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ARTHUR BITTENCOURT PNEUMONIA PAC FISIOPATOLOGIA Maior causa é a microaspiração. Outras causas são inalação (Legionella), hematogênica (Stafilo), extensão direta (p. ex. uma mediastinite que faz com que a infecção invada o pulmão) ETIOLOGIA 1º Pneumococo é o principal agente. Agente típica1 2º Micoplasma. Agente atípico 3º Chlamydia pneumoniae. Agente atípico 4º Vírus 5º H. influenza. Agente típico à associado com DPOC 6º Legionella. Agente atípico, mas gera PNM de MC típica. Na pediatria há mudanças DETALHES DOS AGENTES ETIOLÓGICOS 1º S. pneumoniae Agente típico – diplococo gram+ Mais comum Dx com antígeno urinário No RX: pode provocar qualquer manifestação radiológica: parábola de Damoiseau (derrame pleural), PNM redonda (ou pseudotumoral) Tto: Risco de resistência: uso de atb em <3m, comorbidades, imunodepressão. Não troca a classe e sim aumenta a dose, pois no Brasil essa resistência não é tão grave 2º Mycoplasma pneumoniae Agente atípico – sem parede celular MC com Sd gripal, podendo ter otalgia + miringite molhosa. Pode ser associado também com anemia hemolítica. Há aumento de IgM. Outras manifestações são Raynaud, Guillain-Barré, Steven-Johson, e outras MC diferentes do habitual. Tto: Macrolídeo 3º Chlamydua pneumoniae Agente atípico – intracelular gram- MC com quadro leve: febre, tosse, sintomas de VAS (faringite, laringite, sinusite) Tto: macrolídeo C. psitacci está associado com paciente que lida com pássaro e em especial pombo. C. trachomatis não gera PNM e sim linfogranuloma venério ou tracoma. 4º Vírus Influenza MC: febre + tosse seca + fadiga + “algias” 1 Agente típico: que tem parede celular de peptidoglicano, corando bem com gram, sendo suscetível à beta-lactâmico. Agente atípico não cora bem pelo gram, não responde bem ao betalactâmico e sim à macrolídeo. ARTHUR BITTENCOURT SRAG: SG + dispneia ou desconforto respiratório, queda de SatO2 <95%, piora da dça de base, queda da PA Dx: Swab de nasorafinge + PCR Tto: Oseltamivir. Usado para SRAG ou alto risco (idade para <5 anos (ou 2 anos, dependendo do altor), ≥ 60 anos, imunodeprimido, comorbidades, indígenas, IMC ≥ 40, gestante e puérpera). 5º H. influenzae Agente típico. Cocobacilo gram- MC típica Agente mais comum associado com o DPOC 6º Legionella Agente atípico. Bacilo gram- (pode também ser encontrado sob forma de bacilo filamentoso e multinucleado) Trabalhador com água de ar-condicionado ou muito exposto à ar- condicionado. MC típica grave + sinal de Faget2(clássico à pcte com febre e sem taquicardia), diarreia, dor abd, SIADH levando à hipoNa, aumento das transminases. Dx com antígeno urinário Tto: macrolídeo 7º Moraxella catarrhalis Agente típico. Diplococo gram- Associado com pcte com DPOC, principalmente se uso crônico de corticoide. 8º Klebsiella Agente típico. Bastonete gram- Associado em pctes com DM e etilistas, mas, nesses pctes mesmo assim o pneumococo ainda é o mais associado. MC típica grave. Rx: pneumonia do lobo pesado (abaulamento da cisura), embora o pneumococo também pode apresentar essa manifestação no rx. 9º S. aureus Agente típico. Coco gram+ em cachos MC típica grave em neonatos, lactentes, pós-influenza, usuários de drogas IV, fibrose cística, bronquiectasias. Rx: como o pneumococo pode gerar várias alterações. Pneumatocele (que pode complicar com pioptx), derrame pleural, PNM necrosante3 (<2cm), abscesso (≥2 cm) 10º Pseudomonas Agente típico. Bacilo gram- MC típica e grave em fibrose císticas, bronquiectasia, neutropênicos, corticoide. PESQUISA DO AGENTE ETIOLÓGICO O tto é empírico. Faz a pesquisa quando: PNM refratária, internados, graves, UTI 2 Também bem mostrado em febre amarela e febre tifoide 3 Pneumococo também pode causar ARTHUR BITTENCOURT Pesquisa feita com escarro (exame direto e cultura), hemocultura, antígeno urinário (pneumococo e legionela), testes moleculares (Film Array Respiratory Panel: 17 vírus + M. pneumoniae e C. pneumoniae e B. petussis, Nxtag Respiratory Pathogen Panel: 18 vírus + M. pneumoniae e C. pneumoniae) MC Apresentação típica MC: Febre, tosse produtiva, dispneia, dor torácica classicamente pleurítica EF: AP rico (crepitações, aumento de frêmito tv, broncofonia). Rx: broncopnm x lobar Pensar em pneumococo e usar betalactâmico (desde que não pense em legionela) Apresentação atípica MC: febre baixa, tosse seca EF: pobre Rx: intersticial (diferente da broncopnm e PNM lobar) Mais comum é o micoplasma e usar macrolídeo DX Padrão ouro: bx pulmonar (não feito de rotina) Dx: MC + Rx (PA + P ± lateral). USG de tórax cada vez mais usada com S e E > que Rx. TC de tórax cada vez mais usada com S > que USG. Quadro clínico compatível e ausência de imagem disponível pode iniciar o tto sem a imagem e programar imagem quando disponível. Exame de imagem deve ser pedido porque determina a presença de complicações, como p. ex. DP pequeno não visto em EF, acometimento multilobar mesmo com MC não tão grave ainda... PX Procalcitonina: quando maior o nível mais associado com bactéria (quanto mais alto mais associado com bactéria típica) e mais associado com pior px. PCR: quanto maior o nível de PCR maior o nível de inflamação, assim, quanto mais inflamado mais benéfico o uso de corticoide associado ao atb. LOCAL DE TTO CURB65 (mostra se deve internar) e IDSA/ATS (mostra se deve ser em UTI) CURB65: Confusão mental – 1 ponto Ureia ≥ 43 (ou ≥ 50 pelo consenso brasileiro) – 1 ponto Respiração ≥ 30 irpm – 1 ponto Baixa PA (PAS < 90 e PAD < 60) – 1 ponto 65 ≥ 65 anos – 1 ponto à 0-1 ambulatorial, 2 considera internação, ≥ 3 internar sendo que 4-5 avaliar necessidade de UTI (baixa S e E) 0-1 mortalidade baixa de 1,5%, 2 mortalidade intermediária de 9,2% e ≥3 mortalidade alta de 22%. à Consenso Brasileiro: CRB-65: 0 ambulatorial, 1-2 considerar internação, ≥ 3 internar 0 mortalidade baixa 1,2%, 1-2 mortalidade intermediária 8,15%, 3-4 mortalidade alta 31% ARTHUR BITTENCOURT IDSA/ATS Critérios Maiores Necessidade de VM Choque Séptico Critérios Menores: CURB Temperatura <36 Relação P/F ≤ 250 Acometimento multilobar Leucócitos <4.000 Plaquetas <100.000 à 1 maior ou 3 menores TTO Empírico 1- Pcte hígido ambulatorial Beta-lactâmico OU Macrolídeo OU Doxiciclina Beta-lactâmico: amoxicilina ± clavulanato por 7d Macrolídeo: Azitromicina por 3-5d ou Claritromicina 7d Doxiciclina: Consenso Brasileiro não cita 2- Pcte com comorbidades / atb prévio (<30-90 d)/ grave Beta-lactâmico + macrolídeo por 5-7d (amoxicilina + claritromicina) 3- Pcte com alergia à beta-lactâmic E macrolídeo Quinolona respiratória4 (moxi/levofloxacino 5-7d) Tendinite, neuropatia periférica sem reversão, alterações psíquicas, aneurisma de aorta 4- Pcte internado em enfermaria: tratar por 7-10 dias Beta-lactâmico ± macrolídeo5 (cef de 3ª (ceftriax) ou ampi + sulbactam + macrolídeo) Monoterapia: cef de 3ª, amox + clav, quinolona respiratória 5- Pcte internado em UTI: tratar por 7-14 dias Betalactâmico + macrolídeo (cef de 3ª ou ampi + sulbactam + macrolídeo) OU Betalactâmico + quinolona respiratória (cef de 3ª ou ampi + sulbactam + quinolona respiratória) Uso de corticoide: usado em pcte grave, mais inflamado com base na PCR CONTROLE DE TTO Melhora clínica precisa ser em 48-72h, em caso de piora ou sem melhora requer atendimento imediato. Controle radiológico: literatura muito variada. PNM POR ANAERÓBIOS FR: dentes em mau estado + macroaspiração (alcóolatras, distúrbio de deglutição, queda da consciência) 4 Cipro é quinolona, mas não é quinolona respiratória e não abrange streptococo, assim, não se usa isoladamente na PNM. Assim como não se usa cefalo de 1ª geração. 5 Pensando em Legionela, se realmentenão tiver suspeita não precisa de macrolídeo ARTHUR BITTENCOURT Parte Posterior do lobo Superior e Parte Superior do lobo Inferior Evolução lenta, polimicrobiana Tto: precisa ser atb que mate anaeróbio e aeróbio: clindamicina ou amox/clav por 21d Cx: sem melhora em 7-10d mesmo com atb OU abscesso >6-8cm COMPLICAÇÕES DA PNM - Derrame Pleural Todo pcte com PNM e com DP, deve ter seu DP puncionado (PNM + DP = toracocentese), desde que a toracocentese seja segura. A toracocentese só é segura se derrame no perfil com altura >5cm e/ou decúbito lateral com altura >1cm Análise do líquido: Simples: exsudato6 estéril, apenas reação inflamatória Complicado: exsudato infectado (bacteriologia positiva, pH <7,2, glicose <40-60, LDH >1.000) Empiema: exsudato purulento Tto: à simples: manter atb da PNM à complicado/empiema: manter atb da PNM + drenagem. Se não melhorar: reavaliar atb e drenagem, caso ambos estão certos então provável que o pcte tenha traves dentro dessa pleura, não deixando o líquido sair todo, assim, deve-se tentar quebras essas trabéculas com videotoracoscopia + pleuroscopia com com lise das aderências OU quebra química dessas trabéculas com fibrinolítico (tPA) + mucolítico (DNAse intrapleural) ± outro dreno PNM HOSPITALARES Nosocomial ou Adquirida no hospital: ≥ 48h de internação Associada a ventilação mecânica: ≥ 48h de IOT + VM FR VM DX Infiltrado pulmonar (novo ou progressivo) + 2 sinais de infecção: temperatura <36 ou >38; leucócitos <4000 ou >12000; secreção purulenta; piora da relação P/F ETIOLOGIA Pseudomonas aeruginosa (+MDR), S. aureus (+MRSA), Gram- em geral (MDR). Depende do hospital. Ver com a CCIH do hospital. QUANDO PESQUISAR AGENTE Sempre. Escarro, aspirado de escarro, hemocultura... TTO 5Ds Droga: One bug one drug Dose: função renal... Duração: não fazer por tempo desnecessário Descalonamento: de acordo com as culturas Demora: sem demora. Qual ATB e qual dose: depende 1- Pcte, microbiota, disponibilidade 6 Pelo menos 1 critérios de Light: relação proteína pleural e sérica >0,5; relação DHL do líquido pleural e sérica >0,6; DHL pleural >2/3 do limite superior do soro ARTHUR BITTENCOURT 2- Colonização ou isolamento prévio Qual duração: ≥ 7 dias, com resposta em 48-72h. Sempre avaliando culturas. Droga: Sem risco para Gram- MDR7 ou MRSA8/ alto risco de MDR e alto risco de morte9: One bug ne drug Cefepime (cef de 4ª) OU pipetazo OU imi/meropenem (carbapanêmicos) OU Aztreonam Terapia tripla caso não tenha cultura e não conheça microbiota local: 2 atb contra Pseudomonas + 1 atb contra MRSA: Cefalosporina antipseudomonas (cefepime ou ceftazodima) OU betalactâmico/inibidor betalactamase (pipetazo) OU carbapenêmico antipseudomonar (imipenem, meropenem) + Aminoglicosídeo (amicacina, gentamicina, tobramicina) OU quinolona antipseudomonar (cipro/levofloxacinaa) + Vanco ou Linezolina 7 >10% de MDR em amostras da unidade ou prevalência desconhecida ou bacilos gram- no escarro ou fibrose cística ou bronquiectasia à adicionar Aminoglicosídeo ou cipro/levofloxacino ou aztreonam 8 >10-20% de MDR em amostras da unidade ou prevalência desconhecida à adicionar Vanco ou Linezolida 9 Choque séptico ou VM para PN ou Atb IV em <90d ou ≥ 5d de IH antes da PAVM ou SDRA ou TSR aguda antes da PAVM à adicionar uma droga de cada grupo acima
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