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1 Patologia – Vitor Benincá – MED 202 UNESC PLACENTA NORMAL Forma discoide, pesando de 430-650g. Inserção do cordão umbilical é central ou paracentral (próxima ao centro). Membrana é um pouco pálida, mas ainda é translucida. É uniforme e possível ver os vasos. Superfície fetal: • Vermelho escura • Lisa • Revestida membrana amniótica • Cotilédones (proeminências) e sulcos → face materna Superfície materna: • Vermelho vinhosa • Irregular (cotilédones, sulcos) • Aos cortes, é parda e esponjosa CORDÃO UMBILICAL 2 artérias e 1 veia. A substância é a geleia de Wharton Cordão umbilical: • 50 a 60 cm de comprimento e 1,0 cm de diâmetro • Contém duas artérias e uma veia • Geleia de Wharton A parte de fora é revestida por 2 camadas de trofoblasto. Essa imagem é mais no início da gestação, se desenvolvendo para a imagem abaixo. . Aqui tem só uma camada de trofoblasto, porém, em determinadas regiões pode acúmulo de células, gerando o nó sincicial. Córion viloso ou frondoso • Vilosidades iniciais: o Estroma abundante e frouxo o Vasos de luz estreita o Duas camadas de trofoblastos • Vilosidades tardias: o Estroma escasso e mais denso o Capilares dilatados e periféricos o Diminuição da camada de trofoblastos (membranas vásculo-sinciciais) A partir do momento que o blastocisto adentra o endométrio e é envolvido por ele, diferencia-se em dois componentes: Citotrofloblasto (adentra endometrio e secreta enzimas para degradar as células do endometrio materno para que o proximo consiga adrentar) e sinciotrofoblasto (invade difusamente o endométrio) Patologia Placentária Decídua – que contém arteríolas espiraladas FACE MATERNA Endométrio Aqui é onde ficará o bebê 2 Patologia – Vitor Benincá – MED 202 UNESC O sinciciotrofloblasto precisa chegar as arteríolas espiralada. Para isso, o citotrofloblasto (Azul) degrada o caminho para o sincício chegar às arteríolas espiraladas. Ao alcançar/envolver as arteríolas, o sincíciotrofoblasto diminui espessura das arteríolas, transformando-as em lago de sangue que banha as vilosidades. ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS ALTERAÇÕES DO PESO E DA FORMA Relacionados com o tamanho do feto. Baixo peso: Restrição Crescimento Intrauterino Aumento da natimortalidade Déficit neurológico na infância Placenta volumosa Diabete materno Hidropsia imune e não imune (80% dos casos) (Parvovírus B19) – DM → resistência insulínica → estado anabólico, principalmente placenta → acúmulo de glicogênio no feto → isso aumenta a osmolaridade do local, atraindo líquido e conteúdo proteináceo. Forma Lobos acessórios Placenta membranácea → volume pouco pequeno, as membranas envolvem mais a placenta e não há fixação boa ANOMALIAS DAS MEMBRANAS Anomalias de inserção • Placenta circunvalada: membrana se insere no disco placentário, a certa distância do cordão, formando um anel fibroso. A cavidade amniótica fica bem reduzida. • Placenta circumarginada: não se forma anel de inserção e as margens são recobertas por fibrina. Com isso, essa inserção fica instável. Modificações de cor • Infecções: Esbranquiçadas ou amareladas • Doenças hemolíticas: amarelo-esverdeado • Sofrimento fetal aguda: verde-escuro • Sofrimento fetal crônico: pardo-escuro Âmnio Nodoso • Nódulos pequenos, constituídos por células epiteliais fetais descamadas • Ocorre em associação com oligodrâmnio o Agenesia renal o Rins policísticos o Válvula da uretra posterior ALTERAÇÕES DO CORDÃO UMBILICAL Inserção anômala o Inserção velamentosa: inserção do cordão nas membranas fetais o Mais comum em gestações gemelares e malformações o Complicações: Rotura ou compressão dos vasos Comprimento Anormal • Cordões curtos: o Associados a defeitos da parede abdominal o Anomalias congênitas o Não nutre o feto direito, causando más- formações, principalmente da parede abdominal • Cordões longos: o Formação de circulares e nós o Prolapso do cordão pelo canal do parto Torção excessiva e constrição • Normal é levemente espiralado • Defeito na formação da gelatina de Warthon → torção e constrição Artéria Umbilical Única • Associada a outras anomalias placentárias ou mal formações fetais • Gestações gemelares • Mães diabéticas (não necessariamente DM gest). ALTERAÇÕES DE IMPLANTAÇÃO Gestação Ectópica • Implantação do feto em local diferente de sua localização uterina • Local mais comum: tubas uterinas (90%) • Salpingite crônica e uso de DIU (contestável) são fatores predisponentes Placenta Prévia • Placenta de implantação baixa, sobre o óstio interno do canal cervical • Principal causa de hemorragia do terceiro trimestre • Fatores de risco: multiparidade, idade avançada, abortos prévios e gravidez múltipla • Classificação da placenta em relação ao óstio: o Lateral ou marginal o Parcial o Total ou central 3 Patologia – Vitor Benincá – MED 202 UNESC Placenta Acreta • Aderência direta da placenta ao miométrio, impedindo a separação e eliminação dela (aderida mais profundamente) • Falha na transformação decidual ou implantação onde não há endométrio • Fatores de risco: cesarianas, curetagens, leiomioma e multiparidade • Classificação (grau de penetração): o Acreta (vera): penetração superficial o Increta: penetração profunda o Percreta: atravessa toda a parede do útero • Tratamento: Extração manual (coloca cureta e vai passando pelas paredes para “raspar” e tentar tirar as partes que ficaram) e histerectomia. Placenta increta INFECÇÕES PLACENTRÁIAS Tem importância pela sua frequência e gravidade São causadas por agentes variados Podem ocorrer por via ascendente, via hematogênica ou por procedimentos propedêuticos e terapêuticos Infecções Ascendentes • Associada à rupreme, parto prematuro ou abortamento espontâneo • Pode ocasionar sepse fetal e materna • Agentes etiológicos o E. coli e estrepcocos o Proteus mirabilis, Listeria monocytogenes, Clostridium sp., Mycoplasma hominis, Gardnerella vaginalis, Chlamydia trachomatis e Candida albicans (raro) • Aspectos Morfológicos o Inflamação aguda das membranas (corioamnionite) o Opacificação e espessamento das membranas o Exsudato neutrofílico em geral limitada ao córion e âmnio o É limitada às membranas, mas o cordão está inserido nas membranas e pode ser acometido também. Cordão também pode ser atingido – funisite Inflamação vai ascendendo e pode chegar ao feto o Na infecção por Candida albicans, aparecem áreas nodulares brancacentas na parede do âmnio o Necrose, inflamação e pseudo-hifas Infecções Hematogênicas • Transmitidas através do sangue materno • Característica morfológica - vilosite • Aspecto macroscópico variável: hidrópica (edemaciada), palidez, frágil e friabilidade da placenta ou normal • Podem causar abortamento, CIUR, malformações congênitas, morbi-mortalidade perinatal • Agentes etiológicos: vírus, bactérias, protozoários, fungos e helmintos PRÉ-ECLÂMPSIA / ECLÂMPSIA Ocorre em 6% das mulheres grávidas Geralmente no último trimestre Acomete mais comumente primíparas (1ª gestação) Manifesta-se clinicamente com hipertensão, edema e proteinúria (pré-eclâmpsia) Formas graves ocorrem alterações sistêmicas (Síndrome HELLP – hemólise, elevação das enzimas hepáticas, trombocitopenia) Manifestações ligadas ao SNC: cefaleia, distúrbios visuais e convulsões (muda nome de pré para eclâmpsia) 4 Patologia – Vitor Benincá – MED 202 UNESC Por algum motivo, que não se sabe qual, há placentas com hipoxia primária e esse ambiente não permite a funcionabilidade do citotrofoblasto. Citotrofoblasto secreta mediadores mais agressivos que lesam o útero materno e a parede das arteríolas espiraladas,gerando disfunção endotelial. Esses mediadores atuam localmente no início, mas podem tomar proporções sistêmicas. Essa lesão provoca lacunas nos vasos, gerando extravasamento de líquido e edema. Dependendo de onde ocorre, pode causar proteinúria, por exemplo se ocorrer nos vasos renais → saída de proteína (proteinúria). Como há lesão, numa resposta dos vasos, há liberação de fatores de coagulação plaquetária, gerando possibilidade de trombose. Se esse evento de extravasamento ocorrer no SNC, há cefaleia, podendo gerar convulsões. Além disso, se muito avançado, pode causar CIVD (coagulação intravascular disseminada). Geralmente os sintomas começam de maneira mais local e depois, por disseminação hematogênica, podem gerar sintomas mais distantes e sistêmicos, como o SNC. OUTRAS CAUSAS DE PLACENTAÇÃO ALTERADA Doença vascular prévia: HAS, LES Deficiência na remodelação do trofoblasto Aterose aguda • Gênese desconhecida (fundo imunitário) • Inicia com deposição de lipídeos na camada média e íntima das pequenas artérias musculares • Necrose e liberação de gordura, com fagocitose desta pelos macrófagos adquirindo o aspecto espumoso CONSEQUÊNCIAS SOBRE A GESTANTE Isso ocorre por alterações da placenta, sendo principalmente pela pré-eclâmpsia e em menor proporção LES e HAS. Alterações da perfusão → Vasoconstrição arterial → Hipertensão arterial sistêmica Lesão endotelial + ativação da coagulação intravascular → CIVD CIVD • Rins → proteinúria e diminuição da TFG • SNC → convulsões, coma • Fígado → PFH anormais • Outros órgãos → trombos de fibrina e isquemia CONSEQUÊNCIAS SOBRE A PLACENTA Lesões das vilosidades coriônicas • Deformações • Redução do diâmetro • Estreitamento dos capilares • Aumento do conteúdo colágeno do estroma Infarto Placentário • Lesão mais comumente encontrada • Áreas brancacentas bem delimitadas • Base ampla • Endurecida, sem o aspecto esponjoso • Microscopia: o Necrose de coagulação das vilosidades o Deposição de fibrina Descolamento da placenta • Sem sangue, há vasoconstrição e não há uma boa aderência entre a placenta e a decídua, podendo descolar mais fácil • Separação parcial da placenta antes do trabalho de parto • Associa-se a doença hipertensiva, traumatismos e a uso de crack • Consequências: o Hemorragia vaginal o Hematoma retroplacentário CONSEQUÊNCIAS SOBRE O FETO Retardo do crescimento fetal Hipóxia intrauterina → sequelas neurológicas fetais Morte fetal DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL Doenças placentárias advindas da fecundação do ovócito. Chamadas de MOLA Completa: n Parcial/incompleta: 3n MOLA HIDATIFORME COMPLETA Resulta da fertilização de um ovo “vazio” por um espermatozoide haploide (23X) Óvulo “vazio” fecundado por dois espermatozoides (dispérmica) Produto de concepção da constituição androgenética Alterações nas vilosidades coriônicas: • Edema estromal com formação de vesículas • Desaparecimento de vasos sanguíneos • Proliferação trofoblástica (da dupla camada da placenta inicial) Morfologia • Aspecto clássico de “cacho de uva”, pois as vilosidades ficam tão edemaciadas que formam “bolas de edema” • Não se identifica embrião • Edema de vilosidades com formações de cisternas • Proliferação trofoblásticas • Irregularidade nos contornos das cisternas Trofoblasto invés de ser uma camada ele toma conta de tudo 5 Patologia – Vitor Benincá – MED 202 UNESC Manifestações Clínicas: • Hemorragia vaginal • Distensão anormal do útero • Hiperêmese gravídica • Pré-eclâmpsia • Níveis elevados de β-HCG Complicação • Malignização (coriocarcinoma), isso ocorre pela alta taxa mitótica. • Penetração de tecido molar na corrente sanguínea MOLA HIDATIFORME PARCIAL Surge nos casos de triploidia: • Um óvulo com dois espermatozoide • Um óvulo por um espermatozoide diploide • Um óvulo diploide por um espermatozoide Diferença da mola completa • Embrião • Vesículas não tão evidentes • Vilos não hidrópicos • Proliferação trofoblástica mais discreta CORIOCARCINOMA Proveniente da mola, sobretudo a completa. Não é um trofoblasto anômalo, é um carcinoma (maligno) Neoplasia maligna constituída pela formação de sincício e citotrofoblastos Mola hidatiforme → 50% Abortamento em 25% dos casos Gestação normal em até 2,5% Manifestações Clínicas: • Sangramento e expulsão do concepto • Níveis elevados de gonadotrofinas Metástases disseminadas são características Podem regredir após retirada do tumor primário Locais: pulmões (80%), vagina (30%), pelve(20%), cérebro (10%) e fígado (10%) Morfologia • Tumor sólido, infiltrante ou polipóide hemorrágico • Tendência à invasão vascular • Presença de cito e sinciciotrofoblastos atípicos • Células não formam vilosidades coriônicas e invadem miométrio, vasos sanguíneos, linfáticos e estruturas adjacentes
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