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Síndrome Nefrítica e Síndrome Nefrótica Glomérulo - Unidade funcional do rim - Membrana de filtração seletiva do sangue · Barreira de tamanho: fendas de filtração · Barreira de carga: carga negativa da membrana basal Glomerulopatias - 1ª direta e isolada - 2ª doença sistêmica Grupos - Nefrite e Síndrome Nefrítica: ao menos 2 manifestações clínicas (95%), quadro completo (40%), e GN rapidamente progressiva (1%) - Nefrose ou Síndrome Nefrótica - Latente/ subclínica (alteração laboratorial e função normal/ alterada leve): 4-5x mais frequente - Progressiva (evolução para insuficiência renal crônica) Mecanismos: - Imunológicos · Doenças infecciosas BACTÉRIAS: glomerulonefrite pós estreptocócica, endocardite infecciosa, nefrite, sífilis, hanseníase e tuberculose, clamídia, micoplasma e Rickettsia VÍRUS: SIDA, hepatites B e C, Epstein Barr, Herpes zoster PROTOZOÁRIOS: malária, toxoplasmose HELMINTOS: esquistossomose, leishmaniose visceral - Não imunológicos · Degenerativos (metabólicos, sistêmicos, infiltrativos ou depósito) · Enfermidades vasculares (hipertensão arterial) Patogenia - Complemento: complexo imune/ Ac + MBG Quimiotaxia + Inf. celular "inflamatório" + liberação subst. vasoativas Lesão endotelial + lib. enzimas lisossomais (PMN) Lesão da MBG aumento da permeabilidade - Síndrome nefrítica/ Glomerulonefrite - Classificação patológica - Quantitativa: · Focal: alguns ou maioria dos glomérulos · Difusa: todos os glomérulos · Segmentar: parte dos glomérulos · Global: todo o glomérulo - Qualitativa: · GN proliferativa · GN membrana plasmática · GN membranosa · GN não imune Definição - Lesão glomerular aguda com hematúria, oligúria, hipertensão, cilindros hemáticos, por vezes com baixa filtração glomerular, urina com alta concentração de Na+, geralmente com edemas Causas - Infecções: · Pós estreptocócica: EPIDEMIOLOGIA: áreas com surtos epidêmicos carecem de higiene primária, maior incidência 2-12 anos e em países subdesenvolvidos, risco de nefrite pós infecção por cepa nefritogênica é de 15% INFECÇÃO POR STREPTOCOCCUS: principalmente na orofaringe e na pele, período de latência 7-21 dias, cepas nefritogênicas, marcadores sorológicos (ASLO) e antiestreptoquinase ALTERAÇÕES: proteinúria nefrótica (crianças 5-10% e adultos 20%), queda de C3 e CH50 em 90%, microhematúria 100% (macro 30%), edema e hipertensão arterial (60-90%), insuficiencia cardíaca congestiva (crianças <5% e adultos 40%), azotemia (crianças 25 a 40% e adultos 80%) · Não pós estreptocócica: outras bactérias, vírus - Outros · Doenças sistêmicas · Doenças glomerulares primárias Aspectos clínicos - Sintomas gerais: · Hematúria (contínua, intermitente ou fugaz) · Edema · Hipertensão arterial – 30 a 80% · Oligúria (geral, transitória) ou anúria (raro) Aspectos laboratoriais: - Urina tipo 1: · Presença de hematúria com dismorfismo, cilindros hemáticos e alta densidade · Proteinúria nefrótica – apenas 20 a 30% · Clearence de creatinina, ureia e creatinina séricas – algumas vezes · AST: 70 a 80% pós faringites e 10 a 15% pós piodermites · Anti-desoxirribonuclease B - 90% pós piodermites · Complemento · USG e Rx abd - rins normais ou aumentados · Rx de Tórax - hipervolemia · Urografia excretora – não · Fator antinuclear (FAN) · Anticorpos · Componentes do complemento · Crioglobulinas séricas · Sorologias · Hemoculturas · Outras · Biópsia renal - Evolução e prognóstico: · Hematúria - até ± 6 meses, ou 1 a 2 anos · Proteinúria – geral/ em 30 dias, até > 6 meses · Hematúria e proteinúria leves até 2 anos · Biopsia · Retorno às atividades em ± 4 semanas · 90% cura em crianças · 50% cura em adultos · 5% GNC ou Nefrose · < 5% GNRP ou maligna → IRA/IRC Tratamento - Maioria dos casos: autolimitada – resolução espontânea - Infecção ativa: tratar com antibióticos, repouso relativo/ internação, restrição de sal e água, diuréticos, anti-hipertensivos, controle de hiperpotassemia, ultrafiltração ou tratamento dialítico, corticosteróides/imunossupressores/plasmaférese - Síndrome nefrótica – Incidência e prevalência: - 2-7 casos/ 100.000 crianças abaixo de 16 anos - 3 meninos para 2 meninas Fisiopatologia - Aumento exagerado da permeabilidade dos glomérulos às proteínas - Consequências: · Proteinúria: > 50mg/kg/dia ou 40/mg/m²/dia em crianças TIPOS: Seletiva: proteinúria às custas de albumina, a lesão renal acarreta perda predominante na barreira de carga (Nefropatia por Lesão Mínima) Não seletiva: perda proporcional de todas as proteínas do plasma, a lesão renal acarreta perda predominante na barreira de tamanho (GEFS) · Hipoproteinemia HIPOALBUMINEMIA: albumina - mantenedora da pressão oncótica, mantém o líquido intravascular. A albumina não é filtrada e o fígado, que é responsável por sua produção, não acompanha a perda de albumina e ocorre a hipoalbuminemia aumento do líquido intravascular edema aumento da PA (ocasional) OUTRAS PROTEÍNAS PLASMÁTICAS: Antitrombina lll – sua diminuição sérica causa hipercoagulabilidade (pode ocorrer tromboembolismo) TBG – sua diminuição causa alterações da função tireoidiana Imunoglobulinas e fatores do complemento: sua diminuição predispõe ao aparecimento de infecções por bactérias encapsuladas (S. pneumonie), hipogamaglobulinemia e perda do fator B e properdina · Edema: TEORIA DO UNDERFILLING: edema generalizado dependente da queda da pressão oncótica (efeito da hipoalbuminemia) TEORIA DO OVERFILLING: retenção hidrossalina primária (reabsorção exagerada de sódio no túbulo coletor) · Hiperlipidemia: HIPERCOLESTEROLEMIA: aumento da lipoproteína LDL devido a hiper estimulação do fígado para produzir a albumina LIPIDÚRIA: sedimento urinário com corpos graxos ovalados e cilindros graxos · Complicações: FENÔMENOS TROMBOEMBÓLICOS ALTA SUSCEPTIBILIDADE A INFECÇÕES Aspectos clínicos - Sintomas gerais: · Proteinúria nefrótica: 3,5 g/24h p/ 1,73 m2 ou > 50 mg/kg/dia, afetados pela TFG e albuminemia · Hipercoagulabilidade: fibrinogênio e fatores V, VII, VIII e X, além de leve plaquetas, uso diuréticos e corticoides · Hipoalbuminemia (albuminemia pode ser normal) · Edema matinal palpebral MMII · Hiperlipidemia · Lipidúria · Ascite, derrame pleural, derrame pericárdico e anasarca · Cilindros hialinos Prognóstico - Maioria córtico-sensível - 1/3 episódio único - 1/3 recorrências ocasionais - 1/3 córtico-dependente - Atividade tende a diminuir após a adolescência - Córtico-resistentes: pior prognóstico (17%) - GEFS: a maioria evolui para falência renal crônica, se não tratada (50% em 6-8 anos) - Membranosa: até 60% apresenta algum grau de remissão espontânea. Apenas 40% evolui para falência renal ao longo de 15 anos, se não tratados - Membranoproliferativa: 50-60% evolui para falência renal em 10-15 anos. 25-40% mantem a função renal estável e ainda 10% remite espontaneamente Exames complementares - Urina de 24h: 1ª urina da manhã com estimativa da proteinúria diária através da relação proteína total/creatinina ou albumina/creatinina - Dosagem de complemento · Exames laboratoriais: proteínas séricas, ureia, creatinina, lipidograma e EAS · Eletroforese de proteínas urinárias · Exames de imagem (USG) · Biópsia renal e microscopia óptica (>1 ou >10 anos de idade, ausência de resposta clínica após 28 dias de prednisona, alterações no curso clínico) Tratamento - Corticoterapia - Antibioticoterapia - Imunossupressores - Diuréticos - Prednisona - Córtico-resistente - Controle de infecções - Vacinas 9 - Síndrome Nefrótica-Nefrítica – Causas - Nefrite lúpica estágio ¾ - Nefropatia da IgA - Glomerulonefrite membranoproliferativa associada à hepatite C, associada a endocardite, associada a esquistossomose ou idiopática - Outras
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