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AFECÇÕES DO PARTO (DISTOCIAS)

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AFECÇÕES DO PARTO (DISTOCIAS) 
 Distocias: são fatores que ocorrem no momento do 
 parto que interferem com seu desenvolvimento 
 normal; 
 O reflexo das distocias são voltados para a própria fêmea, 
 afetando a produção, fertilidade, morbidade e 
 mortalidade da vaca e do bezerro; 
 Sinais: prolongamento do 1° estágio do parto; 
 contrações improdutivas ou ausentes; distúrbios 
 da estática fetal; intervalo entre expulsões 
 prolongado; ruptura da membrana corioalantóide 
 sem expulsão fetal; corrimento vaginal anormal; 
 Exame obstétrico: é prático e objetivo; anamnese, 
 história clínica, exame clínico geral e específico 
 (externo e interno); importante para definir o 
 diagnóstico, estabelecer o prognóstico e 
 proporcionar o adequado auxílio obstétrico; 
 Anamnese e história clínica: data prevista do parto; chegar o 
 histórico clínico da paciente (visitas anteriores); número e 
 desenvolvimento dos partos anteriores; tempo 
 gestacional; presença e tempo de contrações abdominais; 
 ruptura das bolsas fetais; neonatos já nascidos/intervalo; 
 auxílio obstétrico já efetuado; importância zootécnica da 
 mãe e feto(s), manejo alimentar e sanitário; 
 Exame clínico geral: observamos a condição geral e funções 
 vitais; é breve pois o problema é emergencial; 
 Exame obstétrico: realizar cuidados semiológicos, como a 
 contenção adequada, limpeza da ampola fetal, da região 
 perineal, assepsia do instrumental, lubrificação e 
 anestesia epidural (se necessário); 
 Exame específico externo: sinais de parto (inspeção e palpação); 
 Inspeção: distensão e tensão abdominal, presença de 
 contrações abdominais ou movimentos fetais, relaxamento 
 dos ligamentos pélvicos, presença de corrimento vaginal / 
 prolapsos, estruturas exteriorizadas (feto, membranas fetais, 
 etc), avaliação da glândula mamária; 
 Palpação ou toque vaginal/retal: avaliação do feto (tamanho, 
 número, estática, viabilidade, malformação, outros fetos 
 nascidos (em caso de fêmeas politócicas); avaliação das vias 
 fetais (pelvimetria, lubrificação, tônus, traumas e afecções); 
 avaliação das membranas fetais (preservação, ruptura, 
 coloração, odor, placenta); 
 Identificação se o feto se encontra vivo; avalia-se o reflexo 
 interdigital, ocular, sucção, anal, pulso da arteria umbilical, 
 auscultação, ultrassonografia; 
 Quando intervir: 
 Éguas: quando há contração e não há progressão 
 do parto (estática fetal ou torção uterina); ou 
 presença de secreção vaginal fétida (morte e 
 decomposição); 
 Ruminantes: chegou ao 2° estágio e está a mais de 
 3 horas sem progresso; suspeita de distocia de 
 causa fetal; comprometimento do estado da 
 fêmea; corrimento vaginal pútrido; intervalo 
 longo entre nascimentos; parição de produtos 
 grandes; TE (valor comercial); 
 Porca: contrações improdutivas; intervalo longo 
 entre nascimentos (15/30min-1hora); corrimento 
 vaginal incomum; 
 Cadela e gata: gestação prolongada; corrimento 
 vaginal (mais de 4 horas) ou expulsão de líquidos 
 sem expulsão de produto (mais de 3 horas); 
 contrações fortes improdutivas (mais de 30 
 minutos); contrações fracas e infrequentes (mais 
 de 2 horas); intervalo longo entre nascimentos 
 (mais de 2 horas); sofrimento fetal (<180bpm); 
 CAUSAS: maternas (distúrbios das contrações ou 
 nas vias fetais) e fetais; 
 DISTÚRBIOS DAS CONTRAÇÕES 
 Ausente: inércia ou atonia uterina (perda da 
 capacidade de contração do útero após o parto); 
 Insuficientes ou fracas: hipotonia uterina; 
 Excessivas: hipertonia uterina; 
 ATONIA OU HIPOTONIA UTERINA: pode ser primária, 
 devido a distensão exagerada do miométrio, 
 deficiências hormonais, receptores, enzimas, 
 proteínas carreadoras, distúrbios metabólicos e 
 obesidade, lesões medulares; 
 Predisposição: feto único em multitócicas; alterações 
 sistêmicas como septicemia, infecções uterinas, traumas, 
 e torção uterina; 
 Sinais : demora no 1° ou início do 2° estágio do parto; 
 cervix parcial ou totalmente aberta; bolsas fetais intactas; 
 feto pode ou não estar insinuado; 
 Já a secundária tem relação a exaustão, seja por 
 partos demorados, ninhadas numerosas, ou até 
 distocias de origem fetal; 
 Sinais: esgotamento materno; bolsas fetais rompidas; 
 nascimento de alguns filhotes (politócicas); demora no 2° 
 estágio do parto (distocia fetal); 
 Diagnóstico: leva-se em conta o histórico (idade 
 gestacional e início do parto), sinais, exame 
 clínico e obstétrico; 
 Tratamento: 
 No caso de monotócicas, onde o feto está 
 insinuado e não distócico, é feita a tentativa da 
 extração forçada; em fetos insinuado e distócico, 
 tenta correção e extração forçada, ou cesariana, 
 histerectomia ou fetotomia; 
 Em caso de politócicas, em feto insinuado, é feita 
 extração forçada, enquanto avalia-se as condições 
 da mãe e número de fetos, e presença de 
 Ferguson; 
 Tratamento: podem ser utilizados medicamentos que 
 estimulam as contrações uterina (agentes ecbólicos), 
 manobras obstétricas (pequenos animais); não 
 funcionando ambos, a alternativa é o tratamento 
 cirúrgico (cesariana e/ou histerectomia); 
 PROTOCOLOS PARA INDUÇÃO DA CONTRAÇÃO 
 Agentes ecbólicos: ocitocina, prostaglandina, cálcio, 
 ergotamina (alcalóide do ergot), e substância energéticas 
 (glicose / dextrose); 
 Pequenos animais: 50 ml de solução de glicose 5% (IV) 
 • Ocitocina: 0,5 a 5 UI / animal 
 • Cálcio: 1 a 20 ml gluconato de Cálcio 10% 
 Tentar 2x, um a cada 30 minutos, realizando a 
 monitoração ou auscultação cardíaca; 
 É importante lembrar de realizar somente em cadelas com 
 dilatação e sem obstrução; instituir agentes ecbólicos no pós 
 parto ou pós operatório (ergotamina); 
 Grandes animais: devido a capacidade de conseguir 
 manipular o feto, a necessidade de induzir a 
 contratilidade não é necessário; 
 HIPERTONIA UTERINA: comum em fêmeas 
 inexperientes e nervosas (éguas); diagnóstico por 
 meio da inspeção e palpação vaginal (rápida); e o 
 tratamento é por meio da tranquilização 
 (acepromazina ou romifidina), tocolíticos ou 
 antiespasmódico, ou anestésicos locais (epidural) 
 ou geral, e cesariana; 
 Complicações: hipóxia fetal (espasmos uterinos); 
 dilatação insuficiente da cérvix; ruptura uterina, 
 vagina, vulva ou períneo; prolapso (reto, vesícula 
 urinária, vagina e útero); 
 DISTÚRBIOS DAS VIAS FETAIS 
 Vias fetais: condutor formado por partes do 
 sistema genigal e regiões circunvizinhas pelo 
 qual o feto transita durante o parto para ser 
 expulso ao exterior; há duas vias, via dura (óssea, 
 sendo ílio, ísquio, púbis, sacro e três primeiras 
 vértebras coccígeas) e mole (cervix, vagina, 
 vestíbulo vaginal, vulva e ligamentos 
 sacro-isquiáticos); 
 IMPORTÂNCIA 
 Prevenção: seleção de novilhas para reposição (maturidade 
 óssea), de touros para melhoramento genético, e redução 
 do índice de distocias; 
 Tratamento: decisões sobre condutas obstétricas (indução 
 de abortamento e assistência ao parto); 
 Pelviologia: estudo anátomo-obstétrico da pelve; 
 Pelvimetria: mensuração direta ou indireta dos 
 diâmetros da pelve; 
 Realizar: antes da estação de monta; no diagnóstico de 
 gestação; pré-parto; durante exame andrológico ou com 1 
 ano de idade; 
 Direta/interna: uso de pelvímetros (Rice, 
 Krautmann-Litton,Menissier-Vissac); e métodos 
 de imagem em pequenos (como tomografia e 
 radiografia); 
 PELVIMETRIA INTERNA - diâmetros 
 Diâmetro do sacropúbico (dorso-ventral ou conjugado 
 verdadeiro), com uma distância da margem cranial da 
 sínfise púbica e articulação lombo-sacra (promontório); 
 Diâmetro bi-ilíaco (transversal ou médio): 
 • Superior: distância entre os corpos dos ílios (ventral ao sacro); 
 • Médio: distância entre os corpos dos ílios (tuberosidade do 
 músculo psoas); 
 • Inferior: distância entres os corpos dos ílios (nas eminências 
 iliopúbicas); 
 Indireta/externa: uso de réguas de graduação 
 métrica decimal, e paquímetros; possui baixa 
 correlação com medidas internas; 
 PELVIMETRIA EXTERNA - diâmetros 
 Diâmetro bi-ilíaco externo: medimos a distância entre 
 extremidades laterais das tuberosidades coxais direita e 
 esquerda; 
 Diâmetro bi-isquiático externo: medimos a distância entre 
 as laterais das tuberosidades isquiáticas esquerda e 
 direita; 
 Diâmetro ílio-isquiático: distância entre as extremidades 
 laterais das tuberosidades coxal e isquiática; 
 PELVE – CLASSIFICAÇÕES 
 Mesatipélvica: equinos, cães Pointer, Dálmata; onde o 
 diâmetro sacro-púbico é igual ao diâmetro bi-ilíaco; 
 Dolicopélvica: ruminantes, suínos, felinos e cães galgos, 
 Dog alemão, Pastor alemão; onde o diâmetro 
 sacro-púbico é maior que o diâmetro bi-ilíaco; 
 Platipélvica: cães braquicefálicos; já tem probabilidade de 
 dificuldades de parto; onde o diâmetro sacro-púbico é 
 menor que o diâmetro bi-ilíaco; 
 Incompatibilidade materno-fetal é provável em bovinos e 
 cadelas de pequeno porte 
 APLICABILIDADE: na área pélvica interna, podemos 
 obter o produto do diâmetro sacro-púbico e 
 diâmetro bi-ilíaco médio; 
 AVALIAÇÃO CLÍNICA (PADRÕES - BOVINO) 
 Pré-acasalamento 140 cm2 
 Gestação 180 cm2 
 Pré-parto 220 cm2 (ação hormonal) 
 Condutas: descarte, seleção e acompanhamento; 
 Há também a possibilidade a aplicação da pelvimetria 
 para estimar o tamanho do bezerro durante o parto 
 ESCORE DE PREDIÇÃO DE DIFICULDADE DE PARTO = (circun. do 
 casco - altura da pelve + 3,5) + (circun. do casco - largura da pelve + 
 3,5) / 2 
 ESCORES PREVISÃO DE DIFICULDADE DE PARTO 
 0-4,00 Parto sem assistência 
 4,01-5,50 Necessidade de assistência manual 
 5,51-6,5 Necessidade de assistencia mecanica 
 > 6,51 Necessidade de cesariana 
 Vantagens: redução das perdas econômicas; 
 acompanhamento obstétrico mais acurado; avaliação de 
 modificações estruturais da pelve com a proximidade do 
 parto (ações da relaxina); 
 Desvantagens: inexperiência técnica de profissionais; 
 dificuldade de estabelecer pontos de referência e no 
 controle dos animais durante o exame; acidentes durante 
 a medição; 
 ESTREITAMENTO DA VIA FETAL ÓSSEA (angústia 
 pélvica): devido a pélvis infantis (fêmeas jovens), 
 estreitas (hereditária ou adquirida por 
 osteopatias, como raquitismo, calos ósseos, 
 fraturas, luxações, tumores ósseos); 
 Diagnóstico: sinais, palpação vaginal ou retal (pelvimetria), 
 RX; 
 Tratamento: extração forçada quando possível, ou 
 cesariana e ovário-histerectomia; 
 ALTERAÇÕES DA VIA FETAL MOLE: 
 Alterações da vulva: sejam de origem congênita, 
 (como hipoplasias), ou adquirida, como sequelas 
 cicatriciais (distocias, manobras obstétricas, 
 procedimentos cirúrgicos, miíases e processos 
 inflamatórios); 
 Alterações da vagina: sejam de origem congênita 
 (constrições, estenoses, septos e bridas; 
 hiperplasia e prolapso vaginal), ou adquiridas 
 (sequelas cicatriciais, tumores, abscessos, 
 hematomas, edema); 
 Diagnóstico: inspeção (vaginoscopia), palpação ou toque 
 vaginal, RX ou US; 
 Tratamento: lubrificação e extração forçada com proteção 
 perineal; se perceber o estreitamento e não há forma de 
 evitar lesões, a alternativa é a episiotomia; ou até 
 cesariana e/ou ovário-histerectomia; 
 Alterações da cérvix e corpo uterino: defeito 
 congênito ou estreitamento por sequelas 
 cicatriciais de partos anteriores, procedimentos 
 cirúrgicos e cervicite; ou até mesmo dilatação 
 insuficiente (por contrações uterinas precoces, 
 distúrbios endócrinos (relaxina e E2), e involução 
 cervical no parto prolongado (predisposição em 
 fêmeas politócicas);

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