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Processos Bioquímicos e Biofísicos em Animais

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Objetivos
Módulo 1
Aminoácidos e proteínas
Reconhecer a estrutura química geral dos aminoácidos e das proteínas, bem
como suas propriedades químicas e funções no metabolismo celular.
Acessar módulo
Módulo 2
Enzimas
Identificar as enzimas, suas propriedades e funções, e os principais fatores que
interferem na cinética, regulação e inibição enzimática nas reações metabólicas.
Acessar módulo
Módulo 3
lipídeos
Identificar as propriedades e funções dos lipídeos, bem como suas relações com
o metabolismo animal.
Acessar módulo
Módulo 4
Carboidratos e nucleotídeos
Reconhecer as propriedades e funções dos carboidratos, as formas de digestão
e aproveitamento energético, e a estrutura dos nucleotídeos e ácidos nucléicos.
Acessar módulo
Introdução
Os animais domésticos possuem peculiaridades diversas, principalmente quando falamos em padrão alimentar.
Eles podem ser classificados como carnívoros (cães e gatos), herbívoros (equinos), herbívoros ruminantes (bovinos,
caprinos e ovinos) e onívoros (suínos e galináceos).
As diferenças de padrões alimentares entre os animais domésticos nos chamam a atenção para as diferentes
formas de obtenção de nutrientes, de acordo com sua dieta. O que há na composição desses alimentos tão distintos
que permite suprir as necessidades dos diferentes perfis alimentares animais?
Para responder a essa pergunta, apresentaremos os principais componentes presentes na dieta de um animal, como
as macromoléculas de proteínas, carboidratos e lipídeos. Além disso, estudaremos as relações desses componentes
com as reações que ocorrem nos organismos das diferentes espécies para a obtenção de energia e a manutenção
da homeostasia.
Agora que já nos familiarizamos com as biomoléculas e conceituamos o que é metabolismo, convidamos você a
acompanhar nosso conteúdo e a perceber como é fantástico o conhecimento da bioquímica molecular.
Biomoléculas e
metabolismo
Prof. Marcelo Granja
Descrição Biomoléculas, suas relações com as reações metabólicas para os animais domésticos e a bioquímica envolvida na
manutenção no metabolismo celular.
Propósito Compreender a estrutura e função das bioméculas por meio do estudo dos aminoácidos, das proteínas, enzimas,
dos lipídeos e carboidratos, bem como suas reações bioquímicas, para o entendimento da vida em nível celular e
molecular, em correlação com os mecanismos envolvidos nas diferentes formas de obtenção alimentar e
manutenção da homeostase das espécies de animais domésticos.

dVídeos
Aminoácidos e proteínas
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer a estrutura química geral dos
aminoácidos e das proteínas, bem como suas propriedades químicas e funções no
metabolismo celular.
Características dos aminoácidos
O que são aminoácidos?
Os aminoácidos são pequenas moléculas orgânicas que possuem, em sua constituição básica, átomos de carbono,
hidrogênio, nitrogênio e oxigênio. São classificados como constituintes da estrutura das proteínas e dos peptídeos, sendo
que cada uma dessas estruturas é formada por uma combinação de diferentes aminoácidos, gerando diferentes
proteínas e peptídeos.
Aminoácidos.
Nos tópicos a seguir, vamos conceituar os termos proteínas e peptídeos. Agora, já sabemos que os aminoácidos são os
elementos básicos que formam essas biomoléculas. A imagem nos ajuda a entender o conceito de organização
molecular. Observe que os aminoácidos são moléculas que irão se ligar e formar estruturas, como os peptídeos e
proteínas.
1
dVídeos
Aminoácidos, proteína e peptídeo.
Estrutura molecular dos aminoácidos
As moléculas de aminoácidos têm em comum a presença de um grupo carboxila, de um grupo amina e de um
hidrogênio, unidos ao mesmo carbono (carbono alfa). Diferem entre si na estrutura do seu grupo radical (grupo R) –
também conhecido como cadeia lateral –, sendo este responsável pelas diferentes estruturas e funções que cada
aminoácido irá exercer. A imagem, a seguir, demonstra a estrutura molecular de aminoácidos e sua relação com seus
componentes.
Estrutura de um aminoácido apresentando um Carbono central (Carbono alfa), grupo Amino, grupo ácido
carboxílico, hidrogênio e cadeira lateral.
Tipos de aminoácidos
Existem cerca de 20 diferentes tipos de aminoácidos disponíveis na natureza, e que irão exercer funções individuais ou
associar-se na formação de peptídeos e proteínas. Além dos 20 aminoácidos que fazem parte das proteínas
(aminoácidos proteicos), existem outros aminoácidos que têm funções metabólicas diversas, como precursores de
neurotransmissores, hormônios e participantes de reações bioquímicas, como demonstrado na estrutura molecular a
seguir:
Estrutura molecular dos 20 aminoácidos disponíveis na natureza.
Classi�cação dos aminoácidos
As classificações dos aminoácidos são baseadas nas estruturas químicas, que dão a eles diferenças entre algumas
propriedades e suas relações com outras moléculas ou componentes celulares. Tais propriedades são, entre outros:
 Polaridade
P d
dVídeos
Fica mais fácil compreender as diferenças de estruturas químicas sempre que associarmos essa análise com a
informação já apresentada, segundo a qual é a cadeia lateral (ou grupo radical – R) de um aminoácido que fornece a
diferença entre eles. Desse modo, podemos dividir os aminoácidos em cinco grupos de cadeias laterais de acordo com a
polaridade e carga, sendo eles:
Aminoácidos essenciais, não essenciais e limitantes
Já percebemos que existem classificações dos aminoácidos em relação à sua polaridade e carga, o que é fundamental
para entendermos sua relação com as reações metabólicas do organismo. Agora, precisamos entender as
especificidades de alguns aminoácidos, veja a seguir:
Aminoácidos não essenciais
Serão produzidos diretamente pelo organismo
do animal durante as reações metabólicas,
logo, os aminoácidos não essenciais
conseguem ser sintetizados pelos animais,
podendo ser formados a partir de precursores
de outros aminoácidos.
Aminoácidos essenciais
Não serão produzidos durante as reações
metabólicas, sendo necessária sua ingestão na
dieta. Ou seja, o animal não consegue sintetizar
nem produzi-los em quantidade suficiente para
suprir suas exigências metabólicas.
Há, ainda, o conceito de aminoácidos limitantes. Nesse caso, precisamos levar em consideração a presença de certo
aminoácido em um ingrediente ou dieta. Quando um aminoácido é um limitante, a sua falta na dieta determina o
excesso ou a carência de outro. Esse conceito é determinante para entendermos de absorção de aminoácidos, em que a
carência de um limitante irá limitar que o outro possa ser absorvido.
Na produção de frangos de corte, os principais aminoácidos limitantes são, primeiramente, a Metionina e, em seguida, a
Lisina. Nos suínos, essa ordem é inversa. Podemos encontrar esses aminoácidos na soja (metionina) e no milho (lisina),
de forma que devemos prestar atenção nas quantidades desses grãos na dieta dos animais para realizarmos a
suplementação correta desses aminoácidos e garantirmos que não ocorrerá a carência nutricional de nenhum deles.
A taurina é um aminoácido essencial limitante para gatos, já que esses animais não conseguem sintetizar a taurina em
níveis suficientes para suas demandas metabólicas.
Fontes de proteína animal, principalmente as vísceras, são
ricas em taurina, de modo que devemos suplementar
esses aminoácidos nas rações destinadas aos felinos.
Com isso, garantimos a sua ação em reações metabólicas
relacionadas ao crescimento do animal, a digestibilidade
de lipídeos por meio dos sais biliares e a atuação nos
músculos esqueléticos e cardíacos, estabilizando as
funções circulatórias.
Puma comendo pedaço de carne, fonte de proteína animal.

Presença de carga
 Hidro�licidade ou hidrofobicidade
 Tendência em interagir com o pH �siológico
Aminoácidos não polares ou alifáticos 
Aminoácidos polares sem carga 
Aminoácidos carregados negativamente ou aminoácidos ácidos 
Aminoácidos carregados positivamente ou aminoácidos básicos
Aminoácidos aromáticos 

Resumindo
Os aminoácidos limitantes são aminoácidos essenciais que estão presentes na dieta em concentrações inferiores à exigida
para o máximo desempenho animal, pois interferem na absorção dos demais aminoácidos.

dVídeos
Estrutura e formação das proteínas
A formação dos peptídeos
Para entender como as proteínas são formadas, assista ao vídeo e veja o que são ligações peptídicas e como essas
ligações contribuem para a construção dos peptídeos e proteínas.
Observe a seguir as estruturas proteicas:
Diferentes estruturas proteicas.
Apresentaremos, agora, as formas de organização das estruturas proteicas:
Aminoácido.
Estrutura primária
É dada pela sequência de aminoácidos e ligações peptídicas da molécula. Forma um arranjo linear, semelhante a um colar
de contas.
 1 de 4 
Função das proteínas
Associando as informações das funções e estruturas proteicas, podemos entender como cada uma delas pode interagir
dentro de um organismo. As estruturas primárias e secundárias das proteínas não apresentam um papel metabólico
importante, ficando a cargo de como elas se organizam posteriormente nas estruturas terciárias e quaternárias. Com
isso, temos, a classificação em dois grandes grupos funcionais:
Desnaturação proteica
Como já sabemos, as proteínas desempenham papéis importantíssimos nas reações metabólicas dos organismos vivos.
Essas ações são reguladas por diversos fatores, e sua modulação é muito importante para garantir que as proteínas
executem suas ações somente nos locais favoráveis para tal.

Proteínas fibrosas 
Proteínas globulares 
 
dVídeos
Essas ligações são importantes para configuração estrutural, mas são mais fracas do que as ligações covalentes
(ligação peptídicas, por exemplo) e, por isso, são mais facilmente quebradas. Dessa forma, elas podem sofrer um
processo chamado de desnaturação, ou seja, a perda da sua estrutura tridimensional.
A desnaturação pode ocorrer por diversos fatores, como a variação de temperatura, que pode mediar a ruptura das
ligações estabilizadoras da estrutura e fazer com que a proteína retorne à sua confirmação primária, perdendo sua
função. Há casos em que a proteína pode voltar à sua estrutura tridimensional (renaturação), fazendo com que ela possa
executar novamente suas ações metabólicas.
Modelo esquemático de desnaturação e renaturação proteica.
Além da temperatura, outros fatores podem levar ao mecanismo de desnaturação proteica, como as variações de pH.
Mudanças extremas no pHs podem alterar o estado de ionização dos aminoácidos, levando ao rompimento das ligações
de hidrogênio e, consequentemente, à mudança estrutural da proteína.
Pensando em situações da rotina, vamos imaginar que,
sem querer, pingamos um pouco de limão sobre o leite. Ao
realizarmos isso, veremos que o leite irá coalhar. Isso nos
mostra que o ácido do limão levou à desnaturação da
proteína do leite – a caseína –, mudando sua estrutura
química. Esse método é amplamente utilizado pela
indústria alimentícia na produção de queijos.
Especialista derrama ácido para fazer queijo.
Ao atendermos um paciente com febre, é extremamente importante a controlarmos, pois o aumento da temperatura
corpórea pode levar à perda de funções metabólicas das proteínas orgânicas, podendo agravar ainda mais os sinais
clínicos do animal que está sendo atendido por você. Esse fenômeno tem a participação da desnaturação das proteínas
que fazem partes das vias metabólicas, tirando o animal da homeostase.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Classi�cação dos aminoácidos
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Estrutura das proteínas
Saiba mais
Apesar de as estruturas proteicas terciárias e quaternárias possuírem atividades diretas sobre o organismo, essas formas de
organização não são muito estáveis nos organismos vivos. Isso ocorre em razão das interações intermoleculares – como as
interações iônicas, ligações de hidrogênio e forças hidrofóbicas – que realizam entre as estruturas secundárias.



Vamos praticar alguns conceitos?
Falta pouco para atingir seus
objetivos.
Questão 1
Ao planejarmos a dieta de um animal de produção, devemos sempre levar em consideração as necessidades
nutricionais desses animais. Os aminoácidos ganham grande destaque quando tratamos de equilíbrio na dieta, pois
existem alguns aminoácidos que determinam as taxas de desempenho animal e síntese proteica quando em
desequilíbrio com outro aminoácido.
Em relação a essa condição, qual é o nome do aminoácido citado?
A Aminoácido não essencial
dVídeos
Avalie o módulo
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Enzimas
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar as enzimas, suas propriedades e
funções, e os principais fatores que interferem na cinética, regulação e inibição
enzimática nas reações metabólicas.
Caracterização e estrutura das enzimas
Conceitos iniciais
Agora que já temos os conceitos de aminoácidos e proteínas, vamos avançar em nosso estudo sobre biomoléculas e
metabolismo, conhecendo os conceitos que envolvem as enzimas.
B Aminoácido essencial
C Aminoácido carregado negativamente
D Aminoácido carregado positivamente
E Aminoácido limitante
Responder
Questão 2
Os aminoácidos são biomoléculas que apresentam um esqueleto comum, onde o carbono alfa é o átomo central, ao
passo que os seus demais componentes estão ligados a eles. Entre os componentes dos aminoácidos, também
iremos encontrar outros componentes, como o grupamento amino, grupo ácido carboxílico, hidrogênio e cadeia lateral
– também chamado de radical. Entre esses componentes estruturais dos aminoácidos, qual é o responsável pela sua
variabilidade estrutural?
A Cadeia lateral
B Grupo ácido carboxílico
C Carbono alfa
D Hidrogênio
E Grupo amino
Responder

2
dVídeos
Primeiramente, é importante deixar claro que toda enzima é uma proteína – com exceção das ribozimas, que são RNAs.
Posteriormente, saber que uma enzima é uma proteína nos traz a informação de que elas também são formadas por
polímeros de aminoácidos unidos por ligações peptídicas e que podem sofrer desnaturação por ação de temperatura, pH,
polaridade, salinidade, solventes, radiações, entre outros.
As enzimas são catalisadores biológicos, facilitando a
execução das vias metabólicas orgânicas. Sem elas, as
reações do nosso organismo seriam bem lentas, trazendo
prejuízos na manutenção da homeostase. Ou seja, o
metabolismo corpóreo dos animais seria lento sem as
enzimas, no entanto, com a ação delas, esses processos
serão acelerados.
Enzimas são as aceleradoras do metabolismo.
Catálise de uma reação
O que é a catálise de uma reação?
Você já deve estar se perguntando como as enzimas conseguem acelerar as reações. Quando pensamos em
biomoléculas, é sempre importante sabermos que, se alguma molécula interage com outra, é porque elas conseguem se
reconhecer.
No caso da ação enzimática, toda a reação da qual as enzimas participam terão como resultado um produto e, para se
ter um produto de uma reação, é necessário que exista um reagente. Desse modo, as enzimas reconhecem um reagente
(molécula com quem vão interagir), catalisam uma reação com esse reagente e geram um produto como resultado final.
A imagem a seguir mostra essa interação enzimática.
Mecanismo de interação enzima-substrato e geração de um produto.
Por serem proteínas, as enzimas também possuem suas peculiaridades para um bom funcionamento. Tais
peculiaridades são importantes para garantir as ações das enzimas como catalisadoras de reações. Seu funcionamento
será dependente de condições como a temperatura, o pH do meio, as forças de ligação com os substratos, a
concentração do substrato, entre outras.
A amilase salivar é um exemplo de enzima que tem sua ação dependente do pH. Ela é uma enzima presente na saliva –
também conhecida como ptialina – que participa da digestão do amido quando o alimentoentra em contato com o
conteúdo salivar ainda na cavidade oral.
Nesse momento, a amilase salivar (enzima) consegue realizar a quebra do amido (reagente) e transformá-lo em maltose
(produto). Essa reação de quebra só ocorre porque o pH da cavidade oral é neutro, sendo o pH ideal para a ação dessa
enzima.
Glândula salivar secretando ptialina, auxiliando na quebra do amido alimentar e facilitando a digestão de
carboidratos.
Após a deglutição, a amilase salivar tem sua ação inibida ao chegar no estômago por causa da acidez do suco gástrico,
levando-a à desnaturação e parada de sua ação.
A ação das enzimas
Resposta
Catálise é a função mais importante das enzimas, sendo o processo pelo qual uma substância acelera determinada reação
química. Na ausência de catálise, a maioria das reações biológicas seria demasiadamente lenta e o metabolismo corporal,
extremamente baixo.

Saiba mais
As enzimas estão presentes em todas as células do organismo animal. Vale a pena rever os conceitos da relação
estrutura/função de uma proteína, porque caso a enzima sofra desnaturação, perderá sua estrutura conformacional e,
consequentemente, não poderá executar sua ação enzimática. Isso leva à perda das funções metabólicas celulares e ao
comprometimento da homeostase.

dVídeos
Cinética da ação enzimática
Já está claro que a principal função das enzimas é a catálise de reações, que são importantes para a manutenção do
equilíbrio orgânico. Também vimos que a enzima vai interagir com um substrato para que essas reações ocorram. Isso
quer dizer que nem toda molécula pode ser um substrato enzimático, uma vez que a enzima vai precisar que o substrato
seja reconhecido por um sítio específico para a sua ligação, chamado de sítio ativo.
Para esse reconhecimento específico, damos o nome de modelo chave-fechadura, em que o substrato precisa se encaixar
perfeitamente no sítio ativo para a enzima seja ativada. Caso esse encaixe não ocorra perfeitamente, a ativação da
enzima não será iniciada e, consequentemente, nenhuma ação ocorrerá. A imagem demonstra esse modelo e interação
substrato-enzima.
Modelo chave-fechadura de ativação enzimática.
Quando o substrato correto se liga ao sítio ativo da enzima, inicia-se a formação de uma estrutura conhecida como
complexo enzima-substrato. Após a formação do complexo enzima-substrato, iniciam-se as reações de catálise
enzimática, conforme demonstrado na imagem.
Ligação do substrato no sítio ativo da enzima e formação do complexo enzima-substrato.
A partir desse momento, as enzimas iniciam a aceleração das reações, mas sem alterar o resultado final, ou seja, a
presença da enzima não altera o produto de uma reação. A velocidade da reação vai depender da energia de ativação,
que é a energia necessária para iniciar qualquer reação química. Uma reação não catalisada necessita de mais energia
para ser iniciada. Por isso, ela é mais lenta.
Redução da energia de ativação pelas enzimas, para conversão de substratos em produtos.
Na imagem, é possível visualizar a representação de uma reação de conversão do substrato em produto na ausência de
uma enzima, mas a quantidade de energia necessária (energia de ativação) para que essa reação ocorra é alta. Quando
essa reação ocorre na presença de enzima, a energia de ativação é reduzida e o processo é catalisado, trazendo menor
consumo energético na execução da reação e fazendo com o que o organismo utilize menor quantidade de energia para
a manutenção de seu equilíbrio.
A conversão de um substrato em produtos depende da formação do complexo enzima-substrato (ES), que existirá
somente enquanto os produtos ainda não estão sendo gerados. A partir do momento em que os produtos começam a ser
formados, temos o surgimento do complexo enzima-produto (EP). À medida que mais produto é formado, esse complexo
deixa de existir, e a enzima se torna novamente disponível para ligação com o substrato, conforme demonstrado na
imagem a seguir.
Estado de transição enzimática, formação do ES - Complexo enzima-substrato e EP - Complexo enzima-produto com formação final dos produtos.
A seguir, temos um passo a passo das etapas do estado de transição enzimático:
Como resultado, temos a seguinte fórmula:
Onde:
E – Enzima
S – Substrato
ES – Complexo enzima-substrato
P – Produto
Regulação enzimática
Passo 1
Ocorre a atração entre enzima e
substrato com ligação do
substrato no sítio ativo da
enzima.
Passo 2
O complexo ES se torna
energeticamente mais favorável
para o início da reação.
Passo 3
Ocorre o início da reação e o ES
atinge o estado de transição, em
que o substrato está ligado aos
átomos com os quais reagirá,
dando início à catálise
enzimática.
Passo 4
À medida que ligações são
rompidas e novas são formadas,
o substrato se transforma em
produto e forma o complexo EP.
E + S ≡ ES ≡ EP ≡ E + P
––
–
–
–
–
–
–
–
dVídeos
Como a ação das enzimas é regulada?
Apesar de específicas, as ações das enzimas podem ser manipuladas e reguladas, mediando um aumento ou uma
diminuição das suas ações. Essas mudanças de padrões enzimáticos podem ocorrer tanto em sistemas biológicos
quanto em meios industriais, na produção de alimentos ou por uso farmacológico. Vamos chamar as variações das
atividades das enzimas de regulação enzimática.
Vale lembrarmos que as enzimas são polímeros de aminoácidos, ou seja, são proteínas com ações metabólicas. Vários
fatores podem alterar a velocidade de uma reação enzimática, como a concentração do substrato no estado de
transição, as variações no pH do meio (conforme vimos com a amilase salivar) e a elevação da temperatura (em
situações de febre), conforme demonstrado na imagem a seguir:
Fatores de regulação enzimática.
Agora vamos apresentar a descrição de cada ação enzimática:
Tipos de inibição da ação de uma enzima
Conforme vimos, as reações enzimáticas sofrem a ação de fatores regulatórios, mas também podem ter suas ações
interrompidas e inibidas durante algumas etapas do metabolismo celular.
O estudo da inibição enzimática foi importante para
identificar os componentes dos sítios alvo das enzimas e
conhecer as vias envolvidas nessas ativações, como o
mecanismo de ação de alguns fármacos – por exemplo, o
ácido acetilsalicílico, AAS, encontrado na aspirina. As vias
de inibição enzimáticas incluem alguns caminhos
distintos e são divididas em: inibição inespecífica e
inibição específica.
Enzima hepática em complexo com a droga quinina.
Inibição inespecí�ca
Ocorre quando os fatores de regulação enzimática levam a diminuição da velocidade da reação por intermédio, por
exemplo, de uma temperatura muito acima ou muito abaixo da temperatura ótima de ação enzimática. As alterações do
pH do meio que promovam mudanças nos sítios ativos das enzimas ou a remoção dos substratos da reação também
são exemplos de inibição inespecífica.
Inibição especí�ca
Nesse caso, teremos a ação de inibidor agindo diretamente sobre a enzima. Esse tipo de inibidor enzimático poderá ser
capaz de inibir ou diminuir a atividade de uma enzima ou de um grupo de enzimas específicos.
Quando essa ligação é irreversível, o inibidor liga-se covalentemente à enzima, que se torna indisponível para futura
ligação com o substrato efetor. Quando o inibidor é reversível, ele pode ter sua ligação desfeita com enzima, permitindo-a
que se ligue a um substrato e o converta em produto.
De forma geral, vamos encontrar três tipos de inibidores enzimáticos:
Tipos de inibição enzimática.
Concentração 
Variações do pH 
Temperatura 
Saiba mais
O inibidor enzimático pode se ligar de forma reversível ou irreversível à enzima. Em vez de ocorrer a formação do complexo
enzima-substrato, nos casos de inibições enzimáticas, ocorrerá a formação de um complexo enzima-inibidor (EI), que não é
capaz de formar produtos, pois impossibilita a interação entre a enzima e o substrato.

dVídeos
Veja a descrição de cada inibição enzimática:
Inibidor competitivo
Ocorre quando o substrato e oinibidor possuem estruturas semelhantes, ligando-se no mesmo sítio ativo. Ele inibe a
enzima de forma competitiva porque o substrato e o inibidor irão competir pelo mesmo sítio ativo.
 1 de 3 
Tipos de enzimas
Agora que já compreendemos o que é uma enzima, como elas agem e de que forma sua ação é regulada, precisamos
entender suas nomenclaturas e possíveis ações. Você já deve ter reparado que, sempre que nos referimos a uma proteína
com ação enzimática, seus nomes possuem o sufixo -ase e que, geralmente, o prefixo está associado ao substrato ou à
atividade que essa enzima exerce.
Essa modalidade de nomenclatura, apesar de fazer alusão à função da enzima, nem sempre esclarece, em sua
totalidade, a ação que uma enzima pode executar. Para isso, existem terminologias mais específicas, que classificam o
tipo e a função de uma enzima, seguindo as bases de suas reações de catálise, são elas:
Exemplo
A amilase salivar é responsável pela quebra do amido em maltose durante a passagem do alimento pela cavidade oral em
contato com a saliva.

 Hidrolases
São responsáveis por se associarem às moléculas de água para promoverem a quebra das ligações covalentes, como as
peptidases e a enzima amilase – importante enzima utilizada na digestão de carboidratos.
 Ligases
São responsáveis por formar novas moléculas pela união de duas já pré-existentes. Essas enzimas catalisam as reações de síntese,
por meio da junção de duas moléculas diferentes, formando novas ligações C-C, C-O, C-N, C-S. Para tal atividade, necessitam da
hidrólise de ATP. Como exemplo, podemos citar a enzima DNA ligase e as sintetases.
 Oxirredutases
São responsáveis por efetuar a transferência de elétrons, o que podemos definir como oxirredução ou reações de oxidação e
redução. Por exemplo, as desidrogenases e oxidases.
 Transferases
São enzimas que têm como finalidade realizar a translocação de grupos funcionais entre duas moléculas, nos quais uma molécula
é doadora de um grupo e a outra molécula é receptora, como o grupamento amina, carbonila, carboxila, fosfato de uma molécula
para outra. Podemos citar como exemplo a quinase.
 Liases
São responsáveis por atuar na remoção de molécula de água, gás carbônico e amônia, a partir da ruptura de ligações covalentes.
Tais enzimas catalisam as reações de lise (quebra) de ligações funcionais, como as ligações C-C, C-O, C-N, ligações duplas e até o
rompimento de anéis, via reações de hidrólise ou oxidação. Por exemplo, a descarboxilase.
 Isomerases
São responsáveis por mediar a conversão de substâncias isoméricas, sejam geométricas ou ópticas. Essas enzimas catalisam as
reações de isomerização por meio da transferência de grupos dentro da mesma molécula, formando isômeros, como as
i
 
dVídeos
Para finalizar nossos estudos a respeito das enzimas, ainda precisamos classificá-las dentro de mais uma divisão, são
elas:
Coenzimas: São as enzimas que necessitam associar-se com outras moléculas ou íons para exercer seu papel
catalítico e mediar suas funções enzimáticas.
Cofatores: São os componentes de que as coenzimas necessitam para mediar suas reações enzimáticas, podendo
ser íons ou moléculas orgânicas não proteicas, como as vitaminas. Os animais podem adquirir os cofatores em
diferentes alimentos, o que torna necessário uma viabilidade alimentar grande para a aquisição dessas moléculas.
Enzimas e os aspectos clínicos em animais de companhia
Assista ao vídeo e conheça a ação de importantes enzimas associadas a aspectos clínicos em animais de companhia.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Conceitos iniciais
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Como a ação das enzimas é regulada?
epimerases.



Vamos praticar alguns conceitos?
Falta pouco para atingir seus
objetivos.
Questão 1
Ao longo dos estudos, falamos bastante sobre o papel da amilase salivar nos processos de catálise das reações de
hidrólise do amido em maltose – processo que ocorre durante a mastigação e o contato do alimento com a saliva na
cavidade oral.
Entre os fatores de regulação da atividade da amilase salivar, assinale a forma de regulação que leva à perda da
atividade dessa enzima ao chegar no estômago do animal.
A Temperatura
B Concentração da enzima
dVídeos
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Enviar
Lipídeos
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar as propriedades e funções dos
lipídeos, bem como suas relações com o metabolismo animal.
Características e classi�cação dos lipídeos
O que são lipídeos?
Ao falarmos de lipídeos, a maioria de nós pensa na imagem de uma gordura de armazenamento de energia, mas os
lipídeos têm funções muito mais amplas do que armazenamento energético. Os lipídeos são moléculas caracterizadas
pela sua baixa solubilidade em água e alta solubilidade em solventes orgânicos, o que reflete a sua natureza hidrofóbica
e apolar.
São formados a partir da associação entre ácidos graxos e álcool, e suas moléculas apresentam um esqueleto de
carbonos (C) associado a átomos de oxigênio (O) e hidrogênio (H). No entanto, também podem conter outros elementos,
C Concentração de substrato
D Concentração do produto
E pH
Responder
Questão 2
A atividade das enzimas é muito importante na regulação das ações de manutenção da vida dos animais. É
necessário que essas enzimas executem suas ações, mas o controle das suas atividades também se faz necessário.
Ao analisarmos o papel do ácido acetilsalicílico (AAS) sobre a enzima ciclooxigenase-1, verificamos que essa
molécula se liga à enzima e, mesmo na presença do substrato ligado ao seu sítio ativo, a enzima ciclooxigenase-1
não consegue executar sua ação catalítica. A este tipo de inibição enzimática, damos o nome de:
A inibição irreversível.
B inibição incompetitiva.
C inibição competitiva.
D inibição não competitiva.
E inibição alostérica.
Responder

3
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como enxofre (S), nitrogênio (N) e fósforo (P). Alguns lipídeos estão combinados com outras classes de compostos,
como:
Lipoproteínas
Junção de proteínas e lipídeos.
Glicolipídeos
Combinação de um carboidrato e um lipídeo.
Os lipídeos mais abundantes são os triglicerídeos, que têm
função armazenadora de energia, pois apresentam maior
capacidade de estocagem de energia em comparação aos
carboidratos. Por isso, os triglicerídeos trazem uma
vantagem em relação aos carboidratos no que diz respeito
ao seu armazenamento. São os triglicerídeos
armazenados que causam a obesidade animal.
Obesidade animal.
Os fosfolipídeos são componentes estruturais das membranas biológicas e parte importante da permeabilidade seletiva
da membrana plasmática. O colesterol, visto por muitos como um vilão, tem importantes funções biológicas, sendo
precursor dos hormônios esteroidais e dos ácidos biliares, além de fazer parte da estrutura das membranas. Finalmente,
as vitaminas lipossolúveis têm importantes funções metabólicas, sendo a sua ação como cofatores enzimáticos um
exemplo dessas funções.
Tipos de lipídeos
Em nosso dia a dia, os lipídeos fazem parte de nossa dieta tanto na forma de ingestão direta, quanto na participação da
preparação dos alimentos. Olhando para a cozinha de casa, podemos encontrar dois tipos de lipídeos – os óleos e as
gorduras.
Por natureza, os óleos são lipídeos que, em temperatura
ambiente, apresentam-se líquidos. São glicerídeos de
ácidos graxos insaturados e, geralmente, são produtos de
origem vegetal, como o óleo de soja e o azeite de oliva. As
gorduras são caracterizadas por estarem sólidas em
temperatura ambiente. São glicerídeos de ácidos graxos
saturados de consistência sólida à temperatura ambiente
e, geralmente, produtos de origem animal, como a
manteiga.
Exemplos de lipídeos.
Ainda precisamos conhecer um pouco sobre as ceras – moléculas formadas por um lipídeo simples , constituído por
uma molécula de álcool ligada a uma ou mais moléculas de ácidos graxos. As ceraspodem ser de origem vegetal ou
animal.
Nos vegetais, as ceras têm a função de recobrir as folhas e diminuir a velocidade de evaporação da água. Para os
animais, como as aves, as ceras têm várias funções. Após espalhar as ceras por todo o corpo, as aves impermeabilizam
suas penas, facilitando o nado das aves aquáticas.
Ácidos graxos
Ao conhecermos os tipos de lipídeos, observamos termos com os quais ainda não estávamos familiarizados, como os
nomes de ácidos graxos. Pensando nas proteínas e nos lipídeos como macromoléculas, devemos ter ciência de que elas
são constituídas por estruturas menores.
Como já aprendemos, as moléculas constituintes das proteínas são os aminoácidos. Pois bem, quando falamos de
lipídeos, as principais moléculas constituintes são os ácidos graxos. Dessa forma, podemos dizer que os aminoácidos
estão para as proteínas como os ácidos graxos estão para os lipídeos. Podemos dividir os ácidos graxos em dois grupos
– os ácidos graxos saturados e insaturados. Vejamos:
Saiba mais
Fique atento para alguns lipídeos que fogem a essa regra. O óleo de coco é uma gordura de origem vegetal que se apresenta
de forma sólida e possui ácidos graxos saturados. Os óleos de peixes marinhos são produtos de origem animal, encontrados
na forma líquida e composição de ácidos graxos insaturados.

Ácidos graxos saturados 
Ácidos graxos insaturados 
dVídeos
Hidrogenação
Na natureza, encontramos os ácidos graxos insaturados na posição cis, ao passo que a indústria se utiliza de uma
técnica para transformar os ácidos graxos de cis para trans, por meio de um processo chamado de hidrogenação.
No processo de hidrogenação, átomos de hidrogênio são inseridos até que a gordura atinja a consistência desejada pela
indústria. Veja a seguir:
A gordura formada por ácidos graxos saturados com estrutura linear e com ponto de fusão mais elevado será
gerada.
A formação da gordura levará a uma melhor qualidade de estocagem, melhor palatabilidade e textura, e maior vida
de prateleira.
Por causa disso, a utilização nos processos químicos se torna mais vantajosa em produtos industrializados.
A seguir, vemos a diferença estrutural entre um ácido graxo na conformação cis de outro em conformação trans.
Diferença entre ácido graxo cis e ácido graxo trans.
Apesar de terem grandes vantagens para a indústria alimentícia, o consumo de gorduras trans (ácidos graxos
insaturados trans) está sendo associado a uma maior incidência de doenças cardiovasculares. Para evitar a ocorrência
dessas doenças, recomenda-se a substituição e, principalmente, a redução dessas gorduras e maior predileção pelas
gorduras naturais animal ou vegetal.
Função dos lipídeos
Qual a função dos lipídeos nos organismos vivos?
Agora que já sabemos onde encontramos os lipídeos e de que forma eles se organizam, estamos preparados para
conhecer as funções que eles desempenham nos seres vivos. Conforme vimos, as funções dos lipídeos vão além do
armazenamento de energia e, dessa forma, vamos dividir as suas funções em três grandes grupos: lipídeos de
armazenamento, lipídeos estruturais e lipídeos sinalizadores.
Lipídeos de armazenamento
São destinados à reserva e ao armazenamento de energia. No interior de células de armazenamento de lipídeos – os
adipócitos –, encontramos os triglicerídeos ou triacilgliceróis, que são as moléculas que compõem os lipídeos de
armazenamento e são constituídos pela junção de três ácidos graxos e uma molécula de glicerol, conforme demonstrado
na imagem a seguir.
Triglicerídeo.
Os triglicerídeos são responsáveis pelo fornecimento e armazenamento de energia, mas também pelo isolamento térmico
com a formação de uma barreira lipídica em torno do corpo e das vísceras, ajudando a manter a temperatura corporal.
Lipídeos estruturais
São encontrados nas membranas biológicas, sendo responsáveis por dar formas estruturais e participarem da
permeabilidade seletiva da membrana. As membranas são organizadas em uma dupla camada lipídica, também
chamada de bicamada lipídica, com grupamentos lipídicos situados tanto na membrana externa como na membrana
interna da bicamada.
Os lipídeos de membrana são classificados como moléculas anfipáticas, ou seja, possuem uma cabeça polar
(hidrofílica) e as caudas apolares (hidrofóbicas), como demonstrado na imagem a seguir.
Bicamada lipídica: cabeças dos fosfolipídeos, em vermelho, e as caudas, em amarelo.
Essa característica anfipática faz com que as cabeças polares dos fosfolipídeos estejam voltadas para o citosol e
espaço extracelular, enquanto as caudas apolares estão voltadas para o centro da bicamada. Essa disposição dos
lipídeos de membrana faz com seja criada uma barreira para a passagem de moléculas polares e íons.
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Estrutura de um fosfolipídeo e sua distribuição na membrana.
Essa disposição dos lipídeos de membrana faz com seja criada uma barreira para a passagem de moléculas polares e
íons. Os fosfolipídeos são os principais componentes desse grupo. No entanto, existem outros exemplos de lipídeos,
como: glicerofosfolipídeos, esfingolipídeos, galactolipídeos e sulfolipídeos.
Lipídeos sinalizadores
Os lipídeos sinalizadores são as moléculas metabolicamente ativas, pois participam diretamente de reações orgânicas.
Como membros dos lipídeos sinalizadores, podemos citar
os hormônios (como os esteroides anabolizantes
utilizados em animais atletas para melhorar de
performance física), cofatores enzimáticos em reações
importantes para a transferência de elétrons em
cloroplastos ou mitocôndrias e até em transferência de
glicose em reações de glicosilação.
As vitaminas A, D, K e E também fazem parte desses grupos por possuírem, em sua constituição, o isopreno, um tipo
específico de lipídeo.
Digestão de lipídeos
Fontes e a digestão dos lipídeos em animais
No início dos nossos estudos, verificamos que os animais
apresentam diferentes padrões alimentares, podendo ser
carnívoros, onívoros ou herbívoros. Isso nos informa que a
fonte de alimento para os animais será de origem vegetal
e animal e, consequentemente, a obtenção das
macromoléculas circulará de diferentes formas.
Alimentação de ruminantes.
Lipídeos vegetais e digestão de ruminantes
Ao imaginar uma fonte de lipídeo, sempre nos vem à mente algo gorduroso e nunca imaginamos que um vegetal possa
ser fonte de lipídeos. Estamos extremamente enganados. Nos vegetais, os lipídeos se encontram localizados,
principalmente, nas folhas e nas sementes.
Após a ingestão, os lipídeos serão liberados no rúmen (cavidade constituinte do estômago de bovídeos, caprídeos e
ovinos) a partir dos vegetais ingeridos, uma vez que esses animais são herbívoros. A partir do momento em que esses
lipídeos estão livres no ambiente ruminal, eles sofrerão a ação de enzimas produzidas pelas bactérias que vivem no
rúmen, as chamadas lipases bacterianas, que quebram esses lipídeos em estruturas menores.
Saiba mais
Humanos atletas passam por constantes análises de compostos circulantes no sangue e na urina para a verificação de
possível utilização de substâncias que possam induzir uma melhora na performance esportiva. Para animais domésticos
atletas, algumas substâncias são totalmente proibidas, incluindo hormônios do crescimento e esteroides anabolizantes que
aumentam o nível de testosterona e causam melhor rendimento dos animas nas provas. Esses testes são chamados de
doping sanguíneo e realizados com frequência durante os períodos de prova.

Atenção!
O tipo de lipídeo varia de acordo com a localização. Os fosfolipídeos e galactolipídeos são encontrados nas folhas das
plantas, e os triglicerídeos estão localizados nas sementes, como substância de reserva.

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Digestão de lipídeos no rúmen
Apesar de existirem protozoários e fungos habitando o rúmen, a etapa de digestão de lipídeos tem importante ação
mediada pelas bactérias. A hidrólise dos lipídeos pela lipase bacteriana ocorre em meio extracelular, onde o glicerol e os
açúcares são liberados e rapidamente fermentadosa ácidos graxos voláteis (AGV), os quais serão absorvidos pela
parede do rúmen.
Um grupo importante de lipídeos não conseguirá passar pelo processo digestivo descrito e será digerido em regiões
intestinais, conforme veremos mais adiante.
Lipídeos de origem animal e digestão de carnívoros
Nos valores totais dos componentes da dieta de cães e
gatos, os triglicerídeos constituem a maior parte da
gordura consumida pelos animais domésticos. Eles são a
principal fonte de ácidos graxos fornecidos na dieta e
desempenham um importante papel como fonte de
energia de significativa importância para os animais
carnívoros.
Cachorro consome fonte de triglicerídeos.
Esses triglicerídeos serão obtidos a partir da ingesta direta de produtos cárneos que possuam gordura de
armazenamento em sua constituição. Já vimos aqui que, em organismos animais, a forma de reserva de gordura são os
triglicerídeos e, sendo os cães e gatos animais carnívoros, a ingestão desses produtos será a via de acesso a esses
lipídeos.
A proximidade de convivência com o ser humano trouxe algumas mudanças nos padrões
alimentares de cães, fazendo com que alguns deles apresentem um padrão alimentar
onívoro.
Após a deglutição do alimento pelos animais, o bolo alimentar será levado à porção inicial do intestino, chamado de
duodeno. Lá, entrará em ação a colescitonina (CCK) – hormônio responsável pela ativação da vesícula biliar –,
induzindo-a a secretar a bile produzida no fígado.
Devido à natureza anfipática dos sais biliares, imediatamente após a emulsificação das gorduras, formam-se as micelas
– uma estrutura globular formada por um agregado de moléculas anfipáticas que auxiliam no transporte de lipídeos pelo
organismo.
Representação de uma micela.
A própria insolubilidade dos triglicerídeos, característica hidrofóbica, faz com que eles devam ser emulsificados no
intestino antes de serem absorvidos e somente podem ser transportados no sangue mediante as lipoproteínas
formadoras de micelas.
Você sabe o que são monoglicerídeos?
Absorção de lipídeos
A absorção dos lipídeos em animais ruminantes e não
Absorção de moléculas de lipídeos.
Saiba mais
A bile é rica em sais biliares e tem como função principal emulsificar os glóbulos de gordura formados pelos lipídeos. Dessa
forma, conseguem promover maior superfície de contato para a ação mais eficaz da lipase pancreática, transformando a
gordura emulsificada em ácidos graxos e monoglicerídeos. Além desse papel extremamente importante de emulsificação, os
sais biliares também ajudam a tornar mais solúveis os ácidos graxos de cadeias curtas ou longas.

Resposta
São moléculas que contêm, em sua estrutura, uma molécula de ácido graxo ligada a uma molécula de glicerol. Têm papel
importante nas vias de absorção de lipídeos por apresentarem uma característica anfipática e auxiliarem na absorção de
lipídeos.

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ruminantes se inicia a partir da formação das micelas a
nível duodenal por intermédio da ação dos sais biliares.
Em animais onívoros e carnívoros, nos quais a digestão
dos triglicerídeos se dá no intestino, será necessário que a
absorção dessas moléculas ocorra já em nível intestinal.
Nesse caso, os sais biliares e os monoglicerídeos têm, em
sua estrutura molecular, partes que podem interagir com
os líquidos do meio e outras que interagem com os
lipídeos, fazendo uma interface entre gordura e água, e
facilitando a sua absorção.
Em ruminantes, um composto chamado lisolecitina desempenhará o papel dos monoglicerídeos. Nesses animais, as
secreções biliares e pancreáticas liberadas no duodeno são necessárias para garantir o processo de digestão de lipídeos.
Juntos com os sais biliares, o fígado irá secretar uma enzima chamada de lecitina. Tal enzima, posteriormente, será
convertida em lisolecitina, por ação de enzimas pancreáticas, e terá um papel emulsificador importante dos ácidos
graxos saturados, conforme demonstrado na imagem a seguir.
Formação de micelas e ação da lecitina em ruminantes.
Outro fator importante é a composição da bile dos ruminantes, sendo caracterizada por um excesso de ácido taurocólico.
Na maioria dos herbívoros, o ácido glicocólico é predominante. No entanto, em ruminantes adultos, o ácido taurocólico
excede o glicocólico, tornando o pH no duodeno ácido (pH 3 a 5) devido à baixa secreção de bicarbonato pelo pâncreas
dos bovinos. Vale lembrar que, nos animais não ruminantes, o pH do duodeno está mais próximo a valores neutros (pH 6
a 7).
Em contrapartida, a HDL é sintetizada pelo fígado e intestino, e tem como função captar o colesterol liberado no sangue
e levá-lo de volta ao fígado para que possa ser utilizado na síntese de hormônios, sais biliares ou excretado.
Popularmente, o HDL é conhecido como colesterol bom, pois atua diminuindo os níveis de colesterol do sangue, ao
passo que o LDL é popularmente conhecido como colesterol ruim, pois aumenta os níveis de colesterol circulante e está
relacionado com a deposição nos vasos em um processo chamado de aterosclerose.
Principais tipos de transportadores de colesterol.
Mobilização de lipídeos e seus aspectos clínicos
Assista ao vídeo e veja como acontece a mobilização de lipídeos e sua relação com aspectos clínicos.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 3 - Vem que eu te explico!
Tipos de lipídeos
Saiba mais
Após serem absorvidos pelo epitélio intestinal, os lipídeos serão transportados pelos capilares sanguíneos por meio de
lipoproteínas específicas para seu transporte – como, por exemplo, a LDL, principal transportadora de colesterol –, levando-
os até os tecidos periféricos e permitindo que haja uma homeostase de produção de colesterol.
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Módulo 3 - Vem que eu te explico!
Qual a função dos lipídeos nos organismos vivos?
Módulo 3 - Vem que eu te explico!
Fontes e a digestão dos lipídeos em animais

Vamos praticar alguns conceitos?
Falta pouco para atingir seus
objetivos.
Questão 1
Sabemos que os lipídeos podem estar presentes na natureza de diferentes formas. Nos vegetais, são importantes
para formação de um filme que recobre as folhas. Nas aves, eles são utilizados de forma a impermeabilizarem as
penas e dar resistência nos bicos. Assinale a alternativa que indique esse tipo de lipídeos.
A Óleo
B Cera
C Gordura
D Sebo
E Graxa
Responder
Questão 2
A utilização de anabolizantes em animais é feita para diversos interesses em diferentes animais, podendo ser
administrados em bovinos para aumento de apetite e consequente ganho de massa magra. Em equinos atletas, a
administração de esteroides é feita para induzir o aumento da massa muscular, a fortificação do tecido ósseo e a
melhora no desempenho desportivo, apesar de ser acusado pelo doping. A respeito do fármaco citado, podemos
classificá-lo como um lipídeo de qual grupo?
A Sinalizador
B Armazenamento
C Estrutural
D Funcional
E Regulador
Responder

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Carboidratos e nucleotídeos
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer as propriedades e funções dos
carboidratos, as formas de digestão e aproveitamento energético, e a estrutura dos
nucleotídeos e ácidos nucléicos.
Características e classi�cação dos carboidratos
Características dos carboidratos
Falar de carboidratos é falar de alimentos que nos dão rápida sensação de saciedade e bem-estar, uma vez que os
carboidratos estão presentes em alimentos como:
Os carboidratos ou glicídios são as biomoléculas mais abundantes na natureza, encontrados principalmente na forma de
polissacarídeos (carboidratos de cadeia longa) – como o amido e a celulose, nos vegetais, e o glicogênio, nas células
dos animais.
Alimentos que são fontes de carboidrato.
Os carboidratos constituem uma importante fonte energética para os animais, além de fazerem parte da estrutura da
parede das células vegetais, componentes nutricionais de herbívoros e onívoros.
Você já pode imaginar queas principais funções dos carboidratos são:
Rápido fornecimento de energia para o organismo;
Reserva de energia celular;
Participação como elementos estruturais da parede e da membrana celular;
Proteção;
Sinalização, lubrificação e adesão celular.
Classi�cação dos carboidratos
Vimos que os aminoácidos são os monômeros que constituem as proteínas e que os ácidos graxos são as principais
unidades formadoras dos lipídeos. Agora, estamos aprendendo que os carboidratos são construídos por moléculas
chamadas de açúcares, glicídios ou sacarídeos.
O nome dos carboidratos estará relacionado à sua fórmula geral, Cn(H2O)n, que representa a estrutura básica dessas
moléculas. A seguir, apresentamos os glicídeos existentes que não obedecem a essa fórmula, assim como outros que
contêm elementos diferentes de carbono, hidrogênio e oxigênio, como:
4
Frutas Raízes Sementes Chocolates Massas
 Nitrogênio
 Enxofre
Fó f
dVídeos
Os carboidratos são classificados de acordo com a quantidade de carbonos presentes em sua cadeia estrutural, podendo
formar quatro importantes grupos:
Monossacarídeos
Dissacarídeos
Oligossacarídeos
Polissacarídeos
Veja, a seguir, a classificação dos carboidratos em relação ao número de carbonos estruturais.
Classificação dos carboidratos em relação com o número de carbonos estruturais.
Monossacarídeos
São carboidratos de cadeia pequena e simples, sendo formados por 3 a 7 carbonos, e são estruturalmente divididos em
aldeídos ou cetonas, com dois ou mais grupos de hidroxila em sua estrutura. Também ganham a nomenclatura de
acordo com o número de carbonos presentes em sua composição, sendo elas:
Apesar de alguns desses nomes serem novos para nós, seus principais representantes já são um pouco conhecidos,
como a glicose, a frutose e a galactose. A imagem a seguir mostra a estrutura molecular dos monossacarídeos:
Estrutura molecular dos monossacarídeos.
Você sabe o que são aldeídos e cetonas? A principal
diferença entre um aldeído e uma cetona é a posição do
grupo carbonila na estrutura molecular.
As cetonas apresentam uma carbonila entre dois átomos
de carbono. Nos aldeídos, por sua vez, a carbonila localiza-
se na extremidade da cadeia, onde também estarão
presentes o hidrogênio ligado ao carbono do grupo,
formando uma formila. As diferenças estruturais entre os
aldeídos e as cetonas estão representadas na imagem.
Diferenças estruturais entre os aldeídos e as cetonas.
Dissacarídeos
São estruturas moleculares formadas pela união entre dois monossacarídeos. Assim como os aminoácidos possuem
uma ligação peptídica entre as moléculas, os açúcares possuem a ligação glicosídica entre eles, fazendo com que dois
monossacarídeos possam se ligar e iniciar a formação de uma cadeia de sacarídeos.
A junção de dois monossacarídeos pela ligação glicosídica resulta nos dissacarídeos, outro grupo de carboidratos. Essa
ligação é formada pela hidroxila de um monossacarídeo com o carbono anomérico (do grupo aldeído presente na ponta
da cadeia) de outro monossacarídeo. A imagem a seguir demonstra a formação dos dissacarídeos.
Formação de um dissacarídeo através de uma ligação glicídica.
Os representantes dos dissacarídeos mais conhecidos são: a maltose (ligação entre duas moléculas de glicose), a
sacarose (uma molécula de glicose + frutose) e a lactose (junção de uma molécula de glicose com uma de galactose),
conforme representado a seguir.
Estrutura molecular dos dissacarídeos.
Oligossacarídeos

Fósforo
Trioses (CH2O)3
Com 3 carbonos.
Tetroses (CH2O)4
Com 4 carbonos.
Pentoses (CH2O)5
Com 5 carbonos.
Hexoses (CH2O)6
Com 6 carbonos.
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São carboidratos com duas a dez cadeias de monossacarídeos unidas por cadeias laterais ou ramificadas. Tais cadeias
costumam estar associadas a outras biomoléculas, especialmente com lipídeos, formando glicolipídios, e com proteínas,
formando glicoproteínas. Podemos citar o exemplo da glicoproteína formadora das Spike do vírus causador da Covid-19
e relacionadas com os mecanismos de invasão viral nas células infectadas.
Estrutura do coronavírus e presença da glicoproteína Spike.
Polissacarídeos
São carboidratos que podem conter centenas de unidades de monossacarídeos unidos por ligações glicosídicas. Eles
podem ser lineares, como a celulose, ou ramificados, como o amido e o glicogênio.
Os polissacarídeos também são classificados como homopolissacarídeos, quando a cadeia contém um único tipo de
monossacarídeo, ou como heteropolissacarídeos, quando a cadeia é constituída por dois ou mais tipos de
monossacarídeo. Os principais representantes dos polissacarídeos são:
O amido
Presente nas células vegetais e
principal forma de reserva de energia
nesses seres vivos.
O glicogênio
Presente nas células hepáticas e
musculares, principalmente como
reserva de energia em animais.
A celulose
Pertencente a parede celular dos
vegetais.
A imagem a seguir demonstra a formação de um polissacarídeo bem como seus principais representantes.
Formação dos polissacarídeos e seus principais representantes.
Digestão de carboidratos
Em decorrência da alta variabilidade alimentar dos animais, as fontes de carboidratos na dieta podem ser muito
variadas. Os carboidratos podem ser encontrados em alimentos como frutas, legumes, vegetais, carnes, leite e grãos,
pães, massas, bolos, biscoitos, açúcar, entre outros.
Entre os monossacarídeos, os animais podem obter a
frutose nas diferentes frutas ofertadas na dieta, ao passo
que a glicose poderá ser encontrada em pastagens (na
forma de amido e celulose nos vegetais), carnes (no
glicogênio muscular), legumes, vegetais, leite, grãos e
derivados.
A lactose é a principal fonte de energia para os filhotes em fase de amamentação, enquanto a galactose e a glicose
serão encontrados no leite.
Digestão de carboidratos em monogástricos
As principais fontes de carboidratos na dieta de animais monogástricos são os monossacarídeos citados e encontrados
na forma dos polissacarídeos amido e glicogênio, além de alguns dissacarídeos, como:

Sacarose

Lactose

Maltose
Em animais monogástricos, a celulose não terá função direta como fonte de energia, pois os animais não possuem a
enzima celulase, que realiza a degradação desse composto e proporciona sua utilização energética. Esse papel fica a
cargo das bactérias presentes no intestino que podem realizar essa ação, principalmente em equinos.
No item Explore +, você encontrará um artigo que explica como os equinos realizam a digestão dos carboidratos
oriundos da pastagem.
Os cães e gatos são animais que fazem parte da
classificação de carnívoros, por serem animais que tem a
proteína animal como principal fonte nutricional.
Conforme a convivência com os seres humanos foi se
tornando mais próxima, o padrão alimentar dos cães foi
Alimentação de cães e gatos.
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adquirindo certas mudanças, e eles passaram a ingerir, em
alguns momentos, frutas, raízes e gramíneas.
Os gatos não conseguiram atender a esses padrões de adaptação, por possuírem condições metabólicas restritas à
origem animal, sendo classificados como carnívoros restritos. Então, podemos dizer que os cães e gatos não precisam
de carboidratos?
Como já aprendemos, durante o processo de mastigação, o alimento entrará em contato com a enzima amilase salivar,
responsável pela quebra do amido na cavidade oral. Em decorrência do seu padrão alimentar, os carnívoros não
possuem amilase salivar, ficando a cargo do pâncreas realizar a digestão dessas moléculas por meio da secreção de
amilase pancreática no duodeno.
Além da digestão de carboidratos, as enzimas presentes no suco pancreático também participarão da digestão de
proteínas e lipídeos. Isso nos mostra que o duodeno e pâncreas assumem um papel determinante nas vias digestivas
dos animais carnívoros.
Digestão de moléculas pelo pâncreas
Quando fornecemos dieta rica em carboidratos para os animais, induzimos uma demanda enorme das ações
pancreáticas. Nesses casos, o pâncreas dos cãese gatos trabalham em dobro para digerir esses compostos, a fim de
evitar uma sobrecarga metabólica nos níveis de glicose circulantes no sangue.
Caso esses animais tenham contato com uma dieta rica em carboidratos – como pães, bolos e massas –, os animais
podem apresentar obesidade, diabetes mellitus, tártaro, alergias de pele e otite, queda na imunidade, infecções urinárias,
diarreia e gases intestinais. Ou seja, devemos sempre respeitar os padrões alimentares dos animais para evitarmos a
ocorrência de algumas doenças.
Digestão de carboidratos em ruminantes
Os vegetais possuem dois tipos principais de carboidratos
com valor nutricional, sendo eles o amido e a celulose. Já
conversamos sobre os locais e as formas com que os
animais poderão encontrar esses compostos na
alimentação. Como os amidos estão presentem em grãos
e são as formas de reserva de energia dos vegetais,
estudamos os mecanismos associados com a digestão
desse grupo de carboidratos pelos ruminantes.
Alimentação dos ruminantes.
Nas plantas, podemos encontrar dois tipos gerais de carboidratos e classificá-los em:
Carboidratos estruturais
Fazem parte da estrutura da planta, sendo constituintes da
parede celular e chamados de fibra.
Carboidratos não estruturais
Incluem todos os carboidratos de reserva, como o amido.
A ingestão das fibras pelos animais promove a uma
distensão física do rúmen, sendo o principal fator limitante
da ingestão voluntária de alimentos. Já nos animais com
alimentação rica em grãos com carboidratos de reserva, o
controle da alimentação se dará pelos níveis de ingestão
energética da ração.
Exemplo de grão.
O amido é o principal carboidrato de armazenamento de energia nas gramíneas e leguminosas, tipos de pastagens. A
velocidade com o que os carboidratos são fermentados no rúmen varia com a disponibilidade de bactérias, fungos e
protozoários presentes no rúmen.
A fibra em dietas ricas em vegetais volumosos consiste, primariamente, dos componentes da parede celular das plantas,
incluindo os carboidratos complexos (celulose e hemicelulose).
Exemplo de material rico em celulose.
A celulose é um dos mais abundantes compostos
existentes na natureza e pode ser utilizada como fonte de
energia pelos animais ruminantes, graças à presença da
enzima celulase nos microrganismos habitantes do
rúmen. Vegetais volumosos são aqueles que contêm alto
Resposta
Não, os cães e gatos obtêm os carboidratos diretamente da proteína e da gordura, por uma via bioquímica chamada de
gliconeogênese. Por meio dessa via, esses animais conseguem converter uma proteína ou um lipídeo em glicose para que
utilizem essa molécula como fonte de energia celular.

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teor de fibra bruta e baixo valor energético, como as
pastagens, as forrageiras para corte, fenos, silagens,
cascas, sabugos e outros.
A celulose e a hemicelulose – componentes estruturais dos vegetais – são lentamente fermentadas. Os produtos finais
da fermentação microbiana dos carboidratos no rúmen são os ácidos graxos voláteis (AGVs), absorvidos e direcionados
para o metabolismo hepático, conforme já aprendemos.
Veja na imagem a seguir:
Localização da celulose nos vegetais.
Nucleotídeos e ácidos nucleicos
Ao longo do nosso estudo, fomos apresentados a estruturas menores, que se unem e formam estruturas maiores. Assim
como as proteínas, os lipídeos e carboidratos, os ácidos nucleicos também possuem monômeros que os formam, sendo
chamados de nucleotídeos, conforme demonstrado a seguir:
Componentes estruturais das macromoléculas e sua participação celular.
Os nucleotídeos são moléculas que apresentam três componentes: um açúcar de cinco carbonos (pentose), uma base
nitrogenada e um grupo fosfato. Os nucleotídeos mais conhecidos são a Timina, Citosina, Guanina, Adenina e Uracila.
São moléculas conhecidas por formarem os ácidos nucleicos, sendo elas as de DNA e RNA. Além disso, temos alguns
nucleotídeos que estão relacionados com a síntese de moléculas energéticas, como é o caso do ATP. Veja a seguir:
Os nucleotídeos se unem e formam moléculas de DNA e RNA.
Os ácidos nucleicos são polímeros de nucleotídeos unidos por ligações fosfodiéster entre as moléculas de açúcar e os
radicais fosfato, formando os polinucleotídeos. Em nossas células, os ácidos nucleicos existentes são o ácido
desoxirribonucleico, também conhecido como DNA, e o ácido ribonucleico, conhecido como RNA.
O ATP e as Vias energéticas
Assista ao vídeo para identificar o papel e importância do ATP nas vias energéticas.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 4 - Vem que eu te explico!
Mecanismo de digestão dos carboidratos
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Conforme vimos, compreender as diferenças nas formas de interação do organismo dos animais com as
macromoléculas oriundas da alimentação fará com que o estudante e o profissional médico veterinário estejam
preparados para manejar e cuidar dos aspectos nutricionais e fisiológicos desses animais.
A composição dos alimentos será determinante para a sua escolha, e a garantia das necessidades alimentares e
metabólicas das diferentes espécies serão atendidas. Desse modo, os produtos de origem animal ganham grande
destaque na alimentação de animais carnívoros, como cães e gatos. Os vegetais, por sua vez, serão fontes importantes
de fibras, lipídeos e proteínas para os animais herbívoros. Por sua vez, os onívoros conseguem aproveitar-se de uma
grande variedade de alimentos.
As macromoléculas de proteínas, carboidratos e lipídeos assumem determinantes papéis na participação do conjunto de
reações que transformarão biomoléculas em um organismo – fenômeno chamado de metabolismo. Dessa forma,
podemos concluir que o conhecimento sobre essas biomoléculas é essencial para entendermos a bioquímica, a fisiologia
e a nutrição animal.
Vamos praticar alguns conceitos?
Falta pouco para atingir seus
objetivos.
Questão 1
Segundo os padrões alimentares dos ruminantes, sabemos que esses animais ganham tal nome por apresentarem
um estômago divido em quatro cavidades e características digestivas associadas com o retorno do alimento do
rúmen para a cavidade oral. Nesse processo, podemos destacar a importância dos carboidratos de reserva nos efeitos
digestivos. Tais carboidratos de reserva são chamados de:
A celulose.
B ribose.
C hemicelulose.
D amido.
E glicogênio.
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Questão 2
Os felinos são animais chamados de carnívoros restritos. Dessa forma, esses animais obtêm a energia dos
carboidratos a partir do glicogênio muscular, mas, principalmente, realizam a conversão das proteínas e lipídeos em
glicose por meio de uma reação chamada:
A gliconeogênese.
B amilase.
C glicólise.
D glicogenólise.
E lipólise.
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Podcast
Ouça o podcast e entenda as funções do DNA e RNA e suas associações com os nucleotídeos.
00:00 03:52
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Referências
BERG, J., M.; TYMOCZKO, J. L.; STRYER, L. Bioquímica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
CREPALDI, N.; et al. Uso de anabolizantes para fins Terapêuticos na Medicina Veterinária. Revista Científica Eletrônica
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GENOVA, J. L. et al. Aminoácidos limitantes na nutrição de suínos. Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v. 14, n. 5,
p. 7032- 7045, set/out, 2017. Consultado na Internet em: abr. 2022.
GONZALEZ, F. H. D.; SILVA, S. C. Introdução à bioquímica clínica veterinária. 3. ed. Porto Alegre: Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, 2017.
NELSON, D. L.; COX, M. M. Princípios de Bioquímica de Lehninger. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2019.
NETO, R.F. et al. Nutrição de cães e gatos em suas diferentes fases de vida. Colloquium Agrariae, vol. 13, n. Especial,
Jan-Jun, 2017, p. 348-363. Consultado na Internet em: abr. 2022.
OSORIO, S. D. et al. Análise das propriedades organolépticas na produção artesanalde queijo com limão agindo como
coalho. Disciplinarum Scientia. Série: Naturais e Tecnológicas, Santa Maria, v. 18, n. 1, p. 121-130, 2017. Consultado na
Internet em: abr. 2022.
PUPA, J. M. R. Óleos e gorduras na alimentação de aves e suínos. Revista Eletrônica Nutritime, v. 1, n. 1, p. 69-73, jul-ago,
2004. Consultado na Internet em: abr. 2022.
Explore +
Leia o artigo Nutrição de cães e gatos em suas diferentes fases de vida, de Ronaildo Fabino Neto e seus colaboradores,
disponível na Internet. No artigo, os autores trazem importantes informações a respeito do desenvolvimento e das
necessidades nutricionais desses animais.
Leia o artigo Óleos e gorduras na alimentação de aves e suínos, de Júlio Maria Ribeiro Pupa, disponível na Internet, para
entender mais sobre a importância da suplementação de óleos e gorduras para animais de produção.
Leia o artigo A fibra na nutrição de cavalos, de Isabelle Errobidarte de Matos e seus colaboradores, disponível na Internet,
para entender melhor sobre a importância do tema.
Leia o artigo Digestão dos carboidratos de alimentos volumosos em equinos, de Eliane da Silva Morgado e seus
colaboradores, disponível na Internet, para entender as peculiaridades que envolvem a digestão dos carboidratos de
alimentos volumosos em equinos.
Leia o artigo Aminoácidos para frangos de corte, disponível na Internet, e aprenda sobre a importância da
suplementação dessas biomoléculas para animais de produção. No artigo, Adhemar Rodrigues de Oliveira Neto e Will P.
de Oliveira demonstram a forma de manejar a nutrição desses animais.
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