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7 Estágio em Espaços Sociais de Formação Humana Pedagogia Licenciatura EAD – UERJ Nome: Matrícula: Polo: AD1 – 2022.1 A atuação do pedagogo no município do Rio de Janeiro Para boa parte da sociedade – e a maioria dos estudantes que ingressam nesse curso de graduação – o pedagogo é o profissional capacitado para atuar apenas na sala de aula. Eu mesma tinha essa visão: assim que iniciei o curso comecei a ver vagas em escolas e creches; cheguei a trabalhar em uma escola por cerca de dois anos, e atualmente sou assistente de cultura em uma instituição privada. Sim, eu sou o exemplo de que o pedagogo pode atuar além dos muros da escola, nos chamados nos espaços não-formais ou espaços não-escolares, como por exemplo: empresas, museus, instituições governamentais ou privadas, ONG’s, hospitais etc. Essa ampla oportunidade de atuação se deve ao fato de que o pedagogo, ao longo de sua formação acadêmica, é preparado para atuar na formação, desenvolvimento e socialização de um indivíduo, dando a ele suporte básico emocional e psicológico, para orientar da melhor forma os indivíduos atendidos por ele, o que se torna fundamental em qualquer ambiente onde haja interação entre indivíduos. Em uma empresa, por exemplo, existe sempre a preocupação em bater metas e gerar lucro, mas se esquecem de que são pessoas atuando para que isso aconteça, e se ela não tiver um suporte, uma pessoa qualificada dentro da empresa para lidar com ela e as suas pressões e particularidades ela não atingirá os seus objetivos. Também é comum ver o pedagogo atuando em locais de assistência social sem ser necessariamente no atendimento educacional, como ONG’s e Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), desenvolvendo propostas para humanizar o atendimento à população e garantir a ele acesso a direitos básicos, principalmente quem se encontra em situação de risco. Por essas razões esse trabalho visa analisar o trabalho do pedagogo em espaços não formais na cidade do Rio de Janeiro. A partir da minha pesquisa encontrei pedagogos atuando em hospitais, centros culturais (museus), ONG’s, CRAS e em instituições governamentais. Pedagogia Hospitalar Por diversas situações vemos crianças que precisam ficar internadas para receber um tratamento médico que não pode ser feito de maneira comum em casa. Nesses casos, o pedagogo atua como uma ponte entre a escola e o hospital, ministrando para o paciente/aluno o conteúdo que ele teria em sala de aula, fazendo com que ele não perca o ano letivo em razão da internação e ainda serve como uma ocupação do tempo para a criança, estimulando o seu aprendizado e tornando o período de internação menos tedioso e desanimador. Através do site da Secretaria Municipal de Educação verifiquei que atualmente existem 11 classes hospitalares em unidades públicas de saúde no município do Rio de Janeiro: Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes Da Silva (Inca); Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcante (Hemorio); Hospital Municipal Souza Aguiar; Hospital Municipal Jesus; Hospital Naval Marcilio Dias; Hospital Federal de Bonsucesso; Hospital Federal Cardoso Fontes; Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira; Hospital Federal da Lagoa; Hospital Federal dos Servidores do Estado e Classe de Cooperação Casa Ronald Mc’Donald. Esse atendimento se manteve ativo mesmo durante a pandemia: o atendimento presencial, assim como as aulas nas escolas, foi substituído pelo remoto, e as crianças internadas deram continuidade aos seus estudos através dos aplicativos Escola.Rio e SME Carioca. Não foi possível obter os nomes dos profissionais que atuam nesse atendimento, mas o trabalho deles inclui entrar em contato com as unidades de ensino para ter acesso ao currículo escolar e elaborar e aplicar as atividades de acordo com o conteúdo escolar. Centros culturais e museus “A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte.” Essa frase, retirada da música “Comida”, ressalta a importância da cultura e do acesso ao conhecimento para a sociedade, e ninguém melhor do que o pedagogo para ajudar a difundir o conhecimento e a cultura nos museus e centros culturais, pois toda a sua formação acadêmica visa o preparo para ensinar outros indivíduos e estimular a construção de conhecimento e a autocrítica. Encontrei no município do Rio de Janeiro três museus que contam com a atuação de um pedagogo: o Centro Cultural Banco do Brasil, o Museu de Arte do Rio e o Museu da República. O CCBB possui um programa de mediação cultural e educativo chamado “CCBB Educativo”. Em seu site eles explicam que esse programa inclui visitas mediadas, laboratório de atividades, contação de histórias, mediação de livro, encontro com professores, cursos, palestras e seminários, a fim de promover a troca de experiências e a construção de conhecimento através de programas presenciais e online. No Museu da República existem projetos voltados para professores e estudantes de licenciatura (fornecimento de material pedagógico sobre o museu e palestras multidisciplinares), estudantes da Educação Básica (visitas com ou sem mediação e jogos pedagógicos) e para a comunidade em geral (ações educativas). Todas essas atividades são organizadas pela coordenadora de educação, que é pedagoga. No Museu de Arte do Rio existe o programa Escola do Olhar, um programa também coordenado por uma pedagoga que visa unir arte e educação e a construção do conhecimento artístico e pedagógico através de palestras, cursos e oficinas práticas e teóricas realizados nos espaços do Museu, e, de acordo com o próprio site, é “constituído por professores e estudantes da rede pública de ensino, moradores do Rio de Janeiro, artistas, pesquisadores, produtores culturais, museólogos, educadores, estudantes e professores universitários e do ensino particular. Pessoas com deficiências e seus familiares, grupos identitários e moradores da região portuária são contemplados em todas as atividades da Escola do Olhar, mas também por projetos e programas específicos.” Centro de Referência de Assistência Social Todo município possui unidades de atendimento de assistência social, que visam atender a população carente e garantir a eles acesso a direitos básicos e aos serviços assistencialistas governamentais. Na cidade do Rio de Janeiro esses pontos de atendimento são chamados de CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), que para cumprir o seu propósito costumam ser localizados prioritariamente em áreas de maior vulnerabilidade social. Não foi possível identificar a presença de um pedagogo em todas as unidades de CRAS, mas entrei em contato com a unidade localizada no bairro que eu resido (Rio Comprido) e fui informada de que o CRAS Germinal Rodrigues possui uma pedagoga trabalhando como Técnica de Assistência Social. Como funções ela trabalha atendendo quem está em situação de vulnerabilidade social, através de dinâmicas de intervenção nos grupos, como por exemplo o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, que visa a efetivação dos direitos sociais e o empoderamento dos vínculos afetivos dessas pessoas diante das perdas e suas fragilidades, além de prevenir situações de risco social, desenvolver sentimentos de pertenças e ampliar trocas culturais. Todo esse atendimento é feito sob um viés pedagógico, para educar e trabalhar o empoderamento dos indivíduos atendidos pela unidade. Organizações Não – Governamentais Por último mas não menos importante estão as ONGs. Esses espaços sociais são os primeiros locais que pensamos quando falamos em atendimento pedagógico fora da escola, já que a maioria presta serviços para crianças e adolescentes. A instituição CAMP Mangueira conta com pedagogos em seu quadro de funcionários e possui um Programa de Aprendizagem que prepara os adolescentes para o programa de jovem aprendiz e os encaminha para trabalhar em empresas conveniadas. Já na Fundação Gol de Letra, localizado no bairro do Caju, além de ministrar para adolescentes, em parceria com o SENAI, o programa de formação de jovens aprendizes,também oferece o Programa Dois Toques, onde as crianças praticam esportes e frequentam as oficinas de letramento e participam de outras atividades educacionais e culturais organizadas e ministradas por pedagogos. O mesmo ocorre na Associação Dançando para Não Dançar, que está presente em diversas comunidades do Rio e oferece, além das aulas de dança, oficinas de reforço escolar, idiomas e outras atividades pedagógicas. Com essa pesquisa fica evidente que o pedagogo possui um leque de oportunidades fora do ambiente escolar, utilizando o seu conhecimento acadêmico em diversos espaços sociais para elaborar planos, metas e mediar as relações interpessoais e, independente da instituição, promover o aprendizado e o desenvolvimento individual e coletivo dos atores envolvidos. INSTITUIÇÃO CARGO FUNÇÃO DO PEDAGOGO Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes Da Silva (Inca) Professor Preparar aulas e aplicar as atividades seguindo o conteúdo programático das escolas de origem das crianças que se encontram internadas sob tratamento. Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcante (Hemorio) Hospital Municipal Souza Aguiar Hospital Municipal Jesus Hospital Naval Marcilio Dias Hospital Federal de Bonsucesso Hospital Federal Cardoso Fontes Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira Hospital Federal da Lagoa Hospital Federal dos Servidores do Estado Casa Ronald Mc’Donald Centro Cultural Banco do Brasil – RJ Não especificado Programa CCBB Educativo, com atividades de mediação cultural e pedagógicas Museu de Arte do Rio (MAR) Coordenadora de Educação Elaboração de projetos da Escola do Olhar Camp Mangueira Não especificado Programa de Aprendizagem – Jovem Aprendiz Dançando para não dançar Não especificado Aulas de reforço escolar e outras atividades pedagógicas Fundação Gol de Letra Não especificado Programa Dois Toques (oficina de letramento) e outras atividades educacionais CRAS Germinal Rodrigues Técnica do Centro de Referência a Assistência Social Responsável pelo Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), que tem como objetivo principal prevenir situações de risco social, desenvolver sentimentos de pertencimento na comunidade e ampliar trocas culturais. Museu da República Coordenadora de Educação Elaborar projetos, materiais e atividades pedagógicos para professores, estudantes universitários, estudantes da educação básica e público geral, além de promover projetos relacionados ao calendário histórico-cultural. REFERÊNCIAS https://prefeitura.rio/cidade/prefeitura-do-rio-renova-convenio-com-hospital-federal-de-bonsucesso-para-classe-hospitalar/ https://ccbb.com.br/rio-de-janeiro/ccbb-educativo/ https://museudarepublica.museus.gov.br/educacao/ https://museudeartedorio.org.br/o-mar/escola-do-olhar/ https://campmangueira.org.br/ https://www.goldeletra.org.br/projeto/programa-dois-toques/ http://www.dpnd.org/conheca-a-dpnd/o-projeto/ CRAS GERMINAL DOMINGUES – Rua Ambiré Cavalcanti, nº 95 – Rio Comprido – Cep.: 20250-490 - Email: crasgerminaldodomingues@gmail.com - Bairros de abrangência: Rio Comprido, Estácio, Cidade Nova e Catumbi.
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