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PATOLOGIAS DO SISTEMA DIGESTÓRIO CAVIDADE ORAL - O exame pode ser prejudicado, uma vez que essa região é geralmente pigmentada em animais PIGMENTOS: - melanose (normal e comum em várias raças caninas e aumenta com a idade) - Icterícia (consequência de condições hemolíticas, afecções hepáticas ou obstruções de vias biliares) - Distúrbios circulatórios: o Cianose indica alterações relacionadas com o funcionamento cardíaco, circulatório ou respiratório o Anemias: mucosa extremamente pálidas o Metaemogloniemia: intoxicação por nitritos ou nitratos que oxidam o ferro, não possibilitando o transporte de O2 pela hemoglobina; mucosas amarronzada Anomalias de desenvolvimento - Essas anomalias podem levar à caquexia pela dificuldade de preensão, mastigação ou deglutição por alimento Palatosquise – Fenda palatina - Defeito da fusão longitudinal das prateleiras palatinas laterais, a partir dos processos maxilares, formando uma abertura e comunicação entre as cavidades oral e nasal - Animais podem aspirar conteúdo alimentar e desenvolver pneumonia aspirativa - Planta Mimosa tenuiflora pode provocar palatosquise Queilosquise, fenda labial ou lábio leporino - Falha na fusão do lábio superior - Decorrente da não fusão do processo maxilar e do processo nasal medial, podendo ser uni ou bilateral Estomatites e gengivites - Inflamação das membranas mucosas da cavidade oral e gengiva - Resultado final dos insultos é a perda da integridade do revestimento da mucosa: erosões, ulceras e necroses - Lesões são classificadas como: o Máculas o Pápulas o Vesículas o Erosões o Úlceras - Causas: agentes infecciosos (vírus), químicos, traumáticos, tóxicos, doença autoimune e doenças sistêmicas - Geralmente as lesões cursam com: o Anorexia (mastigação dolorosa) o Hipersalivação: superprodução e ausência de deglutição o Felinos: primeiro sinal de infecção de FIV - Classificadas em: 1. Vesicular 2. Erosiva e ulcerativa 3. Papular 4. Necrotizante 5. Eosinofílica 6. Linfoplasmocítica Estomatites vesiculares - Formação de bolhas ou vesículas no epitélio oral - Todas são induzidas por vírus, com aparência macroscópica e microscópica idênticas - Nenhuma condição é fatal - Perdas econômicas: baixo ganho de peso; abortos (provavelmente pelo estresse das lesões) - Pode ocorres contaminação bacteriana secundária - Febre aftosa e exantema vesicular lesões no casco claudicação - Entrada pela cavidade oral em áreas onde ocorreu perdas temporárias da mucosa (mastigação normal ou traumas) - Vírus são citolíticos o No rompimento da célula infectada, libera vírus que infecta a célula vizinha o Coalescência das vesículas forma bolhas o O epitélio de recobrimento pode-se romper facilmente o Úlcera - Macro: Vesículas preenchidas por fluido (cavidade oral, lábios, palato rostral e língua; mucosa nasal e epitélio proximal do sistema digestório) Vesícula cheia de fluido; II- lesões erosivas - Microscopia: edema intracelular, tumefação das células do estrato espinhoso, lise celular, formação de vesículas o Cicatrização: agudo (rico em fibrina e neutrófilos) e crônico (tecido de granulação) Febre aftosa: - Doença aguda, altamente contagiosa, causada por um vírus da família Picornaviridae, gênero Aphtovirus - Enfermidade mais contagiosa do mundo, com morbidade alta, porém mortalidade e letalidade baixas o Animais que morrem (poucos) são bovinos lactentes - Afeta animais de casco fendido (ruminantes e suínos), tanto domésticos como selvagens - Vírus transmitido por contato direto ou indireto com animais infectados e suas secreções - Formação de vesículas e erosões na mucosa da boca e narinas externas (especialmente no focinho de suínos) o Pele entre os cascos ou acima deles o Tetos podem ser afetados - Lesões macroscópicas: vesículas integras ou, mais frequentemente, rompidas, formando erosões ou ulceras na cavidade oral (especialmente língua), focinho, bandas coronarianas dos cascos, tetas e prepúcio o Lesões em órgãos internos incluem vesículas, úlceras ou erosões nos pilares do rúmen - Sinais clínicos: o Febre, depressão, anorexia, salivação excessiva o Diminuição da ingestão de água e alimentos o Formação, ruptura e erosão de vesículas na boca o Claudicação quando acomete os dígitos o Lactação reduzida, mastite e abortos são comuns - Suínos com sinais clínicos semelhantes; período de incubação é geralmente de 1-5 dias, mas pode ser maior o Atuam como animais replicantes do vírus - Em pequenos ruminantes, os sinais são mais brandos (infecção subclínica) - As lesões clássicas (vesículas) podem não ser encontradas - Quando ocorrem: rompem deixando a superfície da mucosa erodida, hemorrágica e de aspecto granular - Lesões gastrointestinais especialmente no rúmen - Em casos raros, são vistas lesões no períneo, vulva e escroto - Em suínos e ovinos, as lesões na língua são mais frequentes - Bovinos jovens morrem devido à infecção dos cardiomiócitos, que resulta em miocardite linfocítica (coração tigrado) coração do terneiro com áreas esbranquiçadas; coração tigrado (miocardite linfoplasmocítica) - Diagnóstico: 1. Líquido das vesículas colhido em recipiente estéril com técnica asséptica 2. Epitélio das vesículas colocado em meio de cultura contendo antibiótico 3. Soro pareado de animais indivíduos ou de soro de animais diferentes colhidos nos estágios iniciais e finais do surto 4. Líquido da faringe-esôfago Rhabdoviridae/ vesiculovirus: - Arbovirose causada pelo vírus da estomatite vesicular, pertencente ao gênero Vesiculovirus da família Rhabdoviridae - Equinos e suínos; sendo menos frequente em bovinos e raros em caprinos e ovinos - Transmissão por insetos hematófagos (contato com a vesícula é menos frequente) - Sinais clínicos e lesões semelhantes aos da febre aftosa - Animais param de se alimentar e começam a salivar, em decorrência das lesões doloridas que se formam na cavidade oral - Lesões nos cascos provocam claudicação - Doença geralmente ocorre em surtos - Zoonose: doença semelhante à gripe e formação de vesículas na cavidade oral e mãos de humanos Doença vesicular dos suínos: - Picornaviridae/ enterovírus - Afeta suínos e seres humanos - Altamente contagiosa - Não há relatos no Brasil Exantema vesicular dos suínos - Calicivírus - Somente suínos - Vesículas em diversas partes do corpo - Doença aguda caracterizada por febre e formações de vesículas no focinho, cavidade oral, cascos - Transmitida por contato direto de animais sadios com animais infectados ou por fômites Estomatites erosivas e ulcerativas - Erosão: perda de parte do epitélio superficial - Úlcera: perda de toda espessura epitelial com exposição da membrana basal - Causas: BVDV, febre catarral maligna, calicivírus felino, vírus da língua, deficiência de vitamina C, uremia, complexo granuloma eosinofílico - Diagnóstico definitivo: contexto de sinais clínicos, achados histopatológicos e testes auxiliares Febre catarral maligna: - Doença linfoproliferativa - Herpesvírus ovino 2 (OvHV-2)) - Bovinos, cervídeos, búfalos e suínos - América do Sul: doença em bovinos que possuem contato com ovinos - Ovinos atuam como reservatórios e apresentam infecção subclínica - Caracterizada por afetar diversos tecidos, uma vez que causa arterite linfocítica com subsequente necrose Diarreia viral bovina –BVDV - Agente etiológico é um vírus RNA pertencente ao gênero Pestivirus da família Flaviridae - Tipo 1 e tipo 2: o Cepas citopatogênicas (CP) o Cepas não citopatogênicas (NCP) - Ampla variedade de sinais clínicos: respiratórios, digestivos, reprodutivos, hemorrágicos, imunossupressão - Animais PI (persistentemente infectado): o Infectados durante a gestação (até 2 trimeste) – cepa NCP o Tornam-se imunotolerantes ao vírus o Retardono crescimento, morte precoce, problemas reprodutivos o Podem apresentar a doença das mucosas o Contaminam o rebanho - Doença das mucosas: o Forma mais grave de infecção pelo BVDV o Um vírus fracamente patogênico ou não patogênico infecta uma vaca com menos de 4 meses de gestação, direciona-se para o feto e infecta vários tecidos o A infecção nesse estágio pode resultar em tolerância imunológica, e o bezerro nasce como animal PI. Se esse vírus NCP sofrer mutação para CP ou se o bezerro for exposto a uma cepa CP, ele não tem capacidade de responder imunologicamente o Nesses casos, o vírus se replica extensivamente em vários tecidos, incluindo o TGI e provocando úlceras hemorrágicas o Lesão característica é a depleção das placas de Peyer - BVD aguda grave: o Mais contagiosa o Causada por novos isolados circulantes de BVD tipo 2 o Doença avassaladora, sem predisposição por idade, diferente da doença das mucosas I-lesões ulcerativas no TGI; II- necrose das placas de Peyer; III- lesões intestinais Doença da língua azul - Orbivirus - Ovinos, bovinos, ruminantes selvagens - Transmissão por insetos (culicoides) - Casos no verão - Morbidade 50-70% e mortalidade 20-50% Áreas ulceradas no rúmen Estomatites papilares - Parapoxvírus: o Ectima contagioso o Estomatite papular bovina - Zoonoses Ectima contagioso - “Orf”, dermatite pustular ou boqueira - Parapoxvírus, família Poxviridae - Afeta ovinos e caprinos o Humanos (mãos e face) o Eventualmente bovinos e caninos - Altamente contagiosa: morbidade pode chegar a 100% e mortalidade inferior a 1% Lesões pustulares com crostas ao redor da região labial - Complicações: o Miíases e infecções secundárias ( Fusobacterium necrophorum, Dermatophilis congolensis e Staphylococcus spp.) o Mortalidade pode chegar a 50% - Resolução em cerca de 25 dias - Sinais clínicos e necropsia: o Pápulas, pústulas e crostas o Junção mucocutânea da cavidade oral o Focinho, fossas nasais, periorbital o Gengiva, língua, esôfago e palato - Microscopia: degeneração balonosa do estrato espinhoso do epitélio; corpúsculo de inclusão intracitoplasmáticos (início da lesão) Estomatite papular bovina - Parapoxvírus, família Poxviridae - Bovinos de todas as idades (+ jovens) - Zoonose - Morbidade de até 100% - Autolimitante o Recuperação em 4-7 dias Estomatites necrotizantes - Bovinos, ovinos e suínos: difteria dos terneiros ou necrobacilose oral dos terneiros - Foco arredondado amarelado, circundado por halo hiperêmico - Cavidade oral, laringe, faringe ou língua - Estágio final de todas estomatites complicadas pelo Fusobacterium necrophorum Necrobacilose oral dos terneiros - Secundária a abrasão e/ou trauma ao epitélio da cavidade oral ou laringe - Pode estar associada a deficiência na ingestão de colostro ou imunossupressão Estomatites eosinofílica - Condição idiopática - Aparência histológica sugere mecanismo imunomediado - Reação de hipersensibilidade a algum antígeno desconhecido - Aumento de eosinófilos circulantes Estomatites linfoplasmocítica - Condição idiopática: suspeita-se de envolvimento de FIV/FeLV + calivírus - Somente felinos - Sinais clínicos: gengiva vermelha, inflamada, hálito fétido, inapetência/anorexia (dor) Hiperplasia e neoplasia - Cão: 70% dos tumores digestivos na cavidade oral - Doenças hiperplásicas: hiperplasia gengival (crescimento do tecido, que pode recobrir até os dentes) I-melanoma; II- Melanoma Carcinoma de células escamosas - Tumor oral maligno mais comum em cavidade oral de gatos (60%) e segundo mais frequente em cães - Localmente invasivo, destrutivo e de crescimento rápido - Pode metastatizar para linfonodos regionais e pulmões Papilomas - Bovinos e caninos - Papilomavírus - Regressão espontânea em alguns meses, seguida de imunidade consistente Ameloblastoma em cães - Neoplasia epitelial - Origem no órgão do esmalte - Cães adultos dentes - Má oclusões dentárias - Hipoplasia de esmalte dentário - Alterações na coloração dentária (fluorose, tetraciclina, porfiria congênita) - Cálculo dentário Má-oclusões: - Falha dos incisivos em se encaixarem corretamente - Normal para alguns cães (raças braquicefálicas) - Quando muito graves podem levar a dificuldade de preensão e mastigação dos alimentos - Prognatia: prolongamento da mandíbula - Braquignatia: encurtamento da mandíbula resultante da protusão da maxila - Agnatia: ausência da mandíbula Bragnatia Prognatia Agnatia Fluorose - Intoxicação por flúor - Bovinos mantidos próximos a fabricas de fertilizantes (rocha fosfática) ou de áreas com combustão de carvão mineral Hipoplasia do esmalte dentário - Vírus da cinomose - Ausência temporária da formação do esmalte porfiria congênita - Falha na degradação da porfirina, a qual se deposita em dentes, ossos e outros tecidos Doença periodontal Cálculos dentais, tártaro; retração de gengiva Tonsilas - Estruturas linfoides faríngeas, revestida por epitélio - Infecções primárias (diretas) - Hematogênicas - Neoplasias (linfoma ou CCE’s) Neoplasias em tonsilas: Imagem 1: aumento de volume da tonsila com uma área ulcerada, estando a outra tonsila com tamanho normal Imagem 2: aumento bilateral das tonsilas Glândulas salivares - Rânula: distensão cística de ducto salivar do assoalho da boca - Mucocele salivar: pseudocisto com parede delgada na mucosa oral, preenchido por fluido salivar ou conteúdo mucoso espesso Sialolitíase - Cálculos salivares, sialólitos - Concreções amareladas ou brancacentas compostas por fosfato e carbonato de cálcio - Podem causa obstrução de ductos salivares, provocando retenção salivar e até rânula - Mais comum em equinos Língua - Anomalias do desenvolvimento: o Revestimento imperfeito o Macroglossia o Microglossia o Língua bífida o Pelos na língua o Língua de pássaro em cães Letal Não produz pressão negativa no mamilo Actinobacilose (“língua-de-pau”) - Actinobacillus lignieresii - Acomete bovinos - Comensal do trato digestivo - Lesões na cavidade oral o Alimentos fibrosos/grosseiros o Via linfática/ hemática - Focos piogranulomatosos Ao corte, encontra-se áreas amareladas, neste caso em um linfonodo na região submandibular Actinomicose - Actinomyces bovis - Acomete bovinos - Comensal do trato digestivo - Lesões na cavidade oral - Osteomielite o Mandíbula (maioria) ou maxilar ESÔFAGO Alterações físicas: - Obstrução por corpos estranhos - Perfuração - Estenose - Dilatação (megaesôfago ou ectasia esofágica) Caso de asfixia por um corpo estranho Megaesôfago - Causas: desordens de inervação, distúrbios musculares, persistência do arco aórtico direito esofagite - Erosiva/ulcerativa (viral, cáustica, uremia) - Esofagite por refluxo - Esofagite micótica (Candida albicans) * Parasitas: Spirocerca lupi./ Sarcocystis gigantea Placas amarelas aderidas por conta de inflamação causada pela presença de Candida albicans Neoplasias - Papilomas - CCE - Fibrossarcoma x Spirocerca lupi - Leiomioma - Linfoma papiloma esofágico Carcinoma de trato digestivo pelo consumo de Pteridium arachnoideum (aquilinum) - Samambaia, samambaia-do-campo - Solos ácidos e bem drenados - Brotação mais tóxica - Ação radiomimética - Afeta principalmente bovinos - Três formas clínicas: o Diátese hemorrágica o Hematúria enzoótica o Tumores do trato digestivo superior - Bovinos acima de 3 anos - Ingestão por período prolongado - Tumores no TGI superior (carcinoma epidermoide) - Perturbações mecânicas na ingestão - Sinais clínicos: tosse, regurgitação, timpanismo, emagrecimento Carcinoma de trato digestivo - Necropsia: massas neoplásicas amarelo-acinzentadas e infiltrativasno TGI superior - Lesões histológicas: o Carcinoma de células escamosas o Formação de queratina o Papiloma Bovino com massa na cavidade oral (CCE) Massas ulceradas; várias áreas de neoplasias ao longo do esôfago até a entrada do rúmen Carcinoma na entrada do rúmen; a obstrução pode ocasionar casos de timpanismo Carcinoma de trato digestivo pelo consumo de Pteridium arachnoideum - O princípio radiomimético pode ser encontrado no leite de animais intoxicados - Evitar a ingestão da planta - Erradicação (calagem do solo) - Evitar queimadas RÚMEN, RETICULO E OMASO Rúmen: papilas ruminais; saco dorsal e saco ventral Retículo: forma de favos de mel Omaso: 100 lâminas longitudinais Alteração post mortem - Timpanismo post mortem - Desprendimento da mucosa Obstrução e desordens funcionais - Timpanismo - Acidose - Reticulite/ reticulopericardite traumática Timpanismo Definição: distensão acentuada do rúmen e do retículo por gases - Timpanismo primário - Timpanismo secundário Timpanismo primário - Conhecido como timpanismo dietético ou espumoso - Trevo ladino, alfafa, concentrados de grãos = espuma estável - Três dias após o início da dieta Timpanismo secundário - Causado por obstrução ou estenose física ou funcional do esôfago - Agudo ou crônico - Causas: indigestão vegetal, papiloma esofágico, linfoma e corpos estranhos esofágicos Timpanismo – sinais clínicos - Distensão da fossa paralombar esquerda - Abdome distendido - Elevada frequência cardíaca e respiratória - Redução dos movimentos ruminais - Morte Redução do tamanho da cavidade pleural Dificuldade respiratória Aumento da pressão intra-abdominal e intratorácica Redução do retorno venoso para o coração Congestão generalizada cranial a entrada do tórax Timpanismo – lesões - Após a morte: é difícil diferenciar pois a espuma do primário pode desaparecer - Diferenciar de timpanismo post-mortem - Linha do timpanismo: demarcação entre o esôfago distal, pálido e sem sangue, e o esôfago proximal, congesto na entrada do tórax Essa linha acontece devido à pressão do rúmen; o sangue tem dificuldade de retornar e acaba ficando mais congesto. A musculatura dos tecidos adjacentes dessa região também fica com uma coloração diferente Corpos estranhos - Podem se acumular nos pré-estômagos o Tricobezoares (pelo) o Fitobezoares (plantas) - Objetos metálics (pregos, fios de arame) - Placas de baterias (envenenamento por chumbo) Inflamações - Ruminite, reticulite ou omasite - Reticulite/ reticulopericardite traumática - Acidose láctica Reticuloperitonite/ reticulopericardite traumática - Penetração do reticulo por um corpo estranho metálico - Restos de construção - Contaminação de alimentos Acidose láctica - Todos ruminantes são suscetíveis - Mudança brusca de dieta de fácil fermentação ou na quantidade de alimento - Desidratação (alteração da osmolaridade) - Acidose, hemoconcentração, hipovolemia e colapso circulatório - Morre em 24h - Conteúdo ruminal e intestinal aquosos e ácidos - Grande quantidade de grãos no rúmen - Mucosa friável - Degeneração hidrópica e necrose do epitélio Ruminite bacteriana - Acidose láctica ou lesão mecânica - Bactérias que colonizam o rúmen abscessos hepáticos - Arcanobacterium pyogenes ou Fusobacterium necrophorum - Acidose láctica e lesão mecânica - Administração de antibióticos - Necropsia: lesões circulares e bem delineadas 1: omaso com áreas de ruminite bacteriana; 2 e 3: ruminite micótica, secundária à um quadro de acidose Indigestão vagal - Alteração funcional do escoamento do pré-estômago (lesão do nervo vago) - Causas o Inflamação do nervo vago o Obstrução mecânica do esvaziamento dos compartimentos ou do abomaso o Dieta e nanismo o Idiopática - Sinais clínicos: Distensão do rúmen e retículo e às vezes abomasal (dependendo da localização em que ocorre a lesão ao nervo vago) - Há quatro tipos: Tipo I: Lesões inflamatórias levando a timpanismo. Tipo II: Condição funcional ou anatômica que causa falha de transporte do omaso para abomaso. Tipo III: Impactação física (dieta). Tipo IV: Gestação. Parasitismo ruminal - Paranfistomíase infestação do proventrículo de ruminantes por trematódeos - Paramphistomum, Calicophoron e Cotylophoron - Importância: larva no intestino delgado proximal (hipoproteinemia e anemia) Intoxicação por Baccharis coridifolia - Nome popular: Mio-mio - Ocorre em campos nativos (Brasil, Uruguai e Argentina) - Bovinos e ovinos - Intoxicações: animais de regiões sem Baccharis spp. - Mais tóxica durante a floração - Tricotecenos macrocíclicos - Sinais clínicos: o Anorexia o Timpanismo o Tremores o Parada ruminal o Fezes requessidas o Inquietação o Sialorreia o Decúbito - Necropsia: avermelhamento, edema e erosões da mucosa do rúmen e retículo - Lesões histológicas: Degeneração balanosa, edema e necrose na mucosa ruminal com infiltrado inflamatório associado Necrose de tecido linfoide Desprendimento da mucosa; submucosa avermelhada ESTÔMAGO E ABOMASO - Estômago é um órgão exócrino e endócrino o Digestão enzimática e hidrolítica de alimentos ingeridos o Secreta hormônios - Anatomia externa: - Estruturas: 3 ou 4 porções o Região esofagiana (suínos e equinos) o Região das glândulas cárdicas o Região das glândulas fúndica o Região das glândulas pilórica - Mecanismo de defesa: o Motilidade o Prostaglandina E2 o Muco e bicarbonato o Ig A o pH ácido o Esfíncter pilórico ALTERAÇÕES POST-MORTEM - Embebição biliar - Embebição pela hemoglobina - Enfisema de putrefação enfisema Desordens funcionais Dilatação gástrica em equinos - Pode ser primária ou secundária - A dilatação primária é de origem nutricional e, na maioria das vezes, relacionada com a ingestão de alimentos facilmente fermentáveis o Ingestão excessiva de água (o excesso de grãos leva à queda do pH, que atrai agua para controlar e provoca a dilatação) o Acesso repentino a pastagens novas o Consequência do excesso de consumo de carboidrato fermentável o Equinos estabulados, que conseguem acesso à área de ração ou erros de manejo - A dilatação secundária é causada por um impedimento físico ou funcional do esvaziamento do estômago o Obstrução pilórica ou do ID (corpos estranhos, neoplasias, constrições, etc) o Estenose pilórica Ruptura gástrica em equinos - Consequência de dilatação gástrica (primária ou secundária) ou idiopática - Geralmente ao longo da curvatura maior - Ocorre choque e peritonite - Importante diferenciar ante-mortem e post-mortem o Ante-mortem: encontra distúrbios circulatórios (hemorragia, edema, vasos engurgitados, serosa avermelhada, ...) em torno da ruptura o Post-mortem: não há alterações; área rompida sem hemorragia, sem edema, serosa de coloração normal (a movimentação do cadáver pode prejudicar) Observa-se conteúdo na cavidade; serosa das alças intestinais estão normais, sem vaso engurgitado; provável ruptura post-mortem alças intestinais hiperêmicas; aderência de fibrina em algumas áreas áreas avermelhadas no local da ruptura (indica ante-mortem) Dilatação gástrica e torção em cães - Torção é comum em cães de raças grandes e gigantes - A torção é uma consequência da dilatação gástrica - Prováveis causas: refeições volumosas em intervalos muito longos (1x ao dia, por ex.), seguidas de exercício pós-prandial (provoca movimentos antiperistálticos violentos) - Fatores predisponentes: o Raças de grande porte o Sobrecarga alimentar o Manejo inadequado o Comportamento do animal o Aerofagia: ingere ar ao ingerir alimento tendência de girar no sentido anti-horário - Sinais clínicos: aumento de volume abdominal, sinais de desconforto abdominal,dispneia (comprime o pulmão), mucosas cianóticas baço fica em formato de V, com as bordas bem arredondadas e aumentado de tamanho Torção gástrica em suínos - Epidemiologia: o Porcas arraçoadas 1 vez ao dia o Comum em final de semana (normalmente diminui a escala de alimentação; oferece ração 1x ao dia – animal com fome ingere toda a ração, que promove a queda do pH dilatação torção) o Agitação voracidade Rápida fermentação Dilatação e torção - Sinais clínicos semelhantes ao do cão pulmão comprimido (atelectasia do pulmão esquerdo); vasos engurgitados no estômago Deslocamento e torção de abomaso - Problema clinico comum em vacas leiteiras de alta produção, particularmente no final da gestação ou logo após o parto - Pré-requisitos tendem ser a atonia e o aumento da produção de gás - Pode ser esquerdo ou direito - Deslocamento esquerdo é menos grave e imperceptível à necropsia o Abomaso desliza pela parede abdominal, indo alojar- se na fossa paralombar esquerda, por cima do rúmen o Condição raramente fatal - Deslocamento direito é mais raro o Se complica com a torção do abomaso sobre sua curvatura menor, com envolvimento do omaso o Leva o animal à morte em poucas horas - Etiologia e patogenia complexa e multifatorial: o Ração rica em carboidratos solúveis o Pobre em forragem o Pós-parto: diminuição da pressão do útero e menor consumo (aumentando a chance de migração do órgão) o Hipotonia ou atonia: hipocalcemia e outras patologias - Sinais clínicos: o Esquerda: diminuição de consumo, preferência por forragem, queda na produção leiteira, protrusão das últimas costelas o Direita: sem torção igual a esquerda; com torção – anorexia, prostração, desidratação e cólicas Impactação - Lesão no nervo vago ... (ver aula – min 45) Distúrbios circulatórios Hiperemia fisiológica: - Avermelhamento da mucosa de forma difusa ou focalmente - Quando há conteúdo alimentar Infarto venoso gástrico - Lesão comum em suínos, mas pode ser encontrada em cavalos e ruimantes - Resulta de lesão endotelial e de trombose das vênulas por endotoxinas e outros produtos bacterianos ou tóxicos - Ocorre na salmonelose e na colibacilose septicêmica - Em suínos também ocorre em casos de eripisela, doença de Glasser, peste suína Edema - Apresenta-se como espessamento da parede gástrica por depósito de material gelatinoso na submucosa - Ocorre na hipoproteinemia, na intoxicação por arsênio (em bovinos), na doença do edema dos suínos, na gastrite aguda Gastropatia urêmica - É um dos sinais de pacientes com insuficiência renal crônica - Por conta da lesão renal, ocorre alteração na excreção dos compostos nitrogenados, o que provoca na circulação o aumento da concentração de ureia e amônia Esses compostos acabam levando uma lesão vascular - Pode haver hemorragia, calcificação e áreas de ulceração na mucosa do estômago - Clinicamente: hematêmese, melena, apatia e halitose Doenças inflamatórias Gastrite/abomasite - Inflamação do estômago e abomaso - Lesões macroscópicas da mucosa gástrica, como: Hemorragia Edema Quantidade elevada de muco Abscessos e granulomas Penetração por corpos estranhos Parasitas Erosões e ulcerações Necrose - Lesões resultantes de lesões químicas, mecânicas ou isquêmicas - Cães e gatos: pode ser de origem mecânica, pela ingestão de corpos estranhos ou formação de bola de pelo em gatos; origem química por uso de drogas anti-inflamatorias Gastrite típica: infiltração de células inflamatórias em animais com alergia alimentar - Gastrite micótica: geralmente secundária a erosões e úlcera, podendo ter relação com imunidade e alteração na flora Mucor, Rhizopus, Absidia, raramente Aspergillus Úlceras gástricas - Quando há perda da espessura epitelial, até ou através da membrana basal - Quando atinge todas camadas = úlcera perfurada - Perda parcial da espessura epitelial = erosão - Ulcerações recentes (agudas) geralmente estão associadas à hemorragia, enquanto as ulceras mais antigas (crônicas) têm sua base e bordas revestidas de tecido de granulação e sua superfície revestida por uma fina camada de tecido necrótico Etiopatogenia: - São fatores frequentemente relacionados com a hipersecreção gástrica e diminuição da resistência da mucosa - Secreção basal anormalmente alta, dada a expansão da massa de céls. parietais, em resposta ao efeito trófico de gastrina - Gastrinomas (neoplasias do pâncreas secretoras de gastrina) - Distúrbios locais no fluxo sanguíneo isquemia - Anti-inflamatórios diminuem a secreção de prostaglandina - Distúrbios ou traumas locais (ex.: refluxo da bile) Cães - Frequentemente relacionadas à hipersecreção associada a mastocitomas cutâneos e mastocitoses; IRC bilateral e não eliminação de gastrina na urina; terapia com anti- inflamatórios (AINEs e glicocorticoides) - Sinais clínicos: vômito em borra de café (hematêmese); inapetência; dor abdominal; anemia secundária ao sangramento; melena Suínos - Relacionadas ao estresse, confinamento, granulometria da ração - Sinais clínicos: Bovinos: - Estresse provoca erosões ou ulceras agudas, que são achados acidental - Acidose láctica provoca ulcerações particularmente na região pilórica - Animais confinados, vacas leiteiras e animais jovens - Alimentação: Maior quantidade de grãos Irritação mecânica das fibras Substitutos do leite - Leucose enzoótica bovina Equinos - Geralmente apresentam ulceras na pars oesophagea - Região aglandular: Em potros idiopática Gasteriohilus intestinalis - Região glandular AINEs Dor abdominal, bruxismo Parasitas Equinos: - Gasterophilus spp. - Habronema spp. (maior frequência) - Draschia megastoma Gastrite granulomatosa focal - Trichostrongylus axei Criação conjunta com ruminantes Ruminantes - Haemonchus spp. - Ostertagia ostertagi - Trichostroongylus axei Haemonchus contortus - Larvas L3 na pastagem - Hematófago: anemia, hipoproteinemia, perda de peso, diarreia Suínos - Hyostrongylus rubidus Espessamento da mucosa Acúmulo de muco Macroscopia semelhante a ostertagiose em ruminantes Cães e gatos - Physaloptera spp Neoplasias - Leiomioma - Leiomiossarcoma - Adenoma - Adenocarcinoma - Linfossarcoma mais frequente em bovinos - Carcinoma de células escamosas abomas INTESTINO Anomalias do desenvolvimento - Atresia anal/ atresia colônica: ausência do ânus (orifício); ausência do orifício do cólon - Aplasia segmentar Megacólon - Cólon grande repleto de fezes - Ocorre em suínos, gatos e potros - Deficiência congênita dos plexos mioentéricos - Megacólon adquirido: secundário ao dano à inervação colônica Obstrução intestinal Enterólitos - Pedras formadas geralmente por fosfato de amônio (estruvita) agregadas ao redor de um núcleo central frequentemente um corpo estranho. Impactação - Presença de ingesta compactada que não se move ao longo do trato gastrointestinal - Ocorre em todas as espécies - Ex.: equinos após administração de anti-helmíntico (morte dos parasitas podem formar um bolo e obstruir); grande quantidade de areia ingerida Intussuscepção - Segmento intestinal invagina para dentro do segmento imediatamente distal - Acredita-se que a causa seja a hipermotilidade e irritabilidade intestinal - Parasitos, neoplasias, corpos estranhos, manuseio durante a cirurgia, doenças inflamatórias, abscessos e granulomas - Diferenciar de invaginações post mortem Deslocamentos intestinais - Herniações que levam a encarcerações e estrangulações - Hérnias são deslocamentos de vísceras, principalmente intestinos, dentro da própria cavidade abdominal (interna) ou para fora dela (externa), por um forame naturalou adquirido - Herniações internas: Ex.: equinos – herniação através do forame epiplóico - Herniações externas: Saco herniário penetra para fora da cavidade abdominal Prolapso retal - Ocorre secundário ao tenesmo (tentativa falha na defecação), esforço pós-parto excessivo, tosse crônica, diarreia, neuropatia e predisposição genética Vólvulo e torção - Vólvulo: rotação do intestino em seu eixo mesentérico - Torção: rotação de um órgão ao longo do seu eixo longitudinal - São sempre causas de obstrução estrangulada - Provoca morte rápida em todas as espécies - Resulta em estrangulamento vascular, isquemia e oclusão da luz intestinal - Oclusão dos vasos mesentéricos levando ao infarto - Suprimento arterial mais resistente sangue bombeado para o tecido mas não consegue ser drenado - Torção comum em equinos e bovinos Cavalos e equinos com vólvulo intestinal têm aparecimento súbito de cólica, anorexia completa, dor acentuada contínua, ansiedade, delírio e sudorese - Toda a parede do segmento afetado está espessada por edema e congestão acentuados - Microscopicamente, o intestino apresenta lesões de necrose, congestão e hemorragia - Pode ocorrer por associação com: Lipomas no mesentério em equinos Ruptura retal iatrogênica (durante a palpação retal) Hemomelasma ilei placas rosas e escuras que ocorrem no intestino por migração de Strongylus edentatus Parasitas - Caninos e Felinos: Giardia lamblia (ID) Isospora sp. Toxocara canis (ID) Toxocara catis (ID) Ancylostoma (ID) Dipylidium spp. (ID) Trichuris (IG) Strongyloides spp (ID) - Equinos Giardia lamblia Parascaris equorum Anoplocephala spp. Strongylus vulgaris - Ruminantes Eimeria sp Bunostomum sp. Trichuris sp (IG) Cooperia sp. (ID) Nematodirus spp. (ID) Oesophagostomum columbianum Oesophagostomum radiatum - Suínos Eimeria sp Ascaris lumbricoides (suum) Oesophagostomum dentatum Macracanthorhynchus hirudinacus Linfangectasia (dilatação lacteal) - Ocorre quando uma inflamação granulomatosa ou uma neoplasia distorce e obstrui significativamente os vasos mesentéricos - Sinais clínicos: diarreia, esteatorreia, hipoproteinemia, distensão abdominal Enterites Enterites virais Rotavírus: - Pertence à família Reoviridae, gênero Rotavirus - Infectam várias espécies, mas são reconhecidamente importantes em animais de produção jovens - Considerado como uma das principais causas de diarreia em bezerros (rotavírus bovino) e leitões (rotavírus suíno) - Bovinos (primeira semana de vida) e suínos (primeiras 7 semanas) são mais susceptíveis - Transmissão pela via oral-fecal Coronavírus/disenteria de inverno - Bovinos jovens e adultos - Diarreia profusa, redução da produção leiteira, anorexia e depressão - Diarreia fétida e de coloração verde a preta Peritonite infecciosa felina - Acomete gatos de qualquer idade - Causada pelo vírus da PIF, coronavírus felino - Transmissão: vírus presente nas fezes e saliva de felinos doentes ingestão ou por aerossóis (rota oronasal); transplacentária - Lesões piogranulomatosas - Forma úmida/ forma seca Diarreia viral bovina - Gênero Pestevirus - BVD tipo 1 e BVD tipo 2 - Anorexia, diarreia aquosa, pirexia, descarga nasal mucopurulenta - Macroscopia: erosões multifocais e úlceras na língua, gengiva, palato, esôfago, rúmen e abomaso; focos de necrose no epitélio do intestino e placas de Peyer Parvovírus - Parvovirose canina e panleucopenia felina - Macroscopia: ID hiperêmico com a serosa granular Conteúdo intestinal marrom a marrom-avermelhado Aumento de linfonodos mesentéricos Evidenciação das placas de peyer Parvovirose canina: - Parvovirus canino - Importante agente causador de enterite em cães - Transmissão pelo contato direto com cães infectados ou indireto (fômites) - Quadro clínico inclui anorexia, letargia, pirexia, desidratação, vômito e diarreia mucoide, líquida ou sanguinolenta A – efusão fibrinosa que recobre discretamente a serosa, dando-lhe aspecto granular e hemorrágico difuso B – mucosa intestinal necrótica e revestida de fina camada de fibrina e edema da parede intestinal Panleucopenia felina - Semelhante ao parvovirus canino - Acomete gatos jovens, especialmente os não vacinados - Gatos eliminam o vírus em fezes diarreicas; transmissão pela rota fecal-oral, fômites - Enterite, variando de mucoide a hemorrágica Enterites bacterianas Colibacilose - Escherichia coli - Doença ocorre quando cepas patogênicas especificas infectam uma população suscetível ou quando imunidade está reduzida - Causas: genética, falha na transferência de anticorpos pelo colostro, contaminação ambiental, condição nutricional e estresse - Classificação: Enterotóxica Septicêmica Doença do edema Pós desmame Enteroinvasiva Attaching and effacing Colibacilose enterotóxica - Agente mais frequentemente isolado de casos de diarreia em animais jovens - Causa diarreia aquosa profusa e/ou alterações circulatórias sistêmicas, em decorrência da liberação de endotoxinas - Diarreia secretória (toxina induz a secreção de NaCl para o lúmen) - Animais desidratam rapidamente e ficam apáticos - Intestino delgado com fluido amarelado e distendido por gás Colibacilose septicêmica - Bezerros, cordeiros e potros - Falha na colostragem - Fibrina em qualquer cavidade do animal - Artrite, oftalmite, meningite, pontos brancos no rim e fígado Doença do edema: - E. coli específica de suínos - Enterotoxina produzida no intestino - 6 a 14 semanas de idade: associada a mudança de dieta no desmame - Sinais: incoordenação, desequilíbrio, fraqueza, tremores e convulsões Em animais que sobrevivem a fase aguda da doença, observa-se os distúrbios nervosos - Casos agudos: edema subcutâneo é marcante, principalmente nas pálpebras, orelhas, focinho e lábios - Diarreia só é aparente em alguns animais no estágio final da doença (frequentemente apresenta estrias de sangue) - Anorexia é o primeiro sinal clinico - Necropsia: edema marcante da parede do cólon espiral e estômago Colibacilose pós-desmame - E. coli hemolítica - Doença específica de suíno - Semelhante a enterotóxica - Primeira manifestação clínica em leitões acometidos é a morte súbita de alguns animais a partir de 2 dias após o desmame - Diarreia aquosa - Animais desidratam rapidamente e ficam apáticos - À necropsia, como o processo é rápido, os leitões apresentam boa condição corporal, intensa desidratação, com olhos fundos e intestinos dilatados, ligeiramente edematosos e congestos. Colibacilose enteroinvasiva - Seres humanos, animais de laboratório e ocasionalmente bovinos e suínos - Toxina shiga - Destruição de enterócitos - Enterite hemorrágica Escherichia coli “attaching e effacing” - Pouco frequente - Coelhos, bezerros, suínos, cordeiros e cães - Adere e destrói o enterócito Salmonelose - Causada por microrganismos do gênero Salmonella sp. Aeróbios, moveis e gram-negativos - As fezes dos animais doentes ou de portadores inaparentes (roedores e pássaros) contaminam os alimentos e a água, propagando a doença - Portadores inaparentes adquirem o agente mas não adoecem, apenas disseminam a bactéria por semanas ou meses - Via de infecção oral (permite que o agente alcance o intestino e invada a mucosa) - Ocorre em várias espécies - Enterocolite: hiperemia ou hemorragia da mucosa, que encontra-se espessada e recoberta por exsudato avermelhado, amarelado ou acinzentado, com ou sem a presença de ulcerações - Quadro septicêmico: ocorre principalmente em bezerros, cordeiros, potros e leitões recém-nascidos; observam-se petéquias e equimoses nas serosas pleural e peritoneal, no endocárdio, nos rins e nas meninges - Conteúdo intestinal commuco, fibrina e ocasionalmente sangue - Necrose da mucosa intestinal Enterotoxemia - Clostridium perfringes - Tipo C produz quadros de enterotoxemia em ovinos e caprinos - Maioria dos casos os animais não mostram sinais clínicos, devido ao curso rápido da doença - Conteúdo intestinal liquido de coloração vermelho escuro e com fibrina - Hemorragias na serosa e mucosa intestinal Rodococose - Causada pelo Rodococcus equi Cocobacilo gram positivo Encontrado no solo e no intestino de animais saudáveis Cepas não virulentas e cepas virulentas (isoladas em áreas endêmicas da doença) - Potencial zoonótico - Várias espécies, sendo potros entre 3-5 semanas mais susceptíveis e podem desenvolver tanto a forma respiratória (pneumonia piogranulomatosa) quanto a intestinal (enterocolite e tiflite ulcerativa) - Transmissão via oral ou pulmonar e, normalmente, está associada a ambientes secos em que haja poeira e fezes contaminadas - Clinicamente os animais apresentam febre, tosse, corrimento nasal e diarreia - Inflamação granulomatosa das placas de Peyer; formação de abscessos, tecido necrótico e ulceração em placas; linfonodos mesentéricos podem conter granulomas Paratuberculose - Doença de Johne - Doença infecciosa debilitante que afeta ruminantes - Agente etiológico: Mycobcterium avium subsp. Paratuberculosis (MAP) - Acredita-se que a infecção ocorra durante os primeiros 6 meses de vida, embora, devido ao período de incubação, que pode variar de 2 a 10 anos, a doença só se manifeste anos mais tarde - Sinais clínicos, quando aparecem, consistem em diarreia crônica, perda de peso, diminuição da produção de leite e hipoproteinemia - Macroscopia: Espessamento da mucosa intestinal Pode ocorrer ulceração da mucosa Aumento de linfonodos mesentéricos Mineralização aórtica Ileíte (Enteropatia) proliferativa - Causada por uma bactéria intracelular obrigatória, Lawsonia intracellularis - Acomete suínos, equinos e outras espécies, como hamster e coelho - Caracterizada pelo espessamento da mucosa intestinal, causado pela proliferação de enterócitos imaturos infectados pela bactéria - Suínos: forma aguda (hemorrágica), que acomete animais próximos à idade de abate e é caracterizada por diarreia sanguinolenta e morte súbita e, forma crônica, que acomete leitões em crescimento, caracterizada por redução de ganho de peso, e as vezes diarreia transitória - Microscopia: hiperplasia dos enterócitos, necrose, bactérias no interior das células, diminuição de células caliciformes Disenteria suína - Restrita ao intestino grosso - Brachyspira hyodysenteriae - Animais que desenvolvem a forma hiperaguda, apresentam hipertermia (40 a 40,5°C) e morrem em um período de poucas horas após a infecção, com pouca ou nenhuma evidência de diarreia - Forma aguda: colite grave, que cursa com diarreia que se inicia pastosa e amarelada e que, no decorrer de poucas horas ou dias, torna-se amplamente mucosa e sanguinolenta Pode causar morte se não tratada - Forma crônica causa diarreia catarral, depressão e diminuição do ganho de peso diário - Suínos de todas as idades podem se infectar, sendo mais comum em animais de recria e terminação - Pseudomembrana fibrinonecrótica Colite histiocítica ulcerativa - Colite granulomatosa do boxer - Colite do Boxer - Animais menores de 2 anos Pitiose intestinal - Causada pelo oomiceto Pythium insidiosum; habita água e solos úmidos - Causa de granulomas subcutâneos e, raramente, lesão gastrintestinal em cavalos que pastejam em áreas alagadas - Cães são a segunda espécie mais acometida e a infecção resulta predominantemente em lesões gastrointestinais, facilmente confundidas com neoplasias - Transmissão a partir de zoósporos flagelados móveis presentes na agua que infectam o animal por meio de pequenas feridas cutâneas ou de sua ingestão (infecção gastrointestinal) - Clinicamente (gastrointestinal) descrita em cães jovens, imunossuprimidos e que tiveram contato com ambientes aquáticos - Doença caracterizada por vômito e diarreia crônicos, emagrecimento progressivo, formação de massas apalpáveis no abdômen, anemia e eosinofilia - As lesões são espessamento ou mesmo massas irregulares de tamanhos variados no esôfago, estômago ou intestinos. Massas são firmes e esbranquiçadas (fibrose) e têm múltiplos pontos amarelados (necrose). O lúmen desses órgãos pode apresentar-se estenosados e, em alguns casos, obstruídos. - Cólica devido à obstrução intestinal Coccidiose - Eimeria e Isospora - Forma infectante: oocisto esporulado - Diarreia em várias espécies Neoplasias intestinais: - Adenoma / adenocarcinoma - Leiomioma / Leiomiossarcoma - Linfoma - Mastocitoma
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