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SIMULAÇÃO EMPRESARIAL SIMULAÇÃO EMPRESARIAL Lorene Paixão Sampaio Nara Medianeira Stefano Renata de Paula Rodrigues Pereira Reitor Prof. Celso Niskier Pro-Reitor Acadêmico Maximiliano Pinto Damas Pro-Reitor Administrativo e de Operações Antonio Alberto Bittencourt Coordenação do Núcleo de Educação a Distância Viviana Gondim de Carvalho Redação Dtcom Análise educacional Dtcom Autoria da Disciplina Lorene Paixão Sampaio, Nara Medianeira Stefano, Renata de Paula Rodrigues Pereira Validação da Disciplina Designer instrucional Milena Rettondini Noboa Banco de Imagens Shutterstock.com Produção do Material Didático-Pedagógico Dtcom © Copyright 2017 da Dtcom. É permitida a reprodução total ou parcial, desde que sejam respeitados os direitos do Autor, conforme determinam a Lei n.º 9.610/98 (Lei do Direito Autoral) e a Constituição Federal, art. 5º, inc. XXVII e XXVIII, “a” e “b”. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Ficha catalográfica elaborada pela Dtcom. Bibliotecária – Vanessa Gabriele de Araújo – CRB 14/1498) S192s Sampaio, Lorena Paixão. Simulação empresarial / Lorena Paixão Sampaio; Nara Medianeira Stefano; Renata de Paula Rodrigues Pereira. – Curitiba, PR: Dtcom, 2018. 151 p. Inclui bibliografia. ISBN 978-85-93685-38-5 1. Administração de empresas. 2. Estrutura organizacional I. Stefano, Nara Medianeira. II. Pereira, Renata de Paula Rodrigues. III. Título. CDD 658 Sumário 01 As dimensões do ambiente empresarial .............................................................................7 02 A identidade organizacional: fundamentos da cultura organizacional ........................14 03 Aspectos da estrutura organizacional ................................................................................22 04 Poder e Autoridade nas Organizações ...............................................................................30 05 O poder nas organizações ....................................................................................................38 06 Transformação organizacional ............................................................................................45 07 Sinergia conceitual de liderança ..........................................................................................52 08 Modelos de gestão .................................................................................................................59 09 Perspectivas de inovação e gestão organizacional .........................................................66 10 Estratégias organizacionais .................................................................................................73 11 Introdução ao processo de decisão gerencial ..................................................................80 12 Alianças estratégicas nas organizações ...........................................................................87 13 Enfoque na natureza decisória ............................................................................................94 14 Empowerment e a autonomia de decisão ...................................................................... 102 15 A teoria dos jogos de empresas e as decisões ............................................................ 110 16 Estrutura das negociações ................................................................................................ 117 17 Gerenciamento de conflitos .............................................................................................. 124 18 Informação x comunicação na negociação ................................................................... 131 19 Estratégias de negociação ................................................................................................ 138 20 Instrumentos e requisitos da negociação ...................................................................... 145 As dimensões do ambiente empresarial Lorene Paixão Sampaio Introdução As organizações são instituições capazes de influenciar o desenvolvimento de uma socie- dade, pois são responsáveis por estreitar as relações entre os atores que participam do mercado, como governo, bancos, sindicatos, entre outras empresas. Nesta aula, vamos estudar os com- ponentes do ambiente organizacional e as ações envolvidas para a realização de atividades que visam obter ganhos e alcançar objetivos. Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • identificar os elementos que compõem o ambiente organizacional; • conhecer os principais métodos constituídos para o funcionamento da organização. 1 Abordagem introdutória sobre as empresas Você saberia definir empresa? Podemos dizer que as organizações ou corporações são ins- tituições responsáveis por um conjunto de atividades, que produzem um determinado bem. Para Martins (2009), um conceito relacionado ao das empresas é o de estabelecimento, constituído pelas coisas corpóreas, como instalações, e as incorpóreas, como a marca. (Martins, 2009). Para Bernardes (1993 apud MILANI et al, 2008), as organizações são manifestações con- cretas de instituições, e uma associação de pessoas com papéis e tarefas específicos. O aprimo- ramento organizacional, ou a melhoria da empresa, depende da adequação de diversos fatores, como a relação entre as pessoas, os custos, a negociação, o crescimento econômico etc. – 7 – TEMA 1 Figura 1 – Desenvolvimento empresarial Fonte: Sergey Nivens/Shutterstock.com Devemos ainda destacar que cada empresa age de forma diferente, pois têm objetivos distin- tos. De acordo com Asquini (1996 apud MAFFIOLETTI, 2015), podemos distinguir quatro tipos de perfis conceituais nas empresas. Confira a seguir. • Perfil subjetivo: o empresário é a figura que organiza o ambiente organizacional. • Perfil funcional: a empresa possui um conjunto de atividades que visam produzir bens e serviços; • Perfil objetivo ou patrimonial: a instituição possui uma atividade econômica, ou seja, detém exercício de suas atividades em prol do lucro; • Perfil corporativo: a empresa é uma instituição, constituída por diversos fatores, como os funcionários. FIQUE ATENTO! As condições de mercado estão cada vez mais complexas, por isso é importante as empresas conhecerem todo o processo e para isso deve-se avaliar o perfil das organizações. Perceba que os perfis descritos podem ser considerados para diversos tipos de empresas, como indústrias, lojas comerciais e prestadoras de serviços, como o telemarketing. Ou seja, as organizações são formadas por elementos, que a compõem e determinam seu perfil, e é a partir disso que podemos analisar o tipo de empresa inserido no mercado, como veremos a seguir. SIMULAÇÃO EMPRESARIAL – 8 – SAIBA MAIS! O documentário “A Corporação”, dos diretores Achbar e Abbott (2003), aborda ques- tões relacionadas ao funcionamento das grandes empresas e os seus impactos no mercado. 2 Análise dos tipos de empresas No mercado existem diversos tipos de empresas, cada um com características próprias. Quando analisamos a economia das instituições podemos perceber que algumas têm objetivos relacionados aos fins lucrativos e outras não, como é o caso das instituições privadas e as organi- zações não governamentais. FIQUE ATENTO! As empresas são classificadas de acordo com seu porte, ou seja, esta nomenclatu- ra se refere ao tamanho deste empreendimento. Podemos ainda tipificar as empresas de acordo com seu porte. Para isso devemos observar a receita bruta, tanto quanto a dimensão de seu quadro funcional. Observe a seguir. Quadro 1 – Receita bruta anual Microempreendedor individual Até R$ 60.000,00 Microempresa Até R$ 360.000,00 Empresa de pequeno porte De R$ 360.000,01 até R$ 3.600.000,00 Fonte: adaptado de Sebrae, 2016. Quadro 2 – Número de funcionários Indústria Comércio e serviços Microempresa com até 19 empregados até 9 empregados Pequena de 20 a 99 empregados de 10 a 49 empregados Média 100 a 499 empregados de 50 a 99 empregadosGrande mais de 500 empregados mais de 100 empregados Fonte: adaptado de Sebrae, 2016. SIMULAÇÃO EMPRESARIAL – 9 – Sobre o ramo de atividade as organizações se dividem em: setor primário (atividades relacio- nadas à agricultura), setor secundário (indústrias) e setor terciário (serviços). Podemos ainda classificar as empresas em: • individual: quando o empresário é o único representante da organização; • pública: definida na Lei nº 13.303, institui a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela Estado; • privada: constitui a propriedade de uma pessoa individual ou jurídica dotada de recur- sos e que detém personalidade econômica. Outra forma de organizarmos os tipos de empresas é por meio das sociedades de economia mista, limitada e anônima. Plácido e Silva (1996 apud MIRANDA, 2011) afirmam que a sociedade de economia mista é aquela que, criada por lei, se destina à exploração de atividade econômica, cujas ações com direito de voto pertençam majoritariamente ao poder público. Já a sociedade limitada é a empresa que possui dois ou mais sócios, que determinam o capi- tal a ser assumido para as ações da organização. Por fim, a sociedade anônima é denominada, segundo a Lei nº 6.404, por ações disponibilizadas na bolsa de valores, que outras empresas ou até mesmo pessoas físicas podem, inclusive, obter por meio de compras. EXEMPLO Empresas como a Petrobrás, Itaú e Apple aplicam a Lei nº 6.404, de 1976, onde os acionistas possuem o direito de receber dividendos, ou seja, um percentual referente ao lucro. O valor a receber depende do valor investido por este acionista na empresa. É importante destacar que toda empresa, independentemente do tipo, tem elementos que a compõem e são fundamentais para seu funcionamento. A seguir, vamos estudar os elementos que formam o ambiente organizacional. 3 Elementos do ambiente organizacional O ambiente organizacional é composto por elementos essenciais para seu funcionamento. Você saberia dizer quais são eles? Observe: no ambiente interno de uma empresa podemos citar como elementos: funcionários (com os diferentes níveis de hierarquia), estrutura física, recursos (como as máquinas), atividades ou processos a serem realizados e cultura organizacional. Para Albuquerque e Puente-Palacios (2004 apud LEITE et al, 2012), a organização é o conjunto de indi- víduos que formam um sistema coordenado de atividades especializadas, com a finalidade de alcançar determinados objetivos. SIMULAÇÃO EMPRESARIAL – 10 – EXEMPLO Um exemplo de estrutura hierárquica, indicado por Brasil (1980 apud GOMIDES, 2006), são as forças militares e seu espírito de acatar a autoridade. Outro elemento que compõe o ambiente organizacional e merece atenção diz respeito a estrutura física das empresas, conhecida como layout ou arranjo físico, que corresponde ao espaço de realização das atividades. Como você sabe, as instituições possuem ambientes diferen- tes e integrados, que permitem diversas ações, como uma reunião ou a produção de produtos, por exemplo. Mas, como é feita esta divisão? Cada empresa define uma estrutura de acordo com o seu investimento financeiro, pois é possível incluir no ambiente organizacional os recursos essenciais para o processo produtivo, tais como a tecnologia. FIQUE ATENTO! O investimento financeiro consiste no emprego de capitais que visam trazer um retorno mais significativo, futuramente, para a empresa. Para garantir o bom funcionamento e os benefícios, as empresas devem estar atentas a todos os funcionários, assim como à execução de suas funções. Por fim, devemos considerar ainda o ambiente externo, que corresponde a todos os elemen- tos que estão além da fronteira da empresa, tais como a concorrência. Mas, fique atento, pois o ambiente organizacional deve ser avaliado de acordo com os métodos existentes e quanto a sua organização. Como veremos a seguir. 4 Avaliação do ambiente: organização e métodos Com a pressão para se ajustar a um mercado competitivo e com clientes cada vez mais exigentes, as empresas desenvolvem métodos eficazes e eficientes em seu ambiente de trabalho. O planejamento estratégico, por exemplo, auxilia a empresa na organização, tanto interna quanto em relação ao mercado. Para isso, devem ser definidas todas as informações pertinentes, como objetivo, missão, visão, público alvo, recursos e investimento financeiro. SIMULAÇÃO EMPRESARIAL – 11 – Figura 2 – Planejamento Fonte: Voronin76 /Shutterstock.com O controle, por sua vez, é um método que serve para monitorar as atividades, identificar pontos negativos e indicar melhorias, avaliando as condições internas e externas para tornar as empresas eficientes e assegurar seu desempenho. SAIBA MAIS! O artigo “Entre o Planejamento Estratégico Formal e Informal: um estudo de caso exploratório sobre a prática de estratégia nas organizações”, de Caio M. L. de Souza (2011), avalia as estratégias delineadas nas organizações a fim de alcançar os obje- tivos pretendidos. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abs- tract&pid=S1415-65552011000500005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt>. Entretanto, o ambiente interno pressupõe diretamente os objetivos e resultados, o que faz com que a empresa obtenha mais cuidado com as ações desenvolvidas, pois refletirá nos ganhos e perdas. Fechamento Nesta aula, você teve a oportunidade de: • analisar o conceito de empresa; • conhecer os elementos que compõem a organização; • compreender sobre os métodos de organização da empresa para atuar no mercado de forma eficaz. SIMULAÇÃO EMPRESARIAL – 12 – Referências A CORPORAÇÃO. Direção de Mark Achbar e Jennifer Abbott. 2003. BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Dis- ponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404consol.htm >. Acesso em 22 de abr. de 2017. ______. Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016. Dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015- 2018/2016/lei/L13303.htm>. Acesso em: 5 jun. 2017. GOMIDES, Renato de Castilho. Hierarquia e Empowerment: um Estudo Preliminar. Cad. EBAPE.B, Rio de Janeiro, v. 4, n. 3, 2006. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S1679-39512006000300013>. Acesso em: 22 de abr. de 2017. LEITE, Nildes Pitombo. Gestão do Comportamento Organizacional e Gestão de Pessoas: Um Estudo Observacional. REGE Revista de Gestão, São Paulo. V. 09, Nº 2, 2012. Disponível em: <http://www. revistas.usp.br/rege/article/view/49884/53983>. Acesso em: 22 de abr. de 2017. MAFFIOLETTI, Emanuelle Urbano. As Sociedades Cooperativas e o Regime Jurídico Concursal. São Paulo: Almedina, 2015. MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. 24 ed. São Paulo: Atlas, 2009. MILANI, Nilton Cesar; MOSQUIN, Estevão Silvio; MICHEL, Murillo. Uma Breve Análise Sobre os Con- ceitos de Organização e Cultura Organizacional. Revista Científica Eletrônica de Administração, Garça, Ano VIII, n. 14, 2008. Disponível em: <http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_ destaque/1lMT5LXVhh1VQUz_2013-4-30-12-29-3.pdf>. Acesso em 10 de abr. de 2017. MIRANDA, Maria Bernadete. Sociedade de Economia Mista e Concentração de Empresas. Revista Virtual Direito Brasil, v. 5, n. 1, 2011. Disponível em: <http://www.direitobrasil.adv.br/arquivospdf/ revista/revistav51/artigos/beem.pdf>. Acesso em 18 de abr. de 2017. SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Lei Geral das Micro e Peque- nas Empresas: Entenda as Diferenças Entre Microempresa, Pequena Empresa e MEI. Disponí- vel em: <http://www.sebrae-sc.com.br/leis/default.asp?vcdtexto=4154>. Acesso em 10 de abr. de 2017. SOUZA, Caio Motta Luiz de. Entre o Planejamento Estratégico Formal e Informal: um estudode caso exploratório sobre a prática de estratégia nas organizações. Revista de Administração Con- temporânea, Curitiba, v. 15, n. 5, p. 855-876, out. 2011. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S1415-65552011000500005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em: 13 de mai. de 2017. SIMULAÇÃO EMPRESARIAL – 13 – A identidade organizacional: fundamentos da cultura organizacional Lorene Paixão Sampaio Introdução Você saberia dizer qual é a importância das pessoas para as organizações? Nesta aula aprenderemos como os funcionários contribuem para a formação e a identidade das empresas, destacando as mudanças que ocorrem devido à necessidade de modernização. Vamos estudar também a cultura organizacional, seus elementos e sua relação com os atores que a conduzem. Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • identificar os elementos da cultura organizacional; • reconhecer a influência de diversos atores nos processos empresariais. 1 Elementos da cultura organizacional Você já deve ter notado que as organizações exibem perfis diferentes, já que isso depende das pessoas que dela fazem parte e das relações existentes. Mas, como podemos definir a iden- tidade de uma empresa? De acordo com Appelbaum e Grigore (1997 apud ZAGO, 2013), o tipo de negócios, as ações institucionais e as tecnologias utilizadas, ou seja, a estrutura da empresa, são os aspectos que definem a identidade organizacional. Os perfis e a identidade fazem parte dos elementos da cultura organizacional, que proveem as características básicas da relação entre os membros da empresa. Nessa conjuntura Zago (2013) indica diversos elementos existentes, propostos por diferentes autores: • padrão de comportamento: consiste na interação e nas atitudes dos funcionários, por exemplo: a relação entre líderes e liderados; • normas: concebem os procedimentos e as regras a serem seguidas nas organizações, como o cumprimento do horário de trabalho; • valores: compreendem os princípios da organização, como a transparência e a ética; • crenças e pressupostos: implicam nas percepções e interpretações em relação ao que é verdadeiro, por exemplo, as decisões da liderança sobre o desenvolvimento dos fun- cionários em relação à produtividade; • habilidades: referem-se às competências, por exemplo, a autoridade e capacidade do líder em conduzir; • hábitos: são definidos como os costumes, por exemplo, a predisposição de reunião semanal para avaliação de desempenho; – 14 – TEMA 2 • ritos e rituais: se constituem como as celebrações, por exemplo, a premiação por desempenho ou a confraternização de fim de ano; • símbolos: envolvem os artefatos ou materiais e recursos utilizados, por exemplo, a ima- gem ou logotipo que representa a empresa; • heróis: são definidos como as pessoas que têm força e representatividade, por exem- plo, o fundador de uma empresa de sucesso; • estórias e mitos: são instituídas como as narrativas sobre o que ocorre, podendo ser ou não verdadeiras, por exemplo, a relação complexa entre líderes e liderados; • tabus: incidem nas limitações comportamentais, as quais nem sempre são aceitas na empresa, por exemplo, a relação afetiva entre funcionários; • clima organizacional: versa pela percepção que se tem sobre o ambiente, por exemplo, a satisfação dos funcionários sobre a estrutura física; • comunicação: advém do conhecimento e da troca de informações, por exemplo, a con- versa formal e informal entre os setores. FIQUE ATENTO! Cultura, segundo o dicionário Houaiss, é o “conjunto de padrões de comportamento, crenças, conhecimentos, costumes etc. que distinguem um grupo social organizacio- nal”. A cultura organizacional, no entanto, é vista como um reflexo do comportamento conduzido pelas lideranças formando também seus valores. É importante destacar que a cultura organizacional tem elementos visíveis e outros invisí- veis, ou seja, há elementos tangíveis e intangíveis. No meio empresarial denominamos esta divi- são como teoria do iceberg, como afirma Chiavenato (2004 apud SANTOS, 2014), pois existem situações nas corporações que são fáceis de visualizar e outras não. Nesse contexto, o campo visível refere-se à política da empresa, descrita para o funcionário objetivamente, ao passo que o invisível representa o comportamento em grupo, que não se consegue definir imediatamente. Figura 1 – Teoria do iceberg Fonte: Arcady/Shutterstock.com SIMULAÇÃO EMPRESARIAL – 15 – SAIBA MAIS! O artigo intitulado “Cultura organizacional e os sete pecados capitais: uma propos- ta para compreender os sistemas simbólicos”, de Schadeck et al. (2016), analisa os sistemas simbólicos presentes na cultura. Disponível em: <http://www.scielo.br/ pdf/cebape/v14n1/1679-3951-cebape-14-01-00164.pdf>. Diniz, Oliveira e Quevedo (2012) afirmam que uma cultura forte é mais adequada do que uma cultura fraca, e que ambas são construídas à medida que os líderes da organização conduzem seus esforços na gestão da organização. Quando a empresa tem uma cultura forte, presume-se um menor impacto diante da necessidade de mudanças. 2 Impactos da mudança organizacional As empresas se modificam constantemente devido às alterações que surgem no mercado, geralmente as necessidades e os desejos dos stakeholders, que são os parceiros da empresa. Perceba que as mudanças são atualizações para garantir a sobrevivência no mercado, até porque existem fatores que determinam estas mudanças, como as exigências dos clientes e também a concorrência. Vale destacar que as mudanças nas organizações causam impactos, desde alterações na estrutura da empresa até a produção de um produto ou serviço. FIQUE ATENTO! No mundo globalizado as empresas buscam se inovar e aumentar a competitivida- de, mas, para isso, devem ser transparentes e éticas. O Instituto Brasileiro de Gover- nança Corporativa (IBGC) colabora para a atuação sustentável das organizações, influenciando-as para que tenham maior transparência, justiça e responsabilidade. É importante perceber que os impactos advindos das mudanças provocam nas empresas uma busca por crescimento financeiro, concentração de recursos, parcerias, desenvolvimento de produtos e serviços, qualidade e gestão eficiente, além de maior produtividade. As mudanças orga- nizacionais, quando ocorrem por parte da gestão, ou da liderança, diretamente para os funcioná- rios corresponde a uma dimensão humana, voltada para as pessoas. SIMULAÇÃO EMPRESARIAL – 16 – Figura 2 – Ética empresarial Fonte: Lightspring / Shutterstock.com Assim, a ética empresarial é um dos princípios de toda empresa, pois descreve os pilares necessários para a construção de uma mudança com impactos positivos, tais como: a responsa- bilidade, as alianças, a transparência e os valores. EXEMPLO Com o intuito de obter lucro, as empresas devem se ajustar ao que é determinado, contudo nem sempre há a capacidade de atender suas expectativas, podendo ob- ter fracasso ou sucesso. É preciso ter em mente que o retorno financeiro ocorre a longo prazo. Existem vários fatores agentes das mudanças nas empresas, sendo essencial aderir às ten- dências do mercado e ao mesmo tempo garantir que a cultura da empresa não seja impactada negativamente, como veremos a seguir. 3 Influência da cultura nos processos empresariais Como já vimos, a cultura de uma empresa está relacionada com o comportamento dos seus membros. Nesse sentido, podemos dizer que a liderança é quem mais constrói e interfere nessa cultura. Prazeres e Fadel (2012, p. 8) afirmam que: Para o colaborador desempenhar bem a sua função dentro da organização e contribuir para o compartilhamento de valores nas empresas, ele tem que adquirir conhecimento suficiente no decorrer de sua vida profissional, almejando a competência [...]. SIMULAÇÃO EMPRESARIAL – 17 – EXEMPLO Os artigos “Adaptação cultural no McDonald’s: uma análise sob o aspecto dos car- dápios” (FERREIRA; BEHLING, 201-?)e “Estilos de comunicação de marcas globais em diferentes contextos culturais: um estudo sobre a marca McDonald’s” (SCHARF; SILVA, 2014) demonstram que as organizações buscam observar o contexto do macro ambiente, ao qual estão inseridas, além de se adaptarem aos diferentes ce- nários e culturas. Podemos perceber que estas empresas estabelecem uma capa- cidade de adaptação de seus produtos, serviços e comunicação, tendo em vista a potencialização deles. Sua cultura organizacional minimiza os movimentos de resistência em torno das mudanças propostas, evitando conflitos entre a cultura regional e cultura organizacional. Figura 3 – Cultura x relações sociais Fonte: Fred Ho/Shutterstock.com A cultura organizacional, nesse sentido, será adquirida com uma forma de adaptação dos funcionários ao ambiente empresarial, o que constituirá, portanto, o perfil organizacional. FIQUE ATENTO! A cultura está diretamente relacionada à identidade do indivíduo, na forma como atua nas organizações e como este constrói suas relações. A construção das estratégias e do controle das organizações está pautada nos valores pre- dominantes que vão desde o atendimento realizado até o nível de qualidade e a relação entre a diversidade e a modernidade, como veremos no tópico a seguir. SIMULAÇÃO EMPRESARIAL – 18 – 4 Diversidade x modernidade O principal desafio de uma empresa, diante do cenário globalizado, é conseguir se destacar de maneira eficaz perante a concorrência e os clientes. Você saberia dizer como isso é possível? Para responder a esta questão, devemos levar em conta dois aspectos: a diversidade e a modernidade. Note que as empresas precisam estar dispostas a diversificar suas ações para, ao mesmo tempo, se modernizarem. Nesse ponto encontra-se um grande desafio: uma vez que a moderni- dade representa a capacidade de aderir a tendências, a empresa deve estar disposta a abrir mão de alguns valores. Para Sant’Anna et al (2016) o grande desafio consiste, no entanto, em desenvol- ver pessoas com o perfil requerido pelo novo tipo de organização. Figura 4 – Tecnologia x valores Fonte: ProStockStudio /Shutterstock.com Atualmente, podemos perceber que as empresas se transformaram em grandes centros de informações e de recursos, integrando valores e tecnologia, em que os membros de uma empresa estão inseridos ao ambiente e, ao mesmo tempo, incorporados à perspectiva da tecnologia. SAIBA MAIS! O livro “A Identidade Cultural na Pós-Modernidade”, do autor Stuart Hall (2014), ava- lia a identidade do homem moderno e a crise com os valores individuais e sociais. Diversificar as atividades e integrar-se com a modernidade não é uma tarefa simples, pois há um conflito entre os dois aspectos. No Brasil, por exemplo, internamente há uma grande diversi- dade cultural e existe modernidade, mas apenas em alguns setores da sociedade, pois há dificul- dades em se conseguir impetrar igualmente, ou por não possuir capacidade ou até mesmo por indisponibilidade de recursos. SIMULAÇÃO EMPRESARIAL – 19 – Fechamento Nesta aula, você teve a oportunidade de: • avaliar o conceito e identificar os elementos da cultura organizacional; • distinguir os aspectos e impactos da mudança organizacional; • compreender a relação entre a modernidade e a diversidade apresentada nas empresas. Referências DINIZ, Polyana Weidy Bezerra; OLIVEIRA, Simony Rodrigues de; QUEVEDO, Andressa Pacífico Franco. A vida pode ser linda para os funcionários de uma Unidade Franqueada de O Boticário: um estudo de caso sobre cultura organizacional. 2012. Disponível em: <http://www.convibra.com. br/upload/paper/2012/39/2012_39_5234.pdf>. Acesso em: 2 maio 2017. FERREIRA, Orjana Thiesen Ferreira; BEHLING, Hans Peder. Adaptação cultural no McDonald’s: uma análise sob o aspecto dos cardápios. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE ADMINISTRA- ÇÃO DA ESPM, 11, 201-?, São Paulo. Anais... São Paulo, 201-?. Disponível em: <file:///C:/Users/ Fernanda%20Gobbi/Desktop/Download/118-427-2-PB.pdf>. Acesso: 31 jul. 2017. HALL, Stuart. A Identidade Cultural na Pós-Modernidade. Tradução de Tomaz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro. 12. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2014. HOUAISS Eletrônico. São Paulo: Editora Objetiva, 2009. PRAZERES, Fabiano Siqueira dos; FADEL, Bárbara. A influência da Cultura Organizacional no pro- cesso de qualificação da mão de obra: Estudo de caso em uma empresa de TI. Revista Eletrônica de Administração, v. 11, n.1, edição 20, jan-jun 2012. Disponível em: <http://periodicos.unifacef. com.br/index.php/rea/article/viewFile/505/473>. Acesso em: 7 jul. 2017. SANT’ANNA, Anderson de Souza; et al. Competências individuais e modernidade organizacional: um estudo comparativo entre profissionais de organizações mineiras e baianas. Gest. Prod., São Carlos, v. 23, n. 2, p. 308-319, 2016. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/gp/v23n2/0104- 530X-gp-0104-530X1191-15.pdf>. Acesso em: 6 jul. 2017. SANTOS, Érica Mendes dos. A Importância da Cultura para as Organizações. Caderno de Adminis- tração. Caderno de Administração – Revista da Faculdade de Administração da FEA. São Paulo, v. 8, n. 1, p. 19-37, jan.-dez. 2014. Disponível em: <https://revistas.pucsp.br/index.php/caadm/arti- cle/view/20226>. Acesso em: 4 maio 2017. SCHADECK, Marise, et al. Cultura organizacional e os sete pecados capitais: uma proposta para compreender os sistemas simbólicos. Cadernos Ebape.br, Rio de Janeiro, v. 14, n. 1, p. 164- 181, jan./mar. 2016. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cebape/v14n1/1679-3951-ce- bape-14-01-00164.pdf>. Acesso em: 2 jun. 2017. SIMULAÇÃO EMPRESARIAL – 20 – SCHARF, Edson Roberto; SILVA, Halissa Odebrech da. Estilos de comunicação de marcas globais em diferentes contextos culturais: um estudo sobre a marca McDonald’s. CONTEXTUS Revista Contemporânea de Economia e Gestão. Fortaleza, V. 12, n. 1, jan/abr 2014. Disponível em: < http:// www.periodicos.ufc.br/contextus/article/view/936/912>. Acesso em: 7 jul. 2017. ZAGO, Celia Cristina. Cultura Organizacional: Formação, Conceito e Constituição. Revista Eletrô- nica Sistemas & Gestão. Niterói, v. 8, n. 2, p. 106-117, 2013. Disponível em: <http://www.revistasg. uff.br/index.php/sg/article/download/V8N2A1/V8N2A1>. Acesso em: 2 jun. 2017. SIMULAÇÃO EMPRESARIAL – 21 – Aspectos da estrutura organizacional Lorene Paixão Sampaio Introdução Nas organizações a estrutura representa a base de sua formação, compreendendo o que existe no cenário interno. Mas, o que é estrutura organizacional? Veremos nesta aula o conceito de estrutura organizacional, mais especificamente, estudaremos a sinergia do ambiente interno empresarial. Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • identificar os tipos de estrutura organizacional; • compreender a importância da autoridade hierárquica na composição estrutural da empresa; • reconhecer os requisitos e responsabilidades de cada ator envolvido nos processos empresariais. 1 Tipologia da estrutura organizacional: formal e informal A estrutura organizacional corresponde a um conjunto de elementos e tarefas que compõem o ambiente interno. Em relação ao conceito de estrutura organizacional, Wagner III e Hollenbeck (2009, p. 327) afirmam que ela “influencia os agrupamentos e processos do comportamento orga- nizacional, que afetam a eficiência, a flexibilidade e a interação com o ambiente circundante, bem como separa as partes da organização entre si e ajuda a mantê-las interligadas”. FIQUE ATENTO! A estrutura organizacional, quando bem sistematizada, representa ganhos impor- tantes para a empresa, tais como o aumento da produtividade. A seguir, vamos conhecer os dois tipos de estrutura organizacional existentes e responsáveis por delinear o comportamento e as interações entre os membros de uma empresa. – 22 – TEMA 3 • Estrutura formal: reconhecida pela organização e formalidade em todas as ações, até na representação por meio de um organograma, como pode ser visto na figura“Organo- grama”, indica objetivamente as autoridades e suas respectivas responsabilidades. As características desta estrutura são: estabilidade, existência de planejamento e controle e gestão formal. Figura 1 – Organograma Fonte: Keepsmiling4u/Shutterstock.com • Estrutura informal: ocorre no comportamento e nas relações que não têm formalidade, ou seja, são impessoais e surgem da espontaneidade. Tem como características a não formalização, a documentação e a oficialidade das ações, as quais dependem das neces- sidades e desejos pessoais e grupais, ou seja, trata-se de um item instável, do qual não se tem controle e, portanto, a organização e a gestão se dão de maneira informal. SAIBA MAIS! O artigo intitulado “A Consistência na Relação entre Estratégia e Estrutura Organiza- cional: um estudo de caso em uma empresa do setor de tecnologia da informação e comunicação” (CARVALHO; GUIMARÃES; LARA, 2016), analisa a relação entre a es- tratégia e a estrutura organizacional. Disponível em: <http://www.revistaespacios. com/a16v37n02/16370208.html>. Para que a empresa exista e se sustente, a estrutura organizacional pressupõe alguns elemen- tos essenciais, denominados determinantes da estrutura organizacional, que veremos a seguir. SIMULAÇÃO EMPRESARIAL – 23 – 2 Determinantes da estrutura organizacional Você saberia dizer o que determina ou compõe uma estrutura organizacional? Então, preste atenção: os elementos fundamentais são as pessoas, as responsabilidades, as relações entre os indivíduos, as autoridades, as decisões e a comunicação. A estrutura interna da empresa possui influências da cultura, as quais determinam o clima organizacional e, neste sentido o comporta- mento dos funcionários é essencial para alcançar os objetivos e, portanto, fazem parte da estru- tura organizacional. FIQUE ATENTO! O desempenho de uma organização é reflexo da integração entre as estratégias da empresa em relação aos objetivos e comportamento dos funcionários. Bertolla et al. (2014), quanto à liderança, considera que: Esta função envolve a estimulação, orientação, a motivação, a comunicação e a liderança dos trabalhadores, busca compatibilizar os objetivos destes com o desempenho da organi- zação, sobretudo no que se trata de competitividade no mercado em que estão inseridas. (BERTOLLA et al., 2014, p. 3). Dessa forma, quando a estrutura organizacional está devidamente organizada podemos alcançar resultados mais imediatos, tais como: motivação, aumento da produtividade, disponibili- zação de recursos, funções e atividades bem delineadas e nível de informação e comunicação de acordo com os objetivos traçados no planejamento. Figura 2 – Elementos da estrutura organizacional Fonte: nmedia / Shutterstock.com SIMULAÇÃO EMPRESARIAL – 24 – Outro ponto que devemos prestar atenção, para que uma empresa obtenha maior coordena- ção em suas atividades, diz respeito a formalização, especialização e uniformidade no comporta- mento das pessoas e também no desenvolvimento das tarefas. EXEMPLO A tomada de decisão apresentada por um líder está diretamente interligada aos procedimentos do trabalho, estabelecendo uma sinergia entre tudo o que configura a empresa. Por exemplo, a decisão de aumentar a produtividade requer conheci- mento sobre a possibilidade de contratação e o uso de recursos para tal atividade. Nesse sentido, perceba que o papel do líder e do gestor é muito importante para o desem- penho da organização, uma vez que cada um tem suas responsabilidades predispostas, como conduzir seus liderados na realização das tarefas. 3 Requisitos e responsabilidades (níveis da estrutura) É importante destacar que a estrutura organizacional está sujeita aos objetivos e estratégias, ao fator ambiental da empresa, à tecnologia e aos recursos humanos. Ao analisarmos, especifica- mente, os recursos humanos, podemos dizer que as pessoas têm a função e a responsabilidade de avaliar e construir uma empresa capaz de atingir os resultados esperados. EXEMPLO Accountability – termo do inglês que consiste em duas questões: responsabilidade e transparência na gestão da empresa, pois a tradução que a representa é presta- ção de contas. Nesse sentido, na organização dos processos, a alta administração deve ter ética em suas ações. A figura “Pilares da responsabilidade corporativa” analisa os quatro pilares essenciais da res- ponsabilidade corporativa: o objetivo, a sinceridade, o marketing e a responsabilidade. SIMULAÇÃO EMPRESARIAL – 25 – Figura 3 – Pilares da responsabilidade corporativa Fonte: docstockmedia / Shutterstock.com Perceba que a responsabilidade da gestão está relacionada à estrutura organizacional que, de acordo com Chiavenato (2014), pode ser subdividida em três tipos. Observe a seguir. • Estrutura funcional – versa pelas funções da empresa, em que os funcionários perten- cem a áreas específicas, tais como as áreas financeira, de qualidade ou de segurança. • Estrutura linear – corresponde à composição ou à organização da empresa quanto aos cargos, analisando a verticalização do poder, no qual se tem os níveis altos e baixos. • Estrutura linha-staff – destaca a responsabilidade pela tomada de decisão, na qual os gestores têm o poder, embora contem com equipes que os auxiliam no entendimento dos processos para a facilitar a decisão. FIQUE ATENTO! No modelo de estrutura linha-staff, as pessoas têm a responsabilidade de atuar diretamente nos processos, inclusive participando na construção das estratégias. Nesse contexto, a hierarquia é fundamental e a estrutura organizacional é baseada na interação entre tudo o que compõe a empresa. Como vimos, as áreas da empresa formam as partes das tarefas a serem realizadas, mas, para alcançar de fato seus objetivos, as organizações dependem ainda da estrutura hierárquica. Ficou curioso? Vale a pena prosseguir. SIMULAÇÃO EMPRESARIAL – 26 – 4 A departamentalização e a autoridade hierárquica As empresas são constituídas por áreas, setores ou departamentos formados por pessoas e recursos que auxiliam no seu desenvolvimento. Analisando a inclusão das pessoas no ambiente de trabalho, Chiavenato (2014) considera que a organização pode ser caracterizada por quatro princípios básicos: a divisão do trabalho, que se trata de um processo complexo decomposto em uma série de pequenas tarefas; a especialização, que implica nas funções e tarefas específicas e especializadas; a hierarquia, que divide a organização em camadas, escalas ou níveis de autori- dade; e a distribuição da autoridade e da responsabilidade. SAIBA MAIS! O filme “Recém-Chegada”, do diretor Jonas Elmer (2009), analisa a importância da gestão diante de diferentes estruturas organizacionais. A linha de comando, gestão ou, ainda, autoridade hierárquica, é quem define como as funções devem ser realizadas, ou seja, incide sobre a liderança, na relação com os liderados, de acordo com o organograma ou estrutura hierárquica. A autoridade funcional, por sua vez, concebe a autoridade quanto à atividade realizada na área específica, como o gestor responsável pelo departamento financeiro, que deve conduzir a sua equipe. Figura 4 – Departamentos Fonte: Macrovector/Shutterstock.com Os departamentos da empresa, também denominados áreas ou setores, são concebidos como departamentalização, como visto na figura “Departamentos”. Mas o que seria departamen- talização? Trata-se de um conjunto de atividades e funções que formam uma divisão de trabalho especializada dentro da estrutura organizacional. Confira a seguir os sete tipos de departamenta- lização, segundo Santos, Silva e Guimarães (2014). SIMULAÇÃO EMPRESARIAL – 27 – • Funcional: determinada pelas funções exercidas e que compõem uma área. Por exem- plo: a área de recursos humanos ou a área financeira. • Clientes: formado de acordo com o tipo de cliente. Por exemplo: o departamento infan- til ou feminino de uma loja. • Produtos ou serviços: há áreas quanto ao tipo de produtodesenvolvido ou serviço pres- tado. Por exemplo: a área química ou o departamento de atendimento ao fornecedor. • Territorial: os departamentos de uma empresa estão espalhados em regiões para faci- litar a relação com outras áreas. Por exemplo: o departamento de marketing que está localizado na matriz da região Norte. • Por projetos: os setores dependem do tipo de serviço quanto a um determinado pro- jeto, utilizando por tempo determinado a alocação de pessoas e os recursos. Por exem- plo: na área de construção civil, as equipes são utilizadas enquanto houver uma obra, e uma vez que a finalizam são remanejadas para outro projeto. • Matricial: consiste na condução de setores por duas ou mais linhas de comando. Por exemplo: o diretor geral atua frente à área de vendas e à área de compras ao mesmo tempo. • Processos: os departamentos se constituem perante às etapas de um processo. Por exemplo: no setor administrativo existem pessoas designadas para o atendimento ao cliente e outras para o desenvolvimento de documentos, como o relatório técnico. Em contraponto à hierarquia vertical, que possui uma estrutura clássica em sua formalidade, a hierarquia horizontal aproxima os colaboradores dos processos, tornando-os parte da gestão e incentivando a participação nas tomadas de decisão. Fechamento Nesta aula, você teve a oportunidade de: • aferir o conceito de estrutura organizacional; • destacar as responsabilidades e requisitos quanto aos níveis de estrutura da autoridade; • identificar o conceito de departamentalização e autoridade hierárquica. SIMULAÇÃO EMPRESARIAL – 28 – Referências BERTOLLA, Alecsander et al. O Gestor Como Líder no Processo de Desenvolvimento de Pessoas. In: SEMANA INTERNACIONAL DE ENGENHARIA E ECONOMIA FAHOR – SIEF. Faculdade Horizon- tina (FAHOR), Horizontina – RS, 5 a 7 nov. 2014. Disponível em: <http://www.fahor.com.br/publica- coes/sief/2014/O_gestor_como_lider_no_processo.pdf>. Acesso em: 6 jul. 2017. CARVALHO, Vinícius Gustavo Rocha Lima de; GUIMARÃES, Márcia Regina Neves; LARA, Felipe Ferreira de. A Consistência na Relação entre Estratégia e Estrutura Organizacional: um estudo de caso em uma empresa do setor de tecnologia da informação e comunicação. Revista Espacios, v. 37, n. 02, 2016. Disponível em: <http://www.revistaespacios.com/a16v37n02/16370208.html>. Acesso em: 20 maio 2017. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. 9. ed. São Paulo: Manole, 2014. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Estrutura Organizacional: uma abordagem para resulta- dos e competitividade. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2014. RECÉM-Chegada. Direção: Jonas Elmer. Canadá/Estados Unidos, 2009. SANTOS, Antonia Angélica Muniz dos; SILVA, Daniele Santos Lima e; GUIMARÃES, Edna Almeida. Departamentalização e os Principais Tipos. Revista Científica INTERMEIO, Fortaleza, p. 43-55, 2014. Disponível em: <http://www.iesc.edu.br/pesquisa/arquivos/departamentalizacao_e_os_prin- cipais_tipos.pdf>. Acesso em: 7 jul. 2017. WAGNER III, John. A.; HOLLENBECK, John. R. Comportamento Organizacional: Criando vantagem competitiva. São Paulo: Saraiva, 2009. SIMULAÇÃO EMPRESARIAL – 29 – Poder e Autoridade nas Organizações Lorene Paixão Sampaio Introdução As empresas possuem diferentes tipos de gestão, uma vez que dependem do poder de cada autoridade e do nível de participação dos seus colaboradores nos processos. Discutiremos nesta aula o poder, seu conceito e sua importância para a organização. Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • entender os níveis de relacionamento entre os colaboradores da empresa; • identificar as diferentes estratégias desenvolvidas para a cooperação entre os colaboradores; • conhecer o papel de cada autoridade. 1 Comportamento e desenvolvimento interpessoal O comportamento das pessoas dentro da organização depende do ambiente proposto e tam- bém da influência do gestor, na forma como os processos são conduzidos. Isso nos remete à questão do poder, e falar em poder é falar no papel do líder ou da autoridade, pois é fundamental estabelecer um ambiente de trabalho agradável, para se ter um nível adequado de produtividade. FIQUE ATENTO! A competência interpessoal é a capacidade das pessoas em lidar eficazmente com as relações interpessoais, através de uma boa comunicação. O termo poder significa ter a capacidade de exercer sobre outro o domínio, a influência, ou a força. Quando analisamos o poder do gestor, que é a autoridade que está relacionada diretamente aos colaboradores, percebemos que este deve fazer com que as dinâmicas sejam realizadas com muito cuidado, uma vez que o comportamento das pessoas pode variar e não possibilitar boas relações dentro da empresa. Na figura “Relações interpessoais” podemos identificar que as rela- ções auxiliam na construção das atividades necessárias para a empresa. – 30 – TEMA 4 Figura 1 – Relações interpessoais Fonte: Sergey Nivens / Shutterstock.com A capacidade interpessoal do gestor pode apresentar aspectos mentais, emocionais ou operacionais e estão interligadas com o seu comportamento diante dos funcionários. A ampla percepção, a participação nas estratégias, as atitudes diante de situações e conflitos, o desenvol- vimento das relações com outros integrantes, a adaptação às mudanças e a aceitação quanto à aprendizagem são comportamentos admissíveis para qualquer funcionário e é esse conjunto de aspectos que o farão se desenvolver aos olhos das outras pessoas. Para Silva et al (2008) desen- volver um bom nível de relacionamento com todas as pessoas é uma responsabilidade individual e organizacional. SAIBA MAIS! O artigo “Resistência à mudança: uma revisão crítica”, de Hernandez e Caldas (2001), apresenta uma abordagem crítica a alguns modelos que apresentam “re- ceitas prontas” para lidar com resistências às mudanças, e apresenta um modelo em que procura representar o processo de percepção individual durante a mudança organizacional, desde a exposição ao estímulo até a adoção de um dado comporta- mento. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rae/v41n2/v41n2a04.pdf> As relações interpessoais ocorrem a partir das interações sociais existentes no ambiente organizacional, pois existem setores e situações que possibilitam com que as pessoas se comu- niquem umas com as outras. Assim, as relações são construídas com base no comportamento das pessoas. SIMULAÇÃO EMPRESARIAL – 31 – 2 A construção das relações nas organizações As relações existem nas organizações a partir do comportamento de cada pessoa e da busca pelas interações no convívio com outras pessoas. As relações nem sempre são desenvolvidas facilmente, uma vez que cada indivíduo tem suas características e sabem dirimir suas ações perante outros funcionários e geralmente estas interações ocorrem baseadas nas similaridades existentes, ou seja, nos assuntos ou situações que são percebidos e influenciam na formação de grupos com os mesmos pensamentos ou a mesma temática. FIQUE ATENTO! O desenvolvimento interpessoal depende fundamentalmente do potencial, das competências e da capacidade dos indivíduos em saber lidar com os desafios e se destacar na empresa. Conforme Leitão, Fortunato e Freitas (2006) a importância dada aos relacionamentos parte do pressuposto de que as necessidades e interesses das organizações são as necessidades e interesses dos indivíduos de forma coletiva. Figura 2 – Desenvolvimento organizacional Fonte: Michael D Brown / Shutterstock.com Devido às desigualdades entre os membros da organização serem bastante acentuadas, tor- nam-se inevitáveis as comparações, o desenvolvimento das atividades e o nível de poder, traduzin- do-se em benefícios concedidos a alguns funcionários. O nível de poder é representado pela forma como o poder é utilizado e absorvido pelas pessoas, o que descreve bem na relação dos líderes com seus liderados, que pode gerar conflitos de interesses ou cooperação. SIMULAÇÃO EMPRESARIAL– 32 – EXEMPLO Para que o comportamento dos funcionários se torne adequado às necessidades da empresa é essencial utilizar estratégias, tais como disponibilizar benefícios e incentivos. Um exemplo de incentivo positivo é o treinamento das operações e um benefício seria a autonomia do colaborador ou um reajuste salarial. Para conseguir ter cooperação ou colaboração de seus liderados os líderes precisam manter boas relações e por isso desenvolvem estratégias para conseguir manter os funcionários no nível de produtividade que vá ao encontro das necessidades da empresa. 3 As estratégias aplicadas à cooperação O desafio de estabelecer boas relações dentro da empresa é amplo e requer um relaciona- mento interpessoal com menos barreiras e utilização de estratégias que visem facilitar o desen- volvimento e a qualidade nas relações. Uma estratégia eficaz é fazer com que as lideranças sejam realizadas o mais próximo possível de seus funcionários, incentivando a realização de atividades e reduzindo as diferenças. Para Freschi e Freschi (2013) ser um bom profissional não significa somente comunicar-se bem e saber conteúdos específicos, é também perceber a importância do afeto e da formação de valores para o crescimento pessoal dos indivíduos. EXEMPLO Cooperação significa que duas ou mais pessoas realizem benefícios mútuos, com o intuito de auxiliar no desenvolvimento e alcance dos objetivos. Nas empresas é vista como um esforço realizado por meio da interação entre os funcionários. Por exemplo: quando os funcionários de diferentes áreas atuam na resolução de um problema comum, como no desenvolvimento de um contrato importante. Dentro das empresas existe a competitividade, assim como no mercado, sendo que neste sentido, a gestão deve ampliar o desempenho dos funcionários ao mesmo tempo em que con- duz as atividades de forma saudável, promovendo o trabalho em equipe. Na figura “Cooperação x conectividade” identificamos a relação entre a cooperação e a conectividade. SIMULAÇÃO EMPRESARIAL – 33 – Figura 3 – Cooperação x conectividade Fonte: Shutterstock.com Dois valores a serem construídos e incentivados nas empresas é o da ética e o da comuni- cação, o qual está relacionado também com a informação, que deve estar presente em todos os níveis. FIQUE ATENTO! A ética é essencial para a construção da motivação, pois ao ver que a empresa representa transparência diante do mercado, o colaborador desenvolve melhor sua função. No filme “A Batalha de Mary Kay”, do diretor Ed Gernon (2002), podemos fazer uma reflexão sobre o mundo dos negócios analisando a competitividade nas relações interpessoais. Quando os gestores conseguem obter a cooperação de seus funcionários as atividades aca- bam por ser mais eficazes e eficientes, conduzindo a empresa a ganhos fundamentais, como veremos a seguir. 4 O papel da autoridade e os níveis na organização A concepção de que o gestor tem o papel mais que importante na construção dos relacio- namentos interpessoais é uma verdade que não se pode deixar de considerar, pois ele é respon- sável pelo comportamento das pessoas e pode se tornar um líder capaz de conduzir a equipe ao sucesso. A autoridade tem como papel direcionar sua equipe, lidando com as emoções e o intelecto de cada um do grupo. SIMULAÇÃO EMPRESARIAL – 34 – SAIBA MAIS! O livro “As Cinco Habilidades Essenciais do Relacionamento”, da Dale Carnegie Trai- ning (2011), expõe a comunicação e as personalidades existentes nas organiza- ções. Mais especificamente o capítulo 1 analisa o comportamento assertivo. O gestor é a autoridade que dita o que o funcionário pode ou não fazer, exercendo seu poder e avaliando o desempenho de cada um. Quando o gestor se torna um líder seu papel vai além de reger seus subordinados, visto que passa a atuar diretamente nos processos criando relações interpessoais mais próximas com outros membros. A figura “Autoridade organizacional” ilustra o destaque entre o nível da autoridade e seus subordinados. Figura 4 – Autoridade organizacional Fonte: emerge / Shutterstock.com Destacando os níveis da organização, a representatividade da autoridade se configura sob três tipos, conforme Chiavenato (2014): o institucional, o intermediário e o operacional, dimensio- nando o papel da gestão e a relação com os funcionários, conforme descrição a seguir. • Nível institucional – também reconhecido por possuir caráter estratégico, no qual a autoridade é compreendida pela alta administração e cuja responsabilidade é a de for- mar a empresa, quanto a sua missão e visão, e desenvolver suas relações externas, além de tomar as decisões quanto aos objetivos almejados. • Nível intermediário – possui sinergia com o nível tático, em que os diretores ou geren- tes de áreas possuem o papel de realizar as ações que visem atingir os objetivos, exe- cutando as atividades com as equipes. Por conseguinte, a relação com as pessoas se torna extremamente necessária, sendo que neste contexto se deve ter uma participa- ção dos membros da empresa na execução das atividades. O líder deve direcionar seus subordinados para que estes realizem as atividades. SIMULAÇÃO EMPRESARIAL – 35 – • Nível operacional – corresponde ao nível em que são realizadas as atividades com ênfase nos processos, que por sua vez são realizados por meio de rotinas pré-defini- das. Este nível é considerado para os funcionários técnicos e neste sentido a relação é fundamental para que as operações se tornem eficazes. O comportamento das pessoas representa o funcionamento da empresa, mas é importante que haja uma melhoria nas relações, o que depende do estilo de liderança. Fechamento Concluímos a unidade alusiva ao poder e às autoridades nas organizações. Agora você já possui uma maior concepção em torno das relações interpessoais. Nesta aula, você teve a oportunidade de: • aferir o conceito de poder; • destacar as relações interpessoais dentro da empresa; • identificar as estratégias para obter cooperação; • avaliar o papel da autoridade. Referências A BATALHA de Mary Kay. Direção: Ed Gernon. Estados Unidos, 2002. CHIAVENATO, Idalberto. Administração nos Novos Tempos: os novos horizontes. 3. ed. São Paulo: Manole, 2014. DALE CARNEGIE TRAINING. As Cinco Habilidades Essenciais do Relacionamento. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2011. FONSECA JUNIOR, Amilcar Rodrigues et al. Organizational Behavior Management: uma análise do Absenteísmo. Revista Transformações em Psicologia, São Paulo, v. 3, n. 5, p. 41-49, 2010. Dispo- nível em: <http://www.ip.usp.br/portal/images/stories/Revista_Transformacoes/v3n2/v3n2a05_ OMB_absenteismo.pdf>. Acesso em: 9 jun. 2017. FRESCHI, Elisandra Mottin; FRESCHI, Márcio. Relações Interpessoais: a construção do espaço artesanal no ambiente escolar. Revista de Educação de Ideau. Uruguai, v. 8, n. 18, jul.-dez. 2013. Disponível em: <http://www.ideau.com.br/getulio/restrito/upload/revistasartigos/20_1.pdf>. Acesso em: 9 jun. 2017. HERNANDEZ, José Mauro da Costa; CALDAS, Miguel P. Resistência à mudança: uma revisão crí- tica. RAE, São Paulo, v. 41, n. 2, p. 31-45, abr/jun. 2001. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/ rae/v41n2/v41n2a04.pdf>. Acesso em: 11 jul. 2017. SIMULAÇÃO EMPRESARIAL – 36 – LEITÃO, Sergio Proença; FORTUNATO, Graziela; FREITAS, Angilberto Sabino de. Relacionamentos Interpessoais e Emoções nas Organizações: uma visão biológica. RAP, Rio de Janeiro, v. 40, n. 5, p. 883-907, set./out. 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rap/v40n5/a07v40n5.pdf>. Acesso em: 9 jun. 2017. SILVA, Danielly Magalhães da; NUNES, Leandro de Azevedo; ARAGÃO, Nelma Araújo; JUCHEM, Dio- nise Magna. A Importância do Relacionamento Interpessoal no Contexto Organizacional. V CON- VIBRA – CONGRESSO VIRTUAL BRASILEIRO DE ADMINISTRAÇÃO. Anais... São Paulo, 5 a 7 dez. 2008. Disponível em: <http://www.convibra.org/2008/artigos/289_0.pdf>. Acesso em: 9 jun. 2017. SIMULAÇÃO EMPRESARIAL – 37 – O poder nas organizaçõesLorene Paixão Sampaio Introdução O poder ocupa um lugar de destaque nas relações desenvolvidas dentro de uma organização. Para que haja poder, é necessário que uma pessoa não apenas detenha o controle sobre as deci- sões da empresa, mas também possa influenciar os demais a respeito dos objetivos definidos. Nesta aula, discutiremos como o poder é inerente à realidade vivida no mundo organizacional, e que exercê-lo corretamente é essencial. Também estudaremos o papel da ética e da comunicação nas relações de poder em uma organização. Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • definir os conceitos de ética e poder; • compreender a importância da comunicação para as organizações. 1 Tipos de poder O poder é um dos aspectos mais difíceis de análise do comportamento humano, o que fica ainda mais evidente quando avaliamos o contexto empresarial. Nestes espaços, as configurações se tor- nam complexas devido às posições hierárquicas e ao desafio em se cumprir os objetivos da empresa. A autoridade e a influência são elementos considerados bases para o poder, que pode ser classificado em três tipos, de acordo com Schermerhorn (2006 apud DUARTE et al., 2015): • poder coercitivo: se utiliza da coerção e da submissão, onde a autoridade é exercida sobre o funcionário a ponto de puni-lo caso não se obtenha o resultado esperado; • poder de recompensa: incide em subordinação aceita por parte do funcionário mediante recompensas, como bonificações e vantagens; • poder legítimo: diz respeito ao poder existente por direito, onde a autoridade tem por obrigação e direito exercer influência. – 38 – TEMA 5 Figura 1 – Poder coercitivo Fonte: solarseven / Shutterstock.com FIQUE ATENTO! O poder contribui de forma positiva e negativa para as relações entre os gesto- res e os empregados. Quando avaliamos os elementos negativos, temos a falta de conhecimento, insegurança, dependência pelo emprego e até a espera por algum benefício, enquanto os elementos positivos se configuram pelo desenvolvimento e conhecimento dos processos. O poder nas organizações se resume no comando de poucos e na obediência de muitos, ou seja: a gestão é realizada por uma pessoa que direciona e supervisiona mais de duas pessoas na realização das atividades, e é por isso que cada tipo de poder depende das características e do comportamento desta autoridade. Para Robbins (2005 apud DUARTE et al., 2015), a divisão do poder ainda envolve três tipos relacionados ao comportamento, que são: • poder de talento: há influência do gestor por meio do conhecimento e habilidade nos processos, havendo assim uma experiência superior à do funcionário; • poder carismático: corresponde ao poder existente em decorrência da personalidade ou atitude do indivíduo; • poder de referência: há subordinação por conta da admiração ou identificação com o influenciador. SIMULAÇÃO EMPRESARIAL – 39 – SAIBA MAIS! Exercer o poder parece fácil, mas nem todos possuem a capacidade de comando e influência sobre os outros. No artigo “O papel do poder no processo de tomada de decisão estratégica”, Andrade et al. (2012) fazem uma análise sobre o poder e o exercício da influência. Disponível no link: <http://www.aedb.br/seget/arquivos/ artigos12/52116800.pdf>. Para as organizações, é essencial que o responsável pela tomada de decisões detenha poder, mas isso exige postura e conhecimento adequados por parte dos gestores. Ou seja: é preciso ter ética em suas ações, como veremos a seguir. 2 A ética e o poder Na instância das organizações, o poder corresponde a um processo natural, devendo estar relacionado a uma conduta adequada em que o indivíduo atue com respeito, integridade e ética. A ética consiste na percepção e consciência dos valores essenciais para o convívio com outras pessoas. Como nos explica Oliveira (2012), algumas profissões desenvolvem regras que são aceitas pelos profissionais e também por outros membros da empresa. FIQUE ATENTO! Os códigos de ética de cada empresa são ferramentas que detêm as diretrizes que os funcionários devem seguir para acompanhar os valores da organização. Uma postura clara e transparente é muito importante, pois as ações dos colaboradores devem estar em consonância com os objetivos da empresa e, ao mesmo, sejam uma reflexão de seus valores. No campo ético do poder percebemos que nem sempre existe simetria entre as partes, o que pode levar ao abuso do poder. Neste pressuposto, a autoridade coloca seus interesses na frente dos demais e não age de acordo com aquilo que é esperado pelos seus subordinados. SIMULAÇÃO EMPRESARIAL – 40 – Figura 2 – Poder x ética Fonte: jorgen mcleman / Shutterstock.com EXEMPLO O gestor de uma empresa sobrecarrega um dos membros de sua equipe por moti- vos pessoais, enquanto permite que os demais fiquem isentos do mesmo nível de responsabilidade. Este é um claro exemplo do que caracteriza o abuso de poder e falta de ética dentro de uma organização. A falta de ética pode ter consequências negativas para a empresa. Como indica Oliveira (2003 apud SANTOS; ALEXANDRE; 2014), uma postura incorreta leva disfunções como conflitos de poder, choque de vaidades, demissões injustas, perseguições, e falta de lealdade à empresa. 3 Níveis de poder e o impacto nos processos decisórios Quem tem poder nas organizações? A resposta é fundamental para avaliarmos a existência e os limites do poder, pois é o efeito destes dois elementos que constituíram os níveis de poder. A competitividade existe em qualquer dimensão – e isso não é diferente em relação ao poder. Nas empresas, os chefes devem ter maior influência nas decisões por conta de suas posições hierárquicas, mas nem sempre é isso que acontece. A posição hierárquica é a ordem estabelecida entre a autoridade e os subordinados, mas estas relações não são idênticas em todas as empresas. Assim, existe a posição hierárquica ver- tical, em que a linha de comando encontra-se sempre acima dos subordinados; e a posição hie- rárquica horizontal, em que o poder é distribuído em um mesmo nível. Para Severo (2012), na estrutura hierárquica verticalizada a gestão e seus subordinados pos- suem dois interesses: individuais e em prol da empresa, o que resulta em departamentos funcio- nais com regras que devem ser seguidas por todos. SIMULAÇÃO EMPRESARIAL – 41 – Já sobre a estrutura horizontal, Ostroff (1999 apud SEVERO et al., 2012) explica que os níveis hierárquicos são formados pela responsabilidade tanto da gestão quanto dos operadores, contem- plando a autonomia de decisão sobre os processos de forma conjunta. EXEMPLO Em uma determinada empresa, na posição mais elevada temos o presidente, respon- sável pelas decisões estratégicas que organizam as diretrizes gerais da companhia. Já o gerente, em um nível mais baixo, tem poder para direcionar apenas um dos pro- cessos, como o produtivo ou o financeiro. É importante perceber que cada organiza- ção tem uma estrutura própria que configura o nível de poder das autoridades. Os níveis de poder estão relacionados ao grau de influência e comportamento de uma auto- ridade diante dos membros da organização. Segundo Reggiani et al. (2008), em alguns processos o gestor e o chefe de departamento desenvolvem diferentes níveis hierárquicos, o que pode acar- retar em oposição e resistência. Figura 3 – Poder na tomada de decisão Fonte: Andrey_Popov / Shutterstock.com Lembre-se que quanto mais poder o indivíduo possui, maior será a sua influência sobre as tomadas de decisões – o que irá gerar um impacto positivo ou negativo nas relações pessoais, criando um desequilíbrio de interesses que acentuará conflitos difíceis de resolver. Para prevalecer o poder de um chefe, é necessário haver eficiência comunicação. Como vere- mos a seguir, esta é uma das variáveis mais importantes da dinâmica empresarial. SIMULAÇÃO EMPRESARIAL – 42 – 4 A importância da comunicação Quando se estuda a relação de poderes em uma organização,é preciso prestar atenção a um elemento fundamental nas ações organizacionais: a comunicação. Segundo Martino e Marques (2011), a ética da comunicação também deve se relacionar com o papel da linguagem na relação entre os indivíduos, criando condições para que os sujeitos identifiquem, expressem e negociem as suas necessidades. FIQUE ATENTO! A comunicação pode ser repassada de diversas formas e hoje temos cada vez mais fer- ramentas ágeis, que nos auxiliam na troca de informações, como a própria tecnologia. Figura 4 – O poder da comunicação Fonte: Ollyy / Shutterstock.com SAIBA MAIS! No livro “Comunicação nas organizações: empresas privadas, instituições e setor público”, Gaudêncio Torquato (2015) ressalta que se alguns poderes fortalecem a empresa, a comunicação certamente exerce igual grande poder. A comunicação dentro de uma organização deve ocorrer de forma simétrica, ou seja, propor- cional aos valores éticos da empresa, contribuindo para a realização dos processos e garantindo mais benefícios. Se um o líder – em geral, detentor de poder de decisão – conseguir manifestar corretamente os objetivos da empresa para seus colaboradores, consequentemente haverá maior produtividade. Exercer o poder é saber lidar com as pessoas, se posicionando de acordo com os interesses e fomentando as relações interpessoais. SIMULAÇÃO EMPRESARIAL – 43 – Fechamento Nesta aula, você teve a oportunidade de: • identificar o conceito e os tipos de poder; • avaliar a relação da ética com o poder; • compreender a importância da comunicação nas relações de poder. Referências ANDRADE, Raphael de Jesus Campos de; et al. O papel do poder no processo de tomada de decisão estratégica. IX SEGeT- Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia, 2012, Resende. Anais... Resende: AEDB, 2012. Disponível em: <http://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos12/52116800. pdf>. Acesso em: 1 ago. 2017. DUARTE, Jéssica Jesus Borges; et al. Ética e poder: considerações a partir de um grupo focal com acadêmicos do curso de Administração. Revista ADMpg Gestão Estratégica. Ponta Grossa, v.8, n.1, p.27-32, 2015. Disponível em: <http://www.admpg.com.br/revista2015_1/Artigos/3%20-%20 Artigo_3.pdf>. Acesso em: 18 maio 2017. MARTINO, Luís Mauro Sá; MARQUES, Ângela Cristina Salgueiro. Ética e teorias da comunicação: poder, interações e cultura participativa. Comunicação e Sociedade. Belo Horizonte, v. 25, p.138- 153, 2014. Disponível em: <http://revistacomsoc.pt/index.php/comsoc/article/view/1865/1792>. Acesso em: 4 jun. 2017. OLIVEIRA, Sílvio Botelho. A ética e o Poder Judiciário brasileiro. Revista Acadêmica da ESMP. For- taleza, ano IV, n.1, 2012. Disponível em: <http://tmp.mpce.mp.br/esmp/publicacoes/edi001_2012/ artigos/15_Silvio.Botelho.de.Oliveira.pdf>. Acesso em: 18 maio 2017. REGGIANI, Hudson Barcelos; et al. Cultura organizacional, relações de poder e mudança organiza- cional: a transformação da abordagem departamental para a abordagem por processos no caso de uma organização do setor de celulose. In: SIMPÓSIO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO E TECNOLO- GIA, 14, 2008, Resende. Anais... Resende: AEDB, 2008. Disponível em: <http://www.aedb.br/seget/ arquivos/artigos08/294_Seget-ArtigoPapelorioAbordagemProcesso-Identificado.pdf>. Acesso em: 28 maio 2017. SANTOS, Gleidiana Fontes; ALEXANDRE, Magaly Freitas. Ética e responsabilidade social nas empre- sas. Revista Eletrônica da Faculdade José Augusto Vieira. Lagarto, ano VII, v.7, n.4, p.156-167, março/2014. Disponível em: <http://www.fjav.com.br/revista/Downloads/EdicaoAnoVIIVol7n4/ Artigo156_167.pdf>. Acesso em: 22 maio 2017. SEVERO, Eliana Andrea; et al. Estrutura organizacional das empresas inovadoras no Brasil. Revista Espacios. Caracas, vol. 33 (11), nov./2012. Disponível em: <http://www.revistaespacios.com/ a12v33n11/12331105.html>. Acesso em: 27 maio 2017. TORQUATO, Gaudêncio. Comunicação nas organizações: empresas privadas, instituições e setor público. São Paulo: Summus, 2015. Disponível em: <https://goo.gl/1wXvSg>. Acesso em: 6 ago. 2017. SIMULAÇÃO EMPRESARIAL – 44 – Transformação organizacional Lorene Paixão Sampaio Introdução As grandes organizações têm se tornado cada vez mais ambientes cercados de grandes transformações. Mas o que causa estas transformações nas empresas, e o mais importante – como podemos garantir que ela traga resultados positivos em nossas organizações? Como estu- daremos nesta aula, mudanças são necessárias para que a empresa se adapte às necessidades do mercado e consiga atender as exigências dos consumidores. Veremos como identificar o pro- cesso de transformação e seus agentes, e também aprenderemos sobre a Teoria da Contingência, uma importante corrente na área nos estudos sobre transformação organizacional. Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • estabelecer os parâmetros que influenciam na transformação das organizações; • reconhecer os cenários organizacionais. 1 Evolução e mudança organizacional A velocidade de transformação do mercado é constante e isso deve ser sempre percebido pela empresa. Mas o que faz com que a empresa se transforme, e em que aspectos? Antes devemos entender que a mudança organizacional se faz necessária, pois conforme aponta Wood Jr. (2009 apud CANÇADO; SANTOS, 2014), como qualquer transformação – seja de natureza estrutural, estratégica, cultural, tecnológica, humana ou de outro componente –, ela é capaz de gerar impacto em partes ou no conjunto da organização. FIQUE ATENTO! A mudança se refere às alterações que ocorrem nas empresas para atender suas necessidade e, consequentemente, atingir seus objetivos. O ambiente organizacio- nal deve ser dinâmico, flexível e capaz de se adequar cada vez mais às tendências do mercado. – 45 – TEMA 6 Figura 1 – Mudanças organizacionais Fonte: SFIO CRACHO / Shutterstock.com Parece fácil realizar uma mudança, mas não é. Fazer isso exige da empresa perspectivas diferentes do que ela está acostumada, ou seja: para mudar é necessário ter cuidado com o plane- jamento, com a organização e com o controle dos processos. A mudança é um aspecto relacionado à evolução das empresas, uma vez que esta ocorre em todos os processos organizacionais. Com o advento da tecnologia e o aumento da exigência dos consumidores, por exemplo, toda empresa precisou modificar seus processos com a aquisição de novas máquinas ou buscar a inovação de seus produtos. SAIBA MAIS! A empresa deve estar sempre preparada para desafios e mudanças, contemplando novos conhecimentos e se desenvolvendo para conseguir alcançar seus objetivos. No artigo “Aprendizagem: evolução no contexto das teorias organizacionais”, Ronaldo Nogueira e Catarina Odelius (2015) descrevem o processo de evolução organizacional. Veja no link: <http://periodicos.ufpb.br/index.php/pgc/article/view/17286/13418>. Os motivos que levam a empresa a implementar as mudanças são o lucro, o aumento de demanda e até uma inserção mais significativa no mercado. Resistir a mudanças é algo que não pode ser feito sempre, pois o desenvolvimento da empresa depende do cenário externo – este, por sua vez, em constante transformação, como veremos a seguir. SIMULAÇÃO EMPRESARIAL – 46 – 2 Cenários e níveis da mudança organizacional De olho nas tendências do mercado, toda organização deverá se adequar para garantir a sua sobrevivência. As mudanças que serão feitas na empresa dependem do cenário ao qual ela pertence. Em uma crise econômica, por exemplo, a empresa deverá adequar seus produtos e seus serviços para continuar disponibilizando um preço acessível ao consumidor. FIQUE ATENTO! Uma mudança econômica requer muito cuidado, pois um investimento muito alto pode nem sempre significar retorno satisfatório. Por isso, a empresa deve sempre se planejar e prever as ações a serem realizadas adequadamente. As mudanças são realizadas de acordo com cinco níveis ou estágios evidenciados ao longo do tempo. Conforme Mintzberg e Westtley (1992 apudFONTANA e IAROZINSKI, 2006), estes níveis de mudança reforçam o momento em que as empresas se modificam. • Desenvolvimento: a organização busca ampliar sua participação no mercado, alcan- çando novas perspectivas de crescimento. • Estabilidade: identifica a necessidade da empresa em conseguir se equilibrar, de forma a garantir o pleno funcionamento dos seus processos. • Adaptação: versa pelo desafio da empresa em se adequar ou ajustar ao mercado. • Esforço: se caracteriza pela tentativa contínua em melhorar suas operações para se manter diante da competitividade, através do empenho e interesse nas mudanças. • Revolução: transformação nas ações da organização, propostas de inovações para os processos. Figura 2 – Cenário organizacional Fonte: Phovoir / Shutterstock.com SIMULAÇÃO EMPRESARIAL – 47 – EXEMPLO As mudanças influenciam em todas as áreas da organização – inclusive na conduta das pessoas, podendo haver aceitação ou resistência. Por isso, o planejamento é es- sencial para reduzir os efeitos negativos, pois quando imprevistos, o desafio é maior. A chave do sucesso para as mudanças está no gerenciamento contínuo, ou seja: os líderes devem estar atentos as necessidades e aos objetivos organizacionais. 3 Aspectos influenciadores das mudanças da organização As empresas se modificam porque precisam se adequar para atingir os objetivos, mas nem sempre isso ocorre de forma planejada e esperada. Existem diversas situações ou agentes que interferem nas ações da organização, pressionando por mudanças rápidas. As mudanças organizacionais se desenvolvem, segundo Judson (1969 apud TRAESEL et al, 2014), de acordo três tipos, como vemos a seguir. • Nos métodos de operação: modificações nos processos, incluindo a utilização de maquinário e até a localização. • Nos produtos: alteração nos materiais e especificações do produto. • No ambiente de trabalho: mudanças nas condições de trabalho, envolvendo inclusive a participação dos colaboradores nos processos. EXEMPLO As empresas devem estar atentas às tendências e flexibilizar suas operações, in- clusive aderindo a novas tecnologias ou até modificando a sua gestão para buscar melhores resultados. Assim, no estudo sobre empreendedorismo “Empreendedo- rismo: fatores de sucesso e insucesso de micro e pequenas empresas”, Pelissari (2011) mostra que o gerenciamento conta bastante para o sucesso da empresa, garantindo decisões mais firmes e assertivas. Veja no link: <http://www.aedb.br/ seget/arquivos/artigos11/1143.pdf>. Os agentes que influenciam nas mudanças fazem parte do mercado, incluindo as empresas concorrentes, os consumidores, fornecedores e até as instituições financeiras – além claro, da própria empresa, que precisa realizar revoluções nos seus processos por vontade própria. SIMULAÇÃO EMPRESARIAL – 48 – Figura 3 – Caminhos para a mudança Fonte: Lightspring / Shutterstock.com Para haver mudanças, as organizações precisam delinear o caminho correto com antecedên- cia, pois transformações podem ter consequências positivas ou negativas. A seguir, vamos analisar a Teoria da Contingência para entender melhor como devem ser realizadas estas mudanças. 4 Teorias aplicadas às mudanças (Teoria da Contingência) Mudanças não são algo padronizado, nem existe um modelo único a ser seguido por todas as empresas. Transformar as ações requer controle e uma gestão eficiente, independentemente do processo e suas estratégias. A Teoria da Contingência representa bem o entendimento de como ocorrem estas mudanças. Como explica Chiavenato (2000 apud LAURINDO et al, 2013) a teoria afirma que não se alcança a eficácia organizacional adotando um único e exclusivo modelo. FIQUE ATENTO! Na busca por um desempenho superior, ou talvez pela necessidade de sobrevivên- cia no mercado, a teoria contingencial analisa as variações do comportamento or- ganizacional para enfrentar, com sucesso, as diferentes circunstâncias ambientais. SIMULAÇÃO EMPRESARIAL – 49 – Em outras palavras: não há uma forma única e melhor para organizar e alcançar os objetivos das organizações dentro de um ambiente que se transforma cada vez mais, e mais rápido. Figura 4 – Teoria da Contingência Fonte: Ivelin Radkov / Shutterstock.com Considerando as práticas organizacionais, percebemos que as mudanças são complexas e andam em um ritmo cada vez mais acelerado para garantir que a organização continue se inte- grando ao mercado de forma harmônica. Por isso, Oliveira e Kovacs (2006) afirmam que as empresas são sensíveis, pois há uma varie- dade de recursos, capacidades e competências, bem como influências externas como posicio- namento estratégico, políticas de negociação, rivalidade entre a concorrência, acesso a matéria- -prima e outros tantos elementos que afetam a vida organizacional. SAIBA MAIS! O livro “Gerenciando mudanças nas organizações: um guia de práticas”, do Project Management Institute (2016), o PMI, aborda como as empresas devem se planejar para se adequar as mudanças evitando perdas. No atual cenário em que as empresas vivem, a flexibilidade é uma das qualidades mais importantes, pois permite à empresa se modificar sem grandes dificuldades – ao contrário das organizações que seguem uma rigidez nos seus processos e não estão de prontidão para atender as novas diretrizes do mercado. SIMULAÇÃO EMPRESARIAL – 50 – Fechamento Nesta aula, você teve a oportunidade de: • identificar como ocorrem as mudanças organizacionais; • analisar quem são os agentes que influenciam nas mudanças; • compreender sobre a teoria da contingência. Referências CANÇADO, Vera L.; SANTOS, Teresa Mônica Costa. Reação à mudança organizacional: a implanta- ção do LeanThinking na Empresa Beta. Revista Gestão e Tecnologia, Pedro Leopoldo (MG), v. 14, n. 1, p. 100-125, jan./abr. 2014. Disponível em: < http://revistagt.fpl.edu.br/get/article/view/592>. Acesso em: 22 ago. de 2017. FONTANA, Rafaela Mantovani; IAROZINSKI Neto, Alfredo. Uma abordagem sistêmica da mudança organizacional gerada na implantação de sistemas integrados de gestão da produção. In: XIII SIM- PEP, 6/8 nov. 2006, Bauru (SP). Anais... Bauru: Unesp, 2006. Disponível em: <http://www.simpep. feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/567.pdf>. Acesso em: 24 ago. de 2017. LAURINDO, Adinor Pereira, et al. A influência da contingência no ambiente empresarial. Revista Ampla de Gestão Empresarial, Registro (SP), v. 2, n.2, art. 3, p 36-52, out.2013. Disponível em: <http://www.revistareage.com.br/artigos/terceira_edicao/03.pdf>. Acesso em:24 ago. 2017. NOGUEIRA, Ronaldo Alves; ODELIUS, Catarina Cecília. Aprendizagem: evolução no contexto das teorias organizacionais. Perspectivas em Gestão & Conhecimento, João Pessoa (PB), v. 5, n. 1, p. 3-18, jan./jun. 2015. Disponível em: <http://periodicos.ufpb.br/index.php/pgc/article/ view/17286/13418>. Acesso em: 22 jul. 2017. OLIVEIRA, Brigitte Renata Bezerra de; KOVACS, Érica Piros. Estrutura organizacional e estratégia: uma relação contingencial. In: XIII SIMPEP, 6/8 nov. 2006, Bauru (SP). Anais... Bauru: Unesp, 2006. Disponível em: <http://www.simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/567.pdf>. Acesso em: 24 ago. de 2017. PELISSARI, Anderson Soncini, et al. Empreendedorismo: fatores de sucesso e insucesso de micro e pequenas empresas. In: VIII SEGeT- Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia, 19/21 nov. 2011, Resende (RJ). Anais... Resende: AEDB, 2011. Disponível em: <http://www.aedb.br/seget/ arquivos/artigos11/1143.pdf>. Acesso em 22 de jul. de 2017. PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE - PMI. Gerenciando mudanças nas organizações: um guia de práticas. São Paulo: Saraiva, 2016.TRAESEL, Déborah Francieli, et al. A contribuição do desen- volvimento organizacional para promover mudanças na dinâmica dos sistemas sociais. In: VIII EnEO - Encontro de Estudos Organizacionais da ANPAD, 25/27 maio 2014, Gramado (RS). Anais... Gramado: UFRGS, 2014. Disponível em: <http://www.anpad.org.br/admin/pdf/2014_EnEO77.pdf>.
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