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Mayra Maisa – medicina – 4º semestre sp2.2: calado estou errado..se falo, dá briga! EXPLICAR O CICLO MENSTRUAL A PARTIR DA MENARCA. O período da puberdade é causado por aumento gradual na secreção dos hormônios gonadotrópicos pela hipófise, começando em torno dos 8 anos de idade, e normalmente culminando no início da puberdade e da menstruação, entre 11 e 16 anos de idade, nas meninas (em média, aos 13 anos). menstruação A menstruação é causada pela redução de estrogênio e progesterona, especialmente da progesterona, no final do ciclo ovariano mensal. O primeiro efeito é a redução da estimulação das células endometriais por esses dois hormônios, seguida ocorre rápida involução do endométrio com diminuição de sua espessura prévia. Em seguida, durante as 24 horas que precedem o surgimento da menstruação, os vasos sanguíneos tortuosos, que levam às camadas mucosas do endométrio, ficam vaso espásticos, supostamente devido a algum efeito da involução, como a liberação de material vasoconstritor — possivelmente um dos tipos vasoconstritores das prostaglandinas, presentes em abundância nessa época. O vaso espasmo, a diminuição dos nutrientes ao endométrio e a perda de estimulação hormonal desencadeiam necrose no endométrio, especialmente dos vasos sanguíneos. Consequentemente, o sangue primeiro penetra a camada vascular do endométrio, e as áreas hemorrágicas crescem rapidamente durante um período de 24 a 36 horas. Gradativamente, as camadas externas necróticas do endométrio se separam do útero, em locais de hemorragia, até que, em cerca de 48 horas depois de surgir a menstruação, todas as camadas superficiais do endométrio tenham descamado. A massa de tecido descamado e sangue na cavidade uterina mais os efeitos contráteis das prostaglandinas ou de outras substâncias no descamado em degeneração agem em conjunto, dando início a contrações que expelem os conteúdos uterinos. As menstruações normais têm duração de três a sete dias, com intervalos de 28 dias em média, podendo variar de 21 a 35 dias entre um ciclo e outro. Avaliação endometrial. A camada basal, formada por células estromais recobertas por células epiteliais, é delgada, abriga glândulas curtas e é irrigada pelas artérias retas. É a partir dela que o endométrio se reconstitui a cada ciclo. A camada funcional, constituída de células epiteliais colunares, ciliadas e ricas em glicogênio, glândulas tortuosas e vasos espiralados, tem sua estrutura celular, glandular e vascular modificada em diferentes fases do ciclo menstrual com tamanha precisão que possibilita ao histologista “datar” o endométrio, ou seja, determinar o dia do ciclo em que a mulher se encontra. As variações endometriais podem ser também observadas com a ultrassonografia. Partindo de um aspecto indistinto durante a menstruação, ele aparece ao ultrassom, tão logo cessa o fluxo, como uma linha. Uma semana depois se apresenta já mais espesso, com aumento do número de glândulas e formação de um padrão de “faixa tripla”. A contínua elevação do estradiol provoca o gradual aumento da espessura do endométrio, das glândulas e da proliferação vascular, que pode ser observada pela Doppler velocimetria, atingindo o máximo imediatamente antes do pico de LH. Uma vez ocorrida a ovulação, a produção crescente de progesterona provoca profundas mudanças na mucosa endometrial, caracterizada por cessação das mitoses e reorganização das glândulas: a imagem de “faixa tripla” desaparece e o endométrio torna-se uniformemente claro. Na fase lútea tardia, o decréscimo da síntese de estradiol e de progesterona resulta na compactação da mucosa, na diminuição acentuada da vascularização e início da desagregação endometrial, que prossegue até o início do fluxo menstrual. O ciclo menstrual é caracterizado por várias fases, com início a partir da secreção dos hormônios gonadotrópicos FSH e LH, que começam a ser liberados pela hipófise anterior entre os 9 e os 12 anos, durante a infância esses hormônios não são secretados e ausência deles faz com que os ovários permaneçam inativos. Sendo assim, a secreção de FSH e LH leva então ao início dos ciclos sexuais mensais normais por volta dos 11 e 15 anos de idade, esse período de transição é denominando de puberdade e o primeiro Mayra Maisa – medicina – 4º semestre ciclo menstrual é denominado de menarca. A partir disso, ocorre aumento e diminuição cíclicos de FSH e LH durante cada mês do ciclo. Durante a infância o óvulo é nutrido pelas células adjacentes e também inibido pelo fator de inibição da maturação do oócito, isso mantém o óvulo no seu estado primordial. Após a puberdade, quando FSH e Lh começam a serem secretados em quantidades significativas, os ovários e os folículos em seu interior começam a crescer. O crescimento folicular é marcado então, pelo aumento do óvulo e em alguns o desenvolvimento de outras camadas da célula da granulosa, esses folículos são chamados de folículos primários. Com o aumento das concentrações dos hormônios, especialmente o FSH provoca o crescimento acelerado de 6 a 12 folículos primários por mês, junto com a proliferação das células da granulosa. Além disso, uma camada de células fora da granulosa começam a proliferar e surge então a teca que é dividida em duas camadas; a interna, que é responsável pela secreção de hormônios esteroides (estrogênio e progesterona) e camada externa; forma a capsula do folículo. Após isso, as células da granulosa começam a secretar o liquido folicular que contem alta concentração de estrogênio, e o acúmulo desse líquido causa o aparecimento do antro, surge então os folículos antrais, que aumentam rapidamente. No entanto, antes da ovulação ocorre a maturação de apenas um folículo e os outros involuem (atresia). Após a fase de desenvolvimento folicular, vem a ovulação. Para que ocorra a ovulação é necessário a secreção de LH, ele é responsável pela liberação de hormônios esteroides que atuam no rompimento e liberação do óvulo. Após essa fase vem a fase lútea O corpo lúteo atinge o estágio de desenvolvimento por volta de 7 a 8 dias após a ovulação e então começa a involuir e efetivamente perde suas funções secretoras, como também sua característica lipídica amarelada com cerca de 12 dias após a ovulação, devido as concentrações de FSH e LH estarem reduzidas, essa involução final ocorre em torno do 26º dia do ciclo, 2 dias antes da menstruação começar. O ciclo endometrial mensal ocorre por meio da proliferação do endométrio uterino, desenvolvimento de alterações secretoras no endométrio e descamação do endométrio. Durante a menstruação ocorre a perda de parte do endométrio pela descamação. Após o início da menstruação, cerca de 4 a 7 dias a superfície endometrial é revitalizada sob influência dos estrogênios, que são secretados em grande quantidade pelo o ovário. Em seguida, antes da ovulação, devido ao crescimento de células estrompais, de glândulas endometriais e vasos sanguíneos novos no endométrio, a espessura do mesmo aumenta bastante, cerca de 3 a 5 milímetros, essa é a fase proliferativa, estrogênica. Logo mais, a fase secretora ou progestacional é marcada pelo desenvolvimento acentuados do endométrio, essa fase ocorre cerca de uma semana após a ovulação e o endométrio atinge cerca de 5 a 6 milímetros. Toda essa preparação tem a finalidade de promover condições favoráveis a implantação do óvulo fertilizado, durante a última metade do ciclo mensal. No entanto, se o óvulo não for fertilizado, cerca de dois dias antes do final do ciclo mensal o corpo lúteo involui e a secreção de estrogênioe progesterona diminui e segue a menstruação. A menstruação ocorre no final do ciclo ovariano mensal, devido a uma diminuição dos hormônios ovarianos, principalmente a progesterona. O efeito dessa redução de hormônios é a diminuição da estimulação das células endometriais, seguida por rápida involução da espessura do endométrio. Devido esse processo, os vasos sanguíneos ficam vaso espásticos, soma se a isso a diminuição de nutrientes ao endométrio e a perda de estimulação hormonal, resulta então em necrose no endométrio, especialmente dos vasos sanguíneos. Em um período de 24 a 36 horas o sangue penetra a camada vascular do endométrio e áreas hemorrágicas crescem rapidamente. Essas camadas necróticas se separam gradativamente do útero em locais de hemorragia cerca de 48h depois de surgir a menstruação. O início das contrações que expelem conteúdo surge dos efeitos contrateis das prostaglandinas e de outras substâncias que agem em conjunto do descamo dessa massa de tecido em degeneração. Mayra Maisa – medicina – 4º semestre CARACTERIZAR O CLIMATÉRIO E DIFERENCIAR DA MENOPAUSA, RELACIONANDO AS MODIFICAÇÕES HORMONAIS DO EIXO HIPOTÁLAMO HIPÓFISE- OVARIANO OCORRIDAS NESSA FASE. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o climatério corresponde ao período de vida da mulher compreendido entre o final da fase reprodutora até a senilidade. Em geral, varia dos 40 aos 65 anos. Nesse período ocorre a menopausa definida como a interrupção permanente da menstruação e reconhecida após 12 meses consecutivos de amenorreia. No climatério observa-se diminuição da fertilidade e, progressivamente, declínio da produção de estradiol pelo ovário, embora mantenha certo equilíbrio hormonal pela maior produção de androgênios e sua conversão periférica em estrogênio. A menopausa precoce ocorre quando se estabelece antes dos 40 anos de idade, e tardia após os 55 anos. menopausa Entre 40 e 50 anos de idade, o ciclo sexual geralmente torna-se irregular, e a ovulação muitas vezes não ocorre. Depois de alguns meses a alguns anos, o ciclo cessa totalmente. O período durante o qual o ciclo cessa e os hormônios femininos caem a quase zero é denominado menopausa. A causa da menopausa é o “esgotamento” dos ovários. Durante toda a vida reprodutiva da mulher, cerca de 400 dos folículos primordiais crescem em folículos maduros e ovulam, e centenas de milhares de óvulos degeneram. Em torno dos 45 anos de idade, apenas uns poucos folículos primordiais continuam a ser estimulados por FSH e LH e, a produção de estrogênios pelos ovários diminui à medida que o número de folículos primordiais se aproxima de zero. Quando a produção de estrogênio cai abaixo de nível crítico, os estrogênios não conseguem mais inibir a produção das gonadotropinas FSHe LH. Em vez disso, as gonadotropinas FSH e LH (principalmente FSH) são produzidas depois da menopausa em quantidades elevadas e contínuas, mas, como os folículos primordiais remanescentes ficam atérmicos, a produção de estrogênios pelos ovários cai quase a zero. A perda dos estrogênios geralmente causa mudanças fisiológicas acentuadas, incluindo (1) “fogachos”, caracterizados por rubor extremo da pele; (2) sensações psíquicas de dispneia; (3) irritabilidade; (4) fadiga; (5) ansiedade; e (6) diminuição da resistência e da calcificação dos ossos no corpo inteiro. Esses sintomas são de magnitude considerável em apenas 15% das mulheres e necessitam de tratamento. CARACTERIZAR A TENSÃO PRÉ MENSTRUAL, SUAS CAUSAS E TRATAMENTO. A SPM e o transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM) são dois transtornos relacionados aos sintomas da fase pré-menstrual. Considera-se o TDPM como sendo um subtipo e também como a forma mais grave da SPM. A prevalência dos sintomas da SPM é de 75% a 80% nas mulheres em idade reprodutiva e com grande variação no número, duração e gravidade dos sintomas. Já a prevalência do TDPM é de 3% a 8% e os sintomas estão relacionados ao humor, como déficit de funcionamento social, profissional e familiar. Os sinais e sintomas são físicos e psicológicos ou comportamentais, apresentando relação temporal com o período pré-menstrual e com características de repetição a cada novo ciclo. São sinais e sintomas comumente observados: aumento do tamanho e da sensibilidade das mamas; inchaço nas pernas e, às vezes, no corpo todo; ganho de peso; cefaleia; fadiga; dor nas pernas; aumento do volume abdominal; acne; ansiedade; irritabilidade; depressão; mudanças de humor; depreciação da autoimagem e alteração do apetite. A intensidade e a qualidade dos sinais e sintomas encontrados são muito variáveis de mulher a mulher, e têm sido relatadas desde a menarca até a menopausa. A maioria das mulheres busca ajuda para a TPM por volta dos 30 anos, após 10 anos ou mais com os sintomas. ETIOLOGIA: a progesterona e os metabólitos ativos de progesterona atuam como moduladores dos neurotransmissores serotoninérgicos do sistema nervoso central13-16(D). As flutuações desses hormônios esteroides ovarianos, na fase lútea, resultam em alterações do sistema 5- hidroxitriptamino (5-HT) no cérebro. O 5-HT é um neurotransmissor serotoninérgico implicado na regulação do humor e da ansiedade, como também na regulação do apetite, do sono e da excitação4,17,18(D). Além disso, os hormônios sexuais ovarianos modulam Mayra Maisa – medicina – 4º semestre a expressão e os efeitos farmacológicos do receptor do ácido gama-aminobutírico (GABA). O GABA é considerado um regulador primário de afeto e do funcionamento cognitivo. SINTOMAS: Os sintomas somáticos descritos referem-se à mastalgia, distensão abdominal, cefaleia e inchaço de extremidades ou sensação de “inchaço geral”. Os sintomas emocionais relatados são depressão, fúria, irritabilidade, ansiedade, confusão e isolamento social. Os critérios diagnósticos do American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG) apresentam como critérios de base a presença de um ou mais sintomas somáticos e/ou emocionais durante os cinco dias que antecedem o ciclo menstrual ou durante a fase lútea. Quando se tem até três desses sintomas presentes (físicos ou emocionais), a SPM é considerada leve e até quatro sintomas, moderada Recomendação Os anticoncepcionais hormonais combinados contendo a drospirenona como componente progestogênico e utilizados tanto em ciclos de 21 quanto ciclos de 24 dias compausa de sete ou quatro dias, respectivamente, pelo período de três ciclos menstruais consecutivos, demonstram melhoras nos sintomas pré-menstruais45(A). Essa indicação estende-se a todas as mulheres, mesmo as que não tenham finalidade contraceptiva. A prescrição dos contraceptivos hormonais seguirá as recomendações de elegibilidade dos mesmos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), os quais incluem fluoxetina, paroxetina, sertralina e outros, são atualmente considerados pertencentes à classe farmacológica mais eficaz no tratamento dos sintomas relacionados à SPM, bem como sua forma mais intensa, o TDPM. Evidências implicama participação do sistema serotoninérgico na patogênese da SPM, estando principalmente relacionado a sintomas de irritabilidade, humor deprimido e desejo por consumo de carboidratos. Esses medicamentos geralmente são usados diariamente, mas para algumas mulheres são indicados para utilização durante a fase lútea ou de sete a dezdias antes do início do ciclo menstrual. As doses diárias recomendadas são de 10 mg a 20 mg para fluoxetina; 10 mg a 30 mg para paroxetina e 25 mg a 50 mg para sertralina49. O tratamento com os ISRS destina-se principalmente para aquelas mulheres com maior prevalência primária para os sintomas emocionais graves ou com o TDPM21. Eles podem ser prescritos associados ou não aos contraceptivos hormonais. Os critérios utilizados para diagnosticar o TDPM são aqueles estabelecidos pelo Manual de Diagnóstico e Estatística da Associação Psiquiátrica Americana (DSM IV). Devem estar presentes cinco ou mais sintomas na maioria dos ciclos menstruais durante a última semana da fase lútea, sendo que estes começam a diminuir após o início da fase folicular. Dentre os cinco ou mais sintomas relatados, deve estar presente pelo menos um dos quatro primeiros listados a seguir: ➢ Humor deprimido, sentimentos de falta de esperança ou pensamentos autodepreciativos; ➢ Acentuada ansiedade, tensão, sentimento de estar com “nervos à flor da pele”; ➢ Instabilidade afetiva acentuada; ➢ Raiva ou irritabilidade persistente e acentuada ou conflitos interpessoais aumentados; ➢ Diminuição do interesse pelas atividades habituais; ➢ Sentimento subjetivo de dificuldade em concentrar-se; ➢ Letargia, fadiga fácil ou acentuada, falta de energia; ➢ Acentuada alteração do apetite, excessos alimentares ou avidez por determinados alimentos; ➢ Hipersonia ou insônia; ➢ Sentimento subjetivo de descontrole emocional; ➢ Outros sintomas físicos, como sensibilidade ou inchaço das mamas, cefaléia, dor articular ou muscular, sensação de “inchaço geral” e ganho de peso; Segundo dados da Organização Mundial de Saúde a prática da acupuntura alivia em 92%dos casos todos os sintomas a ela relacionadas sem recorrência por seis meses. Além disso, segundo a Organização Mundial de saúde a acupuntura melhora a dor menstrual em 91%dos casos. Em geral é comprovada a eficiência da Acupuntura no tratamento das dores Mayra Maisa – medicina – 4º semestre consequentes a diversas causas, bem como sua eficácia em reduzir as oscilações emocionais e a ansiedade. Um estudo que teve como objetivo avaliar a qualidade de vida de pacientes relacionados ao período menstrual que foram submetidos à terapia auricular demonstrou que ao praticar acupuntura melhores pontuações no Estado Geral de Saúde eram observadas. Além disso, os resultados demonstraram melhora na Capacidade Funcional e na Dor CorporaL. DESCREVER O DIAGNÓSTICO E O TRATAMENTO DA MULHER NO CLIMATÉRIO, CARACTERIZANDO OS PRINCIPAIS DISTÚRBIOS RELACIONADOS A ELE, BEM COMO AS INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DE REPOSIÇÃO HORMONAL. Depois da menopausa, quase nenhum estrogênio é secretado pelos ovários. Essa deficiência leva a uma maior atividade osteoclástica nos ossos; diminuição da matriz óssea; e menos depósito de cálcio e fosfato ósseos. Em algumas mulheres, esse efeito é extremamente grave, e a condição resultante é a osteoporose. Uma vez que a osteoporose pode enfraquecer muito os ossos e levar a fraturas ósseas, especialmente fratura das vértebras, muitas mulheres na pós-menopausa são tratadas profilaticamente com reposição de estrogênio para prevenir os efeitos osteoporóticos. Sintomas do climatério Embora o climatério e a menopausa sejam eventos fisiológicos na biologia da mulher, o aparecimento ou não de sintomas dependerá não somente de variações hormonais próprias desse período, mas também de fatores socioeconômicos. No período do climatério ocorrem alterações na fisiologia da mulher, caracterizadas por alterações hormonais (diminuição dos níveis de estradiol, progesterona e aumento das gonadotrofinas hipofisárias); modificações funcionais (disfunções menstruais, sintomas vasomotores); modificações morfológicas (atrofia mamária e urogenital, alterações da pele e mucosas) e outras alterações em sistemas hormono dependentes, como o cardiovascular e os ossos. Essas mudanças repercutem na saúde geral da mulher, podendo alterar sua autoestima e qualidade de vida, e também na longevidade. Manifestações menstruais No período, da Peri menopausa o intervalo entre as menstruações pode diminuir devido ao rápido amadurecimento dos folículos, o que ocorre pelos elevados níveis de gonadotrofinas ou os intervalos menstruais podem estar aumentados pela persistência dos níveis de estrógeno e ausência de progesterona. Quando menstrua, como o endométrio está hiperplasia do por essas alterações hormonais, as menstruações podem ser abundantes e com maior duração. Manifestações neurogênicas As manifestações neurogênicas compreendem os sintomas mais comuns da síndrome do climatério, isto é, ondas de calor, sudorese, calafrios, palpitações, cefaleia, tonturas, parestesia, insônia, perda da memória e fadiga. A patogênese das ondas de calor não é conhecida, mas é aparentemente originária no hipotálamo e pode estar relacionada com a queda estrogênica, levando à formação diminuída de catecolestrógenos no cérebro. Outra hipótese para a gênese das ondas de calor é que a diminuição nos níveis estrogênicos levaria à queda nas concentrações dos receptores de β-endorfinas, resultando na perda da inibição da atividade no adrenérgica e, consequentemente, estimulação dos neurônios produtores de GnRH. Manifestações psicogênicas Não se acredita que uma mulher emocionalmente adaptada sofra grandes perturbações existenciais no climatério. É possível, no entanto, que as limitações impostas e a insegurança determinada por quadro clínico exacerbado em decorrência de forte deficiência estrogênica possam influir desfavoravelmente no estado emocional da mulher e interferir no relacionamento familiar, na adaptação sexual e na integração social. Alguns sintomas psíquicos atribuídos a essa fase são: diminuição da autoestima, irritabilidade, labilidade afetiva, sintomas depressivos, dificuldade de concentração e memória, dificuldades sexuais e insônia. Mayra Maisa – medicina – 4º semestre manifestações metabólicas: metabolismo ósseo A idade está associada com progressiva rarefação do esqueleto. A perda óssea é mais considerável e as fraturas osteoporóticas são bastante comuns nas mulheres. A coluna e o colo do fêmur são os pontos usualmente mais comprometidos. O sintoma mais comum da osteoporose da coluna é a lombalgia, e os sinais mais representativos, perda de altura e cifose. A queda de estrogênio faz diminuir a atividade dos osteoblastos e aumenta a atividade dos osteoclastos. Assim, não se forma osso e, o que é mais importante, há reabsorção; a matriz óssea se desfaz e libera cálcio (desmineralização), ocorrendo alta remodelação óssea e instalando-se progressivamente a osteopenia e a osteoporose (que se caracteriza por fragilidade esquelética, baixa massa óssea e qualidade óssea alterada). Metabolismo lipídico Os esteroides sexuais podem influenciar o metabolismo lipídico e induzir alterações nas Apolipoproteína que constituem a parte proteica do sistema de transporte dos lipídeos. Tanto a Apolipoproteína A (apo-A) como a Apolipoproteína B (apo-B) mostram aumento significativo como resultado do decréscimo dos estrógenos sanguíneos. Antes da menopausa, os níveis de LDL (lipoproteína de baixa densidade) são menores e os de HDL (lipoproteína de alta densidade) são maiores nas mulheres se comparados com homens da mesma idade.Após a menopausa, os níveis de LDL aumentam, geralmente excedendo os de homens da mesma idade, com tendência para partículas menores, mais densas e potencialmente mais aterogênicas, enquanto os níveis de HDL diminuem. A deficiência estrogênica da pós-menopausa é considerada como fator relevante na etiopatogenia da doença cardiovascular e das doenças cerebrovasculares isquêmicas. Manifestações urogenitais - Devido à origem embriológica comum, tanto a bexiga quanto a uretra e órgãos genitais têm respostas semelhantes às mudanças hormonais, especialmente ao estrógeno. O processo atrófico que acompanha a redução estrogênica pode ser verificado no epitélio e tecidos pélvicos de sustentação, tornando a mucosa mais delgada, propiciando prolapsos genitais, além de sintomas vaginais, como ressecamento, sangramento e dispareunia, e uretrais, como disúria, frequência e urgência miccional. Manifestações tegumentares No climatério ocorrem alterações em todas as camadas da pele, que variam com a vulnerabilidade individual, determinada geneticamente, e a influência de agentes externos e internos, que agem sobre ela durante a vida. O hipoestrogenismo atuaria diminuindo a produção de colágeno pela alteração da polimerização dos mucopolissacarídeos. Na derme diminui a síntese de ácido hialurônico e com isto diminui o conteúdo de água. O ressecamento da pele é fator importante, tanto pelo adelgaçamento da epiderme como pela diminuição da capacidade de renovação da camada córnea, o que dificulta a hidratação da pele. Com o avançar da idade, a pele perde a elasticidade, os músculos enfraquecem e ficam frouxos, o coxim subcutâneo dissolve-se e a pele mais afinada perde o apoio, permitindo o aparecimento das rugas. Dada à redução no número de melanócitos, podem aparecer manchas hipocromias na pele ou formação de lentigos (sardas) e melanose (pigmento escuro) nas áreas expostas ao sol, devido à hiperplasia de melanócitos da junção derme epidérmica. contraindicações Existem contraindicações absolutas e contraindicações relativas que são bem semelhantes às contraindicações do uso de anticoncepcionais. Dentre as absolutas, encontramos a de pacientes com câncer estrogênio dependente, sangramento uterino de causa desconhecida, doença cardiovascular e doença hepática em atividade, devido a metabolização hepática dos hormônios, tempo superior a 10 anos de menopausa e história familiar de evento tromboembólicos. IDENTIFICAR OS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DA MULHER DO CLIMATÉRIO, ÍNDICE DE KUPPERMAN, O TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO E FARMACOLÓGICO. O diagnóstico de climatério é eminentemente clinico, associando-se a faixa etária da paciente, alterações menstruais e outros sintomas da privação hormonal, porem para avaliar sintomatologia, a necessidade de Mayra Maisa – medicina – 4º semestre tratamento e seus acompanhamentos, foram criados alguns índices que permitem avaliar, com certa praticidade, a intensidade da síndrome climatérica, na avaliação da intensidade dos sintomas, é útil o emprego de índices na sintomatologia. Os índices mais utilizados são o de Hauser o de Kupperman, os números obtidos servem para caracterizar objetivamente o quadro clinico e sua evolução com o tratamento, quando prescrito. Para a obtenção do índice de Hauser, a paciente deve dar notas de 0 a 10 para cada um dos sintomas listados, sendo 0- ausência do sintomas e 10- sintoma muito exacerbado, aos final soma-se todas as notas e dividi por 10, considera elevado acima de 7, a diminuição do índice ao longo do tratamento é um marcador de boa resposta terapeuta, os sintomas sãos: (fenômenos vasomotores, palpitação cardíaca, insônia, depressão, irritabilidade, queixas urinários, concentração e memória,diminuição da libido, secura vaginal e queixas locomotoras). A obtenção do índice de Kupperman é mais complexa e consiste em atribuir graus de intensidade aos sintomas listados, das seguintes forma: ausente (0), leve (1), moderado (2) e grave (3). Cada sintoma tem um coeficiente de importância, sendo 4 para sintomas vasomotores, 2 para insônia, parestesia e nervosismo e 1 para melancolia, vertigem, astenia e artralgia, cefaleia, palpitação e formigamento. Devem- se multiplicar os coeficientes de intensidade e importância de cada sintoma e soma-los posteriormente, classificam-se como: leves (menores que 20) moderados (entre 20 e 34) e graves (maiores que 34). Na maioria das mulheres a irregularidade menstrual é o principal sintoma relatado, como é decorrente de flutuação hormonal, em sua grande parte pode ser tratada clinicamente, entretanto, outros sintomas climatéricos podem ser confundidos com outas doenças ou menosprezados pela paciente, devendo perguntar ativamente. Outras alterações podem passar despercebidas nesse período, mas que não apresentam importância menor, incluem: diminuição da acuidade visual, perda relativa de olfato e paladar, diminuição da acuidade auditiva, ressecamento cutâneo e anemia. tratamentos farmacológicos: TERAPIA HORMONAL (TH) • Terapia de reposição hormonal (TRH): p/ pacientes COM SINTOMAS. - Tem útero: estrogênio (E) + progesterona (P). - Não tem útero: apenas estrogênio (não tem endométrio para proliferar e, por isso não aumenta risco de CA de endométrio). FSH não gera sintomas! • P+E: ↑risco cardiopatia isquêmica, AVC, CA mama, tromboembolismo. ↓risco de CA colo retal e fratura de bacia. • E: ↑risco de AVC, ↑risco CA endométrio (prolifera muito o endométrio e gera hiperplasia; esse risco ↓ se unir com progesterona, que protege contra essa ↑proliferação). • Duração: não há limite de tempo. Usar enquanto tiver benefícios. • Avaliações prévias da TRH: mamografia (garantir que ACO não vai estimular a proliferação de um CA oculto) e perfil lipídico (se dislipidemia já instalada pode ↑risco CV). • ACO: metabolizado no fígado. • Queixa de sangramento vaginal pós-menopausa: pode ser por atrofia, mas excluir CA endométrio antes de passar ACO. Estudos subsequentes: • ↑risco CV se iniciar TH após 10 anos de sintomas. • TH: < 10 anos do início dos sintomas + idade < 60 anos, sem doença CV. ↓risco DM2. JANELA PARA USAR HORMÔNIO • < 10 anos de menopausa; • < 60 anos; • Não ter doença CV instalada RECOMENDAÇÕES ATUAIS • Paciente sintomática: fogachos e atrofia vaginal. • Não indicada unicamente para tratamento de osteoporose: precisa ter os sintomas. Existem tratamentos melhores para osteoporose, apesar do estrógeno auxiliar na prevenção. • Contraindicações: CA mama (independente do receptor), CA endométrio, doença hepática grave, sangramento vaginal não diagnosticado, história de evento tromboembólicos, porfirias. Mayra Maisa – medicina – 4º semestre • Fator de proteção: osteoporose, CA cólon. • Tabagismo e hipertensão não contraindicam TRH. medicações • E+P combinado oral: ↓LDL, ↑HDL, ↑Triglicerídeos, ↑PCR e altera sistema renina angiotensina aldosterona (faz PA↑). - Não é a melhor escolha se dislipidemia, HAS. • E+P combinado transdérmico (adesivo, gel): ↓efeito sobre o metabolismo lipídico, ↓efeito sobre PCR e sistema R-A-A. - Indicação: HAS, triglicérides elevado. - Menos efeitos tromboembólicos. • Estrogênio isolado: se não tem útero. - Atenção: se história de endometriose (mesmo de passou por histerectomia) usar estrogênio e progesterona. Se administrar somente estrógeno, há chance de proliferação dos focos de aderências endometriais extraúteros.• Tibolona: metabolizada em estrogênio, progestágenos e androgênios. - Indicação: fogachos e desejo hipoativo, Triglicerídeos↑. - Perfil lipídico: tibolona ↑LDL, ↓HDL, ↓triglicerídeos. • Estrogênio vaginal (creme): sintomas somente urogenitais (pouca absorção sistêmica, não serve para sintomas vasomotores/fogachos). - Não interfere no perfil lipídico e não resolve fogachos. • Fitoestrogênios: sem evidência científica (efeito placebo). - Chá de amora, soja. - Se melhorar continuar usando. Não fará mal. • Sintomas vasomotores (fogachos) e contraindicação ao uso de hormônio (ex: CA mama, TVP, TEP): usar medicações que recaptam serotonina Paroxetina, Citolopram, Venlafaxina, Clonidina, Gabapentina. - Não trata atrofia vaginal. tratamento não farmacológico ATIVIDADE FÍSICA: embora existam poucos estudos acerca da prática de exercícios físicos e sua relação com a redução dos sintomas vasomotores, há relatos de que grupos que praticam regularmente atividades físicas aeróbicas, como natação e corrida, observam redução na severidade e na frequência das ondas de calor em até 50% quando comparada a um grupo de mulheres sedentárias. Além disso, a prática regular de atividade física contribui para a preservação da massa muscular e da flexibilidade articular, reduzindo a intensidade dos sintomas somáticos e levando a uma sensação de maior bem-estar no climatério. Ademais, observa-se melhora do humor, aumento da densidade mineral óssea, diminuição da frequência cardíaca de repouso, melhora do perfil lipídico e redução dos níveis pressóricos. Devido aos inúmeros benefícios em diversos sistemas e escassez de estudos sobre o tema, surge a necessidade de avaliar o quão eficiente a prática regular de exercícios físicos se mostra na redução dos sintomas vasomotores em mulheres no climatério. Não se sabe ao certo o quanto a prática de atividade física pode impactar positivamente na redução dos sintomas vasomotores e a consequente melhora da qualidade de vida das mulheres durante o climatério. Apesar disso, há uma série de razões que indicam que o exercício físico pode ser de grande benefício. Exercícios aeróbicos moderados diminuem, objetiva e subjetivamente, as ondas de calor 24 horas após o exercício. No entanto, as variações individuais das pacientes em relação ao exercício pode ser um fator que explique a grande variabilidade de resultados. Alguns autores propõem que a atividade física possua um efeito similar à TH na melhora dos sintomas vasomotores na medida em que aumenta os níveis séricos de ß-endorfinas, com consequente estabilização do centro termorregulador, reduzindo assim os sintomas. IOGA: a prática de ioga é um caminho para quem deseja melhorar o corpo, a mente e o dia-a-dia dos indivíduos. Para isso, trabalha-se postura, controle da respiração e meditação. Dessa forma, tem sido largamente utilizada para melhora da saúde e cura de doenças. Não se conhece o mecanismo exato que explique como a ioga ajuda em diferentes estados de doença, mas acredita-se que existam caminhos neuro- hormonais com um efeito seletivo em cada tipo de doença. Há diversos estudos que investigam os efeitos da ioga sobre os sintomas do climatério e mostram uma melhora importante na redução das ondas de calor e sudorese noturna. Há, inclusive, evidências que Mayra Maisa – medicina – 4º semestre sugerem que sua prática, mesmo que por pouco tempo, possa reduzir fatores de risco para doença cardiovascular. Considera-se a ioga bastante eficiente no manejo dos sintomas do climatério. ACUPUNTURA: a acupuntura é comumente utilizada no tratamento de sintomas climatéricos e outras condições ginecológicas e pode ser entendida como uma forma de estimulação neurológica. No entanto, estudos acerca de sua eficiência como prática terapêutica para controle de sintomas do climatério, especialmente ondas de calor, mostram resultados controversos. Alguns estudos randomizados compararam a eficiência da acupuntura na redução de sintomas do climatério como ondas de calor e insônia com uma simulação de acupuntura, na qual as agulhas são colocadas em sítios considerados não- terapêuticos. Dois deles observaram que a acupuntura reduziu a severidade das ondas de calor, sudorese e insônia de forma significativa quando comparada à simulação de acupuntura. Em relação à insônia, diversos estudos mostram que pacientes no período do climatério relatam melhora na qualidade do sono quando submetidas à acupuntura em relação a pacientes submetidas à simulação de acupuntura. FITOESTROGÊNIOS: após a divulgação dos dados do WHI, houve muito interesse e procura pelos hormônios naturais, com a falácia de que por serem naturais, estes não ofereceriam qualquer risco à saúde da mulher. Esta crença levou à prescrição de maneira indiscriminada destes compostos, sem levar em conta a eficácia e os riscos associados à medicação. As isoflavonas são fito estrogênios encontrados normalmente na soja, que possuem afinidade com o receptor de estrogênio, podendo exercer efeitos agonistas e antagonistas. Estas substâncias apresentam um efeito um pouco superior aos placebos no combate aos fogachos e ainda não se conhece a ação delas no epitélio mamário. Revisões sistemáticas utilizando fito estrogênios falharam em mostrar alívio dos sintomas do climatério. Seus efeitos são mais antiestrogênicos que estrogênicos e sua atividade hormonal cerca de 500 a 2000 vezes inferior à do estradiol. Foi observado redução estatística dos sintomas vasomotores em cinco estudos randomizados, compilados incluindo 411 mulheres com menopausa natural recente (até um ano) com o uso de 40 ao 100 mg/dia de isoflavonas. ANTIDEPRESSIVOS: ensaios clínicos controlados comparando placebo e inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (SNRI) para o tratamento de fogachos têm mostrado resultados mistos, com alguns ensaios demonstrando benefícios e outros nenhum efeito. Diferenças metodológicas, variações na população dos estudos e o mecanismo fisiológico pouco compreendido dos fogachos contribuem para os resultados inconsistentes. Um estudo randomizado controlado comparando Escitalopram e placebo, durante oito semanas, demonstrou que o medicamento (10–20 mg/dia) é efetivo no tratamento dos fogachos em mulheres no climatério. Mais da metade das mulheres (55%) do grupo que utilizou Escitalopram, contra 36% no grupo placebo, relataram uma diminuição de 50% ou mais na frequência dos fogachos, um indicador clínico significativo de melhoria. Reduções na gravidade e no incômodo dos fogachos também foram significativas e acompanhou a redução na frequência dos mesmos. Quando os participantes interromperam o uso de Escitalopram os fogachos rapidamente retornaram. Estes resultados indicam que o Escitalopram é uma opção farmacológica não-hormonal eficaz no tratamento e controle dos fogachos em mulheres que se encontram no climatério.
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