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Aula 4 - Patologias do Sistema Digestório Boca: • Limites da boca: • Rostral: lábio superior e inferior • Caudal: faringe • Duas cavidades: • Oral • Vestíbulo oral – gengiva até a bochecha - Cavidade oral; - Esôfago; - Pré-estômagos – Ruminantes (Rúmen, Retículo e Omaso) - Estômago / Abomaso; - Intestinos (Próx. aula). Considerações gerais: → Extremamente exposta; → Flora bacteriana própria equilíbrio (Fusobacterium, Actinomyces, espiroquetes, etc.); → Proteção natural contra microorganismos patógenos: → Epitélio estratificado não queratinizado; → Saliva (lisozimas antimicrobianas); → Secreções orais >>IgA; → Botões gustativos: rejeitam substâncias potencialmente tóxicas. Será abordado: → Anomalias de desenvolvimento/ congênitas → Processos inflamatórios → Patologias das gll. Salivares → Neoplasia • Maioria idiopática; • Algumas incompatíveis com a vida; • Patologias mais comuns: • Fenda Palatina ou Palatosquise; • Fenda Labial ou Quielosquise: “lábio leporino”. - ESTOMATITES*/ GENGIVITES: • *Inflamações da cav. Bucal = causas diversas; • Referem-se a mucosas da cav. oral e gengiva; • Lesões sejam aparentes. Lesões macroscópicas: Macroscopicamente: → MÁCULAS: (lesão redonda sem pigmento e s/relevo = VASCULOGÊNICAS) → SÓLIDAS: o Pápulas (lesão sólida, elevada, com menos de 1 cm de diâmetro, crostas) o Nódulos (pedunculados ou sésseis até 1.5 cm) o Tumores (> 1,5 cm) → LÍQUIDAS: vesículas ou bolhas (elevações líquidas) → SOLUÇÃO DE CONTINUIDADE (ferida aberta): erosões, ulcerações: necrose; • Causas: por A.I. ou doenças sistêmicas; • Podem ser superficiais: perda de epitélio ou profundas. 1. ESTOMATITE VESICULAR ⟡ • Vesículas (secreção serosa) (lábios, palato rostral e língua); • A.E.: família Rhabdoviridae, gênero Vesiculovirus; • Transmissão horizontal: aerossóis e secreções; • S.C.: após um P.I. de 24 a 72 hs: Sialorréia, febre, formação de vesículas na língua, interior e exterior dos lábios e muflo; • Lesões nas patas, principalmente, no epitélio da coroa do casco. • Vesículas com líquido seroso e sero-sanguinolento; • Acomete pele, mucosa oral, espaço interdigital, mamas; • Miocardite não supurativa em animais jovens: mortalidade; • Lesões orais = cura: reepitelização (regeneração) ou cicatrização; • Principal complicação: infecção bacteriana 2 aria; • Mortalidade baixa em equinos e bovinos e altas e suínos. • Diagnóstico: • Diagnóstico diferencial: febre aftosa = diagnóstico rápido e diferencial / PCR ou ELISA. 2. ESTOMATITE EROSIVA • perda do epitélio = restrita apenas a mucosa; • Causas: traumas, ossos, componentes alimentares, substâncias caustícas, I.R.C (Insuficiência Renal Crônica). • A.E.: Vírus da Diarréia Bovina (DVB), peste bovina (Morbillivirus), Febre Catarral Maligna (Herpes vírus), Calicivírus Felino, Doença da Língua Azul; • Outras causas: uremia (I.R.C), C.E. 3. ESTOMATITE ULCERATIVA: • Úlcera: perda de toda a espessura epitelial com exposição da memb. basal; atinge camadas mais profundas, associadas a exsudato purulento e fibrinoso; • A.E.: Vírus da Diarréia Bovina (DVB), peste bovina (Morbillivirus), Febre Catarral Maligna (Herpes virus), Calicivírus Felino, Doença da Língua Azul; • Outras causas: uremia (I.R.C), C.E 4. ESTOMATITE PROLIFERATIVA • Pequenos ruminantes • Lesões agressivas → muita cicatrização 5. ESTOMATITE NECRÓTICA → substâncias químicas, bacterianas e térmicas; • Ocorrem em bovinos, caprinos e suínos; • Também chamada de necrobacilose oral dos teneiros; • Estágio final de todas as estomatites, quando complicada pelo Fusobacterium necrophorum (bactéria Gram -). • MA: foco arredondado de cor amarelo-acinzentada, circundado por um halo de tecido hiperêmico; • MI: necrose de coagulação; • SC: inchaço de bochecha, inapetência, pirexia e halitose. 6. ESTOMATITE EOSINOFÍLICA • Granulomas ou úlceras orais; • Frequentemente em gatos; • A.E. desconhecido, parece ser imuno-mediada; • Podem ocorrer em qualquer local da cav. oral; • Pode acometer cães – menos comum, forma massas elevadas. 7. ESTOMATITE PURULENTA: • invasão de bacterianas de forma primária ou secundária; • pode formar abscessos. 8. ESTOMATITE CATARRAL • Grande quantidade de muco • Febre catarral maligna → causa hemorragias e úlceras na mucosa oral e nasal • - PAPILOMATOSE ORAL • Várias espécies; • A.E.: viral; • Auto-limitante - EPÚLIDES OU EPÚLIS • Tumores odontogênicos hiperplásicas-neoplásicas de estruturas dentárias (ligamento periodontal); • Se origina do ligamento periodontal da gengiva; • Tipos histológicos: o fibromatoso (proliferação tec. Conjuntivo) o ossificante (nódulos de osso mineralizado, dentina) o acantomatoso (cordões de ep. pavimentoso estratificado); células gigantes*. • “Lesões benignas” – epúlides acantomatoso pode se invasiva (C.C.E.?) - CARCINOMAS DE CÉLULAS ESCAMOSAS • 20% a 30% malignas cães (MORRIS e DOBSON, 2007); • 2ª câncer mais comum em cav. oral de cães e primeira em gatos; • 70% das neoplasias malignas em gatos; • Animais velhos (8 a 10 anos); • Sem predileção sexual; • Tratamento: ressecção cirúrgica; • 30% metástase - FIBROSARCOMA • 3ª neoplasia em cães da cav. oral de cães e segunda gatos; • Infiltrativos; • Altamente recidivantes (100%); • Baixa metástase (10 – 30%). • Sem predileção sexual; • Tratamento: ressecção cirúrgica. NEOPLASIAS MALIGNAS: - MELANOMA • 1ª neoplasia malignas em cães da cavidade oral; • Raro em gatos; • 80% faz metástase para pulmões e LNs; • Quimio e radio-resistente; • Tratamento: ressecção cirúrgico. NEOPLASIAS DE CÉLULAS REDONDAS: - LINFOMA CUTÂNEO → Linfóticos - PLASMOCITOMA → Plasmócitos - SIALOCELE - MUCOCELE Caso Elektra • US de Cervical: - Linfonodo Submandibular; - CAAF: - Presença de células epiteliais malignas em Linfonodo Submandibular. - ACALÁSIA: • Ausência de movimentos peristálticos do esôfago; • Geralmente neurológica; • Cães jovens de raças pequenas – Terriers e Cockers; • Filhotes geralmente regurgitam após amamentação ou alimentação; • Tratamento terapêutico. - MEGAESÔFAGO: • Congênito: o Cães, gatos, bovinos, ferrets, equinos e camelos; o Problemas relacionados a motilidade – inervação ou denervação; o Geralmente relacionado à persistência do arco aórtico direito; o Raças – PA e Setter Irlandês. • Adquirido: o Regurgitação após ingestão de alimentos sólidos; o Animais magros e pode apresentar pneumonia por aspiração; o RX – esôfago se encontra dilatado. o Causas: ▪ Miastenia Gravis: (comum no cão) - de Ac(s) anti-receptores nicotínicos da acetilcolina – interferência na inervação do esôfago; ▪ Disautonomia – causa desconhecida, funcionamento anormal do sistema simpático e parassimpático – hipo-motilidade, anorexia, constipação, diminuição de secreções; ▪ Hipotireoidismo e hipoadrenocorticismo ?? – reversível - OBSTRUÇÃO, ESTENOSE, PERFURAÇÃO • Processos inflamatórios: o Esofagite: o Esofagite de refluxo: lesão pelo suco gástrico: o Engasgo: obstrução parcial ou total; o Dilatação saculiforme – divertículo esofágico. - PARASITOSES • Spirocerca lupi – cães: proliferação de nódulos fibrosos e submucosos que causam obstrução; • Gongylonema spp, Gastrophilos spp (larvas de moscas - equinos) • Hypoderma spp (bovinos). → Espirocercose canina (Spirocerca Lupi) Os nematóideos adultos na parede do esôfago causando uma inflamação crônica que pode evoluir para uma neoplasia (sarcoma) - NEOPLASIAS • Epiteliais = Papilomas ou Carcinomas epidermóides; • Mm lisa = Leiomiossarcoma • Fibrossarcomas - Spirocerca lupi sp; • Raras! - DILATAÇÃO GÁSTRICA – CÃES: • Dilatação gástrica com volvo não pode ser confundido do ingurgitamento pós-prandial (“timpanismo alimentar”): consumo de grande volume alimentar, entretanto,resulta em um estômago excessivamente distendido e cheio de conteúdo em posição normal (RASMUSSEN, 2007). • A Síndrome dilatação volvo gástrica (DVG) é uma condição clínica e cirúrgica aguda, com vários efeitos fisiopatológicos locais e sistêmicos (MATTHIESEN, 1996), que expõem o animal a um risco iminente de morte (DENNLER et al., 2005; MARCONATO, 2006; LEVINE & MOORE, 2009; EVANS & ADAMS, 2010); • A DVG não ocorre devido a único fator (MATTHIESEN, 1996) → Fatores predisponentes: • Conformação corporal com peito profundo, frouxidão dos ligamentos hepatoduodenal e hepatogástrico, exercício pós- prandial, composição alimentar, bacia de alimentação elevada, temperamento estressado, idade, ingestão súbita de grande volume de alimentos, parentes história prévia de DVG (EVANS & ADAMS, 2010); • Raças grandes. → Fisiopatogenia: • Na DVG, ocorre inicialmente acúmulo de gás (MARCONATO, 2006; LEVINE & MOORE, 2009), líquido ou material ingerido, juntamente com a obstrução mecânica ou funcional do piloro ou junção gastresofagiana (MATTHIESEN, 1996); • Embora a aerofagia seja a origem mais provável, não se sabe ao certo a origem do acúmulo de ar (LEVINE & MOORE, 2009). - DILATAÇÃO E RUPTURA GÁSTRICA – CÃES: • A rotação no sentido horário é a mais comumente constatada nos cães com DVG; • O grau de rotação é determinado pelo desvio do eixo longitudinal pelo piloro e cárdia no plano sagital e geralmente situase entre 270° e 360°; • Se a rotação for inferior a 180°, é denominada “torção” e se for superior, volvo. • O estômago está ligado ao baço pelo ligamento gastroesplênico, portanto, ele poderá variar a posição, dependendo do grau do volvo gástrico; • Baço sofre congestão, devido ao deslocamento e oclusão dos seus vasos e o estômago secundariamente à torção e oclusão compressiva da veia porta (MATTHIESEN, 1996); • Recomenda-se a esplenectomia nos casos de necrose. 1. GASTRITE AGUDA • Inflamação aguda da mucosa do estômago; • S.C.: assintomático / graus variáveis de dor epigástrica, náusea e êmese; • M.I.: lâmina própria com edema moderado e congestão vascular; • Superfície epitelial íntegra, neutrófilos difusos entre as céls epiteliais ou entre as gls mucosas. • A.E.: H. Pylorum (urease*); AINES, trauma, ingestão de substâncias erosivas; • (enzima com atividade pró - inflamatória). 2. GASTRITE CATARRAL AGUDA • Hiperemia e espessamento da mucosa (fundo); • Hipersecreção, infiltração inflamatória, descamação epitelial, muco; 3. GASTRITE HEMORRÁGICA AGUDA • Hiperemia e hemorragia intensas; • Suco gástrico acastanhado + muco (quantidade elevada); • Infiltrado inflamatório. • Causas: helmintos • Ruminantes: Tricostrongylus / Suínos: Erisipela / Fungos. • Sinais Clínicos: dor, anorexia, vômito (para ambas). 4. GASTRITE CRÔNICA • A.E: Helicobacter Pylori (90% dos casos); álcool, AINES; • S.C.: Dores abdominais, emêse; • Fisiopatologia: “Presume-se que os receptores do H. pylori sejam carboidratos das mucinas gástricas que desenvolvem um papel muito importante na proteção da mucosa gástrica” (AGUIAR et al., 2002). 5. GASTRITE HIPERTRÓFICA CRÔNICA • Etiologia desconhecida (espessamento das pregas e gls gástricas); • Boxer, Setter Irlandês; • Letargia, emaciação, vômito, anorexia, anemia, hepatopatia, icterícia; • Pregueamento e elevação da mucosa. 6. GASTRITE GLANDULAR E CÍSTICA PROFUNDA • Etiologia desconhecida; • Primatas; • Hiperplasia da mucosa. 7. GASTRITE LINFOCÍTICA • Cães, gatos, furões, primatas: Heliobacter pylori, H. felis; • Predominância de MA(s); 8. GASTRITE EOSINOFÍLICA • Caracterizada por eosinófilos, fibrose da mucosa, Toxocara canis; • Incomum em todas as espécies; • Etiologia desconhecida; • Geralmente relacionada as larvas encrustadas. 1. ADENOMAS OU PÓLIPOS ADENOMATOSOS: o Papilomas. 2. CARCINOMAS EPIDERMÓIDES o Origem no cárdia. 3. LEIOMIOMAS E LEIOMIOSSARCOMAS: o Camada muscular. 4. ADENOCARCINOMA: o Mucosa gástrica: importante cães; o Degeneração na mucosa, úlcerações na mucosa. 5. LINFOMA: o Infiltração na mucosa gástrica / abomasal (cães, gatos e bovinos).
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