Buscar

SP 2 2 - CICLO MENSTRUAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

Mayra Maisa – medicina – 4º semestre 
 sp2.2: calado estou errado..se falo, dá briga! 
EXPLICAR O CICLO MENSTRUAL A PARTIR DA 
MENARCA. 
O período da puberdade é causado por aumento 
gradual na secreção dos hormônios gonadotrópicos 
pela hipófise, começando em torno dos 8 anos de 
idade, e normalmente culminando no início da 
puberdade e da menstruação, entre 11 e 16 anos de 
idade, nas meninas (em média, aos 13 anos). 
menstruação 
A menstruação é causada pela redução de estrogênio 
e progesterona, especialmente da progesterona, no 
final do ciclo ovariano mensal. O primeiro efeito é a 
redução da estimulação das células endometriais por 
esses dois hormônios, seguida ocorre rápida involução 
do endométrio com diminuição de sua espessura 
prévia. Em seguida, durante as 24 horas que 
precedem o surgimento da menstruação, os vasos 
sanguíneos tortuosos, que levam às camadas mucosas 
do endométrio, ficam vaso espásticos, supostamente 
devido a algum efeito da involução, como a liberação 
de material vasoconstritor — possivelmente um dos 
tipos vasoconstritores das prostaglandinas, presentes 
em abundância nessa época. O vaso espasmo, a 
diminuição dos nutrientes ao endométrio e a perda de 
estimulação hormonal desencadeiam necrose no 
endométrio, especialmente dos vasos sanguíneos. 
Consequentemente, o sangue primeiro penetra a 
camada vascular do endométrio, e as áreas 
hemorrágicas crescem rapidamente durante um 
período de 24 a 36 horas. Gradativamente, as camadas 
externas necróticas do endométrio se separam do 
útero, em locais de hemorragia, até que, em cerca de 
48 horas depois de surgir a menstruação, todas as 
camadas superficiais do endométrio tenham 
descamado. A massa de tecido descamado e sangue na 
cavidade uterina mais os efeitos contráteis das 
prostaglandinas ou de outras substâncias no 
descamado em degeneração agem em conjunto, dando 
início a contrações que expelem os conteúdos 
uterinos. 
As menstruações normais têm duração de três a sete 
dias, com intervalos de 28 dias em média, podendo 
variar de 21 a 35 dias entre um ciclo e outro. 
Avaliação endometrial. A camada basal, formada por 
células estromais recobertas por células epiteliais, é 
delgada, abriga glândulas curtas e é irrigada pelas 
artérias retas. É a partir dela que o endométrio se 
reconstitui a cada ciclo. A camada funcional, 
constituída de células epiteliais colunares, ciliadas e 
ricas em glicogênio, glândulas tortuosas e vasos 
espiralados, tem sua estrutura celular, glandular e 
vascular modificada em diferentes fases do ciclo 
menstrual com tamanha precisão que possibilita ao 
histologista “datar” o endométrio, ou seja, determinar 
o dia do ciclo em que a mulher se encontra. 
As variações endometriais podem ser também 
observadas com a ultrassonografia. Partindo de um 
aspecto indistinto durante a menstruação, ele aparece 
ao ultrassom, tão logo cessa o fluxo, como uma linha. 
Uma semana depois se apresenta já mais espesso, com 
aumento do número de glândulas e formação de um 
padrão de “faixa tripla”. A contínua elevação do 
estradiol provoca o gradual aumento da espessura do 
endométrio, das glândulas e da proliferação vascular, 
que pode ser observada pela Doppler velocimetria, 
atingindo o máximo imediatamente antes do pico de 
LH. Uma vez ocorrida a ovulação, a produção 
crescente de progesterona provoca profundas 
mudanças na mucosa endometrial, caracterizada por 
cessação das mitoses e reorganização das glândulas: a 
imagem de “faixa tripla” desaparece e o endométrio 
torna-se uniformemente claro. Na fase lútea tardia, o 
decréscimo da síntese de estradiol e de progesterona 
resulta na compactação da mucosa, na diminuição 
acentuada da vascularização e início da desagregação 
endometrial, que prossegue até o início do fluxo 
menstrual. 
O ciclo menstrual é caracterizado por várias fases, com 
início a partir da secreção dos hormônios 
gonadotrópicos FSH e LH, que começam a ser 
liberados pela hipófise anterior entre os 9 e os 12 anos, 
durante a infância esses hormônios não são secretados 
e ausência deles faz com que os ovários permaneçam 
inativos. Sendo assim, a secreção de FSH e LH leva 
então ao início dos ciclos sexuais mensais normais por 
volta dos 11 e 15 anos de idade, esse período de 
transição é denominando de puberdade e o primeiro 
 Mayra Maisa – medicina – 4º semestre 
ciclo menstrual é denominado de menarca. A partir 
disso, ocorre aumento e diminuição cíclicos de FSH e 
LH durante cada mês do ciclo. 
 
Durante a infância o óvulo é nutrido pelas células 
adjacentes e também inibido pelo fator de inibição da 
maturação do oócito, isso mantém o óvulo no seu 
estado primordial. Após a puberdade, quando FSH e 
Lh começam a serem secretados em quantidades 
significativas, os ovários e os folículos em seu interior 
começam a crescer. O crescimento folicular é marcado 
então, pelo aumento do óvulo e em alguns o 
desenvolvimento de outras camadas da célula da 
granulosa, esses folículos são chamados de folículos 
primários. Com o aumento das concentrações dos 
hormônios, especialmente o FSH provoca o 
crescimento acelerado de 6 a 12 folículos primários 
por mês, junto com a proliferação das células da 
granulosa. Além disso, uma camada de células fora da 
granulosa começam a proliferar e surge então a teca 
que é dividida em duas camadas; a interna, que é 
responsável pela secreção de hormônios esteroides 
(estrogênio e progesterona) e camada externa; forma 
a capsula do folículo. Após isso, as células da granulosa 
começam a secretar o liquido folicular que contem alta 
concentração de estrogênio, e o acúmulo desse líquido 
causa o aparecimento do antro, surge então os 
folículos antrais, que aumentam rapidamente. No 
entanto, antes da ovulação ocorre a maturação de 
apenas um folículo e os outros involuem (atresia). 
Após a fase de desenvolvimento folicular, vem a 
ovulação. Para que ocorra a ovulação é necessário a 
secreção de LH, ele é responsável pela liberação de 
hormônios esteroides que atuam no rompimento e 
liberação do óvulo. Após essa fase vem a fase lútea O 
corpo lúteo atinge o estágio de desenvolvimento por 
volta de 7 a 8 dias após a ovulação e então começa a 
involuir e efetivamente perde suas funções secretoras, 
como também sua característica lipídica amarelada 
com cerca de 12 dias após a ovulação, devido as 
concentrações de FSH e LH estarem reduzidas, essa 
involução final ocorre em torno do 26º dia do ciclo, 2 
dias antes da menstruação começar. 
O ciclo endometrial mensal ocorre por meio da 
proliferação do endométrio uterino, desenvolvimento 
de alterações secretoras no endométrio e descamação 
do endométrio. Durante a menstruação ocorre a perda 
de parte do endométrio pela descamação. Após o início 
da menstruação, cerca de 4 a 7 dias a superfície 
endometrial é revitalizada sob influência dos 
estrogênios, que são secretados em grande quantidade 
pelo o ovário. Em seguida, antes da ovulação, devido 
ao crescimento de células estrompais, de glândulas 
endometriais e vasos sanguíneos novos no 
endométrio, a espessura do mesmo aumenta bastante, 
cerca de 3 a 5 milímetros, essa é a fase proliferativa, 
estrogênica. Logo mais, a fase secretora ou 
progestacional é marcada pelo desenvolvimento 
acentuados do endométrio, essa fase ocorre cerca de 
uma semana após a ovulação e o endométrio atinge 
cerca de 5 a 6 milímetros. Toda essa preparação tem a 
finalidade de promover condições favoráveis a 
implantação do óvulo fertilizado, durante a última 
metade do ciclo mensal. No entanto, se o óvulo não for 
fertilizado, cerca de dois dias antes do final do ciclo 
mensal o corpo lúteo involui e a secreção de estrogênioe progesterona diminui e segue a menstruação. A 
menstruação ocorre no final do ciclo ovariano mensal, 
devido a uma diminuição dos hormônios ovarianos, 
principalmente a progesterona. O efeito dessa redução 
de hormônios é a diminuição da estimulação das 
células endometriais, seguida por rápida involução da 
espessura do endométrio. Devido esse processo, os 
vasos sanguíneos ficam vaso espásticos, soma se a isso 
a diminuição de nutrientes ao endométrio e a perda de 
estimulação hormonal, resulta então em necrose no 
endométrio, especialmente dos vasos sanguíneos. Em 
um período de 24 a 36 horas o sangue penetra a 
camada vascular do endométrio e áreas hemorrágicas 
crescem rapidamente. Essas camadas necróticas se 
separam gradativamente do útero em locais de 
hemorragia cerca de 48h depois de surgir a 
menstruação. O início das contrações que expelem 
conteúdo surge dos efeitos contrateis das 
prostaglandinas e de outras substâncias que agem em 
conjunto do descamo dessa massa de tecido em 
degeneração. 
 
 Mayra Maisa – medicina – 4º semestre 
CARACTERIZAR O CLIMATÉRIO E DIFERENCIAR DA 
MENOPAUSA, RELACIONANDO AS MODIFICAÇÕES 
HORMONAIS DO EIXO HIPOTÁLAMO HIPÓFISE-
OVARIANO OCORRIDAS NESSA FASE. 
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o 
climatério corresponde ao período de vida da mulher 
compreendido entre o final da fase reprodutora até a 
senilidade. Em geral, varia dos 40 aos 65 anos. Nesse 
período ocorre a menopausa definida como a 
interrupção permanente da menstruação e 
reconhecida após 12 meses consecutivos de 
amenorreia. No climatério observa-se diminuição da 
fertilidade e, progressivamente, declínio da produção 
de estradiol pelo ovário, embora mantenha certo 
equilíbrio hormonal pela maior produção de 
androgênios e sua conversão periférica em estrogênio. 
A menopausa precoce ocorre quando se estabelece 
antes dos 40 anos de idade, e tardia após os 55 anos. 
menopausa 
Entre 40 e 50 anos de idade, o ciclo sexual geralmente 
torna-se irregular, e a ovulação muitas vezes não 
ocorre. Depois de alguns meses a alguns anos, o ciclo 
cessa totalmente. O período durante o qual o ciclo 
cessa e os hormônios femininos caem a quase zero é 
denominado menopausa. A causa da menopausa é o 
“esgotamento” dos ovários. Durante toda a vida 
reprodutiva da mulher, cerca de 400 dos folículos 
primordiais crescem em folículos maduros e ovulam, 
e centenas de milhares de óvulos degeneram. Em 
torno dos 45 anos de idade, apenas uns poucos 
folículos primordiais continuam a ser estimulados por 
FSH e LH e, a produção de estrogênios pelos ovários 
diminui à medida que o número de folículos 
primordiais se aproxima de zero. Quando a produção 
de estrogênio cai abaixo de nível crítico, os estrogênios 
não conseguem mais inibir a produção das 
gonadotropinas FSHe LH. Em vez disso, as 
gonadotropinas FSH e LH (principalmente FSH) são 
produzidas depois da menopausa em quantidades 
elevadas e contínuas, mas, como os folículos 
primordiais remanescentes ficam atérmicos, a 
produção de estrogênios pelos ovários cai quase a 
zero. A perda dos estrogênios geralmente causa 
mudanças fisiológicas acentuadas, incluindo (1) 
“fogachos”, caracterizados por rubor extremo da 
pele; (2) sensações psíquicas de dispneia; (3) 
irritabilidade; (4) fadiga; (5) ansiedade; e (6) 
diminuição da resistência e da calcificação dos 
ossos no corpo inteiro. Esses sintomas são de 
magnitude considerável em apenas 15% das mulheres 
e necessitam de tratamento. 
CARACTERIZAR A TENSÃO PRÉ MENSTRUAL, SUAS 
CAUSAS E TRATAMENTO. 
A SPM e o transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM) 
são dois transtornos relacionados aos sintomas da fase 
pré-menstrual. Considera-se o TDPM como sendo um 
subtipo e também como a forma mais grave da SPM. 
A prevalência dos sintomas da SPM é de 75% a 80% 
nas mulheres em idade reprodutiva e com grande 
variação no número, duração e gravidade dos 
sintomas. Já a prevalência do TDPM é de 3% a 8% e 
os sintomas estão relacionados ao humor, como déficit 
de funcionamento social, profissional e familiar. Os 
sinais e sintomas são físicos e psicológicos ou 
comportamentais, apresentando relação temporal 
com o período pré-menstrual e com características de 
repetição a cada novo ciclo. São sinais e sintomas 
comumente observados: aumento do tamanho e da 
sensibilidade das mamas; inchaço nas pernas e, às 
vezes, no corpo todo; ganho de peso; cefaleia; fadiga; 
dor nas pernas; aumento do volume abdominal; acne; 
ansiedade; irritabilidade; depressão; mudanças de 
humor; depreciação da autoimagem e alteração do 
apetite. A intensidade e a qualidade dos sinais e 
sintomas encontrados são muito variáveis de mulher 
a mulher, e têm sido relatadas desde a menarca até a 
menopausa. A maioria das mulheres busca ajuda para 
a TPM por volta dos 30 anos, após 10 anos ou mais 
com os sintomas. 
ETIOLOGIA: a progesterona e os metabólitos ativos 
de progesterona atuam como moduladores dos 
neurotransmissores serotoninérgicos do sistema 
nervoso central13-16(D). As flutuações desses 
hormônios esteroides ovarianos, na fase lútea, 
resultam em alterações do sistema 5- 
hidroxitriptamino (5-HT) no cérebro. O 5-HT é um 
neurotransmissor serotoninérgico implicado na 
regulação do humor e da ansiedade, como também na 
regulação do apetite, do sono e da excitação4,17,18(D). 
Além disso, os hormônios sexuais ovarianos modulam 
 Mayra Maisa – medicina – 4º semestre 
a expressão e os efeitos farmacológicos do receptor do 
ácido gama-aminobutírico (GABA). O GABA é 
considerado um regulador primário de afeto e do 
funcionamento cognitivo. 
SINTOMAS: Os sintomas somáticos descritos 
referem-se à mastalgia, distensão abdominal, cefaleia 
e inchaço de extremidades ou sensação de “inchaço 
geral”. Os sintomas emocionais relatados são 
depressão, fúria, irritabilidade, ansiedade, confusão e 
isolamento social. 
Os critérios diagnósticos do American College of 
Obstetricians and Gynecologists (ACOG) apresentam 
como critérios de base a presença de um ou mais 
sintomas somáticos e/ou emocionais durante os cinco 
dias que antecedem o ciclo menstrual ou durante a 
fase lútea. Quando se tem até três desses sintomas 
presentes (físicos ou emocionais), a SPM é 
considerada leve e até quatro sintomas, moderada 
Recomendação Os anticoncepcionais hormonais 
combinados contendo a drospirenona como 
componente progestogênico e utilizados tanto em 
ciclos de 21 quanto ciclos de 24 dias compausa de sete 
ou quatro dias, respectivamente, pelo período de três 
ciclos menstruais consecutivos, demonstram 
melhoras nos sintomas pré-menstruais45(A). Essa 
indicação estende-se a todas as mulheres, mesmo as 
que não tenham finalidade contraceptiva. A prescrição 
dos contraceptivos hormonais seguirá as 
recomendações de elegibilidade dos mesmos, segundo 
a Organização Mundial da Saúde (OMS). Os inibidores 
seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), os quais 
incluem fluoxetina, paroxetina, sertralina e outros, 
são atualmente considerados pertencentes à classe 
farmacológica mais eficaz no tratamento dos sintomas 
relacionados à SPM, bem como sua forma mais 
intensa, o TDPM. Evidências implicama participação 
do sistema serotoninérgico na patogênese da SPM, 
estando principalmente relacionado a sintomas de 
irritabilidade, humor deprimido e desejo por consumo 
de carboidratos. Esses medicamentos geralmente são 
usados diariamente, mas para algumas mulheres são 
indicados para utilização durante a fase lútea ou de 
sete a dezdias antes do início do ciclo menstrual. As 
doses diárias recomendadas são de 10 mg a 20 mg 
para fluoxetina; 10 mg a 30 mg para paroxetina e 25 
mg a 50 mg para sertralina49. O tratamento com os 
ISRS destina-se principalmente para aquelas 
mulheres com maior prevalência primária para os 
sintomas emocionais graves ou com o TDPM21. Eles 
podem ser prescritos associados ou não aos 
contraceptivos hormonais. 
Os critérios utilizados para diagnosticar o TDPM são 
aqueles estabelecidos pelo Manual de Diagnóstico e 
Estatística da Associação Psiquiátrica Americana 
(DSM IV). Devem estar presentes cinco ou mais 
sintomas na maioria dos ciclos menstruais durante a 
última semana da fase lútea, sendo que estes começam 
a diminuir após o início da fase folicular. Dentre os 
cinco ou mais sintomas relatados, deve estar presente 
pelo menos um dos quatro primeiros listados a seguir: 
➢ Humor deprimido, sentimentos de falta de 
esperança ou pensamentos autodepreciativos; 
➢ Acentuada ansiedade, tensão, sentimento de 
estar com “nervos à flor da pele”; 
➢ Instabilidade afetiva acentuada; 
➢ Raiva ou irritabilidade persistente e acentuada 
ou conflitos interpessoais aumentados; 
➢ Diminuição do interesse pelas atividades 
habituais; 
➢ Sentimento subjetivo de dificuldade em 
concentrar-se; 
➢ Letargia, fadiga fácil ou acentuada, falta de 
energia; 
➢ Acentuada alteração do apetite, excessos 
alimentares ou avidez por determinados 
alimentos; 
➢ Hipersonia ou insônia; 
➢ Sentimento subjetivo de descontrole 
emocional; 
➢ Outros sintomas físicos, como sensibilidade 
ou inchaço das mamas, cefaléia, dor articular 
ou muscular, sensação de “inchaço geral” e 
ganho de peso; 
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde a 
prática da acupuntura alivia em 92%dos casos todos 
os sintomas a ela relacionadas sem recorrência por 
seis meses. Além disso, segundo a Organização 
Mundial de saúde a acupuntura melhora a dor 
menstrual em 91%dos casos. Em geral é comprovada 
a eficiência da Acupuntura no tratamento das dores 
 Mayra Maisa – medicina – 4º semestre 
consequentes a diversas causas, bem como sua eficácia 
em reduzir as oscilações emocionais e a ansiedade. Um 
estudo que teve como objetivo avaliar a qualidade de 
vida de pacientes relacionados ao período menstrual 
que foram submetidos à terapia auricular demonstrou 
que ao praticar acupuntura melhores pontuações no 
Estado Geral de Saúde eram observadas. Além disso, 
os resultados demonstraram melhora na Capacidade 
Funcional e na Dor CorporaL. 
DESCREVER O DIAGNÓSTICO E O TRATAMENTO DA 
MULHER NO CLIMATÉRIO, CARACTERIZANDO OS 
PRINCIPAIS DISTÚRBIOS RELACIONADOS A ELE, BEM 
COMO AS INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DE 
REPOSIÇÃO HORMONAL. 
Depois da menopausa, quase nenhum estrogênio é 
secretado pelos ovários. Essa deficiência leva a uma 
maior atividade osteoclástica nos ossos; diminuição da 
matriz óssea; e menos depósito de cálcio e fosfato 
ósseos. Em algumas mulheres, esse efeito é 
extremamente grave, e a condição resultante é a 
osteoporose. Uma vez que a osteoporose pode 
enfraquecer muito os ossos e levar a fraturas ósseas, 
especialmente fratura das vértebras, muitas mulheres 
na pós-menopausa são tratadas profilaticamente com 
reposição de estrogênio para prevenir os efeitos 
osteoporóticos. 
Sintomas do climatério 
Embora o climatério e a menopausa sejam eventos 
fisiológicos na biologia da mulher, o aparecimento ou 
não de sintomas dependerá não somente de variações 
hormonais próprias desse período, mas também de 
fatores socioeconômicos. No período do climatério 
ocorrem alterações na fisiologia da mulher, 
caracterizadas por alterações hormonais (diminuição 
dos níveis de estradiol, progesterona e aumento das 
gonadotrofinas hipofisárias); modificações funcionais 
(disfunções menstruais, sintomas vasomotores); 
modificações morfológicas (atrofia mamária e 
urogenital, alterações da pele e mucosas) e outras 
alterações em sistemas hormono dependentes, como 
o cardiovascular e os ossos. Essas mudanças 
repercutem na saúde geral da mulher, podendo 
alterar sua autoestima e qualidade de vida, e também 
na longevidade. 
 
Manifestações menstruais 
No período, da Peri menopausa o intervalo entre as 
menstruações pode diminuir devido ao rápido 
amadurecimento dos folículos, o que ocorre pelos 
elevados níveis de gonadotrofinas ou os intervalos 
menstruais podem estar aumentados pela persistência 
dos níveis de estrógeno e ausência de progesterona. 
Quando menstrua, como o endométrio está 
hiperplasia do por essas alterações hormonais, as 
menstruações podem ser abundantes e com maior 
duração. 
Manifestações neurogênicas 
As manifestações neurogênicas compreendem os 
sintomas mais comuns da síndrome do climatério, isto 
é, ondas de calor, sudorese, calafrios, palpitações, 
cefaleia, tonturas, parestesia, insônia, perda da 
memória e fadiga. A patogênese das ondas de calor 
não é conhecida, mas é aparentemente originária no 
hipotálamo e pode estar relacionada com a queda 
estrogênica, levando à formação diminuída de 
catecolestrógenos no cérebro. Outra hipótese para a 
gênese das ondas de calor é que a diminuição nos 
níveis estrogênicos levaria à queda nas concentrações 
dos receptores de β-endorfinas, resultando na perda 
da inibição da atividade no adrenérgica e, 
consequentemente, estimulação dos neurônios 
produtores de GnRH. 
Manifestações psicogênicas 
Não se acredita que uma mulher emocionalmente 
adaptada sofra grandes perturbações existenciais no 
climatério. É possível, no entanto, que as limitações 
impostas e a insegurança determinada por quadro 
clínico exacerbado em decorrência de forte deficiência 
estrogênica possam influir desfavoravelmente no 
estado emocional da mulher e interferir no 
relacionamento familiar, na adaptação sexual e na 
integração social. Alguns sintomas psíquicos 
atribuídos a essa fase são: diminuição da autoestima, 
irritabilidade, labilidade afetiva, sintomas depressivos, 
dificuldade de concentração e memória, dificuldades 
sexuais e insônia. 
 
 
 Mayra Maisa – medicina – 4º semestre 
manifestações metabólicas: metabolismo ósseo 
A idade está associada com progressiva rarefação do 
esqueleto. A perda óssea é mais considerável e as 
fraturas osteoporóticas são bastante comuns nas 
mulheres. A coluna e o colo do fêmur são os pontos 
usualmente mais comprometidos. O sintoma mais 
comum da osteoporose da coluna é a lombalgia, e os 
sinais mais representativos, perda de altura e cifose. A 
queda de estrogênio faz diminuir a atividade dos 
osteoblastos e aumenta a atividade dos osteoclastos. 
Assim, não se forma osso e, o que é mais importante, 
há reabsorção; a matriz óssea se desfaz e libera cálcio 
(desmineralização), ocorrendo alta remodelação óssea 
e instalando-se progressivamente a osteopenia e a 
osteoporose (que se caracteriza por fragilidade 
esquelética, baixa massa óssea e qualidade óssea 
alterada). 
Metabolismo lipídico 
Os esteroides sexuais podem influenciar o 
metabolismo lipídico e induzir alterações nas 
Apolipoproteína que constituem a parte proteica do 
sistema de transporte dos lipídeos. Tanto a 
Apolipoproteína A (apo-A) como a Apolipoproteína B 
(apo-B) mostram aumento significativo como 
resultado do decréscimo dos estrógenos sanguíneos. 
Antes da menopausa, os níveis de LDL (lipoproteína 
de baixa densidade) são menores e os de HDL 
(lipoproteína de alta densidade) são maiores nas 
mulheres se comparados com homens da mesma 
idade.Após a menopausa, os níveis de LDL 
aumentam, geralmente excedendo os de homens da 
mesma idade, com tendência para partículas menores, 
mais densas e potencialmente mais aterogênicas, 
enquanto os níveis de HDL diminuem. 
A deficiência estrogênica da pós-menopausa é 
considerada como fator relevante na etiopatogenia da 
doença cardiovascular e das doenças 
cerebrovasculares isquêmicas. Manifestações 
urogenitais - Devido à origem embriológica comum, 
tanto a bexiga quanto a uretra e órgãos genitais têm 
respostas semelhantes às mudanças hormonais, 
especialmente ao estrógeno. O processo atrófico que 
acompanha a redução estrogênica pode ser verificado 
no epitélio e tecidos pélvicos de sustentação, tornando 
a mucosa mais delgada, propiciando prolapsos 
genitais, além de sintomas vaginais, como 
ressecamento, sangramento e dispareunia, e uretrais, 
como disúria, frequência e urgência miccional. 
Manifestações tegumentares 
No climatério ocorrem alterações em todas as 
camadas da pele, que variam com a vulnerabilidade 
individual, determinada geneticamente, e a influência 
de agentes externos e internos, que agem sobre ela 
durante a vida. O hipoestrogenismo atuaria 
diminuindo a produção de colágeno pela alteração da 
polimerização dos mucopolissacarídeos. Na derme 
diminui a síntese de ácido hialurônico e com isto 
diminui o conteúdo de água. O ressecamento da pele é 
fator importante, tanto pelo adelgaçamento da 
epiderme como pela diminuição da capacidade de 
renovação da camada córnea, o que dificulta a 
hidratação da pele. Com o avançar da idade, a pele 
perde a elasticidade, os músculos enfraquecem e ficam 
frouxos, o coxim subcutâneo dissolve-se e a pele mais 
afinada perde o apoio, permitindo o aparecimento das 
rugas. Dada à redução no número de melanócitos, 
podem aparecer manchas hipocromias na pele ou 
formação de lentigos (sardas) e melanose (pigmento 
escuro) nas áreas expostas ao sol, devido à hiperplasia 
de melanócitos da junção derme epidérmica. 
contraindicações 
Existem contraindicações absolutas e 
contraindicações relativas que são bem semelhantes 
às contraindicações do uso de anticoncepcionais. 
Dentre as absolutas, encontramos a de pacientes com 
câncer estrogênio dependente, sangramento uterino 
de causa desconhecida, doença cardiovascular e 
doença hepática em atividade, devido a metabolização 
hepática dos hormônios, tempo superior a 10 anos de 
menopausa e história familiar de evento 
tromboembólicos. 
IDENTIFICAR OS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DA 
MULHER DO CLIMATÉRIO, ÍNDICE DE KUPPERMAN, O 
TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO E 
FARMACOLÓGICO. 
O diagnóstico de climatério é eminentemente clinico, 
associando-se a faixa etária da paciente, alterações 
menstruais e outros sintomas da privação hormonal, 
porem para avaliar sintomatologia, a necessidade de 
 Mayra Maisa – medicina – 4º semestre 
tratamento e seus acompanhamentos, foram criados 
alguns índices que permitem avaliar, com certa 
praticidade, a intensidade da síndrome 
climatérica, na avaliação da intensidade dos 
sintomas, é útil o emprego de índices na 
sintomatologia. Os índices mais utilizados são o de 
Hauser o de Kupperman, os números obtidos servem 
para caracterizar objetivamente o quadro clinico e sua 
evolução com o tratamento, quando prescrito. Para a 
obtenção do índice de Hauser, a paciente deve dar 
notas de 0 a 10 para cada um dos sintomas listados, 
sendo 0- ausência do sintomas e 10- sintoma muito 
exacerbado, aos final soma-se todas as notas e dividi 
por 10, considera elevado acima de 7, a diminuição do 
índice ao longo do tratamento é um marcador de boa 
resposta terapeuta, os sintomas sãos: (fenômenos 
vasomotores, palpitação cardíaca, insônia, depressão, 
irritabilidade, queixas urinários, concentração e 
memória,diminuição da libido, secura vaginal e 
queixas locomotoras). 
A obtenção do índice de Kupperman é mais complexa 
e consiste em atribuir graus de intensidade aos 
sintomas listados, das seguintes forma: ausente (0), 
leve (1), moderado (2) e grave (3). Cada sintoma 
tem um coeficiente de importância, sendo 4 para 
sintomas vasomotores, 2 para insônia, parestesia e 
nervosismo e 1 para melancolia, vertigem, astenia e 
artralgia, cefaleia, palpitação e formigamento. Devem-
se multiplicar os coeficientes de intensidade e 
importância de cada sintoma e soma-los 
posteriormente, classificam-se como: leves (menores 
que 20) moderados (entre 20 e 34) e graves (maiores 
que 34). Na maioria das mulheres a irregularidade 
menstrual é o principal sintoma relatado, como é 
decorrente de flutuação hormonal, em sua grande 
parte pode ser tratada clinicamente, entretanto, 
outros sintomas climatéricos podem ser confundidos 
com outas doenças ou menosprezados pela paciente, 
devendo perguntar ativamente. Outras alterações 
podem passar despercebidas nesse período, mas que 
não apresentam importância menor, incluem: 
diminuição da acuidade visual, perda relativa de olfato 
e paladar, diminuição da acuidade auditiva, 
ressecamento cutâneo e anemia. 
tratamentos farmacológicos: 
 TERAPIA HORMONAL (TH) 
• Terapia de reposição hormonal (TRH): p/ pacientes 
COM SINTOMAS. 
 - Tem útero: estrogênio (E) + progesterona (P). 
- Não tem útero: apenas estrogênio (não tem 
endométrio para proliferar e, por isso não aumenta 
risco de CA de endométrio). FSH não gera sintomas! 
• P+E: ↑risco cardiopatia isquêmica, AVC, CA mama, 
tromboembolismo. ↓risco de CA colo retal e fratura de 
bacia. 
• E: ↑risco de AVC, ↑risco CA endométrio (prolifera 
muito o endométrio e gera hiperplasia; esse risco ↓ se 
unir com progesterona, que protege contra essa 
↑proliferação). 
 • Duração: não há limite de tempo. Usar enquanto 
tiver benefícios. 
• Avaliações prévias da TRH: mamografia (garantir 
que ACO não vai estimular a proliferação de um CA 
oculto) e perfil lipídico (se dislipidemia já instalada 
pode ↑risco CV). 
• ACO: metabolizado no fígado. 
• Queixa de sangramento vaginal pós-menopausa: 
pode ser por atrofia, mas excluir CA endométrio antes 
de passar ACO. Estudos subsequentes: 
• ↑risco CV se iniciar TH após 10 anos de sintomas. 
• TH: < 10 anos do início dos sintomas + idade < 60 
anos, sem doença CV.  ↓risco DM2. 
JANELA PARA USAR HORMÔNIO 
• < 10 anos de menopausa; 
• < 60 anos; 
• Não ter doença CV instalada 
RECOMENDAÇÕES ATUAIS 
• Paciente sintomática: fogachos e atrofia vaginal. 
• Não indicada unicamente para tratamento de 
osteoporose: precisa ter os sintomas. Existem 
tratamentos melhores para osteoporose, apesar do 
estrógeno auxiliar na prevenção. 
• Contraindicações: CA mama (independente do 
receptor), CA endométrio, doença hepática grave, 
sangramento vaginal não diagnosticado, história de 
evento tromboembólicos, porfirias. 
 Mayra Maisa – medicina – 4º semestre 
• Fator de proteção: osteoporose, CA cólon. 
• Tabagismo e hipertensão não contraindicam TRH. 
medicações 
• E+P combinado oral: ↓LDL, ↑HDL, ↑Triglicerídeos, 
↑PCR e altera sistema renina angiotensina 
aldosterona (faz PA↑). 
- Não é a melhor escolha se dislipidemia, HAS. 
 • E+P combinado transdérmico (adesivo, gel): ↓efeito 
sobre o metabolismo lipídico, ↓efeito sobre PCR e 
sistema R-A-A. - Indicação: HAS, triglicérides elevado. 
 - Menos efeitos tromboembólicos. 
• Estrogênio isolado: se não tem útero. - Atenção: se 
história de endometriose (mesmo de passou por 
histerectomia) usar estrogênio e progesterona. Se 
administrar somente estrógeno, há chance de 
proliferação dos focos de aderências endometriais 
extraúteros.• Tibolona: metabolizada em estrogênio, 
progestágenos e androgênios. - Indicação: fogachos e 
desejo hipoativo, Triglicerídeos↑. 
- Perfil lipídico: tibolona ↑LDL, ↓HDL, ↓triglicerídeos. 
• Estrogênio vaginal (creme): sintomas somente 
urogenitais (pouca absorção sistêmica, não serve para 
sintomas vasomotores/fogachos). 
- Não interfere no perfil lipídico e não resolve 
fogachos. 
• Fitoestrogênios: sem evidência científica (efeito 
placebo). - Chá de amora, soja. - Se melhorar  
continuar usando. Não fará mal. 
• Sintomas vasomotores (fogachos) e contraindicação 
ao uso de hormônio (ex: CA mama, TVP, TEP): usar 
medicações que recaptam serotonina  Paroxetina, 
Citolopram, Venlafaxina, Clonidina, Gabapentina. - 
Não trata atrofia vaginal. 
tratamento não farmacológico 
ATIVIDADE FÍSICA: embora existam poucos estudos 
acerca da prática de exercícios físicos e sua relação 
com a redução dos sintomas vasomotores, há relatos 
de que grupos que praticam regularmente atividades 
físicas aeróbicas, como natação e corrida, observam 
redução na severidade e na frequência das ondas de 
calor em até 50% quando comparada a um grupo de 
mulheres sedentárias. Além disso, a prática regular de 
atividade física contribui para a preservação da massa 
muscular e da flexibilidade articular, reduzindo a 
intensidade dos sintomas somáticos e levando a uma 
sensação de maior bem-estar no climatério. Ademais, 
observa-se melhora do humor, aumento da densidade 
mineral óssea, diminuição da frequência cardíaca de 
repouso, melhora do perfil lipídico e redução dos 
níveis pressóricos. Devido aos inúmeros benefícios em 
diversos sistemas e escassez de estudos sobre o tema, 
surge a necessidade de avaliar o quão eficiente a 
prática regular de exercícios físicos se mostra na 
redução dos sintomas vasomotores em mulheres no 
climatério. Não se sabe ao certo o quanto a prática de 
atividade física pode impactar positivamente na 
redução dos sintomas vasomotores e a consequente 
melhora da qualidade de vida das mulheres durante o 
climatério. Apesar disso, há uma série de razões que 
indicam que o exercício físico pode ser de grande 
benefício. Exercícios aeróbicos moderados diminuem, 
objetiva e subjetivamente, as ondas de calor 24 horas 
após o exercício. No entanto, as variações individuais 
das pacientes em relação ao exercício pode ser um 
fator que explique a grande variabilidade de 
resultados. Alguns autores propõem que a atividade 
física possua um efeito similar à TH na melhora dos 
sintomas vasomotores na medida em que aumenta os 
níveis séricos de ß-endorfinas, com consequente 
estabilização do centro termorregulador, reduzindo 
assim os sintomas. 
IOGA: a prática de ioga é um caminho para quem 
deseja melhorar o corpo, a mente e o dia-a-dia dos 
indivíduos. Para isso, trabalha-se postura, controle da 
respiração e meditação. Dessa forma, tem sido 
largamente utilizada para melhora da saúde e cura 
de doenças. Não se conhece o mecanismo exato que 
explique como a ioga ajuda em diferentes estados de 
doença, mas acredita-se que existam caminhos neuro-
hormonais com um efeito seletivo em cada tipo de 
doença. Há diversos estudos que investigam os efeitos 
da ioga sobre os sintomas do climatério e mostram 
uma melhora importante na redução das ondas de 
calor e sudorese noturna. Há, inclusive, evidências que 
 Mayra Maisa – medicina – 4º semestre 
sugerem que sua prática, mesmo que por pouco 
tempo, possa reduzir fatores de risco para doença 
cardiovascular. Considera-se a ioga bastante eficiente 
no manejo dos sintomas do climatério. 
ACUPUNTURA: a acupuntura é comumente utilizada 
no tratamento de sintomas climatéricos e outras 
condições ginecológicas e pode ser entendida como 
uma forma de estimulação neurológica. No entanto, 
estudos acerca de sua eficiência como prática 
terapêutica para controle de sintomas do climatério, 
especialmente ondas de calor, mostram resultados 
controversos. Alguns estudos randomizados 
compararam a eficiência da acupuntura na redução de 
sintomas do climatério como ondas de calor e insônia 
com uma simulação de acupuntura, na qual as agulhas 
são colocadas em sítios considerados não-
terapêuticos. Dois deles observaram que a acupuntura 
reduziu a severidade das ondas de calor, sudorese e 
insônia de forma significativa quando comparada à 
simulação de acupuntura. Em relação à insônia, 
diversos estudos mostram que pacientes no período 
do climatério relatam melhora na qualidade do sono 
quando submetidas à acupuntura em relação a 
pacientes submetidas à simulação de acupuntura. 
FITOESTROGÊNIOS: após a divulgação dos dados do 
WHI, houve muito interesse e procura pelos 
hormônios naturais, com a falácia de que por serem 
naturais, estes não ofereceriam qualquer risco à saúde 
da mulher. Esta crença levou à prescrição de maneira 
indiscriminada destes compostos, sem levar em conta 
a eficácia e os riscos associados à medicação. As 
isoflavonas são fito estrogênios encontrados 
normalmente na soja, que possuem afinidade com o 
receptor de estrogênio, podendo exercer efeitos 
agonistas e antagonistas. Estas substâncias 
apresentam um efeito um pouco superior aos placebos 
no combate aos fogachos e ainda não se conhece a ação 
delas no epitélio mamário. Revisões sistemáticas 
utilizando fito estrogênios falharam em mostrar alívio 
dos sintomas do climatério. Seus efeitos são mais 
antiestrogênicos que estrogênicos e sua atividade 
hormonal cerca de 500 a 2000 vezes inferior à do 
estradiol. Foi observado redução estatística dos 
sintomas vasomotores em cinco estudos 
randomizados, compilados incluindo 411 mulheres 
com menopausa natural recente (até um ano) com o 
uso de 40 ao 100 mg/dia de isoflavonas. 
ANTIDEPRESSIVOS: ensaios clínicos controlados 
comparando placebo e inibidores da recaptação de 
serotonina e noradrenalina (SNRI) para o tratamento 
de fogachos têm mostrado resultados mistos, com 
alguns ensaios demonstrando benefícios e outros 
nenhum efeito. Diferenças metodológicas, variações 
na população dos estudos e o mecanismo fisiológico 
pouco compreendido dos fogachos contribuem para 
os resultados inconsistentes. Um estudo randomizado 
controlado comparando Escitalopram e placebo, 
durante oito semanas, demonstrou que o 
medicamento (10–20 mg/dia) é efetivo no tratamento 
dos fogachos em mulheres no climatério. Mais da 
metade das mulheres (55%) do grupo que utilizou 
Escitalopram, contra 36% no grupo placebo, 
relataram uma diminuição de 50% ou mais na 
frequência dos fogachos, um indicador clínico 
significativo de melhoria. Reduções na gravidade e no 
incômodo dos fogachos também foram significativas e 
acompanhou a redução na frequência dos mesmos. 
Quando os participantes interromperam o uso de 
Escitalopram os fogachos rapidamente retornaram. 
Estes resultados indicam que o Escitalopram é uma 
opção farmacológica não-hormonal eficaz no 
tratamento e controle dos fogachos em mulheres que 
se encontram no climatério.

Continue navegando