações. No Brasil, a quase totalidade dos edifícios de alturas elevadas são construídos em concreto armado. É crescente também o uso de estruturas de concreto protendido, principalmente, quando se desejam estruturas leves e de grandes vãos. É bastante utilizada na construção de pontes. As razões principais para o uso das estruturas de concreto são: Permitem a execução de grandes peças contínuas. Podem ser moldadas conforme as necessidades. Possuem grande durabilidade. Possuem grande resistência aos agentes destruidores: umidade, fogo, químicos etc. Apresentam boa impermeabilidade. São constituídas de materiais de custo relativamente baixo. Os trabalhos de execução das estruturas de concreto podem ser resumidos em: Confecção e colocação das formas. Dobragem e colocação das armaduras. Concretagem: preparo de concreto, transporte de concreto, lançamento de concreto, adensamento de concreto, cura de concreto. Retirada das formas. Empregando-se o processo tradicional, a execução de uma construção de concreto armado consiste em operações de confecção de formas, dobragem de armaduras e confecção de concreto no canteiro de obra. Nos grandes centros urbanos há atualmente uma tendência de se prepararem formas, armaduras e concreto em locais afastados do canteiro da obra, principalmente quando a área é reduzida e o vulto da obra exigir. COBERTURA A parte superior da construção deve ser capaz de receber água de chuva, neve, geada e conduzi-las para o solo. Além disso, a cobertura deve proporcionar certo isolamento térmico a fim de que não esquente demais sob o sol. Características desejáveis dos materiais que compõem uma cobertura: impermeabilidade, resistência, inalterabilidade, leveza, secagem rápida, fácil colocação, longa duração, economia de custo, facilidade de manutenção, isolamento ao som, isolamento ao calor. TELHADO O telhado é o elemento de uma edificação que tem por objetivo principal protegê-la contra a ação de intempéries. A estrutura do telhado é o conjunto dos elementos que suportarão as telhas, o sistema de esgotamento de águas pluviais e sobrecargasque agem sobre ele. Fonte: Elena_Alex/Shutterstock.com Amostra de estrutura de telhado em madeira. Quando se emprega telha tipo francesa ou canal, a estrutura do telhado é constituída das seguintes peças: Tesoura: É uma estrutura de madeira, metálica ou de concreto armado situada em um plano vertical, tendo as extremidades repousando nas paredes do edifício ou sobre apoios isolados (Pilares). Terça: É a viga apoiada nas pernas das tesouras, destinada a transmitir as mesmas cargas que suportam. A terça situada na parte superior da tesoura recebe o nome cumeeira, a que fica na extremidade da tesoura recebe o nome frechal. Caibro: A peça de madeira de seção retangular que se apoia sobre as terças e sustenta as ripas. Ripa: É a peça de madeira de seção reduzida, destinada a servir de apoio às telhas (francesa ou colonial) e transmitir a carga ao caibro. Contraventamentos: São assim chamadas as peças que compõem um sistema que permite dar rigidez única à estrutura. Mão francesa: São peças que estão no plano da cumeeira e perpendiculares ao da tesoura. Na maioria dos edifícios em que a laje superior (forno) é de concreto, é empregada a estrutura do telhado do tipo pontalete em substituição às tesouras. Consiste em pontaletes que recebem em sua parte superior uma terça e descarregam toda a carga do telhado sobre a laje do forro de concreto armado. Para isso, apoiam-se em peças de madeira de comprimento para melhor distribuição de carga. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. 1. PARA UM PISO DE ALTA CIRCULAÇÃO, COMO PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA RODOVIÁRIA, VOCÊ CERTAMENTE VAI QUERER PROCURAR UMA CERÂMICA DE CLASSIFICAÇÃO DE RESISTÊNCIA À ABRASÃO: A) PEI 2 B) PEI 5 C) PEI 4 D) PEI 3 E) PEI 1 2. UM TÍPICO CASO DE FUNDAÇÃO INDIRETA É O: (A) A) Sapata isolada B) Baldrame C) Estaca D) Radier E) Sapata corrida GABARITO 1. 1. Para um piso de alta circulação, como para a construção de uma rodoviária, você certamente vai querer procurar uma cerâmica de classificação de resistência à abrasão: A alternativa "B " está correta. Uma rodoviária pressupõe alta circulação, ensejando a instalação de um piso com classificação de resistência máxima à abrasão. A maior classificação de resistência é o PEI 5. 2. Um típico caso de fundação indireta é o: (a) A alternativa "C " está correta. São exemplos de fundações indiretas as estacas e os tubulões. São exemplos de fundação direta as sapatas, os blocos de fundação, os baldrames e os radiers. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste tema, vimos os materiais e técnicas construtivas necessárias para a Construção Civil. Identificamos e reconhecemos as principais categorias de materiais de construção existentes, como agregados, aglomerantes, argamassas etc., cada um com suas características e suas aplicações. Também identificamos os processos construtivos e de sustentabilidade na Construção Civil, de modo a promover o descarte adequado e a reutilização dos resíduos de construção e demolição em nossos canteiros de obras. E, ainda, as técnicas construtivas tradicionais e contemporâneas relacionadas com solos, fundações, vedações, revestimentos e acabamentos, estrutura e coberturas. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 6118 Projeto de estruturas de concreto — Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2014. ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 6122 Projeto de estruturas de concreto — Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2019. ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 7480 Aço destinado a armaduras para estruturas de concreto armado – Especificação. Rio de Janeiro: ABNT, 2007. ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 7482 Fios de aço para estruturas de concreto protendido – Especificação. Rio de Janeiro: ABNT, 2020. ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 15112 – Áreas de transbordo e triagem de resíduos da construção civil e resíduos volumosos. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 15113 – Aterros para resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 15114 – Área de reciclagem para resíduos sólidos da Construção civil. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 15115 – Procedimentos para que agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil sejam utilizados na execução de camadas de pavimentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 15116 – Requisitos para que agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil sejam utilizados na execução de camadas de pavimentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 15823 Concreto autoadensável. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Rio de Janeiro: ABNT, 2017. ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 16697 Cimento Portland – Requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2018. ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR NM 67 Concreto - Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone. Rio de Janeiro: ABNT, 2011. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 307, de 5 de julho de 2002. Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. Brasília, DF: Diário Oficial da União, n. 136, Seção 1, p. 95-96 EXPLORE+ Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, sugerimos as seguintes leituras: AZEVEDO, H. O edifício e seu acabamento. São Paulo: Edgard Blücher, 2008. AZEVEDO, H. O edifício até sua cobertura. São Paulo: Edgard Blücher, 2009. BAUER, L. A. F. Materiais de construção v1. Rio de Janeiro: LTC, 1995. BAUER, L. A. F. Materiais de construção v2. Rio de Janeiro: LTC, 1995. BORGES, L. A. F. Prática das pequenas construções. São Paulo: Edgard Blücher, 2009. CHIAVERINI, V. Aços e ferros fundidos. 4 ed. São Paulo: Associação Brasileira de Metais, 1981. SALGADO, J. Técnicas e práticas construtivas para edificação. São Paulo: Saraiva, 2014. CONTEUDISTA Giuseppe Miceli Junior CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
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