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Neville Keynes sobre a batalha dos métodos

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Neville Keynes sobre a “batalha dos métodos” entre a escola historicista alemã e a escola austríaca com Carl Menger
Keynes inicia seu texto argumentando que devemos aumentar a quantidade de “verdades econômicas” ao invés de discutir como acha-las, ou seja, não mais discussões sobre como chegar ao método, mas sim mais aplicações do método correto. A “batalha dos métodos” se inicia entre 1883 – 1884 entre Schmoller da escola alemã e Carl Menger da Escola Austríaca, Schmoller defendia uma visão de método mais realista, ética, indutiva e histórica, enquanto Menger uma posição metodológica mais positiva, abstrata e dedutiva da economia. Keynes busca sistematizar e fazer uma divisão de trabalho entre as diversas áreas da economia, que resolvesse em partes as divergências entre Menger e Schmoller. Os marginalistas já sinalizavam que deveria ser feito uma discussão metodológica que precisava ser discutida. O “escopo” tem a ver com o alcance da economia política, na visão dos alemães o escopo da economia era muito mais vasto, se importando não apenas com questões positivas e deduções lógicas, mas deveria se importar também com o que deve ser, com o que devemos fazer na sociedade e das regras através das quais podemos chegar a certos ideais que temos dentro da sociedade. Quanto ao método de raciocínio, é atribuída uma grande importância para observações específicas do mundo econômico efetivo, e generalizar a partir delas. Por isso a escola é conhecida como indutiva, estatística, e histórica, por sua insistência especial na importância do material histórico na construção da ciência, pondo em evidência o que a escola inglesa negligenciava.
 Neville Keynes, debate qual é o escopo adequado para a economia, se a mesma deve se manter puramente no que é positivo ou também deve se importar com a história particular de cada sociedade. Adam Smith teve sua autoridade reivindicada por ambas as escolas, por livrar-se dos excessos tanto do lado de argumentação a priori como do a posteriori. Ele não rejeitava métodos de investigação que poderiam de alguma forma ajudá-lo a investigar os fenômenos da riqueza. Os economistas neoclássicos, se pautavam em leis universais que derivavam para cada situação específica, a exemplo de Ricardo que é considerado sucessor de Smith no que tange as tendências abstratas dedutivas, Mill, Cairnes e Bagehot insistem todos que o recurso à observação e à experiência cumpre sua função antes que as leis hipotéticas da ciência possam ser aplicadas na interpretação e explicação de fatos concretos. Todavia, enquanto o método da experiência específica é visto como ineficaz para a descoberta de leis econômicas, e como incapaz de fornecer provas independentes de sua validade, é um somatório indispensável para o raciocínio dedutivo que constitui o arcabouço da ciência, entretanto, Mill e Cairnes em suas obras fazem uso de estudos indutivos dos fatos, comparativamente fazendo pouco uso do raciocínio dedutivo, tendo como exemplo mais claro Princípios de economia política de Mill.
 Portanto, não é possível ser completamente indutivo tão pouco completamente dedutivo, Neville argumenta que, de acordo com o caso em análise ou aspecto da ciência sob investigação, o método apropriado seja tanto abstrato ou realista, dedutivo ou indutivo, matemático ou estatístico, hipotético ou histórico.

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