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IDOSA COM REDUÇÃO DO APETITE E DISPNEIA

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IDOSA COM REDUÇÃO DO APETITE E DISPNEIA
CASO: L.H.P., 72 anos, do lar.
Anamnese
Queixa principal
Paciente relata diminuição do apetite, cansaço nas pernas e falta de ar aos esforços.
Histórico do problema atual
Comparece à Unidade Básica de Saúde para consulta de enfermagem, conforme agendamento realizado pelo Agente Comunitário de Saúde. Relata apresentar falta de ar a pequenos esforços há quatro meses, em situações como ao subir um lance de escada. Refere também cansaço e inchaço em membros inferiores, com piora nos últimos dez dias. Há pouco mais de um mês tem apresentado diminuição do apetite. Percebeu que está urinando mais durante a noite; faz uso regular de paracetamol 500mg para dores gerais nas articulações.
Revisão de sistemas
Neurológico: refere alteração no padrão do sono.
Cardiorrespiratório: dispneia a pequenos esforços.
Trato gastrointestinal: apetite diminuído. Relata eliminação intestinal presente, uma vez ao dia.
Geniturinário: relata episódios de infecção urinária recorrente, com duas ocorrências no último ano, mas no momento sem queixas relacionadas. Refere também nictúria, três vezes por noite, há mais de três meses. Fez a última coleta de Papanicolau há menos de um ano, sem alterações.
Nutricional: faz três refeições ao dia, com alimentação rica em carboidrato; ingere cerca de 2L de água.
Musculoesquelético: cansaço e edema em membros inferiores. Deambula com auxílio de bengala. Não pratica atividade física e realiza as tarefas básicas de casa com leve dificuldade.
Histórico
Antecedentes pessoais
Paciente diagnosticada com Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) há dez anos, mantendo acompanhamento irregular. Relata atendimento na emergência, há 6 meses, por crise hipertensiva, foi medicada e prescritos exames laboratoriais que deveriam ser levados ao médico da UBS de referência – realizou os exames, porém não compareceu em nenhuma UBS até o momento. Refere dificuldade para seguir corretamente a prescrição dos medicamentos por esquecimento. Não fumante. Teve quatro filhos nascidos de parto vaginal, sendo o último há 28 anos.
História social
Casada, dona de casa, cursou o primário. Mudou há três semanas para o bairro, reside com o marido e dois filhos numa casa de alvenaria, com água tratada, energia elétrica e rede de esgoto. Renda familiar de aproximadamente 3 salários mínimos. Marido aposentado complementa a renda fazendo “bicos” de eletricista. Frequenta a igreja católica do antigo bairro, uma vez por semana. Ainda não conhece a vizinhança.
Antecedentes familiares
Refere que os pais eram hipertensos, sendo que o pai faleceu por acidente no trânsito e a mãe faleceu por edema pulmonar (“água no pulmão”).
Sinais vitais
PA: 160/100 mmHg
FC: 98 bmp
FR: 24 mrpm
Tax: 37°C
Medicações em uso
Captopril 25 mg: 1 cp 2x/dia
Hidroclorotiazida 25 mg: 1 cp.,1x/dia
Paracetamol 500 mg: 1 cp., 2x/dia, quando necessário
Exame Físico
Mucosas hidratadas e hipocoradas.
Lúcida, orientada, comunicativa, em bom estado geral e boas condições de higiene.
Circunferência abdominal: 98 cm	Altura: 1,60 m		Peso: 83 kg	 IMC: 32,42 Kg/m²
Face
Face condizente com a idade. Edema leve em pálpebras. Pupilas isocóricas. Arcada dentária com ausência de três dentes inferiores, substituídos por prótese parcial removível.
Pele e anexos
Turgor cutâneo normal para a idade; pele seca e áspera.
Tórax
Ausculta cardíaca: ritmo regular, 2 tempos, bulhas normofonéticas.Exames laboratoriais
Hemoglobina: 11,2 g/dL
Hematócrito: 33,0 %
Creatinina: 0,94 mg/dL
Glicemia de jejum: 92 mg/dL
Colesterol total: 202 mg/dL
Colesterol LDL: 120 mg/dL
Colesterol HDL: 40 mg/dL
Ausculta pulmonar: sem presença de estertores.
Abdome
Indolor e depressível à palpação, não sendo constatado visceromegalias; 
ruídos hidroaéreos presentes.
Membros inferiores
Extremidades aquecidas e com boa perfusão periférica
Edema: +++/++++
Questão 1: Na lista de problemas identificados na Sra. L. H.P. devemos incluir:
A. Risco para queda e sedentarismo
B. Inapetência e anemia
C. Obesidade central e sobrepeso
D. Tabagismo e depressão
E. Nictúria e dispneia
F. Hipertensão e edema
G. Infecção urinária e disúria
Questão 2: Quais as condutas que o enfermeiro deverá realizar para o caso da Sra. L.H.P?
A. Suspeitar de doença renal crônica.
B. Investigar a alimentação do paciente com objetivo de corrigir o peso.
C. Agendar consulta médica o mais breve possível e agendar consulta de enfermagem para 15
D. Orientar o controle de PA uma vez por semana.
E. Entregar a Caderneta de Saúde do Idoso e cadastrar no HIPERDIA
F. Orientar a prática de atividade física para redução de edema e controle da PA.
G. dias para acompanhamento da adesão às orientações.
Questão 3: Quais condutas o enfermeiro deverá realizar nesta segunda consulta?
A. Registrar valores na Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa
B. Verificar PA e realizar ausculta pulmonar
C. Verificação de retorno venoso periférico e presença de edema
D. Indicar dieta hiperssódica
E. Identificar problemas na execução da nova dieta e identificar hábito urinário
F. Verificar peso e circunferência abdominal e confirmar medicações em uso
G. Verificar o entendimento da Sra. L.H.P. sobre a necessidade do autocuidado.
Questão 4: Considerando a avaliação global da pessoa idosa, o que deverá ser considerado na avaliação:
A. Avaliação cognitiva e avaliação funcional das atividades diárias
B. Incontinência urinária e sexualidade
C. Acuidade visual e auditiva
D. Avaliação do suporte familiar e social
E. Mobilidade e quedas
F. Alimentação e nutrição
G. Vacinação, depressão e violência
Questão 5: Utilizando a ficha de 'avaliação breve' foi identificada uma leve dificuldade auditiva. Considerando que a comunicação é uma ferramenta essencial para o entendimento das informações e manutenção do vínculo com o usuário, o enfermeiro comunica-se efetivamente:
A. Usar fala clara, manter a comunicação visual e não repetir a mesma orientação para não confundir.
B. Usar linguagem clara e objetiva, enfatizando termos técnicos necessários para realizar as orientações.
C. Utilizar linguagem clara e pausada, mantendo a comunicação visual e aumentando tom de voz somente se for necessário.
D. Utilizar na fala, preferencialmente, termos carinhosos como 'vovó', 'querida' ou termos diminutivos como 'lindinha' e 'bonitinha'.
SAIBA MAIS
ÍNDICE DE MASSA CORPORAL
A antropometria é muito útil para o diagnóstico nutricional dos idosos. É um método simples e com boa predição para doenças futuras, mortalidade e incapacidade funcional, podendo ser usada como triagem inicial, tanto para diagnóstico quanto para o monitoramento de doenças.
A classificação do estado nutricional de idosos, assim como a de adultos, é realizada a partir do valor bruto de IMC. Porém, para esse estágio de vida são definidos dois pontos de corte distintos daqueles de adultos para o indicador de IMC (valores de IMC de 22,0 e 27,0), permitindo a seguinte classificação:
· Valores de IMC menor ou igual a 22,0: idoso com baixo peso.
· Valores de IMC maior que 22,0 e menor que 27,0: idoso com peso adequado (eutrófico).
· Valores de IMC maior ou igual a 27,0: idoso com sobrepeso.
O declínio da altura é observado com o avançar da idade. Isso ocorre em decorrência da compressão vertebral, mudanças nos discos intervertebrais, perda do tônus muscular e alterações posturais;
O peso pode diminuir com a idade, porém, com variações segundo sexo. Essa diminuição está relacionada à redução do conteúdo da água corporal e da massa muscular, sendo mais evidente no sexo masculino;
Alterações ósseas em decorrência da osteoporose;
Mudança na quantidade e distribuição do tecido adiposo subcutâneo;
Redução da massa muscular devida à sua transformação em gordura intramuscular, o que leva a alteração na elasticidade e na capacidade de compressão dos tecidos. (BRASIL, 2006b, p. 32)
Obesidade Central
Da mesma forma que o excesso de massa corporal traz risco, o padrão de distribuição da gordura tem implicações diferenciadas à saúde. Indivíduos com circunferência abdominal aumentada apresentam aumento de tecidoadiposo visceral, que confere risco para distúrbios metabólicos, em especial à hipertensão arterial.
O aumento da massa corporal está associado à pressão arterial elevada, e a perda de peso em indivíduos hipertensos é geralmente acompanhada por uma redução na pressão arterial. De acordo com os resultados de uma meta-análise, a perda de 1 kg de massa corporal está associada à redução de 1,2 a 1,6 mmHg na pressão sistólica e 1,0 a 1,3 mmHg na pressão diastólica.
Homem Mulheres
≥ 94 cm ⇒ alerta		≥ 80 cm ⇒ alerta
≥ 102 cm ⇒ ação		≥ 88 cm ⇒ ação
Fonte: Cadernos de atenção básica. Hipertensão arterial. 2006
Hipertensão Arterial Sistêmica e Doença Renal Crônica
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma das principais causas de Doença Renal Crônica (DRC) no Brasil. Cerca de 90% de pessoas que necessitam de terapia renal substitutiva são hipertensas, sendo o controle rigoroso da pressão arterial a principal ação para retardar a progressão da DRC.
Idoso e Doença Renal Crônica
O idoso, normalmente tem sua função renal diminuída. Se for portador de patologia crônica não-transmissível que possa prejudicar ainda mais essa função, provavelmente, evoluirá para a Insuficiência Renal Crônica.
Por isto, a possibilidade de Doença Renal Crônica (DRC) deve ser logo pensada ao analisar o conjunto de sinais e sintomas. Outros sintomas apresentados também indicam a presença da DRC como: edema palpebral, pele mais seca e áspera, palidez, insônia, nictúria, cansaço e história familiar de HAS.
Grupos de risco
A DRC consiste em lesão ou perda gradual e irreversível da função dos rins. De acordo com o Ministério da Saúde os principais grupos de risco para o desenvolvimento desta patologia são:
· Portadores de Diabetes mellitus;
· Portadores de hipertensão arterial;
· Pacientes com história familiar.
Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa
A Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa deverá ser utilizada para o registro de informações importantes sobre as condições de saúde e auxiliará os profissionais de saúde sobre quais as ações necessárias para que o idoso tenha um envelhecimento ativo e saudável, permitindo o acompanhamento e evolução da saúde. Integra um conjunto de iniciativas que tem por objetivo qualificar a atenção ofertada às pessoas idosas no Sistema Único de Saúde, instrumento proposto para auxiliar no bom manejo da saúde da pessoa idosa, sendo usada tanto pelas equipes de saúde quanto pelos idosos, por seus familiares e cuidadores (BRASIL, 2014).
Atribuições e competência do Enfermeiro frente à Doença renal crônica
I. Capacitar os auxiliares de enfermagem e os agentes comunitários e supervisionar, de forma permanente, suas atividades;
II. Realizar consulta de enfermagem, abordando fatores de risco, tratamento não-medicamentoso, adesão e possíveis intercorrências ao tratamento, encaminhando o indivíduo ao médico, quando necessário;
III. Desenvolver atividades educativas de promoção de saúde com todas as pessoas da comunidade; desenvolver atividades educativas individuais ou em grupo com os pacientes hipertensos e diabéticos;
IV. Estabelecer, junto à equipe, estratégias que possam favorecer a adesão (grupos com dislipidemia, tabagistas, obesos, hipertensos e diabéticos);
V. Solicitar, durante a consulta de enfermagem, os exames mínimos estabelecidos nos consensos e definidos como possíveis e necessários pelo médico da equipe;
VI. Repetir a medicação de indivíduos controlados e sem intercorrências;
VII. Encaminhar para consultas mensais, com o médico da equipe, os indivíduos não-aderentes, de difícil controle e portadores de lesões em órgãos-alvo (cérebro, coração, rins, olhos, vasos, pé diabético etc.) ou com comorbidades;
VIII. Encaminhar para consultas trimestrais, com o médico da equipe, os indivíduos que mesmo apresentando controle dos níveis tensionais e do diabetes, sejam portadores de lesões em órgãos-alvo ou comorbidades;
IX. Encaminhar para consultas semestrais, com o médico da equipe, os indivíduos controlados e sem sinais de lesões em órgãos-alvo e sem comorbidades. 
Conforme o Caderno de Atenção Básica no 19, a atenção prestada à pessoa idosa nos serviços de atenção básica está orientada para a realização da avaliação global com ênfase na funcionalidade. A constatação de dificuldades funcionais pode sugerir a presença de doenças ainda não diagnosticadas.
A Avaliação Global da Pessoa Idosa direciona a atenção para o/a idoso/a, com problemas complexos, de forma mais ampla, dando ênfase ao seu estado funcional e à sua qualidade de vida. É desenvolvida por uma equipe multiprofissional e tem por objetivo quantificar as capacidades e os problemas de saúde, psicossociais e funcionais do idoso de forma a estabelecer um planejamento terapêutico a longo prazo e o gerenciamento dos recursos necessários.
A Avaliação Global ajudará na identificação de funções prejudicadas pelo envelhecimento. Esta avaliação é composta por muitos instrumentos de auxílio para cada função, por exemplo Miniexame do estado mental para a avaliação cognitiva, Cartão Jaeger para avaliação da visão, teste do sussurro para a audição, entre outros.
Considerações finais
Além do compromisso profissional e ético, o enfermeiro possui a importante função de educador, sendo um dos grandes responsáveis por incentivar o autocuidado à saúde visto que desenvolve a atuação mais próxima aos pacientes. A atuação do enfermeiro na prevenção e progressão da DRC se traduz na assistência prestada de forma assistemática aos pacientes na atenção básica em saúde, sem discriminar ações específicas da prevenção e da progressão, como sendo um processo inseparável.

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